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Pesquisa em Serviço Social

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Prévia do material em texto

2016
Pesquisa em serviço 
social
Prof.ª Denise da Silva Vieira 
Prof.ª Luiza Maria Lorenzini Gerber
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Denise da Silva Vieira 
Prof.ª Luiza Maria Lorenzini Gerber
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
361.3072081
V657p Vieira; Denise da Silva
 Pesquisa em serviço social/ Denise da Silva Vieira; Luiza Maria 
Lorenzini Gerber : UNIASSELVI, 2016.
 237 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-975-6
 1. Serviço social – Pesquisa - Brasil.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
III
aPresentação
Prezado acadêmico!
Bem-vindo aos estudos de Pesquisa em Serviço Social!
Ao pensarmos em pesquisa, em um primeiro momento relembramos 
dos velhos trabalhos escolares nos quais, na maioria das vezes, após uma 
leitura superficial, fazíamos cópias, agrupávamos ideias em um texto, 
organizávamos uma “capa” e tínhamos finalizada a “pesquisa”.
Mas será que esse processo é pesquisar? 
Não, a pesquisa vai muito além de tudo isso.
Através deste livro vamos estudar o significado da pesquisa e, em 
especial, da Pesquisa Social. Vamos rever conceitos e adentrar ao mundo da 
pesquisa acadêmica, que irá de agora em diante influenciar sua maneira de 
pensar e refletir significativamente na sua formação como assistente social, 
que você, caro acadêmico, planeja ser, uma vez que estuda Serviço Social.
Neste sentido, observamos que no cotidiano da vida social, homens 
e mulheres organizam/sistematizam suas vidas sob a influência do que 
apreenderam no convívio familiar, social, comunitário e/ou religioso. As 
pessoas em diferentes espaços geográficos e sociais engendram processos 
para organizar suas vidas baseados nas vivências e no aprendizado formal.
Assim, as diferentes gerações através de diferentes maneiras e/ou 
narrativas transmitiam seus saberes, seus conhecimentos. Esses saberes, 
esses conhecimentos nos cercam e refletem na nossa organização doméstica, 
nas maneiras de executar determinado trabalho, nos hábitos cotidianos, no 
estilo de vida, no paladar, no senso estético, nas questões religiosas, entre 
outros aspectos.
E por que isso ocorre?
Não somos detentores do conhecimento por nascença, pelo contrário, 
adquirimos experiência conforme ocorre nosso crescimento, seja de maneira 
etária, a partir dos avanços da idade, ou como indivíduo que vive em 
sociedade. Antes de irmos, por conta própria ou porque o cotidiano nos 
direciona, em busca de novos saberes, fica em evidência o conhecimento 
denominado popular. 
IV
Desde os primórdios os conhecimentos acumulados e repassados 
de geração em geração têm grande influência nos moldes da humanidade. 
São os valores que tanto você, acadêmico, quanto os povos do outro lado 
do mundo adquirem por meio de narrativas dos antepassados, hábitos, 
costumes culturais e religiosos etc.
Porém, não é somente pelas experiências de gerações que se constrói 
e evolui uma sociedade. Apesar de esse modelo de repasse de conhecimento 
ainda existir e ter predominado durante muito tempo, houve um momento 
histórico, durante a evolução da humanidade, em que surgiram novas 
formas de aprender, experimentar e comprovar. Foi quando avançou o 
conhecimento sistematizado através de um treinamento específico, racional, 
no qual os fenômenos observados começaram a ser explicados em seus 
“porquês” e “como” ocorriam.
Iniciou-se, então, uma tentativa de evidenciar fatos/fenômenos 
correlacionados a uma visão mais ampliada do mundo, mais global, isto é, 
o fenômeno sendo visto por diferentes ângulos e “olhares”. Essa diferença 
nos “olhares” para com os fenômenos é que fez a humanidade transpor do 
conhecimento popular para o conhecimento científico. Ou seja, trocou-se o 
conhecimento “comprovado” apenas por crendices para o conhecimento 
experimentado e colocado à prova de existência.
Hoje, é na pesquisa que a percepção e a acuidade desses “olhares” 
mais avançados encontram âncoras. São os novos saberes, para a construção 
do conhecimento, que direcionam a vivência e a inteligência humana e 
tecnológica.
Dito isso, prezado estudante, iremos neste livro adentrar ao mundo 
da Pesquisa Social para que, conhecendo-a, você tenha habilidades técnicas, 
éticas e políticas para exercitá-la na sua formação acadêmica e, principalmente, 
na sua atuação futuro como assistente social.
Bons estudos!
Prof.ª Denise da Silva Vieira 
Prof.ª Luiza Maria Lorenzini Gerber
APRESENTAÇÃO DAS AUTORAS
Denise da Silva Vieira é assistente social (CRESS n° 3780 12° Região/
SC), graduada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), especialista 
em Gestão da Política de Assistência Social pela Faculdade SPEI/PR, atua 
junto à Política de Assistência Social no município de Blumenau/SC, é docente 
(interna) do curso de Serviço Social da UNIASSELVI desde 2012.
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Luiza Maria Lorenzini Gerber é assistente social (CRESS nº 0968 12 
R/SC), graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (USFC), tem 
especialização em Serviço Social no Trabalho pela mesma universidade e 
em Administração Pública pela Universidade para o Desenvolvimento do 
Estado de Santa Catarina (UDESC); é mestre em Serviço Social pela UFSC, 
atuou profissionalmente junto à Previdência Social e Saúde, é tutora 
externa de Serviço Social do Polo MBS – UNIASSELVI de Florianópolis/
SC desde 2010.
NOTA
VI
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VII
VIII
IX
UNIDADE 1 – A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES ...................................................... 1
TÓPICO 1 – O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA ........................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O CONHECIMENTO – CONCEITOS .............................................................................................. 4
3 OS DIFERENTES CAMINHOS PARA A PRODUÇÃODO CONHECIMENTO 
CIENTÍFICO ......................................................................................................................................... 8
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 10
4 A CIÊNCIA – CONCEITOS, PARTICULARIDADES E LIMITES.............................................. 13
5 A CIÊNCIA COMO ÂNCORA PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ............... 15
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 – A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES ......................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 21
2 CONCEITOS .......................................................................................................................................... 21
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 25
3 FINALIDADES DA PESQUISA ........................................................................................................ 26
4 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................................... 29
5 O SERVIÇO SOCIAL: DE UM PROCESSO DE TRABALHO INTERVENTIVO PARA 
 UM PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DA PESQUISA 
SOCIAL ................................................................................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 44
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 45
TÓPICO 3 – MÉTODOS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS ....................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 47
2 AS CIÊNCIAS SOCIAIS ...................................................................................................................... 48
3 O MÉTODO CIENTÍFICO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS – CONCEITOS ................................... 48
4 MÉTODO INDUTIVO ........................................................................................................................ 50
5 MÉTODO DEDUTIVO ........................................................................................................................ 51
6 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO ............................................................................................ 53
7 MÉTODO DIALÉTICO ....................................................................................................................... 54
7.1 AS LEIS DA DIALÉTICA ................................................................................................................ 55
8 MÉTODO FENOMENOLÓGICO .................................................................................................... 56
9 O MÉTODO DE MARX – A TEORIA, MÉTODO E PESQUISA ................................................ 57
10 O MÉTODO E OS MÉTODOS ........................................................................................................ 62
10.1 MÉTODO HISTÓRICO ................................................................................................................. 64
10.2 MÉTODO COMPARATIVO ......................................................................................................... 65
10.3 MÉTODO MONOGRÁFICO ........................................................................................................ 66
10.4 MÉTODO ESTATÍSTICO .............................................................................................................. 67
10.5 MÉTODO TIPOLÓGICO .............................................................................................................. 67
10.6 MÉTODO FUNCIONALISTA ...................................................................................................... 68
sumário
X
10.7 MÉTODO ESTRUTURALISTA .................................................................................................... 69
10.8 MÉTODO ETNOGRÁFICO .......................................................................................................... 70
10.9 MÉTODO CLÍNICO ...................................................................................................................... 71
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 75
TÓPICO 4 – A PESQUISA SOCIAL ..................................................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 77
2 CONCEITOS E FINALIDADES ........................................................................................................ 77
3 O PESQUISADOR, SEU PAPEL E LIMITES ÉTICOS .................................................................. 83
4 AS ETAPAS METODOLÓGICAS DA PESQUISA SOCIAL ....................................................... 88
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 92
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 95
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 97
UNIDADE 2 – SUBSÍDIOS DA PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ........................................... 99
TÓPICO 1 – PESQUISA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NO SERVIÇO 
 SOCIAL .............................................................................................................................101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 RESGATE HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL E A RELAÇÃO COM A PESQUISA .......102
2.1 DÉCADA DE 1980 .........................................................................................................................102
2.2 DÉCADA DE 1990 .........................................................................................................................103
3 RELEVÂNCIA DA PESQUISA NO SERVIÇO SOCIAL ............................................................106
4 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA PARA O SERVIÇO SOCIAL .......................................108
