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Prof. Dr. Alexandre Juan UNIDADE II Ética em Enfermagem e Exercício da Profissão O compromisso ético dos profissionais de enfermagem, especialmente o cuidado humano, deve pautar-se na bioética, como prática de ações permeadas por uma postura crítica e reflexiva, em que pese, principalmente, a dignidade humana. A Encyclopedia of Bioethics designa o estudo sistemático da conduta humana nas áreas das ciências da vida e dos cuidados da saúde, na medida em que esta conduta é examinada à luz dos valores e dos princípios morais, de acordo com Reich (1978). Bioética (ou ética da vida) no campo filosófico, corresponde ao “[...] estudo sistemático das dimensões morais – incluindo a visão moral, as decisões, as condutas e as políticas – das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar” (CALLAHAN, 1995, p. 1). Bioética e Enfermagem Na interface das práticas de saúde, surge, nos Estados Unidos, na década de 1970, a bioética, que se ocupa de disciplinar as práticas assistenciais no campo da saúde, estabelecendo quatro princípios: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Todos esses princípios primam pelo respeito ao indivíduo, entendendo que a ética nas atividades em saúde não deve ser pontual, mas uma postura adotada pelos profissionais que devem assumir a responsabilidade social e respeitar o direito à cidadania. A bioética envolve todas as questões éticas sobre as ciências da vida e a atenção à saúde, e situa-se na interface entre várias disciplinas, incluindo a universalidade de seu enfoque, que deverá ser enriquecido por um debate público envolvendo todos os membros da sociedade, e a diversidade de contextos econômicos, sociais e culturais, nos quais se enraíza o pensamento ético ao redor do mundo. Isso porque a reflexão de cada indivíduo se desenvolve conforme a sua própria natureza, plasmada por sua história e as suas tradições, sendo elas legais, políticas, filosóficas, religiosas, científicas, dentre outras (UNESCO, 1997). Bioética e interface com as ciências da vida, da saúde e do meio ambiente Após duas décadas de debates, a bioética, nos anos 1990, é reconhecida mundialmente como um campo interdisciplinar consolidado da filosofia, com relevância pública, compartilhada por usuários, comitês hospitalares e conselhos de saúde. Desde então, ocorreram vários encontros nacionais e internacionais promovidos por associações profissionais, leigas e religiosas, para discussões de temas polêmicos sob a ótica da bioética. A bioética pode demonstrar situações denominadas como “persistentes” e “emergentes”. As situações persistentes são aquelas que perduram com o tempo; como exemplos, podemos citar o aborto, presente na história humana há milênios, a discriminação étnica- social e a violência de gênero (mulheres, crianças e idosos). As situações emergentes são aquelas que surgiram recentemente – ou, mais precisamente, nos últimos 50 anos – e que continuarão surgindo de acordo com os avanços tecnológicos e científicos. Como exemplo, podemos citar a clonagem terapêutica e reprodutiva, a descoberta do gene humano e as suas implicações, e os transplantes de órgãos. Bioética como campo multidisciplinar O modelo de análise bioética comumente utilizado e de grande aplicação na bioética, na maioria dos países, é o modelo “principialista” (BEAUCHAMP; CHILDRESS, 1989), que propõe quatro princípios bioéticos fundamentais: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça, inseridos na teoria principialista. É importante constatar que os quatro princípios não estão sujeitos a qualquer disposição hierárquica. Se houver conflito entre eles, no tocante à questão de aplicá-los corretamente, deve-se estabelecer como, quando e o que determinará o predomínio de um sobre o outro. A teoria principialista, como não poderia deixar de ser, é objeto de muitas críticas, dentre as quais as dificuldades de sua aplicação na realidade. Os princípios da bioética não esgotam a disciplina, que se revela cada vez mais plural e complexa. É pressupondo a educação como a base para a formação de valores e formação de pessoas capazes de intervir como cidadãos, que o ensino da bioética pode contribuir para promover mudanças desde o nível individual até o coletivo. Princípios da bioética O princípio da justiça estabelece como condição fundamental a equidade, que é a obrigação ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, ou seja, de dar a cada um o que lhe é devido. O(A) enfermeiro(a) deve atuar com imparcialidade, evitando, ao máximo, que os aspectos sociais, culturais, religiosos, financeiros ou outros interfiram na relação entre o enfermeiro e o paciente. Os recursos devem ser equilibradamente distribuídos, com