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TCC EXPRESSOES IDIOMÁTICAS VERSAO DIA 07 NOV

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
CAMPUS ALPHAVILLE 
 
 
 
 
CURSO: LETRAS 
LINHA DE PESQUISA: LITERATURA LUSÓFONAS, ANGLÓFONAS E 
HISPANOFALANTES 
 
 
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA NO 
BRASIL: UMA ANALOGIA COM AS EXPRESSÕES 
IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA EM PORTUGAL 
 
 
 
DANDARA ARAUJO MALAQUIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
 
DANDARA ARAUJO MALAQUIAS 
 
 
 
 
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA NO 
BRASIL: UMA ANALOGIA COM AS EXPRESSÕES 
IDIOMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA EM PORTUGAL 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa – Curso de 
Graduação – Licenciatura em Letras 
Língua Portuguesa e Língua Inglesa, 
apresentado à comissão julgadora da 
UNIP – Alphaville. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
SUMÁRIO 
1INTRODUÇÃO...................................................................................................3 
1.1 Revisão da literatura......................................................................................3 
2 OBJETIVOS......................................................................................................7 
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................8 
4BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Sociolinguística têm tido um papel central em muitos estudos no campo 
do estudo do uso da língua na sociedade, no que tange, principalmente, as 
variações linguísticas as quais ocorrem no decorrer dos tempos. Nesta linha de 
pensamento, o foco desta pesquisa está voltado para as expressões idiomáticas 
utilizadas no cotidiano da Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil, realizando 
um paralelo explicativo, considerando alguns fatores que são de suma 
importância na criação e desenvolvimento dessas expressões pelos indivíduos. 
Neste trabalho pretendemos elaborar um estudo que venha de forma 
comparativa analisar algumas expressões dessas duas línguas que embora 
ditas iguais, contudo, são distintas nos sotaques (sintaxe e fonética), na 
gramática, na ortografia, nos discursos formais, nos discursos informais, entre 
outros, uma disparidade que é percebida não só pela escrita, sobretudo, na 
forma como se pronunciam. 
E, partindo desse pressuposto de que a língua se modifica, altera-se, 
reinventa-se, faremos a abordagem pelo olhar da sociolinguística, 
especificamente, do uso de expressões coloquiais no dia a dia da língua 
portuguesa no Brasil e em Portugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 CARACTERISTICAS DA SOCIOLINGUÍSTICA 
A Sociolinguística é o ramo da Linguística que tem como principal 
caraterística o estudo da relação da língua com a sociedade, a forma como ela 
é usada e seus efeitos na sociedade. O “objeto da Sociolinguística é a língua 
falada/sinalizada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto é, 
em situações reais de uso”, ocupa-se da língua não somente por si, mas como 
esta se modifica para adequar-se aos seus falantes. 
Para a Sociolinguística, a língua é provida de “heterogeneidade 
sistemática”, fato que concede o reconhecimento e definição de diferenças 
sociais na comunidade, constituindo-se como parte da competência linguística 
dos indivíduos, o campo de estruturas heterogêneas (WEINREICH; LABOV; 
HERZOG, 2006, p.101). 
A datar de 1960, após conceitos e teorias de diversos estudiosos da 
linguagem, que a Sociolinguística postulou sua posição de campo específico de 
estudo e acabou expondo duas vertentes distintas para se especificar a essa 
área que correlaciona língua e sociedade: a própria sociolinguística na qual 
antropólogos e linguistas descrevem e analisam a língua, a oura vertente se 
refere à sociologia da linguagem, que entende a linguagem no comportamento 
da sociedade, ou seja, se preocupa com a interpretação do efeito que a língua 
tem na sociedade. 
Para a sociolinguista acredita-se que ocorre partilha comum de padrões 
normativos dentro da comunidade de fala mesmo quando ocorre diferenciação 
na fala real, ou seja, leva-se em consideração não só uso linguístico 
compartilhado pelos falantes, mas, principalmente, as marcas sociais que se 
tornam evidentes, podemos tomar como exemplos, a fala que é dominada nas 
escolas, na mídia, no trabalho, nos ambientes aos quais exigem a norma culta, 
para muitos, a norma padrão, as marcas sociais, também são notadas tanto pelo, 
regionalismo, pela fala desprestigiada, como é caso das gírias. 
Podemos dizer que essas marcas sociais são os estereótipos da língua, 
é o caso dos neologismos, das expressões idiomáticas, ou qualquer outro 
método de comunicação utilizado, dizemos que nesta observação o individuo é 
um ser estratificado, ou seja, um tipo social que é caracterizado por um conjunto 
de fatores, tais como: regionalidade, profissão, faixa etária, sexo, entre outras. 
A Sociolinguística afirma que os valores sociais, a estrutura social 
costumam ter efeito sobre a língua, influenciando ou determinando a estrutura 
do idioma no comportamento social, estudando a língua em uso real, ou seja, 
para a sociolinguística a língua é uma instituição social, sendo assim, faz-se 
necessário estudá-la em um contexto situacional, levando em consideração, a 
cultura, a história do povo, tudo que venha somar para definir a comunicação, o 
ato da fala. 
A principal função da sociolinguística é de investigar os fatores que levam 
a língua a sofrer a variação, a motivação que leva essa língua à mudança. 
Entendamos algumas definições para o termo comunidade linguística. 
Para Bloomfield uma comunidade linguística é uma reunião de pessoas 
que interagem por meio da linguagem. Labov diz: A comunidade linguística 
define-se menos por um acordo explícito em relação ao emprego dos elementos 
da língua do que por uma participação num conjunto de normas comuns. 
 