5 RETORNO DAS PESQUISAS PARA O SERVIÇO SOCIAL .....................................................109
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................114
TÓPICO 2 – PESQUISA SOCIAL E ÉTICA PROFISSIONAL ......................................................115
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115
2 CONCEITOS DE ÉTICA ...................................................................................................................1163 ÉTICA E O SABER – BIOÉTICA .....................................................................................................118
4 ÉTICA NA PESQUISA E O SERVIÇO SOCIAL ...........................................................................119
5 CENTRALIDADE DOS SUJEITOS NAS PESQUISAS EM SERVIÇO SOCIAL ...................122
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................126
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................127
TÓPICO 3 – ATRIBUIÇÃO E COMPETÊNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL 
 PESQUISADOR ..............................................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O ATO DE PESQUISAR ...............................................129
3 TORNANDO-SE UM PESQUISADOR ..........................................................................................131
4 COMPETÊNCIA NO ATO DE PESQUISAR .................................................................................132
5 PESQUISAS: QUALITATIVA E QUANTITATIVA ......................................................................134
5.1 PESQUISA QUALITATIVA ..........................................................................................................135
5.2 PESQUISA QUANTITATIVA .......................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................141
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................142
XI
TÓPICO 4 – ELEMENTOS DE UM PROJETO DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ........143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 O PROJETO DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL .................................................................144
3 CARACTERÍSTICAS DO PROJETO DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ......................148
4 COLETA DE DADOS DA PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ................................................151
5 RESULTADOS DA PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ............................................................155
5.1 ANALISANDO OS DADOS .........................................................................................................155
5.2 ELABORANDO O RELATÓRIO DE PESQUISA NO SERVIÇO SOCIAL ............................157
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................164
UNIDADE 3 – RELATÓRIO DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL: PLANEJAMENTO, 
EXECUÇÃO E RESULTADOS .................................................................................165
TÓPICO 1 – RETOMANDO OS DADOS DE UM PROJETO DE PESQUISA EM 
 SERVIÇO SOCIAL .........................................................................................................167
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167
2 ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA ....................................................................167
3 O QUE É O PROBLEMA DE PESQUISA, JUSTIFICATIVA E HIPÓTESES ..........................170
3.1 PROBLEMA DE PESQUISA .........................................................................................................171
3.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA .................................................................................................173
3.3 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES ...............................................................................................174
4 METODOLOGIA E CRONOGRAMA DA PESQUISA SOCIAL .............................................177
4.1 METODOLOGIA ...........................................................................................................................177
4.2 CRONOGRAMA DE PESQUISA SOCIAL ................................................................................179
5 RECURSOS E REFERÊNCIAS DE PESQUISA SOCIAL ............................................................180
5.1 RECURSOS .....................................................................................................................................180
5.2 REFERÊNCIAS DE PESQUISA SOCIAL....................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................187
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................188
TÓPICO 2 – AMOSTRAGEM NA PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ....................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................189
2 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DA AMOSTRAGEM ...........................................................189
3 TIPOS DE AMOSTRAGEM .............................................................................................................190
4 AMOSTRAS PROBABILÍSTICAS ..................................................................................................191
5 AMOSTRAS NÃO PROBABILÍSTICAS .......................................................................................193
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................196
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................197
TÓPICO 3 – TRABALHO DE CAMPO: INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS..........199
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................199
2 DEFINIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................199
3 INSTRUMENTOS: A ENTREVISTA ..............................................................................................200
4 A OBSERVAÇÃO ................................................................................................................................203
5 O QUESTIONÁRIO ...........................................................................................................................206
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................211
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................212
XII
TÓPICO 4 – ANÁLISE DOS DADOS E ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO ............................213
DE PESQUISA ........................................................................................................................................213
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................213
2 DEFININDO ANÁLISE DOS DADOS ..........................................................................................213
3 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ........................................................................2144 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE DADOS ...........................................................................................217
5 REDIGINDO O RELATÓRIO DE PESQUISAS ...........................................................................219
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................224
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................229
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................230
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................231
1
UNIDADE 1
A PESQUISA E SUAS 
PARTICULARIDADES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender o conceito de ciência;
• relacionar os conceitos de ciência, conhecimento e saber;
• compreender a importância da pesquisa no meio acadêmico;
• estudar e analisar os diferentes métodos de pesquisas utilizados nas 
ciências sociais;
• conhecer os conceitos e a classificação da pesquisa social relacionando sua 
importância para o Serviço Social.
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos e, ao final de cada um deles, 
você realizará atividades para fixar seus conhecimentos.
TÓPICO 1 – O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
TÓPICO 2 – A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES
TÓPICO 3 – MÉTODOS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS
TÓPICO 4 – A PESQUISA SOCIAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A 
CIÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iremos estudar o conhecimento, como este foi sendo 
sistematizado pela humanidade no decorrer dos tempos através da capacidade 
humana de pensar.
Esta complexa ação, associada aos sentidos humanos (audição, olfato, 
visão, tato e paladar) proporciona aos humanos a inquietude que não conforma; 
que os leva a buscar soluções para os fenômenos que vivenciam e que num 
primeiro momento não têm respostas.
De maneira exata não se pode afirmar onde se iniciou a produção do 
conhecimento e qual foi a primeira pessoa a significá-lo, contudo a tradição do 
Ocidente marca a Grécia como o locus deste primeiro momento.
Ao longo da história grega, pensadores se destacaram, deixando seu 
legado para a humanidade:
• Sócrates (470 a 399 a.C.);
• Platão (427 a 347 a.C.);
• Aristóteles (384 a 322 a.C.).
NOTA
Esses três filósofos foram os inauguradores da filosofia ocidental, como a que 
concebemos ainda hoje em muitos aspectos. O período em que Sócrates, Platão e Aristóteles 
despontaram é considerado como o período áureo da Filosofia, dada a imensa contribuição 
deles para o avanço do pensamento filosófico.
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
4
Antes de se falar de Sócrates, Platão e Aristóteles, é imprescindível, também, abordar sobre 
os sofistas, que foram pensadores contemporâneos a Sócrates e, juntamente com ele, 
foram os primeiros a falar sobre as questões morais dentro do âmbito filosófico. Os sofistas 
eram pensadores que realizavam viagens de cidade em cidade e, através de discursos 
públicos, atraíam jovens discípulos, os quais pagavam taxas por essa educação recebida. 
Apesar de serem pessoas muito refutadas por outros filósofos, como Aristóteles, por 
exemplo, os sofistas exerceram um grande papel para a evolução histórica da Filosofia.
As obras de Sócrates, Platão e Aristóteles serviram de base para toda a Filosofia na Idade 
Média, Renascentista, Idade Moderna e Contemporânea.
Grandes filósofos, de várias épocas da história, têm suas bases nesses três pais da filosofia 
ocidental.
Homens como Gregório, Tertuliano Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, no período 
entre a Filosofia Medieval e início da Renascença. Outros como os iluministas Rousseau, 
Diderot, Voltaire e Descartes e alguns mais recentes como Auguste Comte, Immanuel 
Kant, David Hume, Friedrich Nietzsche, Michel Foucault etc.
FONTE: Disponível em: <http://origem-da-filosofia.info/socrates-platao-e-aristoteles.html>. 
Acesso em: 22 dez. 2015.
2 O CONHECIMENTO – CONCEITOS
A palavra conhecimento tem vários significados. De acordo com o 
Dicionário Aurélio Online (2015), pode ser:
1 Ato ou efeito de conhecer.
2 Noção.
3 Notícia, informação.
4 Experiência.
5 Ideia.
6 Relações entre pessoas não íntimas.
7 Trato.
8 Recibo de contribuição paga.
9 Escrito representativo da fazenda recebida a bordo de um navio.
10 Ter perfeito conhecimento de si próprio, dos próprios méritos, do 
caráter próprio.
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
5
11 Instrução, saber.
12 Pessoas das nossas relações.
13 Conhecimento de causa: competência ou sabedoria em relação a um 
assunto ou a um fato. 
Para Costa (2001, p. 2), “conhecer é apropriar-se mentalmente de algo”, o 
conhecer está ligado à memória, quando a ativamos, as imagens mentais de algo 
vêm à tona. 
