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LOGÍSTICA INTERNACIONAL
FERNANDA PIMENTEL DA SILVA
2LOGÍSTICA INTERNACIONAL
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o 
ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Jaqueline Boeira 
Revisora
Luana dos Reis
INTRODUÇÃO 3
LOGÍSTICA INTERNACIONAL CONCEITOS E VARIÁVEIS 4
Conceitos e contexto 4
Transporte 9
Unitização de Carga 27
Síntese 33
Exercícios propostos - Capítulo 01 34
TERRITÓRIO ADUANEIRO E ÁREAS ALFANDEGADAS - CONCLUÍDO 35
Conhecendo o território aduaneiro 35
Controle Aduaneiro de Veículos 37
Recintos Alfandegados 40
Serviços 42
Síntese 43
Exercícios propostos - Capítulo 02 44
PROCEDIMENTOS NAS MOVIMENTAÇÕES DE CARGA INTERNACIONAL 45
Operações 45
Síntese 66
Exercícios propostos - Capítulo 03 67
OPERAÇÕES DE CAMBIO E ENVOLVIMENTO COM O PROCESSO DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL 68
Cambio e influencia na logística internacional 69
Desvalorização cambial 71
Valorização Cambial 71
Síntese 72
Exercícios propostos - Capítulo 04 73
GABARITO 74
REFERÊNCIAS 77
INTRODUÇÃO
Cada vez mais as empresas buscam mercados distantes para assim garantir a sobrevivência no mundo dos negócios. Para isso, o comércio 
exterior tem aparecido com força para aquelas organizações que buscam além das fronteiras o fortalecimento de sua atuação e aumento da lu-
cratividade.
Quem trabalha nas operações de comércio exterior, afirma que “a maior vantagem da exportação é possibilitar o confronto com outras re-
alidades, outros concorrentes, outras exigências.” Igualmente nas importações também ocorre não apenas a troca de mercadorias propriamente 
dita, mas a adaptação de procedimentos para viabilizar o intercâmbio comercial pretendido.
Além da tradicional compra e venda de mercadorias realizadas entre empresas, verifica-se como fenômeno crescente no Brasil a compra 
através de meios eletrônicos. O e-commerce internacional exige mudanças nos procedimentos logísticos e de controle aduaneiro dado o volume 
das movimentações especialmente através de importações por remessas internacionais. 
Analisando este movimento empresarial global, é impossível deixar de evidenciar a importância da Logística, afinal não há como movimen-
tar riquezas sem a interferência dela que conta com papel fundamental de facilitar e até mesmo viabilizar as operações. Neste cenário surge a 
relevância de nossa disciplina que tratara da ramificação da Logística que acompanha este movimento. Conhecida como Logística internacional, 
a área se preocupa em atender as demandas das operações de compra e venda de mercadorias com partes em diferentes locais do planeta.
E para você que é estudante do curso de logística surge a oportunidade de conhecer uma área em expansão que oferece postos de trabalho. 
Então, vamos lá conhecer juntos um pouco mais sobre a Logística Internacional?
4LOGÍSTICA INTERNACIONAL
LOGÍSTICA INTER-
NACIONAL CON-
CEITOS E VARIÁ-
VEIS 
Para compreender esta área tão importante 
da Logística é fundamental explorar conceitos 
e variáveis.
Conceitos e contexto
A Logística nestes últimos anos veio passando por trans-
formações significativas. Passou de um processo que somente 
tratava do transporte no abastecimento ou na distribuição para 
se transformar em uma área estratégica das empresas sendo 
responsável por suprimentos, produção e abastecimento.
5LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Com a globalização, há um número cada vez maior de 
compras e vendas de bens e serviços entre empresas que bus-
cam a manter a sua competitividade. Com os olhos voltados 
para o mundo, o consumidor tem uma infinidade de produtos 
dos mais variados países, e para se realizar esta conexão com 
fornecedores e clientes é que a logística internacional entra em 
ação e se torna um tema recorrente nas empresas e nos órgãos 
governamentais.
Conceituando o comércio internacional como sendo o 
conjunto de operações de compra e venda de bens e serviços 
entre as nações, a logística internacional vem na esteira desse 
processo, preenchendo as necessidades e se tornando cada vez 
mais importante tanto para as empresas quanto para as nações.
Como bem sabemos, nenhum país no mundo é autossufi-
ciente. Produzimos no Brasil alguns produtos que em outros 
países não são produzidos ou não produzidos o suficiente para 
atender a demanda de seu consumo interno, como por exemplo, 
soja, minério de ferro, açúcar, carne etc. Da mesma maneira que 
no Brasil não produzimos tudo o que consumimos, por isso, 
temos que recorrer a nossos parceiros internacionais para nos 
suprir e assim conseguirmos abastecer nosso mercado interno, 
como por exemplo, com máquinas e equipamentos que são 
importados de nossos parceiros comerciais como os Estados 
Unidos e a China, bem o trigo importado da Argentina etc.
Com isso podemos ver que as variáveis envolvidas nas ope-
rações internacionais são o importador, o exportador, o governo 
e suas estruturas aduaneiras, e agregando-se a isso, os bancos 
que realizam as operações de cambio e também financiam as 
operações de importação e exportação.
“A logística é parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento 
que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenagem 
eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-
acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles 
relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com 
o propósito de atender as exigências dos clientes.” (Carvalho, 
2002, p.31 in Silva, Luiz Augusto Tagliacollo. Logística no Comércio 
Internacional. 2. Ed. São Paulo: Aduaneiras, 2007.)
6LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Numa era em que as fronteiras estão cada vez mais próxi-
mas, em que o volume de mercadorias em circulação no mundo 
cresce de maneira exponencial ano a ano, onde as informações 
correm o mundo em segundos, e temos acesso a qualquer no-
ticia sobre qualquer coisa em qualquer lugar do mundo quase 
que instantaneamente em nossas mãos é sinal de que o mundo 
mudou e estamos em uma nova era.
Lendo a definição de Logística de Carvalho vemos o quanto 
é importante, imprescindível e estratégico a logística para as 
organizações. Adicionando-se a isso o termo internacional, 
pois estamos em um mundo globalizado, onde nossos forne-
cedores não estão mais em nossos bairros, cidades ou regiões, 
agora são fornecedores internacionais que temos que agregar 
várias variáveis para que nosso processo logístico funcione 
adequadamente. 
Fornecedores estes que temos, segundo Carvalho, que 
planejar, implementar e controlar o f luxo e armazenamento 
eficiente e econômico das matérias-primas, tendo que somar-
-se a isso as variações internacionais como nos requisitos das 
negociações, lead time, modais de transporte, aspectos legais, 
tributários etc. Somando-se a isso estas mesmas variáveis para 
a distribuição dos produtos no mercado internacional, consi-
derando que cada país pode ter um tratamento diferente para 
o mesmo produto, pois estamos negociando com diferentes 
mercados, em diferentes idiomas, sendo as vezes, nenhuma das 
partes sendo nativa do idioma da negociação, culturas diferen-
tes, com consumidores diferentes, onde as documentações, as 
legislações e a tributação são distintas.
Apesar de contarmos com uniformizações no comércio 
internacional a respeito da classificação fiscal, incoterms e uni-
tização de cargas, que são tratados no momento da negociação 
e fechamento do negócio, é imprescindível a participação de 
um profissional de logística, com conhecimento em logística 
internacional para o assessoramento e orientação no momento 
da negociação.
7LOGÍSTICA INTERNACIONAL
O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, 
mas continua ocupando posições de coadjuvante quando se 
trata de maiores exportadores mundiais. Considerandoque o 
mercado mundial está aberto para os produtos brasileiros, que 
nossas empresas podem buscar qualquer mercado, dentro de suas 
estratégias, para expandir internacionalmente suas atuações, 
podemos dizer que em contra partida, o mercado brasileiro está 
aberto para as empresas internacionais, desta maneira, criando 
um mercado interno cada vez mais competitivo.
A logística internacional tem evoluído com o passar dos 
anos, mas podemos dizer é um conjunto de ações que visam 
planejar, implementar e controlar as ações externas das orga-
nizações, buscando melhorar a sua relação com outros grupos 
e parceiros, tendo como objetivo principal torná-la mais efi-
ciente e lucrativa, através da economia de tempo e dinheiro, e 
evitando transtornos que possam interferir em seus resultados.
Podemos afirmar que os f luxos logísticos são a essência 
da atividade logística. A função principal do gestor de logís-
tica é gerenciar os f luxos presentes na cadeia, para otimizar 
processos, reduzir tempo e custo, e ganhar competitividade.
Apresentamos a seguir a figura dos f luxos logísticos apre-
sentados por Rodrigues (1996). Estes f luxos podem variar de 
configuração dependendo do tamanho da empresa.O que é preciso entender na logística, é que quando 
inserimos a importação e ou exportação, ela se torna 
ainda mais difícil e problemática, exigindo uma série 
de observações e muito planejamento por parte das 
organizações.
FORNECEDOR SUPR. PRODUÇ. DISTRIB. CLIENTE
Fonte: Rodrigues(1996) in Silva, Luiz Augusto Tagliacollo. Logística no Comércio Internacional. 2. Ed. 
São Paulo: Aduaneiras, 2007.
8LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Podemos ver que mesmo tendo um excelente f luxo in-
formativo, onde a informação vem do cliente (mercado) passa 
por todas as áreas da organização, sendo distribuída para as 
áreas pertinentes como distribuição, produção, suprimentos e 
chega até o fornecedor, e depois retorna ao mercado, f luindo 
de forma clara e rápida, não garante que o f luxo de material 
e f luxo financeiro o acompanhe, prejudicando, desta forma, a 
agilidade em todo o processo. O ideal é que os f luxos, infor-
mativo, de material e financeiro, tenham harmonia entre si.