o objetivo de alcançar, com melhor eficácia, o maior número de pessoas assistidas. Princípios da bioética: justiça A palavra autonomia origina-se dos termos gregos autós, que significa “próprio”, e nómos, que quer dizer “regra”, “autoridade”. Pode-se dizer, então, que o princípio da autonomia é a capacidade de uma pessoa de decidir fazer ou buscar aquilo que ela julga ser o melhor para si mesma, com discernimento. Uma aplicação prática, no caso desse princípio, na relação enfermagem-paciente, seria a informação adequada das possibilidades de sucesso ou não do resultado esperado de um curativo para o tratamento de lesão por pressão. O paciente deve ser orientado sobre a duração aproximada do tratamento, as possibilidades de que ele não seja efetivo e que possa evoluir para uma alternativa, e, ainda, sobre as possíveis cicatrizes. Dessa forma, ele terá a capacidade de compreender sobre o cuidado e o tratamento, e decidir fazer ou buscar aquilo que julga ser o melhor para si mesmo. Princípios da bioética: autonomia O princípio da beneficência é o que estabelece que devemos fazer o bem aos outros, independentemente de desejá-lo ou não. “Fazer o bem” pode ser traduzido para as atividades do enfermeiro como cuidar da saúde, da qualidade de vida, da evolução científica, do aprimoramento técnico e científico, da ajuda ativa, mesmo quando se tratar apenas de minimizar os danos. O princípio da beneficência não nos diz como distribuir o bem e o mal. Só nos manda promover o primeiro e evitar o segundo. Quando se manifestam exigências conflitantes, o que ele pode fazer é aconselhar-nos a conseguir a maior porção possível de bem em relação ao mal. Por exemplo, a necessidade de amputação de um membro do paciente. O malefício será que o paciente ficará sem um dos membros, dificultando a sua locomoção, interferindo nas suas atividades diárias habituais e, até mesmo, afetando-o psicologicamente. Porém, o benefício será maior, visto que, graças a esse procedimento, poderá sobreviver. Princípios da bioética: beneficência O princípio da não maleficência versa sobre a obrigação de não causar danos aos outros. Os danos devem ser entendidos não somente como físicos, como a dor, as lesões, a morte, mas também como aspecto ético, moral e psicológico. Os quatro princípios da bioética são: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Embora cada um tenha o seu próprio conceito, devem caminhar sempre juntos e com o mesmo propósito. Atualmente, o conceito de princípios de bioética foi ampliado pela Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, elencando, além dos quatro princípios, os princípios de respeito à dignidade humana e direitos humanos, respeito ao consentimento e às pessoas sem a capacidade de consentir, respeito à privacidade e à confidencialidade, não discriminação e não estigmatização, respeito pela vulnerabilidade e integridade pessoal, responsabilidade social e saúde, solidariedade e cooperação, proteção ao meio ambiente, respeito pela diversidade cultural e pluralismo, compartilhamento de benefícios, proteção do meio ambiente, da biosferae da biodiversidade, proteção das gerações futuras (UNESCO, 2005). Princípios da bioética: não maleficência Um dilema ético pode ser definido como uma situação que envolve um conflito entre duas escolhas morais. Diante de diversos dilemas éticos que estarão presentes no cotidiano do enfermeiro, é importante que ele tenha o conhecimento das diretrizes norteadoras da profissão, tanto científicas e técnicas como as éticas, além da legislação vigente. A tomada de decisão deve ser respaldada pela ética, e, se houver tempo, discutida entre a equipe multidisciplinar. Alguns temas de bioética, persistentes e emergentes, são de relevante significado, pois estarão causando embaraços na tomada de decisão, por estarem predispostos aos dilemas éticos. Estudaremos os principais dilemas éticos encontrados no exercício da enfermagem. Ética, bioética e os dilemas éticos em enfermagem Não é um princípio da bioética a: a) Justiça. b) Autonomia. c) Beneficência. d) Equidade. e) Não maledicência. Interatividade Não é um princípio da bioética a: a) Justiça. b) Autonomia. c) Beneficência. d) Equidade. e) Não maledicência. Resposta Aborto é a interrupção ou expulsão do produto da concepção antes do feto viável, compreendida na gravidez até 22 semanas ou, se a idade gestacional for desconhecida, realizada no produto da concepção pesando menos de 500 gramas ou medindo menos de 16 cm (BRASIL, 2001). O aborto inseguro é o procedimento utilizado para interromper uma gravidez, realizado por pessoas não habilitadas ou em um ambiente inadequado. Abortos inseguros ocorrem em países onde as leis são restritivas ao procedimento ou