 
Então, novas ideias, novos conceitos ativam nosso sistema mental e nos 
fazem “apropriar” este novo conceito, o que nos leva ao conhecimento. Costa 
(2001) também se refere ao repertório que é a acumulação de informações e 
experiências vividas por uma pessoa no decorrer de sua vida. O autor se refere ao 
arsenal no qual a pessoa orienta-se quando percebe ou se depara com algo novo e 
se dá conta de que “não tem repertório” para tal, isto é, não viveu e/ou apreendeu 
tal fenômeno. Passa então a interrogar-se em busca de solução.
 
O repertório é individual, cada ser tem diferentes modos, maneiras de 
sentir e viver experiências.
Assim, “conhecer é mais do que ter na memória um conjunto de 
informações: é conseguir fazer com que essas informações se transformem em 
prática e sejam úteis sob a perspectiva pessoal, profissional, social ou política” 
(COSTA, 2001, p. 4).
Importante sinalizar que o ser humano não é passivo ao receber toda esta 
gama de informações, ele é racional e, neste sentido, infere sobre a informação 
sua reflexão crítica acerca do fenômeno novo com o qual se depara.
Isto quer dizer que “o processo de aquisição (produção) de conhecimento 
não é passivo (“bancário” – como diria Paulo Freire), ele é produto de reflexão 
crítica sobre os incontáveis itens que compõem a natureza, bem como sobre as 
inúmeras relações que se estabelecem entre esses itens” (COSTA, 2001, p. 4).
No Serviço Social, Aglair Alencar Setúbal, em sua obra Pesquisa em Serviço 
Social – Utopia e realidade (2013), também reflete sobre o conhecimento e a ação 
humana sobre a natureza, ação que transforma e está em contínuo movimento.
Ao considerarmos o conhecimento como forma de se expressar do 
homem no decorrer da sua história, vemos que, desde os primórdios 
da humanidade, ele foi sendo construído na relação entre os 
homens e destes com os objetos da natureza. O conhecimento foi se 
desenvolvendo à medida que as próprias ações humanas expandiam-
se em decorrência do surgimento e crescimento das necessidades 
estimuladas pelas experiências sociais, muitas das quais impostas 
pelos sistemas de produção determinantes das relações sociais de cada 
época. É certo que as condições e formas pelas quais o conhecimento 
foi e é elaborado, e as finalidades para as quais se destina, variam, 
dando origem às especulações filosóficas e teóricas que distam desde 
a Grécia antiga (século VI – I a.C) [...] Esses diferentes entendimentos 
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
6
fazem-nos perceber que a ação do homem não é apenas determinada 
biologicamente, pois concomitante a ela surgem outras variantes 
que lhe são incorporadas, de acordo com as suas experiências e 
conhecimentos acumulados (SETÚBAL, 2013, p. 30).
Neste sentido, pode-se afirmar com base em Costa (2001), Setúbal (2013) e 
na definição do Dicionário Aurélio Online (2015), que o processo de conhecimento 
é uma ação transformadora, muda a natureza porque transforma o ser que a 
vivencia, uma vez que o mesmose torna produtor de conhecimento, ou seja, se 
transforma em agente com “competência ou sabedoria em relação a um assunto 
ou a um fato”.
Para fins metodológicos, Trujillo (1974 apud LAKATOS, MARCONI, 2009, 
p. 77) elencam os quatro tipos de conhecimento com base nos estudos deste autor: 
“Conhecimento Popular, Conhecimento Filosófico, Conhecimento Religioso 
(Teológico) e Conhecimento Científico”.
O Conhecimento Popular é também denominado de senso comum, 
se caracteriza por ser não sistemático, é passado de geração em geração sem 
comprovação científica; difere do conhecimento científico pela forma como 
determinado fenômeno é observado. 
É valorativo porque o sujeito que o detém está imbuído de valores, do 
que ele pensa sobre determinado fenômeno, como o apreendeu e o conheceu. 
Igualmente, este conhecimento não pode ser tomado como uma formulação geral, 
é assistemático, isto quer dizer que o sujeito tem experiências pessoais sobre o 
fenômeno que não são sistematizadas como regra geral; é verificável porque se 
limita à vida cotidiana e se relaciona ao que se percebe no dia a dia (LAKATOS; 
MARCONI, 2009).
Ainda de acordo com Lakatos e Marconi, é falível e inexato, “pois se 
conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em 
outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de 
fenômenos situados além das percepções objetivas” (2009, p. 78).
Por outro lado, o Conhecimento Filosófico “se relaciona ao saber e ao 
amor à Filosofia” (COSTA, 2001, p. 8). A palavra Filosofia, em sua classificação 
etimológica, se refere ao “amor à sabedoria”; é um conhecimento também 
caracterizado como valorativo, porque emerge da experiência e não da 
experimentação (TRUJILLO, 1974 apud LAKATOS; MARCONI, 2009). Não é 
verificável, pois hipóteses e/ou enunciados filosóficos não são verificáveis, não 
podem ser confirmados e nem refutados.
Apresenta a característica de racional, pois a Filosofia trabalha com 
enunciados que são logicamente correlacionados; é dito como sistemático porque 
suas “hipóteses e enunciados visam uma representação coerente da realidade 
estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade” (LAKATOS; 
MARCONI, 2009, p. 78).
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
7
As mesmas autoras também caracterizam o conhecimento filosófico como 
infalível e exato, “já que, seja na busca da realidade capaz de abranger todas as 
outras, seja na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus 
postulados, assim como suas hipóteses, não é submetido ao decisivo teste da 
observação (experimentação)”. (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 78).
Quanto ao Conhecimento Religioso (Teológico), este ancora-se na fé, em 
doutrinas, em proposições sagradas e que são valorativas; são determinadas pelo 
sobrenatural, pela inspiração. São verdades que são consideradas infalíveis e 
indiscutíveis, pois é a fé que as determina.
É um conhecimento que parte do princípio de que as “verdades” são 
infalíveis e indiscutíveis porque são “revelações” de divindades (sobrenaturais). 
Se por um lado a ciência busca através de experimentos e pesquisas comprovar 
fenômenos, a fé é uma ação de crença em algo divino e que por isto não se colocam 
dúvidas sobre seus postulados.
Neste conhecimento, a pessoa fiel acredita e por isto não procura 
evidências/provas do fenômeno, ela as interpreta como revelação divina e como 
tal não emergem dúvidas.
O Conhecimento Científico é produzido pelo homem, com base na 
realidade, sendo testável, determinado pelas regras científicas de pesquisa 
(ciência).
Assim, a ciência, que é base para este conhecimento, tem sua origem 
na palavra “scire, saber, conhecer, é uma forma especial, diferenciada de 
conhecimento. Caracteriza-se por buscar saídas inteligentes a problemas para 
cuja solução não exista repertório disponível e de tal modo que fique evidente a 
relação de causa e efeito existente entre os elementos envolvidos no problema” 
(COSTA, 2001, p. 11).
O conhecimento científico é real (factual), atua com fatos/fenômenos; as 
proposições ou hipóteses podem ser testadas para verificação se são verdadeiras 
ou falsas através da experiência e não somente através da razão, tal como ocorre 
com o conhecimento filosófico.
É um saber ordenado (sistemático), integra um sistema de ideias (teoria), 
as mesmas não estão dispersas/desconexas; tem como uma principal característica 
a verificabilidade, isto é, suas hipóteses que não podem ser verificadas não são 
consideradas como ciência (LAKATOS; MARCONI, 2009).
É falível porque não pode ser avaliado como definitivo, final ou absoluto; 
segundo as autoras supracitadas, pode-se afirmar que o conhecimento científico 
é “aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas 
podem reformular o acervo de teoria existente” (LAKATOS; MARCONI, 2009, 
p. 80).
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
8
Ainda observam as autoras que, mesmo com a separação metodológica 
entre os tipos de conhecimento (popular, filosófico, religioso e científico), é 
possível que um sujeito transite entre eles; o ser humano, ao ser estudado, pode 
ser avaliado e ser alvo de uma série de conclusões sobre sua vida em sociedade, 
“baseada no senso comum ou na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como 
um ser biológico, verificando através de investigação experimental as relações 
existentes entre determinados órgãos e suas funções; pode-se observá-lo como 
um ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que 
dele dizem os textos sagrados” (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 80).
Ainda sob a mesma análise, refletem as autoras que uma mesma pessoa 
pode utilizar-se de todas as quatro formas de conhecimento. Exemplificam: 
“[...] um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente 
praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em 
muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes 
do senso comum”. (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 80).
O que ressaltamos, caro(a) acadêmico(a), é que cada tipo de conhecimento 
tem características e especificidades distintas, contudo, em se tratando de 
pesquisa, o conhecimento científico é o determinante, pois sua metodologia é a 
que permite a ciência avançar.
