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* * O Sistema Tributário Brasileiro e a Necessidade de Reformas Maria Helena Zockun maio de 2011 * * Por que é necessária uma reforma tributária no Brasil? reduzir o tamanho da economia informal: quando todos pagam, todos pagam menos conferir maior justiça tributária: respeito à capacidade contributiva de cada cidadão reduzir as distorções que afetam as decisões dos agentes econômicos: aumentar a eficiência da economia * * A economia informal é formada por aquela parcela das atividades econômicas legais realizadas sem registro, por empresas que podem também atuar na economia formal. No Brasil, estima-se que cerca de 20% do PIB atue na informalidade, não recolhendo tributos. I .Informalidade * * A causa básica do fortalecimento da economia informal no Brasil é a combinação de dois fatores: 1. a elevadíssima carga tributária indireta, contida no preço dos produtos e serviços 2. o baixo nível de renda da maioria da população brasileira, mas com elevadas aspirações de consumo Informalidade * * Informalidade Fonte: IBPT, 2010. Acréscimo de custo pela tributação * * Informalidade Fonte: IBPT, 2010. Acréscimo de custo pela tributação * * Informalidade Fonte: IBPT, 2010. Acréscimo de custo pela tributação * * Ao não cobrar do consumidor o valor total dos impostos, o preço praticado dá à economia informal vantagem imbatível, muitas vezes não compensável pela maior produtividade, ganhos de escala e melhor tecnologia da empresa que atua inteiramente no mercado formal. Informalidade * * A maioria dos consumidores não aceita pagar o preço que seria necessário para remunerar os fatores de produção e recolher a totalidade dos tributos que incidem sobre os produtos. Para recolher 35% do PIB tributando 80% da base, as alíquotas são fixadas na tentativa de extrair 44% do PIB em tributos. Informalidade * * Evolução da Carga Tributária em % sobre o PIB – Brasil * * Carga tributária atual é incompatível com o estágio de desenvolvimento do País Carga Tributária X Nível de Desenvolvimento Fonte: OCDE e RFB. * * Nessas condições, combater a informalidade com mais fiscalização e punição só faria o tamanho do mercado se reduzir: as empresas totalmente formais teriam maior participação em um mercado muito menor. A solução é reduzir as alíquotas dos tributos indiretos, em montantes significativos. Depois disso, o aumento da fiscalização e da punição à sonegação seriam necessários para estabelecer novo padrão de comportamento dos agentes econômicos. Informalidade e a Reforma Tributária * * Propostas do Executivo e Senado enfatizam Tecnologia da Fiscalização, sem redução de alíquotas: Substituição Tributária Nota Fiscal Eletrônica Cadastro único dos contribuintes Escrituração digital fiscal e contábil Proposta do Senado explicita valor do imposto na nota fiscal: aumentar a consciência do contribuinte Informalidade e as Propostas * * 49% da arrecadação tributária tem como base de incidência os bens e serviços (IPI, ICMS, PIS/Cofins, ISS, II) que são, por natureza, regressivos. A progressividade dos tributos diretos (IR, INSS, IPVA, IPTU, ITR) é insuficiente para evitar que o sistema tributário seja muito regressivo. II.Distorções Distributivas * * Estrutura tributária agrava concentração da renda * * Carga tributária atual é incompatível com o estágio de desenvolvimento do País Fonte: OCDE e RFB. Carga Tributária x Concentração de Renda * * Distorções Distributivas 48,8 38,0 33,9 32,0 26,3 30,5 Gráf4 3.0513815764 45.7781729438 3.4972010178 34.4566843558 3.748102596 30.182375516 4.1262537959 27.8660363919 5.1825720371 26.492848703 5.9480479784 25.7222173446 6.798725861 23.6603661248 6.878561071 21.5653977502 8.569927376 20.1026587077 9.8617850667 16.4264066855 direta indireta renda mensal familiar % da renda Carga Tributária sobre a Renda Total das Famílias em 2004 Plan1 Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 2004 direta indireta total renda mensal familiar direta indireta até 2 SM * 3.1 * 45.8 * 48.8 2 a 3 * 3.5 * 34.5 * 38.0 3 a 5 * 3.7 * 30.2 * 33.9 5 a 6 * 4.1 * 27.9 * 32.0 6 a 8 * 5.2 * 26.5 * 31.7 8 a 10 * 5.9 * 25.7 * 31.7 10 a 15 * 6.8 * 23.7 * 30.5 15 a 20 * 6.9 * 21.6 * 28.4 20 a 30 * 8.6 * 20.1 * 28.7 mais de 30 * 9.9 * 16.4 * 26.3 Fonte dos dados primários: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et. alii (2000); SRF " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado". * tributos considerados nas POFs: IPI, ICMS, PIS, COFINS ( indiretos); IR. contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU (diretos); ISS. elaboração da autora Plan1 direta indireta renda mensal familiar % da renda Carga Tributária sobre a Renda Total das Famílias em 2004 BIF Conteúdo Médio de Tributos Indiretos (nominal) nos Gastos Familiares em 2004 em R$ tipo de bem ou serviço despesa média total por família (a) tributos indiretos contidos na despesa* (b) carga tributária indireta* (b)/(a) acréscimo de custo tributário b/(a-b) Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 1996 e em 2004 Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 1996 e em 2004 renda mensal familiar em % da renda familiar acréscimo de carga tributária (em pontos de percentagem) renda mensal familiar em % da renda familiar acréscimo de carga tributária (em pontos de percentagem) tributação direta tributação indireta carga tributária total em 2004 em 1996 total ou média $1,549.91 $420.55 27.1% 37.2% 1996 2004 1996 2004 1996 2004 tributação indireta* tributação direta* carga tributária total tributação indireta* tributação direta* carga tributária total alimentação $304.12 $73.94 24.3% 32.1% habitação $520.22 $164.08 31.5% 46.1% até 2 SM * 1.7 * 3.1 * 26.5 * 45.8 * 28.2 * 48.8 20.6 até 2 SM * 45.8 * 3.1 * 48.8 * 26.5 * 1.7 * 28.2 20.6 vestuário $83.21 $28.93 34.8% 53.3% 2 a 3 * 2.6 * 3.5 * 20.0 * 34.5 * 22.6 * 38.0 15.4 2 a 3 * 34.5 * 3.5 * 38.0 * 20.0 * 2.6 * 22.6 15.4 transporte $270.16 $59.79 22.1% 28.4% 3 a 5 * 3.1 * 3.7 * 16.3 * 30.2 * 19.4 * 33.9 14.5 3 a 5 * 30.2 * 3.7 * 33.9 * 16.3 * 3.1 * 19.4 14.5 higiene e cuidados pessoais $31.80 $23.52 74.0% 284.0% 5 a 6 * 4.0 * 4.1 * 14.0 * 27.9 * 18.0 * 32.0 14.0 5 a 6 * 27.9 * 4.1 * 32.0 * 14.0 * 4.0 * 18.0 14.0 saúde $95.14 $9.66 10.2% 11.3% 6 a 8 * 4.2 * 5.2 * 13.8 * 26.5 * 18.0 * 31.7 13.7 6 a 8 * 26.5 * 5.2 * 31.7 * 13.8 * 4.2 * 18.0 13.7 educação $59.86 $5.54 9.3% 10.2% 8 a 10 * 4.1 * 5.9 * 12.0 * 25.7 * 16.1 * 31.7 15.6 8 a 10 * 25.7 * 5.9 * 31.7 * 12.0 * 4.1 * 16.1 15.6 recreação e cultura $34.95 $12.40 35.5% 55.0% 10 a 15 * 4.6 * 6.8 * 10.5 * 23.7 * 15.1 * 30.5 15.4 10 a 15 * 23.7 * 6.8 * 30.5 * 10.5 * 4.6 * 15.1 15.4 fumo $10.20 $9.90 97.0% 3245.1% 15 a 20 * 5.5 * 6.9 * 9.4 * 21.6 * 14.9 * 28.4 13.5 15 a 20 * 21.6 * 6.9 * 28.4 * 9.4 * 5.5 * 14.9 13.5 serviços pessoais $14.85 $1.37 9.2% 10.2% 20 a 30 * 5.7 * 8.6 * 9.1 * 20.1 * 14.8 * 28.7 13.9 20 a 30 * 20.1 * 8.6 * 28.7 * 9.1 * 5.7 * 14.8 13.9 despesas diversas $40.81 $3.77 9.3% 10.2% mais de 30 * 10.6 * 9.9 * 7.3 * 16.4 * 17.9 * 26.3 8.4 mais de 30 * 16.4 * 9.9 * 26.3 * 7.3 * 10.6 * 17.9 8.4 aquisição e reforma de imóvel $84.59 $27.66 32.7% 48.6% Fonte: IBGE, POF 2002/3; SRF op.cit. Fonte dos dados primários: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et. alii (2000); SRF " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado". Fonte dos dados primários: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et. alii (2000); SRF " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado". elaboração da autora. * tributos considerados nas POFs: IPI, ICMS, PIS, COFINS ( indiretos); IR. contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU (diretos); ISS. * tributos considerados nas POFs: IPI, ICMS, PIS, COFINS ( indiretos); IR. contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU (diretos); ISS. elaboração da autora elaboração da autora preço e carga sem ISS Impacto da ReformaTributária Impacto da Proposta de Reforma Tributária sobre Preços em % da renda familiar tipo de bem ou serviço variação média potencial de preços renda mensal familiar situação atual situação proposta diferença de carga tributária tributação indireta tributação direta carga tributária total tributação indireta tributação direta carga tributária total alimentação -15.2% habitação -23.3% até 2 SM 45.8% 3.1% 48.8% 14.8% 17.0% 31.8% -17.0% vestuário -26.9% 2 a 3 34.5% 3.5% 38.0% 11.2% 17.0% 28.2% -9.7% transporte -12.8% 3 a 5 30.2% 3.7% 33.9% 9.9% 17.0% 26.9% -7.0% higiene e cuidados pessoais -70.8% 5 a 6 27.9% 4.1% 32.0% 9.2% 17.0% 26.2% -5.8% saúde 0.6% 6 a 8 26.5% 5.2% 31.7% 8.8% 17.0% 25.8% -5.9% educação 1.6% 8 a 10 25.7% 5.9% 31.7% 8.6% 17.0% 25.6% -6.0% recreação e cultura -27.7% 10 a 15 23.7% 6.8% 30.5% 7.9% 17.0% 24.9% -5.6% fumo -96.7% 15 a 20 21.6% 6.9% 28.4% 7.4% 17.0% 24.4% -4.0% serviços pessoais 1.6% 20 a 30 20.1% 8.6% 28.7% 6.8% 17.0% 23.8% -4.9% despesas diversas 1.6% mais de 30 16.4% 9.9% 26.3% 5.6% 17.0% 22.6% -3.7% aquisição e reforma de imóvel -24.6% média -18.4% total ou média 23.5% 7.2% 30.7% 7.6% 17.0% 24.6% -6.1% Nota: admitindo que toda redução de tributo seja repassada aos preços. Fonte dos dados primários: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003; Secretaria da Receita Federal, " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado", s/d. ICMS, IPI, PIS, COFINS * * renúncia fiscal com finalidade distributiva beneficia famílias de qualquer nível de renda, além de interferir na escolha do consumidor desoneração da cesta básica desconhece que pobres também consomem roupa, eletrodomésticos, bebida, fumo, usam celular, etc. pobres dos estados mais pobres têm cesta básica mais tributada (pelo ICMS) do que os pobres dos estados mais ricos Distorções Distributivas * * Distorções Distributivas Gráf14 30.1 25.8 15.9 13.3 9.9 10.4 7.1 7.3 R. M. Belém R. M. São Paulo Renda Familiar Total % da renda familiar Carga Tributária Indireta sobre a Renda das Famílias Plan1 partes e peças nacionais 51.7 partes e peças importadas 39.2 custo de transformação 9.1 impostos 64.6 imposto de importação 7.8 IPI 16.2 ICMS 25.4 PIS Cofins 15.2 Maria Helena: Plan1 51.7 39.2 9.1 64.6 Plan4 Plan5 Plan6 Plan2 Materiais de limpeza Materiais de Construção Acréscimo de custo pela tributação em % do custo sem impostos tijolo 15 feijão 22 $54.00 feijão 22 frango 22 frango 22 carne bovina 23 bovina 23 iogurte 32 iogurte 32 sal 42 automóvel 1.0 41 remédios 44 sal 42 achocolatado 51 remédios 44 farinha de trigo 53 achocolatado 51 vaso sanitário 65 biscoito 54 farinha de trigo 53 saco de cimento 65 macarrão 54 biscoito 54 lata de tinta 65 ervilha 56 macarrão 54 tijolo 15 café 58 ervilha 56 molho de totate 58 toalha de banho 57 óleo 59 café 58 margarina 59 molho de totate 58 milho verde 60 óleo 59 leite UHT 61 margarina 59 açúcar 68 milho verde 60 água sanitária 61 70 lençol 60 desinfetante 61 cobertor 60 detergente 68 água sanitária 61 sabão em pedra 68 desinfetante 61 sapólio 68 TV 29 ' 61 refresco em pó 62 DVD 61 sabonete 72 Som Micro System 61 sabão em pó 73 leite UHT 61 amaciante 76 refresco em pó 62 álcool 76 vaso sanitário 65 telefone 68 saco de cimento 65 água 1,5 litros 82 lata de tinta 65 energia elétrica 85 detergente 68 refrigerante em lata 89 sabão em pedra 68 automóvel 1.0 41 sapólio 68 toalha de banho 57 açúcar 68 lençol 60 telefone 68 cobertor 60 sabonete 72 TV 29 ' 61 sabão em pó 73 DVD 61 amaciante 76 Som Micro System 61 álcool 76 gasolina 133 água 1,5 litros 82 cerveja 127 energia elétrica 85 cigarro 446 refrigerante em lata 89 pinga 491 cerveja 127 gasolina 133 cigarro 446 pinga 491 Bens de Consumo Durável Mercearia Enlatados Carnes Bebidas Cama Mesa e Banho Serviços de Utilidade Pública Outros