2.1 Objeto da Sociolinguística 
O objeto da sociolinguística é a língua falada, descrita, observada e 
analisada em seu contexto social, ou seja, em situações de uso, Uma 
comunidade de fala se caracteriza não pelo fato de se constituir por indivíduos 
que falam do mesmo modo, mas sim, por pessoas que se relacionam, por meio 
de redes comunicativas diversas, e que norteiam seu desempenho verbal por 
um mesmo conjunto de regras. Ao estudar qualquer comunidade linguística, a 
descoberta mais iminente é a existência de diversidades ou da variação, porque, 
toda comunidade se diferencia pelo emprego de características específicas nos 
modos de falar. As línguas em geral são extensões históricas – gerações 
sucessivas de indivíduos que recebem o legado e transmitem a seus 
descendentes o domínio de uma língua particular, essa que com o passar dos 
anos recebe uma mudança devido o contato com outras línguas ou mesmo 
herdam características que fazem com que a língua passe por variedades. 
Para Marcos Bagno (2013), variedade linguística se aplica a uma 
característica das línguas humanas que faz parte de sua própria natureza: a 
heterogeneidade. 
A variação linguística se manifesta desde o nível mais elevado e coletivo 
– quando comparamos, por exemplo, o português falado em dois países 
diferentes (Brasil e Portugal) – até o nível mais baixo e individual, quando 
observamos o modo de falar de uma única pessoa, a tal ponto que é possível 
dizer que o número de “línguas” num país é o mesmo de habitantes de seu 
território. 
Bagno (2013) 
 
A consciência de que a língua é variável remonta à Antiguidade, 
quando os primeiros estudiosos da língua grega tentaram sistematizá-
la para o ensino e para a crítica literária. Eles, no entanto, fizeram uma 
avaliação negativa da variação, que viram como um obstáculo para a 
unificação territorial e para a difusão da língua. Foi nessa época (século 
III a.C.) que surgiua disciplina chamada gramática, dedicada 
explicitamente a criar um modelo de língua que se elevasse acima da 
variação e servisse de instrumento de controle social por meio de um 
instrumento linguístico. A consequência cultural desse processo 
histórico é que o termo língua passou a ser usado, no senso comum, 
para rotular exclusivamente esse modelo idealizado, literário, enquanto 
todos os usos reais, principalmente falados, foram lançados à categoria 
do erro. 
 
Os trabalhos de Labov em Martha’s Vineyard e em três lojas de 
departamento de Nova Iorque no estado de Massachusetts na década de 1960 
foi o ponto de partida para os estudos varacionistas. 
A investigação foi ‘a pronúncia da primeira vogal dos ditongos /ay/ e /aw/’ 
e ‘a realização do /r/ pós-vocálico’, respectivamente. Os resultados do primeiro 
estudo apontam para uma tendência dos moradores de Martha’s a centralizar a 
primeira vogal dos ditongos investigados, diferentemente da pronúncia padrão 
de Nova Inglaterra (região nordeste dos Estados Unidos, onde se localiza o 
estado de Massachusetts). No segundo estudo, a tendência encontrada vai na 
direção da fala de prestígio dos nova-iorquinos, uma tendência à pronúncia 
retroflexa do /r/, diferentemente da forma conservadora da década de 1930. Em 
ambos os estudos, fatores extralinguísticos é que se revelaram significativos. A 
diferença de uso está relacionada ao significado social e/ou estilístico. 
 
