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Medicina de Família e Comunidade I - Dr Danilo Leão Prevenção do câncer de mama → No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões (29,7%), após o câncer de pele não melanoma (29,5%). As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte → O câncer de mama é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A incidência e a mortalidade por câncer de mama tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos (INCA, 2019). → Não confundir rastreamento com investigação!!! - Rastreamento é a realização de testes ou exames diagnósticos em populações ou pessoas sem sintomas com objetivo de diagnóstico precoce para reduzir a morbidade e mortalidade da doença. Viabiliza a identificação de indivíduos que têm a doença, mas que ainda não apresentam sintomas; RASTREAMENTO É UMA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA - Quando a paciente tem algum sintoma nas mamas, pedidos exames e isso chama-se investigação e tem por objetivo estabelecer diagnóstico Papel da atenção básica Realizar prioritariamente ações de prevenção e detecção precoce e atuar nos seguintes níveis de prevenção - primário: age sobre fatores de risco modificáveis para o câncer de mama: manutenção do peso das pacientes em uma faixa saudável, prática de atividades física, redução do consumo de álcool e cessação do tabagismo - secundária: rastreamento conforme indicação e coordenar o cuidado dos casos positivos; dar atenção às queixas mamárias e realizar a investigação necessária visando à detecção precoce - terciária: auxilia a reabilitação, o retorno às atividades e a reinserção na comunidade - quaternária: evita ações com benefícios incertos → Não solicitando mamografia de rastreamento na população menor de 50 anos e maior de 70 anos ou com periodicidade menor que 2 anos Fatores de risco não modificáveis - ser mulher - história familiar (1º grau, com CA de ovários ou mama antes dos 50 anos) - mutação genética ; (a principal é a dos genes BRCA1 e BRCA2 - síndrome genética mama-ovário - história de menarca precoce (menor que 12 anos) - menopausa tardia (após 55 anos) Fatores de risco modificáveis - nuliparidade - ter filho após 35 anos - não amamentar - sedentarismo - obesidade - má alimentação - tabagismo - terapia de reposição hormonal pós-menopausa, especialmente por tempo prolongado → Por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco da mulher desenvolver câncer de mama Exame clínico das mamas Observar possíveis manifestações clínicas sugestivas de CA de mama - alterações cutâneas → lesão eczematosa da pele, edema mamário com pele em aspecto de “casca de laranja” - retrações - alterações no formato da mama - derrame papilar (água de rocha, sugestivo…) - avaliação dos linfonodos (axilas e FSC) - limites - mobilidade - localização - mamilo invertido- no caso, uma paciente que antes não tinha o mamilo assim - consistência Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 1 Medicina de Família e Comunidade I - Dr Danilo Leão → nódulo palpável fixo e geralmente indolor; é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o CA é percebido pela própria mulher Identificar na anamnese - idade - fatores de risco - tempo do nódulo (crescimento rápido ou lento?) → Paciente com mastalgia - tranquilizar a paciente, já que apenas 2% dos casos de CA apresentam-se com mastalgia - a maioria tem remissão espontânea - exames de imagem são desnecessários - se necessário, analgesia simples ou anti-inflamatórios tópicos - recomendar uso de sutiã adequado - reavaliar em 1 mês ou antes, se necessário - pode estar relacionado com o ciclo menstrual da mulher - não é necessário USG de mama em pacientes apenas com mastalgia → Descarga papilar → Água de rocha, sanguinolenta, serosanguinolenta OU mulher maior de 60 anos - Deve-se encaminhar ao especialista, se ela for leitosa - afastar gestação ou puerpério - pode ser medicamentosa (plasil, dramim, etc) - pode ser por aumento da prolactina Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 2 Medicina de Família e Comunidade I - Dr Danilo Leão → Se amarelada, esverdeada, acinzentada ou amarronzada - provavelmente benigna - orientar não estimular a descarga - reavaliar em 2 a 3 meses - se muito incômodo, encaminhar ao especialista ● Métodos de imagem para a mama - Mamografia: Ferramenta inicial, melhor custo-benefício no rastreamento; padrão ouro para rastreamento - Tomossíntese – 3D, maior sensibilidade - Ultrassonografia – diferencia nódulo sólido de cístico - Ressonância – casos selecionados, alta taxa de falso positivo → Mamografia - Sensibilidade do rastreamento por mamografia varia de 77% a 95%, dependendo do tamanho e da localização da lesão, densidade das mamas, qualidade dos recursos técnicos e habilidades de interpretação do médico radiologista. - Em mamas mais densas, geralmente em mulheres com menos de 50 anos, a sensibilidade cai para valores em torno de 30 a 48% - Rastreamento mamografia: pelo INCA: - Rastreamento por mamografia a cada 2 anos para mulheres de 50 a 69 anos – evidência científica do benefício dessa estratégia na redução da mortalidade nesse grupo e no balanço favorável entre riscos e benefício - A mulher que tem o risco elevado de câncer de mama deve conversar com o médico para avaliar a particularidade de seu caso e definir a conduta a seguir. Até o momento não há uma recomendação padrão para esse grupo. Apresenta diferentes tipos de incidência, podendo ser: crânio-caudal, médio-lateral oblíqua Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 3 Medicina de Família e Comunidade I - Dr Danilo Leão Glândula fica branquinha → Classificação dos achados de imagem - BI-RADS Possíveis achados: calcificações, nódulos, assimetrias, distorções arquiteturais Nódulo em aspecto de pipoca nessa segunda foto; nódulo em aspecto de casca de ovo; Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 4 Medicina de Família e Comunidade I - Dr Danilo Leão Para chegar a conclusão sobre um nódulo, precisamos de exame radiológico, clínico e anatomopatológico → PAAF mama Quem encaminhar? - mulheres com alterações nas mamas - exame físico alterado - exame complementar alterado (mamo ou USG BIRADS 4-5) - suspeita de câncer? Primeira avaliação - médico ginecologista,deve saber: - diferenciar lesões benignas das malignas - conduta das lesões benignas - tratamento das mastites - solicitação de biópsias - encaminhar casos de dúvida e suspeitos É importante o acesso a informação, mamografia e especialista Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 5
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