A partir de hipóteses, dúvidas, indagações sistematizadas através de um 
método escolhido pelo pesquisador é possível demonstrar, verificar, analisar, 
interpretar, explicar e prever uma determinada realidade e/ou fenômeno e assim 
poder propor, alterar, complementar ou refutar conceitos (pré)estabelecidos ou 
(pré)determinados anteriormente.
Diante do que estudamos até o momento, descreva a diferença entre o 
conhecimento teológico (religioso) e o conhecimento científico.
AUTOATIVIDADE
3 OS DIFERENTES CAMINHOS PARA A PRODUÇÃO DO 
CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
Como já estudado, caro acadêmico, verificamos que o conhecimento 
científico é metodológico e permite que a ciência evolua, avance, faz com que a 
humanidade aumente seu saber. Mas o que é saber?
O saber está relacionado ao conhecimento. Segundo Mbarga e Fleury (2015, 
p. 90), saber é: “conhecer, compreender, ler ou ver, sentir, avaliar, reconhecer, 
considerar, analisar, praticar ou dominar”.
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
9
No aspecto da teoria, os mesmos autores Mbarga e Fleury (2015, p. 90) 
referem que “conhecer um tema, fato ou fenômeno significa que você pode 
descrevê-lo visual e virtualmente, explicar como ele interage com outros objetos 
ao seu redor e dizer como ele influencia seu ambiente e é influenciado por ele”. 
A produção do conhecimento científico se efetiva a partir do exercício 
da curiosidade, da observação, da coleta de informações através da razão; isto 
levará o ser a identificar, distinguir e descrever uma determinada realidade na 
sua forma mais verdadeira produzindo ciência.
A raiz da palavra “racionalidade” (do latim ratio) significa “cálculo”. 
Razão não é o mesmo que intuição,sensação, reação espontânea, 
emoção ou crença. A razão começa com o senso comum e se desenvolve 
por meio da habilidade de contar, medir, ordenar, organizar, 
classificar, explicar e argumentar. O discurso racional, então, é aquele 
que é coerente, ponderado e construído numa espécie de “cálculo” 
lógico, o que é bem diferente de uma opinião pessoal. Este tipo de 
discurso deve ser universalmente verdadeiro. A irracionalidade, 
porém, se recusa a estar submetida à razão. Um indivíduo irracional 
não segue a lógica e age segundo propósitos desordenados. Suas 
decisões são frequentemente incoerentes. O mundo irracional pode 
ser relacionado também ao mundo desconhecido, da superstição, do 
misticismo e do inacessível, incluindo o que acontece contra a razão. 
(MBARGA; FLEURY, 2015, p. 91). 
 
Assim, o uso do saber, do conhecimento científico sistematizado com um 
método específico levará o ser humano que é dotado de razão a “fazer ciência”.
A ciência é um conhecimento sistemático, tal como a arte, contudo 
ambas diferem entre si. Na arte, o conhecimento é sistematizado com base 
“nas preferências individuais, critérios de beleza ou, se você preferir, estética e 
emoções” (MBARGA; FLEURY, 2015, p. 91).
 
A sistematização está vinculada “ao esforço de produzir uma descrição 
verdadeira da natureza. Aqui, sistematizar significa aprofundar, pesar, medir, 
cronometrar, argumentar, racionalizar e construir logicamente, rejeitando o 
subjetivismo, deixando de lado as preferências pessoais e mantendo o sujeito fora 
de questão” (MBARGA; FLEURY, 2015, p. 91).
 
As teorias são elaboradas, construídas, escritas, mas também podem ser 
demonstradas de forma prática em um experimento laboratorial, por exemplo, 
onde o fenômeno é observado e estabelecidas suas causas e efeitos.
 
A ciência moderna se contrapõe à ciência antiga quando o estudioso deixa 
de lado seus valores pessoais para questionar o “porquê” das coisas e ir em busca 
de respostas; a ciência antiga era fortemente atrelada ao místico, à religião que 
usava da autoridade teológica para combater argumentos e questionamentos. 
 
No texto a seguir, você, acadêmico, poderá observar através da biografia 
de Galileu Galilei este atrelamento da ciência antiga à religião.
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
10
GALILEU GALILEI – UMA PEQUENA BIOGRAFIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Galileu Galilei foi um dos grandes cientistas da História, tendo dado 
grandes contributos, nomeadamente nos campos da astronomia e da física. Suas 
descobertas foram verdadeiramente notáveis, tendo revolucionado a forma de se 
fazer ciência. Foi o primeiro a utilizar o telescópio para observações astronômicas, 
foi um defensor do sistema heliocêntrico, entre muitas outras contribuições. 
A importância de Galileu para a ciência é tal que é considerado como o pai da 
ciência moderna. Vamos ver uma pequena biografia de Galileu Galilei, onde são 
apresentados alguns dos aspetos principais de sua vida e obra.
Galileu Galilei (em italiano, Galileo Galilei) nasceu em Pisa (Itália) a 15 
de fevereiro de 1564. Foi o filho mais velho do músico Vincenzo Galilei e de Giulia 
Ammannati. Galileu viveu em Florença entre 1574 e 1581, tendo depois ingressado 
na Universidade de Pisa para estudar medicina. Algum tempo depois abandona 
os estudos de medicina para se dedicar ao estudo da matemática. Nessa mesma 
Universidade de Pisa, em 1589 Galileu torna-se professor de matemática. Em 1592 
assume a cátedra de matemática na Universidade de Pádua, onde passou os 18 
anos seguintes. Em 1609, Galileu Galilei ouviu falar de um novo instrumento que 
consistia em um tubo com duas lentes e que permitia ver os objetos como se eles 
estivessem mais próximos. Com base nessa informação, Galileu criou ele próprio 
o seu telescópio. Não é verdade que tenha sido ele o inventor do telescópio, mas 
ele terá sido o primeiro a utilizá-lo para observações astronômicas e o primeiro 
a publicar um livro com os resultados dessas observações. A questão de quem 
foi o inventor do telescópio é bastante discutível, sendo normalmente atribuído 
ao holandês Hans Lippershey, que em 1608 pediu a patente deste instrumento 
óptico. Porém é provável que também não tenha sido este holandês o inventor. 
Existem vários outros que são considerados como potenciais inventores do 
telescópio. Galileu Galilei então criou seu próprio telescópio e posteriormente o 
aperfeiçoou. Apesar dos telescópios que ele possuía serem bastante rudimentares 
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
11
e limitados, mesmo comparados com os mais simples telescópios amadores do 
dia de hoje, as descobertas que Galileu fez com o telescópio foram espantosas 
para a época.
Galileu Galilei começou as suas observações em 1609, e logo em março 
de 1610 ele publica o resultado das suas observações na sua obra Sidereus 
Nuncius (Mensageiro das Estrelas). Essa obra de poucas páginas viria a ser 
uma das mais importantes da História da ciência. Nela, Galileu apresenta a 
superfície da Lua como sendo irregular, com montes e crateras; apresenta a 
descoberta dos quatro satélites de Júpiter, a que ele chamou de “estrelas de 
Médicis”; apresenta ainda a descoberta de que a Via Láctea é na realidade 
constituída por um enorme número de estrelas que não podem ser distinguidas 
a olho nu. Depois da publicação do Sidereus Nuncius, outras descobertas foram 
realizadas por Galileu Galilei, nomeadamente a descoberta das fases do planeta 
Vênus e a descoberta das manchas solares. As suas descobertas apoiavam o 
modelo cosmológico do heliocentrismo. O sistema heliocêntrico é aquele em 
que a Terra orbita em volta do Sol, e não o contrário, como se pensava naquela 
época. Galileu foi um forte defensor do sistema heliocêntrico, sistema esse 
já anteriormente defendido pelo astrônomo polaco Nicolau Copérnico. Até 
então o modelo cosmológico aceito na época era o geocentrismo, ou seja, a 
Terra está no centro do universo. Tanto o Sol como a Lua, os planetas e até as 
estrelas orbitam em torno da Terra. Galileu Galilei apresentou várias evidências 
que apoiavam o heliocentrismo. Mais tarde a defesa do heliocentrismo viria 
a causar problemas entre Galileu e a Igreja Católica. Em 1616, a Inquisição 
pronunciou-se contra a ideia de que o Sol é o centro do universo, considerando 
a teoria heliocêntrica como herética. Em consequência, foi proibido de falar do 
heliocentrismo como realidade física, mas apesar disso era permitido referir-
se a este sistema como hipótese matemática. Galileu foi convocado a Roma, 
onde pôde expor os seus argumentos. A conclusão do Tribunal do Santo Ofício 
era de que não existiam provas suficientes para concluir que a Terra se movia 
em volta do Sol, tendo admoestado Galileu a abandonar a defesa da teoria 
heliocêntrica. Em 1623 entra em função o Papa Urbano VIII, amigo de Galileu 
e uma pessoa mais aberta a novas ideias científicas. Apesar da abertura deste 
novo papa, este rejeitou o pedido de Galileu de revogar o decreto de 1616 que 
proibia a defesa do heliocentrismo. Apesar disso, Urbano VIII encorajou Galileu 
a prosseguir com seus estudos sobre o heliocentrismo, porém apenas como 
uma hipótese matemática e não como uma realidade física. Mais tarde Galileu 
escreveu a sua obra “Dialogo di Galileo Galilei sopra i due Massimi Sistemi del 
Mondo Tolemaico e Copernicano”, por vezes referido de forma mais abreviada 
como “Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo” (Diálogo sobre os 
dois principais sistemas do mundo, em português), obra essa publicada em 
1632 e que defendia o heliocentrismo. Em consequência, Galileu foi julgado e 
condenado à prisão e a abjurar as suas ideias. Passou seus últimos anos de vida 
em prisão domiciliária.
