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COAGULOPATIA ADQUIRIDA TUTORIA 5 DEFINIÇÃO Presença de alteração adquirida da hemostasia, cuja manifestação clínica mais frequente é o sangramento. São raras na sua grande maioria, exceto aquelas que se relacionam com a deficiência de vitamina K e as hepatopatias. Superior a das coagulopatias hereditárias O diagnóstico se dá basicamente pelas características clínicas e pelos resultados dos testes como tempo de pro-trombina (TP), tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) e tempo de trombina (TT) ⇒ As coagulopatias adquiridas se diferenciam das hereditárias em vários pontos. Enquanto as desordens hereditárias possuem características clínicas típicas de uma coagulopatia e anormalidades características no coagulograma, as adquiridas geralmente cursam com anormalidades múltiplas na hemostasia, às vezes associadas à trombocitopenia. Às vezes, o sangramento é apenas mais uma das complicações da doença de base que levou ao distúrbio hemostático Adquirida - presença auto anticorpos que atuam sobre os fatores de coagulação hereditária - distúrbios qualitativos ou quantitativos dos fatores de coagulação, quanto de disfunção plaquetária OBS - anamnese - ocorrência de sangramentos anteriores para diferenciação de coagulopatia hereditária ou adquirida Outra forma de diferenciar as coagulopatias, se faz com relação às púrpuras, uma vez que estão envolvidas com distúrbio da hemostasia primária, enquanto que as coagulopatias, de um modo geral, estão relacionadas com distúrbios hemostasia secundária Coagulopatias, se apresentam na forma de sangramento tumorais; e as púrpuras, se apresentam mais comumente na forma de sangramentos planos (petéquias) Mecanismos fisiopatológicos ● deficiência de vitamina K: a deficiência de vitamina K pode ocorrer por problema gastrintestinal crônico como má absorção e administração por longo tempo de terapia com sulfanilamida e antibióticos de amplo espectro de ação. Pode ocorrer também em pacientes que não nascem em ambiente hospitalar, e que por isso, não são submetidos à reposição de vitamina C (o que seria importante para evitar a doença hemorrágica do RN, visto que o bebê tem deficiência relativa de fatores da coagulação). ● Hepatopatias: cursam com consumo de todos os fatores da coagulação, já que o fígado participa direta ou indiretamente da formação de todos os fatores de coagulação. ● Anticoagulantes circulantes: ocorre comumente naqueles pacientes que são portadores de hemofilia e, que de tanto repor o fator VIII, deficiente para seu tipo específico de hemofilia, experimenta a formação de anticorpos contra este fator, e passa a não responder mais à terapia. ● Consumo exagerado: característico em pacientes politraumatizados com 1 sangramentos intensos, hemorragias digestivas difusas e intensas Coagulopatia decorrente de intoxicação por antagonistas da vitamina K Hoje, cerca de 1,5 % da população recebe warfarina como profilaxia de trombose. A warrina é um dos antagonistas da Vitamina K mais utilizado - Portanto, as intoxicações que resultam em hemorragias maiores chegam a acometer 1% dos usuários por ano, e destas, a incidência de hemorragias fatais chega a 0,25 a 0,5%. Há condições clínicas que podem estar associadas a risco aumentado de sangramento, segue a tabela. tratamento É variável e estabelecido de acordo com o quadro clínico, os valores de RNI aumentado e a urgência. Podem ser consideradas apenas a suspensão do AVK ou transfusão de hemoderivados e hemocomponentes. Coagulopatia associada a doença hepática O fígado é órgão vital para a hemostasia, pois tanto sintetiza fatores da coagulação ( com exceção do fator de Von Willebrand - FVW) quanto substâncias anticoagulantes como as proteínas C e S. Ou seja, produz tanto elementos que promovem a hemostasia como os que impedem as tromboses, além dos que atuam na fibrinólise ⇒ O equilíbrio entre as proteínas C e S é que permite que seja mantida a fluidez do sangue e a capacidade de coagulação na presença de traumas ⇒ O fígado também é responsável pela eliminação de produtos que potencialmente interferem com a coagulação, como os produtos de degradação da fibrina, os fatores de coagulação ativado e toxinas provenientes do trato gastrointestinal que podem contribuir para a ativação crônica da coagulação Associada à alteração na produção, a colestase interfere também na absorção de vitamina K e sua falta causa produção anormal dos fatores de coagulação, já que ela é um cofator para a carboxilação dos resíduos de ácido glutâmico dos fatores II, VII, IX e X, bem como das proteínas C e S - domínio Gla, responsável por mediar a ligação dos fatores de coagulantes ao fosfolípides, reação que é dependente de cálcio e indispensável na formação de coágulo Outros mecanismo que podem estar envolvidos é hipertensão portal, que pode levar a ativação da coagulação e consumo de fatores de coagulação e a plaquetopenia Os sangramentos surgem quando ocorre o desequilíbrio entre a produção desses elementos ou por ruptura das varizes de esôfago nos indivíduos cirróticos e diferem nos processos agudos e crônicos. DIAGNÓSTICO Geralmente esses pacientes apresentam fenômenos vasculares, ginecomastia, 2 telangiectasias, atrofia testicular, hipertensao portal, varizes esofagianas