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Portfolio A relacao da LGPD e o contexto social brasileiro - unopar

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12
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SERVIÇO SOCIAL
nome do(s) autor(es) em ordem alfabética
A RELAÇÃO DA LGPD E O CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
CIDADE
2021
nome do(s) autor(es) em ordem alfabética
A RELAÇÃO DA LGPD E O CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas de • Filosofia • Ética, política e cidadania • Psicologia social • Sociologia
Tutor (a): XXXXXXXXX
CIDADE
2021
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	DESENVOLVIMENTO	4
2.1	LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E SUA FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA	4
2.2	A CRIAÇÃO DA LGPD COMO FRUTO DA CONCEPÇÃO DO HOMEM NO MERCADO DA SOCIEDADE BRASILEIRA	6
2.3	PARA ALÉM DE UMA LEI: A SOCIOLOGIA COMO INTERVENÇÃO	8
3	CONCLUSÃO	10
REFERÊNCIAS	11
	
	
INTRODUÇÃO
A produção textual desse semestre se baseia na Lei Geral de Proteção dos Dados (LGDP), de 2018, a qual foi imprescindível na mudança de como os dados dos usuários são coletados e utilizados pelas empresas, e, portanto, veio para transformar o cenário social no país. Essa coleta de dados pelas corporações, sejam elas de âmbito público, sejam elas de âmbito privado, tem como objetivo primário garantir a proteção do cliente de hipotéticas violações à sua privacidade.
Para isso, este trabalho é dividido em três partes, as quais permeiam questões trabalhadas nas disciplinas de Filosofia, Ética, Sociologia e Psicologia Social. A primeira parte, intitulada, “Lei Geral de Proteção de Dados e sua Fundamentação Ética” trata das questões éticas; a segunda, “A Criação da LGPD Como Fruto da Concepção do Homem no Mercado da Sociedade Brasileira”, ressalta as questões filosóficas e, por fim, a parte três aborda o papel da sociologia nesse cenário. 
Dessa forma, buscou-se analisar a transição de como os dados são utilizados de uma maneira menos violável ao indivíduo, explicitando a necessidade de fazer uma análise da relação entre a LGDP e a teia social brasileira. Isso ocorre, também, porque a lei é baseada em princípios éticos, possuindo um elo com esse preceito básico a todas as instituições que lidam com bases de informações individuais e, consequentemente, com pessoas.
DESENVOLVIMENTO
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E SUA FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), de n° 13.709, diz respeito ao tratamento de dados pessoais do indivíduo pelas empresas, públicas ou privadas. Dessa forma, a LGPD fornece novas regras a forma de coleta de dados no mundo digital, objetivando a proteção da liberdade, da privacidade e do desenvolvimento da personalidade da pessoa. 
Para atingir tal objetivo, essa nova legislação versa sobre os requisitos para o tratamento de dados pessoais, dos direitos do titular, da segurança e boas práticas e da responsabilidade da empresa. Dessa forma, a LGPD busca assegurar seus fundamentais estabelecidos em seu artigo 2°: 
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos I - o respeito à privacidade; II - a autodeterminação informativa; III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais (BRASIL, 2018, Art. 2)
É nesse sentido apresentado pelo artigo 2° da Lei de Nº 13.709, a ética de sua fundamentação torna-se evidente. Ao defender, em seus parágrafos iniciais, esta lei demonstra a importância de três elementos para o homem contemporâneo: a liberdade, a privacidade e sua personalidade. No Direito Brasileiro, os dois primeiros (liberdade e privacidade) são considerados direitos da personalidade, de caráter inviolável, irrenunciável e intransmissível, os quais todo indivíduo tem de controlar o uso de qualquer aspecto constitutivo de sua identidade (LEMOS, 2017).
A fim de estabelecer de forma adequada a fundamentação ética encontrada da LGDP, nesse primeiro momento, é importante distinguir personalidade e identidade, termo supracitado anteriormente. Apesar da semelhança, ao lançar luz sobre os dois temas, é notório seus aspectos divergentes.
