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Slides de Aula Unidade II

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Prof. Dr. Alexandre Juan
UNIDADE II
Ética em Enfermagem
e Exercício da Profissão
 O compromisso ético dos profissionais de enfermagem, especialmente o cuidado humano,
deve pautar-se na bioética, como prática de ações permeadas por uma postura crítica
e reflexiva, em que pese, principalmente, a dignidade humana.
 A Encyclopedia of Bioethics designa o estudo sistemático da conduta humana nas áreas
das ciências da vida e dos cuidados da saúde, na medida em que esta conduta é examinada
à luz dos valores e dos princípios morais, de acordo com Reich (1978).
 Bioética (ou ética da vida) no campo filosófico, corresponde
ao “[...] estudo sistemático das dimensões morais – incluindo a
visão moral, as decisões, as condutas e as políticas – das
ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade
de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar”
(CALLAHAN, 1995, p. 1).
Bioética e Enfermagem 
 Na interface das práticas de saúde, surge, nos Estados Unidos, na década de 1970,
a bioética, que se ocupa de disciplinar as práticas assistenciais no campo da saúde,
estabelecendo quatro princípios: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Todos
esses princípios primam pelo respeito ao indivíduo, entendendo que a ética nas atividades
em saúde não deve ser pontual, mas uma postura adotada pelos profissionais que devem
assumir a responsabilidade social e respeitar o direito à cidadania.
 A bioética envolve todas as questões éticas sobre as ciências
da vida e a atenção à saúde, e situa-se na interface entre
várias disciplinas, incluindo a universalidade de seu enfoque,
que deverá ser enriquecido por um debate público envolvendo
todos os membros da sociedade, e a diversidade de contextos
econômicos, sociais e culturais, nos quais se enraíza o
pensamento ético ao redor do mundo. Isso porque a reflexão
de cada indivíduo se desenvolve conforme a sua própria
natureza, plasmada por sua história e as suas tradições,
sendo elas legais, políticas, filosóficas, religiosas, científicas,
dentre outras (UNESCO, 1997).
Bioética e interface com as ciências da vida, da saúde e do meio ambiente
 Após duas décadas de debates, a bioética, nos anos 1990, é reconhecida mundialmente
como um campo interdisciplinar consolidado da filosofia, com relevância pública,
compartilhada por usuários, comitês hospitalares e conselhos de saúde. Desde então,
ocorreram vários encontros nacionais e internacionais promovidos por associações
profissionais, leigas e religiosas, para discussões de temas polêmicos sob a ótica da bioética.
 A bioética pode demonstrar situações denominadas como “persistentes” e “emergentes”.
 As situações persistentes são aquelas que perduram com o tempo; como exemplos,
podemos citar o aborto, presente na história humana há milênios, a discriminação étnica-
social e a violência de gênero (mulheres, crianças e idosos).
 As situações emergentes são aquelas que surgiram
recentemente – ou, mais precisamente, nos últimos 50 anos –
e que continuarão surgindo de acordo com os avanços
tecnológicos e científicos. Como exemplo, podemos citar a
clonagem terapêutica e reprodutiva, a descoberta do gene
humano e as suas implicações, e os transplantes de órgãos.
Bioética como campo multidisciplinar 
 O modelo de análise bioética comumente utilizado e de grande aplicação na bioética, na
maioria dos países, é o modelo “principialista” (BEAUCHAMP; CHILDRESS, 1989), que
propõe quatro princípios bioéticos fundamentais: autonomia, beneficência, não maleficência
e justiça, inseridos na teoria principialista.
 É importante constatar que os quatro princípios não estão sujeitos a qualquer disposição
hierárquica. Se houver conflito entre eles, no tocante à questão de aplicá-los corretamente,
deve-se estabelecer como, quando e o que determinará o predomínio de um sobre o outro.
 A teoria principialista, como não poderia deixar de ser, é objeto de muitas críticas, dentre
as quais as dificuldades de sua aplicação na realidade. Os princípios da bioética não
esgotam a disciplina, que se revela cada vez mais plural e complexa.
 É pressupondo a educação como a base para a formação
de valores e formação de pessoas capazes de intervir como
cidadãos, que o ensino da bioética pode contribuir para
promover mudanças desde o nível individual até o coletivo.
Princípios da bioética
 O princípio da justiça estabelece como condição fundamental a equidade, que é a obrigação
ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, ou seja,
de dar a cada um o que lhe é devido.
 O(A) enfermeiro(a) deve atuar com imparcialidade, evitando, ao máximo, que os aspectos
sociais, culturais, religiosos, financeiros ou outros interfiram na relação entre o enfermeiro
e o paciente.
