Buscar

Contestacao NPJ1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE NOVA IGUAÇU – RJ. 
 
 
Processo nº _________________________. 
 
 
LIGHT - SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S.A., pessoa jurídica de direito 
privado concessionária do serviço público de distribuição de energia elétrica, 
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 60.444.437/0001-46, com sede na Avenida Marechal 
Floriano, nº 168, Centro, Município do Rio de Janeiro, nos autos do processo em 
epígrafe em que se examina ação ajuizada por LEONARDO GONÇALVES, vem 
através do procurador que esta subscreve apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelos 
fatos e fundamentos que abaixo aduzidos. 
 
I. DA TEMPESTIVIDADE. 
 Nos termos do art. 335 do CPC, considerando que a intimação para 
responder a presente ação ocorreu em (data)¸ conforme (intimação), tem-se por 
tempestiva a presente contestação, devendo ser acolhida. 
 
II. BREVE SÍNTESE 
1. Insurge-se a parte autora contra o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI 
sob o nº 007007 e a consequente cobrança do consumo recuperada. 
2. Do exposto requer: a nulidade da multa (TOI); indenizaçao por danos 
morais e materiais e por fim, a condenaçao da Cia. em custas processuais e 
honorários. 
3. Contudo, tais pretenções não merecem ser acolhidas com base nas 
demonstrações de fato e de direito que serão expostas na presente peça 
contestatória. 
Eis a lide em sua essência. 
 
III. DAS PRELIMINARES. 
AUSÊNCIA DE PRETENSÃO RESISTIDA – NÃO ESGOTAMENTO DA VIA 
ADMINISTRATIVA. 
4. No presente caso sequer houve a tentativa do Autor em resolver a 
demanda diretamente com o Réu, o que se comprova pelo fato da parte autora não 
juntar protocolo de atendimento, fato que seria prontamente esclarecido se a parte 
autora entrasse em contato com a Concessionária Ré. 
5. Trata-se de falta de interesse e necessidade da via jurisdicional, por 
sequer demonstrar em sua inicial a presença de uma pretensão resistida, uma vez 
que no presente caso havia plena possibilidade de cumprimento espontâneo da 
tutela mediante simples requerimento. 
6. Vale dizer que, após a lavratura do TOI, a autora tomou ciência do débito 
apurado e de que poderia apresentar recurso junto à Light, ora parte Ré, caso não 
concordasse com a cobrança. Todavia, o autor deixou transcorrer o prazo in 
albis, e intentou a presença ação buscando a condenação da empresa, que se 
espera, não ocorra. 
A doutrina ao lecionar sobre o tema destaca: 
"O interesse de agir concerne à necessidade e à utilidade da 
tutela jurisdicional pedida pelo demandante. A legitimidade 
para causa (ou legitimatio ad causam), que não se confunde 
com a legitimidade para o processo (ou legitimatio ad 
processum, conhecida ainda como capacidade para estar em 
juízo), concerne à pertinência subjetiva da ação, atine à 
titularidade (ativa e passiva) da ação. Para postular em juízo é 
necessário ter interesse e legitimidade." (MITIDIERO, Daniel. 
ARENHART, Sérgio Cruz. MARINONI, Luiz Guilherme. Novo 
Código de Processo Civil Comentado - Ed. RT, 2017. e-book, 
Art. 17). 
7. Dessa forma, diante da manifesta inadequação da via jurisdicional para o 
pleito, tem-se por demonstrada a falta de interesse em agir. 
 
IV. DO MÉRITO - DA REALIDADE DOS FATOS 
De fato, técnicos estiveram junto a residência do autor ao passo que fora 
lavrado o TOI n° 007007 com todas as informações detalhadas e a descrição da 
irregularidade detectada – conforme documentos em anexo. Após a constatação da 
aludida irregularidade, o consumo da unidade foi normalizado. 
Como restou demonstrado, há divergência entre a energia efetivamente 
vendida e o valor faturado, de forma que a diferença apurada representa débito 
junto à ré. 
Após a confirmação das irregularidades apuradas, efetuou a Ré o cálculo da 
receita a ser recuperada, tomando por base a carga elétrica instalada na unidade 
consumidora, tudo de acordo com o disposto no art. 130 da Resolução nº 414/10 
da Agência Nacional de Energia Elétrica. 
Logo, não há que se falar que o débito realizado pelo réu, é totalmente ilegal. 
A ré agiu a todo tempo pautada na legislação que rege a matéria, não havendo que 
se falar em ilegalidade ou afronta aos direitos da autora. 
Vale frisar que, após a lavratura do TOI, a apelante tomou ciência do débito 
apurado e de que poderia apresentar recurso junto à Light, caso não concordasse 
com a cobrança. Todavia, o autor deixou transcorrer o prazo in albis, e intentou a 
presença ação buscando a condenação da empresa, que se espera, não ocorra. 
Nesse sentido vale destacar o artigo 129, §4º da Resolução 414/2010: 
Artigo 129, §4º - Na ocorrência de indicio de procedimento 
irregular a distribuidora deve adotar as providencias 
necessárias para sua fiel caracterização e apuração do 
consumo não faturado ou faturado a menor. 
 Desta forma, não há que se questionar a conduta da ré, uma vez que se 
encontra em consonância com a legislação vigente. 
 