De acordo Alves (2012), a identidade, na perspectiva civil-constitucional, está relacionada à honra do homem, no que tange sua imagem, ideias, experiências sociais, convicções religiosas, morais e sociais, que diferenciam a pessoa e ao mesmo tempo a qualificam.
Já a personalidade, por sua vez, pode ser entendida como a essência da pessoa: ela versa sobre os diferentes modos de pensar, agir e sentir que o homem possui, os quais devem ser resguardados pelo Estado e respeitada por todos, independentemente de como seja (FARIAS; BOLESINA, 2018).
No entanto, devido ao enfoque que será dado às formas que o homem é visto no mercado de dados no segundo tópico deste trabalho, mostra-se pertinente recorrer à visão da psicologia acerca desse debate. Enquanto a personalidade na visão jurídica, é aquilo que confere ao indivíduo ser titular de direitos e deveres, na psicologia ela é entendida como a consequência da relação da interação do indivíduo com o mundo, isto é, compreende-se como o sujeito em sua totalidade, formado pelas suas experiências em sociedade (CALISSI, 2016).
Por fim, a identidade, conforme Bock (2002, p. 190), "é a síntese pessoal sobre o si mesmo, incluindo dados pessoais (cor, sexo, idade), biografia (trajetória pessoal), atributos que os outros lhe conferem, permitindo uma representação a respeito de si". 
Dessa forma, tendo se estabelecido esse contraste, é possível compreender, no sentido ético filosófico, a defesa da liberdade e da privacidade, como direitos da personalidade da pessoa, abordados na Lei Geral de Proteção de Dados. 
Como abordado anteriormente, a LGPD também “dispõe sobre o tratamento de dados pessoais nos meios digitais” (BRASIL, 2018, Art. 1). A importância desse ponto se deve ao fato de que a utilização de informações de forma indevida, ocorridas a partir do uso de ferramentas tecnológicas, se configuram enquanto problemas éticos. 
Na verdade, são justamente transformações ocorridas a partir do valor outorgado a dados pessoais no mundo virtual que dão origem a um novo conceito de ética. Segundo Cabral (2006, apud GARNIER; PADILHA, 2019), 
Toda uma nova ética está se estruturando entre os jovens que têm acesso à estrutura que viabiliza a cibernese e comungam entre si, por meio dessa profusão de apps e dispositivos inteligentes. (...) Logo, a "ética" a que me refiro é o conjunto de atitudes que está em exercício e funcionando na sociedade, sem vínculo com aspectos morais, sendo apenas um compêndio descritivo da práxis sociocultural (CABRAL, 2006, apud GARNIER; PADILHA, 2019).
Nesse sentido, considerando a criação LGPD como uma decorrência da necessidade de uma legislação acerca do tratamento de dados no âmbito virtual, pode-se visualizar o conflito ético nela encontrado: é como se essa legislação trouxesse uma nova moral, vinculada ao aspecto moral, em contrapartida à ética que se encontrava presente nesse meio. 
Sendo assim, é possível compreender a fundamentação ética da Lei Geral de Proteção de Dados: esta ampara aspectos morais, sendo eles a proteção à liberdade, à privacidade e, dessa forma, ao desenvolvimento da personalidade do indivíduo. 
No mundo contemporâneo, a proteção da privacidade é fortificada pelo desenvolvimento da comunicação por meio digitais. Conforme essa lógica, Capurro (2005, apud FUGAZZA, 2016, p. 31) afirma que, “como hoje vivemos em um ambiente digital, proteger a privacidade individual significa fundamentalmente proteger nossos dados digitais.”
Além disso, conforme Daniel Nagel (2012, p. 124, apud FUGAZZA, 2016, p. 32), “a liberdade do indivíduo pressupõe que o mesmo possua oportunidades de escolher como, quando e onde deseja revelara sua identidade em um mundo compartilhado.” Dessa forma, nota-se a relação da privacidade com a liberdade, na medida em que privacidade seria, então, a liberdade de poder escolher como e quais informações podem ser compartilhadas.