Como a linguagem é, em última análise, um fenômeno social, fica claro, 
para um sociolinguista, que é necessário recorrer às variações 
derivadas do contexto social para encontrar respostas para os 
problemas que emergem da variação inerente ao sistema linguístico. 
(CAMACHO, 2001, p. 50 
 
Para Coelho, Gorski, May e Souza (2012) os estudos de Labov marcam 
as características sociais, que em uma pesquisa sociolinguística, transformam-
se nos fatores condicionadores extralinguísticos. A motivação desse estudo foi 
a sua percepção de que aqueles ditongos poderiam ser pronunciados de 
diferentes maneiras1. 
Labov procurou dados dos ditongos /ay/ e /aw/ em diferentes situações: 
na fala casual, através da observação da interação entre falantes na rua, em 
bares etc.; na fala com acento emocional, através de questionários que 
requeriam aos informantes emitir juízos de valor; na fala cuidada, através de 
entrevistas; e na leitura, pedindo aos informantes para que lessem uma história 
em voz alta. As entrevistas foram realizadas com 69 nativos de Martha’s 
Vineyard, representantes das diferentes regiões da ilha. Entre eles, 40 eram up-
islanders (provenientes da Ilha Alta) e 29 eram down-islanders (provenientes da 
Ilha Baixa). 
Labov controlou, também, a ocupação dos informantes: 14 deles eram 
pescadores, 8 se ocupavam da agricultura, 6 trabalhavam em construções, 19 
eram comerciantes, 3 eram profissionais liberais, 5 eram donas de casa e 14 
eram estudantes. A divisão entre grupos étnicos foi a seguinte: 42 descendentes 
de ingleses, 16 de portugueses e 9 de índios. Os fatores ‘idade’ e ‘sexo/gênero’ 
dos informantes também foram considerados. Por meio das entrevistas, Labov 
obteve 3.500 dados de /ay/ e 1.500 de /aw/, que lhe renderam interessantes 
resultados. 
O estudo de Labov em Martha’s Vineyard tem seus resultados amparados 
na identidade e na atitude dos falantes com relação à ilha. Aqueles que se 
identificam com a ilha e são avessos aos turistas centralizam mais os ditongos 
/ay/ e /aw/ para preservarem sua marca de identidade. 
Para refinar ainda mais sua análise na questão da atitude e da identidade, 
Labov comparou a fala de jovens descendentes de famílias inglesas. Aqueles 
que queriam sair da ilha e procurar diferentes oportunidades de emprego 
centralizavam pouco ou não centralizavam os ditongos /ay/ e /aw/; aqueles que 
queriam permanecer na ilha centralizavam muito mais. 
O motivo da escolha desta comunidade por Labov foi o facto de ser uma 
unidade autónoma, separada do território continental, com uma identidade 
linguística própria. A maior contribuição desse estudo foi mostrar a grande 
 
1/2 Universidade Federal de Santa Catarina, Sociolinguística; Florianópolis (2012) Coelho.I.L; 
Görski.E.M, May.G.H, Souza.C.M.N 
influência que os fatores condicionadores extralinguísticos podem ter sobre a 
língua, ou seja, as motivações sociais que a variação linguística pode 
apresentar2. 
Tipos de variações que podem resultar das influências de fatores 
extralinguísticos: 
• Variação regional ou diatópica: 
• Variação social ou diastrática 
• Variação estilística ou diafásica 
• Variação na fala e na escrita ou diamésica 
• Variação diacrônica 
Para a variação regional ou diatópica - relaciona-se a diferenças 
linguísticas distribuídas no espaço físico, observáveis entre falantes de origens 
geográficas distintas, ou seja, são as responsáveis pelos chamados 
regionalismos, provenientes de dialetos ou falares locais. As variedades 
geográficas também conduzem à oposição entre linguagem urbana e linguagem 
rural. 
A variação geográfica (regional) é classificada comummente a variação 
que mais dificulta a contagem em índices, devido principalmente a variedade que 
os dialetos apresentam, sejam eles, fonético-fonológicos, morfossintáticos ou 
lexicais. Na fonologia por exemplo que serve tanto para regiões brasileiras 
quanto portuguesas é a pronúncia da palavra leite, e na variação lexical estão 
os termos que são denominados de formas diferentes para algumas regiões, no 
Brasil podemos exemplificar na palavra mandioca ou macaxeira, em Portugal a 
Norte é cabrito, a Sul é chibo. 
E entre as duas línguas (Brasileira x Portuguesa), além da variação 
fonológica conhecidos como sotaques, consideramos em especial a sequência 
do uso no infinitivo em Portugal e o uso do gerúndio no Brasil, estar a + infinitivo, 
por estar + gerúndio, contudo, mesmo com essa variação há um sistema 
linguístico inteligível. 
 
