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Imunidade de Jurisdição Estatal e Organizações Internacionais

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Aula 05
Direito Internacional Público p/ CACD
(Diplomata) Primeira Fase - Com
Videoaulas - Pós-Edital
Autores:
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
Aula 05
25 de Julho de 2020
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1 
Sumário 
Imunidade de Jurisdição Estatal ......................................................................................................................... 2 
1 - Introdução ..................................................................................................................................................... 2 
2 - Imunidade de Jurisdição estatal ................................................................................................................... 3 
3 - Imunidade de Execução ................................................................................................................................ 4 
4 - Imunidade de Jurisdição das Organizações Internacionais .......................................................................... 5 
Imunidade à Jurisdição Estatal ........................................................................................................................... 9 
1 - Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e Convenção de Viena sobre Relações 
Consulares de 1963 ......................................................................................................................................... 10 
1.1 - Privilégios diplomáticos .................................................................................................................... 11 
1.2 - Privilégios consulares ........................................................................................................................ 14 
Considerações Finais ......................................................................................................................................... 21 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 21 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 26 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, amigos do Estratégia, tudo bem? 
A presente aula trata de um tema recorrente nos certames públicos e, no CACD, não seria diferente. As 
imunidades, sejam estatais, ou de organizações internacionais devem ser fortemente compreendidas à luz, 
inclusive, da jurisprudência. Além disso, as imunidades diplomáticas previstas pela Convenção de Viena sobre 
Relações Diplomáticas ( 1961); E as imunidades consulares previstas pela Convenção de Viena sobre 
Relações Consulares (1963) devem ser amplamente estudadas. 
Abraços, 
Prof. Ricardo Vale 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
Aula 05
Direito Internacional Público p/ CACD (Diplomata) Primeira Fase - Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
Prof. Matheus Atalanio 
Nosso contato para quaisquer dúvidas ou sugestões: 
Prof. Ricardo Vale 
E-mail: ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
Instagram: https://www.instagram.com/profricardovale/ 
Telegram: https://t.me/direitoconstitucionalconcursos/ 
Prof. Matheus Atalanio 
Instagram: https://www.instagram.com/matheus.atalanio/ 
Telegram: https://t.me/direitointernacionalcacd/ 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”. 
 
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO ESTATAL 
1 - Introdução 
Em Direito Internacional, jurisdição não se confunde com função jurisdicional. Jurisdição é um poder 
atribuído ao Estado, por meio do qual este manifesta sua soberania sobre pessoas, bens e situações. 
Segundo Malcolm Shaw, a jurisdição é uma característica essencial da soberania estatal, pois é um exercício 
de autoridade que pode criar, modificar ou extinguir relações e obrigações jurídicas, efetivando-se por meio 
da ação legislativa, executiva ou judicial.1 
O Estado exerce jurisdição geral e exclusiva sobre o seu território. Sua soberania se manifesta alcançando 
todas as pessoas e bens que nele se encontram, independentemente de nacionalidade ou de qualquer outra 
circunstância. Por vezes, a jurisdição estatal também irá alcançar pessoas e bens situados fora do seu 
território. É o que se denomina jurisdição extraterritorial. 
Todavia, a jurisdição estatal não é absoluta. Há certas pessoas e entes que gozam de imunidade de 
jurisdição. 
 
1 SHAW, Malcolm N. Direito Internacional. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2010. pp.471. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
Aula 05
Direito Internacional Público p/ CACD (Diplomata) Primeira Fase - Com Videoaulas - Pós-Edital
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 3 
 
 
2 - Imunidade de Jurisdição estatal 
No atual cenário internacional, marcado pela globalização, é comum que o Estado se relacione com pessoas 
físicas (nacionais ou estrangeiras), pessoas jurídicas (nacionais ou estrangeiras) ou, ainda, com outros 
Estados e organizações internacionais. Dessas relações, podem se originar conflitos, que demandam a ação 
do Poder Judiciário. 
Nesse contexto é que surge a problemática da “imunidade de jurisdição estatal”, que busca responder a 
seguinte pergunta: pode o Estado estrangeiro se submeter à jurisdição de outro Estado? 
O tema é amplamente discutido no âmbito do Direito Internacional. Como exemplo, em 2004, foi celebrada 
a Convenção das Nações Unidas sobre as Imunidades Jurisdicionais dos Estados e dos seus bens, a qual, 
todavia, ainda não está em vigor. Ao mesmo tempo, vários países adotam, em seus ordenamentos jurídicos 
internos, normas a respeito da matéria. 
No Brasil, a imunidade de jurisdição estatal não é objeto de normas positivas. Sua regulação coube à 
jurisprudência dos Tribunais, que reconhece tratar-se a imunidade de jurisdição de norma consuetudinária 
de Direito Internacional, amplamente aceita. 
A imunidade de jurisdição é um atributo dos Estados, segundo o qual eles não podem ser submetidos ao 
Poder Judiciário de um outro Estado estrangeiro. Há um tempo atrás, considerava-se que a imunidade de 
jurisdição estatal era absoluta em razão da aplicação do conceito do “par in parem non habet judicium”, 
considerada regra costumeira de direito internacional. Essa expressão em latim significa que não há 
jurisdição entre os pares, isto é, um Estado não se submete à jurisdição de outro Estado. 
Todavia, o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante flexibilizou a antes absoluta imunidade de 
jurisdição estatal. Assim, o entendimento que prevalece no atual contexto do direito internacional é o de 
que a imunidade de jurisdição somente abrange os atos de império, não alcançando os atos de gestão. A 
limitação da imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro aos atos de império já é considerada por vários 
autores como uma norma consuetudinária de direito internacional. 
Nesse contexto, faz-se necessário diferenciar quando um Estado pratica um ato de império e um ato de 
gestão: 
(1) Atos de Império 
Paulo Henrique Portela aduz que os atos de império são aqueles que o Estado pratica no exercício de suas 
prerrogativas soberanas2. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que não é possível a responsabilização de Estado estrangeiro 
por ato de guerra, tendo em vista se tratar de um ato de império3. O Supremo Tribunal Federal (STF) também 
 
2 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009 
3 RO 60/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 19/02/2016. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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 4 
 
entendeu que os atos bélicos praticados por Estado estrangeiro durante período de guerra correspondem 
a atos de império e, portanto, não geram responsabilização.4 
(2) Atosde Gestão 
Os atos de gestão, por sua vez, são aqueles exercidos pelo Estado em igualdade de condições com os 
particulares. Dentre os atos de gestão, podemos citar os que se referem a aluguel e compra de bens móveis 
e imóveis, contratação de prestadores de serviços e de empregados e, ainda, as causas relativas à 
responsabilidade civil. Assim, pode-se afirmar que não há imunidade de jurisdição nas causas relativas à 
responsabilidade civil, tendo em vista que estas têm natureza de atos de gestão. 
Quanto à imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro, cabe destacar importante entendimento do 
Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Corte Constitucional, não há que se falar em imunidade de 
jurisdição do Estado estrangeiro diante de casos levados à Justiça do Trabalho. 
Imaginem só, amigos, o caso de um funcionário brasileiro de uma embaixada estrangeira aqui no Brasil. Se 
o Estado estrangeiro não fizer o pagamento de férias a esse funcionário, como ficará a situação? Ele terá que 
entrar contra o Estado estrangeiro perante a Justiça do Trabalho! Ih, mas o Estado estrangeiro goza de 
imunidade de jurisdição! Não, nos casos levados à Justiça do Trabalho, o STF decidiu que há uma exceção à 
imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro. 
Além das lides trabalhistas, entende a doutrina que os demais atos de gestão – aquisição de bens móveis e 
imóveis, por exemplo – não são abrangidos pela imunidade de jurisdição estatal. Assim, nestes casos, o 
Estado estrangeiro estará sujeito à jurisdição brasileira. 
Mas será que há possibilidade de renúncia do Estado à imunidade de jurisdição? Sim, existe essa 
possibilidade! O Estado poderá renunciar à imunidade de jurisdição, submetendo-se ao Poder Judiciário 
estrangeiro. Destaque-se, todavia, que, se houver renúncia à imunidade no processo de conhecimento, isso 
não implica renúncia à imunidade no processo de execução, em relação ao qual se exigirá nova renúncia. 
 