DO EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO – DA EXCLUDENTE DE ILICITUDE. 
Inicialmente, a Light pede vênia para estabelecer uma premissa que 
deverá ser observada ao longo dessa defesa: o Termo de Ocorrência e Inspeção 
praticado pela concessionária, na forma da Resolução ANEEL 414/10, é ato 
administrativo consubstanciado na aplicação de uma providência reparatória em 
razão de irregularidade comprovada na medição de consumo de energia elétrica. 
Uma vez ser ato administrativo, o TOI é dotado de atributos, que lhe são 
peculiares, tais como, segundo as lições de Hely Lopes Meirelles, “a presunção de 
legitimidade, porque se presume legal a atividade administrativa, por conta da 
inteira submissão ao princípio da legalidade; auto-executoriedade, uma vez que 
será executado, quando necessário e possível, ainda que sem o consentimento do 
seu destinatário; imperatividade, ante a inevitabilidade de sua execução, 
porquanto reúne sempre poder de coercibilidade para aqueles a que se destina”. 
 
Nesta esteira, é inegável que os atos administrativos, qualquer que seja sua 
categoria ou espécie, nascem com a presunção de legitimidade, 
independentemente de norma legal que os estabeleça. Vale ressaltar, que essa 
presunção decorre do princípio da legalidade da Administração, que, nos Estados 
de Direito, informa toda a atuação governamental. A 
Pois bem, o objetivo de deixar tal premissa consignada logo no introito se 
deve ao fato de que, a partir da entrada em vigor da Resolução 414/10 da ANEEL, 
houve uma renovação no setor elétrico, em que se consolidou os direitos e deveres 
dos usuários, introduzindo novos aspectos relacionados às condições de 
fornecimento e alterando também os procedimentos sobre Termo de Ocorrência 
de Irregularidade, o qual passou a ser denominado Termo de Ocorrência e 
Inspeção, considerando, sobretudo, a ampla defesa e o contraditório. 
 