O f luxo de informações é o que mais evoluiu nos últimos 
anos, pois com os avanços tecnológicos, a informação tornou-se 
poderosa ferramenta gerencial. Ela trouxe transparência, agi-
lidade e confiabilidade para os clientes, possibilitando manter 
esse mesmo cliente informado sobre a situação do seu pedido, 
como por exemplo, dia e hora de embarque e acompanhamento 
do trajeto até o momento da entrega, chamado de tracking. 
Os importadores e exportadores conseguem acompanhar as 
suas mercadorias desde a origem até o destino final sabendo 
exatamente onde está, si está em processo de desembaraço 
aduaneiro de saída, em transbordo, em trânsito etc.
O fluxo de material de uma cadeia de abastecimento inter-
nacional é completamente diferente de um f luxo de material 
realizado no mercado doméstico. O transit time em uma ope-
ração internacional facilmente pode atingir meses conforme o 
modal escolhido, por isso o gerenciamento de estoques é um 
dos grandes desafios dos gestores de logística, devido à partici-
pação de diversos atores atuando nas operações de importação 
e exportação. 
A complexidade deste processo está muito relacionada ao 
transporte marítimo que tem papel de destaque nas operações 
de importação e exportação, onde o fator tempo é um agravante 
a gestão de estoques.
“Nas operações internacionais, por apresentar um ciclo de 
atividades mais extenso em comparação com o mercado 
interno, gerenciar os estoques em trânsito, as projeções 
de vendas por países e fazer com que o produto chegue 
9LOGÍSTICA INTERNACIONAL
O fluxo financeiro tem um sentido inverso ao f luxo de 
material. Este é o que vem do cliente, passa pela empresa e 
vai até os fornecedores. Nesse sentido se faz necessário oti-
mizar o f luxo de materiais, reduzindo intervalos, pois assim o 
f luxo financeiro será mais rápido. Pode-se assim dizer que o 
gerenciamento logístico eficiente, considerando os f luxos de 
informação, materiais e financeiro, pode equilibrar as finanças 
e melhorar a saúde financeira das organizações.
Transporte
O conhecimento dos vários meios de transporte, bem como 
os meios utilizados para as diferentes cargas, é fundamental 
para o planejamento, implementação e controle da adequada 
logística no comércio internacional.
O desenvolvimento dos diversos tipos de transporte nos 
últimos anos está diretamente ligado ao avanço do comércio 
internacional. A busca por novas alternativas que visa à redução 
dos custos e a manutenção da competitividade das organiza-
ções fazem com que as mesmas utilizem diferentes modos de 
transporte de acordo com suas necessidades de volume, custo, 
transit time, freqüência, disponibilidade etc. Todas estas esco-
lhas devem ser levadas em conta na hora da escolha do modal, 
ou modais utilizados.
Como cita Silva, Luiz A. T. (2007): “Naturalmente a elei-
ção do modal a ser utilizado apresenta um forte apelo de custo, 
por isso, o cálculo dos custos diretos e indiretos bem como os 
serviços logísticos estão atrelados a uma simples escolha de 
transporte, que na verdade é uma tarefa minuciosa e complexa.”
Há diversos meios de transporte, que se classificam quanto 
a sua modalidade: modal terrestre, modal aquaviário e modal 
aéreo. O modal terrestre se subdivide em transporte rodoviário, 
ao seu destino final na hora exata, torna a Logística 
Internacional uma ciência fundamental para atender 
as atuais exigências de competitividade das empresas.” 
(Silva, Luiz Augusto Tagliacollo. Logística no Comércio 
Internacional. p. 23. 2. Ed. São Paulo: Aduaneiras, 2007.)
10LOGÍSTICA INTERNACIONAL
ferroviário e dutoviário. Já o modal aquaviário subdivide-se 
em transporte marítimo, lacustre e f luvial. E por fim o mo-
dal aéreo. Abordaremos aqui os mais relevantes na logística 
internacional.
Para um melhor entendimento, recomendamos analisar o 
grau de importância de cada modal de transporte. Para isso, 
devemos considerar as condições geográficas e o volume de 
trafego de cada país, importador ou exportador, a natureza 
das mercadorias transportadas e a estrutura de cobertura de 
cada modal.
Transporte Rodoviário
Este transporte é realizado em rodovias, podendo ser na-
cional ou internacional. Não tem grande representatividade no 
comércio exterior brasileiro, pois nossos principais parceiros 
comerciais em termos de volume de mercadorias e em valores 
exportados estão a distâncias não atingidas por este meio. 
Apesar de ser recomendado para curtas e médias distâncias 
e para a movimentação de mercadorias de pequeno porte, o 
transporte rodoviário é muito utilizado com nossos parceiros da 
America do Sul. Com uma importância muito grande quando 
se trata dos parceiros comerciais limítrofes, como por exemplo: 
Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia. Mas também 
pode ser utilizado entre países que não possuem fronteira 
entre si, utilizando assim as rodovias de outro país ou outros 
países para chegar ao destino final, como por exemplo, cargas 
que saem do Brasil em direção ao Chile e que passam pela 
Argentina, e vice versa.
Exemplo de transporte Rodoviário:
11LOGÍSTICA INTERNACIONAL
É um transporte que possui uma maior f lexibilidade pois 
consegue atingir diferentes pontos sem que seja necessário 
uma infraestrutura complexa dos demais transportes. Outras 
vantagens são:
• Rapidez na entrega para distâncias reduzidas;
• Menor custo com embalagens;
• Menor manuseio de carga, pois a mercadoria é entregue 
ao importador;
• Permite conectar regiões remotas.
Os principais veículos utilizados no Brasil para o transporte 
internacional de cargas são os reboques e semirreboques, mais 
conhecidos como carretas, que tem uma variedade de confi-
gurações de eixos e carrocerias que são adequados a cada tipo 
de carga. Em menor número nas operações de importação e 
exportação, estão os caminhões quetambém tem suas variações 
de configurações de eixos e carrocerias adequados aos tipos de 
cargas como os semirreboques. 
Quando falamos em semirreboque entenda-se como sendo 
o conjunto caminhão trator, ou cavalo-mecânico tracionando 
um semirreboque ou reboque como mostrado nas figuras a 
seguir:
Exemplo de transpor-
te com semirreboque dois 
eixos (caminhão trator 
mais semirreboque)
A configuração de veículos depende de país para país, pois 
o Brasil não tem a mesma regulamentação de pesos e medidas 
que seus parceiros comerciais e também as mesmas configura-
ções de equipamentos. Os equipamentos que se usa no Brasil 
para o transporte não são os mesmos utilizados em todos os 
12LOGÍSTICA INTERNACIONAL
países para onde exportamos, em se tratando de exportações 
utilizando o transporte rodoviário, é claro. Tem alguns equi-
pamentos que são similares e a que mais é comum em todos 
os países são os semirreboques três eixos puxados por cavalos 
mecânicos 4x2 ou 6x2/6x4. Os cavalos mecânicos 4x2 são os 
caminhões com dois eixos onde o eixo traseiro é o de tração.
Exemplo de cami-
nhão 4x2
Já a configuração 6x2 são os equipamentos com três eixos 
onde um dos eixos traseiros é o de tração.
Outro modelo de caminhão é o reboque de 3 eixos, con-
forme segue:
Exemplo de caminhão 
6x2/6x4 mais reboque 3 
eixos
Os equipamentos 6x4 são os equipamentos com três eixos 
onde os dois eixos traseiros são de tração. Estes equipamentos 
tem uma diferença técnica que alteram sua capacidade de carga, 
capacidade de tração de carga e capacidade de frenagem que 
deve estar de acordo com as legislações e regulamentações dos 
países pelo qual a carga vai passar. 
Estas diferenças de regulamentações, como por exemplo, 
peso bruto permitido, capacidade das pontes, limite máximo 
de altura etc. tendem a diminuir com a formação de blocos 
econômicos, entretanto, alguns impedimentos ainda inibem o 
desenvolvimento do comércio internacional através do trans-
porte rodoviário.
13LOGÍSTICA INTERNACIONAL
As desvantagens do transporte rodoviário é o seu elevado 
custo de transporte em longas distâncias. No caso do Brasil 
com os países limítrofes e países do pacifico há a desvantagem 
dos entraves burocráticos e a lentidão para o cruze de fronteira. 
Outras desvantagens podem ser:
• Baixa capacidade de carga;
• Valor do frete mais alto que outros modelos transportes;
• Polui mais com relação à carga transportada.
Transporte Ferroviário
O transporte ferroviário é uma opção muito interessante 
no comércio entre países limítrofes, assim como o transporte 
rodoviário. É caracterizado pela movimentação de vagões de 
carga e passageiros, puxados por locomotivas, que devem obe-
decer o traçado da ferrovia. As principais vantagens desse tipo 
de transporte são a sua alta capacidade de carga, superior ao 
alcançado no transporte rodoviário, combinado com um baixo 
custo do frete, assim sendo muito competitivo em operações 
de média e longa distâncias. Indicado principalmente para o 
transporte de produtos agrícolas, minérios, fertilizantes, de-
rivados de petróleo ou mesmo contêineres.
O transporte ferroviário possibilita a combinação de diversos 
tipos de cargas, como por exemplo, em uma mesma locomotiva, 
ou composição, pode ser transportado desde containeres, cargas 
a granel, cargas líquidas, carga seca, automóveis, caminhões e 
até mesmo passageiros.
Exemplo de varias 
cargas em uma compo-
sição
14LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Nos dias de hoje alguns trens chegam a transportar apro-
ximadamente 12.000 toneladas de carga, dependendo das 
condições da ferrovia.
As desvantagens desse modal de transporte são sua baixa 
f lexibilidade, pois como já falamos, tem que seguir a via fér-
rea, a velocidade baixa do modal, sujeita a saques, e um dos 
maiores problemas na disseminação do transporte ferroviário 
nas operações internacionais, é a diferença bitolas dos trilhos 
(dos trucks) entre os países limítrofes.