3 - Imunidade de Execução 
É fundamental não confundirmos “imunidade de jurisdição” com “imunidade de execução”. Enquanto a 
imunidade de jurisdição impede que um Estado seja submetido ao Poder Judiciário de outro Estado, a 
imunidade de execução é atributo estatal que lhe garante a proteção dos seus bens no exterior. A 
imunidade de execução impede que os bens do Estado estrangeiro sejam executados, em virtude de serem 
invioláveis. 
Vamos supor que um funcionário de nacionalidade brasileira de uma repartição diplomática estrangeira no 
Brasil tenha ficado sem receber seus salários durante 5 (cinco) meses e decide acionar o Estado estrangeiro 
no Poder Judiciário local. Nesse caso, como se trata de uma causa de natureza trabalhista, não há 
imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro (entendimento já consolidado no STF). Logo, o Estado 
 
4 ARE nº 953.656. Rel. Min. Luiz Fux. 30.08.2016. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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estrangeiro será julgado pelo Poder Judiciário brasileiro, especificamente pela Justiça do Trabalho. 
Imaginemos, ainda, que o Poder Judiciário reconheceu o direito do funcionário. Findo o processo de 
conhecimento, partimos, então, para o processo de execução. 
E agora? Como é que a fica a situação? 
Bem, o Estado estrangeiro se submeteu à jurisdição brasileira, tendo sido condenado. No entanto, todos os 
bens desse Estado estão gravados por cláusula de inviolabilidade. Nesse rumo, a jurisprudência do STF 
considera que a imunidade de execução do Estado estrangeiro é absoluta. A ideia é de justamente evitar 
desgastes internacionais. 
Apesar dessa jurisprudência, o tema continua extremamente polêmico. Há decisões5 que não reconhecem 
a imunidade de execução do Estado estrangeiro desde que os bens não sejam afetos, ou seja, que estejam 
sendo utilizados pela entidade diplomática ou consular. Vale ressaltar, inclusive, que esse é o entendimento 
do Tribunal Superior do Trabalho (TST)6. 
O resultado disso é que, mesmo havendo uma decisão contrária a um Estado estrangeiro em uma lide 
trabalhista, esta poderá não ter efetividade, tendo em vista a impossibilidade de se fazer a cobrança judicial 
em processo executório. Apesar disso, pode ocorrer (como, de fato, já ocorreu na prática!) de o Estado 
estrangeiro, voluntariamente, pagar a dívida trabalhista em questão. 
Destaque-se, ainda, que, caso o Estado estrangeiro tenha renunciado à imunidade de jurisdição, isso não 
implica renúncia da sua imunidade de execução. Assim, se houve renúncia à imunidade no processo de 
conhecimento, será necessária nova renúncia no processo de execução, sem o que a sentença não será 
cumprida. 
 
4 - Imunidade de Jurisdição das Organizações Internacionais 
A imunidade de jurisdição dos Estados tem origem em costume internacional. Por outro lado, a imunidade 
das organizações internacionais tem origem diversa. Ela surge do direito convencional, isto é, de tratados 
internacionais. 
No Brasil, o entendimento do STF é o de que as organizações internacionais gozam de imunidade de 
jurisdição absoluta, inclusive no que diz respeito a litígios trabalhistas.7 Desse modo, as organizações 
internacionais não se submetem ao Poder Judiciário brasileiro, exceto se renunciarem à imunidade de 
jurisdição ou se houver previsão em tratado específico quanto ao afastamento da imunidade. 
Ainda sobre as Organizações Internacionais, resta dizer que na próxima aula é que teremos uma melhor 
elucidação desse importante sujeito do Direito Internacional. 
 
5 STF, ACO-AgR-543/SP, DJ de 24.11.06. 
6 TST, SBDI-2, ROMS n. 282/2003-000-10-00-1, DJ 26.08.05. 
7 RE 578.543/MT. Rel. Min. Ellen Gracie. 15.05.2013. 
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Vejamos como esse tema é cobrado nos concursos públicos... 
 
1. (Juiz Federal 1ª Região- 2009) 
Pedro, cidadão brasileiro, presta serviços como cozinheiro na embaixada do Estado X no Brasil. Após 
constatar que vários dos direitos trabalhistas previstos na Consolidação das Leis do Trabalho estavam 
sendo desrespeitados, Pedro decidiu ajuizar ação na justiça do trabalho brasileira. Com base nessa 
situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) Deve ser seguido o procedimento descrito na Convenção das Nações Unidas sobre Imunidades de 
Jurisdição e Execução do Estado. 
b) Em matéria trabalhista, não há imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro no Brasil. 
c) A imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro é absoluta por força de uma norma jus cogens. 
d) A competência para conhecer da ação é da justiça federal. 
e) Em matéria trabalhista, não há imunidade de execução do Estado estrangeiro no Brasil. 
Comentários: 
Letra A: errada. Até já existem tratados internacionais sobre o tema imunidade de jurisdição. Em 2005, foi 
adotado, no âmbito da ONU, o texto da “Convenção sobre Imunidades Jurisdicionais do Estado e de seus 
bens”. Entretanto, essa convenção ainda não está em vigor e as regras existentes sobre imunidade de jurisdição 
são de natureza costumeira. 
Letra B: certa. Segundo entendimento do STF, não há imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro no Brasil 
em matéria trabalhista. 
Letra C: errada. A imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro não é absoluta, abrangendo apenas os atos 
de império. 
Letra D: errada. A competência para conhecer da ação é da Justiça do Trabalho. 
Letra E: errada. A imunidade de execução do Estado estrangeiro no Brasil ainda é absoluta. A imunidade de 
jurisdição é que foi flexibilizada pela jurisprudência brasileira. O resultado disso é que, mesmo havendo uma 
decisão contrária a um Estado estrangeiro em uma lide trabalhista, esta terá pouca efetividade, tendo em 
vista a impossibilidade de se fazer a cobrança judicial em processo executório. 
2. (Juiz Federal– 5ª Região- 2005) 
O Estado estrangeiro está sujeito à jurisdição brasileira quando pratica ato jure gestiones, como, por 
exemplo, a aquisição de bens móveis e imóveis. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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 7 
 