 Os recursos devem ser equilibradamente distribuídos, com o objetivo de alcançar,
com melhor eficácia, o maior número de pessoas assistidas.
Princípios da bioética: justiça
 A palavra autonomia origina-se dos termos gregos autós, que significa “próprio”, e nómos,
que quer dizer “regra”, “autoridade”. Pode-se dizer, então, que o princípio da autonomia é a
capacidade de uma pessoa de decidir fazer ou buscar aquilo que ela julga ser o melhor para
si mesma, com discernimento.
 Uma aplicação prática, no caso desse princípio, na relação enfermagem-paciente, seria
a informação adequada das possibilidades de sucesso ou não do resultado esperado
de um curativo para o tratamento de lesão por pressão.
 O paciente deve ser orientado sobre a duração aproximada do tratamento, as possibilidades
de que ele não seja efetivo e que possa evoluir para uma alternativa, e, ainda, sobre as
possíveis cicatrizes.
 Dessa forma, ele terá a capacidade de compreender sobre
o cuidado e o tratamento, e decidir fazer ou buscar aquilo
que julga ser o melhor para si mesmo.
Princípios da bioética: autonomia
 O princípio da beneficência é o que estabelece que devemos fazer o bem aos outros,
independentemente de desejá-lo ou não. “Fazer o bem” pode ser traduzido para as
atividades do enfermeiro como cuidar da saúde, da qualidade de vida, da evolução científica,
do aprimoramento técnico e científico, da ajuda ativa, mesmo quando se tratar apenas
de minimizar os danos.
 O princípio da beneficência não nos diz como distribuir o bem e o mal. Só nos manda
promover o primeiro e evitar o segundo. Quando se manifestam exigências conflitantes,
o que ele pode fazer é aconselhar-nos a conseguir a maior porção possível de bem
em relação ao mal.
 Por exemplo, a necessidade de amputação de um membro do
paciente. O malefício será que o paciente ficará sem um dos
membros, dificultando a sua locomoção, interferindo nas suas
atividades diárias habituais e, até mesmo, afetando-o
psicologicamente. Porém, o benefício será maior, visto que,
graças a esse procedimento, poderá sobreviver.
Princípios da bioética: beneficência 
 O princípio da não maleficência versa sobre a obrigação de não causar danos aos outros.
Os danos devem ser entendidos não somente como físicos, como a dor, as lesões, a morte,
mas também como aspecto ético, moral e psicológico.
 Os quatro princípios da bioética são: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça.
Embora cada um tenha o seu próprio conceito, devem caminhar sempre juntos e com o
mesmo propósito.
 Atualmente, o conceito de princípios de bioética foi ampliado pela Declaração Universal
sobre Bioética e Direitos Humanos, elencando, além dos quatro princípios, os princípios de
respeito à dignidade humana e direitos humanos, respeito ao consentimento e às pessoas
sem a capacidade de consentir, respeito à privacidade e à confidencialidade, não
discriminação e não estigmatização, respeito pela
vulnerabilidade e integridade pessoal, responsabilidade social e
saúde, solidariedade e cooperação, proteção ao meio
ambiente, respeito pela diversidade cultural e pluralismo,
compartilhamento de benefícios, proteção do meio ambiente,
da biosferae da biodiversidade, proteção das gerações futuras
(UNESCO, 2005).
Princípios da bioética: não maleficência 
 Um dilema ético pode ser definido como uma situação que envolve um conflito entre duas
escolhas morais.
 Diante de diversos dilemas éticos que estarão presentes no cotidiano do enfermeiro,
é importante que ele tenha o conhecimento das diretrizes norteadoras da profissão,
tanto científicas e técnicas como as éticas, além da legislação vigente.
 A tomada de decisão deve ser respaldada pela ética, e, se houver tempo, discutida entre
a equipe multidisciplinar.
 Alguns temas de bioética, persistentes e emergentes, são
de relevante significado, pois estarão causando embaraços
na tomada de decisão, por estarem predispostos aos
dilemas éticos.
 Estudaremos os principais dilemas éticos encontrados
no exercício da enfermagem.
Ética, bioética e os dilemas éticos em enfermagem
Não é um princípio da bioética a:
a) Justiça.
b) Autonomia.
c) Beneficência.
d) Equidade.
e) Não maledicência.
Interatividade
Não é um princípio da bioética a:
a) Justiça.
b) Autonomia.
c) Beneficência.
d) Equidade.
e) Não maledicência.
Resposta
 Aborto é a interrupção ou expulsão do produto da concepção antes do feto viável,
compreendida na gravidez até 22 semanas ou, se a idade gestacional for desconhecida,
realizada no produto da concepção pesando menos de 500 gramas ou medindo menos
de 16 cm (BRASIL, 2001).
