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Memória Classificações, Conceitos e Fatores

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DESCRIÇÃO
Tipos e formas de memória. Os mecanismos de formação da memória. As memórias de curta e longa
duração. A modulação das memórias.
PROPÓSITO
Compreender as modificações no conceito do construto memória ao longo do tempo e como memória e
aprendizagem se relacionam para sistematização da prática docente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Diferenciar os tipos e formas de memória
MÓDULO 2
Compreender os mecanismos de formação da memória
MÓDULO 3
Identificar as memórias de curta e longa duração
MÓDULO 4
Relacionar algumas variáveis ambientais na modulação das memórias
INTRODUÇÃO
Você conseguiria imaginar a sua vida sem memória?
Pense bem na função da memória.
Antes de iniciarmos uma abordagem mais técnica e conceituarmos diversos tipos de memória, podemos
parar e refletir o que seria de nossa vida sem a memória.
Bem, considerando a evolução filogenética da nossa espécie (Homo sapiens sapiens), sem a memória
não estaríamos aqui hoje.
Para chegarmos até o século XXI, gradualmente, evoluímos a nossa forma de pensar e de armazenar
informações. Por esse motivo, desenvolvemos tecnologia de acordo com a necessidade do ambiente e
sempre em um continuum histórico de acúmulo de conhecimento. Sem a memória, nada disso seria
possível:
Há 800.000 anos dominamos o fogo.

8.000 anos atrás dominamos a agricultura.

Hoje, temos smartphones e amanhã teremos robôs.
Pense na memória, didaticamente, como uma cola adesiva, dessas que usamos para colar papel,
madeira etc. A memória une o passado com o tempo presente. Essa união nos permite, enquanto
espécie, evoluir.
A escrita, adquirida cerca de 5.000 anos atrás, nos permite contar nossa história até os dias de hoje.
Sem memória não existe acúmulo de conhecimento. Sem acumularmos conhecimento, não existe
história. Sem nossa história, não teríamos a cultura, a arte a literatura. Se na evolução da nossa história
armazenamos informações na pedra (Arte rupestre há cerca de 40.000 anos) , no papiro (2.500 a.C.)
e depois no papel (150 d.C) , no sistema nervoso, armazenamos informações nos neurônios. Sem
esses neurônios, nada do que contamos até aqui seria possível.
MÓDULO 1
 Diferenciar os tipos e formas de memória
O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO
VIDA É MEMÓRIA. DEI PARA PENSAR QUE TUDO QUE
HÁ DE MAIS VIVO EM MIM FOI AQUILO QUE JÁ SE
FOI. AS PESSOAS MAIS IMPORTANTES FORAM AS
QUE FICARAM.
(MEDEIROS, 2002)
Em nosso cotidiano e em nossa cultura, as pessoas com grande capacidade de memória são muito
valorizadas. Ficamos impressionados quando aparece uma pessoa em um programa de televisão capaz
de decorar listas intermináveis de palavras, ou quando estudamos com alguém que demonstra grande
capacidade de retenção de conhecimento e alta velocidade da aquisição da informação. Algumas
pessoas são capazes de ler um texto uma única vez e reproduzir com fidedignidade as informações ali
contidas. Outras pessoas apresentam maiores dificuldades para aprender.
Os problemas de aprendizagem nem sempre estarão na memória, podendo estar também na atenção,
nos níveis de inteligência e, obviamente, na história de desenvolvimento dessa pessoa, em seu histórico
escolar, estilo de vida, alimentação, sono, estilo de aprendizagem, dentre outras variáveis.
 VOCÊ SABIA
Existem atletas de memória competitiva que revelam o grande potencial do cérebro humano nos chamados
esportes mentais.
Ao mesmo tempo em que a memória é um objeto de interesse e empolgação, sofremos quando
percebemos que a memória de alguém se esvai nas areias do tempo.
Um filme que retrata essa angústia é Para Sempre Alice, com a atriz norte-americana Julianne Moore. A
história é sobre uma mulher bem-sucedida que, aos poucos, começa a esquecer algumas palavras e a
se perder nas ruas, sendo diagnosticada com Alzheimer.
Na doença de Alzheimer, o presente e o futuro se esvaem gradualmente da consciência, abrindo lugar
apenas para evocação das memórias do passado, até que nem essas permanecem. Trata-se de uma
doença neurodegenerativa progressiva que resulta em deterioração cognitiva global e da memória.
Tipicamente, os primeiros sinais e sintomas dessa doença são em prejuízos da memória.
Fonte: Shutterstock.com
Se, de um lado, nos empolgamos com os atletas de memória competitiva, no outro, nos entristecemos
com as doenças degenerativas que retiram o que há de melhor em nós, enquanto espécie, que é a
nossa capacidade de memorização e o uso que fazemos dela. A vida como conhecemos depende de
conseguirmos ligar o nosso passado com o presente e, assim, prospectarmos nosso futuro, fazendo
planos e sonhando com o amanhã. Se perdermos essa capacidade, teremos uma outra vida que,
seguramente, será bem diferente.
Memória competitiva