naqueles onde ele é legal, porém, o acesso das mulheres aos serviços de saúde é dificultado. As posições quanto ao fundamento ético são inconciliáveis. O tema do aborto sempre instiga a polêmica e envolve aspectos da mais alta indagação, já que a discussão engloba campos distintos, tais como: a ética, a moral, a medicina, o direito, a religião, os costumes e a filosofia. O aborto ilegal é um problema de saúde pública que tem custos e complicações imensuráveis, como as infecções, contrair doenças infectocontagiosas, hemorragias, mutilações e, até mesmo, chegar ao óbito. Aborto O Código Penal (BRASIL, 1940) brasileiro, vigente da data de 1940 e, no artigo 128, incisos I e II, embora determine que a realização do aborto é proibida, abre três exceções, asseverando que ele não é crime (ou é crime, mas isento de punição): Quando o aborto é feito para salvar a vida da mãe; Quando a gravidez é decorrente de estupro; Quando se dá em decorrência de má-formação congênita do feto (anencefalia), conforme o entendimento no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2012. O Código Penal determina também, que o aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento é cabível de pena: Art. 124. Provocar aborto em si mesmo ou consentir que outrem lhe provoque: Pena – detenção, de 1 a 3 anos (BRASIL, 1940). Aborto E, ainda, que o aborto provocado por terceiros é pertinente à pena nos casos de: Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de três a dez anos. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Aborto Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário: I. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro: II. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (BRASIL, 1940). Aborto De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, sabe-se que: Capítulo III – das Proibições: Art. 70 - Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para praticar atos tipificados como crime ou contravenção penal, tanto em ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles em que não a exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais.[...]; Art. 72 - Praticar ou ser conivente com o crime, a contravenção penal ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais, no exercício profissional; Art. 73 - Provocar aborto ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação, exceto nos casos permitidos pela legislação vigente. Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação, desde que seja garantida a continuidade da assistência (COFEN, 2017). Aborto e enfermagem Deste modo, é clara a legislação quanto à proibição expressa da realização de abortamento ilegal por profissional de enfermagem. Assim, nos casos de abortamento previsto na legislação brasileira, este deve ser realizado por um profissional médico, e o profissional de enfermagem, por questões de foro íntimo e pessoal, contrário à sua participação no ato, deverá, previamente, comunicar por escrito à sua chefia, a recusa para participar do momento em que o ato do abortamento acontecerá, entretanto, jamais deverá recusar o cuidado e a assistência de enfermagem prestada à mulher antes ou depois do ato, respeitando a sua dignidade. De outro modo, a própria chefia de enfermagem, mediante a situação de recusa do profissional, previamente, mediante o planejamento do cuidado, deverá manter o profissional devidamente capacitado e que consinta na prestação do cuidado sem discriminação, em respeito à mulher assistida. Aborto e enfermagem A atenção humanizada às mulheres em abortamento merece uma abordagem ética e uma reflexão sobre os aspectos jurídicos, tendo como princípios norteadores a igualdade, a liberdade e a dignidade da pessoa humana, não se admitindo qualquer discriminação ou restrição ao acesso à assistência à saúde. Esses princípios incorporam o direito à assistência ao abortamento no marco ético e jurídico, dos direitos sexuais e reprodutivos, afirmados nos planos internacional e nacional de direitos humanos (BRASIL, 2011). As normativas éticas proíbem o profissional de enfermagem de realizar ou participar de abortos não previstos pela lei; o profissional de enfermagem deve assegurar às mulheres que praticaram o aborto, o acesso à informação e à orientação humana e solidária, ao abortamento previsto em lei, à atenção de qualidade em complicações derivadas de abortos e ao planejamento reprodutivo pós-aborto para, inclusive, evitar abortos repetidos. Aborto e enfermagem Em todo caso de abortamento, principalmente nos induzidos, a atenção à saúde da mulher deve ser garantida prioritariamente, provendo-se a atuação multiprofissional e, acima de tudo, respeitando a mulher na sua liberdade, dignidade, autonomia, e autoridade moral e ética