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O sitema tributário nacional

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O Sistema Tributário Brasileiro e a Necessidade de Reformas
Maria Helena Zockun 
maio de 2011
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Por que é necessária uma reforma tributária no Brasil?
 reduzir o tamanho da economia informal: quando todos pagam, todos pagam menos
 conferir maior justiça tributária: respeito à capacidade contributiva de cada cidadão
 reduzir as distorções que afetam as decisões dos agentes econômicos: aumentar a eficiência da economia
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A economia informal é formada por aquela parcela das atividades econômicas legais realizadas sem registro, por empresas que podem também atuar na economia formal.
No Brasil, estima-se que cerca de 20% do PIB atue na informalidade, não recolhendo tributos.
I .Informalidade
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A causa básica do fortalecimento da economia informal no Brasil é a combinação de dois fatores:
1.	a elevadíssima carga tributária indireta, contida no preço dos produtos e serviços
2.	o baixo nível de renda da maioria da população brasileira, mas com elevadas aspirações de consumo
 
Informalidade
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Informalidade
Fonte: IBPT, 2010.
Acréscimo de custo pela tributação
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Informalidade
Fonte: IBPT, 2010.
Acréscimo de custo pela tributação
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Informalidade
Fonte: IBPT, 2010.
Acréscimo de custo pela tributação
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Ao não cobrar do consumidor o valor total dos impostos, o preço praticado dá à economia informal vantagem imbatível, muitas vezes não compensável pela maior produtividade, ganhos de escala e melhor tecnologia da empresa que atua inteiramente no mercado formal.
Informalidade
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A maioria dos consumidores não aceita pagar o preço que seria necessário para remunerar os fatores de produção e recolher a totalidade dos tributos que incidem sobre os produtos.
Para recolher 35% do PIB tributando 80% da base, as alíquotas são fixadas na tentativa de extrair 44% do PIB em tributos.
Informalidade
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Evolução da Carga Tributária em % sobre o PIB – Brasil
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Carga tributária atual é incompatível com o estágio de desenvolvimento do País
Carga Tributária X Nível de Desenvolvimento
Fonte: OCDE e RFB.
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Nessas condições, combater a informalidade com mais fiscalização e punição só faria o tamanho do mercado se reduzir: as empresas totalmente formais teriam maior participação em um mercado muito menor.
A solução é reduzir as alíquotas dos tributos indiretos, em montantes significativos.
Depois disso, o aumento da fiscalização e da punição à sonegação seriam necessários para estabelecer novo padrão de comportamento dos agentes econômicos.
Informalidade e a Reforma Tributária
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Propostas do Executivo e Senado enfatizam Tecnologia da Fiscalização, sem redução de alíquotas: 
Substituição Tributária
Nota Fiscal Eletrônica 
Cadastro único dos contribuintes
Escrituração digital fiscal e contábil
Proposta do Senado explicita valor do imposto na nota fiscal: aumentar a consciência do contribuinte
Informalidade e as Propostas
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	49% da arrecadação tributária tem como base de incidência os bens e serviços (IPI, ICMS, PIS/Cofins, ISS, II) que são, por natureza, regressivos.
	A progressividade dos tributos diretos (IR, INSS, IPVA, IPTU, ITR) é insuficiente para evitar que o sistema tributário seja muito regressivo. 
II.Distorções Distributivas
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Estrutura tributária agrava concentração da renda
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Carga tributária atual é incompatível com o estágio de desenvolvimento do País
Fonte: OCDE e RFB.
Carga Tributária x Concentração de Renda
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Distorções Distributivas
48,8
38,0
33,9
32,0
26,3
30,5
Gráf4
		3.0513815764		45.7781729438
		3.4972010178		34.4566843558
		3.748102596		30.182375516
		4.1262537959		27.8660363919
		5.1825720371		26.492848703
		5.9480479784		25.7222173446
		6.798725861		23.6603661248
		6.878561071		21.5653977502
		8.569927376		20.1026587077
		9.8617850667		16.4264066855
direta
indireta
renda mensal familiar
% da renda
Carga Tributária sobre a Renda Total das Famílias em 2004
Plan1
		Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 2004
		
