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Transcrição em Aula - Desidratação e Hidratação em Pediatria - Vias de Administração

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Hidratação em pediatria 
Disciplina: Saúde da Criança 
Professor: Marcus Mesquita 
Data: 25/10/2018 
 
 Voltando ao tema principal da semana passada sobre o tratamento da 
diarreia, nós fizemos algumas discussões de abordagens terapêuticas, algumas 
contradições em relação ao documento do Ministério da Saúde, da Organização 
Mundial de Saúde, da Organização Panamericana, mas em linhas gerais com 
questão das particularidades nos falamos que o tratamento da diarreia tem dois 
objetivos principais: primeiro é garantir um aporte calórico proteico suficiente 
para evitar um processo de desnutrição especialmente naqueles processos que 
tendem a se repetir, em segundo lugar nos temos como meta prevenir e repor 
as perdas fecais de agua e eletrólitos reestabelecendo o equilíbrio 
hidroeletrolítico. Na discussão da desidratação nos falamos que toda vez que 
tem um balanço negativo de agua e eletrólitos, ou seja, mais perde que ganha, 
estamos diante de um quadro de desequilíbrio da homeostase e portanto uma 
desidratação. Na diarreia nos temos uma maior perda pela via fecal e se não 
fizermos uma reposição adequada de agua e eletrólitos, evidentemente 
estaríamos evoluindo para um processo de desidratação e suas repercussões. 
Então nos vamos discutir hoje sobre esse processo, não só de prevenção como 
também de reposição das perdas de agua e eletrólitos que ocorrem durante um 
processo agudo como a diarreia aguda. 
 Nos já mostramos esse quadro na semana passada e eu até falei que de 
hoje até o final do semestre essa tabela vai ser fundamental, pois é através dela 
que vamos nortear toda nossa conduta que se refere ao quadro de diarreia, as 
particularidades em relação ao uso de antibiótico, probiotico, zinco, antiemetico, 
nós discutimos, mas a conduta inicial principalmente ao que se refere a questão 
de urgência e emergência ela está voltada para: qual impacto que essa diarreia 
causou dentro da homeostase, desse equilíbrio hidroeletrolítico e toda vez que 
tivermos essa queixa de diarreia o nosso exame físico fundamental vai estar 
voltado para os sinais clínicos que possam me dar o diagnostico de qual grau de 
hidratação que essa criança apresenta, ou se não estiver hidratada qual o grau 
de desidratação. Então o objetivo do exame físico vai ser observar alguns sinais 
que são clássicos e eles serão descritos no exame físico e a partir dai vamos 
estabelecer um diagnostico: uma diarreia sem desidratação ou com desidratação 
e ainda com desidratação grave. Os sinais que destacamos é a condição, os 
olhos, lagrimas, boca, língua, sede, sinal da prega, palpação de pulsos e 
enchimento capilar. Toda vez que essa criança estiver bem, em alerta, com os 
olhos não fundos/normais, choro com lagrima, mucosa oral úmida, bebendo 
agua normalmente, com sinais da prega desaparecendo prontamente, pulsos 
cheios com enchimento capilar até 3 segundos à essa criança não tem 
desidratação. Mas se ela apresentar um comportamento irritado, olhos fundos, 
choro sem lagrima, boca seca, está sedenta e pede agua o tempo todo e bebe 
avidamente, sinal da prega desaparece lentamente com pulsos um pouco mais 
rápidos ou débeis dependendo da evolução, com um enchimento capilar 
prejudicado num tempo de 3 a 5 segundos à se apresentar 2 ou mais desses 
sinais à ela tem além da diarreia, desidratação que nós já discutimos quanto a 
intensidade e gravidade. Se a criança estiver comatosa*, hipotônica, com olhos 
muito fundos, lagrimas ausentes, mucosas muito secas, não ser capaz de beber 
agua* pelo quadro neurológico, o sinal da prega desaparecer muito lentamente 
(+ que 2 segundos), com pulsos débeis ou ausentes* e o tempo de enchimento 
capilar maior que 5 segundos à se 2 desses sinais sendo que pelo menos 1 
desses com o asterisco à desidratação grave, além da diarreia. Os sinais 
importantes que destacamos se refere ao comprometimento circulatório, um 
colapso circulatório que acometa pulsos, tempo de enchimento capilar, condição 
ou nível de consciência em que o fluxo cerebral está diminuído, ou até mesmo 
hipotensão, cianose, são quadros relacionados a desidratação grave e é um 
processo muito de urgência e emergência! Portanto é importante saber 
diferenciar se ele tem uma desidratação, se ela é grave ou não, se houver um 
colapso circulatório e até um choque, por exemplo em decorrência de perdas 
exuberantes, ou ainda mantem o seu equilíbrio sem desidratação. 
A partir desse diagnostico nos vamos estabelecer propostas terapêuticas, 
pois didaticamente e até de forma clássica na literatura, na conduta em relação 
a abordagem da desidratação é dividida em planos: Plano A, B e C (mas na 
avaliação não é aceito que o aluno coloque: que a conduta é o plano A, eu 
quero saber o que é o plano A, tem que descreve-lo). Essa divisão em planos, 
é para que didaticamente nos possamos separar um paciente que não tenha 
desidratação, um que apresente desidratação em menor intensidade ou que 
esteja em uma desidratação em um quadro de colapso ou choque. Então esses 
diagnósticos do grau de hidratação vão inicialmente nortear nossa conduta 
terapêutica nos planos A, B e C. 
Existem 2 vias principais para hidratação: a via oral que é a Terapia de 
Reidratação Oral (TRO), mas também a via de hidratação parenteral que é a 
endovenosa, e para isso existem critérios de quando usar cada uma seguindo 
alguns princípios básicos como o que tem que ser colocado em primeiro lugar 
até que se prove ao contrario num quadro de diarreia com desidratação é achar 
algum motivo para não indicar a terapia de reidratação oral, ou seja, a TRO é a 
principal forma de abordagem para a gente manter o equilíbrio hidroeletrolítico 
que é uma das metas para a conduta terapêutica da diarreia aguda, que vai 
desenvolver por si só como um processo benigno, autolimitado e isso nós temos 
que deixar bem claro para a mãe, pois quando eu vou fazer uma terapia de 
reidratação oral, as vezes elas falam “o médico passou soro para a diarreia”, e 
ele passou soro para a diarreia? Não, ele passou para a desidratação, para a 
diarreia as vezes ele vai passar zinco, outra orientação alimentar, talvez 
ondansetrona para o vomito, mas o soro não é para a diarreia, mas sim para o 
tratamento ou prevenção da desidratação e até que se prove o contrario a 
primeira escolha no quadro de uma reidratação é a TRO, a hidratação parenteral 
tem mais riscos, o acesso venoso nem sempre é fácil de conseguir e 
principalmente em pacientes com colapsos circulatórios com os pulsos mais 
difíceis de serem palpados e até mesmo o enchimento capilar é difícil conseguir 
uma via segura numa questão de urgência, claro que existem vias alternativas, 
mas sempre que possível a TRO será a primeira decisão e ai nos vamos buscar 
contraindicações para sua realização, mas uma contraindicação que já 
estabelecemos de imediato é o paciente que apresente uma desidratação grave, 
pois nós vimos que há um colapso circulatório e um comprometimento até da 
sua condição do seu estado de alerta, o paciente está comatoso, hipotônico, 
respondendo mal, como ele vai fazer a aceitação de líquidos pela via oral? Então 
com o diagnostico de desidratação grave, nós temos de imediato a indicação de 
fazer uma hidratação pela via parenteral. Existem situações evidentemente em 
que a terapia de reidratação oral não vai ser eficaz e teremos que lançar mão da 
parenteral e até mesmo outras contraindicações iniciais que nós citamos aqui da 
desidratação grave que é a primeira a ser considerada na possibilidade de 
tratamento desse processo. 