Apesar disso, Galileu Galilei sempre se apresentou como cristão, 
defendendo a veracidade das Sagradas Escrituras. Galileu aceitava a Bíblia como 
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
12
verdadeira, ele apenas estava em desacordo quanto à interpretação da Bíblia que a 
IgrejaCatólica fazia naquela época. Para a Igreja daquela época, o heliocentrismo 
estava em desacordo com a Bíblia. Galileu, que acreditava na Bíblia, não estava 
de acordo com essa interpretação da Igreja. Em 1638, estando Galileu cego, 
publicou a sua importante obra “Discorsi e Dimostrazioni Matematiche Intorno 
a Due Nuove Scienze” (em português, Discursos e demonstrações matemáticas 
sobre duas novas ciências). Para além das descobertas através do telescópio 
e da defesa do heliocentrismo, a obra de Galileu Galilei não fica por aqui: ele 
desenvolveu estudos sistemáticos sobre o movimento uniformemente acelerado 
e do movimento do pêndulo; descobriu a lei dos corpos em queda; enunciou 
o princípio da inércia, bem como o conceito de referencial inercial; inventou a 
balança hidrostática; inventou um tipo de compasso geométrico; inventou um 
termômetro que leva o seu nome, termômetro de Galileu. Galileu Galilei faleceu 
em Florença em 8 de janeiro de 1642.
FIGURA 1 – SIDEREUS NUNCIUS – CAPA DO LIVRO PUBLICADO EM 1610
FONTE: Disponível em: <http://www.siteastronomia.com/galileu-galilei-uma-pequena-
biografia>. Acesso em: 21 dez. 2015.
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
13
Prezado acadêmico, iremos a seguir estudar com maior ênfase a ciência.
4 A CIÊNCIA – CONCEITOS, PARTICULARIDADES E LIMITES
O termo ciência, de maneira geral, é definido como um conjunto que 
evolve raciocínio, método e verificação de determinado objeto e/ou fenômeno. 
Neste sentido, para Lakatos e Marconi (2009 apud TRUJILLO, 1974, p. 80), 
“[...] é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático 
conhecimento com objeto delimitado capaz de ser submetido a verificação”.
Ander Egg (1978, p. 15), de maneira análoga, define ciência como 
sendo “um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos 
metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de 
uma mesma natureza”.
Nos autores(as) citados evidencia-se que o que move o ser humano 
em direção à ciência é a sua necessidade de entender a natureza ao seu redor, 
compreender para além da aparência sensível dos objetos, fenômenos ou fatos.
Isto significa dizer que inicialmente a percepção sensorial humana os 
capta de forma superficial, com valores e críticas nascidos do senso comum, mas o 
homem quer ir adiante, romper com a realidade imediata, descobrir, compreender 
e explicar o fenômeno sobre o qual se debruça e responder às indagações iniciais 
que sua percepção captou.
 
Em resumo, o ser humano quer respostas para os seus “porquês”!
A ciência moderna, segundo Mbarga e Fleury (2015, p. 96), sedimenta 
o conhecimento através da: Observação, Experimentação, Explicação e 
Generalização e Previsão.
Os autores afirmam a necessidade de cada uma destas etapas ser 
rigorosamente seguida pelo(a) cientista, ou seja, por aquele(a) que busca fazer 
ciência.
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
14
QUADRO 1 – A CIÊNCIA MODERNA E SEUS PASSOS METODOLÓGICOS
OBSERVAÇÃO
Observação 
rigorosa
EXPERIMENTAÇÃO
Aferição 
experimental 
cuidadosa dos fatos
EXPLICAÇÃO
Ao explicar o 
cientista deve:
GENERALIZAÇÃO 
E PREVISÃO
Quando um certo nº 
de fatos verificados 
é descoberto, deve-
se prosseguir para 
a generalização ou 
indução.
Observar 
cuidadosamente 
os fatos;
Deixar de lado 
opiniões pessoais;
Abandonar 
especulações e 
conhecimentos 
prévios;
Abandonar 
crenças, 
preconceitos, 
expectativas e 
paixões;
Abandonar 
expressões de 
autoridade;
Formular 
perguntas lógicas;
Propor hipóteses.
As observações 
devem ser repetidas 
em diferentes 
situações por 
diferentes pessoas;
Os resultados 
devem ser vitoriosos 
sobre a ignorância 
sem se submeter à 
autoridade;
As relações 
inequívocas entre 
causa e efeito devem 
ser demonstradas;
Os resultados 
devem ter uma 
confirmação clara, 
sem ambiguidades 
da verdade;
Os resultados 
devem oferecer uma 
validação verdadeira 
e isenta de ilusões.
Discutir as 
observações 
prévias, 
contraditórias, se 
houver;
Demonstrar 
relações entre 
as novas 
observações e 
as observações 
prévias;
Explicar por que 
certa causa tem 
determinado 
efeito;
Certificar-se 
de que não há 
falhas em seu 
argumento.
Generalizar as 
observações;
Aceitar que os fatos 
demonstrados 
descrevem a 
realidade;
Estabelecer leis 
e teorias válidas 
para situações 
semelhantes;
Predizer a evolução 
e o futuro estado e 
forma dos fatos e de 
suas relações.
FONTE: Adaptado de: Mbarga e Fleury (2015, p. 96)
Caro acadêmico, pelo que estudamos, você deve ter observado que 
em ciência não há espaço para o “eu acho”, opiniões do senso comum do dia 
a dia sem sistematização com a teoria; toda e qualquer nova proposição deve 
ser observada, testada, experimentada para ser validada e ser generalizada para 
fatos ou fenômenos similares.
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
15
A ciência é fascinante, contudo, é difícil e exige do pesquisador muito 
estudo, empenho e dedicação. Mbarga e Fleury (2015, p. 97) refletem que no 
mundo de hoje, o conhecimento “[...] chega mais perto da verdade e pode ser usado 
para transformar a realidade de tal maneira que foi capaz de moldar o mundo 
moderno. De forma espetacular, a ciência remodelou a saúde, as comunicações, 
as moradias, a energia, a agricultura, a guerra e a própria vida”.
Há disputa de poder na ciência, há no mundo moderno a preocupação 
com o limite da ciência, se ela revolucionou a vida humana para o bem, há a 
possibilidade de ser usada para o mal...
Por exemplo, a radioatividade: ao mesmo tempo em que partículas 
radioativas são utilizadas para o tratamento de variados tipos de câncer, podem 
ser utilizadas também em armas químicas, bombas, em guerras para a destruição 
em massa, para controle geopolítico sobre nações e populações vulneráveis...
Embora pareça se insinuar por todos os cantos e deter poderes que 
antes eram privilégios dos deuses, a ciência não é uma religião e os 
cientistas não são sacerdotes de uma seita. A grande e dispendiosa 
infraestrutura que a ciência requer parece tê-la tornado exclusiva de 
alguns países, mas os cientistas não pertencem a raça, sexo, idade, 
religião, cor de pele ou classe social determinados. Mesmo que a 
ciência busque a verdade, os resultados científicos não são verdades 
definitivas nem nada parecido com mandamentos divinos; os cientistas 
estão sempre questionando e nunca ficam satisfeitos com sua própria 
verdade. Além disso, a publicação de resultados é sempre um convite 
para que outros pesquisadores verifiquem sua precisão. Como um 
esforço humano, a ciência tem suas fraquezas. Erros, mesmo fraudes, 
acontecem. Algumas experiências são compradas e seus resultados, 
fabricados. É um mundo com sua parcela de rivalidades, ambições, 
ilusões e truques sujos, sobretudo em relação a quem foi o primeiro a 
inventar isso ou aquilo. Mas a força única da ciência – e que a distingue 
– é a sua habilidade de rastrear erros e corrigi-los com experimentos 
extras (MBARGA; FLEURY, 2015, p. 97). 