O que é bitola em uma ferrovia? É a largura determinada 
pela distância medida entre as faces interiores das cabeças de 
dois trilhos, como mostra a figura abaixo:
Antigamente não se utilizava a mesma bitola nas linhas 
férreas para evitar invasões dos países vizinhos, então não 
havia uma preocupação em unificar as bitolas dos trilhos das 
vias férreas.
Mesmo no Brasil, que tem dimensões continentais, onde 
passamos por muitos anos sem investir em nossas ferrovias, 
que temos uma malha ferroviária antiga temos que conviver 
diferenças de bitolas. Em alguns trechos chegamos a ter três 
trilhos, ou mais, sendo chamado de via com bitola mista, para 
poder suportar a demanda de carga para a infraestrutura exis-
tente de locomotivas e vagões.
Linha férrea bra-
sileira com três trilhos
15LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Outro ponto contra ao desenvolvimento do modal fer-
roviário no transporte internacional de cargas é essa falta de 
infraestrutura interna para que consigamos levar produtos dos 
grandes centros produtores de forma linear, sem ter que rea-
lizar transbordo ou ter que realizar operações que encareçam 
o transporte.
Tipos de Vagões
Assim como acontece no transporte rodoviário, com vários 
modelos de caminhões e carretas para cada tipo de carga, no 
transporte ferroviário também temos uma variedade de vagões 
diferenciados para cada aplicação e capacidade de carga que 
pode variar de 25 a 100 TM (1TM = 4 m³).
Dentre os modelos de vagões se destacam:
• Plataforma plana;
• Plataforma (com laterais e cabeceiras) com engates para 
contêineres;
• Carga seca fechado;
• Hopper;
• Tanque;
• Basculante;
• Isotérmico;
• Vagão para passageiros. 
Transporte Dutoviário
O transporte dutoviário é realizado por dutovias, isto é, 
que se realiza utilizando dutos, tubos, que são os condutores 
16LOGÍSTICA INTERNACIONAL
previamente preparados para este tipo de transporte. As dutovias 
podem se dividir em: Gasodutos, Óleodutos e Minerodutos. 
Nos mais diferentes países, o modal dutoviário são base 
para o desenvolvimento da indústria e do país dos países. As 
dutovias são importante modal no transporte para petróleo, 
gás natural, álcool.
As vantagens desse modal é sua capacidade de operação que 
pode ser considerada quase que ininterrupta no transporte de 
produtos, sendo de alta confiabilidade, reduzida possibilidade 
de avarias, reduzida possibilidade de perdas e pouco inf luen-
ciada por fatores meteorológicos.
Um dos vários exemplos que temos de dutovias é o gaso-
duto internacional Bolívia-Brasil, que trás gás natural do país 
vizinho para suprir importante área da indústria brasileira, 
reduzindo os custos e com alta confiabilidade.
Aqui na América do Sul há outros gasodutos internacionais 
que são da Bolívia para a Argentina e Argentina – Uruguai.
No oriente médio é muito comum a utilização de oleodutos 
e gasodutos para levar óleo e gás, respectivamente desde suas 
bases de extração ou captação para as áreas de consumo ou 
áreas de distribuição, portos.
Os minerodutos funcionam através da mistura do minério 
com água formando uma polpa, que assim pode ser transpor-
tada por distâncias acima de 300 km.
Para manter a pressão e o movimento de minério na tu-
bulação, são necessárias a instalação de bombas e válvula. Os 
minerodutos podem transportar até 15 milhões de toneladas 
de produto por ano. 
17LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Exemplo de Dutovia
Transporte Marítimo
O transporte marítimo é aquele que se realiza em mares e 
oceanos, sendo o meio de transporte responsável pela grande 
maioria das movimentações de carga relacionadas ao comér-
cio internacional de mercadorias. Tem enorme relevância no 
comércio exterior brasileiro, sendo responsável por 90% do 
transporte de carga nas exportações e importações.
Seu grau de importância cai com relação a trocas comerciais 
entre países limítrofes, bem como aqueles países que não tem 
saída para o mar, como é o caso dos países do conesul, Brasil, 
Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia.
O navio é veículo transportador nesse tipo de transportee 
pode se apresentar de diversos tipos, tamanhos e características 
como vamos ver mais adiante.
 A navegação nesse meio de transporte, considerando o 
transporte internacional de mercadorias, pode ser de dois tipos: 
longo curso e cabotagem.
A navegação de longo curso é aquela realizada entre países 
distantes e ou continentes, como por exemplo, Santos/Hong 
Kong; Paranaguá/Lisboa; Rotterdam/New York etc.
Entende-se por cabotagem internacional, a navegação 
realizada entre países próximos que tem a mesma costa, como 
por exemplo, Brasil e Uruguai, Chile e Peru.
O transporte marítimo apresenta enorme capacidade de 
carga em relação a todos os outros modos de transporte, asso-
ciado a isso, o baixo custo do frete, sendo estas as principais 
18LOGÍSTICA INTERNACIONAL
vantagens desse meio.
Podemos citar como outras vantagens nesse modelo de 
transporte, como sendo: a f lexibilidade de cargas, navios que 
podem movimentar qualquer tipo de carga; a sua capacidade 
de continuidade; a capacidade de operar mesmo em condições 
climáticas desfavoráveis nas operações com cargas conteine-
rizadas.
As desvantagens ficam por conta da velocidade, da freqüên-
cia e do custo de embalagem e acessibilidade a esse modelo de 
transporte.
Considerando a velocidade, o transporte marítimo é o mais 
lento, o que prejudica os conceitos da cadeia de abastecimento 
alicerçado no Just in Time, e sendo uma das desvantagens 
desse meio de transporte.
A infraestrutura requerida para o transporte marítimo 
muitas vezes está longe dos centros produtivos, isto quer dizer, 
que quase sempre haverá a necessidade de transbordos ou de 
outros modos de transporte, como no caso do Brasil, para se 
chegar aos portos, o que ocasiona mais custo nas operações 
logísticas.
O custo do transporte marítimo tem a ver com rotas, as 
distâncias e localizações dos portos de origem e destino, a 
infraestrutura portuária conta muito e, além disso, as carac-
terísticas dos produtos negociados.
As embarcações no transporte marítimo se diferenciam 
quanto à operação, que podem ser:
A. Navio Regular – navega obedecendo a uma rota prees-
tabelecida e uma freqüência certa.
B. Navio Outsider – navega obedecendo a uma rota pre-
estabelecida, mas não observa a freqüência regular de 
19LOGÍSTICA INTERNACIONAL
atracação.
C. Navio Tramp – não obedece a uma rota preestabelecida 
e nem observa uma freqüência regular de atracação.
D. Navio Afretado – é o navio que assume o compromisso 
de transporte de carga para uma viagem específica.
E. Navio Exclusivo – é o navio que realiza apenas a viagem 
destinada ao transporte de produtos de sua respectiva 
proprietária.
Os navios têm evoluído muito nos últimos anos com a 
evolução do comércio internacional de cargas. Faz-se presente 
uma busca constante para redução de custos e maior eficiência 
das embarcações, aumentando significativamente as capacida-
des de cargas.
As embarcações se classificam segundo a sua natureza:
A. Navio Gealer: estas embarcações não possuem equipa-
mentos próprios para embarque e desembarque, sendo 
totalmente dependentes dos equipamentos portuários 
para carga e descarga.
B. Navio Cargueiro: É a embarcação que transporta car-
ga geral, mas que já está em obsolescência. É o navio 
convencional, mas que está perdendo espaço diante da 
busca por mais agilidade nas operações portuárias, o 
que está deixando a operação desse modelo de equipa-
mento onerosa.
C. Navio Self-loading: É o navio que conta com equi-
pamentos independentes para operações portuárias, 
e por isso tem mais agilidade e f lexibilidade na carga 
e descarga, reduzindo significativamente os custos de 
operação.
Como acontece no transporte rodoviário, no transporte 
20LOGÍSTICA INTERNACIONAL
marítimo temos vários tipos de embarcações para vários tipos 
de cargas. Vamos colocar em uma ordem de importância quanto 
à utilização no transporte internacional de cargas.
Navios Porta-Contêineres
São as embarcações mais utilizadas no transporte interna-
cional de cargas e das que mais evoluíram nos últimos anos. 
Estes navios podem carregar contêineres em seus porões e 
em sua área externa (convés), possuem guias para encaixe dos 
contêineres.
Navio Porta-Con-
têiner
A primeira embarcação de que se tem notícia que iniciou o 
transporte de contêineres data de 1956, quando o navio Ame-
rican Racer zarpou de New York com destino a Houdson nos 
Estados Unidos.
Além dos navios terem evoluído, os contêineres também 
evoluíram que se modernizaram para proporcionar o trans-
porte de quase qualquer tipo de carga, desde que obedeçam 
as dimensões e limitações dos contêineres.
Para facilitar o processo de estiva, os porões deste tipo de 
navio, são divididos em células que apresentam guias verticais 
(slots) onde são posicionados os contêineres, e sua localização 
é dada pelas baias (bays), colunas (rows) e camadas (tiers), que 
otimizam o espaço e agilizam a movimentação.
Estes navios são medidos de acordo com a sua capacidade 
de contêineres que podem carregar. Esta é medida em TEU’s, 
que quer dizer a quantidade de contêineres de 20 pés que um 
21LOGÍSTICA INTERNACIONAL
navio carrega (1TEU = contêiner 20 pés).
Os navios porta-contêineres podem ser divididos em Pana-
max e Pós-Panamax. O que isso quer dizer? Os navios Panamax 
são aqueles que foram projetados e fabricados para transitar 
pelo canal do Panamá, ou seja, seu calado e sua boca não ex-
cedem as dimensões limites para o trânsito no canal. Com o 
desenvolvimento do comércio internacional e dos negócios costa 
oeste americana e Ásia, novas embarcações foram projetadas 
e fabricadas que excedem as dimensões do canal do Panamá, 
estas são chamadas de Pós-Panamax.
Como no caso dos Panamax, há também os Suezmax, 
que não os navios que possuem dimensões que lhe permitem 
cruzar o canal de Suez.