		
		
				direta		indireta		total
		renda mensal familiar
				direta		indireta
		até 2 SM		* 3.1		* 45.8		* 48.8
		2 a 3		* 3.5		* 34.5		* 38.0
		3 a 5		* 3.7		* 30.2		* 33.9
		5 a 6		* 4.1		* 27.9		* 32.0
		6 a 8		* 5.2		* 26.5		* 31.7
		8 a 10		* 5.9		* 25.7		* 31.7
		10 a 15		* 6.8		* 23.7		* 30.5
		15 a 20		* 6.9		* 21.6		* 28.4
		20 a 30		* 8.6		* 20.1		* 28.7
		mais de 30		* 9.9		* 16.4		* 26.3
		
		Fonte dos dados primários: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et. alii (2000); SRF " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado".
		
		* tributos considerados nas POFs: IPI, ICMS, PIS, COFINS ( indiretos); IR. contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU (diretos); ISS.
		elaboração da autora
Plan1
		
direta
indireta
renda mensal familiar
% da renda
Carga Tributária sobre a Renda Total das Famílias em 2004
BIF
		
		Conteúdo Médio de Tributos Indiretos (nominal) nos Gastos Familiares em 2004
										em R$
		tipo de bem ou serviço		despesa média total por família (a)		tributos indiretos contidos na despesa* (b)		carga tributária indireta* (b)/(a)		acréscimo de custo tributário b/(a-b)				Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 1996 e em 2004																		Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 1996 e em 2004
		
														renda mensal familiar		em % da renda familiar												acréscimo de carga tributária (em pontos de percentagem)				renda mensal familiar		em % da renda familiar												acréscimo de carga tributária (em pontos de percentagem)
																tributação direta				tributação indireta				carga tributária total										em 2004						em 1996
		total ou média		$1,549.91		$420.55		27.1%		37.2%						1996		2004		1996		2004		1996		2004								tributação indireta*		tributação direta*		carga tributária total		tributação indireta*		tributação direta*		carga tributária total
		