Sendo assim, a importância de proteger a privacidade elucida-se: a partir do momento em que a autonomia dos indivíduos é infringida, tem-se a violação de sua própria liberdade, a qual gera consequências na garantia da identidade da pessoa, esta sendo um direito inviolável, que faz enquadra no direito da personalidade:
“A nossa identidade digital consiste em responder à questão acerca de o que somos no ciberespaço. [...] Neste contexto, somos nossos dados digitais; e que são estes os que necessitam de proteção ética e legal. “O direito de ser deixado em paz” (CAPURRO; ELDRED; NAGEL, 2012) está, então, associado à proteção de privacidade no âmbito do ciberespaço” (FUGAZZA, 2016, p. 32).
Com base nisso, afirma-se que a proteção dos direitos à privacidade e inviolabilidade dos dados dos usuários é assegurada pela LGPD é fundamental para a garantia dos direitos da personalidade do cidadão. Esse aspecto moral, aliado ao uso das novas tecnologias com ética, é o que caracteriza a base principiológica da LGPD (GARNIER; PADILHA, 2019)
A CRIAÇÃO DA LGPD COMO FRUTO DA CONCEPÇÃO DO HOMEM NO MERCADO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
	A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais está em vigor, no Brasil, desde setembro de 2020. No entanto, o debate sobre sua importância possui origens anteriores: a lei foi aprovada em 2018, a partir da influência do GDPR (sigla em inglês para Regulamento Geral de Proteção de Dados), que é o regulamento europeu para o tratamento de dados. 
		É importante ressaltar que existem leis que dispõem acerca da proteção de dados desde 1995: Diretiva 95/46/CE da União Europeia. No entanto, não havia uma inclusão de regras rígidas no que tange à esfera digital. No Brasil, essa inclusão passou a ser pensada, além do GDRP, em consequência do aumento de crimes virtuais e a necessidade de combatê-los. 
		É fundamental salientar que crimes virtuais não se restringem aos ataques de hackers. A lei, na verdade, tem seu foco em como as empresas, sejam elas públicas ou privadas, tratam os dados de seus clientes. Dessa forma, a LGPD é uma forma de proteger o consumidor do uso indevido de seus dados e da ausência de transparência das empresas. 
Essa proteção é necessária, pois os dados dos usuários possuem um enorme valor econômico para as empresas, as quais, por sua vez, em decorrência desse sentido financeiro, se apropriam do volume de informações disponíveis na internet. Um exemplo desse modelo é o caso Cambridge Analytica, empresa que se utilizou dos dados pessoais comprados pela corporativa facebook para interferir nas eleições estadunidenses de 2018: “as preferências de acessos dos usuários eram vendidas para a Cambridge Analytica, que, por sua vez, se utilizava dos dados para identificar as preferências políticas dos usuários” (NETO, 2020). De acordo com o Portal G1 (2018), 87 milhões de usuários tiveram seus dados expostos. 
Dessa forma, é possível visualizar que a LGPD surge não apenas como uma ferramenta ética, mas em decorrência da visão que o Mercado possui do homem contemporâneo. Como afirmado no tópico anterior “A Lei Geral de Proteção de Dados e Sua Fundamentação Ética”, os dados do usuário fazem parte da constituição de sua identidade (FUGAZZA, 2016). Dessa forma, o mercado contemporâneo passa a entender o usuário como um produto, algo a ser vendido.
Como este trabalho busca, como um dos objetivos específicos, relacionar as questões éticas da LGPD, viu-se a necessidade de explicitar uma visão divergente da implantada pelo atual sistema econômico no que diz respeito ao tratamento de dados. Nesse sentido, introduz-se a concepção de Immanuel Kant acerca do homem e sua privacidade. Para Kant, o homem deve agir
“de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio” (KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. P. Quintela. Lisboa: Edições 70, 2007. p. 69).