Navio Graneleiro
É o navio mais utilizado para as exportações brasileiras. 
São destinados ao transporte de grandes quantidades de carga 
a granel como soja, trigo, milho etc. Este tipo de embarcação 
caracteriza-se por possuir grandes porões onde são acomodados 
os produto a serem transportados.
Tem como característica baixa velocidade de cruzeiro e 
baixo custo operacional.
Navio Graneleiro
Os navios graneleiros que se destacam pela capacidade e 
pelas dimensões são os Capesize, que são embarcações que não 
podem cruzar nem no canal do Panamá e nem no canal de 
Suez por excederem as dimensões máximas permitidas.
22LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Navio Carga Geral
O navio carga geral, como o próprio nome diz, possui 
grande transportada. A carga é carregada ou descarregada por 
içamento ou arriamento. Este processo pode ser realizado por 
equipamentos do próprio navio (self-loading) ou por equipa-
mentos da unidade portuária.
Navio Carga Geral
Nestas embarcações que possuem os porões compartidos 
são transportadas uma variedade muito grande de produtos, 
como por exemplo, bobinas de papel, madeira pré-cortada, 
barris e vergalhões
Navio Tanque
O navio tanque é embarcação específica para o transporte 
de liquido, como por exemplo, petróleo bruto, gasolina, diesel, 
álcool etc.
Para facilitar a carga e descarga dos produtos transporta-
dos, estas embarcações são dotadas de bombas e sistemas de 
aquecimentos. Os terminais que recepcionam estes produtos 
também são dotados de bombas.
Encaixam-se nessa modalidade de navio, os navios ore-oil, 
que são embarcações que podem transportar cargas combinadas 
como petróleo e minério. Estas embarcações são conhecidas 
como O/O e OBO – Oil-Bulk-Ore.
23LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Navio Tanque
Navio RO-RO
Estes são os navios utilizados para o transporte de veículos. 
São dotados de rampas na parte traseira da embarcação que 
possibilitam a entrada e saída dos veículos, como por exemplo, 
automóveis, caminhões, camionetes, ônibus, carretas etc.
Além das rampas, muitas embarcações possuem guindastes 
(LO-LO – lift-on/lift-off ) que permitem a carga e descarga das 
mercadorias, garantindo assim maior f lexibilidadee agilidade.
Navio RO-RO
Além destes navios descritos, podemos citar também os 
navios de passageiros, que como o próprio nome já diz para o 
que destinado, os navios multipropósitos, que são destinados 
ao transporte de diferentes produtos e possuem uma grande 
flexibilidade para transportar mercadorias a granel, contêineres, 
carga geral e RO-RO e LO-LO. Os navios Reefer são outro 
tipo de navio destinado ao transporte de cargas refrigeradas, 
estes são dotados de equipados com unidades de refrigeração 
independentes e possuem diversos compartimentos e decks. 
Os navios gaseiros são outro tipo de embarcação destinado ao 
transporte de gases, que são equipados com tanques cilíndri-
cos no convés. Os navios madeireiros são as embarcações que 
transportam em seus porões, geralmente na forma de toras 
24LOGÍSTICA INTERNACIONAL
e serrada, que normalmente apresentam equipamentos para 
beneficiamento da madeira em seu convés.
Transporte Fluvial
O transporte f luvial internacional é aquele o qual é rea-
lizado em rios de interior. Países que devido a suas posições 
geográficas pertencem a mesma bacia hidrográfica e possuem 
um rio navegável em comum, e utilizam-se desse para realizar 
o transporte de mercadorias de um país a outro, configurando 
o transporte f luvial internacional.
Como acontece no transporte marítimo, o transporte fluvial 
apresenta custo baixo de operação e risco muito pequeno. As 
embarcações normalmente utilizadas para esse transporte são 
barcaças, balsas e em alguns casos navios.
Transporte hidroviário 
por barcaça
Um importante exemplo de transporte f luvial internacional 
é o do Rio Danúbio, que nasce na Floresta Negra na Alema-
nha, passa por 10 países europeus, em muitos deles, sendo a 
própria fronteira entre estes, e deságua no Mar Negro depois 
de percorrer aproximadamente 2.850 km. O Rio Danúbio tem 
uma importância logística fundamental para o desenvolvimento 
da região, integrando diversos modais. 
Nos Estados Unidos um exemplo de hidrovia é a do Rio 
Missouri e do Rio Mississipi que interliga diversos rios da re-
gião e cruzam o país de norte a sul, permitindo o escoamento 
da safra agrícola e outros produtos.
A utilização dos rios como via de saída e entrada de produtos 
25LOGÍSTICA INTERNACIONAL
permite um grande desenvolvimento para as regiões. Claro que 
para isso são necessários investimentos em infraestrutura. Se 
observarmos os países que investiram e utilizam esse modelo 
de transporte, pode-se afirmar que ele contribui significativa-
mente para o desenvolvimento econômico das regiões envolvidas 
ainda mais quando utilizado com outros modais de transporte 
como acontece junto ao Rio Danúbio.
O Brasil possui uma extensa área de rios que são nave-
gáveis e que permitem o transporte hidroviário, mas o seu 
desenvolvimento fica muito aquém do potencial devido a falta 
de investimento.
“Uma das vantagens do sistema f luvial brasileiro é que 
grande parte das bacias hidrográficas se comunicam, fato que 
poderia ser utilizado para aumentar a eficiência de tal modal, 
que despende baixos custos e consegue transportar cargas de 
grande volume e peso de mercadorias.”
Podemos citar as principais hidrovias brasileiras, que são: 
Transporte Lacustre
O transporte lacustre internacional é a navegação reali-
zada em lagos que ligam países. Utilizada como no caso do 
transporte f luvial internacional, entre países limítrofes. Um 
exemplo de transporte lacustre internacional é o realizado no 
Lago Titicaca, que está localizado na fronteira entre o Peru e 
a Bolívia.
Transporte Aéreo
O transporte aéreo tem como sua principal vantagem a 
rapidez na entrega da mercadoria. Devido às exigências atuais 
do mercado por f luxos de materiais com mais rapidez e agili-
dade, fazem do transporte aéreo de carga uma das alternativas 
que mais evoluiu nos últimos anos, com novas para melhor 
aproveitamento deste meio de transporte.
26LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Como a infraestrutura brasileira também evoluiu, os no-
vos aeroportos e terminais de cargas ajudaram a difundir e 
desenvolver esse tipo de transporte no comércio internacional.
Além da velocidade na entrega o transporte aéreo tem a 
vantagem de acesso a áreas remotas, distantes de portos e ou 
da costa. 
É uma alternativa de transporte que se utiliza para mercado-
rias com alto valor agregado e também com alta perecibilidade, 
sendo neste último caso, fator determinante para realização da 
operação de transporte internacional.
A necessidade de uma infraestrutura bastante complexa e 
cara para sua operação, e sua baixa capacidade de carga, bem 
como seu alto custo, faz destes, suas principais desvantagens.
Tipos de Aeronaves
Os aviões podem ser classificados de acordo com a utili-
zação, tamanhos e configuração, como segue:
• Aeronave Full Cargo ou All Cargo: é um avião preparado 
exclusivamente para transporte de carga, conhecido 
como cargueiro. Com o crescimento do comércio in-
ternacional, o número desses modelos de aeronave tem 
aumentado consideravelmente.
• Aeronave Full Pax: é o avião destinado exclusivamente 
ao transporte de passageiros, mas quando houver espa-
ço destinado a bagagem que não tenha sido ocupado, 
poderá ser utilizado para o transporte de carga.
• Combi: é o avião que pode transportar tanto passageiros 
quanto carga, também conhecido como combinado.
27LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Aeronave Full 
Cargo
Apesar do grande avanço que o transporte aéreo de cargas 
internacionais alcançou no Brasil, ainda temos um grande 
caminho a percorrer pois a falta de infraestrutura e o custo 
ainda impactam na escolha desse modal para as importações 
e exportações.
Unitização de Carga
Entende-se por unitização de carga como sendo o agru-
pamento de um ou mais volumes de cargas em uma única 
unidade indivisível para a sua movimentação, armazenagem 
e transporte. Dependendo da carga e dos equipamentos uti-
lizados para o agrupamento, as mesmas podem ser reunidas 
em uma ou mais cargas. 
A unitização de cargas além de facilitar e tornar a movi-
mentação, embarque e desembarque, armazenagem e trans-
porte mais seguro e eficiente, é também um importante meio 
para manter a integridade da mercadoria de acordo com as 
necessidades do cliente, e reduzir ou eliminar todos os riscos 
inerentes ao processo logístico, como por exemplo, avarias, 
roubos e furtos das mercadorias etc.
Exemplo de unitiza-
ção de carga
As fomas mais utilizadas de unitização são as cargas en-
voltas em redes, cintas, caixas, sacos, big bags, barris, tonéis e 
tambores, mas os equipamentos mais utilizados nesse processo 
de unitização de cargas são os pallets e os contêineres que tem 
28LOGÍSTICA INTERNACIONAL
suas variações para o transporte marítimo e para o transporte 
aéreo.
As vantagens da unitização são:
• agilidade e rapidez na movimentação das cargas;
• redução de mão-de-obra;
• redução de custo de estoque;
• redução de acidentes do trabalho;
• melhor aproveitamento de espaço em armazéns;
• melhor controle de inventário;
• redução de avarias nos produtos.
Pallet
O pallet é uma plataforma em forma de estrado plano 
com aberturas inferiores destinados a facilitar a movimenta-
ção através de empilhadeiras, guindastes e outros. Pode ser 
fabricado em madeira, plástico, aço ou fibra de vidro, dependo 
do produto a ser transportado e da integridade que se deve 
manter durante o transporte e da relação custo por preço do 
produto e a segurança de quem manuseia a carga. Outro ponto 
importante a ser observado no transporte internacional, é se 
há a possibilidade de retorno ou não do pallet ao fabricante/
fornecedor. Como o pallet embarca com a mercadoria, deve 
ser observada esta questão, pois isso inf luencia diretamente 
na utilização de um modelo ou outro e que vai impactar nos 
custos logísticos e preço de venda do produto.