Doenças degenerativas
O cinema demonstra, ludicamente, alguns conceitos que vamos trabalhar neste tema sobre memória. Os
filmes, muitas vezes, apresentam fatos que não reproduzem tecnicamente o fenômeno por um viés
científico, em prol de um bom roteiro que objetiva cativar ao expectador, juntando fatos científicos e
ficção.
O entretenimento faz parte da proposta desse tipo de arte, mas o problema de memória como o retratado
em Como se fosse a primeira vez, com os atores Adam Sandler e Drew Barrymore, está muito longe de
ser uma comédia romântica na vida real. Esse filme demonstra, mesmo de maneira suave, como um
caso de amnésia anterógrada impacta a vida do paciente e de sua família.
 ATENÇÃO
A pessoa não aprende novas memórias após o evento que ocasiona esse tipo de amnésia, podendo ser por
traumatismos cranianos, infecções no sistema nervoso, acidentes vasculares encefálicos, tumores,
consequências decorrentes de cirurgias no cérebro, dentre outras condições que impactam o bom
funcionamento do sistema nervoso.
ATIVIDADE
OUTRO CASO APRESENTADO NESSE MESMO FILME
É O PERSONAGEM TOM 10 SEGUNDOS. VOCÊ PODE
ESTAR SE PERGUNTANDO: É POSSÍVEL ALGUÉM
TER UMA MEMÓRIA TÃO CURTA? OU FOI APENAS
UMA CONSTRUÇÃO DE UM PERSONAGEM?
RESPOSTA
Infelizmente, é possível. Nesse caso, o filme apresentou um exemplo de danos significativos no
lobo temporal médio do cérebro.
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 VOCÊ SABIA
Em 1985, o musicista britânico Clive Wearing, de até então 47 anos, desenvolveu uma condição de amnésia
anterógrada e retrógrada e só conseguia evocar informações por poucos segundos, consequência de uma
encefalite por herpes. Ele não é capaz de reter novas informações e vive poucos segundos por vez. Esse
maestro britânico, porém, ainda é capaz de tocar piano e ler uma partitura musical, ou seja, a memória
procedural para a música está preservada. Sem a memória não há como juntar o passado com o presente,
ou seja, não existe o tempo na vida desse musicista. Mas, quando ele está na frente de um piano, é capaz de
tocar. Isso é incrível, não é mesmo?
Mesmo com imprecisões científicas, os filmes nos dão pequenos exemplos que nos permite não apenas
imaginar, mas visualizar essa traumática condição de perda de memória. No filme Como se fosse a
primeira vez, esses casos em que o passado, o presente e o futuro não mais existem nos são
apresentados com um toque de humor, mas não há qualquer diversão nesse quadro para a família e
amigos que convivem com alguém com prejuízos importantes na memória.
A memória humana é amplamente tratada pelo cinema e pela literatura (científica e não científica), pois é
um tema realmente fascinante. Na vida real, observarmos diversas manifestações diferentes dos nossos
sistemas mnemônicos, no plural, pois não temos apenas um sistema de memória, mas vários.
Fonte: Shutterstock.com
A escritora Martha Medeiros, na obra Divã, conta a história de uma mulher de 40 anos. Em psicoterapia,
a personagem relata (Declara) algumas de suas memórias, como o primeiro namorado e tantas outras
boas ou ruins, que ela guardou por toda sua vida. A personagem evoca essas memórias de forma
consciente e voluntária, data os eventos de sua vida, declara os acontecimentos. Em psicoterapia,
algumas memóriasescondidas (Suprimidas) , por conta do seu conteúdo ansiogênico ou pelo estresse,
vem à tona. Mesmo suprimidas, em algum momento, ela foi capaz de evocá-las.
 ATENÇÃO
Há uma distinção entre supressão de memória e esquecimento, pois jamais iremos recordar algo que
esquecemos. O senso comum usa a expressão esquecimento de forma coloquial, e não científica.
Embora o maestro Clive Wearing, cuja história conhecemos há pouco, ainda seja capaz de tocar piano,
algo que ele aprendeu antes da inflamação por herpes, essa memória não é evocada conscientemente,
pois ele não é mais capaz de fazê-lo. Sua memória declarada dura apenas alguns segundos, ele não
tem disponível na consciência o seu passado para evocar e declarar. O que sobrou, após a encefalite
herpética, trata-se de uma memória musical e procedural, ou seja, é automática, sem que ele tenha
consciência de como faz.
Podemos de antemão compreender que estamos falando de memória, mas de tipos
diferentes de memória.
Vida é memória, sem dúvida. A qualidade dessa memória e o seu correto funcionamento determinarão a
qualidade da vida.
OS TIPOS DE MEMÓRIA: DECLARATIVAS
(EXPLÍCITAS) E NÃO DECLARATIVAS
(IMPLÍCITAS)
Fonte: Eva Blue/Wikimedia Commons/licença (CC BY 2.0)
Brenda Milner, nascida em 1918, completou incríveis 102 anos em julho de 2020. A neuropsicóloga
canadense possui um legado que nos permite dizer que está nos alicerces da fundação da
Neuropsicologia clínica, além de uma produção científica robusta na neuropsicologia. É mais conhecida
por seu trabalho com o paciente Henry G. Molaison (o caso H.M). Portador de uma amnésia
anterógrada, ele é um dos pacientes mais estudados na história da Neuropsicologia e da Medicina. H. M.
doou o seu cérebro para estudo post mortem. O cérebro foi mapeado em 3D após sua morte no ano de
2008.
Um caso clássico da literatura no estudo dos processos cognitivos básicos, que evidencia tipos
diferentes de memória, ocorreu na década de 1950. Trata-se do caso conhecido como H. M.
 EXEMPLO
Henry G. Molaison (H. M.) era um paciente que sofria de um quadro de epilepsia não responsiva aos
tratamentos da época. H. M. foi então submetido a uma cirurgia e teve a remoção bilateral de parte do seu
lobo temporal medial, incluindo a amígdala e grande parte do hipocampo. Após a cirurgia, H. M. perdeu a
capacidade de consolidar memórias de curto prazo em memórias declarativas de longo prazo. Investigações
conduzidas pela neuropsicóloga Brenda Milner demonstraram que ele podia aprender novos procedimentos e
ações. Dia após dia, H. M. se saía melhor em tarefas que envolviam ações manuais, como diminuir o tempo
para concluir as atividades. Muitas das vezes, o próprio se surpreendia com sua perícia, pois não se
lembrava, conscientemente, de que vinha treinando a atividade há vários dias. Toda vez que Brenda Milner
iniciava uma sessão com H.M., precisava se apresentar, explicar as instruções das tarefas, objetivos etc.,
pois Henry não lembrava o que já vinha sendo trabalhado.
Casos semelhantes ao de H. M. são vastos na literatura. Lesões em determinadas áreas do cérebro
permitem aos neurocientistas e aos neuropsicólogos investigarem funções cognitivas e a localização de
epicentros dessas funções no tecido nervoso. Paul Broca (1824-1880) também contribuiu para a área
através dos seus estudos sobre linguagem.
Fonte: Professor Laszlo Seress/Wikimedia Commons/licença (CC BY-SA 1.0)
 O nome hipocampo vem do seu formato curvado que lembra um cavalo-marinho (do grego: hippos =
cavalo; kampi = curva).
O hipocampo é um epicentro para consolidar memórias de curto prazo em memórias de longo prazo
declarativas. Lesões no hipocampo, seja por acidente vascular cerebral, seja por ablação para tratar
quadros de epilepsia do lobo temporal ou outras condições médicas, resultam em amnésia anterógrada.
O paciente não será mais capaz de consolidar novas memórias declarativas, mas mantém memórias
declarativas consolidadas antes da lesão.
 ATENÇÃO
A aquisição, a formação e a retenção de memórias não declarativas não são alteradas por lesões no
hipocampo.
Fonte: Images are generated by Life Science Databases(LSDB)/Wikimedia Commons/licença (CC BY-SA
2.1)
 Respectivamente, plano sagital e plano frontal do hipocampo.
AS MEMÓRIAS EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS
CLASSIFICAÇÕES DA MEMÓRIA
Existem diversas classificações das memórias. De acordo com a sua função (Memória de trabalho) ,
com o tempo (Curto e longo prazo) e com o conteúdo (Declarativas e não declarativas) . (IZQUIERDO,
2002)
Fonte: Shutterstock.com
 COMENTÁRIO
Memória: A capacidade de aquisição, formação, conservação e evocação de informações. Somos aquilo que
recordamos (IZQUIERDO, 2002). Aquisição é uma outra forma de dizer “aprendizagem”.
Quanto ao tempo, a memória pode ser separada em:
Curto prazo (ou de curta duração)
Dura até seis horas, tempo necessário para serem consolidadas em sistemas de longo prazo.