Plan2 em % do custo sem impostos Acréscimo de custo pela tributação Plan3 em % do custo sem impostos Acréscimo de custo pela tributação em % do custo sem impostos Acréscimo de custo pela tributação Região Metropolitana Renda familiar total Até 2 SM de 5 a 6 SM de 10 a 15 SM + 30 SM R. M. Belém 30.1 15.9 9.9 7.1 R. M. São Paulo 25.8 13.3 10.4 7.3 R. M. Belém R. M. São Paulo Renda Familiar Total % da renda familiar Carga Tributária Indireta sobre a Renda das Famílias * * Para reduzir as distorções distributivas, uma reforma tributária deveria reduzir os impostos sobre o consumo, Os impostos sobre o consumo deveriam ter alíquotas uniformes e reduzidas Uma Reforma Tributária que reduza as distorções distributivas requer rearranjo nas bases tributáveis, substituindo impostos indiretos sobre o consumo por impostos diretos sobre a renda Distorções Distributivas e a Reforma Tributária * * Distorções Distributivas e as Propostas em Discussão Propostas do Executivo e Senado propõem várias alíquotas no imposto indireto, sendo as mais baixas sobre os bens e serviços de consumo popular Proposta do Executivo reduz contribuições patronais ao INSS sobre folha e aumenta IVA-F: pode agravar regressividade Proposta do Senado substitui por IRPJ o PIS/Cofins do setor financeiro (e não IVA): pode atenuar regressividade * * III.Distorções Alocativas Conteúdo de tributos nas exportações reduz a competitividade da produção nacional Conteúdo de tributos nos bens de capital aumenta o custo do investimento, reduz o retorno do capital e desestimula o investimento Regimes tributários especiais tributam mesmos produtos com alíquotas diferentes, distorcendo as condições da concorrência Custo muito elevado para cumprir as obrigações com o fisco * * Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 2010 Quantidade de normas tributárias Das normas editadas em 22 anos, estão em vigor apenas 7,4%. * * “Uma empresa média precisa seguir 3.422 normas tributárias, que envolvem: 38.429 artigos, 89.540 parágrafos, 286.296 incisos e 37.660 alíneas: são 5,9 km de papel impresso em formato A4 e letra Arial 12.” (IBPT 2010) “No Brasil, uma empresa média gasta 2.600 horas/ano para cumprir suas obrigações com o Fisco, o maior tempo entre 183 países.” (Banco Mundial, 2011) “As empresas gastam cerca de R$ 42 bilhões por ano para manter pessoal, sistemas e equipamentos no acompanhamento das modificações da legislação tributária.” (IBPT 2010) A posição do Brasil na facilidade de fazer negócios piorou: entre 183 países, passamos do 113º em 2006 para o 129º lugar em 2009: na facilidade de pagar impostos ocupamos a 150ª posição. (Banco Mundial, 2010) * * * Complexidade e Custo para Pagar Tributos Fonte primária: World Bank and Price Waterhouse Coopers, Paying Taxes 2008. Impostos compreendem também contribuições e taxas. 23 dos 177 Países pesquisados exigem mais de 500 horas/ano para pagar impostos. * * Problemas no ICMS guerra fiscal e dificuldades operacionais da adoção do princípio de destino disputa para recuperar parte da isenção concedida pela Lei Kandir não desoneração imediata dos investimentos (48 meses) acumulação de créditos gerados pelas exportações e pelos investimentos Distorções Alocativas * * prazo longo para aproveitamento do crédito nos investimentos (24 meses): custo financeiro do tributo regime não-cumulativo não abrange todos os setores e empresas: muitos setores no regime cumulativo Distorções Alocativas Problemas no PIS/Cofins não cumulativo * * setores mantidos no regime cumulativo continuam com investimentos tributados alíquotas no regime não-cumulativo foram fixadas em nível mais elevado do que o necessário para manter a arrecadação Problemas no PIS/Cofins não cumulativo (cont) Distorções Alocativas * * Para desonerar exportações e investimentos, a tributação indireta deve incidir apenas sobre o consumo Para eliminar a guerra fiscal, a