 O aborto inseguro é o procedimento utilizado para interromper uma gravidez, realizado por
pessoas não habilitadas ou em um ambiente inadequado. Abortos inseguros ocorrem em
países onde as leis são restritivas ao procedimento ou naqueles onde ele é legal, porém, o
acesso das mulheres aos serviços de saúde é dificultado.
 As posições quanto ao fundamento ético são inconciliáveis.
O tema do aborto sempre instiga a polêmica e envolve
aspectos da mais alta indagação, já que a discussão engloba
campos distintos, tais como: a ética, a moral, a medicina, o
direito, a religião, os costumes e a filosofia.
 O aborto ilegal é um problema de saúde pública que tem
custos e complicações imensuráveis, como as infecções,
contrair doenças infectocontagiosas, hemorragias, mutilações
e, até mesmo, chegar ao óbito.
Aborto
O Código Penal (BRASIL, 1940) brasileiro, vigente da data de 1940 e, no artigo 128, incisos I e
II, embora determine que a realização do aborto é proibida, abre três exceções, asseverando
que ele não é crime (ou é crime, mas isento de punição):
 Quando o aborto é feito para salvar a vida da mãe;
 Quando a gravidez é decorrente de estupro;
 Quando se dá em decorrência de má-formação congênita do feto (anencefalia), conforme o
entendimento no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2012.
O Código Penal determina também, que o aborto provocado pela
gestante ou com o seu consentimento é cabível de pena:
Art. 124. Provocar aborto em si mesmo ou consentir que outrem
lhe provoque:
 Pena – detenção, de 1 a 3 anos (BRASIL, 1940).
Aborto
E, ainda, que o aborto provocado por terceiros é pertinente à pena nos casos de:
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
 Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante:
 Pena – reclusão, de um a quatro anos.
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze
anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave
ameaça ou violência.
 Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Aborto 
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário:
I. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro:
II. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante legal (BRASIL, 1940).
Aborto
De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, sabe-se que:
Capítulo III – das Proibições:
 Art. 70 - Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para praticar atos tipificados como crime
ou contravenção penal, tanto em ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles
em que não a exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais.[...];
 Art. 72 - Praticar ou ser conivente com o crime, a contravenção penal ou qualquer outro ato
que infrinja postulados éticos e legais, no exercício profissional;
 Art. 73 - Provocar aborto ou cooperar em prática destinada
a interromper a gestação, exceto nos casos permitidos
pela legislação vigente.
 Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação,
o profissional deverá decidir, de acordo com a sua
consciência, sobre a sua participação, desde que seja
garantida a continuidade da assistência (COFEN, 2017).
Aborto e enfermagem 
 Deste modo, é clara a legislação quanto à proibição expressa da realização de abortamento
ilegal por profissional de enfermagem.
 Assim, nos casos de abortamento previsto na legislação brasileira, este deve ser realizado
por um profissional médico, e o profissional de enfermagem, por questões de foro íntimo
e pessoal, contrário à sua participação no ato, deverá, previamente, comunicar por escrito
à sua chefia, a recusa para participar do momento em que o ato do abortamento acontecerá,
entretanto, jamais deverá recusar o cuidado e a assistência de enfermagem prestada
à mulher antes ou depois do ato, respeitando a sua dignidade.
 De outro modo, a própria chefia de enfermagem, mediante
a situação de recusa do profissional, previamente, mediante
o planejamento do cuidado, deverá manter o profissional
devidamente capacitado e que consinta na prestação
do cuidado sem discriminação, em respeito à mulher assistida.
Aborto e enfermagem 
 A atenção humanizada às mulheres em abortamento merece uma abordagem ética e uma
reflexão sobre os aspectos jurídicos, tendo como princípios norteadores a igualdade, a
liberdade e a dignidade da pessoa humana, não se admitindo qualquer discriminação ou
restrição ao acesso à assistência à saúde.
 Esses princípios incorporam o direito à assistência ao abortamento no marco ético e jurídico,
dos direitos sexuais e reprodutivos, afirmados nos planos internacional e nacional de direitos
humanos (BRASIL, 2011).
 As normativas éticas proíbem o profissional de enfermagem
de realizar ou participar de abortos não previstos pela lei;
o profissional de enfermagem deve assegurar às mulheres
que praticaram o aborto, o acesso à informação e à orientação
humana e solidária, ao abortamento previsto em lei, à atenção
de qualidade em complicações derivadas de abortos
e ao planejamento reprodutivo pós-aborto para, inclusive,
evitar abortos repetidos.
