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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPUS ALPHAVILLE CURSO: LETRAS LINHA DE PESQUISA: LITERATURA LUSÓFONAS, ANGLÓFONAS E HISPANOFALANTES EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL: UMA ANALOGIA COM AS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA EM PORTUGAL DANDARA ARAUJO MALAQUIAS São Paulo 2021 DANDARA ARAUJO MALAQUIAS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL: UMA ANALOGIA COM AS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA EM PORTUGAL Projeto de Pesquisa – Curso de Graduação – Licenciatura em Letras Língua Portuguesa e Língua Inglesa, apresentado à comissão julgadora da UNIP – Alphaville. São Paulo 2021 SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO...................................................................................................3 1.1 Revisão da literatura......................................................................................3 2 OBJETIVOS......................................................................................................7 3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................8 4BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 9 1 INTRODUÇÃO A Sociolinguística têm tido um papel central em muitos estudos no campo do estudo do uso da língua na sociedade, no que tange, principalmente, as variações linguísticas as quais ocorrem no decorrer dos tempos. Nesta linha de pensamento, o foco desta pesquisa está voltado para as expressões idiomáticas utilizadas no cotidiano da Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil, realizando um paralelo explicativo, considerando alguns fatores que são de suma importância na criação e desenvolvimento dessas expressões pelos indivíduos. Neste trabalho pretendemos elaborar um estudo que venha de forma comparativa analisar algumas expressões dessas duas línguas que embora ditas iguais, contudo, são distintas nos sotaques (sintaxe e fonética), na gramática, na ortografia, nos discursos formais, nos discursos informais, entre outros, uma disparidade que é percebida não só pela escrita, sobretudo, na forma como se pronunciam. E, partindo desse pressuposto de que a língua se modifica, altera-se, reinventa-se, faremos a abordagem pelo olhar da sociolinguística, especificamente, do uso de expressões coloquiais no dia a dia da língua portuguesa no Brasil e em Portugal. 2 CARACTERISTICAS DA SOCIOLINGUÍSTICA A Sociolinguística é o ramo da Linguística que tem como principal caraterística o estudo da relação da língua com a sociedade, a forma como ela é usada e seus efeitos na sociedade. O “objeto da Sociolinguística é a língua falada/sinalizada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto é, em situações reais de uso”, ocupa-se da língua não somente por si, mas como esta se modifica para adequar-se aos seus falantes. Para a Sociolinguística, a língua é provida de “heterogeneidade sistemática”, fato que concede o reconhecimento e definição de diferenças sociais na comunidade, constituindo-se como parte da competência linguística dos indivíduos, o campo de estruturas heterogêneas (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006, p.101). A datar de 1960, após conceitos e teorias de diversos estudiosos da linguagem, que a Sociolinguística postulou sua posição de campo específico de estudo e acabou expondo duas vertentes distintas para se especificar a essa área que correlaciona língua e sociedade: a própria sociolinguística na qual antropólogos e linguistas descrevem e analisam a língua, a oura vertente se refere à sociologia da linguagem, que entende a linguagem no comportamento da sociedade, ou seja, se preocupa com a interpretação do efeito que a língua tem na sociedade. Para a sociolinguista acredita-se que ocorre partilha comum de padrões normativos dentro da comunidade de fala mesmo quando ocorre diferenciação na fala real, ou seja, leva-se em consideração não só uso linguístico compartilhado pelos falantes, mas, principalmente, as marcas sociais que se