para decidir, afastando os preconceitos, os estereótipos e as discriminações de quaisquer naturezas, que possam negar e desumanizar esse atendimento (BRASIL, 2011). Não cabe ao profissional de enfermagem denunciar a mulher que comparece à unidade de saúde requerendo a assistência obstétrica, quando da suspeição de abortamento ilegal, uma vez que a prioridade é o atendimento de emergência a mesma, e como o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem assegura como um dever profissional: Art. 41 - Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza. Caso o profissional não concorde em prestar o atendimento, deverá, imediatamente, comunicar a sua chefia, para providenciar outroprofissional para o atendimento, conforme já mencionado anteriormente. Aborto e enfermagem A sociedade contemporânea está atravessada por contradições e paradoxos, dentre os quais vale destacar a relação entre a alta tecnologia e a pior situação humana, a miséria e a desigualdade social. Embora a notável evolução exponencial do ser humano e a capacidade de adquirir novos avanços tecnológicos, responsáveis por inúmeros benefícios e pelas transformações sociais, demonstrem a nossa incrível capacidade de evoluir, ainda estamos longe de nos superar quando falamos de violência, discriminação étnica e social, que perduram desde os primórdios. Em análise ao tema da violência, podemos citar a violência praticada contra a mulher, os idosos, as crianças e, também, a violência contra os profissionais de saúde em seus ambientes de trabalho. Violência, discriminação étnica e social A discriminação é outro ponto importante discutido na bioética e que merece destaque. O termo indica segregação, “colocar à parte”, “deixar de lado”, e podemos citar discriminações em inúmeras circunstâncias, relacionadas à etnia, à raça, ao gênero, à sexualidade, à xenofobia, a pessoas de baixa renda, à baixa instrução educacional, ao radicalismo religioso, aos estereótipos físicos fora dos padrões supostamente exigidos pela sociedade, como as pessoas com deficiência física, obesos, dentre tantos outros. A Constituição Federal, no Título II – dos direitos e garantias fundamentais, Capítulo I – dos direitos e deveres individuais e coletivos, artigo 5º, assegura: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988). Violência, discriminação étnica e social A Lei Federal n. 7.716, de 05 de janeiro de 1989, define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor: “Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (BRASIL, 1989). O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem prevê, no artigo 41, que versa sobre os deveres, que o profissional de enfermagem deve prestar assistência sem discriminação de qualquer natureza (COFEN, 2017). No caso de violência contra o profissional de enfermagem, no exercício da função, o mesmo pode comunicar às autoridades policiais quanto à agressão sofrida, e perante ao sistema Cofen/Coren assegurar o seu direito, conforme prevê o artigo 8º, em requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, de forma fundamentada, as medidas cabíveis para a obtenção de desagravo público, em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional ou que atinja a profissão. Violência, discriminação étnica e social O sangue tem uma importância enorme na vida humana, tanto que, pesquisas relativas a ele e aos seus componentes, podem salvar vidas ou, pelo menos, melhorar a qualidade de vida de quem sofre com certas doenças. Atualmente, já se pode usufruir de hemoterapias (tratamento com sangue ou derivados) eficazes, por meio das quais muitos pacientes se beneficiam com uma única doação de sangue, a partir do uso seletivo dos seus componentes. A transfusão sanguínea constitui-se num tratamento que não é isento de complicações, entretanto, por mais que apresente perigo, é tão importante quanto um transplante de órgãos, e, assim como ele, embora tenha os seus benefícios, traz, consigo, alguns riscos. Interpretações de algumas passagens bíblicas por algumas religiões fazem com que algumas comunidades religiosas neguem a transfusão de sangue. Transfusão sanguínea e as filosofias religiosas A hemotransfusão é um tratamento clínico cuja execução terapêutica, em princípio, compete aos médicos e aos profissionais de laboratório. Entretanto, o enfermeiro, como integrante da equipe de saúde, pode ter que participar deste procedimento, pois o Conselho Federal de Enfermagem aprovou as normas técnicas dos procedimentos a serem realizados pelos profissionais de Enfermagem na Hemoterapia e no Transplante de Medula Óssea (FRANCA; BAPTISTA; BRITO, 2008). O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, em seu preâmbulo, explicita: “[...] princípios fundamentais