 
Toda ação científica deve ser norteada por princípios éticos de não 
provocar malefícios, deve visar sempre a preservação da vida no planeta, desde 
as mais simples às mais complexas formas de vida, visto que o planeta é um 
sistema interdependente onde os elementos terra, ar e água são determinantes 
para a preservação da vida.
5 A CIÊNCIA COMO ÂNCORA PARA A CONSTRUÇÃO DO 
CONHECIMENTO
Como já estudado, a racionalidade humana aliada à curiosidade e/ou 
busca por explicação para os fenômenos que o cercam, move o homem à procura 
de respostas; esta procura o impulsiona a sair do seu cotidiano, seus valores, do 
senso comum, em busca de um conhecimento sistematizado (conceitos, hipóteses, 
definições...) isto é, o conhecimento científico e que produz ciência.
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
16
A realidade percebida a partir de um olhar científico tem um princípio 
explicativo, serve como base para compreendermos toda a cadeia de relaçõesque 
está além da aparência dos fenômenos, nos leva a entender o tipo de relação que há 
entre os fenômenos, fatos e/ou coisas, ampliando a visão humana sobre o mundo.
“[...] Estima-se que na primeira década deste século tenham sido 
produzidos mais conteúdos e dados novos do que em toda a história anterior 
da humanidade. Diante de tal sobrecarga, é natural a sensação de que os fatos 
negativos são os mais frequentes e que o mundo é um lugar cada vez pior para 
viver [...]” (PAULI, 2015, p. 113).
Lideranças políticas, intelectuais e religiosas de expressão mundial 
discutem conjuntamente os limites da ciência; há acordos internacionais, como o 
Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que inibem o mau uso 
da ciência, aquele que traz malefícios para a vida.
DICAS
Para saber mais sobre este acordo, consulte: <http://www.infoescola.com/
geografia/tratado-de-nao-proliferacao-de-armas-nucleares/> e <https://pt.wikipedia.org/
wiki/Tratado_de_N%C3%A3o_Prolifera%C3%A7%C3%A3o_de_Armas_Nucleares>.
Prossegue Pauli (2015, p. 113) em sua análise:
A dificuldade de se desfazer de convicções pessoais contribui para a 
ansiedade causada pela mudança constante dos fatos, especialmente 
os científicos. Quando uma pessoa adquire um conhecimento e se 
convence de que ele é verdadeiro (por exemplo, de que um ovo faz 
mal à saúde), provoca-lhe incerteza receber a informação oposta. 
Contra isso, é preciso compreender que a produção de conhecimento 
é um processo contínuo. Há fatos que mudam rapidamente, como a 
previsão do tempo, e outros que são mais perenes, como o número 
de continentes no planeta. As mudanças mais difíceis de assimilar são 
aquelas que levam meses ou anos, no intervalo de tempo de uma vida 
humana, para ocorrer.
A ciência atua diretamente para a ampliação do saber, para o progresso, 
enfim, para o avanço da tecnologia que traz inúmeras melhorias para a 
humanidade. Mas, como já exposto, ela também pode ser utilizada para fins não 
pacíficos; há um expressivo número de informações na atualidade que confundem 
o indivíduo norteado pelo senso comum.
Para fins teóricos e acadêmicos e diante do amplo espectro de fenômenos que 
podem ser estudados, a ciência se apresenta com peculiaridades, especificidades, 
TÓPICO 1 | O CONHECIMENTO DA REALIDADE E A CIÊNCIA
17
assim, é classificada de acordo com seu “objeto ou tema, diferenças de enunciados 
e metodologia empregada” (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 81).
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DA CIÊNCIA
Ciência
Formais
Lógica 
Matemática
Factuais
Naturais
Física
Química
Biologia e outras
Sociais
Antropologia Cultural
Direito
Economia
Política
Psicologia Social
Sociologia
FONTE: Adaptado de: Lakatos e Marconi (2009, p. 81)
Caro acadêmico!
O Serviço Social se insere no contexto das ciências sociais; no decorrer dos 
estudos desta disciplina de Pesquisa Social iremos aprofundar os conhecimentos 
nesta área da ciência.
NOTA
O que é Empírico?
Empírico é um fato que se apoia somente em experiências vividas, na observação de 
coisas, e não em teorias e métodos científicos. Empírico é aquele conhecimento adquirido 
durante toda a vida, no dia a dia, que não tem comprovação científica nenhuma.
Método empírico é um método feito através de tentativas e erros, é caracterizado pelo senso 
comum, e cada um compreende à sua maneira. O método empírico gera aprendizado, 
uma vez que aprendemos fatos através das experiências vividas e presenciadas, para obter 
conclusões. O conhecimento empírico é muitas vezes superficial, sensitivo e subjetivo.
O conhecimento empírico ou senso comum é o conhecimento baseado em uma experiência 
vulgar ou imediata, não metódica e que não foi interpretada e organizada de forma racional.
Empírico também é o nome designado para aquele indivíduo que promete curar doenças, 
sem noções científicas, uma espécie de curandeiro, que, na verdade, é um charlatão. É por 
esse motivo que o antônimo de empírico é “rigoroso”, “preciso” ou “exato”.
FONTE: Disponível em: <http://www.significados.com.br/empirico/>. Acesso em 7 jan. 2016.
18
Neste tópico estudamos sobre o conhecimento da realidade e a ciência, 
assim podemos destacar: 
• De maneira exata não se pode afirmar onde se iniciou a produção do 
conhecimento e qual foi a primeira pessoa a significá-lo, contudo a tradição 
do Ocidente marca a Grécia como o locus deste primeiro momento. Na 
história grega, pensadores como Sócrates (470 a 399 a.C.), Platão (427 a 347 
a.C.) e Aristóteles (384 a 322 a.C.) se destacaram, deixando seu legado para a 
humanidade.
• O processo de conhecimento é uma ação transformadora, muda a natureza 
porque transforma o ser que a vivencia, uma vez que o mesmo se torna 
produtor de conhecimento.
• Lakatos e Marconi (2009, p. 77) elencam os quatro tipos de conhecimento com 
base nos estudos de Trujillo (1974): Conhecimento Popular, Conhecimento 
Filosófico, Conhecimento Religioso (Teológico) e Conhecimento Científico.
• A produção do conhecimento científico se efetiva a partir do exercício da 
curiosidade, da observação, da coleta de informações através da razão; isto 
levará o ser a identificar, distinguir e descrever uma determinada realidade na 
sua forma mais verdadeira produzindo ciência.
• A ciência moderna se contrapõe à ciência antiga quando o estudioso deixa de 
lado seus valores pessoais para questionar o “porquê” das coisas e ir em busca 
de respostas; a ciência antiga era fortemente atrelada ao místico, à religião que 
usava da autoridade teológica para combater argumentos e questionamentos.
• A ciência moderna, segundo Mbarga e Fleury (2015, p. 96), sedimenta 
o conhecimento através da: Observação, Experimentação, Explicação e 
Generalização e Previsão.
• Toda ação científica deve ser norteada por princípios éticos de não provocar 
malefícios, deve visar sempre a preservação da vida no planeta, desde as mais 
simples às mais complexas formas de vida, visto que o planeta é um sistema 
interdependente, onde os elementos terra, ar e água são determinantes para a 
preservação da vida.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
1 De forma breve, descreva como ocorre o conhecimento racional e sua 
contribuição para o avanço da ciência.
2 Como visto, a ciência pode ser benéfica ou maléfica. Descreva como isto é 
possível e exemplifique.
3 Disserte brevemente sobre a Ética na ciência, ressaltando sua importância.
AUTOATIVIDADE
20
21
TÓPICO 2
A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Dando continuidade aos nossos estudos, iremos abordar a pesquisa em 
seu plano teórico, seus conceitos e finalidades. 
Ressaltamos, caros acadêmicos, a importância deste tema para o coletivo 
do Serviço Social, que nos últimos anos, com base na Lei de Regulamentação da 
Profissão (Lei nº 8.662/93), investe na formação e na qualificação continuada dos 
profissionais.
Objetiva com isto firmar uma dimensão de intervenção voltada 
tecnicamente também para a sistematização de estudos e pesquisas que 
evidenciem as reais condições e as demandas da população brasileira com vistas 
à formulação, implementação e monitoramento das políticas sociais destinadas 
aos cidadãos nas suas singularidades e nos diferentes estágios do ciclo de vida.