É o nosso grande objetivo que o paciente procure a atenção a unidade de 
saúde, pois está apresentando diarreia aguda e que ele ainda procure no 
momento em que ainda não ocorreu comprometimento da sua homeostase e 
não tenha ainda um balanço negativo, e portanto, o nosso diagnostico será de 
uma diarreia sem desidratação e evidentemente a ela vai persistir por um período 
de até 10 a 14 dias e essas perdas persistentesse não forem equilibradas e 
repostas, nós vamos ter a desidratação instalada. Então muita vezes quando 
não conseguimos uma boa adesão ou uma boa orientação, há uma falha, pois a 
desidratação pode ser plenamente prevenida através desse processo que 
constitui didaticamente o plano A. 
O plano A que é com o paciente sem desidratação, o objetivo principal 
é preveni-la, pois se não for feito a reposição ele vai desequilibrar e vai 
apresentar desidratação. A linha básica de orientação desse plano terapêutico 
de abordagem é a oferta de líquidos, alimentação adequada em livre 
demanda, terapia de reidratação oral e uma linha de orientação que se refere 
no que vai nos preocupar, que são os sinais de alerta principalmente que 
demonstre que essa criança não está conseguindo fazer a recompensação e já 
apresente sinais de desidratação. Então é uma linha fundamental do ponto de 
vista de atenção primaria, pois é orientação de alimentação, de higiene, de 
líquidos, de como os pais e familiares vão observar os sinais clínicos de 
desidratação e que quando eles estiverem presentes, essa criança precisa 
retornar na unidade para ser reavaliada. Esse plano é o que mais gasta tempo, 
pois tem que falar e explicar como será feito o manejo de soro, alimentar e 
medicamentoso (se ela for menor que 5 anos há indicação de prescrição de 
zinco). Talvez esse plano seja o mais importante, pois vai estar presente em 
todas as outras opções, mesmo que o paciente chegue desidratado de forma 
leve a moderada e eu faço sua reidratação no plano B, a diarreia vai persistir e 
evidentemente pode desidratar novamente, então eu tenho que orientar a alta e 
além do que já fiz no processo de reidratação, eu vou orientar novamente como 
que vai prevenir sua ocorrência. Então mesmo que eu faça o plano B de 
reidratação na unidade ou o plano C de hidratação parenteral em nível hospitalar 
eu vou orientar sobre o plano A na sua estabilização e é muito importante na 
conduta da diarreia. 
Primeiramente é oferecer e ingerir mais liquido que o habitual para 
prevenir a desidratação. Nós vimos um grande risco na semana passada que é 
a oferta exclusiva de liquido sem a reposição concomitante de eletrólito, 
principalmente o sódio. As soluções que são hipotônicas que não contem sódio 
nós podemos levar a uma diarreia com desidratação hipotônica que inclusive 
pode causar manifestação neurológica como o edema cerebral que discutimos 
na semana passada. Portanto não é só liquido, temos que pensar também na 
oferta de eletrólitos e aqui existem algumas particularidades que precisamos 
destacar, o documento que a Magda passou para vcs da organização 
Panamericana cita o seguinte: o paciente deve tomar líquidos caseiros, 
principalmente agua de arroz (a mãe faz o arroz e depois ela coa e a agua que 
formou tem uma quantidade de eletrólito que pode ser satisfatória), sucos, sopas 
e chás. A observação é que o suco e o chá não devem ser adoçados e evitar 
também refrigerantes, pois quanto maior a composição de sódio de uma 
substancia, maior é seu poder de hidratação, então não é recomendado a 
utilização, pois a concentração de sódio é baixa. Até os repositores 
hidroeletrolíticos, por exemplo, que os atletas usam com frequência para as 
perdas recorrentes de atividade física não são eficazes, pois a perda por 
atividade física é bem diferente da perda fecal num processo de diarreia aguda, 
são soluções extremamente hipotônicas e podem causar edema cerebral. Uma 
situação muito importante é que no processo de diarreia sem desidratação nós 
vamos ter que utilizar a solução de reidratação oral após cada evacuação 
diarreica. E quando fala aqui sobre líquidos caseiros a vontade, não estabelece 
um momento de após a evacuação, então no intervalo entre as evacuações 
deixa a criança beber suco, sopa, agua de arroz, mas necessariamente após 
cada episodio diarreico é importante, pois lembrem da entrada e da saída, se ele 
está perdendo pela via fecal eu tenho que repor. Então o objetivo do sal de 
hidratação oral é fazer a cobertura das perdas fecais e pelo menos garantir que 
esse paciente vai manter um equilíbrio e não vai ter um balanço negativo. 
Estima-se que a cada evacuação liquida a criança perca de 10 a 20mL por kg de 
liquido e por isso tem essa conta que no final de qual a quantidade, e eu prefiro 
gravar 10 a 20mL/kg após cada evacuação amolecida do soro de reidratação 
oral, que não é o reidratante. Os líquidos são oferecidos livremente a vontade, 
há um risco na oferta excessiva do reidratante oral que é oferecer uma 
quantidade aumentada de sódio e pode acontecer o contrario que é uma 
desidratação hipertônica. Já atendi uma criança que com diarreia fez uso abusivo 
de sal de reidratação oral que chegou com um quadro de hemorragia 
intracraniana em consequência de uma desidratação hipertônica porque ingeriu 
excesso de sódio que estava presente no sal de reidratação oral. Então devemos 
equilibrar para correr menos risco tanto do excesso, quanto da falta de que após 
cada evacuação a criança receba proporcionalmente aquilo que perdeu para 
manter o equilíbrio. Se observarmos esse documento ele trás o seguinte: a 
quantidade de líquidos, principalmente o sal de reidratação oral que deve ser 
oferecido após cada evacuação diarreica, para crianças menores que 1 ano é 
em torno de 50 a 100mL pois é mais ou menos o peso da criança, se ela pesar 
10kg a quantidade deve ser 100mL que é quantidade mínima de 10mL/kg. De 1 
a 10 anos ela pesa em torno de 10 a 20kg e ai é 100 a 200mL após cada 
evacuação liquida. Para maiores de 10 anos é a quantidade que o paciente 
aceitar, pois ele não tem tanta labilidade hídrica como o lactente ou criança de 5 
a 10 anos. Então o risco maior, sem duvida nenhuma da labilidade são as 
menores que 5 anos, e nós devemos deixar bem claro para a mãe que o soro de 
reidratação oral tem que ser preparado e oferecido após cada evacuação 
amolecida nesse volume de 10 a 20ml/kg e nós vamos fazer o calculo para ela 
e devemos também orientar como deve ser feito o solução de reidratação oral. 
Essa solução foi sofrendo mudanças com o tempo, ela é composta de glicose, 
sódio, potássio, citrato e essa osmolaridade vem variando e a partir de 2002 o 
Ministério da Saúde preconiza que as soluções contenham 75mmol por litro de 
sódio que é o que estamos utilizando na atualidade, e esses soros existem 
apresentações farmacêuticas que vem com sabores, já diluídos e isso talvez do 
ponto de vista de palatabilidade seja mais atrativo para a criança, mas em linha 
geral esses soros são distribuídos gratuitamente nas unidades e eles devem 
orientar como a mãe deve prepara-lo. A mãe deve dissolver um conteúdo de 
envelope que ela vai pegar na unidade, em 1 litro de agua filtrada/fervida e 
oferecer de 10 a 20ml/kg após cada evacuação amolecida, além disso também 
é importante orientar que ele deve ser armazenado em temperatura ambiente 
especialmente tampado e tem validade de até 24horas. 