Comentários: 
A imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro está limitada aos atos de império. Logo, quando pratica atos 
de gestão, o Estado estrangeiro se submete à jurisdição brasileira. Questão correta. 
3. (Juiz Federal – 5ª Região- 2005) 
Em causas relativas à responsabilidade civil, o Estado estrangeiro goza de imunidade de jurisdição, 
devendo a parte lesada discutir sua pretensão indenizatória perante os tribunais do país faltoso. 
Comentários: 
Não há imunidade de jurisdição nas causas relativas à responsabilidade civil. Questão errada. 
4. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
A regra que dispõe não haver jurisdição entre os pares (par in parem non habet judicium) não mais se 
aplica ao relacionamento entre Estados tendo em vista o princípio da jurisdição universal. 
Comentários: 
Não existe um princípio de jurisdição universal, sendo que ainda se aplica a regra “par in parem non habet 
judicium”, particularmente no que diz respeito à imunidade de execução. A imunidade de jurisdição, por sua 
vez, abrange unicamente os atos de império, o que já é considerado regra de direito internacional 
consuetudinário por autores como Accioly. Questão errada. 
5. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
A renúncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações cíveis ou administrativas implica renúncia à 
imunidade quanto às medidas de execução da sentença, para as quais nova renúncia é necessária. 
Comentários: 
Se houver renúncia estatal à imunidade no processo de conhecimento, isso não implica renúncia no processo de 
execução. Logo, é necessária nova renúncia quanto à imunidade de execução. Questão errada. 
6. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
Não há imunidade de execução de bens de Estado estrangeiro para cumprimento de dívidas 
trabalhistas. 
Comentários: 
É fato que existem dois tipos de imunidade: (i) de jurisdição; e (ii) de execução. Salvo se o próprio Estado 
renunciar a sua imunidade de execução, essa imunidade restará absoluta, inclusive para o cumprimento de 
dívidas trabalhistas. Questão errada. 
7. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
Organismos internacionais gozam de imunidade de jurisdição em igualdade de condições com Estados 
estrangeiros. 
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Comentários: 
As organizações internacionais possuem imunidade de jurisdição e de execução de forma absoluta, enquanto 
os Estados possuem imunidade de execução de forma absoluta, mas a imunidade de jurisdição somente quanto 
aos atos de império. Além disso, também não há que se falar em igualdade de condições, tendo em vista a 
própria origem das regras. No caso das organizações internacionais, diferentemente dos Estados, as 
imunidades são convencionais. Questão errada. 
8. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
As imunidades dos organismos internacionais independem dos tratados que os criaram. 
Comentários: 
As imunidades dos organismos internacionais dependem dos tratados que os criaram, visto que possuem origem 
convencional, ou seja, proveniente dos documentos que os instituíram. Questão errada. 
9. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
A imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro em matéria trabalhista foi flexibilizada no Brasil em 
função da evolução do costume internacional sobre a matéria. 
Comentários: 
É exatamente isso. A evolução do costume internacional possibilitou uma modificação na imunidade de 
jurisdição dos Estado em matéria trabalhista. Questão correta. 
10. (PGR – Procurador da República/PGR – 2017) 
As organizações internacionais podem invocar, em seu benefício, a imunidade plena de jurisdição mesmo 
em face de atos de mera gestão, desde que tal imunidade esteja prevista em tratado. 
Comentários: 
As imunidades dos organismos internacionais dependem dos tratados que os criaram, visto que possuem origem 
convencional, ou seja, proveniente dos documentos que os instituíram. Se a imunidade está prevista em uma 
Convenção Internacional ratificada pelo Brasil, a jurisprudência é pacífica por entender que as organizações 
internacionais possuem imunidade absoluta. Questão correta. 
11. (CESPE – Oficial de Inteligência/ABIN – 2018) 
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não é possível a responsabilização, em território 
brasileiro, de Estado estrangeiro por ato de guerra, por tratar-se de manifestação de ato de império. 
Comentários: 
Quando falamos de imunidade de jurisdição por atos de império, é interessante recordar que, tanto o STJ, 
quanto o STF, entenderam que os atos de guerra não são responsabilizáveis em território brasileiro, tendo em 
vista que são considerados atos de império. Questão correta. 
12. (CESPE – Defensor Público Federal/DPU – 2017) 
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Imunidade de jurisdição é atributo inerente aos organismos internacionais decorrente do fato de estes 
serem considerados pessoas jurídicas de direito internacional. 
Comentários: 
Na realidade, não. A imunidade de jurisdição das organizações internacionais decorre de tratados 
internacionais, motivo pelo qual a doutrina diz que a sua origem é convencional. Questão errada. 
13. (CESPE – Defensor Público Federal/DPU – 2017) 
A execução forçada de eventual sentença condenatória trabalhista contra Estado estrangeiro somente 
será possível se existirem, no território brasileiro, bens do executado estranhos à representação 
diplomática ou consular. 
Comentários: 
Apesar de muita polêmica por trás desse caso, entendemos, assim como a banca examinadora, que a execução 
forçada de uma sentença condenatória trabalhista contra um Estado estrangeiro só será possível se houverem 
no país bens não afetos à utilização da representação diplomática ou consular. Esse é, inclusive, o atual 
entendimento do TST. Questão correta. 
 
IMUNIDADE À JURISDIÇÃO ESTATAL 
Os internacionalistas, de forma corrente, lembram – a título de princípio – que os Estados possuem a 
autoridade para impor sua jurisdição aos que estejam em seu território. Alguns indivíduos, no entanto, ainda 
que presentes no referido território, podem estar a serviço oficial de outro Estado, utilizando a ficção da 
extraterritorialidade. 
O Prof. Valerio Mazzuoli disserta que a imunidade a esses indivíduos remonta ao século XIX, tendo em vista 
a antiga regra do sistema feudal: par in parem non habet imperium. O que significa que os senhores feudais 
eram responsáveis somente perante os hierarquicamente superiores a eles, nunca perante os seus iguais.8 
Hans Kelsen continua aduzindo o que poderia ser compreendido como o mais importante princípio do Direito 
Internacional: “Nenhum Estado possui jurisdição sobre um outro”. Isso indica que não é permitido que 
nenhum Estado o exercite sua própria jurisdição sobre um outro Estado, salvo no caso do consentimento do 
último.9 O brasileiro Francisco Rezek também trata desse princípio compreendendo que nenhum Estado é 
originalmente executável, assim como vimos mais cedo neste material. 
É isso que visamos trabalhar nesse capítulo: Em que casos um indivíduo (em serviço oficial) poderá ou não 
poderá ser responsabilizado pela jurisdição de um Estado diferente do de sua nacionalidade? 
 