Longo prazo (ou de longa duração)
Dura dias, semanas, meses ou anos.
Quanto ao seu conteúdo, a memória pode ser classificada em:
Declarativa: São memórias que evocamos conscientemente. Podemos declarar aquilo que sabemos, ou
seja, dizer que essas memórias existem, quando, onde foram adquiridas e o que significam.
EPISÓDICA OU AUTOBIOGRÁFICAS
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SEMÂNTICA
Não declarativa (implícita): São memórias que não evocamos conscientemente. São os nossos
hábitos, nossas habilidades motoras, como andar de bicicleta, dança, dirigir, nadar, soletrar, perícia nos
esportes etc.
HABILIDADES E PROCEDIMENTOS
Quando estamos aprendendo a dirigir, ou a brincar com uma bola, no início, precisamos nos esforçar
para lembrar o que fazer, mas, aos poucos, os nossos movimentos ficam automatizados. Tocar um
instrumento musical, depois de aprendermos a evocação, não é um ato consciente, pois o músico
simplesmente toca.
PRIMING (PRÉ-ATIVAÇÃO OU DICA)
Memórias evocadas através de dicas. Ouvir uma nota e lembrar da música, colocar as mãos nas teclas
de um piano e começar a tocar. É o caso do maestro britânico Clive Wearing. Ele não tem consciência de
que sabe tocar piano ou ler partituras, mas quando está com as mãos sobre o piano e uma partitura, ele
irá tocá-lo e lê-las. Essas dicas também funcionam em pessoas com a memória preservada.
ASSOCIATIVA
Respostas emocionais condicionadas, adaptadas ou desadaptadas. O condicionamento clássico irá
ampliar nossa capacidade de reagir ao ambiente precocemente no desenvolvimento. Trata-se do reflexo
condicionado. Aprendemos a reconhecer nossa mãe (ou quem nos alimenta) pelo cheiro, com poucos
dias de vida. Uma música pode trazer bem-estar, gerando endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina.
Porém, também pode estar envolvida com as respostas de luta e fuga (respostas ao estresse), gerando
cortisol, adrenalina e noradrenalina. O condicionamento clássico também é responsável por algumas
aprendizagens desadaptadas, por exemplo, quadros de fobia e transtornos da ansiedade.
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 SAIBA MAIS
Há também outros tipos de memórias, as memórias não associativas, de habituação e de potenciação.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA PESSOA ANDA NA RUA, PROCURANDO UMA CASA, MAS SEM SABER
MUITO BEM ONDE FICA. DE REPENTE, VÊ UMA ÁRVORE E SUBITAMENTE VIRA
PARA A ESQUERDA E LOCALIZA A CASA. QUE TIPO DE MEMÓRIA FOI
UTILIZADA?
A) Reflexo condicionado
B) Priming
C) Memória de trabalho
D) Semântica
E) Não associativa
2. UMA PESSOA SOFREU UM ACIDENTE DE CARRO E FICOU PRESA NAS
FERRAGENS. AO SER RESGATADA E, APÓS SAIR DO HOSPITAL, PERCEBEU
QUE NÃO ESTAVA SE SENTINDO BEM EM LUGARES APERTADOS.
GRADUALMENTE, O CASO FOI PIORANDO ATÉ CHEGAR AO PONTO DE NÃO
CONSEGUIR IR AO BANHEIRO DE PORTA FECHADA. QUE TIPO DE MEMÓRIA
FOI UTILIZADA?
A) Associativa: reflexo condicionado
B) Priming
C) Memória de trabalho
D) Semântica
E) Não associativa
GABARITO
1. Uma pessoa anda na rua, procurando uma casa, mas sem saber muito bem onde fica. Derepente, vê uma árvore e subitamente vira para a esquerda e localiza a casa. Que tipo de memória
foi utilizada?
A alternativa "B " está correta.
Priming é uma memória não declarativa evocada através de dicas.
2. Uma pessoa sofreu um acidente de carro e ficou presa nas ferragens. Ao ser resgatada e, após
sair do hospital, percebeu que não estava se sentindo bem em lugares apertados. Gradualmente,
o caso foi piorando até chegar ao ponto de não conseguir ir ao banheiro de porta fechada. Que
tipo de memória foi utilizada?
A alternativa "A " está correta.
O reflexo condicionado é uma aprendizagem associativa decorrente de uma associação entre estímulos.
MÓDULO 2
 Compreender os mecanismos de formação da memória
ONDE FICA ARMAZENADA A MEMÓRIA?
É incorreto fazer uma analogia da memória humana com a de um computador que mantém os dados
armazenados em um único local, chamado de disco rígido (Hard Disk – HD).
Muitas pessoas ficam em dúvida se o hipocampo é o “HD” do ser humano.
A resposta é não!
 ATENÇÃO
As nossas memórias são armazenadas nos neurônios em diferentes partes do cérebro, não ficando
localizadas em apenas um único lugar. O hipocampo é importante para a consolidação de novas memórias
declarativas, mas não armazena, como um HD de um computador, todas as informações.
As nossas memórias são o resultado de nossas experiências, da aprendizagem que pode ser definida
como uma mudança razoavelmente permanente no repertório comportamental do organismo decorrente
da experiência. Isso é o que chamamos de aquisição. Existem tantas memórias, quanto as experiências
que uma pessoa vivencia ao longo de sua vida.
Fonte: Shutterstock.com
Áreas distintas do cérebro, circuitarias neuronais específicas e diferentes, armazenam diferentes partes
da experiência e assim, diferentes partes da memória.

A complexidade das experiências determinará a diversidade de circuitarias e áreas do cérebro
envolvidas para armazenar uma memória.
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COMPLEXIDADE DAS EXPERIÊNCIAS
Por exemplo: comportamento verbal (língua), funções executivas, sensopercepção, emoção,
inteligência, as características da personalidade, sistema de crenças, nossas ideias, valores e
atitudes, processos homeostáticos e motivacionais, pensamento.
Adquirir, formar, conservar e evocar uma memória envolve diferentes áreas do cérebro e diversas
circuitarias neuronais:
Fonte: Jkwchui/Wikimedia Commons/licença (CC BY-SA 3.0)
 Boa parte do que chamamos de percepção, como aquilo que é resultante dos nossos órgãos
sensoriais (visão, audição, olfato, paladar, tato e a propriocepção), é processada nos lobos parietais,
temporais e occipitais.
Diferentes partes do córtex cerebral são divididas em áreas que chamamos de lobos cerebrais.
Abaixo, vamos analisar os principais centros das funções cognitivas e apontar alguns centros de
armazenamento de informações mnemônicas.
Fonte: Shutterstock.com
Lobo Parietal: Atua na percepção, na integração da informação somatossensorial (tato, pressão,
temperatura e dor), processamento visuoespacial, na atenção, orientação espacial, representação
numérica. No giro pós-central, localiza-se o córtex somatossensorial primário. Algumas informações que
usamos para refletir sobre nós mesmos e alguns aspectos da consciência ficam armazenadas em
estruturas do lobo parietal.
Fonte: Shutterstock.com
Lobo frontal: Atua nas funções executivas (tomada de decisão, planejamento, solução de problemas,
raciocínio), controle motor voluntário, cognição, inteligência, na atenção, expressão da linguagem, na
motivação. Área de broca (parte motora da linguagem), córtex pré-motor e motor primário são
subestruturas do lobo frontal. A memória motora da língua é armazenada em estruturas do lobo frontal.
Lesões na área de broca resultam em uma afasia motora.
Fonte: Shutterstock.com
Lobo temporal: Atua nas memórias declarativas (hipocampo), audição, processamento e percepção de
informações sonoras, reconhecimento de faces e objetos, capacidade de entender a linguagem,
processamento visual de ordem superior e regulação das reações emocionais. Fazem parte do lobo
temporal a amígdala, o córtex auditivo primário, a área de Wernicke e os giros temporais.. A memória
das informações necessárias para compreensão da língua (Wernicke) é armazenada em estruturas do
lobo temporal. A memória do medo, em parte, é armazenada na amígdala. Lesões na área de Wernicke
resultam em uma afasia da compreensão da língua.
Fonte: Shutterstock.com
Lobo da ínsula: O lobo da ínsula está “escondido” entre os lobos temporal, frontal e parietal. Tem
relação com a memória gustativa e está envolvido na coordenação das emoções.
Fonte: Shutterstock.com
Lobo occipital: Único lobo que podemos atribuir funções específicas. Visão de: cor, movimento,
profundidade e distância. Fazem parte como subestruturas as áreas visuais primária e secundária. A
memória das informações visuais fica nessa região.
A FORMAÇÃO DAS MEMÓRIAS
ONDE FICAM ARMAZENADAS AS MEMÓRIAS
Nossas memórias são formadas durante nosso desenvolvimento a partir das nossas experiências. Essas
experiências são codificadas pelo cérebro e armazenadas em novos engramas sinápticos devido à
plasticidade neural.