Ou seja, se ela preparou um litro de soro e essa criança consumiu todo o 
litro dentro dessas primeiras 24 horas, de tantas evacuações que ela teve, aí a 
mãe prepara mais um litro. Aí chegou 24 horas, ela consumiu 600 ml, os 400 
restantes devem ser desprezados ela tem que preparar uma nova solução no 
dia seguinte. 
Então tem validade por 24 horas e com 24 horas ela precisa repor essa 
solução então diariamente se a criança não consumir esse volume nesse 
intervalo de tempo. Essa prescrição deve ser feita em receituário, com nome, 
data, assinatura, carimbo. É obrigatória para toda situação de paciente que 
apresente diarreia sem desidratação, porque o nosso objetivo é prevenir, e ele 
vai repor quando estiver perdendo ele, evidentemente, nos intervalos a oferta de 
líquidos caseiros é à vontade, é livre. Não só os líquidos, mas voltando aqui ainda 
no que se refere a orientação do paciente, essa oferta hídrica é fundamental, 
mas nós discutimos também do papelda nutrição, não é? 
Então, nós temos que manter alimentação habitual para prevenir a 
desnutrição. Não é para fazer restrições daquilo que a criança esteja 
acostumada. Dieta obstipante, “ah, eu dou água de arroz porque ela é 
obstipante”. Não, não é porque ela é obstipante não! É por causa do teor de 
sódio que tem aí algum efeito nesse processo de manter a homeostase do 
paciente. Mas a alimentação, dentro daquele padrão regular, se ela toma leite, 
se ela come frutas laxantes como laranja, mamão, feijão, não é contraindicado. 
Precisa se manter a dieta habitual, exceto aquelas questões onde existem erros 
graves, que nós vamos fazer um aconselhamento. 
Em geral a gente vai manter alimentação habitual da criança, sem 
necessidade de algo especial do que se refere a diarreia. Agora, a orientação é 
alimentação habitual com nada de banana, maçã e coca cola para prender o 
intestino, nada disso! É alimentação habitual, os líquidos a vontade, o soro de 
hidratação oral para a prevenção da desidratação. São vícios né, a gente vai 
pegando isso na vida médica “ah, dá dieta obstipante”, no paciente adulto então 
eu acho que é mais do que comum dar dieta obstipante quando está com 
diarreia. Mas em pediatria isso não pode acontecer por causa do risco de 
desnutrição. 
Orientar a mãe e o acompanhante que se não houver melhora em 2 dias 
ou se apresentar qualquer um dos sinais abaixo, ele precisa retornar, porque é 
sinal que a conduta não está sendo suficiente para equilibrar essa perda e ele 
está apresentando desidratação. São considerados sinais de perigo, que 
precisam ser avaliados, porque se o paciente estiver desidratado há um grande 
risco realmente: Presença de piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, 
com diminuição da diurese, presença de sangue nas fezes e recusa de líquidos 
e alimentos. Então a gente tem que ficar atento aí a questão do que a 
desidratação provoca né! 
 
A presença desses sinais, mesmo que não seja nada, mas pode ser que 
sim, que ela já esteja desidratada, que ela não esteja ingerindo líquidos. Então, 
eu tenho que rever minha discussão, meu plano terapêutico e até mesmo fazer 
uma nova intervenção para o paciente. Ou até mesmo fazer um reforço positivo. 
Mas se não apresentar nenhum dos sinais, a gente tem que tomar cuidado 
também, “não melhorar em dois dias” não é que a diarreia vai desaparecer em 
dois dias. O que é uma melhora da diarreia? É que nem melhora de febre, né? 
“Meu paciente está dando febre tem dois dias e não melhora”. Não, ele está em 
dois dias, mas como que era? Ah, era febre de quatro em quatro horas, 40°. Aí 
no outro dia ele deu febre de 8/8 horas de 38°. Houve uma melhora na febre, ela 
não desapareceu. 
 Assim como na diarreia. Ele tinha dez evacuações no primeiro dia, no 
segundo dia foi para quinze, no terceiro para trinta, dessa forma está 
aumentando, não está tendo melhora. Agora se era dez e muito volumosa, mas 
agora ele está com menos cólica, apresentou sete evacuações, então está 
havendo uma melhora. Então não é desaparecer, porque a gente viu que a 
evolução é de dez a quatorze dias, então isso tem que ficar muito claro na 
orientação aos familiares. Senão todo mundo vai voltar no consultório falando 
que esse soro que você passou não está adiantando porque a diarreia continua 
do mesmo jeito. 
Você precisa falar que o soro não é para a diarreia, é para prevenir a 
desidratação. Que a diarreia ainda vai durar de sete a dez dias, mas vai 
melhorando progressivamente a cada dia. De intensidade, de frequência, de 
volume, de sintomas associados, ok?! Então muito cuidado nessa questão de 
não melhora. 
Então, além de líquidos (principalmente os sais de reidratação), 
alimentação, os sinais de alerta e de perigo que indicam quando a mãe deve 
retornar para a unidade, também devemos orientar sobre questões de higiene. 
Orientar o acompanhante a reconhecer os sinais de desidratação, 
principalmente os sinais de perigo. Orientar sobre a preparação da solução de 
reidratação oral e sobre práticas de medidas de higiene, tanto pessoal como 
domiciliar como no preparo e conservação dos alimentos, porque nós falamos 
que a etiologia predominante da diarreia aguda é infecciosa. Então as bactérias 
e vírus são os principais causadores. Dessa forma, se a mão estiver 
contaminada e houver contato com outros irmãos, com outras pessoas do 
domicílio, ela pode ser transmitida para essas pessoas também. 
Então muito cuidado na questão da higiene, por exemplo, se está trocando 
a fralda, onde deve descartar essa fralda, lembrar de higienizar as mãos sempre. 
Parece bobeira, mas não é não viu gente! Tem pessoa que troca a fralda, vai lá 
e prepara o alimento e aí o alimento contamina e aí vai o resto da família toda 
também. Então, nós precisamos sempre reforçar essa orientação no sentido de 
que? Aqui o papel principal é de que a doença é transmissível, que outras 
pessoas do domicílio podem apresentar os mesmos sinais e sintomas se esse 
cuidado não for tomado. 
Pergunta inaudível. Professor responde: o soro caseiro também entra 
aqui, olha! O soro caseiro teria o mesmo papel de líquidos que a gente estava 
falando, sobre líquidos a vontade, líquidos caseiros. Soro caseiro, água de arroz, 
sopa. Pode, ela pode estar utilizando, agora a solução de reidratação oral ela é 
a principal para repor a perda fecal. Teve a perda fecal é mais garantido que 
você ofereça a solução de reidratação oral do ponto de vista de oferta. O soro 
caseiro, ele tem a questão do preparo né, prepara em 1 litro, uma colher de sopa 
de açúcar, uma colher de café de sal. O que é uma colher de sopa rasa, cheia? 
Isso pode causar variações e até mesmo aquela colher medida que pode ser 
distribuída na unidade. O soro caseiro é quando você não tem a opção para 
poder oferecer o envelope da solução de reidratação oral. 
