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AULA 2 NEUROCIÊNCIA

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AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEUROCIÊNCIA E 
COMPORTAMENTO 
HUMANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Angela Christine Gosch 
 
 
2 
TEMA 1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
Segundo Machado, 2003 anatomicamente o sistema nervoso pode ser 
dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. O sistema 
nervoso central é nossa área de comando e se comunica com o corpo por meio 
dos nervos que compõe o sistema nervoso periférico. 
 Os nervos espinhais, os nervos cranianos e os gânglios constituem o 
sistema nervoso periférico que é responsável pelos impulsos nervosos aferentes 
e eferentes. 
Os nervos espinhais originam-se da medula espinhal e são em número de 
31 pares. Já os nervos cranianos são oriundos do tronco encefálico e possuímos 
12 pares. Os nervos de uma forma em geral são responsáveis pela condução da 
informação tanto sensitiva quanto motora, mas a parte interpretativa fica a cargo 
do sistema nervoso central (Machado, 2003). 
O sistema nervoso central é composto pela medula espinhal e pelo 
encéfalo, que é constituído por todas as estruturas do interior da caixa craniana 
tais como tronco encefálico, cerebelo, tálamo, hipotálamo, córtex cerebral, entre 
outras (Machado, 2003). 
A divisão funcional do sistema nervoso é representada pelo sistema 
nervoso somático e pelo sistema nervoso visceral. O somático representa nossa 
vida de relação com o meio pela inervação dos músculos estriados esqueléticos 
ao passo que o visceral é nossa vida vegetativa que se relaciona com nossos 
órgãos. 
O sistema nervoso visceral eferente também é chamado de sistema 
nervoso autônomo e pode ser dividido em sistema nervoso simpático e 
parassimpático. Estes sistemas são responsáveis pelas respostas que nossos 
órgãos efetuarão. Eles agem sob a liberação de substâncias que terão influência 
direta na musculatura dos órgãos. O sistema nervoso simpático age sob ação da 
noradrenalina enquanto que o sistema nervoso parassimpático atua quando é 
liberada a acetilcolina. Estes sistemas comportam-se de forma antagônica 
(Machado, 2003). 
Na divisão embrionária, os segmentos do adulto são correlacionados com 
as vesículas embrionárias que lhes deram origem. Assim, o prosencéfalo origina 
o telencéfalo e o diencéfalo, que juntos formam o cérebro. 
 
 
3 
O mesencéfalo origina o próprio mesencéfalo. E o rombencéfalo origina o 
cerebelo, a ponte e o bulbo (Machado, 2003). 
1.1 As Células 
1.2 1.1.1 Os Neurônios 
O sistema nervoso é constituído por neurônios que são considerados a 
unidade anatomofuncional, sendo eles, os responsáveis pela condução do 
impulso nervoso. Eles possuem formas e tamanhos variados e são constituídos 
por corpos celulares, dendritos e axônios (Cosenza, 2013). 
Os corpos celulares cumprem as funções inerentes a uma célula, sendo 
responsáveis pelos processos metabólicos. Possuem núcleo e organelas 
citoplasmáticas responsáveis pelos processos de sínteses neuronais. Algumas 
organelas são encontradas em abundância como os ribossomos, retículo 
plasmático granular e agranular e o aparelho de Golgi (Machado, 2003). 
Os dendritos são prolongamentos curtos e múltiplos que se localizam junto 
ao corpo celular. Os dendritos recebem os impulsos nervosos, ou seja, são 
responsáveis pela captação das informações, compondo uma superfície receptora 
que é ampliada pela árvore dendrítica (Machado, 2003). 
O axônio é um prolongamento normalmente único e longo que se estende 
a partir do corpo celular. Ele conduz o impulso nervoso até suas ramificações 
terminais, denominadas telodêndros, em que ocorre a transmissão do impulso 
nervoso aos próximos neurônios. Este fenômeno é denominado sinapse nervosa. 
Uma grande parte dos axônios é envolta por uma bainha de mielina que 
incrementa a velocidade e a qualidade das conexões nervosas. Quanto maior a 
quantidade de mielina, melhor e mais rápida é a condução do impulso nervoso 
(Cosenza, 2013). 
1.1.2 Neuróglia 
As células da glia ou neuróglia também são elementos estruturais do 
sistema nervoso e têm a função de oferecer suporte e nutrição aos neurônios. 
Dentre as várias funções inerentes à neuróglia, podemos incluir a formação da 
bainha de mielina ao redor dos axônios com o intuito de melhorar a condução do 
impulso nervoso (Cosenza, 2013). 
 