A plasticidade neural é a capacidade de o cérebro desenvolver novas conexões sinápticas em
decorrência das experiências comportamentais que vivenciamos.

O cérebro irá se moldar quando estimulado por essas experiências.
Uma memória procedural, dos hábitos motores, por exemplo, não depende do hipocampo. O epicentro
dessas memórias é uma estrutura do encéfalo chamada de cerebelo. Embora o cerebelo seja um
epicentro dos nossos hábitos motores, ele não é o único responsável. Trata-se do nosso sistema
vestibular que é um órgão gravitoceptor (ouvido interno – sistema auditivo).
SISTEMA VESTIBULAR
A labirintite (inflamação do labirinto, uma das estruturas desse sistema vestibular) resulta, dentre
outros sintomas, em tontura.
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 COMENTÁRIO
O cerebelo e o sistema vestibular trabalham em conjunto para manutenção do nosso equilíbrio e do
comportamento motor. As informações necessárias para que isso aconteça estão armazenadas nessas
estruturas.
No cerebelo, temos a memória dos nossos hábitos motores, mas existem conexões e circuitarias
neuronais, entrando e saindo dele. Essas redes neurais também compõem o conjunto de neurônios que
armazenarão as informações pertinentes aos hábitos motores.
Fonte: Shutterstock.com
A propriocepção é o nome técnico que expressa o conceito que acabamos de descrever, ou seja, nossa
cinestesia. Graças ao trabalho do cerebelo e do sistema vestibular, conseguimos nos manter de pé e em
equilíbrio, movermos nosso corpo de forma adaptada e ordenada para atingir a um objetivo, como
levantar e pegar um copo de água, digitar, escrever etc.
 ATENÇÃO
Receptores sensoriais proprioceptivos estão espalhados por todo o corpo, enviando sinais para a nosso
sistema vestibular.
Essa memória muscular é desenvolvida, gradualmente, nos primeiros anos de nossas vidas até a
maturidade. Também podemos aprender novos hábitos motores adultos, tais como: dirigir, dançar, nadar.
Uma vez aprendida, essa memória é mantida por toda a vida, caso não sofra nenhuma intercorrência,
como ocorre no acidente vascular encefálico.
Aquisição, formação, conservação dos hábitos motores, ou seja, aprendizagem do comportamento
motor, não evocamos conscientemente. Uma memória implícita é automática. Isso significa que, depois
de aprendermos, nós apenas dirigimos, dançamos, falamos, andamos etc.
Fonte: Shutterstock.com
Novas memórias são formadas a todo momento. Com exceção de crianças muito pequenas, pois antes
dos quatro anos não existe a consolidação de memórias duradouras e fidedignas. Entre os quatro e
os sete anos, gradualmente,esse processo de consolidar novas memórias declarativas é aprimorado.
NÃO EXISTE A CONSOLIDAÇÃO DE MEMÓRIAS
DURADOURAS E FIDEDIGNAS
Isto se deve, possivelmente, ao fato de o cérebro estar em desenvolvimento e da neurogênese.
 ATENÇÃO
Um outro dado relevante na formação das memórias declarativas de longa duração é que elas se beneficiam
da língua. De forma gradual, após os 2 ou 3 anos são usadas a função cognitiva da linguagem para
aquisição, formação, retenção e evocação de novas memórias declarativas.
A INTEGRAÇÃO DAS MEMÓRIAS IMPLÍCITAS E
EXPLÍCITAS
 EXEMPLO
Um exemplo simples e didático que podemos usar para demonstrar a integração entre as memórias
declarativas e não declarativas é pensar que vamos nos levantar para pegar um copo de água. Esse
pensamento é uma função cognitiva de ordem superior e trata-se de uma atividade cortical dos lobos frontais.
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É voluntária.
Podemos, também, evocar uma memória declarativa episódica para lembrar que colocamos uma garrafa de
refrigerante na geladeira e, ainda, declarar para uma pessoa, ao nosso lado, nossas intenções.
Tudo isso se trata da evocação de memórias declarativas, conscientes, voluntárias, mas, depois disso, a
mágica acontece.
Simplesmente, vamos nos levantar e executar vários comportamentos motores complexos para buscar o
refrigerante e, ao mesmo tempo, continuar conversando ou pensando em preparar uma pipoca para
acompanhar a bebida.
Essa complexidade motora não é evocada conscientemente; ela é automática, ou seja, você
simplesmente faz. Nesses casos, o processo consciente é apenas ter a intenção de agir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AO LONGO DO NOSSO DESENVOLVIMENTO, QUANDO CRIANÇAS,
CODIFICAMOS E ARMAZENAMOS CONTEÚDO MNEMÔNICO EM DIFERENTES
PARTES DO CÉREBRO. PARA QUE POSSAMOS APRENDER A FALAR, A
COMPREENDER A FALA, A RECONHECER O TOM DA VOZ E UMA FACE
ENFEZADA DE UM ADULTO NOS DANDO UMA BRONCA, ARMAZENAMOS
ESSAS MEMÓRIAS EM ÁREAS ESPECÍFICAS DO CÉREBRO. UMA LESÃO NA
ÁREA DE BROCA RESULTARÁ EM UMA AFASIA DE BROCA QUE IMPLICA EM:
A) Dificuldades na compreensão da fala.
B) Dificuldades na emissão da fala.
C) Dificuldade em reconhecer faces amedrontadoras.
D) Dificuldades emocionais.
E) Dificuldades em formar novas memórias procedurais.
2. QUANDO BEBÊS, NÓS APRENDEMOS A ENGATINHAR; TENTAMOS FICAR DE
PÉ, APÓS ADQUIRIRMOS O TÔNUS MUSCULAR E SUSTENTARMOS NOSSO
PESO SOBRE AS PERNAS, E ENSAIAMOS OS PRIMEIROS PASSOS. ESSA
APRENDIZAGEM MOTORA É UM TIPO DE MEMÓRIA. CONFORME SOMOS BEM-
SUCEDIDOS EM NOSSAS TENTATIVAS, APRENDEMOS O QUE TEMOS DE FAZER
PARA CONSEGUIR ANDAR. ESSE PROCESSO É NATURAL EM NOSSA ESPÉCIE
EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS E SEM COMPROMETIMENTOS QUE IMPEÇAM O
ACONTECIMENTO DESSA APRENDIZAGEM. ESSA APRENDIZAGEM OCORRE,
PRINCIPALMENTE, NA SEGUINTE ÁREA:
A) Hipocampo
B) Lobo temporal
C) Córtex pré-motor
D) Amígdala
E) Cerebelo
GABARITO
1. Ao longo do nosso desenvolvimento, quando crianças, codificamos e armazenamos conteúdo
mnemônico em diferentes partes do cérebro. Para que possamos aprender a falar, a compreender
a fala, a reconhecer o tom da voz e uma face enfezada de um adulto nos dando uma bronca,
armazenamos essas memórias em áreas específicas do cérebro. Uma lesão na área de broca
resultará em uma afasia de broca que implica em:
A alternativa "B " está correta.
A afasia de Broca é uma afasia motora, ou seja, dificuldade com a parte motora da fala, partido do
princípio de que, para emissão da voz, é preciso uma ação coordenada de músculos e articulações da
face.
2. Quando bebês, nós aprendemos a engatinhar; tentamos ficar de pé, após adquirirmos o tônus
muscular e sustentarmos nosso peso sobre as pernas, e ensaiamos os primeiros passos. Essa
aprendizagem motora é um tipo de memória. Conforme somos bem-sucedidos em nossas
tentativas, aprendemos o que temos de fazer para conseguir andar. Esse processo é natural em
nossa espécie em indivíduos saudáveis e sem comprometimentos que impeçam o acontecimento
dessa aprendizagem. Essa aprendizagem ocorre, principalmente, na seguinte área:
A alternativa "E " está correta.
O cerebelo, nosso “pequeno cérebro”, é a estrutura do encéfalo responsável pelo equilíbrio, pelo controle
do tônus muscular e pela aprendizagem motora.
MÓDULO 3
 Identificar as memórias de curta e longa duração
Os efeitos das memórias procedurais implícitas, modificam o comportamento de uma pessoa com base
na experiência, sem que ela tenha acesso consciente a essas informações. Basta que indivíduos
saudáveis, sem prejuízos que impeçam um desenvolvimento biológico normal, recebam a estimulação
ambiental para que essas memórias naturalmente sejam implementadas.
Algumas dessas memórias não são desejadas, como é o caso das aprendizagens associativas por
condicionamento clássico, que está na base de quadros de fobias e transtornos da ansiedade. Portanto,
são aprendizagens desadaptadas que permanecem por anos, caso não exista uma intervenção, e são
mantidas por reforço negativo.
 VOCÊ SABIA
O indivíduo não tem controle consciente ou voluntário nessas aprendizagens, pois elas simplesmente
acontecem em decorrência do contexto, do tipo de estímulos que o ambiente oferece.
Um ambiente rico em oportunidades de práticas de esporte e dança, na infância e adolescência,
proporciona conexões robustas no cerebelo; e isso resulta em uma inteligência corporal-cinestésica.

