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A ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA CEGA
Daiane Raquel dos Santos Pereira[footnoteRef:1] [1: Licenciatura no Curso Normal Superior. Faculdade Educacional da Lapa. profdaianeraquel@hotmail.com
	] 
Daiane Russo Veronezzi[footnoteRef:2] [2: Licenciatura em Pedagogia- Ulbra- Torres- rv.daiane@gmail.com 
] 
Resumo
Primando pela inclusão dos alunos com necessidades especiais e a incansável busca dos profissionais da educação por uma qualidade no ensino, é que faz se necessário o conhecimento sobre as mais variadas deficiências e as suas formas de alfabetização e ensino. O presente artigo traz como enfoque a alfabetização de crianças cegas, sua didática e melhores métodos utilizados nesse processo. Visto que a alfabetização de crianças com deficiências tanto visuais quanto auditiva ocorre de forma diferente aos outros alunos típicos, pois necessitam não apenas da aquisição de uma língua escrita e falada, mas uma adaptação para uma posterior aquisição dessa alfabetização tradicional. No caso do deficiente visual necessita da aquisição do sistema braile. Esses processos é que serão retratados nesse artigo de conclusão do curso de especialização em Deficiência Visual.
Palavras-chaves: Braille. Deficiência Visual, Criança, Alfabetização, Material Adaptado.
INTRODUÇÃO
O assunto a ser desenvolvido como trabalho de conclusão de curso (TCC), da especialização de Deficiência Visual, surgiu como uma necessidade pessoal bem como profissional, enquanto docente minha experiência é com alfabetização, unindo isso a minha especialização na educação especial me fez refletir e sentir a necessidade de entender como é o processo de alfabetização de uma criança cega, quais os métodos.
 Visto que preocupação com a educação do cego surgiu no século XVI com o médico italiano Girolínia Cardono, que verificou a possibilidade de aprendizagem de leitura por meio do tato. As primeiras referências bibliográficas a cerca desse assunto fora escrita por Peter Pontamus que era cego, e pelo padre Lara Terzi, até que em 1784 inaugurou a primeira escola para cegos, em Paris o Instituto Real dos Jovens Cegos.
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
A Educação Especial foi dividida em quatro grandes momentos: exclusão, segregação, integração e inclusão. Na fase de exclusão as pessoas com deficiências eram excluídas não tinham acesso à educação. A fase da segregação já existia escolas especiais separadas, onde as crianças com deficiência eram separadas das ditas “normais”, que frequentavam as escolas regulares. A integração compreende a fase onde as crianças com deficiência frequentavam a mesma escola regular, porém em turmas separadas, as chamadas classes especiais. Já a fase inclusiva é a atual, onde os alunos com deficiência e os ditos “normais” convivem mesma escola e turmas regulares, pois todos possuem os mesmos direitos de acesso à educação e podem aprender juntos.
Na imagem abaixo podemos verificar de forma gráfica esses momentos:
Figura 1Gráfico de BEYER (2005)
FONTE: BEYER (2005)
O marco da Inclusão ocorreu graças a Declaração de Salamanca – Espanha (1994) que ocorreu na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais onde estabeleceu aos órgãos federais e estaduais diretrizes educacionais que permitiam o acesso das crianças especiais as classes regulares, e que adotou como linha de ação:
“O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas crianças ou jovens, cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. As escolas têm de encontrar maneiras de educar com êxito todas as crianças, até mesmo as que têm deficiências graves” (BRASIL, 1994, p. l7-l8).
Pois todos devem aprender juntos independente das suas limitações: deficiências e diferenças. Nos últimos anos a educação brasileira sofrer inúmeras mudanças, afetando não apenas o ensino ofertado as crianças nas classes regulares, mas também a educação especial. A inclusão é benéfica e direito de todos, porém as políticas públicas devem ter um olhar voltado a valorização dos profissionais da educação, essa valorização não se refere somente ao campo financeiro, mas em todos os aspectos, com toda a certeza um profissional bem valorizado faz toda a diferença, visto que os docentes são verdadeiros lapidadores de pedras preciosas.