 
8 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 12ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, pp. 462. 
9 KELSEN, Hans.Principles of International Law. Nova Jersey: The Lawbook Exchange, 1952, pp. 235. 
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 10 
 
1 - Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e Convenção de 
Viena sobre Relações Consulares de 1963 
Os representantes de um Estado perante o outro gozam de certos privilégios e garantias, os quais estão 
previstos atualmente na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e na Convenção de Viena 
sobre Relações Consulares de 1963. Ambas as Convenções foram ratificadas pelo Brasil e encontram-se em 
vigor. 
Se as Convenções tratam de temas tão próximos, por quê, então, não foi criada só uma Convenção? Francisco 
Rezek entende que o motivo de terem sido concluídas duas convenções sobre essa matéria está ligada ao 
fato de que o diplomata representa o seu Estado de origem sujeito à soberania local, enquanto o cônsul 
representa o Estado de origem, no Estado de destino, ocupando-se de interesses iminentemente privados.10 
Cabe-nos destacar a diferença entre o serviço diplomático e o serviço consular. Qual a diferença entre um 
diplomata e um cônsul? De forma curta e direta, podemos dizer que o diplomata é o representante do 
Estado em suas relações internacionais, enquanto o cônsul é o responsável por oferecer aos nacionais 
proteção e assistência no exterior – assuntos privados. 
Para que possam exercer com tranquilidade suas funções no exterior, esses representantes do Estado 
possuem certos privilégios e garantias. Esses privilégios e garantias representam uma espécie de imunidade 
de jurisdição, ou seja, definem situações em que o Estado soberano não poderá submeter os representantes 
de outros Estados à sua jurisdição. 
Várias teorias existem sobre o fundamento e a natureza jurídica das imunidades diplomáticas e consulares. 
Afinal de contas, por que os diplomatas e cônsules possuem privilégios e garantias? Será que é somente para 
beneficiá-los? Seria uma espécie de prêmio? 
A resposta mais aceita atualmente é dada pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que, 
encampa, em seu preâmbulo, a doutrina funcional estabelecendo que: 
“Reconhecendo que a finalidade de tais privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas, sim, 
a de garantir o eficaz desempenho das funções das missões diplomáticas, em seu caráter de 
representantes dos Estados;” 
Segundo Valerio Mazzuoli, as imunidades diplomáticas e consulares são baseadas na ficção da 
extraterritorialidade. Se, por ficção, os agentes diplomáticos e consulares são considerados representantes 
do soberano que os envia, também por ficção devem ser considerados como estando fora do território em 
que atuam. 11 
A Convenção de Viena de 1961 (sobre relações diplomáticas) prevê privilégios e garantias bem mais 
extensos do que a Convenção de Viena de 1963. Para ilustrar isso, Rezek apresenta o seguinte raciocínio, 
que, por sua didática, transcrevemos a seguir: 
 
10 REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª Ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008, pp. 160-161. 
11 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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“É indiferente ao direito internacional o fato de que inúmeros países – entre os quais o Brasil – tenham 
unificado as duas carreiras, e que cada profissional da diplomacia, nesses países, transite 
constantemente entre funções consulares e funções diplomáticas. A exata função desempenhada em 
certo momento e em certo país estrangeiro é o que determina a pauta de privilégios. Assim, ao jovem 
diplomata brasileiro que atue como terceiro-secretário de nossa embaixada em Nairobi aplica-se a 
Convenção de 1961 – não a de 1963 -, e ele terá uma cobertura mais ampla que aquela de goza o 
cônsul geral do Brasil em Nova York, veterano titular de um dos postos mais disputados da carreira.” 
12 
 
1.1 - Privilégios diplomáticos 
A Convenção de Viena de 1961 estabelece dois tipos de prerrogativas para o serviço diplomático: as 
aplicáveis à missão diplomática e as aplicáveis aos agentes diplomáticos. 
Os locais da missão diplomática são invioláveis (art. 22), isto é, os agentes do Estado acreditado13 não 
poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da missão. Ademais, os locais da Missão, seu 
mobiliário e demais bens neles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser 
objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução. Também os arquivos, os documentos e a 
correspondência oficial da Missão são invioláveis. 
No que diz respeito aos tributos, o Estado acreditante e o Chefe da Missão estão isentos de todos os impostos 
e taxas incidentes sobre os locais da Missão. Além disso, os direitos e emolumentos que a Missão perceba 
em razão da prática de atos oficiais (como a concessão de vistos) estarão isentos de todos os impostos ou 
taxas. 
E os privilégios aplicáveis aos agentes diplomáticos? Quais são eles? 
Os agentes diplomáticos gozam de inviolabilidade pessoal e domiciliar, isto é, não podem ser objeto de 
qualquer forma de prisão ou detenção e, ainda, sua residência particular goza da mesma proteção que os 
locais da missão. Eles também não podem ser obrigados a prestar depoimento como testemunha. 
Os agentes diplomáticos gozam de ampla imunidade de jurisdição penal, sendo esta absoluta. Isso quer 
dizer que, em hipótese alguma, um diplomata que cometa um crime no Estado acreditado poderá ser preso, 
processado e julgado por esse Estado estrangeiro. Os agentes diplomáticos também possuem imunidade de 
jurisdição civil e administrativa, as quais, todavia, não são absolutas, tendo sido restringidas pelo art. 31 
da Convenção de Viena: 
Artigo 31 
1. O agente diplomático gozará da imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado. Gozará também da imunidade de 
jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de: 
 
12 REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª Ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008. 
13 Estado acreditado é aquele que recebe os agentes diplomáticos e consulares; Estado acreditante é aquele que envia os agentes diplomáticos e consulares. 
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a) uma ação sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o possuir por conta 
do Estado acreditante para os fins da missão; 
b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome do Estado, como executor 
testamentário, administrador, herdeiro ou legatário; 
c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente diplomático no Estado acreditado 
fora de suas funções oficiais. 
Na hipótese da alínea “a”, o diplomata possui um imóvel privado no Estado acreditado e sobre ele é 
impetrada uma ação. Nesse caso, não haverá imunidade de jurisdição civil por parte do diplomata, a menos 
que ele o possua para os fins da missão. 
Na hipótese da alínea “b”, por sua vez, há uma ação sucessória sobre um imóvel na qual o diplomata figura 
a título estritamente privado. Como ele não está, nesse caso, desempenhando funções estatais, ele não terá 
a imunidade de jurisdição civil. 
Por fim, na hipótese da alínea “c”, o diplomata exerce uma profissão liberal ou atividade comercial no 
Estado acreditado que não tem qualquer relação com suas funções oficiais e há uma ação em que ele esteja 
envolvido. Nesse caso, por estar envolvido novamente a título privado,ele também não irá gozar de 
imunidade de jurisdição. Cabe registrar, quanto a esse ponto, que o agente diplomático não pode exercer 
no Estado acreditado nenhuma atividade profissional ou comercial em proveito próprio (art. 42). 
Os agentes diplomáticos também gozam de imunidade tributária, mas esta diz respeito unicamente aos 
tributos diretos, não se aplicando aos tributos indiretos. Não é porque o sujeito é diplomata que ele não vai 
precisar pagar o ICMS referente a uma televisão que ele adquirir, ok? Além disso, a entrada no Estado 
acreditado de objetos destinados ao uso oficial da Missão e de objetos destinados ao uso pessoal do agente 
diplomático ou dos membros de sua família é livre de direitos aduaneiros e outras taxas (art. 36). 
Todos os privilégios dos agentes diplomáticos em matéria civil, administrativa, penal e tributária estendem-
se aos membros das respectivas famílias. Destaque-se que o conceito de família não foi definido pela 
Convenção de Viena de 1961. Assim, para fazer jus à extensão dos benefícios, esses indivíduos deverão ter 
seus nomes relacionados em uma “lista diplomática”. 
Os membros do quadro administrativo e técnico14 da Missão gozam de inviolabilidade pessoal e domiciliar, 
ampla imunidade de jurisdição penal, imunidade civil, administrativa e tributária. No entanto, a imunidade 
de jurisdição civil e administrativa dos membros do quadro administrativo e técnico da Missão se aplica 
exclusivamente aos atos praticados no exercício de suas funções. Tais privilégios são concedidos 
exclusivamente aos membros do quadro administrativo e técnico que não sejam nacionais do Estado 
acreditado nem nele tenham residência permanente. 15 
Os membros do pessoal de serviço da Missão diplomática, por sua vez, somente farão jus às imunidades 
(penal, civil, administrativa) em relação aos atos praticados no exercício de suas funções e desde que não 
sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente. 
 
