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Tutela executiva e proced. tarefa av1

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Aluna:	Júlia	Gorayeb	
Matrícula:	202002299266	
	
	
Atividade	relacionada	à	semana	3:	
O	aluno	deverá	elaborar	um	texto	crítico,	de	até	3	(três)	laudas,	
obre	as	fraudes	na	execução,	com	a	referência	a	pelo	menos	um	acórdão	no	seu	texto.	A	
atividade	poderá	ser	entregue	até	o	dia	da	AV1	(valor:	até	1,5	ponto)	e	poderá	ser	realizada	
individualmente	ou	em	dupla.	
	
A	fraude	à	execução	é	um	instituto	de	natureza	processual	que	constitui	ato	atentatório	à	
dignidade	da	justiça.	
Nas	palavras	do	ilustre	processualista	Fredie	Didier:	
“A	fraude	à	execução	é	manobra	do	devedor	que	causa	dano	não	apenas	ao	credor	(como	na	
fraude	pauliana),	mas	também	à	atividade	jurisdicional	executiva.	Trata-se	de	instituto	
tipicamente	processual.	É	considerada	mais	grave	do	que	a	fraude	contra	credores,	vez	
que	cometida	no	curso	de	processo	judicial,	executivo	o	apto	a	ensejar	futura	execução,	
frustrando	os	seus	resultados.	Isso	deixa	evidente	o	intuito	de	lesar	o	credor,	a	ponto	de	ser	
tratada	com	mais	rigor”	
Na	sistemática	do	CPC	de	1973,	configura	fraude	à	execução	o	ato	de	alienação	ou	oneração	
de	bens	do	devedor	quando	o	bem	for	litigioso	ou	quando,	ao	tempo	da	alienação,	correr,	
contra	o	devedor,	demanda	capaz	de	reduzí-lo	à	insolvência	(art.	593,	I	e	II,	CPC/73).	
Diante	da	possibilidade	do	devedor	desfazer-se	dos	seus	bens	no	interregno	entre	a	
distribuição	e	a	citação,	foi	editado	o	art.	615-A	do	CPC/73.	Este	dispositivo	autoriza	o	
exequente	a,	no	ato	de	distribuição,	obter	certidão	comprobatória	do	ajuizamento	da	
execução,	para	averbação	no	registro	de	imóveis,	de	veículos	ou	de	outros	bens	sujeitos	
à	penhora	ou	arresto.	Por	sua	vez,	o	§	3º	considera	em	fraude	à	execução	a	alienação	ou	a	
oneração	dos	bens	após	essa	averbação.	Por	esse	mecanismo,	consegue-se	então	antecipar	
o	reconhecimento	da	fraude,	desde	que	obtida	a	averbação	da	certidão	do	distribuidor.	
O	Código	Civil	aponta	expressamente	(art.	161),	como	requisito	da	fraude	contra	credores,	a	
má-fé	do	adquirente	(consilium	fraudis).	A	questão	estava	em	saber	se,	para	configurar	
fraude	à	execução,	seria	também	necessário	demonstrar	a	má-fé	do	adquirente,	ou	se	era	
presumida.	Por	muito	tempo,	prevaleceu	a	orientação	de	que,	aquele	que	adquiria	bens	do	
devedor,	quando	havia	contra	ele	processo	pendente,	presumia-se	de	má	-fé,	já	que	lhe	
cumpria	exigir	do	alienante	certidão	negativa	dos	distribuidores.	Mas	só	a	má-fé	daquele	
que	adquiria	diretamente	do	devedor	era	presumida.	Se	ocorressem	alienações	sucessivas,	
sobre	os	adquirentes	posteriores,	não	havia	a	presunção.	Essa	orientação	mudou.	No	ano	de	
2009	foi	criada	a	Súmula	375	do	STJ,	que	estabeleceu	o	seguinte:	o	reconhecimento	da	
fraude	de	execução	depende	do	registro	da	penhora	do	bem	alienado	ou	da	prova	de	má-fé	
do	terceiro	adquirente.	