tornam evidentes, podemos tomar como exemplos, a fala que é dominada nas escolas, na mídia, no trabalho, nos ambientes aos quais exigem a norma culta, para muitos, a norma padrão, as marcas sociais, também são notadas tanto pelo, regionalismo, pela fala desprestigiada, como é caso das gírias. Podemos dizer que essas marcas sociais são os estereótipos da língua, é o caso dos neologismos, das expressões idiomáticas, ou qualquer outro método de comunicação utilizado, dizemos que nesta observação o individuo é um ser estratificado, ou seja, um tipo social que é caracterizado por um conjunto de fatores, tais como: regionalidade, profissão, faixa etária, sexo, entre outras. A Sociolinguística afirma que os valores sociais, a estrutura social costumam ter efeito sobre a língua, influenciando ou determinando a estrutura do idioma no comportamento social, estudando a língua em uso real, ou seja, para a sociolinguística a língua é uma instituição social, sendo assim, faz-se necessário estudá-la em um contexto situacional, levando em consideração, a cultura, a história do povo, tudo que venha somar para definir a comunicação, o ato da fala. A principal função da sociolinguística é de investigar os fatores que levam a língua a sofrer a variação, a motivação que leva essa língua à mudança. Entendamos algumas definições para o termo comunidade linguística. Para Bloomfield uma comunidade linguística é uma reunião de pessoas que interagem por meio da linguagem. Labov diz: A comunidade linguística define-se menos por um acordo explícito em relação ao emprego dos elementos da língua do que por uma participação num conjunto de normas comuns. 2.1 Objeto da Sociolinguística O objeto da sociolinguística é a língua falada, descrita, observada e analisada em seu contexto social, ou seja, em situações de uso, Uma comunidade de fala se caracteriza não pelo fato de se constituir por indivíduos que falam do mesmo modo, mas sim, por pessoas que se relacionam, por meio de redes comunicativas diversas, e que norteiam seu desempenho verbal por um mesmo conjunto de regras. Ao estudar qualquer comunidade linguística, a descoberta mais iminente é a existência de diversidades ou da variação, porque, toda comunidade se diferencia pelo emprego de características específicas nos modos de falar. As línguas em geral são extensões históricas – gerações sucessivas de indivíduos que recebem o legado e transmitem a seus descendentes o domínio de uma língua particular, essa que com o passar dos anos recebe uma mudança devido o contato com outras línguas ou mesmo herdam características que fazem com que a língua passe por variedades. Para Marcos Bagno (2013), variedade linguística se aplica a uma característica das línguas humanas que faz parte de sua própria natureza: a heterogeneidade. A variação linguística se manifesta desde o nível mais elevado e coletivo – quando comparamos, por exemplo, o português falado em dois países diferentes (Brasil e Portugal) – até o nível mais baixo e individual, quando observamos o modo de falar de uma única pessoa, a tal ponto que é possível dizer que o número de “línguas” num país é o mesmo de habitantes de seu território. Bagno (2013) A consciência de que a língua é variável remonta à Antiguidade, quando os primeiros estudiosos da língua grega tentaram sistematizá- la para o ensino e para a crítica literária. Eles, no entanto, fizeram uma avaliação negativa da variação, que viram como um obstáculo para a unificação territorial e para a difusão da língua. Foi nessa época (século III a.C.) que surgiua disciplina chamada gramática, dedicada explicitamente a criar um modelo de língua que se elevasse acima da variação e servisse de instrumento de controle social por meio de um instrumento linguístico. A consequência cultural desse processo histórico é que o termo língua passou a ser usado, no senso comum, para rotular exclusivamente esse modelo idealizado, literário, enquanto todos os usos reais, principalmente falados, foram lançados à categoria do erro. Os trabalhos de Labov em Martha’s Vineyard e em três lojas