Pergunta inaudível. Professor responde: não, o plano A inclui a TRO que 
é a utilização do soro de reidratação oral para a prevenção da desidratação. Mas 
não é só a utilização do soro. Deve ser feita a orientação de sinais de alerta, a 
questão de alimento, a questão da higiene, a questão do zinco. Isso aí é a 
orientação completa do paciente, por isso que eu falo que esse plano A é o mais 
importante, porque a gente vai ter que fazer isso para todo paciente com diarreia 
né. É claro que o que vai variar? O soro, a reidratação especificamente. Mas 
higiene, preparo de alimentos, zinco, sinais de alarme, isso nós vamos ter que 
fazer para todo paciente com diarreia, independentemente de ele estar 
desidratado ou não. 
A reidratação especificamente, que na verdade não é uma reidratação, é 
uma prevenção da desidratação, que é uma terapia de reidratação oral que a 
gente está utilizando. Aluna pergunta: então eu escrevo na receita soro de 
reidratação oral? Professor responde: soro de hidratação oral e você inclusive já 
fornece para a mãe o sachê/envelope e mostra para ela como ela deve preparar. 
Para ela já saber, inclusive temos que pegar e entregar na mão da mãe isso aí. 
A gente pode até fazer sigla como SRO (soro de reidratação oral), SHO (sais de 
hidratação oral), isso tudo a gente pode estar colocando na prescrição. 
Pergunta inaudível. Mesquita responde: se ela não estiver desidratada ela 
vai simplesmente continuar e você vai verificar se ela está utilizando da maneira 
correta, no preparo, na diluição, no armazenamento e no volume. Aluna 
pergunta: e se ela utilizar os dois tipos de soro? Mesquita: eu, particularmente, 
só vou orientar o soro caseiro se eu não tiver condição de fazer o soro de 
envelope, se eu não condição de oferece-lo. Por exemplo, se eu estiver faltando 
na unidade, se é uma mãe muito carente, se eu estiver atendendo em uma região 
específica que não tenha acesso a distribuição de medicamentos aí a gente 
utiliza o soro caseiro. 
Agora, se ela tem condições de receber o envelope aí a gente vai oferecer 
líquidos menos o soro caseiro,tá? A gente inclui ali, mas é igual eu falei que a 
gente tem que tomar cuidado na interpretação porque aqui o documento tenta 
abranger as mais diversas situações. Uma situação de carência extrema, onde 
não tenha acesso aos envelopes, a gente vai usar o soro caseiro. Que seria 
opção porque realmente existe o risco da desidratação hipertônica. Pergunta: 
não dá os dois então? Mesquita: Não, não se deve utilizar os dois! Ou um, ou 
outro! Eles acabam competindo e ainda há o risco do equilíbrio do soro caseiro 
não ser proporcional de acordo porque ele é artesanal. A gente sabe a medida 
certa de sódio, potássio, glicose que está sendo oferecida para esse paciente. 
Na verdade, nem potássio, ele só inclui mais glicose, sódio e água. Ele até perde 
em relação ao soro de reidratação oral por isso, tá? 
É só em uma medida extrema, como se diz. Para falar a verdade não é 
só uma população carente. Por exemplo, domingo à noite a minha filha estava 
com diarreia e vomitando, e eu falei “ah, não vou sair de casa não! Faz um soro 
caseiro e dá para ela aqui! ”. No outro dia ela já melhorou e ficou com esse soro 
caseiro mesmo. Mas é uma coisa assim, que eu estou do lado, estou 
examinando, é uma coisa mais específica. Aí vai depender da sua relação, da 
individualidade com o paciente. 
Mas em linhas gerais, gente, não dá para a gente particularizar o 
atendimento de SUS e essas diarreias ocorrem em grandes epidemias. Vocês 
vão ver que no pronto socorro ocorre tudo aos surtos. Tem a época da 
bronquiolite, de cada dez pacientes que vocês atendem, oito tem bronquiolite. 
Tem a época do broncoespasmo, de cada 10 pacientes, oito estão com 
broncoespasmo. Tem a época do resfriado, tem a época da diarreia, de cada 
dez, cinquenta tem diarreia (risos). Diarreia é terrível quando vem sua fase, então 
a gente vai pegar o soro e distribuir para todo mundo, certo? 
Bom, ainda dentro desse plano A, de líquidos, alimentação, higiene e 
sinais de alerta fazendo parte da prescrição medicamentosa, a administração de 
zinco que nós discutimos na semana passada (10mg para bebês menores de 
seis meses e 20mg para maiores que seis meses, por um período de 10 a 14 
dias). 
Esse plano terapêutico A parece que é longo, é chato, mas ele é tudo bom 
senso, não é?! Higiene, alimentação, oferta de líquido, prevenção de 
desidratação, administração de zinco, é tudo muito encaixado dentro da 
fisiopatologia da diarreia. Mas ele tem que contemplar todas essas orientações, 
eu não vou falar em prova, eu estou falando do ponto de vista de assistência, 
né! Quando vocês estiverem dando assistência para pacientes pediátricos 
apresentando diarreia sem desidratação. Ok? 
Bom, mas digamos então, que o nosso paciente com todas as 
orientações, ele retornou no terceiro dia porque a mãe observou que ele 
apresentava sinais clínicos de desidratação. Conforme a orientação que ela 
recebeu, ela deveria retornar na unidade para que a criança fosse avaliada. E aí 
quando a criança já apresenta desidratação, pela aquela tabela, ela já apresenta 
pelo menos dois sintomas que nós discutimos, ela tem essa desidratação leve a 
moderada, não é desidratação grave. A gente vai fazer a terapia de reidratação 
oral e essa terapia de reidratação oral não pode ser mais no domicílio. 
Então, a prevenção que a gente fez era orientação e a criança era liberada 
imediatamente para casa. Agora, é o primeiro atendimento ou ela retornou 
porque não houve melhora e aí ela apresenta desidratação (não grave) essa 
criança vai ter que permanecer em observação na unidade de saúde onde nós 
estamos fazendo o atendimento. Lembrem-se que exames geralmente são 
desnecessários, a abordagem principal é voltada principalmente para o 
diagnóstico de desidratação grave ou não desidratação. 
Aí a criança tem uma desidratação leve a moderada, na unidade de 
saúde, portanto ela vai ser indicada a terapia de reidratação oral com os sais de 
reidratação orais, num volume de 50 a 100ml por quilo, em um período de 4 a 6 
horas. Então essa criança ela vai permanecer internada na unidade e aí a gente 
continua o atendimento né, não vou ficar lá parando oferecendo o soro de 
reidratação oral. Qual é a preocupação que eu tenho na discussão teórica do 
sétimo período na hora de fazer a avaliação? A confusão que os alunos fazem 
em relação a qual solução utilizar. Existem soluções glicofisiológicas, mas para 
a terapia de reidratação oral pessoal é Soro de Hidratação Oral. 
 Eu já vi gente pegar soro 50% de glicose, 50% de soro fisiológico e 
mandar o menino beber, isso está errado! É soro de reidratação oral! E não só 
na teoria, na prática eu já vi profissionais prescreverem também. 
Então o soro de reidratação oral, esse volume, existem algumas coisas 
que são decoradas, isso é uma delas. Infelizmente essas nós vamos ter que 
decorar. Porque gera uma discussão, acabou que na prova passada eu falei que 
na teoria não iria cobrar os fatores de risco e a Magda cobrou na prática de vocês 
o da icterícia. Mas assim, como isso aqui vocês vão trabalhar muito em atividade 
prática, a gente entrou em consenso de que esse volume, essa regra né de 50 
a 100 ml por quilo de soro de reidratação oral vocês precisam decorar. 