O	enunciado	deixa	claro	que	a	má-fé	do	adquirente	não	é	presumida,	salvo	se	houver	
registro	de	penhora,	ao	qual	se	pode	acrescentar	a	averbação	do	art.	615-A,	do	CPC.	Se	a	
alienação	ocorrer	após	a	averbação	ou	registro	da	penhora,	os	adquirentes	—	não	só	o	
primeiro	mas	os	subsequentes	—	presumir-se-ão	de	má-fé,	pois	o	registro	torna	pública	a	
constrição,	fazendo	com	que	tenha	eficácia	erga	omnes.	
Por	outro	lado,	se	não	houver	o	registro,	o	reconhecimento	da	fraude	dependerá	da	prova	
de	que	o	adquirente	estava	de	má-fé.	Esta	não	se	presume	pelo	fato	de	o	adquirente	poder	
exigir	certidões	do	distribuidor.	Entre	os	direitos	do	credor	e	os	dos	adquirentes	de	boa	-fé,	o	
STJ	optou	por	proteger	estes	últimos.	Cumpre	ao	credor	diligente,	que	queira	evitar	os	
dissabores	de	uma	possível	fraude	à	execução,	tomar	as	providências	necessárias	para	
tornar	pública	a	existência	da	ação	ou	da	constrição.	
Em	suma:	consoante	a	jurisprudência	consolidada	na	Súmula	375	do	STJ,	o	reconhecimento	
da	fraude	à	execução	depende	do	registro	da	penhora	do	bem	alienado.	Na	falta	de	registro,	
imputa-se	ao	credor	o	ônus	de	provar	a	má-fé	do	terceiro	adquirente,	a	fim	de	demonstrar	
que	este	tinha	ciência	da	ação	em	curso.	
Vejamos	um	exemplo	claro	de	fraude	á	execução:	
EMENTA:	FRAUDE	À	EXECUÇÃO.	ARTIGO	792,	CPC.	FRAUDE	À	EXECUÇÃO.	Verificada	a	
existência	de	fraude	à	execução,	nos	termos	do	art.	792,	IV,	do	CPC,	deve	ser	mantida	a	
constrição	efetivada	no	processo	principal,	a	fim	de	garantir	a	quitação	do	crédito	trabalhista,	
pois	se	presume	em	fraude	à	execução	a	alienação	perpetrada	na	pendência	de	ação	capaz	de	
reduzir	o	executado/alienante	à	insolvência.	
ACORDÃO:	Acordam	os	Magistrados	da	1ª	Turma	do	Tribunal	Regional	do	Trabalho	da	17ª	
Região,	na	Sessão	Ordinária	realizada	no	dia	12	de	fevereiro	de	2019,	às	13	horas	e	30	
minutos,	sob	a	Presidência	do	Exmo.	Desembargador	Gerson	Fernando	da	Sylveira	Novais;	do	
Exmo.	Desembargador	José	Carlos	Rizk;	e	do	Exmo.	Desembargador	Cláudio	Armando	Couce	
de	Menezes;	e	presente	o	Procurador	do	Trabalho,	Dr.	Estanislau	Tallon	Bozi,	por	
unanimidade,	conhecer	do	agravo	e	dar	-lhe	parcial	provimento	para	determinar	a	
manutenção	da	penhora	sobre	o	imóvel	objeto	dos	presentes	embargos	de	terceiros,	nos	
termos	do	voto	do	relator.	
Atividade	relacionada	à	semana	4:		
Cada	aluno	da	turma	deverá	eleger	um	Tribunal	de	Justiça	e	selecionar	um	julgamento	recente	
proferido	por	este	Tribunal	sobre	o	cumprimento	de	sentença	de	quantia	certa.	O	aluno	
deverá	analisar:	i)	o	caso	concreto,	destacando	as	alegações	trazidas	pelo	exequente	e	
executado	no	caso	concreto	e	ii)	o	tratamento	conferido	sobre	o	tema	pelo	tribunal	escolhido,	
em	um	texto	dissertativo.	A	atividade	deverá	ser	feita	individualmente	e	poderá	ser	entregue	
até	o	dia	da	AV1	(valor:	até	1,5	ponto).	