tributação indireta deveria ser federal (dada a dificuldade de consenso entre os estados) Um único regime tributário, sem exceções Distorções Alocativas e a Reforma Tributária * * Distorções Alocativas e as Propostas em Discussão O principal objetivo das Propostas do Executivo e do Senado é reduzir as Distorções Alocativas: simplificação desonerar exportações e investimentos coibir guerra fiscal * * A Proposta do Executivo cria IVA Federal em substituição do PIS/Pasep, Cofins, CIDE, CSLL, salário–educação (alíquota por dentro) IVA F passa a ser compartilhado com estados e Municípios, ao lado do IPI e IR ICMS regulação única, elaborada pelo Confaz alíquota interestadual reduzida a 2% (aumenta arrecadação no estado de destino) estimula substituição tributária no estado de origem, NFe e transferência por Câmara de Compensação * * A Proposta do Executivo (cont.) ICMS (cont.) FER – fundo de equalização de receitas durante 15 anos para compensar estados perdedores. Inaplicável se: estado perdedor não aumentar alíquotas internas nos casos previstos não implementar a NF-e * * A Proposta do Executivo - eficácia sobre simplificação (IVA federal = Pis/Cofins; ICMS-Confaz) sobre desoneração das X (acumulação de créditos) e I (7 anos) sobre guerra fiscal (alíquota interestadual do ICMS, Câmara compensação) * * cria IVA nacional pela fusão do ICMS, IPI, PIS/Pasep, Cofins, Fundo de desenvolvimento tecnológico das telecomunicações, Fundo de universalização das telecomunicações A Proposta do Senado * * A Proposta do Senado - eficácia sobre simplificação (IVA nacional = Pis, Cofins, IPI, ICMS) sobre desoneração das X e I (imediata) sobre guerra fiscal (cobrança na origem, repasse pela rede bancária) * * O Sistema Tributário Brasileiro e a Necessidade de Reformas Maria Helena Zockun maio de 2011 * “O Brasil no Século XXI: uma visão geral da situação atual e os desafios de longo prazo, aspectos micro e macro, e retomada do crescimento. Os participantes dos seminários discutirão questões estruturais da economia brasileira e estratégias para acelerar o crescimento.” O prof. Juarez já mostrou como o gasto público ineficiente e as distorções do sistema tributário criam obstáculos ao crescimento econômico. Antes de entrar no tema que me coube, queria lembrar alguns pontos levantados no último seminário, sobre Capacitação e Progresso Tecnológico que estão diretamente ligados à questão tributária: Os dados do IBGE (PINTEC) mostrados pelo prof. Roberto Vermulm indicavam que apenas 1/3 das empresas brasileiras realizam inovações tecnológicas, e que essa participação varia diretamente com o tamanho da empresa: 75% das grandes empresas realiza inovação enquanto apenas 30% das pequenas o fazem. O nosso sistema tributário desestimula o crescimento das empresas ao estabelecer um regime especial, menos tributado – o festejado SIMPLES - para as que têm abaixo de certo tamanho (vamos voltar a esse ponto mais adiante). Também foi dito que a inovação tecnológica é desestimulada pela dificuldade das empresas internalizarem os ganhos da inovação pelo desrespeito à propriedade industrial e intelectual no Brasil. A pirataria e a concorrência desleal – formas mais comuns que esse desrespeito assume - têm tudo a ver com informalidade e sonegação de impostos (vamos voltar a esse ponto mais adiante) * * * Informalidade * * * * Informalidade * * * * * * * * * * * * * * * * * * Há poucas dúvidas de que precisamos de uma RT para desobstruir a atividade econômica no Brasil e ingressarmos em nova etapa de crescimento. Mas antes é preciso deixar claro que há pré-condições, sem as quais falar em RT cai no vazio, mera discussão acadêmica sem viabilidade de ser concretizada. E que condições são essas? Texto slide Dados os limites de endividamento do governo (que precisa se reduzido para permitir a redução dos juros), o financiamento não-inflacionário com um sistema racional