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A equipe em saude hospitalarA equipe em saude hospitalar Módulo 2 ▸As equipes de saúde no contexto hospitalar -com a evolução das técnicas, das ciências e o desenvolvimento de novas especialidades a atuação na assistência ao paciente foi se abrangendo e conquistando espaço dentro das instituições hospitalares -a natureza da instituição hospitalar pressupõe um nível de assistência aos pacientes e familiares com extensa divisão e coordenação de tarefas e funções, enfatizando a necessidade do trabalho em equipe -o trabalho em equipe é atualmente uma prática indiscutível quando se pensa a atuação em saúde. As equipes são caracterizadas pelo modo de interação presente na relação entre os profissionais: ▸Tipos de equipes no hospital -interdisciplinas: se caracteriza pelo intercâmbio mútuo entre os diversos saberes, sem hierarquização, e o elemento que os une é o paciente -multidisciplinar: mais comum nas instituições, caracterizada por trabalho em conjunto de diferentes disciplinas sem que elas se relacionem entre si: cada profissional realiza seu trabalho de forma individual. Diferentes visões para os pacientes -transdisciplinar: maior interação e influência entre os diversos saberes que são compartilhados, e é esperada uma aprendizagem mútua que vai além da simples mistura de disciplinas, as decisões são sempre trabalhadas e tomadas em conjunto -na prática poucos são os momentos em que se dá de forma clara essa distinção, cada atividade específica pode ser caracterizada como um modo de interação, como por exemplo, grupos com a participação de diversos profissionais podem ser multi, inter, ou até mesmo transdisciplinares a depender de como são construídos e do objetivo de cada profissional ali presente. -existem expectativas de que os profissionais de saúde conheçam os trabalhos de seus colegas e sejam capazes de ultrapassar as barreiras de sua especialização até mesmo para realizar encaminhamentos e saber convocar o auxílio dos outros membros da equipe ao reconhecer seus limites profissionais -a demanda de trabalho institucional organiza ou mobiliza as equipes de acordo com a sua complexidade. É comum, na prática em saude, os profissionais se depararem com seus próprios limites para então encontrar, nos colegas de outras formações, o conhecimento e as ferramentas necessárias para se prestar assistência ao paciente -é imprescindível que no trabalho multidisciplinar é preciso ter clareza das atribuições e expectativas de cada um dentro da equipe, desafio importante no âmbito hospitalar, principalmente entre as profissões emergentes. Exemplo: casos de transtornos alimentares ▸Sobre a linguagem -o corpo que o médico, o enfermeiro ou o fisioterapeuta, por exemplo, cuidam é diferente do corpo que a psicologia trata -o imperativo para a psicologia hospitalar é sempre focar o sujeito, a subjetividade -mader (2016) discorre sobre a construção de protocolos, rotinas e indicadores também poderem ser dispositivos que favorecem o trabalho do psicólogo em equipe, pois favorecem a tecnicidade e a cientificidade da prática psicológica e asseguram a compreensão de seu trabalho por seus colegas de outras profissões. Em relação a visitas, existindo a solicitação pra criança visitar, preciso de acompanhamento e perguntar se a criança quer! Caso não queira, não vai entrar. Quando finaliza, outro atendimento ▸Embaraços com as equipes de saúde -discriminação hierárquica, no qual as relações de poder se sobressaem às especialidades de trabalho -falta de autonomia -visão individual, exemplo: psicologia só vê o emocional e a medicina só vê o orgânico ▸Busca ativa e as equipes de saúde -a busca ativa pode ser feita a partir de análise de prontuários ou verificando com a própria equipe de saude possíveis casos que apresentem demanda psicológica ▸Interconsulta -acontece quando o psicólogx é solicitado para uma consultoria de uma outra área de atuação como: medicina, fisioterapeuta, farmácia, enfermagem, etc: Em alguns hospitais só o médico pode solicitar a interconsulta, tem que verificar. -é uma excelente forma de trabalhar em equipe -Gorayeb (2001) explica que os psicólogos ligados a equipes hospitalares têm um status de especialista diferente do psiquiatra, que mais frequentemente é solicitado para os casos de distúrbio psiquiátrico ou psicótico que necessitam de intervenção com psicofármacos; a psicologia é solicitada para interconsultas que trabalham com questões emocionais decorrentes da hospitalização ou do processo de adoecimento ▸A morte e os atravessamentos da equipe de saúde -os profissionais das equipes lidam diariamente com questões emocionais relacionadas ao adoecer e ao morrer. O modo de encarar essas questões vai depender de fatores que passam pela história pessoal de cada um até as influências culturais -Kóvacs (2010) aponta dois paradigmas de ações em saúde: o INTERDISCIPLINAR MULTIDISCIPLINAR TRANSDISCIPLINAR cuidar e o curar -quando se pensa em cura, o investimento está em salvar vidas; o paradigma do cuidar envolve questões de qualidade de vida, morte aceita como algo natural -ao se priorizar, no hospital ou na filosofia só sistema de saude como um todo, o “salvar” o paciente a qualquer custo, a ocorrência de morte ou de complicações decorrentes do adoecimento pode ser visto como algo frustrante, desmotivador ou sem significado, ocasionando um importante estresse profissional -os pacientes e as famílias também nutrem e demonstram sentimentos ambivalentes em relação a equipe de cuidados, com manifestos aos profissionais que tem mais contato -essas expressões do paciente e da família podem fazer com que os profissionais se sintam invalidados, ou que o trabalho não está sendo reconhecido -muitas vezes, eles acreditam que são merecedores de reações negativas vivias na relação paciente/família -essa sobrecarga afetiva pode se manifestar por meio de sintomas físicos, psicológicos ou adoecimento, como na síndrome de burnout (esgotamento físico) ▸A psicologia na equipe -a psicologia resgata para a equipe de saúde um olhar voltado para a subjetividade do paciente e dos familiares, escutando também essa equipe e envolvendo-os no processo de decisão O exemplo da enfermeira colocando o acesso no paciente e ele gritava muito com ela. No final da história ele estava com dor mas ela não estava ouvindo-o, então Amanda entendeu a situação, se predispôs a ficar junto ao paciente durante o processo e fez o resgate da profissional, que já estava se achando incapaz de realizar um acesso, sendo que não tinha relação com esse procedimento. -dessa forma, não estamos atendendo somente as necessidades assistenciais, mas estamos de maneira sutil, reposicionando a nossa equipe frente a tarefa diária e diminuindo grandes estresses profissionais -não podemos perder de vista o desafio de propor e exercitar diariamente um trabalho de colaboração entre os profissionais, para que as equipes atuem de forma interdependente e com comunicação horizontal, a fim de atingir o objetivo comum: o tratamento do nosso paciente -colocar o paciente e a família no centro do atendimento, favorecendo esse olhar para a subjetividade favorecerá a qualidade de assistência e só é possível se os membros da equipe atuarem de forma conjunta
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