Um ambiente empobrecido desses tipos de estímulo, dificilmente, resultará em um adulto com tal
inteligência aflorada. Embora possa ser desenvolvida, essa inteligência não será com a mesma
qualidade se adquirida na infância.
As aprendizagens que resultam em memórias declarativas envolvem ativamente um esforço cognitivo e,
novamente, o papel do ambiente em oferecer estímulos é fundamental.
Fonte: Shutterstock.com
No entanto, cada indivíduo tem um papel ativo na aquisição desse tipo de memória. Podemos com
esforço treinar nossa atenção, nossas funções executivas e nossa memória. Os pais, os mediadores, os
educadores, que ajudam a desenvolver nas crianças o controle inibitório, estão transformando os adultos
do futuro em pessoas que pensam antes de agir.
 ATENÇÃO
O controle inibitório, a nossa capacidade de planejamento e a flexibilidade mental podem ser
desenvolvidos, isso chamamos de funções executivas.
As funções executivas e a memória de trabalho são processamentos de ordem superior (cortical) que
têm função gerencial ou executiva.
MEMÓRIA DE TRABALHO (OU OPERACIONAL)
E MEMÓRIA DE CURTA DURAÇÃO
A memória de trabalho é nossa capacidade de processar informações, sendo semelhante à de curta
duração, pois ambas se referem ao armazenamento temporário de informação e possuem capacidade
limitada. Contudo, a memória de trabalho é ativa, enquanto a de curto prazo é passiva.
Fonte: Shutterstock.com
Uma memória de curto prazo, que dura cerca de seis horas ou menos, ou passa por um processo de
reforço e se consolida em sistemas mnemônicos de longa duração, ou é esquecida.