		alimentação		$304.12		$73.94		24.3%		32.1%
		habitação		$520.22		$164.08		31.5%		46.1%				até 2 SM		* 1.7		* 3.1		* 26.5		* 45.8		* 28.2		* 48.8		20.6				até 2 SM		* 45.8		* 3.1		* 48.8		* 26.5		* 1.7		* 28.2		20.6
		vestuário		$83.21		$28.93		34.8%		53.3%				2 a 3		* 2.6		* 3.5		* 20.0		* 34.5		* 22.6		* 38.0		15.4				2 a 3		* 34.5		* 3.5		* 38.0		* 20.0		* 2.6		* 22.6		15.4
		transporte		$270.16		$59.79		22.1%		28.4%				3 a 5		* 3.1		* 3.7		* 16.3		* 30.2		* 19.4		* 33.9		14.5				3 a 5		* 30.2		* 3.7		* 33.9		* 16.3		* 3.1		* 19.4		14.5
		higiene e cuidados pessoais		$31.80		$23.52		74.0%		284.0%				5 a 6		* 4.0		* 4.1		* 14.0		* 27.9		* 18.0		* 32.0		14.0				5 a 6		* 27.9		* 4.1		* 32.0		* 14.0		* 4.0		* 18.0		14.0
		saúde		$95.14		$9.66		10.2%		11.3%				6 a 8		* 4.2		* 5.2		* 13.8		* 26.5		* 18.0		* 31.7		13.7				6 a 8		* 26.5		* 5.2		* 31.7		* 13.8		* 4.2		* 18.0		13.7
		educação		$59.86		$5.54		9.3%		10.2%				8 a 10		* 4.1		* 5.9		* 12.0		* 25.7		* 16.1		* 31.7		15.6				8 a 10		* 25.7		* 5.9		* 31.7		* 12.0		* 4.1		* 16.1		15.6
		recreação e cultura		$34.95		$12.40		35.5%		55.0%				10 a 15		* 4.6		* 6.8		* 10.5		* 23.7		* 15.1		* 30.5		15.4				10 a 15		* 23.7		* 6.8		* 30.5		* 10.5		* 4.6		* 15.1		15.4
		fumo		$10.20		$9.90		97.0%		3245.1%				15 a 20		* 5.5		* 6.9		* 9.4		* 21.6		* 14.9		* 28.4		13.5				15 a 20		* 21.6		* 6.9		* 28.4		* 9.4		* 5.5		* 14.9		13.5
		serviços pessoais		$14.85		$1.37		9.2%		10.2%				20 a 30		* 5.7		* 8.6		* 9.1		* 20.1		* 14.8		* 28.7		13.9				20 a 30		* 20.1		* 8.6		* 28.7		* 9.1		* 5.7		* 14.8		13.9
		despesas diversas		$40.81		$3.77		9.3%		10.2%				mais de 30		* 10.6		* 9.9		* 7.3		* 16.4		* 17.9		* 26.3		8.4				mais de 30		* 16.4		* 9.9		* 26.3		* 7.3		* 10.6		* 17.9		8.4
		aquisição e reforma de imóvel		$84.59		$27.66		32.7%		48.6%
		Fonte: IBGE, POF 2002/3; SRF op.cit.												Fonte dos dados primários: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et. alii (2000); SRF " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre
o Valor Agregado".																		Fonte dos dados primários: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et. alii (2000); SRF " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado".
		elaboração da autora.
														* tributos considerados nas POFs: IPI, ICMS, PIS, COFINS ( indiretos); IR. contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU (diretos); ISS.																		* tributos considerados nas POFs: IPI, ICMS, PIS, COFINS ( indiretos); IR. contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU (diretos); ISS.
														elaboração da autora																		elaboração da autora
preço e carga sem ISS
				Impacto da ReformaTributária																		Impacto da Proposta de Reforma Tributária sobre Preços
		
																em % da renda familiar						tipo de bem ou serviço		variação média potencial de preços
				renda mensal familiar		situação atual						situação proposta						diferença de carga tributária
						tributação indireta		tributação direta		carga tributária total		tributação indireta		tributação direta		carga tributária total
																						alimentação		-15.2%
																						habitação		-23.3%
				até 2 SM		45.8%		3.1%		48.8%		14.8%		17.0%		31.8%		-17.0%				vestuário		-26.9%
				2 a 3		34.5%		3.5%		38.0%		11.2%		17.0%		28.2%		-9.7%				transporte		-12.8%
				3 a 5		30.2%		3.7%		33.9%		9.9%		17.0%		26.9%		-7.0%				higiene e cuidados pessoais		-70.8%
				5 a 6		27.9%		4.1%		32.0%		9.2%		17.0%		26.2%		-5.8%				saúde		0.6%
				6 a 8		26.5%		5.2%		31.7%		8.8%		17.0%		25.8%		-5.9%				educação		1.6%
				8 a 10		25.7%		5.9%		31.7%		8.6%		17.0%		25.6%		-6.0%				recreação e cultura		-27.7%
				10 a 15		23.7%		6.8%		30.5%		7.9%		17.0%		24.9%		-5.6%				fumo		-96.7%
				15 a 20		21.6%		6.9%		28.4%		7.4%		17.0%		24.4%		-4.0%				serviços pessoais		1.6%
				20 a 30		20.1%		8.6%		28.7%		6.8%		17.0%		23.8%		-4.9%				despesas diversas		1.6%
				mais de 30		16.4%		9.9%		26.3%		5.6%		17.0%		22.6%		-3.7%				aquisição e reforma de imóvel		-24.6%
																						média		-18.4%
				total ou média		23.5%		7.2%		30.7%		7.6%		17.0%		24.6%		-6.1%				Nota: admitindo que toda redução de tributo seja repassada aos preços.
				Fonte dos dados primários: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003; Secretaria da Receita Federal, " A Progressividade no Consumo - Tributação Cumulativa e sobre o Valor Agregado", s/d.
																						ICMS, IPI, PIS, COFINS
*
*
renúncia fiscal com finalidade distributiva beneficia famílias de qualquer nível de renda,
além de interferir na escolha do consumidor
desoneração da cesta básica desconhece que pobres também consomem roupa, eletrodomésticos, bebida, fumo, usam celular, etc.
 pobres dos estados mais pobres têm cesta básica mais tributada (pelo ICMS) do que os pobres dos estados mais ricos
Distorções Distributivas
*
*
Distorções Distributivas
Gráf14
		30.1		25.8
		15.9		13.3
		9.9		10.4
		7.1		7.3
R. M. Belém
R. M. São Paulo
Renda Familiar Total
% da renda familiar
Carga Tributária Indireta sobre a Renda das Famílias
Plan1
		