14 Como exemplos de membros do quadro administrativo e técnico de uma missão diplomática podemos citar os Oficiais de Chancelaria e os Assistentes de 
Chancelaria. 
15 É comum que a Missão diplomática tenha como funcionários em seu quadro administrativo e técnico nacionais do Estado acreditado. Esses indivíduos não farão jus 
às imunidades previstas na Convenção de Viena de 1961. 
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É, meus amigos! Como vocês podem ver, esses representantes de um Estado perante o outro gozam de 
inúmeros privilégios. Mas será que só por isso eles podem ficar desrespeitando as leis do país onde tenham 
se estabelecido? 
É claro que não! A Convenção de Viena estabelece o primado do direito local, segundo o qual, embora imune 
ao processo, um diplomata deverá observar as leis do país em que se encontra. Não é porque um diplomata 
está imune ao processo civil ou penal que ele vai transgredir uma norma do país onde se encontra, ok? Essa 
é a interpretação que devemos fazer do art. 31, parágrafo 4º da Convenção de Viena de 1961, que estabelece 
que: “A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta da jurisdição 
do Estado acreditante.” 
Entendi, Ricardo! Agora me diga o seguinte: e se um diplomata americano representando seu país cometer 
um crime aqui no Brasil? Ele pode renunciar à sua imunidade? 
Excelente pergunta! Não, ele não pode! Somente o Estado acreditante pode renunciar à imunidade 
processual, nunca o próprio beneficiário da imunidade! 
Vale ressaltar, entretanto, que, nos termos do art. 32 da CVRD/61, para cada fase processual, será necessária 
uma nova renúncia por parte do Estado de forma expressa. Ainda, o fato de um Estado renunciar a 
imunidade de jurisdição cível ou administrativa, não quer dizer que ele renuncia também a imunidade de 
execução, momento em que será necessária uma nova renúncia. Isso quer dizer que não podemos falar na 
ideia de “presunção de renúncia”. 
Mas você sabe por que somente o Estado é que pode renunciar a imunidade? 
Porque o Estado acreditante quer, na verdade, manter a exclusividade em julgar aquele que “sujou” seu 
nome. Mas também seria difícil o diplomata renunciar à sua imunidade para deixar-se ir preso, não é mesmo? 
Embora não possa prender o diplomata estrangeiro (em razão da imunidade de jurisdição penal), o Estado 
acreditado possui outra forma de mostrar sua reprovação ao agente diplomático: por meio da declaração de 
persona non grata. 
O art. 9º da Convenção de Viena de 1961 estabelece que “o Estado acreditado poderá a qualquer momento, 
e sem ser obrigado a justificar a sua decisão, notificar ao Estado acreditante que o Chefe da Missão ou 
qualquer membro do pessoal diplomático da Missão é persona non grata ou que outro membro do pessoal 
da missão não é aceitável.”. Percebam, amigos, que a declaração de persona non grata independe de 
qualquer processo administrativo prévio, ou seja, independe da observância do devido processo legal. 
O Estado acreditado não é obrigado a aceitar os agentes diplomáticos enviados pelo Estado acreditante. 
Ao contrário, antes mesmo que esse agente diplomático adentre seu território, ele poderá ser declarado 
persona non grata. 
Há que se mencionar, ainda, que existe um processo próprio para a nomeação dos chefes das missões 
diplomáticas (os embaixadores). A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas prevê que o Estado 
acreditante deverá se certificar de que a pessoa que pretende nomear para chefe da missão diplomática 
perante o Estado acreditado obteve o “agrément”. O “agrément” é um ato unilateral por meio do qual o 
Estado acreditado, discricionariamente, indica que aceita a indicação de embaixador feita pelo Estado 
acreditante. 
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1.2 - Privilégios consulares 
A Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963 estabelece privilégios e imunidades bastante 
parecidos aos aplicáveis aos agentes diplomáticos. Entretanto, tais privilégios e imunidades são bem mais 
restritos. 
No que diz respeito à imunidade penal, os funcionários consulares não poderão ser detidos ou presos 
preventivamente, exceto em caso de crime grave e em decorrência de sentença de autoridade judiciária 
competente. 
Os funcionários consulares e empregados consulares também não podem ser presos em decorrência de 
sentença judiciária definitiva, salvo em razão de atos praticados no exercício de suas funções oficiais. Assim, 
podemos dizer que a imunidade penal dos funcionários consulares abrange apenas os atos praticados no 
exercício das funções consulares. Se um cônsul cometer um crime de homicídio, ele poderá ser preso; já se 
ele falsificar um passaporte (exercício de seu ofício), estará amparado pela imunidade. 
Segundo o art. 44, da Convenção de Viena de 1963, “os membros de uma repartição consular não serão 
obrigados a depor sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções, nem a exibir correspondência e 
documentos oficiais que a elas se refiram”. 
Da mesma forma, a imunidade civil dos cônsules e funcionários consulares está limitada ao exercício de suas 
funções. No que diz respeito à imunidade tributária, ela é semelhante à que fazem jus os agentes 
diplomáticos, abrangendo apenas os tributos diretos. Os locais consulares são invioláveis na medida estrita 
de sua utilização funcional, e gozam de imunidade tributária. Os arquivos e documentos consulares, a 
exemplo dos diplomáticos, são invioláveis em qualquer circunstância e onde quer que se encontrem. 
É fundamental destacarmos que os privilégios consulares não são extensíveis a suas famílias. 
(IMPORTANTE!!!) Isso porque as imunidades outorgadas aos funcionários consulares pelaConvenção de 
Viena de 1963 se limitam aos atos praticados no exercício de suas funções. 
Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 
 