Fonte: Shutterstock.com
A memória operacional, por sua vez, conserva a informação por um período para poder examiná-la e
compará-la com o acervo de memórias de curto prazo e de longo prazo, implícitas e explicitas. A
memória de trabalho mantém as informações por tempo o suficiente para que consigamos ter um
comportamento integrado direcionado a um objetivo. Observa-se, por exemplo, a deterioração da
memória de trabalho em indivíduos esquizofrênicos.
 SAIBA MAIS
A função da memória de trabalho é verificar se a informação na memória de curta duração é nova ou não, se
será útil, e se irá gerenciar o reforçamento até que se consolide em sistemas de longa duração. O córtex pré-
frontal mantém esse sistema de gerenciamento através de conexões com outras estruturas vinculadas à
memória.
MEMÓRIA DE LONGA DURAÇÃO
O sistema nervoso é composto por bilhões de células nervosas (neurônios e células de suporte, glia). O
serhumano é um sistema formado por um conjunto de subsistemas, onde existem complexas redes
neurais. Um neurônio comunica-se com outros através de uma linguagem eletroquímica, chamamos
essa comunicação de sinapse. Os neurotransmissores, ou mensageiros químicos, são responsáveis em
codificar e passar adiante (para outro neurônio) um conjunto de informações.
 ATENÇÃO
A aprendizagem acontece quando essas redes neurais são fortalecidas pela repetição de sinapses,
resultando, por exemplo, no comportamento.
Nesses subsistemas, existem diversas redes neurais, diferentes tipos de neurotransmissores, formando
camadas e camadas de informações, verdadeiros engramas sinápticos. Isso é a base da memória de
longa duração.
O FENÔMENO DA POTENCIAÇÃO DE LONGA DURAÇÃO
Nas neurociências, estuda-se o fenômeno da potenciação de longa duração (long term potentiation –
LTP), que evidencia a ideia de que, a nível celular, esse processo aumenta a eficiência dos neurônios,
pré e pós-sinápticos, por meio de um aumento da neurotransmissão.
O conjunto de sinalizações químicas a nível molecular que regula esse processo é complexo e não
objetivamos abordá-lo neste tema.
Fonte: Shutterstock.com
 EXEMPLO
Precisamos aprender o equilíbrio, a andar, a manipular nossos efetores (mãos) em direção a um estímulo
alvo. Precisamos desenvolver motricidade fina para manipular objetos com precisão e, posteriormente,
aprendemos a segurar uma caneta para escrever. Por tentativa e erro, engatinhar, tentar levantar, cair e
começar tudo novamente, vamos selecionando as conexões sinápticas mais bem-sucedidas, e essas serão
reforçadas por uma potenciação de longa duração (long term potentiation – LTP), pois produziram resultado.
AS MEMÓRIAS QUANTO AO TEMPO DE
DURAÇÃO
O ESQUECIMENTO
Uma função tão nobre quanto armazenar é esquecer. Neste tema, estamos definindo o esquecimento
como enfraquecimento de uma sinapse, mas como um construto, podemos encontrar definições
diferentes em outras fontes.
Para analisarmos a função do esquecimento, partimos de uma condição em que a pessoa não consegue
esquecer. Trata-se de uma memória autobiográfica altamente superior (hipertimesia). É uma síndrome
rara, fazendo com que a pessoa não se esqueça de nada ao longo da vida. Trata-se de uma
supermemória autobiográfica. O que parece ser algo positivo, não esquecer, torna a vida dessas
pessoas, muitas das vezes, pouco funcional, com baixa flexibilidade mental e capacidade adaptativa
reduzida.
Fonte: Shutterstock.com
 EXEMPLO
Algumas evocações de memória são impulsivas. Lembrar-se do sabor do sorvete que você tomou na noite
de 2 de fevereiro, do ano de 1982, pode ser pouco útil para as demandas da vida. Basta ter um priming para
a lembrança brotar na mente.
Um outro processo, diferente do LTP, é chamado de depressão de longa duração (LTD). Enquanto a
LTP reforça sinapses, a LTD as enfraquece. Esse mecanismo de enfraquecimento seletivo das sinapses
que não trazem resultados, e o processo de LTP reforçando as sinapses que trazem resultado no
comportamento, formam a base da fisiologia da memória. A LTD é um processo que está na base do
esquecimento, por este motivo, não evocamos o que esquecemos, pois simplesmente a sinapse não
existe mais para ser evocada.
LTP LTD
Reforça sinapses. Enfraquece sinapses.
Traz resultado ao comportamento. Não traz resultado ao comportamento.
Base da fisiologia da memória. Processo na base do esquecimento.
 ATENÇÃO
Não devemos nos confundir com a forma que o senso comum utiliza a expressão esquecimento que,
fisiologicamente, é chamado de supressão de memória.
O esquecimento em doenças neurovegetativas possui mecanismos diversos. Nestes casos, existe perda
de neurônios e morte celular em áreas específicas do cérebro.
A LTD não leva à morte celular, apenas enfraquece uma sinapse, e esse neurônio será reforçado a fazer
uma conexão mais funcional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. FUNES, O MEMORIOSO É UM CONTO DE JORGE LUÍS BORGES QUE
DESCREVE UM RAPAZ QUE TINHA UMA EXCELENTE MEMÓRIA, MAS NÃO
CONSEGUIA ARTICULAR ESSAS MEMÓRIAS DEVIDO A SUA BAIXA
INTELIGÊNCIA. OU SEJA: SER UMA ENCICLOPÉDIA AMBULANTE, MAS NÃO
CONSEGUIR ELABORAR ESSES CONHECIMENTOS. A MEMÓRIA NÃO É
DEMARCADA APENAS POR SUA CAPACIDADE DE RETER INFORMAÇÕES, MAS
TAMBÉM DE ESQUECÊ-LAS. O PROCESSO FISIOLÓGICO RELACIONADO AO
ENFRAQUECIMENTO DE SINAPSES É DESCRITO COMO:
A) Depressão de longa duração
B) Potenciação de longa duração
C) LTP
D) Esquecimento seletivo
E) Hipertimesia
2. A FUNÇÃO DE CONSERVAR A INFORMAÇÃO POR UM PERÍODO PARA PODER
EXAMINÁ-LA E COMPARÁ-LA COM O ACERVO DE MEMÓRIAS DE CURTO E DE
LONGO PRAZO, IMPLÍCITAS E EXPLICITAS, É CHAMADA DE:
A) Executivo central
B) Funções executivas
C) Comparador de memórias
D) Memória operacional
E) Hipertimesia
GABARITO
1. Funes, o Memorioso é um conto de Jorge Luís Borges que descreve um rapaz que tinha uma
excelente memória, mas não conseguia articular essas memórias devido a sua baixa inteligência.
Ou seja: ser uma enciclopédia ambulante, mas não conseguir elaborar esses conhecimentos. A
memória não é demarcada apenas por sua capacidade de reter informações, mas também de
esquecê-las. O processo fisiológico relacionado ao enfraquecimento de sinapses é descrito
como:
A alternativa "A " está correta.
A Depressão de Longa Duração corresponde ao enfraquecimento de sinapses, o que culmina no
processo de esquecimento.
2. A função de conservar a informação por um período para poder examiná-la e compará-la com o
acervo de memórias de curto e de longo prazo, implícitas e explicitas, é chamada de:
A alternativa "D " está correta.
A memória de trabalho é a nossa capacidade de processar informações.
MÓDULO 4
 Relacionar algumas variáveis ambientais na modulação das memórias
MEMÓRIAS IMPLÍCITAS
Memórias implícitas (procedurais) são resistentes e não sofrem tanta influência do meio externo quanto
as memórias declarativas. Uma memória declarativa pode ser suprimida por uma condição
significativamente estressora e ficar suprimida por um tempo. Trata-se de um fenômeno chamado de
amnésia global transitória, que pode durar poucos dias, não mais do que 24 horas. Enquanto a
memória implícita não sofre modulação pelas emoções e o humor, a declarativa é muito suscetível. Uma
memória implícita não sofre modulação do meio externo a ponto de prejudicá-la definidamente ou por um
longo período.
Memória declarativa
Pode ser suprimida por condições do meio externo.