Aborto e enfermagem 
 Em todo caso de abortamento, principalmente nos induzidos, a atenção à saúde da mulher
deve ser garantida prioritariamente, provendo-se a atuação multiprofissional e, acima
de tudo, respeitando a mulher na sua liberdade, dignidade, autonomia, e autoridade moral
e ética para decidir, afastando os preconceitos, os estereótipos e as discriminações de
quaisquer naturezas, que possam negar e desumanizar esse atendimento (BRASIL, 2011).
Não cabe ao profissional de enfermagem denunciar a mulher que comparece à unidade de
saúde requerendo a assistência obstétrica, quando da suspeição de abortamento ilegal, uma
vez que a prioridade é o atendimento de emergência a mesma, e como o Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem assegura como um dever profissional:
 Art. 41 - Prestar assistência de Enfermagem sem
discriminação de qualquer natureza.
 Caso o profissional não concorde em prestar o atendimento,
deverá, imediatamente, comunicar a sua chefia, para
providenciar outroprofissional para o atendimento,
conforme já mencionado anteriormente.
Aborto e enfermagem 
 A sociedade contemporânea está atravessada por contradições e paradoxos, dentre
os quais vale destacar a relação entre a alta tecnologia e a pior situação humana,
a miséria e a desigualdade social.
 Embora a notável evolução exponencial do ser humano e a capacidade de adquirir novos
avanços tecnológicos, responsáveis por inúmeros benefícios e pelas transformações sociais,
demonstrem a nossa incrível capacidade de evoluir, ainda estamos longe de nos superar
quando falamos de violência, discriminação étnica e social, que perduram desde
os primórdios.
 Em análise ao tema da violência, podemos citar a violência
praticada contra a mulher, os idosos, as crianças e, também,
a violência contra os profissionais de saúde em seus
ambientes de trabalho.
Violência, discriminação étnica e social
 A discriminação é outro ponto importante discutido na bioética e que merece destaque.
 O termo indica segregação, “colocar à parte”, “deixar de lado”, e podemos citar
discriminações em inúmeras circunstâncias, relacionadas à etnia, à raça, ao gênero,
à sexualidade, à xenofobia, a pessoas de baixa renda, à baixa instrução educacional,
ao radicalismo religioso, aos estereótipos físicos fora dos padrões supostamente exigidos
pela sociedade, como as pessoas com deficiência física, obesos, dentre tantos outros.
A Constituição Federal, no Título II – dos direitos e garantias fundamentais, Capítulo I –
dos direitos e deveres individuais e coletivos, artigo 5º, assegura:
 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
(BRASIL, 1988).
Violência, discriminação étnica e social
A Lei Federal n. 7.716, de 05 de janeiro de 1989, define os crimes resultantes de preconceito
de raça ou de cor:
 “Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (BRASIL, 1989).
 O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem prevê, no artigo 41, que versa sobre
os deveres, que o profissional de enfermagem deve prestar assistência sem discriminação
de qualquer natureza (COFEN, 2017).
 No caso de violência contra o profissional de enfermagem, no
exercício da função, o mesmo pode comunicar às autoridades
policiais quanto à agressão sofrida, e perante ao sistema
Cofen/Coren assegurar o seu direito, conforme prevê o artigo
8º, em requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, de
forma fundamentada, as medidas cabíveis para a obtenção de
desagravo público, em decorrência de ofensa sofrida no
exercício profissional ou que atinja a profissão.
Violência, discriminação étnica e social
 O sangue tem uma importância enorme na vida humana, tanto que, pesquisas relativas
a ele e aos seus componentes, podem salvar vidas ou, pelo menos, melhorar a qualidade de
vida de quem sofre com certas doenças.
 Atualmente, já se pode usufruir de hemoterapias (tratamento com sangue ou derivados)
eficazes, por meio das quais muitos pacientes se beneficiam com uma única doação
de sangue, a partir do uso seletivo dos seus componentes.
 A transfusão sanguínea constitui-se num tratamento que não é isento de complicações,
entretanto, por mais que apresente perigo, é tão importante quanto um transplante de
órgãos, e, assim como ele, embora tenha os seus benefícios, traz, consigo, alguns riscos.
 Interpretações de algumas passagens bíblicas por algumas
religiões fazem com que algumas comunidades religiosas
neguem a transfusão de sangue.
Transfusão sanguínea e as filosofias religiosas
 A hemotransfusão é um tratamento clínico cuja execução terapêutica, em princípio, compete
aos médicos e aos profissionais de laboratório. Entretanto, o enfermeiro, como integrante
da equipe de saúde, pode ter que participar deste procedimento, pois o Conselho Federal
de Enfermagem aprovou as normas técnicas dos procedimentos a serem realizados pelos
profissionais de Enfermagem na Hemoterapia e no Transplante de Medula Óssea
(FRANCA; BAPTISTA; BRITO, 2008).