de departamento de Nova Iorque no estado de Massachusetts na década de 1960 foi o ponto de partida para os estudos varacionistas. A investigação foi ‘a pronúncia da primeira vogal dos ditongos /ay/ e /aw/’ e ‘a realização do /r/ pós-vocálico’, respectivamente. Os resultados do primeiro estudo apontam para uma tendência dos moradores de Martha’s a centralizar a primeira vogal dos ditongos investigados, diferentemente da pronúncia padrão de Nova Inglaterra (região nordeste dos Estados Unidos, onde se localiza o estado de Massachusetts). No segundo estudo, a tendência encontrada vai na direção da fala de prestígio dos nova-iorquinos, uma tendência à pronúncia retroflexa do /r/, diferentemente da forma conservadora da década de 1930. Em ambos os estudos, fatores extralinguísticos é que se revelaram significativos. A diferença de uso está relacionada ao significado social e/ou estilístico. Como a linguagem é, em última análise, um fenômeno social, fica claro, para um sociolinguista, que é necessário recorrer às variações derivadas do contexto social para encontrar respostas para os problemas que emergem da variação inerente ao sistema linguístico. (CAMACHO, 2001, p. 50 Para Coelho, Gorski, May e Souza (2012) os estudos de Labov marcam as características sociais, que em uma pesquisa sociolinguística, transformam- se nos fatores condicionadores extralinguísticos. A motivação desse estudo foi a sua percepção de que aqueles ditongos poderiam ser pronunciados de diferentes maneiras1. Labov procurou dados dos ditongos /ay/ e /aw/ em diferentes situações: na fala casual, através da observação da interação entre falantes na rua, em bares etc.; na fala com acento emocional, através de questionários que requeriam aos informantes emitir juízos de valor; na fala cuidada, através de entrevistas; e na leitura, pedindo aos informantes para que lessem uma história em voz alta. As entrevistas foram realizadas com 69 nativos de Martha’s Vineyard, representantes das diferentes regiões da ilha. Entre eles, 40 eram up- islanders (provenientes da Ilha Alta) e 29 eram down-islanders (provenientes da Ilha Baixa). Labov controlou, também, a ocupação dos informantes: 14 deles eram pescadores, 8 se ocupavam da agricultura, 6 trabalhavam em construções, 19 eram comerciantes, 3 eram profissionais liberais, 5 eram donas de casa e 14 eram estudantes. A divisão entre grupos étnicos foi a seguinte: 42 descendentes de ingleses, 16 de portugueses e 9 de índios. Os fatores ‘idade’ e ‘sexo/gênero’ dos informantes também foram considerados. Por meio das entrevistas, Labov obteve 3.500 dados de /ay/ e 1.500 de /aw/, que lhe renderam interessantes resultados. O estudo de Labov em Martha’s Vineyard tem seus resultados amparados na identidade e na atitude dos falantes com relação à ilha. Aqueles que se identificam com a ilha e são avessos aos turistas centralizam mais os ditongos /ay/ e /aw/ para preservarem sua marca de identidade. Para refinar ainda mais sua análise na questão da atitude e da identidade, Labov comparou a fala de jovens descendentes de famílias inglesas. Aqueles que queriam sair da ilha e procurar diferentes oportunidades de emprego centralizavam pouco ou não centralizavam os ditongos /ay/ e /aw/; aqueles que queriam permanecer na ilha centralizavam muito mais. O motivo da escolha desta comunidade por Labov foi o facto de ser uma unidade autónoma, separada do território continental, com uma identidade linguística própria. A maior contribuição desse estudo foi mostrar a grande 1/2 Universidade Federal de Santa Catarina, Sociolinguística; Florianópolis (2012) Coelho.I.L; Görski.E.M, May.G.H, Souza.C.M.N influência que os fatores condicionadores extralinguísticos podem ter sobre a língua, ou seja, as motivações sociais que a variação linguística pode apresentar2. Tipos de variações que podem resultar das influências de fatores extralinguísticos: • Variação regional ou diatópica: • Variação social ou diastrática • Variação estilística ou diafásica • Variação na fala e na escrita ou diamésica • Variação diacrônica Para a