14. (MPF / Procurador da República – 2015) 
O diplomata, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, pode renunciar a 
própria inviolabilidade, uma vez que se trata de direito personalíssimo outorgado pelo Direito 
Internacional. 
Comentários: 
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Somente o Estado acreditante é que poderá renunciar à imunidade do diplomata. Em outras palavras, o 
beneficiário da imunidade (o diplomata) não poderá renunciar à imunidade que possui. Questão errada. 
15. (MPF / Procurador da República – 2015) 
Os cônsules não podem ser obrigados a depor sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções, 
nem a exibir correspondência e documentos oficiais que a elas se refiram. 
Comentários: 
É o que dispõe o art. 44, da Convenção de Viena de 1963. Os cônsules não serão obrigados a depor sobre 
fatos relacionados ao exercício de suas funções, nem a exibir correspondência e documentos oficiais que a 
elas se refiram. Questão correta. 
16. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) 
O reconhecimento da imunidade de jurisdição de agentes diplomáticos, existente desde os primórdios 
do direito internacional, embora seja norma costumeira, não consolidada em forma de tratado, 
apresenta elevado grau de adesão multilateral. 
Comentários: 
A imunidade de jurisdição dos agentes diplomáticos é, de fato, reconhecida desde os primórdios do direito 
internacional. No entanto, trata-se de regra já positivada em tratado internacional: a Convenção de Viena sobre 
Relações Diplomáticas, de 1961. Questão errada. 
17. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) 
A residência particular do agente diplomático goza de inviolabilidade e proteção, assim como o local 
da missão diplomática, o que não ocorre com a pessoa do agente diplomático, que poderá sofrer 
detenção ou prisão por parte do Estado acreditado, em decorrência de violação às regras do direito 
penal desse mesmo Estado. 
Comentários: 
O agente diplomático não poderá ser objeto de qualquer forma de prisão ou detenção. Sua residência 
particular goza da mesma proteção que os locais da missão diplomática. Questão errada. 
18. (MPF / Procurador da República – 2011) 
Os agentes consulares, no direito consular contemporâneo: 
a) gozam de imunidade plena, equiparável à dos diplomatas. 
b) gozam de imunidade quanto aos atos oficiais, dentro da jurisdição consular. 
c) têm que ser recrutados entre agentes da carreira diplomática. 
d) não gozam de imunidade pessoal, ainda que exerçam funções consulares em seção respectiva de 
missão diplomática. 
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Comentários: 
Letra A: errada. Não se pode dizer que os agentes consulares têm imunidade plena. A imunidade dos agentes 
consulares se limita aos atos praticados no exercício da função. 
Letra B: correta. De fato, a imunidade dos agentes consulares abrange os atos oficiais, dentro da jurisdição 
consular. 
Letra C: errada. Embora isso seja feito no Brasil, os agentes consulares não precisam, necessariamente, ser 
membros da carreira diplomática. 
Letra D: errada. Os agentes consulares gozam de imunidade pessoal, embora esta não seja tão ampla quanto 
a dos diplomatas. Os diplomatas não se submetem a qualquer forma de prisão ou detenção. Já os agentes 
consulares podem ser presos em determinadas situações. 
19. (Advocacia Geral da União-2010-adaptada) 
Em virtude do não pagamento de dívida contraída no Estado acreditado, o diplomata brasileiro pode 
ser declarado persona non grata pelo Estado estrangeiro, desde que seja previamente submetido ao 
devido processo legal. 
Comentários: 
A declaração de que o diplomata é persona non grata independe de submissão ao devido processo legal. 
Questão errada. 
20. (Juiz Federal – 5ª Região-2007) 
No âmbito de uma missão diplomática, apenas o chefe da missão goza de imunidade de jurisdição penal 
e civil. 
Comentários: 
Não é só o chefe da Missão (embaixador) quem possui imunidade de jurisdição penal e civil. Os agentes 
diplomáticos, o pessoal do quadro técnico e administrativo e os membros do pessoal de serviço possuem 
imunidade de jurisdição penal e civil. Questão errada. 
21. (OAB-2007) 
Em determinado Estado, um agente diplomático estrangeiro envolveu-se em um acidente de trânsito, 
causando a morte de um pedestre. Nessa situação, diante do homicídio culposo: 
a) o Estado acreditado pode julgar o agente diplomático estrangeiro, por tratar-se de crime que não 
tem qualquer relação com a função diplomática. 
b) o Estado acreditado só pode julgar o agente diplomático se ele renunciar expressamente à imunidade 
de jurisdição. 
c) o agente diplomático somente poderá ser julgado no Estado acreditado se o Estado acreditante 
renunciar expressamente à imunidade de jurisdição. 
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d) em nenhuma hipótese é possível o julgamento do agente diplomático, por ser irrenunciável a imunidade 
de jurisdição. 
Comentários: 
Letra A: errada. O agente diplomático possui ampla imunidade de jurisdição penal, civil e administrativa. 
Portanto, ele não poderá ser julgado pelo Estado acreditado. 
Letra B: errada. O agente diplomático não pode renunciar à imunidade de jurisdição. 
Letra C: certa. O diplomata somente será julgado pelo Estado acreditado se o Estado acreditante renunciar à 
imunidade de jurisdição 
Letra D: errado. A imunidade de jurisdição é renunciável somente pelo Estado acreditante. 
22. (OAB-2006.2) 
Sobre imunidades e privilégios diplomáticos e consulares, assinale a alternativa CORRETA: 
a) no âmbito da missão diplomática, os membros do quadro diplomático de carreira e os membros do 
quadro administrativo e técnico, que sejam oriundos do Estado acreditante, gozam de ampla imunidade 
de jurisdição penal; 
b) a imunidade, no âmbito da jurisdição civil, inclui a imunidade nos feitos sucessórios, mesmo que o 
agente diplomático esteja envolvido na questão a título estritamente privado; 
c) as imunidades processuais de que gozam os cônsules e funcionários consulares se estendem aos 
membros da sua família; 
d) no caso dos cônsules, a imunidade quanto à jurisdição penal alcança os crimes relacionados aos atos 
de ofício e os crimes comuns. 
Comentários: 
Letra A: certa. Os membros do quadro diplomático de carreira e os membros do quadro administrativo e 
técnico, no âmbito de uma missão diplomática, gozam de ampla imunidade de jurisdição penal e civil 
Letra B: errada. Nesse caso, como o diplomata está envolvido na questão a título estritamente privado, ele 
não terá a imunidade de jurisdição civil. 
Letra C: errada. As imunidades dos cônsules e funcionários consulares, ao contrário das aplicáveis aos 
diplomatas, não são extensíveis aos familiares e dependentes. 