		
		partes e peças nacionais		51.7
		partes e peças importadas		39.2
		custo de transformação		9.1
		impostos		64.6
		imposto de importação		7.8
		IPI		16.2
		ICMS		25.4
		PIS Cofins		15.2
Maria Helena:
Plan1
		51.7
		39.2
		9.1
		64.6
Plan4
		
Plan5
		
Plan6
		
Plan2
		
		Materiais de limpeza		Materiais de Construção								Acréscimo de custo pela tributação em % do custo sem impostos
												tijolo		15
		feijão		22		$54.00						feijão		22
		frango		22								frango		22
		carne bovina		23								bovina		23
		iogurte		32								iogurte		32
		sal		42								automóvel 1.0		41
		remédios		44								sal		42
		achocolatado		51								remédios		44
		farinha de trigo		53								achocolatado		51				vaso sanitário		65
		biscoito		54								farinha de trigo		53				saco de cimento		65
		macarrão		54								biscoito		54				lata de tinta		65
		ervilha		56								macarrão		54				tijolo		15
		café		58								ervilha		56
		molho de totate		58								toalha de banho		57
		óleo		59								café		58
		margarina		59								molho de totate		58
		milho verde		60								óleo		59
		leite UHT		61								margarina		59
		açúcar		68								milho verde		60
		água sanitária		61		70						lençol		60
		desinfetante		61								cobertor		60
		detergente		68								água sanitária		61
		sabão em pedra		68								desinfetante		61
		sapólio		68								TV 29 '		61
		refresco em pó		62								DVD		61
		sabonete		72								Som Micro System		61
		sabão em pó		73								leite UHT		61
		amaciante		76								refresco em pó		62
		álcool		76								vaso sanitário		65
		telefone		68								saco de cimento		65
		água 1,5 litros		82								lata de tinta		65
		energia elétrica		85								detergente		68
		refrigerante em lata		89								sabão em pedra		68
		automóvel 1.0		41								sapólio		68
		toalha de banho		57								açúcar		68
		lençol		60								telefone		68
		cobertor		60								sabonete		72
		TV 29 '		61								sabão em pó		73
		DVD		61								amaciante		76
		Som Micro System		61								álcool		76
		gasolina		133								água 1,5 litros		82
		cerveja		127								energia elétrica		85
		cigarro		446								refrigerante em lata		89
		pinga		491								cerveja		127
												gasolina		133
												cigarro		446
												pinga		491
		Bens de Consumo Durável
		Mercearia
		Enlatados
		Carnes
		Bebidas
		Cama Mesa e Banho
		Serviços de Utilidade Pública
		Outros
Plan2
		
em % do custo sem impostos
Acréscimo de custo pela tributação
Plan3
		
em % do custo sem impostos
Acréscimo de custo pela tributação
		
em % do custo sem impostos
Acréscimo de custo pela tributação
		
										Região Metropolitana		Renda familiar total
		
												Até 2 SM		de 5 a 6 SM		de 10 a 15 SM		+ 30 SM
										R. M. Belém		30.1		15.9		9.9		7.1
										R. M. São Paulo		25.8		13.3		10.4		7.3
		