 
 
1/2 Universidade Federal de Santa Catarina, Sociolinguística; Florianópolis (2012) Coelho.I. L; 
Görski.E.M, May.G.H, Souza.C.M. N 
 
3 GRAMATICALIZAÇÃO COMO UM EPIFENÔMENO 
De acordo com Meillet (1912), o termo gramaticalização, mesmo que 
ainda não obtivesse definição, era aplicado para relacionar com o processo de 
“atribuição de caráter gramatical a uma palavra outrora autônoma” (MEILLET, 
1912, p. 131). Tal perspectiva, entretanto, sendo muito arcaica, era requisitada 
pelo filósofo Condillac, para explicitar a classe de tempo através da 
covalescência de um advérbio temporal à essência do verbo, como 
exemplificado (CONDILLAC, 2001). 
Subsequentemente, muitos autores fizeram pesquisas sobre o 
desenvolvimento das formas gramaticais, partindo de formas lexicais 
(LEHMANN, 1982). Nesse aspecto, distintas conceituações orientadas para a 
manifestação de alterações linguísticas, argumentaram conforme o preceito de 
gramaticalização (NARROG; HEUNE, 2011). 
Ressalta-se que o embasamento na conceituação acima se refere no fato 
de existir uma dicotomia de funcionalidades em meio às formas lexicais e 
gramaticais nas línguas. As instâncias primordiais são aplicadas para escrever, 
denominar ou para relacionar se à existência extralinguística: nomes, verbos, 
adjetivos e alguns advérbios como exemplos de classes que contém formas 
lexicais (entendidas como palavras de conteúdos). 
No que se refere às formas gramaticais, na sua vertente, são aplicadas 
algumas funcionalidades, como codificar etapas de tempo de característica 
temporal, de modo e característica, com possibilidade de ligar nominais ou 
orações, para classificar se um referencial pode ter sido ou não falado no 
discurso. Ressaltando as adposições, conjunções, pronomes e outros. São, 
entretanto, certos exemplares de categorias que contém formas gramaticais 
(assim consideradas palavras funcionais). 
Dessa forma são denominadas por se relacionarem a elementos 
linguísticos. Assegurando-se quea língua é ativa e as formas alteram a 
categoria, a gramaticalização pode ser compreendida como um procedimento 
que propicia a modificação de categorias, isto é, formas/construções lexicais 
passam a constituir o grupo das formas/construções gramaticais, expandindo, 
dessa forma, o conteúdo funcional da língua. 
Ademais, mencionado por Kurylowicz (1975), a forma/construção 
gramatical pode no percurso da história da língua, ser ainda mais gramatical, 
conduzindo a aceitar uma categoria de gramaticalização dentro das maneiras da 
língua, garantindo um continuum dentre elas. Nesta progressão se evolui no 
significado de um cline de evolução, de acordo com a sugestão de Hopper e 
Traugott (2003): 
 