 
4 
Atualmente acredita-se que as células da glia ofereçam mais do 
simplesmente um papel de suporte e possam sim, influenciar os neurônios na 
condução dos impulsos nervosos e sinapses. 
TEMA 2 – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
O sistema nervoso periférico é composto pelos nervos cranianos, os nervos 
espinhais e os gânglios. Os nervos podem ser sensitivos (aferentes) e levar a 
informação ao sistema nervoso central ou nervos motores (eferentes) e 
transportar a informação ao órgão efetor (músculo, glândula), que executará a 
resposta (Crossman, 1997). 
2.1 Nervos cranianos 
 Os nervos cranianos são em número doze pares e originam-se na base do 
encéfalo (os dois primeiros do cérebro e os dez seguintes do tronco encefálico) e 
emergem por pequenos orifícios no crânio denominados forames da base. 
São denominados por números romanos no sentido crânio caudal (Gray, 1988): 
I. Nervo Olfatório: é um conjunto de filetes nervosos, de caráter sensitivo, é 
responsável pelo olfato. Lesões neste nervo podem causar: hiposmia 
(diminuição do olfato), anosmia (perda total do olfato), hiperosmia (aumento 
do olfato), cacosmia (alteração do olfato, o indivíduo sente atração por 
odores desagradáveis ou sente mal odores quando todos sentem cheiros 
normais) e parosmia (distorção dos odores, a pessoa refere que nada tem 
o cheiro certo). 
II. Nervo Óptico: é um nervo sensitivo responsável pela visão, suas fibras têm 
origem na retina. Lesões neste nervo causam desde a cegueira total até 
alterações parciais (como por exemplo, a hemianopsia). 
III. Nervo Oculomotor: é um nervo principalmente motor e tem por função 
realizar o movimento dos olhos e a contração das pupilas. Sua pequena 
porção sensitiva é responsável pela sensibilidade dos músculos. Uma lesão 
neste nervo pode causar visão dupla, queda palpebral e pupilas dilatadas. 
IV. Nervo Troclear: é responsável pela inervação do músculo oblíquo superior 
do olho que realiza o movimento para baixo em direção a linha média. Caso 
sofra uma lesão neste nervo observa-se a diplopia (visão dupla). 
 
 
5 
V. Nervo Trigêmeo: é um nervo misto; sua porção sensitiva inerva a face, o 
couro cabeludo, os dois terços anteriores da língua, os dentes e a dura-
máter craniana. O ramo motor inerva os músculos da mastigação. O nervo 
trigêmeo possui três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. Lesões neste 
nervo normalmente causam perda da sensibilidade. Uma patologia 
associada a este nervo é a nevralgia do trigêmeo, que muitas vezes ocorre 
por compressão da raiz nervosa. É extremamente dolorosa. 
VI. Nervo abducente: inerva o músculo reto lateral do olho que faz a abdução 
do olho. Quando ocorre um dano neste nervo haverá um estrabismo e 
diplopia por uma incapacidade em lateralizar o olho. 
VII. Nervo facial: produz a motricidade dos músculos da face gerando a mímica 
facial. Também inerva as glândulas lacrimal, sublingual e submandibular. 
Sua porção sensitiva é responsável pela gustação dos 2/3 anteriores da 
língua. Em caso de injuria ocorre a paralisia facial. 
VIII. Nervo Vestibulococlear (nervo acústico): é responsável pela audição e pelo 
equilíbrio e podem causar surdez e síndromes vertiginosas com tonturas, 
náuseas e desequilíbrios. 
IX. Nervo glossofaríngeo: Inerva principalmente a língua e a faringe sendo 
responsável pela sensibilidade gustativa e sensibilidade geral do 1/3 
posterior da língua. Na faringe está associado à deglutição e à 
sensibilidade. Lesões neste nervo são raras e quando ocorrem levam a 
perda da gustação no 1/3 posterior da língua e diminuição ou ausência do 
reflexo deengasgo. 
X. Nervo Vago: realiza a sensibilidade das vísceras torácicas e abdominais e 
da laringe. Sua ação motora age sobre a laringe na fonação e sobre a 
faringe no reflexo de deglutição (em ação conjunta com o nervo 
glossofaríngeo). Em alterações no nervo vago alterações na musculatura 
de faringe e laringe com dificuldades de deglutição e rouquidão 
respectivamente. 
XI. Nervo acessório: inerva os músculos esternocleidomastoideo e trapézio, 
realizando a movimentação da cabeça e pescoço. Em caso de lesões estes 
músculos perdem parcial ou totalmente a mobilidade. 
XII. Nervo hipoglosso: inerva a musculatura da língua e quando lesionado 
observa-se a paralisia da metade da língua (Cosenza, 2013; Machado, 
2003). 
 