de tributos requer a redução no crescimento dos gastos do governo. Até o Plano Real o governo arrecadava cerca de 25% do PIB em tributos e mais 3% do PIB em impostos inflacionário: os mesmos 28% que se poderia arrecadar hoje com um melhor sistema tributário. * Redução do crescimento, porque corte efetivo no nível absoluto dos gastos é algo muito difícil de se conseguir dadas as carências e os compromissos já assumidos pelo governo. Benefícios previdenciários envolve direitos adquiridos; Dadas as carências sociais, Outros Gastos de Custeio também são dificilmente comprimíveis; Investimentos tem é que aumentar; Redução de juros depende da redução da dívida pública e portanto de redução do déficit público (superávit operacional para reduzir a dívida), pelo menos por certo tempo; Há indicações de que o mercado financeiro considera que uma dívida pública ao redor de 35% do PIB minimiza o risco de não-pagamento pelo governo (seja por razões técnicas ou políticas) e nesse nível relativo de dívida os credores aceitariam uma taxa de juros mais próxima do nível internacional; hoje essa relação está ao redor de 45 a 47% do PIB. Tudo isso tem que ser tratado simultaneamente, para que num prazo de alguns anos estejam criadas as condições para a realização de uma reforma tributária. * Redução do crescimento, porque corte efetivo no nível absoluto dos gastos é algo muito difícil de se conseguir dadas as carências e os compromissos já assumidos pelo governo. Benefícios previdenciários envolve direitos adquiridos; Dadas as carências sociais, Outros Gastos de Custeio também são dificilmente comprimíveis; Investimentos tem é que aumentar; Redução de juros depende da redução da dívida pública e portanto de redução do déficit público (superávit operacional para reduzir a dívida), pelo menos por certo tempo; Há indicações de que o mercado financeiro considera que uma dívida pública ao redor de 35% do PIB minimiza o risco de não-pagamento pelo governo (seja por razões técnicas ou políticas) e nesse nível relativo de dívida os credores aceitariam uma taxa de juros mais próxima do nível internacional; hoje essa relação está ao redor de 45 a 47% do PIB. Tudo isso tem que ser tratado simultaneamente, para que num prazo de alguns anos estejam criadas as condições para a realização de uma reforma tributária. * * * “O Brasil no Século XXI: uma visão geral da situação atual e os desafios de longo prazo, aspectos micro e macro, e retomada do crescimento. Os participantes dos seminários discutirão questões estruturais da economia brasileira e estratégias para acelerar o crescimento.” O prof. Juarez já mostrou como o gasto público ineficiente e as distorções do sistema tributário criam obstáculos ao crescimento econômico. Antes de entrar no tema que me coube, queria lembrar alguns pontos levantados no último seminário, sobre Capacitação e Progresso Tecnológico que estão diretamente ligados à questão tributária: Os dados do IBGE (PINTEC) mostrados pelo prof. Roberto Vermulm indicavam que apenas 1/3 das empresas brasileiras realizam inovações tecnológicas, e que essa participação varia diretamente com o tamanho da empresa: 75% das grandes empresas realiza inovação enquanto apenas 30% das pequenas o fazem. O nosso sistema tributário desestimula o crescimento das empresas ao estabelecer um regime especial, menos tributado – o festejado SIMPLES - para as que têm abaixo de certo tamanho (vamos voltar a esse ponto mais adiante). Também foi dito que a inovação tecnológica é desestimulada pela dificuldade das empresas internalizarem os ganhos da inovação pelo desrespeito à propriedade industrial e intelectual no Brasil. A pirataria e a concorrência desleal – formas mais comuns que esse desrespeito assume - têm tudo a ver com informalidade e sonegação de impostos (vamos voltar a esse ponto mais adiante)
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