O plano C que tem a fase rápida e a fase de manutenção existem algumas 
fórmulas para cálculo de soro, essas fórmulas só eu que vou trabalhar com vocês 
e a gente não vai cobrar que vocês memorizem. Eu vou fornecer na prova, 
quando chegar a hora dessas fórmulas eu vou mostrar. 
Agora isso aqui precisa memorizar tanto para a avaliação prática, quanto 
na teórica. Outra particularidade é que vão ter cálculos na prova, podem trazer 
calculadora para realizar. Todo ano eu falo e todo ano algum aluno esquece e 
na hora da prova pede calculadora para o vizinho, tem tempo, isso incomoda, 
então por favor tragam calculadoras! Não vale usar celular, nem calculadora 
científica! É calculadora baratinha, de 1,99, daquelas simples para somar, 
subtrair, dividir, que são as operações básicas que nós vamos fazer. 
Então, o soro de hidratação oral para o paciente vai ser oferecido num 
volume de 50 a 100 ml por quilo, no período de quatro a seis horas, e nós vamos 
ter que deixar esse paciente em observação na unidade de saúde. Vai ter que 
ter uma prescrição lá na unidade. Então o que a gente vai orientar? Esse 
paciente ele vai lá para o setor de observação, tem uma técnica ou um auxiliar 
de enfermagem que vai estar auxiliando a mãe nesses cuidados e é fundamental 
que a gente pese a criança antes e após a terapia de reidratação oral. 
Então, pesar antes dessas 4 a 6 horas e pesar ao término. Durante a 
terapia de reidratação oral, essa criança vai ser mantida em jejum, exceto se ela 
estiver amamentando no seio materno. Então, o aleitamento materno pode ser 
mantido na reidratação oral nessa fase de observação. Outros alimentos como 
mamadeira, leite ninho, leite de soja, leite de égua, não pode! Só pode tomar 
leite materno durante esse período! 
É importante a gente pesar essa criança e que continuamente a gente 
faça avaliação. Eu vou deixara criança largada lá seis horas e vou olhar só no 
final? Sendo que ela está ruim, não está aceitando, está vomitando, os sinais de 
reidratação estão se intensificando e eu estou perdendo a oportunidade de fazer 
uma intervenção. 
Então, regularmente eu vou lá olhar olhos, consciência, lágrima, boca, 
sinal da prega, perfusão, tempo de enchimento capilar. Vamos fazer tudo isso, 
palpação de pulsos, durante o processo de reidratação. A gente está 
acompanhando, “ah, ela está indo bem, está aceitando bem o soro, os sinais 
clínicos de desidratação parecem que estão menos evidentes” então vamos 
continuar com o nosso plano. 
Só para a gente ter uma ideia, essa criança vai ficar internada na unidade, 
é uma prescrição hospitalar, então mesmo que seja no receituário –que na 
unidade de saúde geralmente ela não tem- a gente vai ter que passar uma 
orientaçãopara o pessoal da enfermagem. Então ela vai: 1) ser mantida em 
observação na unidade, não é internação. Pode até ser que evolua para 
internação, mas eu estou observando ela na unidade. Em jejum, exceto se 
aleitamento materno. 2) Pesar antes e após, que é o término, que a gente vai 
pedir para equipe de enfermagem. 3) A gente vai dissolver o conteúdo de 1 
envelope dos sais de reidratação oral em um litro de água filtrada. E aí a gente 
vai oferecer. Em qual volume? 
Vamos fazer um cálculo aqui, vamos colocar um exemplo: eu tenho uma 
criança que pesa 10kg, eu sei que o volume que eu tenho que fazer é de 50 a 
100 ml por quilo. Qual é o tempo? De 4 a 6 horas. Então, vamos pegar aqui um 
volume de 50 ml por quilo em um tempo de cinco horas. Ok? Então se eu tenho 
que fazer 50ml por quilo para uma criança de 10 quilos, o meu volume vai ser 50 
vezes 10 que dá 500 ml dos sais de hidratação oral, concordam? 
Eu quero fazer aí em 5 horas, isso aí pessoal se for uma questão aberta 
vocês vão ter que especificar, ex: eu quero fazer em 4horas e 25 min, tudo bem, 
está dentro de 4 a 6 horas, o cálculo tem que estar certo. Eu não posso fazer em 
sete horas. Ah, eu quero fazer 59ml por quilo, está dentro de 50 a 100 ml por 
quilo, está. Mas para facilitar vamos arredondar para facilitar a vida de vocês no 
cálculo e a do professor na correção. 
Então 50 a 200ml por kg, a gente escolheu 50, num período de 5horas, 
vai dar 500 ml. Então a gente vai fracionar isso. Teoricamente se essa criança 
ficar internada (ele usa o termo internada, mas anteriormente falou que a criança 
fica em observação) lá e tomar 500ml em 5 horas eu alcancei meu objetivo, tá? 
Agora, tem a questão do volume gástrico, tem a questão da criança ser enjoada 
e não querer beber soro, tem a questão de ela estar vomitando, então vamos 
tentar fazer devagar, tentar fazer a cada 15 minutos, por exemplo. 
Então, se eu tenho que oferecer 500ml em 5horas, em uma hora eu teria 
que dar 100 ml. Para eu fazer em 15 minutos então seria 100 dividido por 4, não 
é mais ou menos? Cadê a calculadora barata? 
Então pessoal, esse é o exemplo que eu vou colocar aqui, oferecer 25ml 
a cada 15minutos, durante 5 horas. Entenderam aí no final? Ah e se eu quiser 
fazer de 20 em 20 minutos? Então eu ofereceria 33.3 ml, 34 ou 35 ml. Então, eu 
tenho que estabelecer qual o intervalo, isso é empírico. “Ah, tem que ser de 15 
em 15 minutos? Tem que ser de 20 em 20 minutos? Tem que ser de 10 em 10 
minutos? Pode ser de meia em meia hora? 50 ml a cada 30 minutos, durante 5 
horas? Pode! Isso vai depender de como o paciente está. Da colaboração dele, 
se ele não está vomitando. 
A gente fala da frequência porque são volumes pequenos, quanto menor 
o volume, mais fácil da criança aceitar e menos chance da criança vomitar 
também. Porque soro, vamos falar bem a verdade gente, eles falam que tem 
gosto de lágrima né, mas eu gosto mais de lágrima do que de soro, porque 
realmente soro é ruim (risos). 
Pergunta inaudível. Mesquita: não, 500ml. Na verdade o meu volume é 
500 ml porque eu escolhi 50 ml por quilo, porque eu quero uma criança de dez 
quilos, então é 50ml vezes 10, 500ml em cinco horas. Aluna: isso que eu estou 
perguntando. Mesquita: é porque pode ser de quatro a seis horas, eu escolhi 
cinco horas. Eu poderia ter feito em quatro horas, mas eu escolhi em 5 horas. 
Em cinco horas ele tem que tomar 500ml, ou seja, 100ml por hora, 
100,200,300,400,500. Mas eu quero de 15 em 15 minutos. Poderia ser 100 ml 
de hora em hora, mas vamos deixar uma fração menor, de 30 em 30 minutos 
50ml, de 15 em 15 minutos 25ml (25 ml a cada 15 minutos). 
Aluna pergunta se poderia escolher. Mesquita responde: poderia ser seis 
horas, aí você iria fazer ali os 500 dividido por 6 horas e seria mais ou menos 
83.3 ml a cada hora, dividido por 4 para dar 15 minutos, daria 20-21 ml a cada 
15 minutos. Aluna: como é de 50 a 100 ml por quilo eu poderia escolher 100 ml 
por quilo? Mesquita: poderia escolher 100 ml por quilo e ser 1000ml ali. Aluna: 
aí eu posso fazer a mesma conta? Mesquita: mesma conta, normal. 