item de conteúdo > palavra gramatical > clítico > afixo flexional 
 
Elencando o referencial de qualquer centro de categoria para cada 
constituinte a direita, tem-se o entendimento mais ainda gramatical. Sendo 
necessário, portanto, que o processo não antecipa precisamente que a 
forma/construção obriga a responsabilizar o processo até o final. 
Os tipos de gramaticalização que não integralizaram o ciclo são pródigos 
no português (MARTELOTTA et al. 1996; BATORÉO, 2010; VITRAL; COELHO, 
2010; SILVA, 2017, dentre outros). Lopes (2003) averigua a evolução da 
forma/construção lexical a gente - portanto, aplicada no século XVI para fazer 
referência a um conjunto específico de indivíduos – no cenário pronominal do 
português, podendo ser aplicada na modernidade, assim como no pronome de 
primeira pessoa do plural. Entretanto, uma forma de conteúdo nocional passa, 
em certa construção, numa forma gramatical, assegurando o cline demonstrado 
acima. Nesta vertente, apresenta o verbo ir aplicado como identificador de futuro 
em uma construção perifrástica como vou fazer. 
De forma gramaticalizada, o verbo tem funcionalidade auxiliar na 
marcação de tempo (LIMA, 2001) sabendo que ainda não chegou a ser um afixo 
flexional. Aditivamente, uma forma/construção gramatical se torna mais 
gramatical visto que acontece sua aplicabilidade funcional, assim como, 
exemplificado de verbos relacionais que se gramaticalizam nos verbos 
auxiliares, demonstrando assim as duas etapas do cline. 
Assim, a exemplificação de uma forma/construção que foi até o fim do 
circuito de gramaticalização, é relatada em registros do futuro desinencial das 
línguas românticas. 
No que se refere ao procedimento de gramaticalização do item/construção 
geral tem aparências de ser parcialmente moderno na língua, naturalmente se 
restringindo para os últimos anos do século XX e os anos iniciais do século XXI, 
denotando que, numa pesquisa executada na fundamentação de informações 
históricas do Corpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006) uma amostra 
linguística composta de 45 milhões de palavras desenvolvidas dos anos de 1200 
a 1900, não há nenhum acontecimento do vocábulo na sua aplicabilidade 
gramaticalizada. 
Portanto, no momento que esta procura se atualiza no corpus constituído 
por 1,1 milhões de palavras selecionadas em artigos e revistas na Web, durante 
os anos de 2012 a 2019, há possibilidades de identificar alguns acontecimentos, 
de acordo com o que é visto a seguir: 
(1) “O ano continua difícil para o Mato Grosso do Sul com chuvas muito 
variadas, não entra um frente (sic) e chove geral desde dezembro. “ 
(2) “No Man’s Sky prometia muito desde que foi revelado, mas acabou 
decepcionando geral em seu lançamento. O jogo tinha diversos problemas 
técnicos e de desempenho, além de não ter entregado aquela experiência 
"mágica" tão prometida. “ 
(3) “Às vezes tem um pensamento comum entre a galera mais jovem e 
ativista de que as empresas só pensam em lucro e 'destroem geral' e isso é 
sempre generalizado, o que acaba formando um bloqueio de diálogo”. 
(4) “Sabe aquele sujeito crítico que geral diz que odeia, mas que no fundo, 
lá no fundo, todos amam? Esse é o Edgard. “ (8) “A deputada Jó Pereira levantou 
a discussão, fazendo críticas ao liberou geral previsto no decreto.” 
(5) "O gesto da arminha com a mão pegou geral, chefe. E esse garoto-
propaganda que eu escolhi! ", comemora, se referindo a Bolsonaro. “ 
Uma análise de um agrupamento de informações delineado acima 
confirma a possibilidade em que a palavra geral passa por um procedimento de 
gramaticalização na língua e, aditivamente, parece uma facilidade de aplicações 
da forma, de acordo com o que se escreve. 
No exemplo (1), o elemento/construção está no emprego de adverbial, 
especificando o verbo chover e adicionando uma circunstância de lugar, 
equiparando, na sua semântica, a em todo o estado. Referindo-se, então, de 
uma aplicação mais gramatical de maneira que é comparada a aplicação de 
modelo com adjetivo, assim exemplificado, onde leva marcas de flexão. 
O modelo (2) chama a atenção para os estudiosos em relevância a 
gramaticalização, devido demonstrar uma leitura dúbia, dessa forma, oferecendo 
um vestígio de uma condição para reanálise: geral, na (2), apresenta a seguinte 
interpretação como advérbio especificado de forma nominal de gerúndio sendo 
equivalente a completamente quanto um sintagma nominal deixa satisfatório as 
suas imposições do predicado verbal, tendo funcionamento como seu 
complemento e correspondendo na semântica a todas as pessoas (ou todo 