Seguem diferentes pallets (de madeira e de plástico):
29LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Pallet de madeira
Pallet plástico
Os pallets podem ser fabricados em forma de caixas e gra-
des de maneiraa permitir a unitização da mercadoria que por 
características de forma, volume e peso não se acomodam nos 
pallets tradicionais, e também para proteção da mercadoria.
Podem ainda ser utilizados equipamentos combinados para 
a unitização de mercadoria como mostrado na figura abaixo, 
que temos um barril fabricado em plástico para uma carga 
líquida, com um pallet na parte inferior e uma grade de aço 
ao redor do barril plástico para protegê-lo.
Barril plástico 
com pallet inferior 
e grade de proteção.
No transporte de alguns produtos, como por exemplo, 
caixas uniformes e ou produtos com baixo peso não se utiliza 
o pallet na carga, transporte e descarga para evitar a perda de 
espaço que estes equipamentos utilizam. Mas para facilitar a 
movimentação dessas mercadorias nos estoques e nos recintos 
alfandegados, as mesmas são colocadas em pallets para facilitar, 
agilizar e dar segurança ao processo.
Para facilitar o manuseio e o empilhamento das mercadorias 
30LOGÍSTICA INTERNACIONAL
nos armazéns e centros de distribuição, que estão cada vez mais 
automatizados e verticalizados, se esta buscando a padronização 
desses equipamentos. Muitos importadores exigem a utilização 
de determinado pallet para que o mesmo siga o padrão utilizado 
pela empresa e adequado ao seu processo logístico.
As vantagens na utilização do pallet como equipamento 
de unitização de carga podem ser:
• agilidade na movimentação;
• melhor aproveitamento dos armazéns;
• redução de custos logísticos;
• redução do tempo em cargas e descargas;
• redução de roubos e avarias nas cargas.
Contêiner
O contêiner é uma caixa estruturada fabricada geralmente 
em aço estrutural ou alumínio, dotado de sistema de fechamento 
e trava. É o principal equipamento de unitização e também 
chamado de cofre de carga, esse equipamento é padronizado 
pela ISO (International Organization of Standardization) nor-
mativa 830: 1981. No Brasil, o organismo responsável pela 
regulamentação das normas desse tipo de equipamento é a 
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Como a própria ISO define o contêiner, como sendo um 
equipamento de transporte de caráter permanente e suficiente 
forte para ser utilizado várias vezes, ele é especialmente pro-
jetado e fabricado para o transporte de produtos.
As primeiras aparições dos contêineres datam de 1911, mas 
a sua utilização comercial iniciou a partir dos anos de 1950. 
No início os equipamentos mediam 35 pés e como não havia 
31LOGÍSTICA INTERNACIONAL
os navios porta contêineres, os mesmos eram transportados 
em embarcações adaptadas.
A partir o uso mais freqüente dos contêineres para a uni-
tização de cargas, houve a necessidade de padronizar as suas 
medidas para facilitar o transporte e manuseio das cargas. As 
medidas dos contêineres segue o sistema inglês de medidas 
em pés ( ’ ) e em polegadas ( ” ) e suas medidas básicas são o 
comprimento, a largura e a altura. Estas medidas são sempre 
da parte externa dos contêineres, pois suas medidas internas 
podem variar devido a suas características de fabricação.
Quanto as medidas básicas de comprimento, os contêineres 
podem ser de:
• 20’ (20 pés);
• 40’ (40 pés).
Estes são usualmente conhecidos como contêiner de 20 e 
contêiner de 40 respectivamente. 
Em relação a sua altura, os contêineres podem ser de:
• 8’ (8 pés);
• 8’ 6” (8 pés e 6 polegadas);
• 9’ 6” (9 pés e 6 polegadas).
Quanto a largura, todos os contêineres para navios porta 
contêineres seguem o padrão de 8’ (8 pés) invariavelmente.
Citamos abaixo as capacidades em volumétricas, bem como 
os pesos brutos médios permitidos (peso do contêiner + peso da 
carga) e pesos líquidos médios (peso da carga) os contêineres 
encontrados no mercado. Como já vimos que as medidas exter-
nas são padronizadas e as medidas internas variam conforme 
32LOGÍSTICA INTERNACIONAL
o fabricante, o mesmo passa com o peso dos equipamentos 
que tem uma variabilidade de fabricante para fabricante. O 
recomendável é sempre verificar as capacidades que o contêiner 
permite carregar antes da estufagem do mesmo.
• 20’: volume aproximado máximo de 33m³, peso bruto 
máximo de 30.480 kg(gross weight) e 28.280 kg de 
peso líquido máximo (net weight).
• 40’: volume aproximado máximo de 67m³, peso bruto 
máximo de 32.500 kg(gross weight) e 28.800 kg de 
peso líquido máximo (net weight).
Obs.: Para as capacidades acima consideramos os contê-
ineres com 8’6” de altura.
Além de verificar a capacidade real dos contêineres antes 
da sua utilização ou da unitização da carga é muitíssimo im-
portante a verificação da capacidade máxima dos equipamen-
tos portuários que serão utilizados para a carga ou descarga 
dos contêineres. Alguns portos possuem limitações de peso, 
como por exemplo, não aceitam peso bruto máximo acima de 
25 toneladas.
Outro cuidado que devemos ter quando da unitização em 
contêineres é sobre a legislação vigente nos países exporta-
dores e importadores quando se vai realizar o transporte dos 
mesmos via rodoviária, pois devemos estar atentos a legislação 
de pesos e medidas das rodovias para evitar transtornos para 
o exportador e o importador da mercadoria, e correr o risco 
de aumentar os custos logísticos por multas e ou permissões 
especiais para o tráfego da carga.
Abaixo listamos algumas das vantagens de unitizar cargas 
com contêineres:
• facilidade de movimentação;
33LOGÍSTICA INTERNACIONAL
• maior proteção da carga;
• redução de custos de embarque e desembarque
• maior segurança e proteção para a carga
• economia em embalagens
Síntese
 Na primeira unidade trabalhamos com conceitos fun-
damentais sobre a logística e as formas de movimentação das 
cargas. Comparamos os modais de transporte com avaliação 
deles nas operações de logística internacional.
 Tratamos de transporte comparando as ferramentas que 
existem atualmente e os cuidados para otimizar os processos 
logísticos internacionais.
Curiosidade sobre transporte: O Regulamento Aduaneiro 
brasileiro determina que é obrigatório o transporte 
em navio de bandeira brasileira quando se tratar 
de mercadorias importadas por qualquer órgão da 
administração pública federal, estadual e municipal, direta 
ou indireta.
Fonte: art. 210 do Regulamento Aduaneiro
Exercícios propostos - Capítulo 01
1 – O que é a logística internacional?
2 – Como são classificadas as aeronaves?
3 – Qual o material que é transportado pelo navio tanque?
4 - Quais são as vantagens da unitização?
5 – Aponte uma semelhança entre pallet e container?
35LOGÍSTICA INTERNACIONAL
TERRITÓRIO ADU-
ANEIRO E ÁREAS 
ALFANDEGADAS - 
CONCLUÍDO
O território aduaneiro é o palco das 
operações alfandegárias e da logística 
internacional.
Conhecendo o território aduaneiro
O território brasileiro é organizado pelas normas nacionais, 
determinadas de acordo com a área em que serão utilizadas. 
Quando se fala em comércio exterior e logística internacional 
não há como deixar de falar do Decreto 6.759/2009 conhecido 
como Regulamento Aduaneiro, já que ele ensina como devem 
acontecer os passos das operações e movimentações.
36LOGÍSTICA INTERNACIONAL
O primeiro aspecto importante que trabalharemos e que está 
no Regulamento é o conceito de Território Aduaneiro. O país 
é formado pelo território Nacional que é também o território 
aduaneiro. Acredito que você esteja lendo e pensando: Mas o 
que é território aduaneiro? Por que é importante conhecer este 
território aduaneiro para a logística?
Vamos lá, te explico! Território Aduaneiro é todo o terri-
tório nacional e é o palco das operações de logística e comércio 
exterior! Ela se divide em zona primária e secundária, por isso 
é importante que você conheça, afinal não é tudo que pode ser 
feito em qualquer parte do território aduaneiro!
Segundo o art. 2º do Regulamento Aduaneiro , o Território 
aduaneiro divide-se em:
I. a zona primária, constituída pelas seguintes áreas de-
marcadas pela autoridade aduaneira local:
B. a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua,nos portos alfandegados;
C. a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
D. a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira 
alfandegados; e
II. a zona secundária, que compreende a parte restante do 
território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais 
e o espaço aéreo. 
Ou seja, a zona primária é composta por portos e aeroportos 
brasileiros que contam com a possibilidade de operações alfan-
degadas, tais como: importação, exportação, entrada e saída de 
pessoas, de embarcações ou aeronaves. Também fazem parte 
da zona primária os pontos de fronteira alfandegados que são 
espaços eleitos pela autoridade brasileira como ponto em que 
é permitido o ingresso ao Brasil.
37LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Segundo Paulo Werneck a zona primária é composta por 
“locais onde podem estacionar e transitar veículos proce-
dentes do exterior ou a ele destinados, ser efetuadas operações 
de carga, descarga, armazenagem, ou passagem de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas e ainda embarcar, 
desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou 
a ele destinados.” 
Acima o retrato da 
zona primária: merca-
dorias e pessoas passam 
por ela para circular en-
tre os países.
Todos os demais espaços são considerados zona secundária. 
E ai vem uma informação importante: Operações de impor-
tação e exportação acontecem na Zona Primária! Podemos 
também dizer que a Zona primária é a “porta de entrada e 
saída do Brasil”.
