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Princípios da Declaração dos Direitos da Criança

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Princípios da Declaração dos Direitos da Criança
A Declaração dos Direitos da Criança adotou dez princípios a serem seguidos pelos Estados e pela sociedade:
a. A universalização dos direitos a todas as crianças, sem qualquer discriminação.
b. As leis devem considerar a necessidade de atendimento do interesse superior da criança.
c. O direito a um nome e a uma nacionalidade, devendo ser prestada assistência à gestante.
d. A criança faz jus a todos os benefícios da previdência social, bem como de desfrutar alimentação, moradia, lazer e outros cuidados especiais.
e. Aqueles que necessitarem devem receber cuidados especiais, bem como de receber amor e cuidado dos pais.
f. A criança deverá crescer sob o amparo de seus pais, em ambiente de afeto e segurança, podendo a criança de tenra idade ser retirada de seus pais somente em casos excepcionais.
g. O direito à educação escolar.
h. A criança deve figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio;
i. A criança faz jus à proteção contra o abandono e a exploração no trabalho;
j. A criança deve crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Em consonância com os princípios que devem nortear a conduta política, social e econômica do Estado e da sociedade, a criança e o adolescente, independentemente da origem, raça, sexo, cor, classe social, deve ser percebida como sujeito de direito e como tal deve ser respeitada – o que acabou contribuindo para o surgimento, em 1966, do Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o qual prevê, no artigo 10, que:
3. Medidas especiais de proteção e de assistência devem ser tomadas em benefício de todas as crianças e adolescentes, sem discriminação alguma derivada de razões de paternidade ou outras. Crianças e adolescentes devem ser protegidos contra a exploração econômica e social. O seu emprego em trabalhos de natureza a comprometer com sua moralidade ou a sua saúde, capazes de pôr em perigo a sua vida, ou de prejudicar o seu desenvolvimento normal deve ser sujeito à sanção da lei. Os Estados devem também fixar os limites de idade abaixo dos quais o emprego de mão de obra infantil será interdito e sujeito às sanções da lei (ONU, 2001 apud BASTOS, 2012, p. 47);
Sobre o Pacto dos Direitos Civis e Políticos, o artigo 24 prevê que:
1. Qualquer criança, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, língua, religião, origem nacional ou social, propriedade ou nascimento, tem direito, da parte de sua família, da sociedade e do Estado, às medidas de proteção que exija a sua condição de menor.
2. Toda e qualquer criança deve ser registrada imediatamente após o nascimento e ter um nome.
3. Toda e qualquer criança tem o direito de adquirir uma nacionalidade (ONU, 2001 apud BASTOS, 2012, p. 48).
Em decorrência da evolução do tratamento dispensado à criança e ao adolescente, em 1989, a Organização das Nações Unidas aprovou a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos da Criança, “consagrando direitos relativos à infância que até então não eram considerados, e compreendendo as crianças e adolescentes como pessoas em processo de desenvolvimento” (BASTOS, 2012, p. 48).
A Convenção foi norteada por quatro princípios basilares da proteção da criança e do adolescente, que são:
a. o interesse superior da criança;
b. a não discriminação;
c. a sobrevivência e o desenvolvimento; e
d. a participação das crianças na agenda política dos Estados.
O principal destaque e diferencial da Convenção foram os direitos da personalidade, os quais, até aquele momento, não haviam sido tratados nas demais Convenções e Declarações. Nesse sentido, Stancioli (1999, apud BASTOS, 2012, p. 49) elucida que:
Historicamente, as duas declarações internacionais, dedicadas aos direitos da criança (de 1924, promulgada pela Liga das Nações, e de 1959, promulgada pelas Nações Unidas), adotaram um paradigma bem diverso deste da Convenção de 1989. Naquelas, as preocupações básicas eram o cuidado e a proteção das crianças. A atual, por outro lado, vai além, buscando “a noção de direitos da personalidade do menor, fundado na autonomia, [em consonância com] um conceito que inclui direitos civis similares aos dos ‘adultos’, como liberdades de expressão, religião, associação, assembleia e direito à privacidade.
Avançando na legislação protetora da criança e do adolescente, tem-se a criação das Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Infância e da Juventude, também conhecidas por Regras de Beijing ou Regras de Pequim.

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