 
6 
2.2 Nervos espinhais 
Originam-se da medula espinhal e são em número de 31 pares de nervos 
espinhais. Cada nervo é composto por uma raiz ventral (motora) e uma raiz dorsal 
(sensitiva) que contém o gânglio espinhal. Os nervos espinhais são responsáveis 
pela sensibilidade e motricidade do corpo (Cosenza, 2013). 
TEMA 3 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
O sistema nervoso funcionalmente pode ser dividido em somático e visceral 
sendo que o a parte somática é a vida de relação com o meio externo e está ligada 
aos músculos estriados esqueléticos. 
O sistema nervoso visceral é a vida vegetativa e relaciona-se com a 
musculatura lisa dos órgãos sendo muito importante para a homeostase. As fibras 
eferentes (resposta) do sistema nervoso visceral recebem a denominação de 
sistema nervoso autônomo. Portanto, sistema nervoso autônomo é a parte do 
sistema nervoso responsável pelas respostas que os órgãos efetuam sob o 
comando central. 
O sistema nervoso autônomo (S.N.A.) divide-se em simpático e 
parassimpático. De um modo geral, estes dois sistemas (simpático e 
parassimpático) agem de forma antagônica (Crossman, 1997). 
3.1 Sistema Nervoso Simpático 
Localiza-se na região tóraco-lombar e normalmente tem papel excitatório. 
Age sob ação da noradrenalina. Geralmente apresenta uma reação sistêmica, 
atingindo vários órgãos concomitantemente. Em momentos de medo, fuga ou 
alarme, é utilizado em sua totalidade. Atua nos órgãos, causando: aumento da 
frequência cardíaca, dilatação dos brônquios, diminuição do peristaltismo 
intestinal, entre outros sintomas (Machado, 2003). 
 
 
3.2 Sistema Nervoso Parassimpático 
Localiza-se na região de tronco encefálico e na região sacral. Normalmente 
exerce papel de relaxamento. Age sob ação da acetilcolina. Habitualmente, 
 
 
7 
estimula um órgão por vez. Atua nos órgãos de forma oposta ao sistema nervoso 
simpático, estimulando funções como: diminuição da frequência cardíaca, 
constrição dos brônquios, aumento do peristaltismo intestinal, entre outros 
(Machado, 2003). 
TEMA 4 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
4.1 Meninges e líquor 
Conforme Machado, 2003 as meninges são três membranas que envolvem 
o sistema nervoso central. A mais externa e resistente é a dura-máter, que se 
localiza junto aos ossos do crânio. 
A dura-máter é formada por duas camadas que correm juntas e se separam 
apenas em alguns pontos como entre os dois hemisférios cerebrais (formando a 
foice do cérebro) e entre o cérebro e o cerebelo (tenda do cerebelo). 
A membrana mais interna é a pia-máter, delicada e aderida ao encéfalo, 
rica em vasos sanguíneos que penetram no tecido nervoso (Machado, 2003). 
Entre a dura-máter e a pia-máter observa-se a aracnoide, uma delicada 
membrana avascular (Machado, 2003). 
Entre a pia-máter e a aracnoide localiza-se o espaço subaracnoideo em 
que circula o líquor. O líquido cefalorraquidiano (líquor) é constantemente 
produzido pelos plexos corioideos dos ventrículos cerebrais e constantemente 
reabsorvido nas granulações aracnoideas. Tem a função de amortecer os 
impactos, pois promove um envoltório líquido no sistema nervoso. Também está 
relacionado como mecanismo de transporte e trocas de substâncias com o tecido 
nervoso (Machado, 2003). Além disto, o líquido cefalorraquidiano tem um 
importante papel de diagnóstico com a punção lombar, exame em que é retirado 
o líquor para análise (Menezes, 2011). 
O acúmulo de líquor, quer seja por aumento da produção, déficit na 
reabsorção ou obstrução, causa uma patologia denominada hidrocefalia 
(Menezes, 2011). 
4.2 Medula Espinhal 
Localiza-se dentro do canal vertebral e se estende do bulbo até a segunda 
vértebra lombar. Tem aproximadamente 42 cm de comprimento. É composta 
externamente por substância branca e internamente por substância cinzenta. Na 
 