variação regional ou diatópica - relaciona-se a diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico, observáveis entre falantes de origens geográficas distintas, ou seja, são as responsáveis pelos chamados regionalismos, provenientes de dialetos ou falares locais. As variedades geográficas também conduzem à oposição entre linguagem urbana e linguagem rural. A variação geográfica (regional) é classificada comummente a variação que mais dificulta a contagem em índices, devido principalmente a variedade que os dialetos apresentam, sejam eles, fonético-fonológicos, morfossintáticos ou lexicais. Na fonologia por exemplo que serve tanto para regiões brasileiras quanto portuguesas é a pronúncia da palavra leite, e na variação lexical estão os termos que são denominados de formas diferentes para algumas regiões, no Brasil podemos exemplificar na palavra mandioca ou macaxeira, em Portugal a Norte é cabrito, a Sul é chibo. E entre as duas línguas (Brasileira x Portuguesa), além da variação fonológica conhecidos como sotaques, consideramos em especial a sequência do uso no infinitivo em Portugal e o uso do gerúndio no Brasil, estar a + infinitivo, por estar + gerúndio, contudo, mesmo com essa variação há um sistema linguístico inteligível. 1/2 Universidade Federal de Santa Catarina, Sociolinguística; Florianópolis (2012) Coelho.I. L; Görski.E.M, May.G.H, Souza.C.M. N 3 GRAMATICALIZAÇÃO COMO UM EPIFENÔMENO De acordo com Meillet (1912), o termo gramaticalização, mesmo que ainda não obtivesse definição, era aplicado para relacionar com o processo de “atribuição de caráter gramatical a uma palavra outrora autônoma” (MEILLET, 1912, p. 131). Tal perspectiva, entretanto, sendo muito arcaica, era requisitada pelo filósofo Condillac, para explicitar a classe de tempo através da covalescência de um advérbio temporal à essência do verbo, como exemplificado (CONDILLAC, 2001). Subsequentemente, muitos autores fizeram pesquisas sobre o desenvolvimento das formas gramaticais, partindo de formas lexicais (LEHMANN, 1982). Nesse aspecto, distintas conceituações orientadas para a manifestação de alterações linguísticas, argumentaram conforme o preceito de gramaticalização (NARROG; HEUNE, 2011). Ressalta-se que o embasamento na conceituação acima se refere no fato de existir uma dicotomia de funcionalidades em meio às formas lexicais e gramaticais nas línguas. As instâncias primordiais são aplicadas para escrever, denominar ou para relacionar se à existência extralinguística: nomes, verbos, adjetivos e alguns advérbios como exemplos de classes que contém formas lexicais (entendidas como palavras de conteúdos). No que se refere às formas gramaticais, na sua vertente, são aplicadas algumas funcionalidades, como codificar etapas de tempo de característica temporal, de modo e característica, com possibilidade de ligar nominais ou orações, para classificar se um referencial pode ter sido ou não falado no discurso. Ressaltando as adposições, conjunções, pronomes e outros. São, entretanto, certos exemplares de categorias que contém formas gramaticais (assim consideradas palavras funcionais). Dessa forma são denominadas por se relacionarem a elementos linguísticos. Assegurando-se quea língua é ativa e as formas alteram a categoria, a gramaticalização pode ser compreendida como um procedimento que propicia a modificação de categorias, isto é, formas/construções lexicais passam a constituir o grupo das formas/construções gramaticais, expandindo, dessa forma, o conteúdo funcional da língua. Ademais, mencionado por Kurylowicz (1975), a forma/construção gramatical pode no percurso da história da língua, ser ainda mais gramatical, conduzindo a aceitar uma categoria de gramaticalização dentro das maneiras da língua, garantindo um continuum dentre elas. Nesta progressão se evolui no significado de um cline de evolução, de acordo com a sugestão de Hopper e Traugott (2003): item de conteúdo > palavra gramatical > clítico > afixo flexional Elencando o referencial de qualquer centro de categoria para cada constituinte a direita, tem-se o