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, em seu preâmbulo, explicita:
 “[...] princípios fundamentais reafirmam que o respeito
aos direitos humanos é inerente ao exercício da profissão,
o que inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade,
à igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha, à dignidade
e a ser tratada sem distinção [...]”;
 E no artigo 45 – dos deveres determina como um dever:
“Prestar assistência de Enfermagem livre de danos
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.”
Transfusão sanguínea e as filosofias religiosas
 Poderíamos amenizar a situação, apenas nos casos previsíveis para a necessidade das
transfusões sanguíneas, por exemplo, no caso das cirurgias eletivas, realizando um
planejamento: estocagem do próprio sangue para a autotransfusão, estímulos da medula
óssea para o aumento da produção de sangue, com a finalidade de intensificar o nível de
hematócrito e hemoglobina, ou, até mesmo, a sugestão da transferência da responsabilidade
médica para outro, que compreenda a filosofia religiosa, ou para a decisão judicial.
 Porém, estas ações, em caráter emergencial, não se aplicam, pois somente a hemoterapia
será eficiente.
 Os seguidores dessa religião estão bem organizados para
auxiliarem as equipes de saúde no processo de tomada
de decisão. Existem comissões de ligação com os hospitais,
e comissões de ética e bioética para a análise dos casos,
que prestam assessoria aos casos de necessidade
de transfusão e elaboram protocolos nestes casos,
para a tomada de decisão.
Transfusão sanguínea e as filosofias religiosas
 A criação, em 1997, do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e das Centrais de
Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) possibilitaram a implementação
de passos importantes para beneficiar a procura e a captação de órgãos para os
transplantes no Brasil, intervivos, e entre a pessoa falecida e o transplantado.
 Os critérios para o diagnóstico de morte encefálica (ME) foram definidos na Resolução do
Conselho Federal de Medicina n. 2.173/2017, e atende o que determina a Lei n. 9.434/97
e o Decreto n. 9.175/2017, que regulamentam o transplante de órgãos no Brasil.
 O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem determina que o enfermeiro não deve
colaborar, direta ou indiretamente, com os outros profissionais de saúde no descumprimento
da legislação referente aos transplantes de órgãos e tecidos.
 Capítulo III – das Proibições: Art. 82 - Colaborar, direta ou
indiretamente, com outros profissionais de saúde ou áreas
vinculadas, no descumprimento da legislação referente aos
transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana,
reprodução assistida ou manipulação genética.
Doação e transplante de órgãos
Nos casos de agressão aos profissionais de enfermagem, no exercício de suas funções,
e à categoria profissional, é direito do profissional requerer ao Conselho de Enfermagem:
a) Carta de desculpas.
b) Desagravo público.
c) Denúncia de agressão.
d) Desabilitação da denúncia.
e) Declaração de violência.
Interatividade
Nos casos de agressão aos profissionais de enfermagem, no exercício de suas funções,
e à categoria profissional, é direito do profissional requerer ao Conselho de Enfermagem:
a) Carta de desculpas.
b) Desagravo público.
c) Denúncia de agressão.
d) Desabilitação da denúncia.
e) Declaração de violência.
Resposta
 Nos primórdios, se um indivíduo adoecesse, contava com poucos recursos, muitas vezes
apenas com a sua própria imunidade para se recuperar e, caso ela não vencesse a doença
que o atacava, acabava morrendo. Com o desenvolvimento das tecnologias e da ciência,
permitiu-se a cura de várias doenças, um prolongamento da vida ou, até mesmo,do
processo de morrer, melhorando a qualidade de vida e a longevidade do ser humano.
 Diante destas possibilidades, chegou-se a um impasse: a dignidade no processo de morrer,
envolvendo as questões como o apressamento da morte e o prolongamento do processo
de morrer.
 Vamos entender um pouco mais sobre esses processos,
identificando os conceitos de eutanásia, distanásia
e ortotanásia, o que a legislação brasileira prevê sobre essas
circunstâncias e como o Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem normatiza esse tema.
Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer
 Eutanásia, termo de origem grega (do grego eu, “boa” e thanatos, “morte”), que significa,
literalmente, “morte boa”, ou seja, “morte sem dor nem sofrimento” (DICIONÁRIO DO
AURÉLIO ON-LINE, 2016).
 Entretanto, o termo refere-se ao ato de pôr fim à vida de uma pessoa enferma, que é
considerada uma prática inadequada, imoral e ilegal no país.