R. M. Belém
R. M. São Paulo
Renda Familiar Total
% da renda familiar
Carga Tributária Indireta sobre a Renda das Famílias
*
*
Para reduzir as distorções distributivas, uma reforma tributária deveria reduzir os impostos sobre o consumo, 
Os impostos sobre o consumo deveriam ter alíquotas uniformes e reduzidas
Uma Reforma Tributária que reduza as distorções distributivas requer rearranjo nas bases tributáveis, substituindo impostos indiretos sobre o consumo por impostos diretos sobre a renda
Distorções Distributivas e a Reforma Tributária
*
*
Distorções Distributivas e as Propostas em Discussão
Propostas do Executivo e Senado propõem várias alíquotas no imposto indireto, sendo as mais baixas sobre os bens e serviços de consumo popular 
Proposta do Executivo reduz contribuições patronais ao INSS sobre folha e aumenta IVA-F: pode agravar regressividade
Proposta do Senado substitui por IRPJ o PIS/Cofins do setor financeiro (e não IVA): pode atenuar regressividade
*
*
III.Distorções Alocativas
Conteúdo de tributos nas exportações reduz a competitividade da produção nacional
Conteúdo de tributos nos bens de capital aumenta o custo do investimento, reduz o retorno do capital e desestimula o investimento
Regimes tributários especiais tributam mesmos produtos com alíquotas diferentes, distorcendo as condições da concorrência
Custo muito elevado para cumprir as obrigações com o fisco
*
*
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 2010
Quantidade de normas tributárias
Das normas editadas em 22 anos, estão em vigor apenas 7,4%.
*
*
“Uma empresa média precisa seguir 3.422 normas tributárias, que envolvem: 38.429 artigos, 89.540 parágrafos, 286.296 incisos e 37.660 alíneas: são 5,9 km de papel impresso em formato A4 e letra Arial 12.” (IBPT 2010) 
“No Brasil, uma empresa média gasta 2.600 horas/ano para cumprir suas obrigações com o Fisco, o maior tempo entre 183 países.” (Banco Mundial, 2011)
“As empresas
gastam cerca de R$ 42 bilhões por ano para manter pessoal, sistemas e equipamentos no acompanhamento das modificações da legislação tributária.” (IBPT 2010)
A posição do Brasil na facilidade de fazer negócios piorou: entre 183 países, passamos do 113º em 2006 para o 129º lugar em 2009: na facilidade de pagar impostos ocupamos a 150ª posição. (Banco Mundial, 2010)
*
*
*
Complexidade e Custo para Pagar Tributos
Fonte primária: World Bank and Price Waterhouse Coopers, Paying Taxes 2008.
Impostos compreendem também contribuições e taxas. 23 dos 177 Países pesquisados exigem mais de 500 horas/ano para pagar impostos.
*
*
Problemas no ICMS
guerra fiscal e dificuldades operacionais da adoção do princípio de destino
disputa para recuperar parte da isenção concedida pela Lei Kandir
não desoneração imediata dos investimentos (48 meses)
acumulação de créditos gerados pelas exportações e pelos investimentos 
Distorções Alocativas
*
*
prazo longo para aproveitamento do crédito nos investimentos (24 meses): custo financeiro do tributo
regime não-cumulativo não abrange todos os setores e empresas: muitos setores no regime cumulativo
Distorções Alocativas
Problemas no PIS/Cofins não cumulativo
*
*
setores mantidos no regime cumulativo continuam com investimentos tributados
alíquotas no regime não-cumulativo foram fixadas em nível mais elevado do que o necessário para manter a arrecadação
Problemas no PIS/Cofins não cumulativo (cont)
Distorções Alocativas
*
*
Para desonerar exportações e investimentos, a tributação indireta deve incidir apenas sobre o consumo
Para eliminar a guerra fiscal, a tributação indireta deveria ser federal (dada a dificuldade de consenso entre os estados)
Um único regime tributário, sem exceções
Distorções Alocativas e a Reforma Tributária
*
*
Distorções Alocativas e as Propostas em Discussão
O principal objetivo das Propostas do Executivo e do Senado é reduzir as Distorções Alocativas:
simplificação