Quando que eu vou preferir 50 e quando eu vou preferir 100? Pessoal, 
lembra que nós fizemos quanto a gravidade a desidratação pode ser de primeiro, 
segundo e terceiro grau? Que na verdade a minha grande divisão é separar a 
de primeiro, de segundo e de terceiro? Porque primeiro e segundo a 
desidratação leve a moderada o tratamento é esse, é igual. Agora de terceiro é 
diferente, é hidratação parenteral. Se a gente observa que os sinais clínicos 
estão tendendo mais para uma desidratação de segundo grau, que é também 
uma avaliação da subjetividade, eu posso por 100ml por quilo. Se os sinais 
clínicos estão evoluindo mais para uma de primeiro grau, está mais leve, acho 
que pode fazer 50 ml por quilo. Se tá na dúvida faz 75ml/kg. É livre isso aí, é de 
acordo com o que você for observando no paciente. Acho que ele tá muito 
desidratado, não é grave mas tá muito, então mete logo 100ml/kg. Ou, não tá 
pouquinho vamos deixar rapidinho 4 horas dá 50ml/kg rapidinho a gente hidrata 
ele e manda pra casa. Então vai ser o que você observou no paciente e tendendo 
pra isso aí, de acordo com a intensidade você joga 100 se for mais, e se for 
menos você joga mais perto de 50. 
 Pergunta sobre a fração. A gente tende a fazer a cada 15 minutos 
porque é mais frequente e maior volume, independentemente do tamanho. 
Porque a gente fala assim, oferecer com frequência, então assim, uma fração de 
15 minutos é uma frequência razoável, uma tendência geral de que a gente 
possa fazer nessa fração menor. Mas pode ser menor, até de 5 em 5 minutos, 
ou mais, 30 minutos. Começar com 15 minutos geralmente é um bom parâmetro 
pra que a criança aceite melhor, para que a gente não dê excesso de líquido e 
não seja tão frequente também. 
Agora por exemplo, agora deu 15 minutos e a criança não quis beber, tá 
tudo bem, não force. O segredo da alimentação em criança pessoal, ninguém 
força o menino a comer, então é o alimento oferecido com agrado. Então são os 
aviõezinhos, as brincadeirinhas, fazer uma caretinha na comida, fazer alguma 
coisa que vai brigar e obrigar vai ser pior porque a criança vai chorar e vai perder 
mais água ainda pela lágrima e vai desidratar mais ainda. 
Ela tá aceitando, mas agora ela não quis, ah não força, no próximo horário 
ao invés de dar 25 eu dou 50, dobro a quantidade no próximo horário. Vamos 
equilibrar isso aí. O importante é que nesse período de 5 horas, as vezes ela 
bebeu mais, foi o contrário bebeu 50ml de uma vez, tava com mais cede, tava 
gostando do soro sei lá, tem problema nenhum, vamos equilibrar e segurar um 
pouquinho no final para não antecipar esse período. Pode até antecipar no 
período mínimo de 4 horas, isso aqui pessoal é papel que estamos prescrevendo 
mas na prática tem tudo isso aí. Ou o menino não bebe ou bebe de mais, acabou 
mais cedo ou acabou mais tarde, a gente tem que ir ajustando. Por isso que 
tenho que fazer uma avaliação contínua pra ver como tá a aceitação, a evolução 
dos sinais de desidratação. Não é prescrever e ir pro fundo, deu tudo errado a 
criança ficou aqui a manhã toda, a mãe não foi chamar ninguém (risos) isso 
acontece demais, a gente pergunta pra mãe se ela não chamou ninguém, não 
ninguém falou nada. 
Então isso aqui é uma orientação inicial, uma avaliação contínua é 
fundamental no processo de tratamento de uma desidratação, tem que manter 
essa criança monitorada continuamente. Então vai ficar em observação. 
O cálculo todo mundo entendeu? Essa distribuição, que é empírico não 
tem regra rígida, não tem um intervalo mínimo, máximo, tanto de tempo quanto 
de volume e aí é bem flexível. Mas o principal é o preparo, é estabelecer um 
tempo, um volume e uma frequência e o uso da solução correta do sal de 
reidratação oral. Pesar antes e após, no final fazer prescrição solicitar uma 
avaliação e aqui tem que ser formal. Acabou mas eu nãoposso ir lá olhar, então 
tenho que olhar o mais rapidamente. E o que eu vou olhar ao final da 
reidratação? Os sinais clínicos, o peso porque ele deve ganhar peso; a diurese 
tem que estar restabelecida. Não é a cada evacuação amolecida que a gente tá 
oferecendo mais não, isso é no PLANO A. Aqui a gente falou, ele tem 50ml/kg 
de perda hídrica que é o que eu estou repondo neste intervalo, então ele perdeu 
peso. Com a reidratação ele vai ganhar peso. Claro que ele pode ter diarreia 
nesse período e a gente tem que tá ajustando isso aí também, aumentando o 
volume. 
Paciente ficou aqui 5 horas, opa beleza, teve diurese, ganhou peso, teve 
boa aceitação dos soros, os sinais de desidratação regrediram e agora? A 
diarreia continua lá. Mas a minha internação foi pra resolver a diarreia? Não. Foi 
pra resolver a desidratação. E agora ele tá hidratado, ele tá igual ao paciente 
que chegou no PLANO A, com diarreia sem desidratação. Se tiver tudo bem, se 
ok, se alcançar nossos objetivos a gente vai dar alta e vai orientar o PLANO A 
novamente, vamos lá. Oferecer líquidos a vontade, o soro após cada evacuação 
amolecida, alimentação, observar sinais de alerta, preparo e higiene dos 
alimentos, quando vai retornar se sinais de alerta, zinco e pronto. A gente vai dar 
alta e fazer tudo por escrito de novo, por isso que eu falei que o plano A é 
importante, porque eu corrijo o distúrbio no plano B que é fundamentalmente 
hidratar essa criança, mas eu a libero pra casa com orientações do plano A. 
Então, faz parte da orientação do plano B o plano A também pra gente conseguir 
sucesso evidentemente. 
Pergunta sobre o período de avaliação. Aí pessoal quanto mais melhor. 
Não tem uma regra, de hora em hora, mas quanto mais você ir ver, perceber e 
até pra você sentir confiança. Se a criança tá bem, tá aceitando, não tem 
problema, a mãe tá bem orientada, o soro tá bem conservado, o volume tá bem, 
você pode até espaçar um pouquinho mais. Agora, se não tá legal, vamos tentar 
fazer um ajuste, corrigir isso mais cedo, mudar, diminuir volume, diminuir tempo 
ou aumentar tempo, vamos ver qual a característica. Não tem uma regra rígida, 
e não precisa ficar lá do lado também não. É você ir sentindo como o paciente 
tá evoluindo. 
O que é sinal importante pra gente tá vendo? Pulso, FC, FR talvez, é mais 
quando tem um distúrbio hidroeletrolítico. Agora a consciência, olhos, boca, 
língua, sede, diurese, sinal da prega, tempo de enchimento capilar. Aqueles 
mesmos sinais que a gente iniciou a discussão. 