 
8 
sua porção final é formada pelo cone medular, filamento terminal e pela cauda 
equina (Machado, 2003). 
Possui duas intumescências, a cervical e a lombar que coincidem com os 
pontos dos quais emergem os nervos que se direcionam para os membros 
superiores e inferiores respectivamente (Machado, 2003). 
Da medula espinhal partem 31 pares de nervos espinhais. Cada nervo é 
forma do pela junção de uma raiz ventral (motora) com uma raiz dorsal (sensitiva). 
Os nervos espinhais são divididos em 8 pares de nervos cervicais, 12 pares de 
nervos torácicos, 5 pares de nervos lombares, 5 pares de nervos sacrais e 1 par 
de nervo coccígeo (Machado, 2003). 
4.2.1 Dermátomos e miótomos 
As áreas que são inervadas por uma única raiz dorsal (sensitiva) são 
denominadas dermátomos e tem uma importância clínica, pois por meio dela 
podemos determinar o segmento que está comprometido. Por exemplo: a região 
do polegar indica comprometimento em nível de C6 e a região do umbigo indica 
um comprometimento em T10. Uma patologia que se aplica perfeitamente a este 
conceito é a herpes-zoster (Menezes, 2011). Do mesmo modo, quando uma 
região é inervada por uma única raiz ventral (motora) denominamos miótomos. 
Isto é relevante na avaliação de uma lesão medular, por exemplo: o músculo 
deltoide corresponde ao segmento medular C5 (Menezes, 2011). 
4.3 Tronco Encefálico 
Localiza-se na porção inferior do encéfalo e anteriormente ao cerebelo. 
Subdivide-se em mesencéfalo, ponte e bulbo. Assim como a medula espinhal, é 
composto externamente por substância branca e internamente por substância 
cinzenta, no entanto, a substância cinzenta não é contínua e sim, na forma de 
núcleos. 
Dos doze pares de nervos cranianos, apenas dez emergem do tronco 
encefálico nos núcleos de nervos cranianos. Além destes, podemos também 
encontrar o núcleo rubro que é relacionado ao controle da motricidade. 
A substância negra tem importante papel na produção de dopamina e está 
ligada as sensações de recompensa e vício. Ela faz conexões com o corpo 
 