Escolhi	o	Tribunal	de	Justiça	do	Distrito	Federal,	segue	o	julgamento:		
PROCESSUAL	CIVIL.	AGRAVO	DE	INSTRUMENTO.	CUMPRIMENTO	DE	SENTENÇA.	OBRIGAÇÃO	
DE	QUANTIA	CERTA.	IMPUGNAÇÃO.	EXCESSO	DE	EXECUÇÃO.	ART.	475-J.	MULTA.	PRAZO.	
DEVEDOR	ASSISTIDO	PELA	DEFENSORIA	PÚBLICA.		
I	–	Na	fase	de	impugnação	ao	cumprimento	de	sentença	por	obrigação	de	quantia	certa,	é	de	
se	reconhecer	o	alegado	excesso	de	execução,	quando	verificado	que	o	cálculo	não	está	em	
conformidade	com	os	limites	do	título	exeqüendo,	no	que	diz	respeito	ao	termo	inicial	da	
correção	monetária	incidente	sobre	o	valor	da	compensação	por	danos	morais.	II	-	O	fato	de	o	
devedor	estar	assistido	pela	Defensoria	Pública	não	lhe	confere	prazo	em	dobro	para	efetuar	o	
pagamento	da	quantia	a	que	fora	condenado.	Isso	porque	o	privilégio	previsto	no	art.	5º,	§	5º,	
da	Lei	n.º	1.060/50	é	dirigido	ao	Defensor	Público,	ao	passo	que	o	prazo	previsto	no	art.	475-J	
do	CPC	se	dirige	ao	devedor.	III	–	Deu-se	parcial	provimento.		
A	C	Ó	R	D	Ã	O	Acordam	os	Senhores	Desembargadores	da	6ª	Turma	Cível	do	Tribunal	de	Justiça	
do	Distrito	Federal	e	dos	Territórios,	JOSÉ	DIVINO	DE	OLIVEIRA	-	Relator,	VERA	ANDRIGHI	-	
Vogal,	JAIR	SOARES	-	Vogal,	sob	a	Presidência	do	Senhor	Desembargador	JAIR	SOARES,	em	
proferir	a	seguinte	decisão:	CONHECIDO.	DEUSE	PARCIAL	PROVIMENTO.	UNÂNIME,	de	acordo	
com	a	ata	do	julgamento	e	notas	taquigráficas.	Brasília	(DF),	19	de	maio	de	2010	Certificado	
nº:	11	43	BF	99	00	04	00	00	0C	EF	21/05/2010	-	18:32	Desembargador	JOSÉ	DIVINO	DE	
OLIVEIRA.	
	R	E	L	A	T	Ó	R	I	O	Trata-se	de	agravo	de	instrumento,	com	pedido	de	liminar,	interposto	por	
LUIZ	GOMES	CORDEIRO	contra	decisão	de	conteúdo	positivo	proferida	pelo	MM.	Juiz	de	
Direito	da	1ª	Vara	Cível	da	Circunscrição	Judiciária	de	Ceilândia.	Na	fase	de	cumprimento	da	
sentença	de	obrigação	de	quantia	certa	imposta	ao	agravante,	diante	da	alegação	de	que	o	
depósito	efetuado	seria	inferior	ao	montante	devido,	os	autos	foram	encaminhados	ao	
contador	para	atualização	da	dívida,	a	ser	feita	segundo	os	parâmetros	indicados	pela	juíza,	em	
conformidade	com	a	sentença	e	com	o	julgamento	do	REsp	n.º	1.103669/DF	(fls.	213).	Com	o	
retorno	dos	autos,	foi	determinada	a	intimação	do	agravante	para	depositar	o	valor	faltante	de	
acordo	com	os	cálculos	de	fls.	216/217.	Daí	a	interposição	do	agravo	de	instrumento,	ao	
argumento	de	que	os	cálculos	realizados	estãoem	dissonância	com	o	referido	julgado	do	STJ,	
no	qual	foi	decidido	que	a	correção	monetária	do	valor	devido	a	título	de	dano	moral	deve	
incidir	a	partir	da	data	da	sentença	que	fixou	a	compensação.	Sustenta,	também,	que	é	
descabida	a	multa	prevista	no	art.	475-J	do	CPC,	uma	vez	que	realizou	o	depósito	da	quantia	
devida	no	prazo	legal.	Pede	seja	atribuído	efeito	suspensivo	ao	recurso,	bem	como	a	reforma	
da	decisão	impugnada.	O	pedido	de	liminar	foi	deferido	às	fls.	238/240.	As	informações	foram	
prestadas	pelo	juízo	da	causa	às	fls.	245/247.	Apesar	de	intimado,	o	agravado	não	contrariou	o	
recurso	(fls.	249).	É	o	relatório.	