Em síntese, em Fundamentação da Metafísica, Kant defende que não se pode atribuir valor ao homem. Diferentemente da atribuição de valor que é feita a identidade da pessoa — no sentido atribuído aos seus dados — realizada pelo sistema de mercado atual, deve-se considerar o ser em função da sua autonomia enquanto ser racional, como um fim em si mesmo.
Além disso, como uma crítica ainda maior ao sistema que deu origem a LGPD, os postulados Kantianos afirmam que as ações não devem ser orientadas conforme os interesses e as inclinações de um único indivíduo (KANT, 2007), ou, no caso analisado, de uma empresa. Para além disso, é necessário considerar a humanidade na pessoa ao praticar ações relacionadas a outro ser humano (KANT, 2007).
Sendo assim, em consonância, a Lei Geral de Proteção de Dados busca orientar as ações por princípios morais, posicionados para além dos interesses pessoais, assim como a perspectiva Kantiana defende.
PARA ALÉM DE UMA LEI: A SOCIOLOGIA COMO INTERVENÇÃO 
Como explicitado nos tópicos anteriores, a LGPD surgiu como uma reação ao quadro ético e econômico apresentado na sociedade, devido às mudanças socioeconômicas geradas pela disponibilidade dos dados pessoais dos usuários no meio digital. Apesar da Lei ser uma excelente iniciativa, tendo em vista que esta assegura a privacidade, a liberdade e o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, não é apenas no âmbito jurídico que o problema da segurança dos dados pessoais pode ser trabalho. 
A Sociologia, como parte das ciências humanas, estuda a sociedade, tanto seu contexto como as modificações socioculturais na contemporaneidade. Dessa maneira, é papel do sociólogo compreender também as interações do mundo virtual. 
Segundo Nascimento (2016), as novas tecnologias, da mesma forma que modificaram o objeto de estudo da sociologia, também alteraram a forma de fazer essa ciência, na medida em que a Sociologia que se faz presente no âmbito virtual estuda as novas formas de interagir socialmente.
"mudanças dos relacionamentos e nas comunidades, provocadas pelas redes sociais digitais; as alterações na relação com o espaço; o crescimento e a disseminação da vigilância; a desigualdade digital e o capitalismo da informação; o sistema de ensino e o cuidado com a saúde na era digital" (NASCIMENTO, 2016, p. 221). 
O estudo dessas mudanças pode ter um grande impacto positivo no que diz respeito às dinâmicas da proteção da privacidade, da liberdade e da personalidade. Por exemplo, Nascimento (2016) destaca a questão do capitalismo da informação, justamente o fator responsável pela atribuição de um valor aos dados pessoais e a consequente violação da privacidade destas informações. 
Dessa maneira, ao pesquisar os impactos das mídias e redes sociais digitais para o comportamento dos atores sociais, função do sociólogo no mundo digital, conforme Nascimento (2016), a sociologia mostra-se como uma intervenção ao cenário amoral apresentado nas mídias digitais (CABRAL, 2006, apud GARNIER; PADILHA, 2019), no que diz respeito à proteção das informações dos usuários. 
CONCLUSÃO
Neste trabalho, foram abordadas as implicações socioeconômicas da Lei Geral de Proteção de Dados. Foi visto que essa nova legislação versa sobre os requisitos para o tratamento de dados pessoais, dos direitos do titular, da segurança e boas práticas e da responsabilidade da empresa. Dessa forma, a LGPD protege a privacidade, a liberdade e o desenvolvimento da personalidade do indivíduo.
Conforme a abordagem adotada, no primeiro item do trabalho foram analisadas as questões éticas relacionadas a LGPD. Nessa parte, foi analisada que a proteger a privacidade é proteger a liberdade de escolha do indivíduo em relação a divulgação dos seus dados pessoais, os quais são partes constituintes da identidade do indivíduo. Dessa forma, a LGPD garante a proteção dos direitos da personalidade, o quecaracteriza a sua base principiológica (GARNIER; PADILHA, 2019). 