Então pessoal, se o paciente for bem, ótimo, a gente vai dar alta e plano 
A. Mas se não for? Vou repetir o plano B na unidade mais 5 horas? Vou gastar 
meu plantão inteiro pra atender só um paciente, então não. Não existe plano B 
pro PLANO B. Ou ele funciona, ou ele não funciona. Se o plano B funcionar e vai 
funcionar na grande maioria das vezes, a gente é que não tem fé e fala ah não 
vai dar certo então vou logo fazer uma hidratação parenteral que é 3 horas, é 
metade do tempo que eu gasto com a hidratação oral. Se a gente fizer com 
calma, orientando, monitorando, o plano A na literatura mundial, é a melhor 
forma de tratamento, isso é mundial não é aqui em Araguari, para paciente com 
desidratação leve a moderada. Então se Araguari não dá certo alguma coisa tá 
errada com a gente na técnica, então vamos rever a técnica. 
Bom, até por falar na técnica, se por exemplo, não funciona, eu tinha 
falado, MAS TEM SIM UM PLANO B PRO PLANO B. Que é a hidratação por 
sonda nasogástrica. Essa hidratação por sonda nasogástrica, muitas vezes 
depende da habilidade do profissional em fazer a passagem da sonda, tem muito 
enfermeiro que não passa. As vezes recebe uma orientação, to de plantão, 
nossa não tem vaga o paciente tá desidratado e não tá aceitando soro, tenta pela 
sonda nasogástrica, não eu nunca passei isso não e não vou passar não, então 
se não tem habilidade é melhor não fazer mesmo não e é muito frequente isso. 
Em adulto parece que todo mundo vai, mas agora criança parece que tem medo 
de fazer as coisas. Passar a sonda num menino que vai cuspir, xingar, morder 
vai ser mais complicado ainda. Há uma certa resistência, não é uma prática 
comum, acho que dificilmente quem tiver avaliando paciente em pronto 
atendimento dificilmente vai ter a possibilidade de ver uma hidratação por sonda 
nasogástrica, acaba que se falhou aqui no plano B já vai pro plano C. Que seria 
a estratégia, o degrau acima, não consegui o que eu queria que é reidratar eu 
vou ter que utilizar outra estratégia. 
Aqui é o que a gente falou de avaliação de regressão, ganho 
ponderal,diurese, regressão dos sinais de desidratação 
Libera dieta pode ir pra casa com a receitinha que contem zinco e a 
orientação do soro de reidratação oral e as orientações alimentares e de higiene. 
Agora se houver falha, rever a técnica significa basicamente a gente considerar 
a questão da sonda nasogátrica que seria a hidratação por ?gastropolis? ou se 
eu não tenho a técnica e habilidade pra passar a sonda nasogástrica a gente já 
indicaria a hidratação venosa. Uma coisa que é muito chata e que muitas vezes 
causa uma certa resistência na prescrição da terapia de hidratação oral é a 
presença de vômitos e como a metoclopramida era o único antiemético da faixa 
pediátrica disponível, ele era formalmente contraindicado, muitas vezes a gente 
indicava parenteral por causa de vômitos mas hoje temos a ondansetrona que já 
discutimos na semana passada que tem trazido boas respostas. O efeito que os 
trabalhos mostraram é reduz os vômitos e reduz a necessidade de hidratação 
parenteral e consequentemente a necessidade de internação, então são coisas 
muito boas que a ondansetrona traz. Ela fortaleceu um pouco mais ainda a 
questão da praticidade do plano B que é a terapia de reidratação oral. Então nos 
vômitos a gente tem a primeira opção e mais pra frente eu iria falar, mas já vou 
falar, tem um limite. Teve vômito? Quando que eu vou considerar um vomito aqui 
outro acolá até faz bem vomitar, fica nauseoso, aquela cor horrorosa, quando a 
gente vomita parece que melhorou tudo né. Então tem um limite e qual é o limite 
pra eu estar prescrevendo? A questão é eu tolerar até 4 episódios de vômitos 
num período de 1 hora. Mais do que 4 eu acho que nem vale a pena fazer a 
ondansetrona, acho que pode ir direto pra hidratação parenteral. 2,3,4 vômitos 
tentem ondansetrona. Se não conseguiu controlar no período de uma hora, então 
vamos partir pra parenteral, já tentei tudo e não adianta, então vamos para 
hidratação parenteral. Mais que 4 episódios no período de 1 hora, até 4 a gente 
pode tá considerando. 
Então a técnica da hidratação pela sonda nasogástrica também tem outra 
indicação que é trazida pela Organização Panamericana que é por exemplo, 
estou em um lugar de difícil acesso a uma unidade assistência terciaria, uma 
rede hospitalar e aí eu não consigo um acesso venoso seguro pro paciente, e 
entre eu não fazer nada, posso tentar, um paciente com desidratação grave que 
é contraindicada a TRO que já falamos pelo rebaixamento do nível de 
consciência. Mas com a sonda não preciso que ele esteja acordado pra eu estar 
oferecendo, a sonda é goela abaixo que a gente vai jogar o soro, mas claro que 
tem risco. Se o paciente tem uma desidratação grave, eu não tenho acesso a 
uma unidade terciária, eu não consigo um acesso venoso pra fazer uma 
hidratação parenteral, ele pode ser uma opção, não é a melhor, mas entre não 
fazer nada a gente pode, de imediata, estar fazendo a hidratação por sonda. E 
a outra opção seria no caso de uma falha de TRO, tem que especificar se tem a 
habilidade de passar a sonda e se tem equipamento, porque depende da bomba 
de infusão pra estar fazendo a hidratação por ?gastropolis? que é uma bomba 
jogando esse soro, então precisa de equipamento, sonda e bomba de infusão. 
Porque o volume que eu vou administrar de soro de hidratação oral não é soro 
fisiológico,não é glicose a 5%, eu vou dar soro de reidratação oral o mesmo de 
pegar o envelope diluir em 1L de água e vou oferecer 20ml/kg/hr por um período 
de 4 a 6 horas que vai dar um volume que fizemos o cálculo de 50-100ml/kg. 
Então a hidratação por ?gastropolis? por exemplo, pra esse paciente nosso aqui 
de 10kg se a gente fosse fazer em 6 horas, 20 vezes 10 é 200, 200 vezes 6 
horas daria 1200mL. Naquele que fizemos que é 100mL/kg daria 1000mL é 
próximo o volume, também eu coloquei o volume máximo ali nas 6 horas e isso 
aí a gente programa a bomba. Por exemplo é 1200mL em 6 horas, a bomba é 
em mL/hr, então a gente coloca 1200 dividido por 6 dá 200mL/hr e a bomba vai 
infundir aquilo continuamente, quando acaba ela dá o alarme e a gente vai 
reavaliar o paciente pra ver como ele tá. Então é programado em 4 a 6 horas no 
volume de 20mL/kg/hr da solução de reidratação oral. 
Agora, não tem a sonda, não bomba, não tem habilidade, o paciente não 
alcançou os objetivos ou ele tem uma desidratação grave a gente, então vai 
indicar a hidratação parenteral que é o PLANO C. 
Já vimos o PLANO A, da prevenção, o PLANO B que é o paciente que 
tem desidratação leve a moderada, então o PLANO C que veremos quais suas 
indicações de imediato. Quando o paciente tem desidratação grave, colapso 
circulatório, comprometimento do SNC, paciente comatoso, letárgico, ninguém 
vai oferecer TRO, exceto se eu não tiver aquela particularidade da sonda. Uma 
criança que esteja hipotônica, comatosa que é uma desidratação grave ou com 
sinais de hipovolemia que também entra em desidratação grave que são sinais, 
hipoperfusão é tempo de enchimento capilar maior que 5 segundos, comatosa, 
pouco responsiva que caracterizam os sinais de desidratação grave. Uma outra 
situação que é difícil as vezes, é o íleo paralítico, criança em uma sepse grave 
ela pode fazer, então tem uma distensão abdominal, sem ruídos hidroaéreos, 
isso é uma contraindicação, nada podemos oferecer, é dieta zero menos soro 
pra gente com íleo paralítico com distensão e ausência de ruídos hidroaéreos. 