Uma pesquisa social com este objetivo e efetivada em consonância com 
o rigor metodológico retrata as reais condições e necessidades dos indivíduos, 
famílias e/ou grupos e pode subsidiar técnicos e gestores para a melhoria na 
qualidade, efetividade e/ou ampliação da oferta de serviços sociais.
2 CONCEITOS
A palavra pesquisa tem origem no termo latino “perquerire” - “procurar 
com perseverança”. (Disponível em: <http://www.significados.com.br/pesquisa/>. 
Acesso em 28 dez. 2015).
Neste sentido, pode-se afirmar que a pesquisa é um conjunto de ações e 
procedimentos que conduzem a novas descobertas e amplia os conhecimentos 
sobre determinado tema/área. 
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
22
Entendendo, de acordo com Gil (1995) e Minayo (2007), o 
conhecimento como emergente da curiosidade,da inquietação, 
da inteligência e da capacidade investigativa dos indivíduos, bem 
como da possibilidade de confirmação ou não de algo já elaborado 
e sistematizado sobre a realidade social, entende-se também, como 
eles, que o ato de pesquisar é algo privilegiado. Privilegiado, sim, 
pois reúne o pensamento e a ação de uma pessoa ou grupos num 
esforço para elaborar o conhecimento de diferentes ângulos e 
aspectos do real. Além disso, destaca-se que a pesquisa, como ato 
humano e social, está envolta em valores, crenças, preferências, 
interesses e princípios do pesquisador. Sua visão de mundo, os 
pontos de partida, os fundamentos que orientam sua mente norteiam 
a sua trajetória e isso permite reafirmar que a ciência não é neutra. 
O pesquisador é justamente o elemento inteligente e ativo entre 
o conhecimento acumulado sobre determinado tema e as novas 
evidências sistematizadas no novo ato de pesquisa (GERBER, 2009, 
p. 11).
O(a) pesquisador(a) tanto pode dirigir seu foco para investigar uma 
área do conhecimento pouco estudada, isto é, parte de dúvidas ou indagações 
que ao longo do seu estudo poderão ser comprovadas ou refutadas, como 
também pode ampliar os conhecimentos sobre um determinado fenômeno/fato 
anteriormente já estudado, mas que ainda apresenta possibilidades de ter seu 
leque de conhecimentos ampliado ou mesmo aprimorado, como uma ideia e/
ou bem de consumo.
FIGURA 2 – A PESQUISA
FONTE: Disponível em: <http://www.farmaceuticas.com.br/beneficios-e-efeitos-colaterais- 
goji-berry/>. Acesso em: 10 jan. 2016.
É necessário ressaltar que a pesquisa social sofre inúmeras influências no 
seu campo de estudo, a sociedade e as relações sociais não são estáticas, estão em 
constante movimento, e isto reflete na pesquisa. Assim, o(a) pesquisador(a) deve 
estar atento(a) a estas influências externas.
Aglair Setúbal chama atenção sobre isto:
TÓPICO 2 | A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES
23
[...] Desse modo fica evidenciado que, para nós, é imanente ao 
conhecimento o caráter social que tem, por sua vez, as experiências 
sociais como base. Experiências que pelo trabalho, cultura, lazer 
e política viabilizam a transformação do homem; homem que na 
concretização das suas experiências sociais faz a história; história 
que representa as experiências sociais, que se constrói pela ação, 
que clarifica, que interpreta e que instrumentaliza o processo de 
reintegração do homem numa realidade concreta; realidade concreta 
que é apreendida, analisada e explicitada nas suas múltiplas 
determinações por meio do conhecimento científico, conhecimento 
que representa formas de se expressar do homem e da sociedade no 
mundo das artes, da política e do trabalho; trabalho que nem sempre 
representa o desejo do homem, mas que o transforma (SETÚBAL, 
2013, p. 31).
A pesquisa científica envolve um procedimento sistemático e intenso 
para explorar e inquirir em busca de descobertas e explicações que levam à 
compreensão de fenômenos em um determinado contexto histórico, social ou 
econômico.
Neste sentido, ela contribui para otimizar recursos humanos, materiais 
e naturais; racionalizando a produção de produtos (bens), para implementar 
serviços ou mesmo na descoberta de novos elementos que irão incidir para a 
melhoria da vida humana e animal.
A pesquisa enquanto proposta teórica é alvo de estudos e conceitos 
de diferentes estudiosos. Assim, observa-se que para Ander-Egg (1978 apud 
LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 157) ela é um “procedimento reflexivo sistemático, 
controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, 
em qualquer campo do conhecimento”.
Evidenciam-se a sistematização, o controle e a crítica como elementos-
chave para uma pesquisa produzir teorias e conhecimento.
Para Barros e Lehfeld (2010, p. 30), a pesquisa é definida como “uma 
maneira de se estudar um determinado objeto, sendo ela sistemática e realizada 
visando a incorporação dos resultados alcançados aos níveis de conhecimento 
obtidos. Considera-se que nada se faz sem auxílio da pesquisa”.
A afirmação de que a pesquisa é sistemática, racional e visa resposta/
resultados também é evidenciada nos estudos de Gil (2000, p. 41): “pesquisa 
consiste num procedimento racional e sistemático que visa encontrar respostas 
aos problemas que são propostos”.
Desta maneira, como já exposto, a pesquisa traz respostas, soluciona 
problemas, traz esclarecimentos, novos saberes e técnicas... muda o mundo!
Importante frisar esta característica: a partir de indagações/dúvidas, de 
forma racional e sistemática, o pesquisador encontra respostas e estas podem 
trazer melhorias para a vida cotidiana.
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
24
Nesta perspectiva está o alcance social da pesquisa, o retorno dos 
resultados à sociedade que sob a forma de impostos financia a pesquisa em 
instituições governamentais e deve ser a demandatária dos resultados; contudo, a 
neutralidade se evidencia como difícil concretização, porque o(a) pesquisador(a) 
tem suas crenças e valores que interferem na sua análise.
Por isso é que consideramos ingênua a concepção que tenta abstrair 
a pesquisa das influências socioculturais e históricas do pesquisador 
e objeto, para cerrá-la num gueto científico dotado de esplendorosa 
beleza e de pureza imaculada. Felizmente, essa não é a maneira de ver 
da quase totalidade dos nossos sujeitos, o que nos leva a admitir que 
no Serviço Social não só vem ocorrendo a expansão quantitativa de 
pesquisas, mas que esse, à medida que se transforma como profissão 
inserida num mercado de trabalho, redimensiona a sua própria maneira 
de ver a pesquisa e passa qualitativamente a ter com esse processo uma 
relação mais íntima e, consequentemente, mais comprometida com a 
produção de conhecimento (SETÚBAL, 2013, p. 77).
Cabe ressaltar que não estamos, aqui, nos referindo a uma pesquisa “sob 
controle, sob encomenda” para atender a interesses particulares e/ou políticos, e 
sim que a pesquisa deve, quando financiada por recursos públicos, dar um retorno 
à sociedade, sob a forma de melhoria de serviços, maior qualificação dos técnicos, 
ampliação da autoridade dos centros de pesquisas e universidades, entre outros.
TÓPICO 2 | A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES
25
LEITURA COMPLEMENTAR
FAZER CIÊNCIA: QUAL A SUA FUNÇÃO SOCIAL?
Maria Estela Vidoretti
Conta-se a lenda de que o famoso matemático inglês Michael Atiyah 
resolveu explicar para sua mãe a natureza de suas atividades. Depois de ter 
ouvido atentamente as explicações do filho, a boa senhora teria dito: “Acho que 
entendi o que você faz, mas diga-me uma coisa, filho: por que pagam você para 
isso?”. A pergunta que, segundo a anedota, a senhora Atiyah teria feito ao seu 
filho, infelizmente também é feita com frequência por muitos administradores 
públicos e pela sociedade em geral, e se refere à pertinência de se investirem 
recursos públicos na pesquisa científica e tecnológica em quaisquer países, 
sobretudo aqueles em desenvolvimento, como o Brasil – que, como se sabe, 
apresenta muitas carências sociais. 
Fazer ciência proporciona aos povos que participam, de fato, de seu 
desenvolvimento, uma melhor qualidade de vida, além da capacidade de 
superação econômica em relação aos povos que lideram os avanços tecnológicos. 
No entanto, criar uma cultura científica exige grandes investimentos em 
educação e cultura, o que é dificultado pela carência que essas sociedades em 
desenvolvimento apresentam para gerar riquezas sem o insumo principal para 
isso: o conhecimento. Sim, temos aqui um círculo vicioso!