 O estudo e a qualificação do professor precisa ser constantes, pois a cada dia surge novas dificuldades em torno da docência, em torno do aprender, muitos obstáculos se levantam em número maior que os encontrados a uma ou duas décadas atrás, então é necessário essa atualização e aprendizado continuo para a realização de um ensino de qualidade e na diversidade e cumprindo assim os parâmetros que nos direcionam a nossa legislação, mas principalmente a humanização. De acordo com os PCNs (1998):
“Considerar a diversidade que se verifica entre os educandos nas instituições escolares requer medidas de flexibilização e dinamização do currículo para atender, efetivamente, às necessidades educacionais especiais dos que apresentam deficiência (s), altas habilidades (superdotação), condutas típicas de síndromes ou condições outras que venham a diferenciar a demanda de determinados alunos com relação aos demais colegas. ” (BRASIL, 1998, p.13) 
 
	CONCEITO DE DEFICIENCIA VISUAL
Entende-se por deficiente visual as pessoas que apresentam impedimento total ou parcial da visão, ou seja, cegueira ou baixa visão. De acordo com o decreto 5296/04 no artigo 5º a cegueira é definida como:
(...) acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 graus ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. (BRASIL, 2004, p. 13)
No caso da cegueira a pessoa necessita do método Braille para a leitura e a escrita, além de outros subsídios: recursos pedagógicos e equipamentos especiais para sua educação e mobilidade.
CONTEXTO HISTORICO DA DEFICIENCIA
Na antiguidade as crianças que nasciam com alguma deficiência ou doença eram mortas. Já na Idade Média, devido ao Cristianismo as pessoas com deficiência eram acolhidas pela Igreja, porem a deficiência era tida como castigo por seus pecados. Foi nesse período que surgiu o primeiro hospital para cegos em Paris, que cuidavam dos soldados que perdiam sua visão durante as batalhas.
	Somente no século XVI iniciou o movimento pela Educação Especial, quando surgiram as instituições especializadas, destacando-se o Instituto Nacional dos Jovens Cegos. O marco inicial da educação de pessoas cegas no Brasil ocorreu em 1854 quando D. Pedro II através do decreto imperial nº 428 de 12 de setembro de 1854, fundou o Imperial dos Meninos Cegos do Brasil, tido por asilo da sua criação a 1973, em função do assistencialismo, fornecendo inúmeras oficinas aos meninos cegos: tipografia e encadernação, sapataria, pautação e douração para os meninos e tricô para as meninas. Esta fundação foi renomeada homenageando seu terceiro diretor: Instituto Benjamin Constant, sendo o primeiro educandário da América Latina e a única Instituição Federal de Ensino para Cegos que promove a educação de pessoas cegas ou de baixa visão.
	Foram criadas três instituições na década de 20: União dos cegos do Brasil e o Sodalício da Sacra Família no Rio de Janeiro e Instituto Padre Chico em São Paulo. Já na década de 40 o atual Fundação Dorina Nowill, então intitulada Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Entretanto todas as instituições foram em regime de internato, onde garantia o ensino fundamental, ocorrendo a inserção desses alunos nas escolas regulares apenas no Ensino Médio.
Tabela 1- Instituições Referência no atendimento aos deficientes Visuais.
	
PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DE APOIO AO ENSINO DE DEFICIENTES VISUAIS
	Nome
	Instituto Benjamin Constant
	Fundação Dorina Nowil para cegos (Ong.)
	Laramara (Ong.)
	Fundador
	Imperador Dom PedroII
	Dorina Gouvêa Nowil
	Victor e Mara Siaulys e outros profissionais da área.
	Local
	Rio de Janeiro
	São Paulo
	São Paulo
	Ano Fundação
	1854
	1946
	1991
	Como surgiu
	
	Dorina que ficou cega aos 17 anos, sentia a necessidade de livros em Braille
	Victor e Mara pais de uma menina cega
	Especialidades
	· Centro nacional de referência;
· Capacitação aos profissionais que atuam na área educacional
· Produção de material;
· Impressão em Braille.
	· Responsável pela maior capacidade de impressão em Braille do mundo (produzindo cerca de 290 milhões de páginas).
	· Inclusão familiar, escolar e social.
	Site
	www.ibc.gov.br
	www.fundacaodorina.org.br
	http://www.laramara.org.br/
FONTE: Elaborado pela autora (2017)
O BRAILLE:
Inicialmente os cegos tinham acesso a leitura utilizando fundição de letras em metal, caracteres cortados em papel, ou almofadas com alfinetes de diversos tamanhos pregados, o que só permitia a leitura de pequenos textos, já a escrita era quase impossível.