 
9 
estriado e a degeneração da substância negra causa uma patologia 
neurodegenerativa motora denominada Parkinson (Menezes, 2011). 
Outros núcleos do tronco encefálico são: o colículo superior, que faz 
conexões com a área visual, o colículo inferior que tem relação com a área 
auditiva, os núcleos pontinos que se ligam ao cerebelo e trabalham com a 
motricidade, o núcleo olivar inferior que também realiza diversas projeções para o 
cerebelo, em que ocorre a aprendizagem motora de novos movimentos e 
finalmente os núcleos: grácil e cuneiformes, que estão relacionados ao tato e 
propriocepção (Machado, 2003). 
Na região do bulbo observamos as pirâmides bulbares, que são vias 
motoras que se direcionam principalmente para a musculatura distal. Logo abaixo 
das pirâmides, observamos a decussação das pirâmides, que é o local em que 
ocorre o cruzamento da maioria das fibras, ou seja, a partir deste cruzamento as 
fibras que vinham do lado direito cruzam para o lado esquerdo e o mesmo ocorre 
com o outro lado (Machado, 2003). 
Quanto à sua funcionabilidade, podemos dizer que o tronco encefálico é 
um órgão de passagem para impulsos nervosos aferentes e eferentes que se 
conectam com várias áreas do encéfalo. 
O mesencéfalo tem ligação com as vias de visão e audição. A ponte age 
no controle da respiraçãoe tem conexões com o cerebelo e o encéfalo. 
E finalmente o bulbo: interage com a função de vários órgãos e sistemas 
como a respiração, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea, entre outros 
(Menezes, 2011). 
4.4 Formação Reticular 
É uma rede de neurônios que se localiza no centro do tronco encefálico. 
Ela apresenta uma gama variada de conexões e consequentemente, de funções. 
Atua junto aos músculos estriados esqueléticos interferindo no controle do tônus 
muscular e alguns movimentos reflexos e voluntários. Ajuda no controle da 
respiração, da frequência cardíaca, da pressão arterial e da distribuição do fluxo 
sanguíneo para os órgãos. Age também sobre o córtex cerebral influenciando o 
ciclo de sono, vigília, a ativação cortical, o direcionamento da vigília e o controle 
da atenção (Menezes, 2011). 
4.5 Cerebelo 
 
 
10 
O cerebelo localiza-se na região inferior do encéfalo e posterior ao tronco 
encefálico. Possui uma região central denominada vermis cerebelar que separa 
os dois hemisférios cerebelares: direto e esquerdo (Cosenza, 2013). 
É dividido em três lobos: lobo anterior, posterior e flóculo-nodular e duas 
fissuras que tem a função de delimitar estes lobos (Cosenza, 2013). 
A divisão filogenética baseia-se na evolução e nela podemos observar três 
segmentos: o arquicerebelo que atua no equilíbrio; o paleocerebelo que é 
responsável pelo controle do tônus muscular e da contração da musculatura 
antigravitacional para manutenção da postura e o neocerebelo que rege a 
coordenação motora regulando a força, o trajeto e a velocidade dos movimentos 
tornando-os precisos. Em caso de lesões cerebelares, os principais sintomas são: 
a falta de equilíbrio e a ataxia (diminuição da coordenação motora) (Menezes, 
2011). 
4.6 Hipotálamo 
Está situado logo abaixo do tálamo e é responsável pela homeostase. Para 
que o corpo permaneça em equilíbrio, várias funções são determinantes: controle 
da temperatura corporal, da sede e da excreção de líquidos, da fome e da noção 
de saciedade, do sono e realizar interação com os sistemas límbico, endócrino e 
nervoso autônomo (Cosenza, 2013). 
4.7 Tálamo 
É uma estrutura ovoide localizada na região central do encéfalo. Possui 
numerosos núcleos que realizam abundantes sinapses com o córtex cerebral. 
Pode-se dizer que o tálamo funciona como um modulador das informações 
enviadas ao córtex cerebral (Machado, 2003). 
 
 
TEMA 5 – CÓRTEX CEREBRAL E SISTEMA LÍMBICO 
5.1 Córtex Cerebral 
É a camada mais periférica do encéfalo, composta por substância cinzenta 
que está distribuída em seis camadas celulares. É composto de sulcos e giros que 
 
 
11 
servem para aumentar a área cortical sem aumentar o tamanho do crânio 
(Machado, 2003). 
Os hemisférios cerebrais cumprem funções diferentes, sendo que o 
hemisfério esquerdo está associado às questões mais racionais, enquanto que o 
hemisfério direito, com a parte intuitiva e artística (Menezes, 2011). 
A classificação anatômica é feita em lobos que correspondem ao osso que 
os sobrepõe, são eles: lobo frontal, lobo parietal, lobo temporal e lobo occipital. 
Em cada lobo podem ser observadas diversas funções diferentes (Machado, 
2003). 
Brodman realizou uma classificação citoarquitetural, na qual identificou 52 
áreas diferentes. Para cada área deu um número e identificou uma função. As 
áreas de Brodman são muito utilizadas na prática clínica e tem um importante 
valor diagnóstico e prognóstico (Machado, 2003). 
No lobo frontal, localizado na parte da frente do cérebro, acontece o 
planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato. Nele 
estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal (Machado, 2003). 
O córtex motor controla e coordena a motricidade voluntária, sendo que o 
córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo, 
e o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. 
Um trauma nesta área pode causar fraqueza muscular ou paralisia. A 
aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo córtex 
pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina 
um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a 
ponto de o indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no 
entanto, a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é 
perturbada (Machado, 2003). 
A atividade no lobo frontal de um indivíduo aumenta somente quando este 
se depara com uma tarefa difícil em que ele terá que descobrir uma sequência de 
ações que minimize o número de manipulações necessárias para resolvê-la 
(Machado, 2003). 
A decisão de quais sequências de movimento ativar e em que ordem, além 
de avaliar o resultado, é feito pelo córtex-frontal, localizado na parte da frente do 
lobo frontal (Machado, 2003). Suas funções incluem o pensamento abstrato e 
criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, respostas afetivas e 
 