Memória implícita
Não sofre modulação do meio externo.
 EXEMPLO
Um exemplo de modulação de uma memória de hábito motor é que podemos perder, momentaneamente, o
controle das pernas, por um medo extremo, um comportamento de frozen (congelamento). Tão logo passe o
perigo, a evocação automática dessa memória motora é reestabelecida.
Esse comportamento de frozen é mais comum nos animais, mas pode acontecer com humanos.
Por exemplo, ao tentar atravessar a rua, no meio dos carros, a pessoa calcula mal a distância e velocidade
dos veículos, e um deles buzina a poucos metros. Diante da cena, a pessoa congela e não consegue evitar o
atropelamento. Trata-se de uma falha no controle motor automático devido ao alto nível de estresse. O
evento ocorre tão rápido que o cérebro não tem tempo de resolver o conflito entre o automatismo da memória
de procedimentos e o controle motor voluntário.
Hormônios do estresse (cortisol, adrenalina e noradrenalina) também podem realçar um aprendizado.
Um único evento estressor significativo pode resultar em um reflexo condicionado e, muitas das vezes,
desadaptado. Uma excitabilidade muito alta, mas positiva, gerada pelo “quarteto da felicidade”
(endorfina, dopamina, serotonina, ocitocina), como estar em um show do seu artista preferido com quem
você ama, pode fortalecer as memórias desse evento.
 ATENÇÃO
A excitação grava os eventos no cérebro. Baixa excitabilidade ou ausência de uma emoção faz com que a
memória seja fraca.
Os prejuízos nas memórias nãodeclarativas duradouras, tipicamente, serão decorrentes de acidente
vascular encefálico (AVE), traumatismos cranianos, tumores, ablação cirúrgica, doenças que impactam o
sistema nervoso ou por senescência (Processo natural do envelhecimento.) .
Níveis de ansiedade podem prejudicar a consolidação da memória, ou seja, a codificação fica
fragmentada, dificultando a evocação precisa do evento (memória episódica) ou do conteúdo (memória
semântica). A ansiedade exacerbada não é desejada nem no momento da consolidação, nem na
evocação. Estudantes relatam o fenômeno “deu branco” que se trata de uma supressão de memória
decorrente da ansiedade de desempenho. As memórias também são influenciadas pelo contexto, trata-
se do conceito de memória dependente de estado (ou estado dependente).
Fonte: Shutterstock.com
 EXEMPLO
Podemos citar alguns exemplos, como: estudar com música alta ou com muitos estímulos à volta, assistir à
uma aula remota realizando outras tarefas concomitantemente, ou seja, no momento da evocação dessas
memórias. Algumas pessoas podem enfrentar dificuldade com a evocação da informação em uma sala
silenciosa. O ambiente influencia tanto na aquisição, quanto na evocação de uma memória.
Um aspecto importante a se considerar sobre a modulação das memórias por outros eventos são as
falsas memórias.
Percepção de tamanho e outras memórias são modificadas ao longo do desenvolvimento.
 EXEMPLO
Por exemplo, uma casa que parecia um castelo aos sete anos, pode ser pequenina aos 40 anos. Novos
estímulos no ambiente no tempo presente, podem alterar uma memória consolidada no passado. Uma
memória pode ser consolidada a partir de interpretações, por lembranças distorcidas e, muitas vezes, podem
até contradizer a própria experiência.
As falsas memórias podem ser adquiridas de maneira espontânea, criadas internamente como resultado
da nossa interpretação dos eventos, ou sugerida, produzida por um agente externo, mas que apresenta
características coerentes com os fatos.
As memórias sofrem influência das emoções e podemos armazenar uma informação como positiva ou
negativa, dependendo do nosso estado de humor no momento da aquisição.
 ATENÇÃO
Eventos negativos ou positivos ocorridos na infância podem ser modificados pela memória com o passar dos
anos.
AS EMOÇÕES
Fonte: Shutterstock.com
As memórias com maior carga emocional positiva são mais bem consolidadas e evocadas.
Uma emoção com carga emocional negativa é rapidamente consolidada em sistemas de longa duração.
Evitar experiências traumáticas ou perigos no ambiente pode ser adaptativo, mas em outras ocasiões,
pode resultar em uma aprendizagem desadaptada.
O cérebro, em sua evolução filogenética na espécie humana, foi desenhado para nos aproximar de
experiências positivas e nos afastar das negativas. Algumas vezes, a memória modulada por uma
emoção negativa pode sofrer uma supressão e não ser facilmente evocada; outras vezes, pode
desenvolver um reflexo condicionado (memória associativa), e esse não é evocado pela consciência,
mas resulta em alterações na fisiologia do organismo.
O reflexo condicionado traduz uma aprendizagem que modifica padrões do organismo, mas, muitas
vezes, a pessoa não compreende os motivos. Transtornos de ansiedade e fobias são um resultado
desse aprendizado.
O reflexo condicionado também está na base do comportamento de luta e fuga e, quando necessário,
isso é altamente adaptativo para fugirmos de um perigo ou nos mantermos alertas para enfrentar
adversidades.
 ATENÇÃO
Estruturas do sistema límbico e de memória estão diretamente conectados.
Uma emoção é construída sob um aspecto subjetivo na experiência do indivíduo. Uma emoção só existe
se tiver uma função, se alguém a percebe, sendo a própria pessoa que vivencia a experiência ou, nas
inferências de quem nos observa, percebe nosso estado afetivo, emocional e de humor.
 VOCÊ SABIA
As emoções são a principal fonte moduladora de memórias declarativas no cérebro.
Temos duas rotas da emoção que fazem interseção com estruturas de memória:
A ROTA CONSCIENTE DE UMA EMOÇÃO
A informação sensorial chega ao tálamo, passa para o córtex sensorial e para o hipocampo. Esse
processo é mais lento e depende de componentes cognitivos complexos.
TÁLAMO
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Uma estrutura do cérebro que se configura como um centro de distribuição de informações do
sistema nervoso. O tálamo recebe informações do sistema nervoso periférico, tronco cerebral, de
outras estruturas do cérebro e envia para uma outra estrutura que é o alvo da informação, inclusive
e, principalmente, o córtex cerebral.
Tálamo

Córtex sensorial

Hipocampo
A ROTA NÃO CONSCIENTE DE UMA EMOÇÃO
A informação sensorial chega ao tálamo, em seguida, à amígdala e ao hipotálamo. Esta rota é
adaptativa, pois é capaz de alterar a nossa fisiologia e o nosso comportamento, nos preparando para a
luta ou para fuga, de forma não consciente.
Tálamo