mundo). 
No exemplo (03), geral se coloca também no fundamento do verbo 
destruir, sendo classificado, na morfologia, como um pronome indefinido 
correspondendo a tudo e com função, entretanto, de forma a ser um quantizador 
geral. 
No exemplo (04), a forma/construção responde as necessidades do 
predicado dizer, atuando assim como seu sujeito e, equiparando a todos (todo o 
mundo); expressa-se, entretanto, como um pronome indefinido (expressão 
indefinida) plural desenvolvido, ainda mais, a funcionalidade de quantificador 
universal. 
Referindo-se a uma aplicação remotamente adverbial onde se aplica um 
procedimento de inovação lexical, corroborando com a dinâmica da língua. 
Finalizando com o exemplo (5), se classifica como emprego adverbial que 
especifica o verbo pegar, concedendo-lhe uma circunstância ao modelo do 
adverbio completamente. 
É relevante analisar que a natureza semântica do elemento geral nas suas 
contextualizações examinadas tem uma consonância à concepção de totalidade, 
sintetizando, dessa forma, em um único vocábulo uma interpretação de um 
sintagma mais complicado, onde fica relativo instigar sua seleção diante da 
escolha do falante. 
Conectado a isso, não se pode desprezar o procedimento de 
gramaticalização que se entrelaça a quesitos cognitivos de duas essências: (i) 
metafórica, conectada à abstração da forma, e (ii) metonímica, associada ao 
contexto de reanálise. 
O caso da palavra geral ser munido de capacidade para reproduzir de 
forma concentrada o contexto semântico de grupo sintagmático entrelaça um 
sistema cognitivo de sentido metonímico que propicia, de certeza, o processo de 
reanálise e gramaticalização da forma. 
Portanto, certificando-se a espécie de documentação assegurada nos 
gêneros textuais nas quais os acontecimentos possam ser conquistados num 
campo de interação moderno do Corpus do Português, se crê que o 
procedimento de gramaticalização do item/construção geral possa ter sido criado 
em condições da fala com menos formalidade, circundando a relação de falantes 
mais novos. 
Ainda mais, de acordo com pesquisas, o fenômeno não poderia ter 
começado na cidade do Rio de Janeiro e se propagado no país por causa de 
uma existência estável deste protótipo da língua nos ambientes do Brasil através 
da mídia de televisão. 
Um corpus do português brasileiro falado informalmente com 
representação predominante a diatópica mineira, através de gravações 
realizadas em 2006-2011, não conseguiu detectar um caso do item/construção 
geral na sua aplicabilidade gramaticalizada (RASO; MELLO, 2012). 
Dessa forma, com oobjetivo não só de fazer testes dos próprios 
prognósticos, assim como conseguir mais informações sobre o fenômeno, se 
procurou novos embasamentos de dados, bem como uma forma gramaticalizada 
e canônica. Portanto, assim como o Twitter não se enquadra num corpus e, 
entretanto, não demonstra balanceamento ou representatividade, o exame dos 
dados conseguidos terá delimitação de perspectivas qualitativas para a pesquisa 
do processo de gramaticalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 BIBLIOGRAFIA 
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 
2013. 
COELHO, GORSKI, MAY E SOUZA, Sociolinguística, Florianópolis, 2012 
CONDILLAC, É. B. Essay on the Origin of Human Knowledge. Edited by 
Hans Aarsleff. New York: Cambridge University Press, 2001[1746]. 
DAVIES, M.; FERREIRA, M. Corpus do Português: 45 million words, 1300s-
1900s. 2006. 
FARIAS, V. F. de. Dos Açores ao Brasil meridional: uma viagem no tempo – 
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LEHMANN, C. Thoughts on grammaticalization: a programmatic sketch. v. 1 
Arbeiten des Kölner Universalien-Projekts, 1 
LIMA, José Pinto de. Sobre a génese e a evolução do futuro com ir em 
Português. In Augusto Soares da Silva (org.) (2001), Linguagem e Cognição. A 
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Portuguesa, Faculdade de Filosofia de Braga, pp. 119-146. 
LOPES, Ana Cristina Macário. Elementos para uma análise semântica das 
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Miscelânea de Estudos em Homenagem a Maria Helena Mira Mateus, Lisboa: 
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MARTELOTTA, M. E.; VOTRE, S. J.; CEZARIO, M. M. (Orgs.). 
Gramaticalização no português do Brasil: uma abordagem funcional. Rio de 
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996. 
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NARROG, H.; HEINE, B. The Oxford Handbook of Grammaticalization. 
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