	O Sistema Braille, foi criado em 1825 por Louis Braille, um menino cego de 15 anos. Louis vivia em Coupvray, pequena cidade a 40 km de Paris na França. O pai era comerciante, fabricava artigos de couro, um dia Louis brincava na loja, quando caiu com uma sovela, instrumento cortante, enterrando a ponta da sovela em um dos olhos. Mais tarde ficou cego de ambos os olhos. Com sete ou oito anos foi obrigado a andar com uma bengala para facilitar sua orientação espacial. Louis ingressou numa escola para cegos, onde aprendeu a ler, reconhecia as 26 letras, através do tato. Mas naquela época o sistema era bem diferente do atual, as letras por exemplo para ensino de crianças cegas, possuíam grandes dimensões cerca de 20 cm de largura e altura. 
Figura 2 Louis Braille
FONTE: WIKIPEDIA (2017)
	Anos depois, Louis se tornou professor nessa escola onde aprendeu a ler, ele desejava encontrar um sistema de leitura mais fácil, o que era difícil. Porém ele não desistiu, até que tomou conhecimento sobre a Escrita da Noite que o capitão do Exército Charles Barbier desenvolveu. Essa escrita baseava-se num sistema de pontos e traços feitos no papel, também chamado de sonografia, assim as pessoas podiam sentir com o tato. Baseado nesse sistema Louis criou o sistema Braille. Ele morreu aos 43 anos.
Figura 3 Sonografia
FONTE: WIKIPEDIA (2017)
	O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, composto por 6 pontos em relevo que formam 63 combinações. Com a configuração de um retângulo de seis milímetros de altura por 6 milímetros de largura, sendo possível a escrita de letras, números e símbolos químicos e matemáticos, através da cela braile. O instrumento mais utilizado para a escrita do braile é a reglete e a punção.
Onde o papel é preso a reglete e com a punção vai fazendo todos os pontos, formando as letras. No reglete se escreve da direita para a esquerda, na sequência normal das letras ou símbolo.
Trajano (2004) também propõe, como orientação à leitura em Braille, que a criança coloque o dedo indicador da mão esquerda no começo da linha. Seguir lendo com o indicador da mão direita até o final da linha. Para encontrar a linha seguinte, o aluno retornará o indicador da mão direita ao ponto de origem, encontrando a linha desejada embaixo do indicador da mão esquerda. O livro deverá sempre estar em posição bem reta em frente ao aluno. Por outro lado, é importante que o professor faça com que o aluno esteja sempre com as duas mãos em cima dos livros.
Figura 5- CELA BRAILE
FONTE: Elaborado pela autora (2017)
Cerqueira (2005) descreveu que houveram quatro fases do uso do Sistema Braille no Brasil:
1854 a 1942 – Com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, tendo como percursor no pais o jovem cego brasileiro José Alvares de Azevedo.
1942 a 1963 – Foi alterado em sua simbologia devido a reforma ortográfica da Língua Portuguesa em 1942.
1963 a 1995 – Padronização do Braille nos países com a Língua Portuguesa como língua materna.
1995 a 2002 – Foi criada a Comissão Brasileira do Braille através da Portaria nº 319 de 26 de fevereiro de 1999.
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA LEITURA E ESCRITA E O SISTEMA BRAILLE
A alfabetização da criança necessita de experiências multissensoriais, desenvolvendo habilidades e principalmente estimulação precoce. 
Infelizmente a maioria dessas crianças só tem contato com a leitura e escrita na escola, o sistema Braille não faz parte do seu cotidiano. Bruno (1997, p. 54-55) considera como pré-requisito para a alfabetização a presença do desenvolvimento sensório- perceptivo e conceitual quando:
• sabe seguir direções e reconhecer direita/ esquerda;
• pode imitar posições de figuras ou objetos que se apresentam num esquema;
• sabe apontar semelhanças e diferenças
• classifica objetos por tamanho, consistência, forma, textura;
• usa as mãos de forma coordenada;
• emprega o tato com fim exploratório;
• maneja conceitos espaciais;
• adquire prática no uso correto dos dedos leitores, pressão e movimento;
• apresenta coordenação motora fina e orientação espacial (requisitos para a escrita com reglete).