Amígdala

Hipotálamo
Fonte: Shutterstock.com
 Anatomia do Cérebro
 ATENÇÃO
O funcionamento do sistema límbico exerce uma influência direta em como consolidamos memória e
influenciam igualmente no momento da evocação. O nosso sistema límbico é o principal modulador de
memórias.
FATORES QUE MODULAM AS MEMÓRIAS
O SISTEMA LÍMBICO
São as principais estruturas límbicas: amígdala, hipocampo, giro do cíngulo e hipotálamo. O sistema
límbico é o responsável pelas nossas respostas emocionais. Nas estruturas do sistema límbico,
teremos armazenadas as nossas memórias emocionais.
Fonte: Shutterstock.com
Amígdala
Relaciona-se ao processamento do medo e algumas outras emoções, também no aprendizado e em
respostas de luta e fuga. Memória de curto prazo e reconhecimento de emoções. Alterações na amígdala
podem resultar em comportamentos agressivos, perda de controle emocional, alterações na memória de
curto prazo e déficits no reconhecimento de emoções. A amígdala é onde as nossas memórias de medo
ficam armazenadas.
Fonte: Shutterstock.com
Hipotálamo
Regula diversas atividades fisiológicas do organismo. Diferentes funções autônomas são gerenciadas
pelo hipotálamo. É um centro de homeostase.
Fonte: Shutterstock.com
Giro do cíngulo
Regula dor, emoções e memória. Alterações dessa área já foram associadas a certo prejuízo no
aprendizado, à expressão inapropriada de emoções, à ausência de medo e à dor.
Fonte: Shutterstock.com
Hipocampo
Está relacionado com a memória de longo prazo declarativa, o armazenamento das memórias recentes,
a orientação espacial, o reconhecimento de eventos inesperados no ambiente. Alterações nesta
estrutura podem levar à amnésia anterógrada. O indivíduo não consegue, por exemplo, formar novas
memórias dos tipos declarativas. Na doença de Alzheimer, o hipocampo é uma das primeiras áreas
acometidas pela degeneração do sistema nervoso.
ALGUMAS ESTRUTURAS DO CÉREBRO
EMOCIONAL E SUA INFLUÊNCIA NA MEMÓRIA:
CÓRTEX CINGULADO ANTERIOR
Área cortical mais próxima ao que se chama de sistema límbico. Região que demonstra muita atividade
quando executamos tarefas difíceis, experienciamos desejos intensos, amor ou raiva. Estudos
demonstraram uma alta atividade desta área quando, por exemplo, uma mãe escuta o choro de seu
bebê.
CÓRTEX FRONTAL
Informações de estruturas límbicas são enviadas ao córtex frontal para produzir sensações e percepções
conscientes de uma emoção. O córtex pré-frontal tem função gerenciadora da memória de trabalho.
COMPLEXO OLFATÓRIO
Estruturas relacionadas ao olfato levam a informação diretamente às áreas límbicas, que não passa,
necessariamente, pelo tálamo, como nos outros sentidos. Por esse motivo, o olfato, possivelmente, é
capaz de gerar respostas emocionais intensas. Acredita-se que o complexo olfatório seja um centro
emocional primitivo.
TÁLAMO
Centro distribuidor que recebe e envia informações de boa parte das sensações, tanto para áreas
corticais. quanto para as áreas límbicas, como aamígdala. Devido ao tálamo, podemos experimentar
alterações associadas a emoções de modo não consciente.
HIPOCAMPO
Está relacionado principalmente às memórias declarativas. Por isso, uma recordação de um evento triste
pode atrapalhar um momento alegre.
CORPO CALOSO
Faz a comunicação do hemisfério esquerdo e direito do cérebro.
HIPOTÁLAMO
Atua na homeostase e alterações fisiológicas relacionadas às emoções. O hipotálamo pode modular a
amígdala.
AMÍGDALA
Está relacionada principalmente às respostas associadas ao medo, mas também participa do
processamento de outras emoções. As nossas memórias de eventos que resultam em medo ficam
armazenadas na amígdala.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A MEMÓRIA E AS EMOÇÕES SÃO ESTUDADAS, TANTO PELA PSICOLOGIA,
QUANTO PELAS NEUROCIÊNCIAS. SOBRE A MEMÓRIA, MARQUE A
ALTERNATIVA FALSA:
A) A emoção e a memória se relacionam, pois são controladas por regiões similares do cérebro.
B) A amígdala, estrutura do sistema límbico, relaciona-se com o processamento das emoções e
memória.
C) O hipocampo, estrutura do sistema límbico, relaciona-se tanto com o processamento das emoções
quanto com a memória.
D) O sistema límbico reúne um conjunto de estruturas que estão relacionadas ao processamento das
emoções.
E) A emoção e a memória não se relacionam, pois são controladas por regiões diferentes do cérebro.
2. RELACIONA-SE AO PROCESSAMENTO DO MEDO E ALGUMAS OUTRAS
EMOÇÕES, TAMBÉM NO APRENDIZADO, RESPOSTAS DE LUTA E FUGA,
MEMÓRIA DE CURTO PRAZO E RECONHECIMENTO DE EMOÇÕES.
ALTERAÇÕES NESSA ESTRUTURA PODEM RESULTAR EM COMPORTAMENTOS
AGRESSIVOS, CERTA PERDA DE CONTROLE EMOCIONAL, ALTERAÇÕES NA
MEMÓRIA DE CURTO PRAZO E DÉFICITS NO RECONHECIMENTO DE EMOÇÕES.
O TEXTO REFERE-SE:
A) Ao hipocampo
B) Ao lobo temporal
C) Ao córtex pré-motor
D) À amígdala
E) Ao cerebelo
GABARITO
1. A memória e as emoções são estudadas, tanto pela Psicologia, quanto pelas Neurociências.
Sobre a memória, marque a alternativa falsa:
A alternativa "E " está correta.
As estruturas do sistema límbico são epicentros para controle emocional e modulam diretamente centros
de memória.
2. Relaciona-se ao processamento do medo e algumas outras emoções, também no aprendizado,
respostas de luta e fuga, memória de curto prazo e reconhecimento de emoções. Alterações
nessa estrutura podem resultar em comportamentos agressivos, certa perda de controle
emocional, alterações na memória de curto prazo e déficits no reconhecimento de emoções. O
texto refere-se:
A alternativa "D " está correta.
A amígdala está relacionada às reações emocionais, às memórias de curto prazo e às memórias de
medo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vida com prejuízos na memória é em tons de cinza. A memória é colorida com sabores, cheiros,
histórias, pessoas, momentos, que permanecem associados às lembranças e fazem com que
consigamos significá-los e percebê-los a partir de nossa história. Isso gradualmente define quem somos,
pois, sem memórias, não há possibilidade de saborear os momentos alegres ou tristes de nossa vida.
Sem esses momentos, não teríamos propósito nem uma personalidade.
Memória também é adaptabilidade. Gravamos em nossas estruturas neurais aquilo que foi aprendido. A
aprendizagem ocorre para nos adaptarmos, pois não podemos fazer aquilo que não aprendemos, e não
podemos comunicar o que não conhecemos.
Sem memória, não fazemos, nem nos comunicamos. Sem memória nada somos.
Vida é memória e memória é vida.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. 3.
ed. Artmed, 2017.
DAVIDSON, R. J.; BEGLEY, S. O Estilo Emocional do Cérebro. 1. ed. Sextante, 2013.
EYSENCK, M. W.; KEANE, M. T. Manual de Psicologia Cognitiva. 7. ed. Artmed, 2017.
IZQUIERDO, I. Memória. 2. ed. Artmed, 2011.
MEDEIROS, M. Divã. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
OLIVEIRA, M. B.; OLIVEIRA, M. K. Investigações Cognitivas - Conceitos, Linguagem e Cultura. 1 ed.
Artmed, 1999.
REEVE, J. Motivação e Emoção. 4. ed. LTC, 2006.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 4. ed. Cengage Learning, 2019.
STERNBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. 7. ed. Cengage Learning, 2016.
EXPLORE+
Para explorar os seus conhecimentos no assunto deste tema:
Acesse:
A página na internet do TED (Technology, Entertainment, Design) e aprenda um pouco mais sobre
falsas memórias. Também nesse site, você poderá saber mais sobre o conectoma humano, com
uma apresentação do neurocientista Sebastian Seung, a partir de um modelo ambicioso sobre as
conexões do cérebro.
Leia:
Como vimos, a memória pode ser modulada por demandas ambientais, por mudanças nos códigos
cognitivos. Podemos observar, por exemplo, como atividades motoras podem modificar padrões de
respostas mais habituais no nosso cotidiano. Leia o artigo Modulações dos efeitos Simon e Stroop
espacial por tarefas prévias de compatibilidade espacial, de Fraga-Filho et al., publicado na revista
eletrônica Psico da PUCRS.
Assista:
Em busca da memória: a neurociência de Erik Kandel é uma viagem fantástica na vida desse
neurocientista, ganhador do prêmio Nobel em 2007 por seus estudos sobre memória. Nesse
documentário, o autor conta de forma brilhante a história de sua vida ao mesmo tempo que revela
os mecanismos de memória que lhe permitem contar essa história. Você poderá encontrar no site
do Youtube.
Ao documentário Jogos de Memória (2019), de Claus Wehlisch e Janet Tobias, a respeito da
memória competitiva. Se possível, procure esse documentário para assistir nas plataformas de
streaming. Acesse também o site da World Memory Champions Ships e saiba mais sobre
competições internacionais de memória.
Ao filme Efeito Borboleta (2004), de Eric Bress e J. Mackye Gruber, uma excelente ficção científica,
mas que nos faz pensar sobre as memórias de nossas vidas: será mesmo que seria bom nos
livrarmos de algumas delas?
CONTEUDISTA
Roberto Sena Fraga Filho
 CURRÍCULO LATTES
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