	V	O	T	O	S	O	Senhor	Desembargador	JOSÉ	DIVINO	DE	OLIVEIRA	-	Relator	Presentes	os	
pressupostos	de	admissibilidade,	conheço	do	recurso.	O	agravante	se	insurge	contra	a	decisão	
(fls.	233)	que	determinou	o	depósito	da	quantia	faltante	da	condenação,	em	conformidade	
com	os	cálculos	elaborados	pela	contadoria	judicial	(fls.	230/231),	sob	pena	de	penhora.	O	
agravante	argumenta	que	os	aludidos	cálculos	estão	em	dissonância	com	o	julgado	do	STJ	(fls.	
208/210),	no	qual	foi	decidido	que	a	correção	monetária	do	valor	devido	a	título	de	dano	
moral	deve	incidir	a	partir	da	data	da	sentença	que	fixou	a	compensação.	Sustenta,	também,	
que	é	descabida	a	multa	prevista	no	art.	475-J	do	CPC,	uma	vez	que	realizou	o	depósito	da	
quantia	devida	no	prazo	legal.	Pede	seja	atribuído	efeito	suspensivo	ao	recurso,	bem	como	a	
reforma	da	decisão	impugnada.	A	irresignação	recursal	merece	acolhida	em	parte.		
A	sentença	que	condenou	o	agravante	ao	pagamento	de	danos	morais,	acrescidos	de	correção	
monetária	desde	a	data	do	evento	danoso,	ocorrido	em	02/01/2004,	foi	publicada	em	
07/11/2007	(fls.	145).	Por	sua	vez,	de	acordo	com	a	decisão	no	REsp	n.º	1.103669/DF	(fls.	
208/210),	a	correção	monetária	do	montante	devido	a	título	de	dano	moral	deve	incidir	a	
partir	da	data	da	sentença	que	o	fixou.	Contudo,	de	acordo	com	a	decisão	de	fls.	228,	na	qual	
se	baseou	o	contador	judicial,	determinou-se	que	a	correção	monetária	incidisse	desde	
02/01/2004.	Com	efeito,	é	de	se	reconhecer	o	excesso	de	execução	nessa	parte.	Todavia,	
quanto	à	multa	prevista	no	art.	475-J	do	CPC,	conforme	dito	por	ocasião	da	apreciação	do	
pedido	de	liminar,	é	necessário	esclarecer	que	o	fato	de	o	agravante	estar	assistido	pela	
Defensoria	Pública	não	lhe	confere	prazo	em	dobro	para	efetuar	o	pagamento	da	quantia	a	
que	fora	condenado.	Isso	porque	o	privilégio	previsto	no	art.	5º,	§	5º,	da	Lei	n.º	1.060/50	é	
dirigido	ao	Defensor	Público,	ao	passo	que	o	prazo	previsto	no	art.	475-J	do	CPC	se	dirige	ao	
devedor.	Assim,	verificado	que	a	Defensoria	Pública	foi	intimada	pessoalmente	em	18/09/2009	
(fls.	218)	acerca	do	retorno	dos	autos	ao	juízo	e	que	o	pagamento	parcial	da	dívida	somente	foi	
realizado	no	dia	07/10/2009	(fls.	219),	deve	incidir	a	multa	em	questão,	porque	ultrapassado	o	
prazo	legal	de	15	(quinze)	dias	que	o	devedor	teria	para	efetuar	o	depósito.	Diante	do	exposto,	
DOU	PARCIAL	PROVIMENTO	ao	recurso	apenas	para	determinar	a	adequação	do	valor	da	
condenação	aos	limites	estabelecidos	no	julgamento	do	REsp	1.103669/DF,	de	forma	que	a	
correção	monetária	da	importância	devida	pelo	agravante	pelo	dano	moral	tenha	incidência	a	
partir	da	data	da	prolação	da	sentença.

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