Fazer ciência não significa ter alguns grandes cientistas, tampouco 
laboratórios abarrotados de espectrômetros, telescópios, computadores e 
outros equipamentos. Para construir um país com ciência é fundamental que a 
educação seja universal, obrigatória e de qualidade e que a sociedade cresça em 
meio à concepção de que a ciência, bem como os seus produtos, gera bem-estar 
e progresso. Veja, por exemplo: vozes da sociedadeque bradam a necessidade 
da apropriação do saber têm a capacidade de impedir que o poder central 
sufoque economicamente nossas universidades, que são, hoje, os locais de 
maior concentração de pesquisadores de alto nível. Fazer ciência é, sobretudo, 
investir em educação e cultura, de modo que a promoção do crescimento 
econômico resultante seja capaz de reduzir a desigualdade social e promover o 
desenvolvimento do país.
Apesar de muitos de nossos problemas sociais poderem ser resolvidos 
com saneamento básico, alimentação e interesse político, o século XXI nos desafia 
com os dramas das doenças emergentes, dos micro-organismos resistentes 
a fármacos, das doenças degenerativas e das múltiplas implicações da terapia 
gênica. Diante desse cenário, cabe a pergunta: “Que tipo de pesquisa devemos 
realizar?” Esse questionamento deriva do fato de que, embora o Brasil possua um 
conjunto expressivo de pesquisadores de bom nível e um investimento elevado 
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
26
no financiamento à pesquisa – levando em conta sua realidade social –, a ciência 
e a mentalidade científica ainda não estão incorporadas de maneira plena e eficaz 
em nossa sociedade. 
Inseridos nesse contexto, é necessário realizarmos uma avaliação 
crítica sobre os “porquês” de produzirmos ciência, no sentido de não apenas 
compreendermos o seu significado humanístico – que sustenta a nobreza da 
busca pelo conhecimento – e pragmático – que revela que a pesquisa é a base da 
inovação, essencial para a geração de riquezas, como também de repensarmos a 
função social da ciência num país repleto de problemas sociais como o nosso.
FONTE: Disponível em: <http://caez.org.br/fazer-ciencia-funcao-social/>. Acesso em 10 jan. 2016.
1 Defina com suas palavras o que é pesquisa.
2 Como você explica a expressão: alcance social da pesquisa?
3 Discuta com seus colegas, em pequenos grupos, possíveis temas de pesquisa 
que envolvam usuários dos serviços sociais nos diferentes estágios do ciclo 
da vida humana.
AUTOATIVIDADE
3 FINALIDADES DA PESQUISA
A pesquisa por si só não existe, para tal ela necessita que um ser 
(pesquisador) que, sob o uso racional de recursos, empreenda uma pesquisa.
 
Assim, são variadas as razões que motivam um(a) pesquisador(a), contudo, 
é reconhecido no meio científico que a pesquisa deve estar voltada para o benefício 
da sociedade.
UNI
“Produzir um conhecimento novo e inseri-lo no dia a dia da sociedade em prol 
da vida, da liberdade e da democracia. Esse deve ser o objetivo da pesquisa científica, que não 
pode prescindir do rigor na coleta de dados e no cruzamento dessas informações com as teorias 
disponíveis em determinada área de estudo”.
FONTE: Disponível em: <http://noticias.pucgoias.edu.br/index.php/component/k2/item/2844-
debate-sobre-fun%C3%A7%C3%A3o-social-da-pesquisa-abre-encontro-cient%C3%ADfico>. 
Acesso em: 29 dez. 2015.
TÓPICO 2 | A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES
27
De maneira geral, os(as) pesquisadores(as) são motivados para satisfazer 
o desejo de adquirir conhecimentos, sem que haja necessariamente uma aplicação 
prática para os resultados, como é o caso da Pesquisa Pura (Pesquisa Básica); “o 
desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer” (GIL, 2000, p. 45).
Ou “o desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente 
e eficaz” (GIL, 2000, p. 45), sendo estimulados a contribuir com os conhecimentos 
adquiridos que podem ser utilizados para a aplicação prática voltada para 
a solução de problemas concretos da vida cotidiana moderna. Neste caso, é 
denominada de Pesquisa Aplicada.
NOTA
Pesquisa Básica X Pesquisa Aplicada
[...] As pesquisas, de modo geral, podem ser classificadas também em função de objetivos 
(para que serve?) e de recursos (o que será usado?). Em função dos objetivos, podem ser 
básicas (puras) ou aplicadas.
Uma pesquisa é básica (pura) quando busca produzir ou ampliar conhecimentos teóricos 
ligados a alguma área ou tema de interesse. Como o próprio nome sugere, a pesquisa básica 
não se propõe a resolver nenhum problema específico. A pesquisa aplicada, por seu turno, 
utiliza-se de teorias já existentes e busca solucionar problemas específicos.
Cumpre lembrar que existe uma modalidade de investigação que, embora se pareça com 
pesquisa aplicada, às vezes, é mera prestação de serviço (LUNA, 1996). Na prestação de 
serviço sempre existe um cliente. O pesquisador está buscando resolver um problema do 
cliente.
Já na pesquisa aplicada (também poderia ser básica), o interesse está centrado na produção 
de conhecimento novo. Assim, na pesquisa propriamente dita, é como se o cliente fosse o 
próprio pesquisador. Nada impede, evidentemente, que uma investigação esteja situada na 
interseção desses objetivos: produzir conhecimento novo e resolver um problema específico 
(de alguém).
FONTE: Costa (2001, p. 33)
Definir a finalidade da pesquisa, auxilia o(a) pesquisador(a) a argumentar 
para terceiros como planeja realizar seu estudo, e isto em termos metodológicos 
é exposto no Projeto de Pesquisa; que se constitui em “um exercício pedagógico” 
que deve ser iniciado na graduação. 
Na UNIASSELVI, você, acadêmico, vivencia esta aproximação com a 
prática da pesquisa na disciplina de Seminário Interdisciplinar.
UNIDADE 1 | A PESQUISA E SUAS PARTICULARIDADES
28
NOTA
O projeto de pesquisa e sua finalidade
José Artur Teixeira Gonçalves
O projeto de pesquisa é um planejamento elaborado pelo pesquisador antes do início de 
uma investigação científica. 
Mesmo a pesquisa sendo um processo dialético, não se pode dispensar a sistematização 
prévia do que se pretende fazer, de como proceder e a que resultados se espera chegar. 
Dificilmente se terá êxito em uma pesquisa cuja coleta de dados seja feita de forma 
assistemática e sem um norteamento teórico-metodológico. 
A finalidade científica do projeto, então, é esclarecer ao próprio pesquisador as questões que 
ele pretende enfrentar e quais as estratégias de que lançará mão para surpreendê-las. 
Além do caráter de planejamento prévio de uma pesquisa - antecedendo a elaboração de 
teses e trabalhos de conclusão de curso -, o projeto tem outras finalidades, que podemos 
chamar de institucionais. 
Em geral, os cursos de graduação exigem que os estudantes apresentem um projeto ou pré-
projeto de pesquisa antes da elaboração da monografia final. É uma forma de se avaliar se o 
caminho adotado pelo aluno poderá surtir os efeitos esperados, auxiliando-o na formulação/
construção de um objeto de investigação. 
Cursos de pós-graduação também solicitam dos candidatos projetos de pesquisa. São 
várias razões: verificar a pertinência do projeto na linha de pesquisa do programa; analisar 
a exequibilidade do projeto (ou seja, se o candidato conseguirá dar conta do que está se 
propondo); verificar o manejo do candidato de conceitos, teorias e metodologias. 
As instituições de pesquisa - tais como o CNPq - também exigem a apresentação de projetos 
de pesquisa pelos mesmos motivos expostos acima, visando avaliar também se o projeto se 
enquadra nas linhas de financiamento e se o mesmo apresenta relevância científica e social 
para ser fomentado através de uma bolsa de estudos. 
Como vimos, a finalidade do projeto de pesquisa é dupla: científica e institucional. Desta 
forma, sua produção deve ser rigorosa, atendendo tanto às exigências da própria pesquisa, 
bem como das instituições nas quais ela se insere. 
FONTE: Disponível em: <http://metodologiadapesquisa.blogspot.com.br/2008/07/o-projeto-
de-pesquisa-e-sua-finalidade.html>. Acesso em: 29 dez. 2015.
TÓPICO 2 | A PESQUISA: CONCEITOS E FINALIDADES
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4 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Para efetivar uma pesquisa é necessário confrontar dados, evidências, 
informações existentes sobre um determinado tema e o conhecimento teórico 
acumulado anteriormente sobre este mesmo assunto.
Assim, o(a) pesquisador(a) poderá construir uma porção do saber, uma 
vez que a totalidade é impossível de ser agrupada.
Neste sentido,

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