Em seguida, visualizou-se que a LGPD surge não apenas como uma ferramenta ética, mas em decorrência da visão que o Mercado possui do homem contemporâneo: este entende o usuário como um produto, algo a ser vendido. Em contrapartida, analisou-se a visão de Immanuel Kant, o qual defende que não se pode atribuir valor ao homem.
Para finalizar, evidenciou-se que a LGPD, como uma solução jurídica, não é a única que pode impactar positivamente o cenário explicitado no tópico 2.2 do trabalho. A sociologia, como uma ciência que estuda as mudanças ocorridas na sociedade, mostra-se também como uma como uma intervenção ao cenário amoral apresentado nas mídias digitais (CABRAL, 2006, apud GARNIER; PADILHA, 2019), no que diz respeito à proteção das informações dos usuários.
REFERÊNCIAS
ALVES, P. H. A. Direito à identidade pessoal. DireitoNet, 2012. Disponível em: <direitonet.com.br/artigos/exibir/7399/Direito-a-identidade-pessoal>. Acesso em: 10 ago. 2021. 
BOCK, A. M. B. et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª edição. São Paulo: Saraiva, 2002.
BRASIL. Lei 13.709, de 14 de agosto de 2018. Dispõe sobre a proteção de dados pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm>. Acesso em: 10 ago. 2021.
CALISSI, J. G. A identidade como um direito fundamental articulado a partir dos direitos da personalidade. Anais do VI Simpósio Internacional de Análise Crítica do Direito, p. 114, 2016. Disponível em: <http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20a%20identidade%20como%20um%20direito%20fundamental%20articulado%20a%20partir%20dos%20direitos%20da%20personalidade>. Acesso em: 10 ago. 2021. 
Facebook eleva para 87 milhões o nº de usuários que tiveram dados explorados pela Cambridge Analytica. G1, 04 de abr. 2018. Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/economia/tecnologia/noticia/facebook-eleva-para-87-milhoes-o-n-de-usuarios-que-tiveram-dados-explorados-pela-cambridge-analytica.ghtml>. Acesso em: 10 ago. 2021.
FUGAZZA, Grace Quaresma. A questão do direito à privacidade no Facebook: um estudo à luz da ética da informação. Informação & Informação, v. 24, n. 2, p. 494-462, 2016. Disponível em: <http://www.unirio.br/unirio/cchs/eb/arquivos/tccs-2016.2/Grace%20Quaresma%20Fugazza.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2021. 
FARIAS, A. A.; BOLESINA, I. Direitos da personalidade: o direito à identidade como fundamental. XII Mostra de Iniciação Científica e Extensão Comunitária e XI Mostra de Pesquisa de Pós-Graduação IMED 2018, 2018. Disponível em: <https://soac.imed.edu.br/index.php/mic/xiimic/paper/view/1094>. Acesso em: 10 ago. 2021. 
GARNIER, C. M.; PADILHA, T. M. Ética, privacidade e novas tecnologias: o impacto da lei de proteção de dados na sociedade. Migalhas, 2019. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/311142/etica--privacidade-e-novas-tecnologias--o-impacto-da-lei-de-protecao-de-dados-na-sociedade>. Acesso em: 10 ago. 2021.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. P. Quintela. Lisboa: Edições 70, 2007.
LEMOS, D. R. Direitos da personalidade: evolução histórica. JUS BRASIL, 2017. Disponível em: <https://douglasrocha81.jusbrasil.
.br/artigos/472373910/direitos-da-personalidade>. Acesso em: 4 ago. 2021.
NASCIMENTO, L. F. A sociologia digital: um desafio para o século XXI. Sociologias, v. 18, p. 216-241, 2016. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/15174522-018004111>. Acesso em: 11 ago. 2021. 
NETO, P. L. M.; Entendendo a origem e as regras da Lei Geral de Proteção de Dados. DireitoNet, 2020. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11903/Entendendo-a-origem-e-as-regras-da-Lei-Geral-de-Protecao-de-Dados>. Acesso em: 10 ago. 2021.

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