 A eutanásia não possui nenhuma menção no Código Penal
Brasileiro, nem na Constituição Federal. Desse modo, é fácil
entender porque, no Brasil, não se tem nenhum caso de
eutanásia, afinal, quando algo semelhante acontece, é tratado
como homicídio, com relação ao profissional que a aplica
no doente, ou como suicídio, no caso em que o paciente
tenha solicitado a sua realização.
Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer
 A enfermagem tem trabalhado com os valores e as crenças relacionados a esse aspecto no
dia a dia, com as suas experiências, cuidando de pessoas no processo de morrer dentro das
instituições de saúde, por meio de cuidados paliativos, mas é a legislação profissional de
enfermagem que proíbe a eutanásia e as práticas a destinar a antecipação da morte do
paciente.
 O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem vigente traz, claramente, no Capítulo III
das proibições, em seu artigo 74, a proibição de promover ou participar de prática destinada
a antecipar a morte da pessoa (COFEN, 2017).
 A distanásia é um termo pouco conhecido, mas, muitas vezes,
praticada no campo da saúde. Tem como definição de morte
difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do
processo da morte, através de um tratamento que apenas
prolonga a vida biológica do paciente. Também pode ser
chamada de “obstinação terapêutica” (PESSINI;
BARCHIFONTAINE, 2000).
Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer
 Segundo Menezes; Selli; Alves (2009), distanásia significa a conduta que visa manter a vida
do paciente terminal, mesmo com muito sofrimento. Essa conduta não se estende à vida,
mas ao processo de morrer.
 O avanço da ciência e a sua aplicação, por vezes, comprometem a qualidade de vida das
pessoas em sofrimento, afetando a sua dignidade. Os cuidados paliativos e o respeito
ao direito do paciente são meios eficazes para prevenir a prática da distanásia.
Neste sentido, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, no artigo 48,
quanto aos deveres, explicita:
 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade
de vida à pessoa e à família, no processo do nascer, viver,
morrer e luto. E nos casos de doenças graves incuráveis
e terminais com o risco iminente de morte, em consonância
com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados
paliativos disponíveis para assegurar o conforto físico,
psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa
ou de seu representante legal.
Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer
Ortotanásia refere-se à morte que ocorre de forma natural. Em alguns casos, ela está
relacionada à suspensão de procedimentos em casos de pacientes terminais, permitindo, por
exemplo, que voltem para a casa. A ortotanásia tem como objetivo reduzir o sofrimento, por
exemplo, retirando os medicamentos, por vezes, ineficazes para a cura que estão sendo
administrados ao paciente, tratando, apenas, de manter o conforto, procedimento chamado de
“cuidados paliativos”, que podem ser:
 Manter o paciente com administração de sedativos contínuos, que mantenham o paciente
com o rebaixamento da consciência (prescritos pelo médico);
 Administrar analgésicos para o alívio das dores (o que pode se dar de forma contínua
ou intermitente), prescritos pelo médico;
 Favorecer o conforto por meio do ambiente: iluminação
relaxante, promover a tranquilidade e o silêncio, música
ambiente;
 Favorecer a presença de pessoas de vínculo próximas
ao paciente.
Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer
 Essas ações favorecerão o conforto, mas não têm como intuito acelerar a morte, nem
prolongar o sofrimento do paciente. Tratam-se de condutas que favorecerão a morte do
paciente com dignidade, amenizando o seu sofrimento.
Cabe ressaltar que o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, no artigo 48,
dos deveres profissionais, estabelece aos profissionais a prática dos cuidados paliativos:
 Art. 48 – Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa
e à família, no processo do nascer, viver, morrer e luto.
 Parágrafo único: nos casos de doenças graves incuráveis
e terminais, com risco iminente de morte, em consonância
com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados
paliativos disponíveis para assegurar o conforto físico,
psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa
ou de seu representante legal.
Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer
Qual é a modalidade de cuidado prestado pela enfermagem de modo humanizado aos
pacientes no final de vida?
a) Distanásia.
b) Eutanásia.
c) Ortotanásia.
d) Cuidados paliativos.
e) Prototanásia.
Interatividade 
Qual é a modalidade de cuidado prestado pela enfermagem de modo humanizado aos
pacientes no final de vida?
a) Distanásia.
b) Eutanásia.
c) Ortotanásia.
d) Cuidados paliativos.
e) Prototanásia.
Resposta
Células-tronco embrionárias:
Usar embriões congelados, excedentes de tratamentos de fertilização, ou obter células-tronco
a partir de clonagem terapêutica são duas soluções que a ciência está propondo para tentar
chegar mais perto da cura de várias doenças. Ao mesmo tempo, o que gera a esperança
provoca, também, importantes questionamentos bioéticos, tais como:
É moralmente válido produzir e utilizar embriões humanos
para separar as suas células-tronco?