 
12 
capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação 
para ação e atenção seletiva (Machado, 2003). 
Lesões nesta região fazem com que o indivíduo fique preso 
obstinadamente a estratégias que não funcionam ou que não consigam 
desenvolver uma sequência de ações corretas (Machado, 2003). 
O lobo occipital está localizado na parte inferior e posterior do cérebro 
sendo responsáveis por processar os estímulos visuais, daí também serem 
conhecidos por córtex visual (Machado, 2003). 
O lobo temporal está na zona localizada acima das orelhas e com a função 
principal de processar os estímulos auditivos (Machado, 2003). 
Na região superior do cérebro temos os lobos parietais, constituídos por 
duas subdivisões, a anterior e a posterior. A primeira, também chamada de córtex 
somatossensorial, tem a função de possibilitar a percepção de sensações como o 
tato, a dor e o calor. Por ser a área responsável em receber os estímulos obtidos 
com o ambiente exterior, representa todas as áreas do corpo humano. É a zona 
mais sensível, logo, ocupa mais espaço do que a zona posterior, uma vez que tem 
mais dados a serem interpretados. A zona posterior é uma área secundária e 
analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela anterior, que é a zona 
primária, permitindo ao indivíduo se localizar no espaço, reconhecer objetos pelo 
tato, entre outros (Machado, 2003). 
5.2 Sistema Límbico 
Localiza-se na região medial do encéfalo e é responsável pelas emoções. 
Interage com o sistema nervoso autônomo, influenciando o funcionamento das 
vísceras. É considerado o centro das emoções, controle do comportamento e os 
instintos afetivos (Menezes, 2011). 
Age sob influência do circuito de recompensa e punição que irão favorecer 
o aprendizado. Tem papel na codificação do que nos parece agradável ou 
desagradável, promovendo os diferentes comportamentos. Está conectado a todo 
o organismo, bem como a todo o sistema nervoso. 
O sistema límbico age de forma inconsciente e, portanto, não tem um 
controle voluntário (Menezes, 2011). Apresenta algumas subdivisões: amígdalas 
(centro identificador de perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o indivíduo 
em situação de alerta, aprontando-se para fugir ou lutar), hipocampo (memória), 
tálamo (comportamento emocional), hipotálamo (além do controle da homeostase 
 
 
13 
tem papel sobre algumas emoções tais como: prazer e desprazer, raiva, aversão, 
entre outros), giro do cíngulo (coordena odores, e visões com memórias 
agradáveis de emoções anteriores, tem a reação emocional à dor e da regulação 
do comportamento agressivo), tronco encefálico (secreta a dopamina que produz 
sensações de prazer) e a área pré-frontal (relacionada com o comportamento 
social, capacidade de concentração e abstração) (Hilgard, 2002). 
 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
COSENZA, R. Fundamentos de Neuroanatomia. 4. ed. Guanabara Koogan; 
2013. 
CROSSMAN, A.R. Neuroanatomia. 1. ed. 1997.Guanabara Koogan 1997. 
GRAY, H.F.R.S. Anatomia. 29. ed. Guanabara, 1988. 
HILGARD, R.L. Introdução à psicologia. 13. ed. Artmed, 2002 
MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. Atheneu, 2003. 
MENEZES, M.S. Neuroanatomia Aplicada. 3. ed. Guanabara Koogan 2011.

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