reafirmam que o respeito aos direitos humanos é inerente ao exercício da profissão, o que inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção [...]”; E no artigo 45 – dos deveres determina como um dever: “Prestar assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.” Transfusão sanguínea e as filosofias religiosas Poderíamos amenizar a situação, apenas nos casos previsíveis para a necessidade das transfusões sanguíneas, por exemplo, no caso das cirurgias eletivas, realizando um planejamento: estocagem do próprio sangue para a autotransfusão, estímulos da medula óssea para o aumento da produção de sangue, com a finalidade de intensificar o nível de hematócrito e hemoglobina, ou, até mesmo, a sugestão da transferência da responsabilidade médica para outro, que compreenda a filosofia religiosa, ou para a decisão judicial. Porém, estas ações, em caráter emergencial, não se aplicam, pois somente a hemoterapia será eficiente. Os seguidores dessa religião estão bem organizados para auxiliarem as equipes de saúde no processo de tomada de decisão. Existem comissões de ligação com os hospitais, e comissões de ética e bioética para a análise dos casos, que prestam assessoria aos casos de necessidade de transfusão e elaboram protocolos nestes casos, para a tomada de decisão. Transfusão sanguínea e as filosofias religiosas A criação, em 1997, do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) possibilitaram a implementação de passos importantes para beneficiar a procura e a captação de órgãos para os transplantes no Brasil, intervivos, e entre a pessoa falecida e o transplantado. Os critérios para o diagnóstico de morte encefálica (ME) foram definidos na Resolução do Conselho Federal de Medicina n. 2.173/2017, e atende o que determina a Lei n. 9.434/97 e o Decreto n. 9.175/2017, que regulamentam o transplante de órgãos no Brasil. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem determina que o enfermeiro não deve colaborar, direta ou indiretamente, com os outros profissionais de saúde no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos e tecidos. Capítulo III – das Proibições: Art. 82 - Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profissionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, reprodução assistida ou manipulação genética. Doação e transplante de órgãos Nos casos de agressão aos profissionais de enfermagem, no exercício de suas funções, e à categoria profissional, é direito do profissional requerer ao Conselho de Enfermagem: a) Carta de desculpas. b) Desagravo público. c) Denúncia de agressão. d) Desabilitação da denúncia. e) Declaração de violência. Interatividade Nos casos de agressão aos profissionais de enfermagem, no exercício de suas funções, e à categoria profissional, é direito do profissional requerer ao Conselho de Enfermagem: a) Carta de desculpas. b) Desagravo público. c) Denúncia de agressão. d) Desabilitação da denúncia. e) Declaração de violência. Resposta Nos primórdios, se um indivíduo adoecesse, contava com poucos recursos, muitas vezes apenas com a sua própria imunidade para se recuperar e, caso ela não vencesse a doença que o atacava, acabava morrendo. Com o desenvolvimento das tecnologias e da ciência, permitiu-se a cura de várias doenças, um prolongamento da vida ou, até mesmo,do processo de morrer, melhorando a qualidade de vida e a longevidade do ser humano. Diante destas possibilidades, chegou-se a um impasse: a dignidade no processo de morrer, envolvendo as questões como o apressamento da morte e o prolongamento do processo de morrer. Vamos entender um pouco mais sobre esses processos, identificando os conceitos de eutanásia, distanásia e ortotanásia, o que a legislação brasileira prevê sobre essas circunstâncias e como o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem normatiza esse tema. Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer Eutanásia, termo de origem grega (do grego eu, “boa” e thanatos, “morte”), que significa, literalmente, “morte boa”, ou seja, “morte sem dor nem sofrimento” (DICIONÁRIO DO AURÉLIO ON-LINE, 2016). Entretanto, o termo refere-se ao ato de pôr fim à vida de uma pessoa enferma, que é considerada uma prática inadequada, imoral e ilegal no país. A eutanásia não possui nenhuma menção no Código Penal Brasileiro, nem na Constituição Federal. Desse modo, é fácil entender porque, no Brasil, não se tem nenhum caso de eutanásia, afinal, quando algo semelhante acontece, é tratado como homicídio, com relação ao profissional que a aplica no doente, ou como suicídio, no caso em que o paciente tenha solicitado a sua realização. Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer A enfermagem tem trabalhado com os valores e as crenças relacionados a esse aspecto no dia a dia, com as suas experiências, cuidando de pessoas no processo de morrer dentro das instituições de saúde, por meio de cuidados paliativos, mas é a legislação profissional de enfermagem que proíbe a eutanásia e as práticas a destinar a antecipação da morte do paciente. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem vigente traz, claramente, no Capítulo III das proibições, em seu artigo 74, a proibição de promover ou participar de prática destinada a antecipar a morte da pessoa (COFEN, 2017). A distanásia é um termo pouco conhecido, mas, muitas vezes, praticada no campo da saúde. Tem como definição de morte difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo da morte, através de um tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente. Também pode ser chamada de “obstinação terapêutica” (PESSINI; BARCHIFONTAINE, 2000). Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer Segundo Menezes; Selli; Alves (2009), distanásia significa a conduta que visa manter a vida do paciente terminal, mesmo com muito sofrimento. Essa conduta não se estende à vida, mas ao processo de morrer. O avanço da ciência e a sua aplicação, por vezes, comprometem a qualidade de vida das pessoas em sofrimento, afetando a sua dignidade. Os cuidados paliativos e o respeito ao direito do paciente são meios eficazes para prevenir a prática da distanásia. Neste sentido, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, no artigo 48, quanto aos deveres, explicita: Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa e à família, no processo do nascer, viver, morrer e luto. E nos casos de doenças graves incuráveis e terminais com o risco iminente de morte, em consonância com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis para assegurar o conforto físico, psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer Ortotanásia refere-se à morte que ocorre de forma natural. Em alguns casos, ela está relacionada à suspensão de procedimentos em casos de pacientes terminais, permitindo, por exemplo, que voltem para a casa. A ortotanásia tem como objetivo reduzir o sofrimento, por exemplo, retirando os medicamentos, por vezes, ineficazes para a cura que estão sendo administrados ao paciente, tratando, apenas, de manter o conforto, procedimento chamado de “cuidados paliativos”, que podem ser: Manter o paciente com administração de sedativos contínuos, que mantenham o paciente com o rebaixamento da consciência (prescritos pelo médico); Administrar analgésicos para o alívio das dores (o que pode se dar de forma contínua ou intermitente), prescritos pelo médico; Favorecer o conforto por meio do ambiente: iluminação relaxante, promover a tranquilidade e o silêncio, música ambiente; Favorecer a presença de pessoas de vínculo próximas ao paciente. Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer Essas ações favorecerão o conforto, mas não têm como intuito acelerar a morte, nem prolongar o sofrimento do paciente. Tratam-se de condutas que favorecerão a morte do paciente com dignidade, amenizando o seu sofrimento. Cabe ressaltar que o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, no artigo 48, dos deveres profissionais, estabelece aos profissionais a prática dos cuidados paliativos: Art. 48 – Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa e à família, no processo do nascer, viver, morrer e luto. Parágrafo único: nos casos de doenças graves incuráveis e terminais, com risco iminente de morte, em consonância com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis para assegurar o conforto físico, psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. Bioética diante das questões da morte e do processo de morrer Qual é a modalidade de cuidado prestado pela enfermagem de modo humanizado aos pacientes no final de vida? a) Distanásia. b) Eutanásia. c) Ortotanásia. d) Cuidados paliativos. e) Prototanásia. Interatividade Qual é a modalidade de cuidado prestado pela enfermagem de modo humanizado aos pacientes no final de vida? a) Distanásia. b) Eutanásia. c) Ortotanásia. d) Cuidados paliativos. e) Prototanásia. Resposta Células-tronco embrionárias: Usar embriões congelados, excedentes de tratamentos de fertilização, ou obter células-tronco a partir de clonagem terapêutica são duas soluções que a ciência está propondo para tentar chegar mais perto da cura de várias doenças. Ao mesmo tempo, o que gera a esperança provoca, também, importantes questionamentos bioéticos, tais como: É moralmente válido produzir e utilizar embriões humanos para separar as suas células-tronco? A esperança das pessoas, traduzida na criação constante de novas terapêuticas, está acima da vida dos embriões que terão que ser produzidos para gerar