A esperança das pessoas, traduzida na criação constante
de novas terapêuticas, está acima da vida dos embriões
que terão que ser produzidos para gerar as células-tronco?
Nos países onde é permitida a clonagem terapêutica, haverá
a comercialização do tecido produzido em laboratório, através
do envio deste material para os países onde a técnica é
proibida?
Todos terão acesso a essa tecnologia?
Genética e dilemas éticos
É importante salientar que, além da questão da tecnologia, existem, também, questionamentos
éticos acerca dos pais desses embriões, que podem estabelecer uma relação com o seu
embrião, o que pode levar a pensamentos de culpa e de abandono?
O que fazer com os embriões se não planejam ter mais filhos?
Será que o casal reconhece a possibilidade de doar os embriões para a pesquisa, sabendo
que eles serão viáveis, apenas, por cinco anos em questão de fertilização?
Será que o casal tem informação suficiente para decidir
o destino daquele material?
Genética e dilemas éticos
No Brasil, a Lei da Biossegurança, Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005, trata da questão
do uso de células-tronco para a finalidade de pesquisa:
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias,
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro, e não utilizados no respectivo
procedimento, atendidas às seguintes condições:
I. Sejam embriões inviáveis; ou
II. Sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou
que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos,
contados a partirda data de congelamento.
 § 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento
dos genitores.
 § 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem
pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas
deverão submeter os seus projetos à apreciação e à
aprovação dos respectivos Comitês de Ética em Pesquisa.
Genética e dilemas éticos
 Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005, trata da questão do uso de células-tronco para a
finalidade de pesquisa, também estabelece no artigo 5º:
 § 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e a sua
prática implica no crime tipificado no art. 15 da Lei n. 9.434, de 04 de fevereiro de 1997
(BRASIL, 2005).
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem estabelece como proibição:
 Art. 82 – Colaborar, direta ou indiretamente,
com outros profissionais de saúde ou áreas vinculadas,
no descumprimento da legislação referente aos transplantes
de órgãos, tecidos, esterilização humana, reprodução assistida
ou manipulação genética.
Genética e dilemas éticos
 Depois de 13 anos de estudos, por meio do Projeto Genoma Humano, que envolveu
inúmeros centros de estudos, inclusive brasileiros, em 2003, descobriu-se o sequenciamento
genético de todos os genes humanos, identificando, assim, todas as bases (moléculas
químicas que formam o DNA). Essa descoberta deu início a uma revolução no campo
da genética, que iniciou uma nova época, denominada “Era Genômica”.
 Um fator que tem despertado interesse na sociedade científica e nos profissionais
da saúde é que, através do mapeamento genético do genoma humano, será possível,
muito em breve, encontrar as causas específicas e, consequentemente, os tratamentos
para diversas doenças.
 Muitos medicamentos e vacinas poderão ser elaborados
pensando na ação específica para um determinado gene, a
partir de informações obtidas por esse tipo de pesquisa. E
assim, descobrindo o motivo de várias doenças, o ser humano
poderá adotar medidas e comportamentos de prevenção.
Mapeamento genético e implicações éticas
 Atualmente, por exemplo, já é sabido que existem testes que, após analisarem os seus
genes, poderão demonstrar a susceptibilidade genética para uma determinada doença e,
assim, adotar medidas para a prevenção.
 Utilizando as pesquisas genéticas e os exames especializados, já é possível detectar se um
embrião herdou doenças graves, o que possibilita um tratamento adequado desde os
primeiros dias de vida. Esse procedimento reduz o impacto da doença sobre o organismo,
assim como as suas sequelas.
 Portanto, é sabido que a genética poderá trazer inúmeros
benefícios; contudo, pensando por outro lado, quando se
descobrir para que cada sequência do gene se traduz, o
homem poderá ficar suscetível a alguns problemas sérios.
Mapeamento genético e implicações éticas
 O fato é que o domínio desse tipo de informação poderia acarretar a “profetização” do futuro
de uma pessoa.
Será que ter um gene para uma determinada doença ou para a criminalidade fará o indivíduo
doente ou criminoso?
Será que não estaremos contribuindo, ainda mais, com a discriminação entre os humanos?
 Será que não estaremos indo ao encontro da tão temida
eugenia? Sendo a eugenia uma teoria que busca produzir uma
seleção humana a partir de caracteres, inclusive genéticos,
para os seres humanos puros, uma “raça pura” tentada entre
os nazistas durante a Segunda Grande Guerra, das quais
sabemos dos horrores das experiências com os seres
humanos, neste período.
Mapeamento genético e implicações éticas
 Outra tecnologia que merece destaque no campo da bioética é a nanotecnologia. A
nanotecnologia trabalha em escala nanométrica, atômica e molecular. A escala de medida
usada é o nanômetro, ou seja, a bilionésima parte do metro, uma medida subatômica.