Controle Aduaneiro de Veículos
O Comércio Exterior tem suas práticas definidas em re-
gras específicas com objetivo de garantir a segurança nacional 
e ainda permitir que tais operações sejam benéficas para a 
sociedade. Por tal razão é fundamental que a movimentação 
de cargas seja feita de modo transparente e que não permite 
fraudes ou crimes.
No Brasil a entrada e saída de veículos que vem do exterior 
ou a ele se destinam só pode ocorrer nos pontos previstos pela 
autoridade aduaneira nacional. Ou seja, pensando em zelar 
pela segurança nacional e ainda garantir que somente o que 
é permitido legalmente circule pela zona primária, existe o 
Você sabia? Ou seja, cada país terá suas regras e 
organizará como acontecerão as operações de logística e 
de comércio internacional. Isso significa dizer que quem 
atua em comércio exterior deve estar atento à legislação 
brasileira e também à legislação internacional.
38LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Controle Aduaneiro de veículos.
É PROIBIDO, portanto, que o condutor de veículo pro-
cedente ao exterior ou que a ele se destine realize os seguintes 
procedimentos quando estiver no território aduaneiro:
• Estacione ou efetue operações de carga ou descarga de 
mercadorias, inclusive transbordo, fora do local habi-
litado para tal;
• Trafegue no território aduaneiro em situação ilegal, 
quanto as normas reguladoras do transporte interna-
cional correspondente à sua espécie;
• Desvie da rota estabelecida pela autoridade aduaneira, 
sem motivo que justifique tal alteração.
Além disso, também é PROIBIDO que o condutor de ve-
ículo proveniente ou destinado ao exterior coloque-o próximo 
de outros veículos para assim realizar transbordo de pessoas 
ou mercadorias, sem observar as regras determinadas pela 
autoridade aduaneira.
Não estão sujeitos a tal proibição: Veículos de guerra que 
não estejam no local com objetivos comerciais, veículos que 
estejam recebendo ou prestando socorro e ainda aqueles que 
sejam de repartições públicas ou estejam prestando serviços 
autorizados. 
Exemplo de situação que é possível fazer o transbordo 
de mercadorias entre veículos dentro de Recinto 
Alfandegado: Veículo que transporta a alimentação da 
tripulação e passageiros de uma aeronave cujo vôo é 
internacional.
39LOGÍSTICA INTERNACIONAL
A imagem acima re-
mete para exemplo de 
situação que é permitido 
colocar um veículo próxi-
mo do outro para efetuar 
o transbordo: O abasteci-
mento de aeronaves com vôos internacionais realizadas nos 
aeroportos.
O controle aduaneiro trás regras específicas de acordo 
com a modalidade de transporte. Os veículos marítimos são 
obrigados a informar com antecedência à Autoridade Adua-
neira seu horário estimado de chegada, procedência e destino. 
Além disso, é obrigatório que as bagagens dos viajantes estejam 
acompanhadas de declarações correspondentes enquanto os 
pertences da tripulação são elencados em lista própria.
Já quando o veículo é aéreo, além da necessidade de in-
formação prévia à chegada, é também obrigatória a adoção 
de etiquetas próprias nos volumes por ela transportados com 
informações relativas à movimentação da carga por ela rea-
lizada. Pensando em adaptar as regras de controle aduaneiro 
aos veículos terrestres é permitido que uma mesma carga seja 
carregada em dois ou mais caminhões, por exemplo, quando 
não for possível transportar integralmente apenas em um!
Ou seja, o transportador recebe especial atenção, já que 
no controle aduaneiro ele é responsabilizado pelo desrespeito 
às regras existentes. 
“Sob o ponto de vista logístico, é ele o único agente de 
contrato entre o exportador e o importador, encarregado de 
levar as mercadorias pactuadas desde o ponto de origem, no 
exterior, até o local de destino, já no país do comprador. O 
transportador assume, portanto, a responsabilidade pelo trajeto 
internacional, sem prejuízo de, em alguns casos, estender a 
prestação do serviço de transporte para além desse trecho, como 
é o caso dos transportadores multimodais, que se responsabi-
40LOGÍSTICA INTERNACIONAL
lizam, sob um único contrato, por todo o percurso, inclusive 
no território doméstico dos respectivos clientes”
Por tal razão, cabe ao transportador não apenas apresentar 
documentos específicos que serão tratados em unidade sobre 
o tema, mas também prestar esclarecimentos e informações 
sobre a mercadoria, percurso e demais particularidades das 
operações que fizer parte.
Recintos Alfandegados 
O local onde deve ocorrer o controle fiscal das mercadorias 
é chamado de recinto alfandegado. Os recintos alfandegados 
são, portanto, locais onde são realizados não apenas a passa-
gem da mercadoria e das pessoas, mas também são realizados 
controles, procedimentos e práticas para garantir a segurança 
e legalidade no transito que ali ocorre.
Como regra geral os recintos alfandegados estão na zona 
primária e se encontram em: Aeroportos, Portos e Pontos 
de fronteira. 
Os aeroportos contam com terminais de cargas e também 
terminais de passageiros. O Brasil conta 37 Aeroportos com 
terminais de Cargas e 33 Aeroportos que são terminais de 
passageiros, ou seja, nem todos os aeroportos brasileiros servem 
como porta de saída para mercadorias e pessoas. 
O Brasil conta com 39 Portos, as instalações portuárias 
podem ser marítimas, lacustres ou f luviais, de acordo com o 
local em que estão situadas.
Já quando o tema são os pontos de fronteira alfandegados, 
o Brasil conta com 27 postos distribuídos desde Roraima até 
o Sul do Brasil.
O Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer 
situado em Bagé, por exemplo, conta apenas com Terminal 
Internacional para pessoas, enquanto o Terminal de 
Joinvile permite operações internacionais apenas para 
cargas.
41LOGÍSTICA INTERNACIONAL
A imagem abaixo trás o mapa dos Pontos de fronteira 
alfandegados no Brasil:
Fonte: http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/recinto-alfandegados/
pontos-de-fronteiras-alfandegados-1
Além dos locais apontados acima, como exceção existem 
os Portos Secos que são recintos alfandegados situados na 
zona secundária. O Brasil conta com mais de 37 Portos secos, 
neles também são permitidas operações internacionais, embora 
estejam localizados em locais que não são o ponto de fronteira 
propriamente dito.
Mas o que é então o Porto Seco? Porto Seco é um espaço 
físico previamente definido em legislação própria que serve 
para determinadas operações de logística e comércio exterior. 
Geralmente criados com a intenção de instigaro crescimento da 
região ele serve como uma ferramenta para facilitar exportações 
e importações. Isso ocorre, pois o local que não é nas zonas 
fronteiriças permite a realização de práticas e procedimentos 
que habitualmente só são feitas na zona primária.
Para que compreenda melhor, vale observar o Porto Seco 
instalado em Caxias do Sul. Conhecido Como EADI Caxias, 
ele é administrado por empresa privada e permite que empresas 
da região da Serra iniciem a operação de exportações através 
do Porto Seco. Assim, caso precise de qualquer acompanha-
42LOGÍSTICA INTERNACIONAL
mento da operação o responsável pela empresa não precisa se 
deslocar quilômetros já que próximo da sua sede são feitos os 
procedimentos de conferência. 
A imagem abaixo é do Porto Seco de Caxias do Sul:
Fonte: http://www.eadisimas.com.br/pt/Empresa/Galeria-de-Fotos/
Outra vantagem citada pelos adeptos dos Portos secos é 
a busca pela redução de custos nas operações, já que além da 
proximidade entre a localização da empresa e do Porto Seco, 
existem diferenças nos valores das taxas praticadas nos pontos 
de fronteira alfandegados (na zona primária) se comparados 
com os valores cobrados nos portos secos (na zona secundária).
Serviços
Para viabilizar a transferência de riquezas e circulação das 
pessoas, os recintos alfandegados situados na zona primária 
permitem os seguintes serviços:
1. estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior 
ou a ele destinados;
2. ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem 
ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou 
a ele destinadas; e
3. embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes 
do exterior ou a ele destinados. 
Fonte: http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/recinto-alfandegados
43LOGÍSTICA INTERNACIONAL
E importante destacar que apesar de ser possível realizar ope-
rações nos Portos Secos, e não apenas nos Recintos alfandegados 
da zona primária, nem todos os serviços podem ser realizados em 
todos os recintos. Ou seja, nos recintos alfandegados são realiza-
dos serviços e operações para viabilizar a mobilidade de pessoas 
e cargas, porém cada local conta com respectiva modalidade de 
serviços e tramites.
O Regulamento Aduaneiro determina que são serviços que po-
dem ser executados nos Portos Secos: “operações de movimentação, 
armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem” .
Analisando os serviços que são realizados nos recintos alfande-
gados é clara a importância deles para a logística, posto que muitos 
serviços são ali realizados. 
Síntese
Na unidade 2 tratamos do Território aduaneiro, conhecendo 
qual o espaço em que ocorrem as operações de comércio e logística 
internacional. É importante que você lembre que cada país tem suas 
próprias regras para organizar os procedimentos para movimentação 
de cargas e também de pessoas, mas que em geral elas caminham 
em harmonia com a legislação dos outros países.
O território aduaneiro se divide em zona primária que são 
os aeroportos, portos e pontos de fronteira alfandegados e zona 
secundária que é o restante do território brasileiro. Os recintos 
alfandegados (locais onde ocorre a movimentação de cargas e pes-
soas) geralmente estão na zona primária e excepcionalmente estão 
na zona secundária.
Importante ainda lembrar que na zona secundária encontramos 
os Portos Secos, que são recintos que permitem a realização de parte 
dos serviços necessários para as operações de comércio exterior. Os 
portos secos têm como objetivo aproximar os procedimentos das 
empresas que não estão próximas da zona primária para desta forma 
instigar o crescimento econômico.