entendimento mais ainda gramatical. Sendo necessário, portanto, que o processo não antecipa precisamente que a forma/construção obriga a responsabilizar o processo até o final. Os tipos de gramaticalização que não integralizaram o ciclo são pródigos no português (MARTELOTTA et al. 1996; BATORÉO, 2010; VITRAL; COELHO, 2010; SILVA, 2017, dentre outros). Lopes (2003) averigua a evolução da forma/construção lexical a gente - portanto, aplicada no século XVI para fazer referência a um conjunto específico de indivíduos – no cenário pronominal do português, podendo ser aplicada na modernidade, assim como no pronome de primeira pessoa do plural. Entretanto, uma forma de conteúdo nocional passa, em certa construção, numa forma gramatical, assegurando o cline demonstrado acima. Nesta vertente, apresenta o verbo ir aplicado como identificador de futuro em uma construção perifrástica como vou fazer. De forma gramaticalizada, o verbo tem funcionalidade auxiliar na marcação de tempo (LIMA, 2001) sabendo que ainda não chegou a ser um afixo flexional. Aditivamente, uma forma/construção gramatical se torna mais gramatical visto que acontece sua aplicabilidade funcional, assim como, exemplificado de verbos relacionais que se gramaticalizam nos verbos auxiliares, demonstrando assim as duas etapas do cline. Assim, a exemplificação de uma forma/construção que foi até o fim do circuito de gramaticalização, é relatada em registros do futuro desinencial das línguas românticas. No que se refere ao procedimento de gramaticalização do item/construção geral tem aparências de ser parcialmente moderno na língua, naturalmente se restringindo para os últimos anos do século XX e os anos iniciais do século XXI, denotando que, numa pesquisa executada na fundamentação de informações históricas do Corpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006) uma amostra linguística composta de 45 milhões de palavras desenvolvidas dos anos de 1200 a 1900, não há nenhum acontecimento do vocábulo na sua aplicabilidade gramaticalizada. Portanto, no momento que esta procura se atualiza no corpus constituído por 1,1 milhões de palavras selecionadas em artigos e revistas na Web, durante os anos de 2012 a 2019, há possibilidades de identificar alguns acontecimentos, de acordo com o que é visto a seguir: (1) “O ano continua difícil para o Mato Grosso do Sul com chuvas muito variadas, não entra um frente (sic) e chove geral desde dezembro. “ (2) “No Man’s Sky prometia muito desde que foi revelado, mas acabou decepcionando geral em seu lançamento. O jogo tinha diversos problemas técnicos e de desempenho, além de não ter entregado aquela experiência "mágica" tão prometida. “ (3) “Às vezes tem um pensamento comum entre a galera mais jovem e ativista de que as empresas só pensam em lucro e 'destroem geral' e isso é sempre generalizado, o que acaba formando um bloqueio de diálogo”. (4) “Sabe aquele sujeito crítico que geral diz que odeia, mas que no fundo, lá no fundo, todos amam? Esse é o Edgard. “ (8) “A deputada Jó Pereira levantou a discussão, fazendo críticas ao liberou geral previsto no decreto.” (5) "O gesto da arminha com a mão pegou geral, chefe. E esse garoto- propaganda que eu escolhi! ", comemora, se referindo a Bolsonaro. “ Uma análise de um agrupamento de informações delineado acima confirma a possibilidade em que a palavra geral passa por um procedimento de gramaticalização na língua e, aditivamente, parece uma facilidade de aplicações da forma, de acordo com o que se escreve. No exemplo (1), o elemento/construção está no emprego de adverbial, especificando o verbo chover e adicionando uma circunstância de lugar, equiparando, na sua semântica, a em todo o estado. Referindo-se, então, de uma aplicação mais gramatical de maneira que é comparada a aplicação de modelo com adjetivo, assim exemplificado, onde leva marcas de flexão. O modelo (2) chama a atenção para os estudiosos em relevância a gramaticalização, devido demonstrar uma leitura dúbia, dessa forma, oferecendo um vestígio de uma condição para reanálise: geral, na (2), apresenta