 A nanotecnologia pode ser empregada no desenvolvimento de materiais e componentes
para diversas áreas: eletrônica, ciências da saúde, ciência da computação, engenharia dos
materiais, engenharia química, entre outras.
 Um dos princípios básicos da nanotecnologia é a construção
de estruturas e novos materiais a partir dos átomos. O objetivo
é elaborar estruturas estáveis e melhores do que se
estivessem em sua forma “normal”. Como exemplo, citamos
os smartphones (“celulares inteligentes”), com tecnologias
avançadas, o que inclui programas executados num sistema
operacional equivalente aos computadores, resultado
da nanotecnologia.
Nanotecnologia
As aplicabilidades da nanotecnologia, nos dias atuais, são infinitas:
 A manufatura dos cabos de fibras de carbono, que possuem estruturas mais resistentes que
a do aço e são usadas para os cabeamentos submarítimos;
 Os nanobots, que são resultantes da nanorrobótica, uma tecnologia que cria máquinas ou
robôs à escala de um nanômetro. O Centro de Câncer Devis, da Universidade da Califórnia
(UCDCC), publicou um estudo sobre a criação de nanopartículas capazes de combater as
células cancerígenas. Sob o nome de “nanoporphyrin”, a nanotecnologia pode caçar
e destruir tumores com câncer pelo corpo. O desenvolvimento deste promissor processo
de identificação e combate à doença foi possível graças à instalação de um módulo
de reconhecimento de tumores em nanorrobôs;
 A confecção de roupas com tecidos isotérmicos, impermeáveis
a líquidos, antichamas e leves, adequados aos uniformes
de soldados e militares;
 Produtos dermatológicos nanoencapsulados,
que potencializam o efeito do produto na pele.
Nanotecnologia
 A velocidade dessas descobertas e criações mostra que, para o ser humano, não existem
limites para desenvolver a sua capacidade intelectual e científica.
Porém, como falar das consequências da nanotecnologia, positiva e negativa, se as pessoas,
no cotidiano, desconhecem que já consomem produtos com nanotecnologia, inclusive na área
da saúde, e nem sabem o que o termo significa?
 Por isso, a importância do conhecimento e do desenvolvimento de novas tecnologias na área
da saúde e na atuação da enfermagem.
 Nesse sentido, o Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem, no artigo 17, dos direitos, garante: “realizar
e participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão,
respeitando a legislação vigente”; e nos faz um alerta no artigo
96, quanto às proibições: “sobrepor o interesse da ciência ao
interesse e à segurança da pessoa, família e coletividade.”
Nanotecnologia
 A bioética envolve todas as questões éticas sobre as ciências da vida, ciências da saúde e
atenção à saúde, ciências do meio ambiente e tecnologia, e situa-se na interface entre várias
disciplinas, na pluralidade, como a filosofia, ética, política, a religião, o direito, a sociedade,
a tecnologia e a saúde, incluindo a enfermagem.
 O compromisso ético dos profissionais de enfermagem, especialmente quanto ao cuidado
humano, deve pautar-se na bioética como a prática de ações permeadas por uma postura
crítica e reflexiva.
 O estudo e a atualização das questões éticas e bioéticas em enfermagem são fundamentais
para uma prática segura e autônoma, e para a atuação de uma enfermagem segura, livre de
danos e agravos, decorrentes de imperícia, imprudência e negligência.
 E, também, são fundamentais estas reflexões e a aplicação
em situações de prática, para uma gestão e para o
desenvolvimento de pesquisas em enfermagem.
A importância da atualização ética e bioética em enfermagem
Durante a atuação em enfermagem, o profissional de enfermagem não poderá:
a) Respeitar o paciente e os seus familiares.
b) Orientar o paciente quanto ao cuidado e o tratamento a ser realizado.
c) Sobrepor o interesse da ciência e da pesquisa à segurança do paciente.
d) Solicitar o consentimento do paciente para o procedimento.
e) Informar os benefícios e os riscos do procedimento.
Interatividade
Durante a atuação em enfermagem, o profissional de enfermagem não poderá:
a) Respeitar o paciente e os seus familiares.
b) Orientar o paciente quanto ao cuidado e otratamento a ser realizado.
c) Sobrepor o interesse da ciência e da pesquisa à segurança do paciente.
d) Solicitar o consentimento do paciente para o procedimento.
e) Informar os benefícios e os riscos do procedimento.
Resposta
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7498.htm. Acesso em: 14 ago. 2016.
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seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão
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Biossegurança – PNB. Brasília, 2005. Disponível em:
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Referências
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