as células-tronco? Nos países onde é permitida a clonagem terapêutica, haverá a comercialização do tecido produzido em laboratório, através do envio deste material para os países onde a técnica é proibida? Todos terão acesso a essa tecnologia? Genética e dilemas éticos É importante salientar que, além da questão da tecnologia, existem, também, questionamentos éticos acerca dos pais desses embriões, que podem estabelecer uma relação com o seu embrião, o que pode levar a pensamentos de culpa e de abandono? O que fazer com os embriões se não planejam ter mais filhos? Será que o casal reconhece a possibilidade de doar os embriões para a pesquisa, sabendo que eles serão viáveis, apenas, por cinco anos em questão de fertilização? Será que o casal tem informação suficiente para decidir o destino daquele material? Genética e dilemas éticos No Brasil, a Lei da Biossegurança, Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005, trata da questão do uso de células-tronco para a finalidade de pesquisa: Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro, e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas às seguintes condições: I. Sejam embriões inviáveis; ou II. Sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partirda data de congelamento. § 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores. § 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter os seus projetos à apreciação e à aprovação dos respectivos Comitês de Ética em Pesquisa. Genética e dilemas éticos Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005, trata da questão do uso de células-tronco para a finalidade de pesquisa, também estabelece no artigo 5º: § 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e a sua prática implica no crime tipificado no art. 15 da Lei n. 9.434, de 04 de fevereiro de 1997 (BRASIL, 2005). O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem estabelece como proibição: Art. 82 – Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profissionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, reprodução assistida ou manipulação genética. Genética e dilemas éticos Depois de 13 anos de estudos, por meio do Projeto Genoma Humano, que envolveu inúmeros centros de estudos, inclusive brasileiros, em 2003, descobriu-se o sequenciamento genético de todos os genes humanos, identificando, assim, todas as bases (moléculas químicas que formam o DNA). Essa descoberta deu início a uma revolução no campo da genética, que iniciou uma nova época, denominada “Era Genômica”. Um fator que tem despertado interesse na sociedade científica e nos profissionais da saúde é que, através do mapeamento genético do genoma humano, será possível, muito em breve, encontrar as causas específicas e, consequentemente, os tratamentos para diversas doenças. Muitos medicamentos e vacinas poderão ser elaborados pensando na ação específica para um determinado gene, a partir de informações obtidas por esse tipo de pesquisa. E assim, descobrindo o motivo de várias doenças, o ser humano poderá adotar medidas e comportamentos de prevenção. Mapeamento genético e implicações éticas Atualmente, por exemplo, já é sabido que existem testes que, após analisarem os seus genes, poderão demonstrar a susceptibilidade genética para uma determinada doença e, assim, adotar medidas para a prevenção. Utilizando as pesquisas genéticas e os exames especializados, já é possível detectar se um embrião herdou doenças graves, o que possibilita um tratamento adequado desde os primeiros dias de vida. Esse procedimento reduz o impacto da doença sobre o organismo, assim como as suas sequelas. Portanto, é sabido que a genética poderá trazer inúmeros benefícios; contudo, pensando por outro lado, quando se descobrir para que cada sequência do gene se traduz, o homem poderá ficar suscetível a alguns problemas sérios. Mapeamento genético e implicações éticas O fato é que o domínio desse tipo de informação poderia acarretar a “profetização” do futuro de uma pessoa. Será que ter um gene para uma determinada doença ou para a criminalidade fará o indivíduo doente ou criminoso? Será que não estaremos contribuindo, ainda mais, com a discriminação entre os humanos? Será que não estaremos indo ao encontro da tão temida eugenia? Sendo a eugenia uma teoria que busca produzir uma seleção humana a partir de caracteres, inclusive genéticos, para os seres humanos puros, uma “raça pura” tentada entre os nazistas durante a Segunda Grande Guerra, das quais sabemos dos horrores das experiências com os seres humanos, neste período. Mapeamento genético e implicações éticas Outra tecnologia que merece destaque no campo da bioética é a nanotecnologia. A nanotecnologia trabalha em escala nanométrica, atômica e