desonerar exportações e investimentos
coibir guerra fiscal
*
*
A Proposta do Executivo
 cria IVA Federal em substituição do PIS/Pasep, Cofins, CIDE, CSLL, salário–educação (alíquota por dentro)
 IVA F passa a ser compartilhado com estados e Municípios, ao lado do IPI e IR
 ICMS
regulação única, elaborada pelo Confaz
alíquota interestadual reduzida a 2% (aumenta arrecadação no estado de destino)
estimula substituição tributária no estado de origem, NFe e transferência por Câmara de Compensação
*
*
A Proposta do Executivo (cont.)
 ICMS (cont.)
FER – fundo de equalização de receitas durante 15 anos para compensar estados perdedores. Inaplicável se:
estado perdedor não aumentar alíquotas internas nos casos previstos
não implementar a NF-e
*
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A Proposta do Executivo - eficácia
 sobre simplificação (IVA federal = Pis/Cofins; ICMS-Confaz)
 sobre desoneração das X (acumulação de créditos) e I (7 anos)
 sobre guerra fiscal (alíquota interestadual do ICMS, Câmara compensação)
*
*
cria IVA nacional pela fusão do ICMS, IPI, PIS/Pasep, Cofins, Fundo de desenvolvimento tecnológico das telecomunicações, Fundo de universalização das telecomunicações
A Proposta do Senado
*
*
A Proposta do Senado - eficácia
 sobre simplificação (IVA nacional = Pis, Cofins, IPI, ICMS)
 sobre desoneração das X e I (imediata)
 sobre guerra fiscal (cobrança na origem, repasse pela rede bancária)
*
*
O Sistema Tributário Brasileiro e a Necessidade de Reformas
Maria Helena Zockun 
maio de 2011
*
“O Brasil no Século XXI: uma visão geral da situação atual e os desafios de longo prazo, aspectos micro e macro, e retomada do crescimento. Os participantes dos seminários discutirão questões estruturais da economia brasileira e estratégias para acelerar o crescimento.”
O prof. Juarez já mostrou como o gasto público ineficiente e as distorções do sistema tributário criam obstáculos ao crescimento econômico. 
Antes de entrar no tema que me coube, queria lembrar alguns pontos levantados no último seminário, sobre Capacitação e Progresso Tecnológico que estão diretamente ligados à questão tributária: 
Os dados do IBGE (PINTEC) mostrados pelo prof. Roberto Vermulm indicavam que apenas 1/3 das empresas brasileiras realizam inovações tecnológicas, e que essa participação varia diretamente com o tamanho da empresa: 75% das grandes empresas realiza inovação enquanto apenas 30% das pequenas o fazem. O nosso sistema tributário desestimula o crescimento das empresas ao estabelecer um regime especial, menos tributado – o festejado SIMPLES - para as que têm abaixo de certo tamanho (vamos voltar a esse ponto mais adiante).
Também foi dito que a inovação tecnológica é desestimulada pela dificuldade das empresas internalizarem os ganhos da inovação pelo desrespeito à propriedade industrial e intelectual no Brasil. A pirataria e a concorrência desleal – formas mais comuns que esse desrespeito assume - têm tudo a ver com informalidade e sonegação de impostos (vamos voltar a esse ponto mais adiante)
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Informalidade
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Informalidade
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Há poucas dúvidas de que precisamos de uma RT para desobstruir a atividade econômica no Brasil e ingressarmos em nova etapa de crescimento. 
Mas antes é preciso deixar claro que há pré-condições, sem as quais falar em RT cai no vazio, mera discussão acadêmica sem viabilidade de ser concretizada.
E que condições são essas? Texto slide
Dados os limites de endividamento do governo (que precisa se reduzido para permitir a redução dos juros), o financiamento não-inflacionário com um sistema racional de tributos requer a redução no crescimento dos gastos do governo. 