Exercícios propostos - Capítulo 02
1. Conceitue recinto alfandegado?
2. Qual dos recintos alfandegados abaixo não está situado na zona 
primária:
a) Portos
b) Aeroportos
c) Portos Secos
d) Pontos de fronteira
3. Sobre os Portos Secos assinale a alternativa correta:
a) Todos os Portos Secos do Brasil contam como os mesmos ser-
viços aduaneiros.
b) Estão situados na zona primária do território aduaneiro.
c) Tem como justificativa de criação o fomento à economia da região 
em que estão localizados.
d) São também conhecidos como pontos de fronteira alfandegados.
4. Todos os Aeroportos internacionais são terminais de cargas e 
passageiros aptos à operações de Comércio e logística internacional?
( ) Sim ( ) Não 
5. O Brasil conta com _____ Portos que são instalações portuárias 
podendo ser marítimas, lacustres ou fluviais:
a) 37
b) 33
c) 39
6. Como se divide o território aduaneiro brasileiro?
45LOGÍSTICA INTERNACIONAL
PROCEDIMENTOS 
NAS MOVIMENTA-
ÇÕES DE CARGA IN-
TERNACIONAL
Nesta unidade conheceremos juntos como 
funcionam os procedimentos para realizar a 
movimentação das cargas internacionais.
Operações
Os procedimentos do comércio exterior são considerados 
matérias primas da Logística internacional, mas você sabe quais 
são as operações permitidas?
O comércio exterior permite a exportação e importação 
de bens ou serviços. Então fique atento, pois não são apenas 
46LOGÍSTICA INTERNACIONAL
produtos que podem ser objeto de comércio exterior! Serviços 
também podem ser exportados ou importados! Como expor-
tação entende-se por toda a prática de arremeter mercadoria 
(ou serviço) nacional para destino além das fronteiras. O 
ato de exportar ocorre, portanto no momento em que a mer-
cadoria cruza o ponto de fronteira alfandegado. Ou seja, é no 
momento em que a mercadoria sai do território aduaneiro que 
ocorre a exportação.
A exportação pode ser definitiva ou temporária. Como 
exemplo de exportação definitiva é possível citar a imensa 
quantidade de operações realizadas diariamente. Já situações 
de exportação temporária são menos comuns. É exemplo de 
exportação temporária a remessa de produtos para exposição 
em feiras ou ainda maquinário de empresa brasileira que é 
deslocado para outro país para realização de serviço específico 
e que ao final do serviço retorna para o Brasil.
Os governos costumam incentivar as exportações, pois 
elas são responsáveis por maior geração de emprego e renda. 
A lógica é simples: o que é exportado pelo Brasil é produzido 
aqui, logo precisa de mão de obra local e sendo produzido em 
nosso país movimenta a economia interna! Como forma de 
incentivo o país costuma “retirar tributos” dos produtos que 
serão exportados. Você sabe como isso acontece? É bem simples. 
Conforme as mercadorias são produzidas as empresas precisam 
pagar tributos. Quando se trata de bem que vai ser exportado, ao 
comprovar a exportação a empresa pode ter acesso à devolução 
dos tributos por ela pagos sobre aquela mercadoria específica.
Além disso, o Brasil adota como regra geral a prática de 
não cobrar Imposto de Exportação. A metodologia tem como 
objetivo tornar assim o produto mais competitivo no mercado 
onde ele será comercializado!
Além de exportar, o comércio exterior também conta com 
a possibilidade de importação. Importar é o ato de trazer para 
o mercado nacional mercadoria produzida no mercado exter-
47LOGÍSTICA INTERNACIONAL
no. Da mesma forma que a exportação, a importação também 
pode ser definitiva ou temporária. 
Você sabia? Que os 
carros de Fórmula1 são 
importados temporaria-
mente para o Brasil cada 
vez que ocorrem as cor-
ridas em nosso país e depois são remetidas de volta para seus 
países de origem?
Ao contrário do que ocorre nas exportações, o Governo 
brasileiro não tem como prática incentivar as importações. O 
argumento é que a importação prejudica as empresas nacionais 
e por isso sempre acaba sendo mais complexo e até mais caro 
os procedimentos de importação se comparados com os de 
exportação.
Quando se fala em operações é muito importante tratar 
das Remessas Internacionais. Elas podem ser expressas ou 
postais e tem apresentado expressivo aumento de seus volumes 
nos últimos anos.
Com o fortalecimento do e-commerce internacional, os 
consumidores brasileiros passaram a teracesso à fornecedores 
que estão em outros países. Já não é mais necessário basto 
conhecimento ou pesquisa para fazer uma importação: você 
pode ser ter uma empresa ou conhecimentos fazer a compra 
de um produto que está em outro país sem sair de sua casa! 
A entrega é feita em sua residência e caso incidam tributos o 
próprio transportador lhe avisará.
Esta inovação é conhecida como Remessa Internacional. É 
conhecida como postal quando o transporte é realizado pelos 
Correios, com seu rastreamento feito diretamente pelo site do 
Sistema Postal Internacional do Brasil. Além desta modalidade 
existe também a remessa expressa que tem igualmente como 
foco operações de envio internacional, mas cujo transportador 
48LOGÍSTICA INTERNACIONAL
é empresa de transporte expresso internacional. 
O aumento no volume de remessas internacionais expressas 
tem sido vistas como oportunidades para empresas que atuam 
no transporte expresso internacional e por outro lado, como 
um problema para os Correios no Brasil já que a Instituição 
tem alegado que não consegue dar conta da imensa quantidade 
de mercadorias estrangeiras que deve entregar nas residências 
brasileiras.
Procedimentos Administrativos
Para garantir a segurança das operações e até mesmo da 
sociedade na qual circularão os produtos e serviços existe o 
controle administrativo das pessoas e operações no comércio 
exterior brasileiro. Para isso foi desenvolvida plataforma conhe-
cida como Siscomex e nele são registradas todas as operações 
realizadas sejam de exportação ou importação.
Para as empresas ou pessoas que desejam participar do 
comércio exterior o primeiro passo é a habilitação para acesso. 
Significa dizer que o controle administrativo prévio ao início 
da movimentação da carga e até mesmo antes da negociação 
se dá através de restrição de acesso. Só pode participar do co-
mércio exterior brasileiro quem acessa ao Siscomex e só acessa 
ao Siscomex quem está devidamente autorizado pela Receita 
Federal!
Após a empresa efetuar o registro apresentando quem 
lhe representa e ainda informando dados cadastrais, fiscais e 
financeiros, é possível iniciar as operações. 
Uma vez que esteja habilitada para atuar no comércio ex-
terior, a empresa pode iniciar as exportações ou importações. 
Ela então passa a buscar possíveis clientes ou fornecedores 
que estejam em outros países. No momento em que tenha já 
negociação uma operação é obrigatório que a empresa brasileira 
informe o procedimento junto ao Siscomex. A necessidade de 
Você sabia que as empresas de transporte expresso 
internacional são conhecidas como Courier?!
49LOGÍSTICA INTERNACIONAL
informar no sistema se justifica, pois além do controle sobre 
as pessoas, existe também o controle administrativo das mer-
cadorias que são importadas ou exportadas. 
Para as importações existe o licenciamento prévio. A li-
cença prévia é a forma de monitorar antes mesmo de iniciar 
o movimento da mercadoria que ingressará em nosso país 
para que assim ela não apresente riscos à segurança ou à 
economia.
É fundamental que o pedido de licença para efetuar a 
importação seja realizado antes do embarque da mercadoria 
e ainda que o importador verifique quais os procedimentos 
específicos e órgãos que deverá consultar para viabilizar a 
importação pretendida. Já para o transportador também é 
importante observar quando a importação está sujeita à licença 
prévia, pois é provável que tal mercadoria demande de cuidados 
especiais no transporte e manuseio.
Nas exportações também existe o controle administrativo, 
mas como o Governo brasileiro pretende incentivar as vendas 
internacionais existe menor rigor nos procedimentos adminis-
trativos de tais operações.
Procedimentos Aduaneiros
Quando a mercadoria chega ao ponto alfandegado ela esta 
sujeita a novo controle, conhecido como controle aduaneiro. O 
controle aduaneiro consiste, portanto, nos caminhos e exigências 
adotados para controle da circulação das mercadorias na zona 
primária e também na verificação de legalidade da operação 
que está acontecendo.
São exemplos de mercadorias que precisam de licença 
prévia à importação para que possam ser importadas 
produtos usados.
Exemplo: Pescado proveniente da Europa. Exige 
procedimentos determinados no controle administrativo 
e também exige cuidados especiais no transporte para 
que não tenha problemas com a qualidade da carga que é 
perecível.
50LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Ou seja, para garantir que a operação está acontecendo 
na prática de acordo com o que fora informado no sistema, a 
autoridade fiscal empenha seus esforços para conferir as ex-
portações e importações evitando crimes como contrabando, 
além de prejuízos à saúde, segurança e até mesmo prejuízos 
ambientais.
Quer saber exemplos de situações que aconteceram quan-
do os agentes exerciam o controle aduaneiro? Seguem alguns 
exemplos de situações:
• Através do controle aduaneiro as autoridades evitam 
que ingresse no país produtos piratas!
• É através do controle aduaneiro que são barrados me-
dicamentos importados e que não atendem as regras da 
Vigilância Nacional!
• O controle aduaneiro confere se os importadores estão 
pagando os tributos que incidem nas operações, pois a 
mercadoria importada só é liberada após tal conferência.
• Operações realizadas durante o controle aduaneiro de 
mercadorias já identificaram ações fraudulentas como 
importação clandestina de lixo hospitalar e equipamen-
tos tecnológicos em desuso!
• É no controle aduaneiro que é possível impedir que 
brinquedos sem atendimento às normas de segurança 
ingressem no mercado brasileiro!
Os exemplos acima demonstram a importância de zelar e 
vigiar o que entra e sai de nosso país, justificando o trabalho 
da autoridade fiscal e a rigidez. Por outro lado, em razão da 
burocracia que contempla o controle aduaneiro, muitas vezes as 
operações demoram e aguardam dias (ou semanas) nos portos 
até que seja permitido o curso em direção ao importador ou 
exportador.
51LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Importante destacar que tanto mercadorias exportadas como 
mercadorias importadas serão sujeitas ao controle aduaneiro 
e que até mesmo operações temporárias (de importações ou 
exportações).
Conferência aduaneira
Para auxiliar no controle no momento em que ocorre o 
procedimento aduaneiro existem os canais de parametrização. 
Os canais de parametrização são formas de tratamento da mer-
cadoria e da operação, ou ainda formas de verificar a licitude 
da operação em questão.
Ou seja, sempre que a mercadoria chega até o ponto de 
controle aduaneiro são observadas variáveis como as partes 
envolvidas, a mercadoria, origem, procedência e a partir destas 
informações o sistema determina qual o canal de parametri-
zação que estará sujeita aquela operação.
Regimes Aduaneiros
Regime aduaneiro é a forma de tratamento das mercado-
rias que estão sendo exportadas ou importadas. Ou seja, para 
todas as mercadorias que ingressam ou saem do Brasil ocorre 
a cobrança (ou isenção) de tributos e esta forma de controle 
dos tributos é conhecido como regime aduaneiro.
Existe o regime aduaneiro Comum que é o procedimento 
padrão, e os regimes aduaneiros especiais que trazem alguma 
f lexibilização nas regras aplicadas.
Os Regimes aduaneiros são importantes para a logística, 
especialmente quando analisamos os regimes especiais já que 
eles permitem, por exemplo a movimentação de determinada 
mercadoria (e com isso a operação logística) sem recolhimento 
de tributos! Além disso, certos regimes aduaneiros especiais 
viabilizam a movimentação da carga, como é o trânsito adu-
aneiro.
52LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Os regimes aduaneiros especiais são os seguintes:
Admissão Temporária: Quando uma mercadoria é im-
portada para o Brasil, mas o produto em breve retornará para 
seu país de origem. Como o produto não permanecerá defi-
nitivamente em nosso país ao ingressar estes bens não pagam 
tributos. Os tributos ficam suspensos e no momento em que 
ditas mercadorias voltam paraseu país de origem é confirmada 
a isenção de obrigação de pagamento de Impostos. É exemplo 
de admissão temporária uma máquina enviada para exposição 
em uma feira.
Exportação Temporária: Quando uma mercadoria é ex-
portada do Brasil, mas em breve retornará. O exemplo típico é 
quando uma empresa Brasileira envía produtos para exposição 
em feira internacional e após tras de volta para sua sede no 
Brasil.
Trânsito Aduaneiro: Regime especial que permite que uma 
mercadoria transite do ponto de entrada no Brasil até outro 
local, como se não estivesse ainda em território Brasileiro. Um 
exemplo é uma mercadoria importada da China que irá para o 
Paraguai. O Importador paraguaio utilizará modal marítimo até 
o Porto de Santos. Para que a mercadoria chegue ao Paraguai 
ela seguirá por modalidade Rodoviária até a fronteira. Isso é 
permitido em razão do Regime especial chamado Trânsito 
Aduaneiro.
Drawback: É o regime especial que permite importar um 
insumo sem pagar imposto de importação, pois OBRIGATO-
RIAMENTE este bem será utilizado para produção de um 
bem que será exportado.
Entreposto Aduaneiro: Ocorre a importação, ou seja o im-
portador brasileiro compra mercadorias e elas chegam ao Brasil, 
mas a nacionalização é feita em partes. Ou seja, é comprada 
uma grande quantidade com nacionalização parcial de acordo 
com os interesses da importadora brasileira. As mercadorias 
53LOGÍSTICA INTERNACIONAL
enquanto isso, permanecem em recintos alfandegados, como 
se não estivessem ainda no Brasil.
Recof: Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial 
sob Controle Aduaneiro Informatizado permite que empresa 
beneficiaria situada no Brasil adquira bens no mercado interno 
sem pagamento de tributos, para utilização na produção de 
bens a exportar.
Recof Sped: Se trata de Regime aduaneiro especial de 
entreposto industrial sob controle informatizado do Sistema 
público de escrituração digital.
Repetro: Regime aduaneiro especial destinado para pro-
dutos que serão utilizados na pesquisa para identificação ou 
relacionados à gás natural e petróleo. Este regime engloba 
importações e exportações.
Repex: Regime para importação de petróleo bruto e seus 
derivados.
Reporto: Regime especial para importação de maquinário, 
peças de reposição, entre outros.
Loja Franca: Regime que permite instalação de lojas com 
productos importados a serem comercializados sem tributos 
ou com tributação reduzida. 
Depósito Especial, Depósito Afiançado, Depósito Alfan-
degado Certificado, Depósito Franco: Regimes que permitem 
estocagem com suspensão de tributos.
Sobre Operadores Logísticos:
Você sabia? Que existem Operadores Logísticos Habili-
tados, que são empresas autorizadas a realização de despacho 
aduaneiro de exportação em nome de microempresas e empresas 
de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional, no recinto 
54LOGÍSTICA INTERNACIONAL
alfandegado administrado pela empresa junto à Aeroporto 
Internacional! São Operadores Logísticos autorizados: DHL 
Express (Brasil) Ltda e a UPS do Brasil Remessas Expressas 
LTDA.
Tranportadores: Importante destacar que os transportado-
res precisam de habilitação para que ocorra a movimentação 
prevista no Controle Aduaneiro.Isso se justifica, pois é ele o 
responsável pela carga desde a entrega do vendedor até a che-
gada ao ponto final da operação.
Importante destacar que os transportadores precisam de 
habilitação para que ocorra a movimentação prevista no Con-
trole Aduaneiro.Isso se justifica, pois é ele o responsável pela 
carga desde a entrega do vendedor até a chegada ao ponto final 
da operação.
Procedimentos Fiscais
Para garantir o respeito às regras existe o controle por parte 
da autoridade fiscal. No controle administrativo este cuidado se 
da através do sistema, mas no momento do controle aduaneiro 
é através de operações e procedimentos junto à mercadoria que 
a fiscalização ocorre.
O objetivo é evitar operações sem o recolhimento de tri-
buto correspondente e ainda impedir que sejam importados ou 
exportados bens que prejudiquem a saúde e segurança do país.
Como forma de organizar o f luxo das mercadorias no 
momento em que estão no ambiente prévio a confirmação da 
exportação ou importação, existem os canais de parametrização. 
Ou seja, quando a mercadoria proveniente do exterior chega ao 
ambiente alfandegado ela recebe um tratamento de acordo com 
suas particularidades através da conferência aduaneira. Esses 
diferentes tratamentos são chamados de canais de parametri-
55LOGÍSTICA INTERNACIONAL
zação e interferem no tempo e forma que a operação encerrará.
 Além das condições específicas da mercadoria interfe-
rem na determinação do canal de parametrização a origem e 
procedência da mercadoria, quem são os exportadores e im-
portadores ou até mesmo condições sazonais como operações 
realizadas e denuncias.
Os canais de parametrização são os seguintes:
VERDE:
O canal verde é o mais simples! Basta que o importador 
se apresente na unidade que está com a carga e sem maiores 
conferências será autorizada a operação. A conferência se limita 
a observar se o sistema está adequadamente preenchido.
AMARELO:
No canal amarelo inicia pedido mais complexo. Não basta 
simplesmente se apresentar, já que é feita também a conferência 
documental da operação.
VERMELHO:
O canal vermelho é comum para quem está em suas primei-
ras operações. Nesta modalidade é realizada uma averiguação 
mais completa ainda composta por verificação dos documentos 
e também dos produtos em si.
CINZA:
Quando a Receita Federal desconfia de fraude ou irregula-
ridade ela adota o canal cinza. No canal cinza além de conferir 
Você sabia que origem e procedência não são sinônimos? 
Origem é o local onde a mercadoria foi produzida 
enquanto procedência é simplesmente de onde ela vem. 
Por exemplo, um produto produzido na China que vem 
por modal aéreo via Alemanha é de origem chinesa, mas 
procedente da Alemanha.
56LOGÍSTICA INTERNACIONAL
documentos e carga, a autoridade fiscal pode também solicitar 
outras informações ou até mesmo atos que não estavam previs-
tos. Um exemplo de medida que pode ser pedido é um laudo 
para explicar alguma característica da mercadoria importada, 
para saber se ela se encaixa na descrição que a empresa escolheu.
É comum que os canais sejam 
comparados à sinaleira, já que interfe-
rem no fluxo das operações da mesma 
forma que o semáforo determina a 
movimentação dos veículos.
OPERADOR ECONÔMICO AUTORIZADO (OEA)
Para simplificar os processos de comércio exterior e por 
extensão as operações de logística internacional, a Receita 
Federal determinou a criação do Operador Econômico Au-
torizado que são pessoas com facilitação do movimento na 
operação internacional.
A adesão não é obrigatória, ou seja, a empresa interessada 
decide voluntariamente se quer se submeter à modalidade OEA, 
mas uma vez que decida ingressar no formato mais vantajoso 
deve também atuar de forma integrada com a receita, facilitando 
o acesso à informações pessoais. É como se a Receita Federal 
e a Empresa firmassem um pacto em que a Autoridade fiscal 
abre mão de parte da exigências, pois a empresa já provou que 
é confiável.
Podem ser OEA: Importadores, exportadores, transporta-
dores, agentes de carga, despachantes, depositários entre outros. 
A Receita Federal publica quem faz parte deste seleto grupo e 
para quem é OEA os procedimentos fiscais e aduaneiros são 
mais ágeis.
57LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Documentos
Documentos
Os documentos que acompanham a mercadoria durante o 
transporte internacional de cargas são em parte os documentos 
pertinentes a qualquer mercadoria, como por exemplo, a fatura 
comercial, o romaneio de embarque, o conhecimento de trans-
porte, certificado de origem, apólice de seguro e nota fiscal.
Os documentos anteriormente listados são os que fazem 
parte de qualquer entrada, saída, trânsito ou transporte de mer-
cadorias. Os documentos mais específicos para determinadas 
mercadorias, como por exemplo, de origem

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