DA IRREGULARIDADE CONSTATADA NO MEDIDOR DA PARTE AUTORA – 
PROCEDIMENTO LEGÍTIMO. 
A unidade usuária objeto dos autos está cadastrada como cliente da Light 
sob o nº 0020546655, mantendo, pois, nítida relação contratual, pela qual se 
compromete a quitar as faturas do consumo de energia elétrica que lhe são 
disponibilizadas. 
Ocorre que, não obstante a Light ter prestado regularmente os seus 
serviços, restou constatado em sede de verificação periódica desvio de energia no 
ramal de entrada: 
A constatação da irregularidade foi devidamente registrada no Termo 
de Ocorrência e Inspeção (TOI) de nº 007007(Resolução Normativa ANEEL nº 
414/2010, art. 1303), sendo, após, efetuada a cobrança (refaturamento) do 
valor de R$500,00 (quinhentos reais), referente à diferença de consumo de 
energia não faturado, o que correspondente ao prejuízo sofrido pela Light. 
Comprovado o procedimento irregular, para proceder à recuperação da 
receita, a distribuidora deve apurar as diferenças entre os valores efetivamente 
faturados e aqueles apurados por meio de um dos critérios descritos nos incisos a 
seguir, aplicáveisde forma sucessiva, sem prejuízo do disposto nos arts. 131 e 170: 
I – utilização do consumo apurado por medição 
fiscalizadora, proporcionalizado em 30 dias, desde que 
utilizada para caracterização da irregularidade, segundo a 
alínea “a” do inciso V do § 1o do art. 129; 
II – aplicação do fator de correção obtido por meio de 
aferição do erro de medição causado pelo emprego de 
procedimentos irregulares, desde que os selos e lacres, a 
tampa e a base do medidor estejam intactos; 
III – utilização da média dos 3 (três) maiores valores 
disponíveis de consumo de energia elétrica, 
proporcionalizados em 30 dias, e de demanda de potências 
ativas e reativas excedentes, ocorridos em até 12 (doze) ciclos 
completos de medição regular, imediatamente anteriores ao 
início da irregularidade; (Redação dada pela REN ANEEL 670 
de 14.07.2015) 
A irregularidade em questão indubitavelmente importou em 
faturamento a menor do consumo de energia, em prejuízo à Light e 
beneficiando exclusivamente o usuário, verdadeiro enriquecimento 
imotivado. 
Deve ser esclarecido, ainda, que não há que se falar em conduta 
unilateral por parte da concessionária, eis que é enviada carta informativa 
ao cliente expondo todo procedimento, bem como informando que em caso 
de discordância poderia apresentar recurso fundamentado em uma das lojas 
da Light, no prazo de 30 dias, conforme previsto na Resolução. 
Insta salientar ainda que o parcelamento especial de TOI é um projeto da 
Concessionária para facilitar a quitação da dívida. Assim, se o cliente não 
estiversatisfeito, poderá entrar em contato com a Empresa e solicitar o 
cancelamento deste, conforme abaixo: 
Art. 115. Comprovada deficiência no medidor ou em demais 
equipamentos de medição, a distribuidora deve proceder à 
compensação do faturamento de consumo de energia elétrica e de 
demanda de potência ativa e reativa excedentes com base nos 
seguintes critérios: (Redação dada pela REN ANEEL 479, de 
03.04.2012) 
I – aplicar o fator de correção, determinado por meio de 
avaliação técnica em laboratório, do erro de medição; 
II – na impossibilidade de determinar os montantes faturáveis 
pelo critério anterior, utilizar as respectivas médias aritméticas dos 
valores faturados nos 12 (doze) últimos ciclos de faturamento de 
medição normal, proporcionalizados em 30 (trinta) dias, observado 
o disposto no § 1o do art. 89; ou (Redação dada pela REN ANEEL 
479, de 03.04.2012) 
III – no caso de inviabilidade de ambos os critérios, utilizar o 
faturamento imediatamente posterior à regularização da medição, 
observada a aplicação do custo de disponibilidade, conforme 
disposto no art. 98. 
§ 1º O período de duração, para fins de cobrança ou devolução, deve 
ser determinado tecnicamente ou pela análise do histórico dos 
consumos de energia elétrica e demandas de potência. (Redação 
dada pela REN ANEEL 479, de 03.04.2012) 
§ 2º Os prazos máximos para fins de cobrança ou devolução devem 
observar o disposto no art. 113. 
§ 3º Se a deficiência tiver sido provocada por aumento de carga, à 
revelia da distribuidora, devem ser considerados no cálculo dos 
valores faturáveis a parcela adicional da carga instalada, os fatores 
de carga e de demanda médios anteriores ou, na ausência destes, 
aqueles obtidos a partir de outras unidades consumidoras com 
atividades similares, devendo o período de cobrança ser 
determinado conforme disposto no art. 132. 
§ 4º A distribuidora deve informar ao consumidor, por escrito, a 
descrição da deficiência ocorrida, assim como os procedimentos a 
serem adotados para a compensação do faturamento, com base no 
art. 133. 
§ 5º A substituição do medidor e demais equipamentos de medição 
deve ser realizada, no máximo, em até 30 (trinta) dias após a data de 
constatação da deficiência, com exceção para os casos previstos no 
art. 72. 
§ 6º A distribuidora deve parcelar o pagamento em número de 
parcelas igual ao dobro do período apurado ou, por solicitação do 
consumidor, em número menor de parcelas, incluindo as parcelas 
nas faturas de energia elétrica subsequentes. (Redação dada pela 
REN ANEEL 479, de 03.04.2012) 
§ 7º Condiciona-se a caracterização da deficiência no medidor ou 
demais equipamentos de medição ao disposto no § 1º do art. 129. 
§ 8º No caso de aplicação do inciso I, a avaliação técnica dos 
equipamentos de medição pode ser realizada pela Rede de 
Laboratórios Acreditados ou pelo laboratório da distribuidora, desde 
que com pessoal tecnicamente habilitado e equipamentos calibrados 
conforme padrões do órgão metrológico, devendo o processo ter 
certificação na norma ABNT NBR ISO 9001. (Redação dada pela REN 
ANEEL 479, de 03.04.2012). 
Conforme explanado resta nítido a legalidade da multa aplicada – TOI, bem 
como de todo procedimento realizado pela parte Ré. 
 
INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DANO MORAL 
 Conforme explanado, resta nítido que não há que se falar em qualquer 
espécie de dano. Muito menos em danos morais. 
 Com efeito, inexistente no presente caso o dano moral alegado pela parte 
autora, porquanto, para sua configuração, não bastam meras alegações: deve ser 
comprovada, ao menos, a existência de fato que pudesse, ainda que 
potencialmente, colocar a suposta vítima em situação de afronta moral ou 
psicológico. 
 De outro lado, seria mesmo impensável se admitir a concessão de 
qualquer quantia à parte autora, considerando o fato de que foi apurada fraude 
grosseira no medidor, restando configurada a hipótese de ocorrência de crime de 
furto de energia. Agraciar o possível fraudador com uma indenização, seria, ao ver 
da Light, algo imoral. 
 Não basta, portanto, alegar ter sofrido o dano moral; deve ser 
comprovada a ocorrência de situação que o pudesse, ainda que potencialmente, 
causar; o que não foi feito nestes autos pela parte autora (CPC, art. 373, I). 
 E mesmo que a Light tivesse concorrido para os danos que a parte autora 
alega ter sofrido (o que desde sempre se refuta), a improcedência de tal pedido 
ainda seria impositiva, pois os fatos narrados na inicial refletem tão somente a 
ocorrência de mero dissabor decorrente de atividades corriqueiras, hipótese 
insuficiente para a configuração do dano moral, conforme sedimentado pelo 
c. STJ: 
“O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral, mas 
somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, 
causando fundadas aflições ou angústias no espírito de quem ela se 
dirige.” 
A doutrina é igualmente uníssona no sentido de que “(...) mero inadimplemento 
contratual, mora ou prejuízo econômico não configuram, por si sós, dano moral, po 
completamente descabido o pedido de reparação por danos morais nestes autos, 
por qualquer ângulo que se analise a questão.” 
 
DESCABIMENTO DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO 
Para que o consumidor faça jus à devolução de eventuais valores é 
necessário que se comprove que a cobrança se deu de maneira indevida e de má-
fé, bem como o efetivo pagamento indevido (art. 42, § único, do CDC), o que não 
ocorreu . 
Art. 42 - Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia 
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual 
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
 
 Visto isso não é aplicável o parágrafo único do dispositivo em 
questão haja vista que não há que se falar em cobrança indevida, uma vez 
comprovada legalidade da multa aplicada pelo consumo faturado. 
 Ademais, a dívida imputada à parte autora, refere-se ao valor da energia 
consumida e não paga, em razão de irregularidade constatada. Trata-se, pois, de 
cobrança regular, prevista no art. 130 e seguintes da Resolução Normativa ANEEL 
nº 414/2010, o que afasta, peremptoriamente, a alegação de pagamento 
indevido que justificaria a devolução de eventual valor que tenha sido pago. 
Art. 130. Comprovado o procedimento irregular, para procederà 
recuperação da receita, a distribuidora deve apurar as diferenças 
entre os valores efetivamente faturados e aqueles apurados por meio 
de um dos critérios descritos nos incisos a seguir, aplicáveis de forma 
sucessiva, sem prejuízo do disposto nos arts. 131 e 170. 
Mas, ainda que se entenda pela devolução de valores, o que se admite apenas a 
título argumentativo, a restituição deveria se dar de forma simples, nos termos do 
verbete nº 85 da Súmula de jurisprudência predominante do TJ-RJ 
Súmula 85 TJRJ - "Incabível a devolução em dobro pelo fornecedor e 
pela concessionária, se a cobrança por eles realizada estiver prevista 
em regulamento, havendo repetição simples do indébito.” 
 
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 
A inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC) é admitida somente quando 
presentes os seus pressupostos. A norma insculpida no art. 373, I do CPC, prevê 
expressamente que cabe ao autor o ônus de provar o fato constitutivo de seu 
direito. No mesmo sentido a Súmula nº 330 da jurisprudência predominante do 
TJRJ. 
 
Súmula nº 330 - "Os princípios facilitadores da defesa do 
consumidor em juízo, notadamente o da inversão do ônus da 
prova, não exoneram o autor do ônus de fazer, a seu encargo, 
prova mínima do fato constitutivo do alegado direito." 
 
No caso dos autos, a parte autora pretende a inversão do ônus probatório 
sem apresentar qualquer documento hábil a comprovar as alegações deduzidas 
na petição inicial, ou seja, sem desincumbir-se do ônus de fazer prova mínima dos 
fatos que embasam o direito alegado, razão pelo qual o pleito é manifestamente 
descabido. 
 
V. CONCLUSÃO E PEDIDOS. 
Por todos os motivos expostos, a Light confia na decretação da improcedência de 
todos os pedidos, com a condenação da parte autora ao pagamento dos honorários 
advocatícios, em seu grau máximo, além dos demais encargos advindos da 
sucumbência. 
Protesta pelos meios de prova em direito admitidos, em especial, documental 
superveniente (CPC, art. 435). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Cidade, data. 
Advogado, OAB.

Continue navegando