ACHADOS LABORATORIAIS ● plaquetopenia no hemograma ● deficiência de fatores de coagulação: altera TP e TTPA. Sendo esta uma forma de diferenciação da coagulopatia por vitamina K, já que nesta observa-se somente uma elevação de TP ● exacerbação da fibrinogenólise, com tendências ao sangramento ● tendência trombótica: deficiência de de antitrombina, proteína C e S TRATAMENTO reposição de vitamina K pode corrigir a deficiência decorrente da colestase e a administração de 10mg via parenteral a cada 5 a 7 dias pode promover a correção Quando há sangramentos, o tratamento deve ser baseado na alteração hemostática dominante - administração de hemocomponentes como plasma fresco congelado, crioprecipitado e concentrado de plaquetas. Alguns hemoderivados - CCP (concentrado e complexo protrombínico) e fator VII Medicamentos - desmopressina e os antifibrinolíticos, como aprotinina e ácido tranexâmico Coagulopatia decorrente da deficiência de vitamina K Ela é obtida pelo organismo a partir da dieta e da flora intestinal e atua na carboxilação dos fatores de coagulação - sua deficiência causa a formação de moléculas não funcionantes. Deficiência quando: dieta pobre em verduras com folhas verdes, situações clínicas que haja alteração da flora intestinal, colestase ou na imaturidade hepática. Sua deficiência causa a formação de fatores II, VII, IX e X nao funcionante DIAGNÓSTICO Nesses pacientes a principal forma de realizar o diagnóstico é através do tempo de atividade de protrombina (TAP ou TP) que avalia o fator VII, sendo o primeiro parâmetro que se altera no coagulograma. Como o fator VII é o fator de menor meia-vida, logo fica deficiente na carência de vitamina K. Assim, o TP alarga mais (alcançando um nível de INR acima do limite esperado para o normal que é 1,2) e muito antes do TTPA, devendo ser o parâmetro utilizado para a suspeita diagnóstica e controle terapêutico. Depois, a deficiência dos fatores II (hipoprotrombinemia), IX e X fazem alargar também o TTPA (o que é menos comum nesta deficiência). TRATAMENTO A reposição de vitamina K e a administração de 1 a 3 mg por via oral pode promover a correção da deficiência em 12 a 24 hrs. COAGULOPATIAS ASSOCIADAS A INIBIDORES DOS FATORES DE COAGULAÇÃO HEMOFILIA A ADQUIRIDA (HAA) Ocorre quando há produção de anticorpos contra o fator VIII da coagulação. É mais comum em idosos, rara em crianças. Em geral é condição secundária a outras doenças, tais como colagenase, doenças malignas e gestação. Tuberculose Quadro Clínico Variado, com sangramentos imprevisíveis, mais frequentemente equimoses, hematomas musculares e de tecidos moles, que podem ser extensos, dos quais 25% são leves e não querem terapia DIAGNÓSTICO TTPA bem alargado e um TP normal ou alargado DOENÇA DE VON WILLEBRANDADQUIRIDA é rara, em geral estando associada a doenças linfo ou mieloproliferativas, tumores sólidos, doenças imunológicas e cardiovasculares, gamopatias monoclonais Causada devido a remoção acelerada do FVW da circulação, por mecanismos 3 ● presença de autoanticorpos específicos e não específicos com formação de imunocomplexos circulantes ● absorção do FVW pelos clones de células malignas ● perda dos multímeros de alto peso molecular do FVW sob rápida circulação diagnóstico Feito com base nos parâmetros laboratoriais característicos de DVW, ou seja determinação do FVW antígeno ou capacidade de ligação ao colágeno, determinação do cofator de ristocetina, análise multimérica no plasma e plaquetas, teste para anticorpos anti-FVW TTPA AUMENTADO Tratamento O tratamento dos inibidores dos fatores de coagulação tem como objetivos o controle de episódios de sangramento, porém sempre que possível o controle da doença de base. - O controle de sangramentos depende da quantidade dos anticorpos circulantes, da gravidade do episódio hemorrágico e pode ser obtido com administração de DDAVP,CCP, concentrado de complexo protrombínico parcialmente ativado, imunoglobulina endovenosa e rFVIIa - o tratamento deve ser individualizado, se possível tratando a doença de base e a longo prazo promovendo a erradicação com drogas imunossupressoras, sendo a mais comum a prednisona, que pode ser associada a ciclofosfamida nos casos refratários - - COAGULOPATIA ASSOCIADA À TRANSFUSÃO MACIÇA Transfusão maciça é quando a troca de volume seja maior que o da volemia do paciente 24hrs ou a infusão de sangue com taxa superior a 100 mL/min, causando consequentemente uma coagulopatia dilucional com depleção dos fatores de coagulação ⇒ Ocorre quando há hemorragias graves como em politraumas, cirurgias, condições obstétricas, hemorragias gastrintestinais, coagulação intravascular disseminada ⇒ Uma unidade de concentrado de glóbulos vermelhos pode produzir a temperatura em 0,25%. Assim, a transfusão maciça pode trazer complicações como a hipotermia que altera a função plaquetária, alem de reduzir a eficiência das reações da coagulação e aumentar fibrinólise Pode ocorrer alterações dos níveis de cálcio, hipocalcemia, também pode ocorrer devido ao anticoagulante usado nas bolsas de sangue, o citrato de sódio, que não causa alteração do coagulação, mas é responsável por arritmias cardíacas Tratamento - plasma fresco congelado e concentrado de plaquetas EXAMES LABORATORIAIS 4 5
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