Letra D: errada. A imunidade dos cônsules alcança apenas os atos praticados no exercício de suas funções. 
23. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
Os cônsules e os diplomatas gozam da mesma pauta de privilégios e imunidades. 
Comentários: 
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Os diplomatas possuem ampla imunidade de jurisdição penal e civil, enquanto a imunidade dos cônsules se 
limita ao exercício de suas funções. Questão errada.24. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
A finalidade dos privilégios e imunidades diplomáticos, além de beneficiar indivíduos, é garantir o eficaz 
desempenho das funções das missões diplomáticas, em seu caráter de representantes dos Estados. 
Comentários: 
A finalidade dos privilégios e imunidades diplomáticas não é, de forma alguma, beneficiar indivíduos. Questão 
errada. 
25. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
O agente diplomático goza, em regra, da imunidade de jurisdição civil, administrativa e penal do Estado 
acreditado. 
Comentários: 
De fato, o diplomata possui imunidade de jurisdição administrativa, penal e civil do Estado acreditado. 
Questão correta. 
26. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados-2002) 
Somente os Estados acreditantes podem renunciar às imunidades de natureza penal e civil de que gozem 
os seus representantes diplomáticos. 
Comentários: 
O Estado acreditante poderá renunciar à imunidade penal e civil de que gozem seus representantes 
diplomáticos junto ao Estado acreditado. Questão correta. 
27. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados-2002) 
Os Estados são representados junto a soberanias estrangeiras, para o trato de “assuntos de Estado”, 
pelos seus funcionários consulares. 
Comentários: 
Quem representa o Estado frente a uma soberania estrangeira (assuntos de Estado) são os agentes 
diplomáticos. Os funcionários consulares são representantes do Estado acreditante para fins de tratar de 
assuntos privados. Questão errada. 
28. (Juiz Federal – 5ª Região-2000) 
Sobre a representação diplomática: 
I) As isenções tributárias e de serviço são reconhecidas apenas aos chefes de missão diplomática. 
II) A sede da missão diplomática goza de inviolabilidade. 
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III) As imunidades diplomáticas têm por fundamento jurídico a doutrina funcional. 
IV) O país acreditante deverá aceitar todos os representantes diplomáticos indicados pelo Estado 
acreditado. 
V) Os agentes diplomáticos não gozam de imunidades de jurisdição penal, somente civil. 
Estão corretas somente as proposições: 
a)I e II 
b) I e V 
c) II e III 
d) III e IV 
e) IV e V 
Comentários: 
A primeira assertiva está errada. Não são somente os chefes de missões diplomáticas que gozam de isenção 
tributária. 
A segunda assertiva está correta. Os locais das missões diplomáticas gozam de inviolabilidade. 
A terceira assertiva está correta. As imunidades diplomáticas têm como objetivo garantir o eficaz desempenho 
das funções da missão diplomática. Essa é a doutrina funcional. 
A quarta assertiva está errada por dois motivos. O primeiro é que a banca examinadora fez confusão entre 
Estado acreditante e Estado acreditado. Estado acreditante é o que envia os representantes diplomáticos. 
Estado acreditado é quem recebe esses diplomatas. O segundo é que o Estado acreditado não é obrigado a 
aceitar os representantes diplomáticos enviados pelo Estado acreditante. 
A quinta assertiva está errada. Os agentes diplomáticos gozam de imunidade penal e civil no Estado 
acreditado. 
29. (CESPE – Oficial de Inteligência/ABIN – 2018) 
Em razão da instrumentalidade das formas, admite-se a presunção da renúncia da imunidade de 
jurisdição pelo Estado na fase de execução de um processo judicial, quando houver o ato expresso de 
renúncia na fase de conhecimento do mesmo processo. 
Comentários: 
A renúncia de jurisdição deve ser expressa. No processo judicial, a renúncia deverá ser confirmada em todos 
os momentos. Não há que se falar em presunção de renúncia na fase de execução se, na fase de conhecimento, 
tenha havido a renúncia. Isso quer dizer que será necessária uma nova renúncia. É o que está previsto pelo 
art. 32, 4 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) internalizada pelo Decreto nº 
56.435/1965. Questão errada. 
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30. (CESPE – Oficial de Inteligência/ABIN – 2018) 
Cônsul de Estado estrangeiro poderá ser processado e julgado pelo Poder Judiciário brasileiro no caso 
de praticar crime não relacionado a atos de ofício em território brasileiro. 
Comentários: 
De acordo com o art. 43 da Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963) internalizada pelo Decreto 
nº 61.078/1967, os funcionários consulares, bem como os empregados do consulado, não estarão sujeitos à 
jurisdição do Estado que os recebeu, desde que o objeto processo sejam atos praticados no exercício de suas 
funções consulares. Na questão, percebemos que se trata de um crime que não está relacionado com os atos 
do ofício consular, o que indica que o Poder Judiciário brasileiro poderá processar e julgar o Cônsul. Questão 
correta. 
31. (MPT – Procurador do Trabalho/MPT – 2017) 
O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos. 
Comentários: 
Desde que expressa, o Estado acreditante poderá sim renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes 
diplomáticos. Questão correta. 
32. (MPT – Procurador do Trabalho/MPT – 2017) 
A renúncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou administrativas não implica renúncia à 
imunidade quanto às medidas de execução de sentença, para as quais nova renúncia é necessária. 
Comentários: 
Questão parecida com uma que já vimos neste material. Exato. Para cada ato processual, será necessária uma 
nova renúncia. É o que está previsto no art. 32, 4 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) 
internalizada pelo Decreto nº 56.435/1965. Questão correta. 
33. (MPT – Procurador do Trabalho/MPT – 2017) 
Os locais da missão diplomática gozam do privilégio da inviolabilidade e o Estado acreditado tem o 
dever de protegê-los de qualquer perturbação. 
Comentários: 
Exato! Trata-se de uma obrigação especial do Estado acreditado. É o que está previsto nos arts. 37 e 22, 2 
da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) internalizada pelo Decreto nº 56.435/1965. 
Questão correta. 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nessa aula, estudou-se a teoria das imunidades, inicialmente, estatais, além da jurisprudência pátria acerca 
do assunto. Ainda, buscou-se estudar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e a 
Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963), de forma a compreender, respectivamente, as 
imunidades diplomáticas e consulares. 
 