Até o Plano Real o governo arrecadava cerca de 25% do PIB em tributos e mais 3% do PIB em impostos inflacionário: os mesmos 28% que se poderia arrecadar hoje com um melhor sistema tributário.
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Redução do crescimento, porque corte efetivo no nível absoluto dos gastos é algo muito difícil de se conseguir dadas as carências e os compromissos já assumidos pelo governo.
Benefícios previdenciários envolve direitos adquiridos;
Dadas as carências sociais, Outros Gastos de Custeio também são dificilmente comprimíveis;
Investimentos tem é que aumentar;
Redução de juros depende da redução da dívida pública e portanto de redução do déficit público (superávit operacional para reduzir a dívida), pelo menos por certo tempo;
Há indicações de que o mercado financeiro considera que uma dívida pública ao redor de 35% do PIB minimiza o risco de não-pagamento pelo governo (seja por razões técnicas ou políticas) e nesse nível relativo de dívida os credores aceitariam uma taxa de juros mais próxima do nível internacional; hoje essa relação está ao redor de 45 a 47% do PIB.
Tudo isso tem que ser tratado simultaneamente, para que num prazo de alguns anos estejam criadas as condições para a realização de uma reforma tributária.
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Redução do crescimento, porque corte efetivo no nível absoluto dos gastos é algo muito difícil de se conseguir dadas as carências e os compromissos já assumidos pelo governo.
Benefícios previdenciários envolve direitos adquiridos;
Dadas as carências sociais, Outros Gastos de Custeio também são dificilmente comprimíveis;
Investimentos tem é que aumentar;
Redução de juros depende da redução da dívida pública e portanto de redução do déficit público (superávit operacional para reduzir a dívida), pelo menos por certo tempo;
Há indicações de que o mercado financeiro considera que uma dívida pública ao redor de 35% do PIB minimiza o risco de não-pagamento pelo governo (seja por razões técnicas ou políticas) e nesse nível relativo de dívida os credores aceitariam uma taxa de juros mais próxima do nível internacional; hoje essa relação está ao redor de 45 a 47% do PIB.
Tudo isso tem que ser tratado simultaneamente, para que num prazo de alguns anos estejam criadas as condições para a realização de uma reforma tributária.
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“O Brasil no Século XXI: uma visão geral da situação atual e os desafios de longo prazo, aspectos
micro e macro, e retomada do crescimento. Os participantes dos seminários discutirão questões estruturais da economia brasileira e estratégias para acelerar o crescimento.”
O prof. Juarez já mostrou como o gasto público ineficiente e as distorções do sistema tributário criam obstáculos ao crescimento econômico. 
Antes de entrar no tema que me coube, queria lembrar alguns pontos levantados no último seminário, sobre Capacitação e Progresso Tecnológico que estão diretamente ligados à questão tributária: 
Os dados do IBGE (PINTEC) mostrados pelo prof. Roberto Vermulm indicavam que apenas 1/3 das empresas brasileiras realizam inovações tecnológicas, e que essa participação varia diretamente com o tamanho da empresa: 75% das grandes empresas realiza inovação enquanto apenas 30% das pequenas o fazem. O nosso sistema tributário desestimula o crescimento das empresas ao estabelecer um regime especial, menos tributado – o festejado SIMPLES - para as que têm abaixo de certo tamanho (vamos voltar a esse ponto mais adiante).
Também foi dito que a inovação tecnológica é desestimulada pela dificuldade das empresas internalizarem os ganhos da inovação pelo desrespeito à propriedade industrial e intelectual no Brasil. A pirataria e a concorrência desleal – formas mais comuns que esse desrespeito assume - têm tudo a ver com informalidade e sonegação de impostos (vamos voltar a esse ponto mais adiante)

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