Aranha (2005, p. 70) propõe diversas atividades a fim de promover a melhoria das habilidades motoras e de discriminação auditiva e tátil, que auxiliam na aprendizagem. São elas:
Habilidades Motoras como:
· Tampar – destampar frascos;
· Subir – descer zíper de calças, bolsas, vestidos;
· Empilhar – desempilhar e construir com objetos;
· Colar – descolar etiquetas, fitas adesivas, etc.;
· Abrir – fechar diferentes tipos de portas e janelas;
· Alinhavar – desalinhavar, bordar, costurar;
· Enfiar – desenfiar contas;
· Abotoar – desabotoar;
· Rasgar pedaços de papel de diferentes texturas;
· Destacar tiras de papel previamente pontilhadas;
· Dobrar pedaços de papel, tecidos, roupas;
· Virar páginas de cadernos com a ponta dos dedos;
· Recolher com as pontas dos dedos: grãos, palitos, pregos sem ponta, folhas de papel, clipes, etc.
Ainda, é possível oferecer situações concretas que servirão como base para a escrita (ARANHA, 2005, p. 72-73):
· Dar ao aluno uma espuma forrada com um pedaço de papel e a punção, deixando-o furar livremente;
· Mesmo exercício poderá ser executado com uma placa de isopor, tampa de caixa de ovos, etc.; 
· Mostrar como abrir e fechar a reglete;
· Orientar como encaixar a reglete nos ofícios da prancha;
· Ensinar a colocar e retirar o papel da reglete;
· Orientar para que descubra as várias fileiras de celas que formam a parte superior da reglete;
· Conduzir o aluno a explorar a cela Braille na reglete;
· Leitura e Escrita no Sistema Braille
· Pedir que, após a colocação do papel, pressione a punção, à vontade, nos diferentes pontos da cela, começando sempre da direita para a esquerda;
· Deixar que perfure livremente, a fim de que entre em contato com os pontos do código Braille.
· Solicitar que inicie a pontuar, colocando apenas um ponto em cada cela, em qualquer posição; depois solicitar que coloque os seis pontos; a seguir que escreva várias combinações de pontos;
· Solicitar que faça linhas pontilhadas contínuas e alternadas;
· Explicar que, na reglete, a escrita deve ser feita da direita para a esquerda, demonstrando, praticamente, que esse fato não altera a contagem dos pontos.
Discriminação Auditiva
As habilidades auditivas como a discriminação, a sequenciação e o ritmo são fundamentais e servem de apoio para a leitura eficiente. Então é preciso propiciar aos alunos cegos um ambiente rico em estimulação sonora significativo, de modo a:
· Perceber, reconhecer, identificar, discriminar e localizar diferentes sons existentes;
· Reconhecer, por meio de jogos, palavras começadas e terminadas pelo mesmo som;
· Discriminar a identidade de sons em palavras que contenham rimas;
· Repetir corretamente orações curtas, aprender e repetir pequenas canções e poemas rimados, escutar e obedecer a ordens, marchar e dançar segundo ritmos diferentes;
· Caminhar acompanhando ritmos diferenciados produzidos por um tambor, reproduzir modelos de ritmos apresentados,dentre outros.
Discriminação Tátil
É necessário o pleno desenvolvimento tátil. Dessa forma, o professor deve propor atividades que levem a criança a:
· Explorar o maior volume possível de objetos;
· Identificar diversos tipos de objetos;
· Classificar diversos tipos de objetos quanto à forma, ao tamanho, à textura, etc.;
· Seriar objetos de diferentes espécies (gradação crescente e decrescente), visando a preparar o aluno para compreender os diferentes tamanhos de palavras e linhas;
· Estabelecer diferenças entre: largura, posição, lateralidade, textura, distância, comprimento e noção de conteúdo;
· Compreender a organização da página escrita: que se lê da esquerda para a direita, que as linhas são dispostas no papel de cima para baixo, que as linhas têm começo e fim, que as linhas podem estar completas, que as linhas podem vir com espaços vazios e que as linhas podem variar de tamanho;
· Assegurar os movimentos corretos das mãos, no ato da leitura.
RECURSOS UTILIZADOS NO AUXILIO A ALFABETIZAÇÃO EM BRAILLE:
No processo de alfabetização, o professor deve utilizar recursos lúdicos para que a criança compreenda o processo de leitura e escrita em Braille. O lúdico se faz fundamental para esse processo, ele auxilia não apenas na estimulação precoce como na orientação e mobilidade, todos esses fatores são essenciais na alfabetização.