Nosso contato para quaisquer dúvidas ou sugestões: 
Prof. Ricardo Vale 
E-mail: ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
Instagram: https://www.instagram.com/profricardovale/ 
Telegram: https://t.me/direitoconstitucionalconcursos/ 
Prof. Matheus Atalanio 
Instagram: https://www.instagram.com/matheus.atalanio/ 
Telegram: https://t.me/direitointernacionalcacd/
Por fim, logo abaixo, estão a lista de questões e seu gabarito. 
Abraços, 
Prof. Ricardo Vale 
Prof. Matheus Atalanio 
 
LISTA DE QUESTÕES 
1. (Juiz Federal 1ª Região- 2009) 
Pedro, cidadão brasileiro, presta serviços como cozinheiro na embaixada do Estado X no Brasil. Após 
constatar que vários dos direitos trabalhistas previstos na Consolidação das Leis do Trabalho estavam 
sendo desrespeitados, Pedro decidiu ajuizar ação na justiça do trabalho brasileira. Com base nessa 
situação hipotética, assinale a opção correta. 
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 22 
a) Deve ser seguido o procedimento descrito na Convençãodas Nações Unidas sobre Imunidades de 
Jurisdição e Execução do Estado. 
b) Em matéria trabalhista, não há imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro no Brasil. 
c) A imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro é absoluta por força de uma norma jus cogens. 
d) A competência para conhecer da ação é da justiça federal. 
e) Em matéria trabalhista, não há imunidade de execução do Estado estrangeiro no Brasil. 
2. (Juiz Federal – 5ª Região- 2005) 
O Estado estrangeiro está sujeito à jurisdição brasileira quando pratica ato jure gestiones, como, por 
exemplo, a aquisição de bens móveis e imóveis. 
3. (Juiz Federal – 5ª Região- 2005) 
Em causas relativas à responsabilidade civil, o Estado estrangeiro goza de imunidade de jurisdição, 
devendo a parte lesada discutir sua pretensão indenizatória perante os tribunais do país faltoso. 
4. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
A regra que dispõe não haver jurisdição entre os pares (par in parem non habet judicium) não mais se 
aplica ao relacionamento entre Estados tendo em vista o princípio da jurisdição universal. 
5. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
A renúncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações cíveis ou administrativas implica renúncia à 
imunidade quanto às medidas de execução da sentença, para as quais nova renúncia é necessária. 
6. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
Não há imunidade de execução de bens de Estado estrangeiro para cumprimento de dívidas 
trabalhistas. 
7. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
Organismos internacionais gozam de imunidade de jurisdição em igualdade de condições com Estados 
estrangeiros. 
8. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
As imunidades dos organismos internacionais independem dos tratados que os criaram. 
9. (IBFC – Juiz Federal/TRF 2ª Região – 2018) 
A imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro em matéria trabalhista foi flexibilizada no Brasil em 
função da evolução do costume internacional sobre a matéria. 
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10. (PGR – Procurador da República/PGR – 2017) 
As organizações internacionais podem invocar, em seu benefício, a imunidade plena de jurisdição mesmo 
em face de atos de mera gestão, desde que tal imunidade esteja prevista em tratado. 
11. (CESPE – Oficial de Inteligência/ABIN – 2018) 
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não é possível a responsabilização, em território 
brasileiro, de Estado estrangeiro por ato de guerra, por tratar-se de manifestação de ato de império. 
12. (CESPE – Defensor Público Federal/DPU – 2017) 
Imunidade de jurisdição é atributo inerente aos organismos internacionais decorrente do fato de estes 
serem considerados pessoas jurídicas de direito internacional. 
13. (CESPE – Defensor Público Federal/DPU – 2017) 
A execução forçada de eventual sentença condenatória trabalhista contra Estado estrangeiro somente 
será possível se existirem, no território brasileiro, bens do executado estranhos à representação 
diplomática ou consular. 
14. (MPF / Procurador da República – 2015) 
O diplomata, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, pode renunciar a 
própria inviolabilidade, uma vez que se trata de direito personalíssimo outorgado pelo Direito 
Internacional. 
15. (MPF / Procurador da República – 2015) 
Os cônsules não podem ser obrigados a depor sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções, 
nem a exibir correspondência e documentos oficiais que a elas se refiram. 
16. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) 
O reconhecimento da imunidade de jurisdição de agentes diplomáticos, existente desde os primórdios 
do direito internacional, embora seja norma costumeira, não consolidada em forma de tratado, 
apresenta elevado grau de adesão multilateral. 
17. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) 
A residência particular do agente diplomático goza de inviolabilidade e proteção, assim como o local 
da missão diplomática, o que não ocorre com a pessoa do agente diplomático, que poderá sofrer 
detenção ou prisão por parte do Estado acreditado, em decorrência de violação às regras do direito 
penal desse mesmo Estado. 
18. (MPF / Procurador da República – 2011) 
Os agentes consulares, no direito consular contemporâneo: 
a) gozam de imunidade plena, equiparável à dos diplomatas. 
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b) gozam de imunidade quanto aos atos oficiais, dentro da jurisdição consular. 
c) têm que ser recrutados entre agentes da carreira diplomática. 
d) não gozam de imunidade pessoal, ainda que exerçam funções consulares em seção respectiva de 
missão diplomática. 
19. (Advocacia Geral da União-2010-adaptada) 
Em virtude do não pagamento de dívida contraída no Estado acreditado, o diplomata brasileiro pode 
ser declarado persona non grata pelo Estado estrangeiro, desde que seja previamente submetido ao 
devido processo legal. 
20. (Juiz Federal – 5ª Região-2007) 
No âmbito de uma missão diplomática, apenas o chefe da missão goza de imunidade de jurisdição penal 
e civil. 
21. (OAB-2007) 
Em determinado Estado, um agente diplomático estrangeiro envolveu-se em um acidente de trânsito, 
causando a morte de um pedestre. Nessa situação, diante do homicídio culposo: 
a) o Estado acreditado pode julgar o agente diplomático estrangeiro, por tratar-se de crime que não 
tem qualquer relação com a função diplomática. 
b) o Estado acreditado só pode julgar o agente diplomático se ele renunciar expressamente à imunidade 
de jurisdição. 
c) o agente diplomático somente poderá ser julgado no Estado acreditado se o Estado acreditante 
renunciar expressamente à imunidade de jurisdição. 
d) em nenhuma hipótese é possível o julgamento do agente diplomático, por ser irrenunciável a imunidade 
de jurisdição. 
22. (OAB-2006.2) 
Sobre imunidades e privilégios diplomáticos e consulares, assinale a alternativa CORRETA: 
a) no âmbito da missão diplomática, os membros do quadro diplomático de carreira e os membros do 
quadro administrativo e técnico, que sejam oriundos do Estado acreditante, gozam de ampla imunidade 
de jurisdição penal; 
b) a imunidade, no âmbito da jurisdição civil, inclui a imunidade nos feitos sucessórios, mesmo que o 
agente diplomático esteja envolvido na questão a título estritamente privado; 
c) as imunidades processuais de que gozam os cônsules e funcionários consulares se estendem aos 
membros da sua família; 
d) no caso dos cônsules, a imunidade quanto à jurisdição penal alcança os crimes relacionados aos atos 
de ofício e os crimes comuns. 
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23. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
Os cônsules e os diplomatas gozam da mesma pauta de privilégios e imunidades. 
24. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
A finalidade dos privilégios e imunidades diplomáticos, além de beneficiar indivíduos, é garantir o eficaz 
desempenho das funções das missões diplomáticas, em seu caráter de representantes dos Estados. 
25. (Procurador da Fazenda Nacional – 2003) 
O agente diplomático goza, em regra, da imunidade de jurisdição civil, administrativa e penal do Estado 
acreditado. 
26. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados-2002) 
Somente os Estados acreditantes podem renunciar às imunidades de natureza penal e civil de que gozem 
os seus representantes diplomáticos. 
27. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados-2002) 
Os Estados são representados junto a soberanias estrangeiras, para o trato de “assuntos de Estado”,pelos seus funcionários consulares. 
28. (Juiz Federal – 5ª Região-2000) 
Sobre a representação diplomática: 
I) As isenções tributárias e de serviço são reconhecidas apenas aos chefes de missão diplomática. 
II) A sede da missão diplomática goza de inviolabilidade. 
III) As imunidades diplomáticas têm por fundamento jurídico a doutrina funcional. 
IV) O país acreditante deverá aceitar todos os representantes diplomáticos indicados pelo Estado 
acreditado. 
V) Os agentes diplomáticos não gozam de imunidades de jurisdição penal, somente civil. 
Estão corretas somente as proposições: 
a)I e II 
b) I e V 
c) II e III 
d) III e IV 
e) IV e V 
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29. (CESPE – Oficial de Inteligência/ABIN – 2018) 
Em razão da instrumentalidade das formas, admite-se a presunção da renúncia da imunidade de 
jurisdição pelo Estado na fase de execução de um processo judicial, quando houver o ato expresso de 
renúncia na fase de conhecimento do mesmo processo. 
30. (CESPE – Oficial de Inteligência/ABIN – 2018) 
Cônsul de Estado estrangeiro poderá ser processado e julgado pelo Poder Judiciário brasileiro no caso 
de praticar crime não relacionado a atos de ofício em território brasileiro. 
31. (MPT – Procurador do Trabalho/MPT – 2017) 
O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos. 
32. (MPT – Procurador do Trabalho/MPT – 2017) 
A renúncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou administrativas não implica renúncia à 
imunidade quanto às medidas de execução de sentença, para as quais nova renúncia é necessária. 
33. (MPT – Procurador do Trabalho/MPT – 2017) 
Os locais da missão diplomática gozam do privilégio da inviolabilidade e o Estado acreditado tem o 
dever de protegê-los de qualquer perturbação. 
 
GABARITO
1. Letra B 
2. CERTA 
3. ERRADA 
4. ERRADA 
5. ERRADA 
6. ERRADA 
7. ERRADA 
8. ERRADA 
9. CERTA 
10. CERTA 
11. CERTA 
12. ERRADA 
13. CERTA 
14. ERRADA 
15. CERTA 
16. ERRADA 
17. ERRADA 
18. Letra B 
19. ERRADA 
20. ERRADA 
21. Letra C 
22. Letra A 
23. ERRADA 
24. ERRADA 
25. CERTA 
26. CERTA 
27. ERRADA 
28. Letra C 
29. ERRADA 
30. CERTA 
31. CERTA 
32. CERTA 
33. CERTA 
 
 
 
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