a seguinte interpretação como advérbio especificado de forma nominal de gerúndio sendo equivalente a completamente quanto um sintagma nominal deixa satisfatório as suas imposições do predicado verbal, tendo funcionamento como seu complemento e correspondendo na semântica a todas as pessoas (ou todo mundo). No exemplo (03), geral se coloca também no fundamento do verbo destruir, sendo classificado, na morfologia, como um pronome indefinido correspondendo a tudo e com função, entretanto, de forma a ser um quantizador geral. No exemplo (04), a forma/construção responde as necessidades do predicado dizer, atuando assim como seu sujeito e, equiparando a todos (todo o mundo); expressa-se, entretanto, como um pronome indefinido (expressão indefinida) plural desenvolvido, ainda mais, a funcionalidade de quantificador universal. Referindo-se a uma aplicação remotamente adverbial onde se aplica um procedimento de inovação lexical, corroborando com a dinâmica da língua. Finalizando com o exemplo (5), se classifica como emprego adverbial que especifica o verbo pegar, concedendo-lhe uma circunstância ao modelo do adverbio completamente. É relevante analisar que a natureza semântica do elemento geral nas suas contextualizações examinadas tem uma consonância à concepção de totalidade, sintetizando, dessa forma, em um único vocábulo uma interpretação de um sintagma mais complicado, onde fica relativo instigar sua seleção diante da escolha do falante. Conectado a isso, não se pode desprezar o procedimento de gramaticalização que se entrelaça a quesitos cognitivos de duas essências: (i) metafórica, conectada à abstração da forma, e (ii) metonímica, associada ao contexto de reanálise. O caso da palavra geral ser munido de capacidade para reproduzir de forma concentrada o contexto semântico de grupo sintagmático entrelaça um sistema cognitivo de sentido metonímico que propicia, de certeza, o processo de reanálise e gramaticalização da forma. Portanto, certificando-se a espécie de documentação assegurada nos gêneros textuais nas quais os acontecimentos possam ser conquistados num campo de interação moderno do Corpus do Português, se crê que o procedimento de gramaticalização do item/construção geral possa ter sido criado em condições da fala com menos formalidade, circundando a relação de falantes mais novos. Ainda mais, de acordo com pesquisas, o fenômeno não poderia ter começado na cidade do Rio de Janeiro e se propagado no país por causa de uma existência estável deste protótipo da língua nos ambientes do Brasil através da mídia de televisão. Um corpus do português brasileiro falado informalmente com representação predominante a diatópica mineira, através de gravações realizadas em 2006-2011, não conseguiu detectar um caso do item/construção geral na sua aplicabilidade gramaticalizada (RASO; MELLO, 2012). Dessa forma, com oobjetivo não só de fazer testes dos próprios prognósticos, assim como conseguir mais informações sobre o fenômeno, se procurou novos embasamentos de dados, bem como uma forma gramaticalizada e canônica. Portanto, assim como o Twitter não se enquadra num corpus e, entretanto, não demonstra balanceamento ou representatividade, o exame dos dados conseguidos terá delimitação de perspectivas qualitativas para a pesquisa do processo de gramaticalização. 5 BIBLIOGRAFIA BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2013. COELHO, GORSKI, MAY E SOUZA, Sociolinguística, Florianópolis, 2012 CONDILLAC, É. B. Essay on the Origin of Human Knowledge. Edited by Hans Aarsleff. New York: Cambridge University Press, 2001[1746]. DAVIES, M.; FERREIRA, M. Corpus do Português: 45 million words, 1300s- 1900s. 2006. FARIAS, V. F. de. Dos Açores ao Brasil meridional: uma viagem no tempo – 500 anos, litoral catarinense. 2. ed. Florianópolis: Edição do Autor, 2000. LEHMANN, C. Thoughts on grammaticalization: a programmatic sketch. v. 1 Arbeiten des Kölner Universalien-Projekts, 1 LIMA, José Pinto de. Sobre a génese e a evolução do futuro com ir em Português. 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