As crianças precisam brincar, independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou sociais, pois a brincadeira é essencial a sua vida. O brincar alegra e motiva as crianças, juntando-as e dando-lhes oportunidade de ficar felizes, trocar experiências, ajudarem-se mutuamente; as que enxergam e as que não enxergam, as que escutam muito bem e aquelas que não escutam, as que correm muito depressa e as que não podem correr. SIAULYS (2005)
O brincar é para todos, independentemente de suas limitações e é esse mesmo brincar que inclui, aproxima, estimula. Abaixo algumas sugestões de materiais concretos para utilização nessa fase:
· Cela braille: confeccionada com caixas de papelão, bolinha dos frascos de desodorantes, bolinhas de plásticos e embalagem de ovos.
· Celinha braille: feitas com caixas de chicletes, botões, cartelas de comprimidos, caixa de fósforo, material emborrachado.
· Cela braille Vasada: confeccionada em vários tamanhos com acetato usado em radiografias, papelão ou EVA
· Caixa/ gaveteiro de vocabulário: caixa de plástico ou de papelão, ou gaveteiros contendo miniaturas coladas em cartões com o nome do objeto em braille e em tinta.
Figura 6 Gaveteiro Vocabulário
FONTE: RCA ESCOLAS (2017)
· Toque de letra: Placa de plástico com 6 cavidades, onde são colocadas as bolinha de pingue-pongue, simula a cela Braille, assim como as demais celas, auxiliam num recurso de material concreto para o ensino do sistema Braille.
· Mini Alphabraile: Na superfície dos retângulos existem seis orifícios que reproduzem a cela Braille. Cada retângulo possui um corte que identifica o canto superior direito. Acompanham 32 pinos de plástico colorido para serem encaixados nos orifícios e formar a letra Braille.
Figura 7 Alphabraile
FONTE: CASA DA EDUCAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos houve uma exclusão nos primórdios da Humanidade, com as pessoas com deficiência. O período histórico acerca da Deficiência Visual se deu através de algumas reflexões: mística, biológica e cientifica. Onde a mística acreditava que a deficiência era um castigo, já a biológica, deu lugar aos estudos e experiências, onde deu início a educação de pessoas cegas.
Conhecemos os maiores institutos de apoio a educação de deficientes visuais, o Sistema Braille e um pouco do seu funcionamento, como é o processo de aprendizagem do aluno cego, baseado nos estímulos psicomotores e dos demais sentidos e noções de materiais para aquisição do processo de alfabetização.
Essa pesquisa do trabalho de conclusão, bem como todo o curso me proporcionou um aprofundamento sobre os métodos de alfabetização e ensino de alunos com deficiência visual. Este não foi o desfecho, mais o início de uma longa caminhada de busca e aperfeiçoamento profissional, sempre primando por um ensino de qualidade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:
AMIRALIAN, M. L. T. M. Compreendendo o cego: uma visão psicanalítica da cegueira por meio de Desenhos-Estórias. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. 
ARANHA, M. S. F. Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais de alunos cegos e de alunos com baixa visão. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394, 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.
 
BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial (SEESP). Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília: MEC, 2008. 
BRUNO, M. M. G; MOTA, M. G. B. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol.1. Fascículos I – II – III. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. 
BRUNO, M. M. G; MOTA, M. G. B. (coord.) Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol. 2. Fascículo IV. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001.
	
BUENO, S. G. José. Educação Especial brasileira integração/segregação do aluno diferente, São Paulo: EDUC, 1993.
CERQUEIRA, Jonir Bechara (2005). Disponível em: <www.ibc.gov.br>. Acesso em 14 out. 2017.
 DEFENDI, Edson Luiz. O livro, a leitura e a pessoa com deficiência visual. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2011. 
MOSQUERA, C. F. F. Deficiência visual na escola inclusiva. Curitiba: Ibpex, 2010. 
SÁ, E. D. de; CAMPOS, I. M. de; SILVA, M. B. C. Deficiência Visual. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. 
SIAULYS, M. O. C. Brincar é para todos. Brasília: MEC/SEESP, 2005.
SILVA, A. M. da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2010.
VYGOTSKY, L. S. (1989). Obras Completas – Tomo V. Fundamentos de defectologia. Ciudade de La Habana: Pueblo Educación.
______. Pensamento e Linguagem. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2005.

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