molecular. A escala de medida usada é o nanômetro, ou seja, a bilionésima parte do metro, uma medida subatômica. A nanotecnologia pode ser empregada no desenvolvimento de materiais e componentes para diversas áreas: eletrônica, ciências da saúde, ciência da computação, engenharia dos materiais, engenharia química, entre outras. Um dos princípios básicos da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos. O objetivo é elaborar estruturas estáveis e melhores do que se estivessem em sua forma “normal”. Como exemplo, citamos os smartphones (“celulares inteligentes”), com tecnologias avançadas, o que inclui programas executados num sistema operacional equivalente aos computadores, resultado da nanotecnologia. Nanotecnologia As aplicabilidades da nanotecnologia, nos dias atuais, são infinitas: A manufatura dos cabos de fibras de carbono, que possuem estruturas mais resistentes que a do aço e são usadas para os cabeamentos submarítimos; Os nanobots, que são resultantes da nanorrobótica, uma tecnologia que cria máquinas ou robôs à escala de um nanômetro. O Centro de Câncer Devis, da Universidade da Califórnia (UCDCC), publicou um estudo sobre a criação de nanopartículas capazes de combater as células cancerígenas. Sob o nome de “nanoporphyrin”, a nanotecnologia pode caçar e destruir tumores com câncer pelo corpo. O desenvolvimento deste promissor processo de identificação e combate à doença foi possível graças à instalação de um módulo de reconhecimento de tumores em nanorrobôs; A confecção de roupas com tecidos isotérmicos, impermeáveis a líquidos, antichamas e leves, adequados aos uniformes de soldados e militares; Produtos dermatológicos nanoencapsulados, que potencializam o efeito do produto na pele. Nanotecnologia A velocidade dessas descobertas e criações mostra que, para o ser humano, não existem limites para desenvolver a sua capacidade intelectual e científica. Porém, como falar das consequências da nanotecnologia, positiva e negativa, se as pessoas, no cotidiano, desconhecem que já consomem produtos com nanotecnologia, inclusive na área da saúde, e nem sabem o que o termo significa? Por isso, a importância do conhecimento e do desenvolvimento de novas tecnologias na área da saúde e na atuação da enfermagem. Nesse sentido, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, no artigo 17, dos direitos, garante: “realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão, respeitando a legislação vigente”; e nos faz um alerta no artigo 96, quanto às proibições: “sobrepor o interesse da ciência ao interesse e à segurança da pessoa, família e coletividade.” Nanotecnologia A bioética envolve todas as questões éticas sobre as ciências da vida, ciências da saúde e atenção à saúde, ciências do meio ambiente e tecnologia, e situa-se na interface entre várias disciplinas, na pluralidade, como a filosofia, ética, política, a religião, o direito, a sociedade, a tecnologia e a saúde, incluindo a enfermagem. O compromisso ético dos profissionais de enfermagem, especialmente quanto ao cuidado humano, deve pautar-se na bioética como a prática de ações permeadas por uma postura crítica e reflexiva. O estudo e a atualização das questões éticas e bioéticas em enfermagem são fundamentais para uma prática segura e autônoma, e para a atuação de uma enfermagem segura, livre de danos e agravos, decorrentes de imperícia, imprudência e negligência. E, também, são fundamentais estas reflexões e a aplicação em situações de prática, para uma gestão e para o desenvolvimento de pesquisas em enfermagem. A importância da atualização ética e bioética em enfermagem Durante a atuação em enfermagem, o profissional de enfermagem não poderá: a) Respeitar o paciente e os seus familiares. b) Orientar o paciente quanto ao cuidado e o tratamento a ser realizado. c) Sobrepor o interesse da ciência e da pesquisa à segurança do paciente. d) Solicitar o consentimento do paciente para o procedimento. e) Informar os benefícios e os riscos do procedimento. Interatividade Durante a atuação em enfermagem, o profissional de enfermagem não poderá: a) Respeitar o paciente e os seus familiares. b) Orientar o paciente quanto ao cuidado e otratamento a ser realizado. c) Sobrepor o interesse da ciência e da pesquisa à segurança do paciente. d) Solicitar o consentimento do paciente para o procedimento. e) Informar os benefícios e os riscos do procedimento. Resposta BEAUCHAMP, T. L.; CHILDRESS, J. F. Principles of biomedical ethics. 3rd. ed. Oxford: Oxford University Press, 1989. BOFF, L. Ética e moral: a busca dos fundamentos. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 10 ago. 2016. ____. Decreto n. 2.268, de 30 de junho de 1997. 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