São situações menos comuns, mas é uma contraindicação. 
Os vômitos incoercíveis que falamos, mais do que 4 no período de 1 hora, 
até quatro a gente ainda pode tentar consertar com a ondansetrona mas, mais 
do que 4 é mais difícil de controlar esses vômitos e o risco da perda é maior, 
porque não é só a perda pelas fezes, a gente tá tendo a perda com os vômitos 
também. A falha na TRO, paciente que em 4 a 6 horas não restabeleceu a 
diurese, não ganhou peso, não regrediu os sinais de desidratação é a outra 
indicação. E crises convulsivas e presença de distúrbio hidroeletrolítico, ninguém 
vai dar soro oral pra paciente em convulsão. Assim, são termos da literatura, mas 
chega lá em convulsão, seja convulsão febril ou neurotoxina por Shigella, 
controlar a convulsão é a primeira coisa né, dá anticonvulsivantes, monitora 
sinais vitais, trata a urgência, paciente estabilizou tá consciente tá bem, uai não 
tá mais em convulsão então posso até tentar uma TRO pra ele, mas durante a 
crise não, tem que controlar a convulsão. Agora distúrbio hidroeletrolítico como 
nós discutimos na semana passada como hiponatremia e hipernatremia as 
correções são sempre pela via parenteral em ambas. Essas são as indicações 
mais comuns pra realizar o PLANO C que inclui hidratação pela via venosa. 
A hidratação parenteral tem duas fases que são a fase de reparação e 
expansão, e a fase de manutenção e reposição. Eu coloquei a reposição na cor 
preta (no quadro) porque duas etapas são obrigatórias que devemos estar 
realizando quando a gente vai fazer hidratação parenteral. A primeira é a fase 
de reparação e expansão, e a manutenção também é obrigatória, a reposição de 
perdas pela via parenteral nem sempre é obrigatória porque por exemplo, o 
paciente chegou com desidratação grave aí a gente faz a fase de expansão que 
é rápida, aí faço a fase de manutenção pra ele, aí ele retoma a consciência, 
restabelece a circulação e aí eu corrigi a desidratação dele. Não posso nem 
liberá-lo pra casa vamos ver algumas particularidades aqui, mas ele vai continuar 
com a diarreia só que ele já tá consciente. Não tá com desidratação grave eu 
posso fazer a reposição pela via oral, tá internado, tá tomando soro de 
manutenção e toda vez que apresentar uma evacuação líquida amolecida a 
gente pede pra oferecer o sal de hidratação oral, reposição não é 
necessariamente pela via parenteral e pra facilitar os cálculos aqui pra gente que 
a fase de reposição dá um volume a mais de soro pra gente tá acrescentando 
na manutenção do nosso paciente. Então não vamos cobrar de vocês a fase 
de reposição pela via parenteral, nós vamos trabalhar com a reposição pela 
via oral, concomitantemente chegou grave eu faço a expansão, eu prescrevo a 
manutenção e faço a reposição pela via oral através da oferta de soro após cada 
evacuação amolecida. 
E necessariamente pessoal, o PLANO A é no domicílio, o PLANO B 
é observação na unidade e no PLANO C tem que ser internado. 
Então eu vou encaminhá-lo, posso até estar na unidade tirar do choque, 
tirá-lo da fase grave, fazer a fase de expansão, mas eu vou ter que referenciá-lo 
pra um serviço de internação. O plano C é no nível hospitalar. 
Qual é o objetivo da fase de reparação, manutenção e reposição? A fase 
de reparação visa restabelecer rapidamente o volume dos compartimentos 
hídricos, principalmente o compartimento extracelular que é onde a perda 
primariamente se estabelece que é o que discutimos na semana passada. Então 
tenho que rapidamente preencher o quadradinho que fica faltando do 
extracelular pra gente restabelecer os sinais de perfusão, hidratação e até 
mesmo se tiver um distúrbio hidroeletrolítico estaremos compensando isso 
também. De uma forma rápida procuro restabelecer os volumes dos 
compartimentos hídricos e fundamentalmente restabelecer a função renal e a 
diurese. Então na fase rápida eu tenho que restabelecer a volemia e a diurese 
do paciente rapidamente. 
Na manutenção o meu objetivo é que se meu paciente não ingerir nada 
nas próximas 24h eu consigo estar oferecendo as necessidades basais de 
liquido, dos principais eletrólitos e de energia pra ele. Quais são os principais 
eletrólitos? Do extracelular, o sódio. E do intracelular, o potássio. E a principal 
fonte de energia, glicose. 
As necessidades basais é desde que não haja perda nenhuma, ah meu 
paciente não ta comendo nada e não ta bebendo nada e se ele não tiver tendo 
perda anômala a oferta do soro de manutenção vai ser suficiente pra repor suas 
perdas fecais, intestinais, pela transpiração, perda insensível e via urinária. Mas 
além dessas perdas ele tem as perdas anormais que é a diarreia, que entra a 
fase da reposição. Além do basal, estou repondo uma perda anômala que ele 
apresente, e como na diarreia a gente vai optar pela reposição oral não vamos 
citar no plano C na via parenteral. 
Pergunta: Professor eu não entendi, no Plano C pode ser oral também? 
Não, o Plano C na verdade que é a hidratação parenteral tem 3 fases, expansão, 
manutenção e reposição tudo pela via parenteral, pela veia. Mas eu posso fazer 
também reposição, não só pela via parenteral, posso fazer reposição pela via 
oral que é quando a gente faz TRO pra repor as perdas fecais. Então nós não 
vamos fazer a reposição pela via parenteral no soro que a gente for calcular, nós 
vamos fazer a reposição de perdas anormais pela via oral através da oferta do 
soro após cada evacuação amolecida. Ah mas eu não quero fazer pela via oral, 
quero fazer a reposição também pela via parenteral, é possível também eu fazer 
uma cobertura pela veia de soro para repor a perda fecal, mas é um calculo 
mais complexo e acho que é mais fácil a gente trabalhar com a reposição pela 
via oral e obrigatoriamente a expansão e manutenção pela via parenteral. 
 Bom, então antes da gente falar dos cálculos a gente vai trabalhar um 
pouquinhosobre velocidade e prescrição pessoal. Pessoal, prescrever soro 
errado mata, tá? Então a gente tem que fazer os cálculos direitinho e nós temos 
que prescrever da maneira correta o soro para os nossos pacientes. 
A única opção que eu acho que vocês vão ter no nosso curso inteiro sobre 
o cálculo de soro, não vou falar nem só na pediatria, mas no curso inteirinho eu 
acho que é nessa discussão de hoje. Uma época eu tirei isso do nosso conteúdo 
e aí os alunos chegavam lá na Santa Casa no internato e não sabiam fazer soro, 
aí queriam fazer greve, mandar o professor Marcos embora porque ele não 
ensinou a fazer soro e para não ser mandado embora resolvi colocar de novo. 
(risos) Estou brincando pessoal! 
A gente percebeu que houve uma falha aí, porque a gente achava assim 
que hidratação parental era paciente grave, que vai para hospitalar e não era o 
objetivo. Mas vocês vão no hospital no internato, vocês vão estar lá! E não é 
prescrever soro só para paciente com diarreia, chega um paciente com 
apendicite, que tenha que fazer cirurgia, esse paciente tem que ficar em dieta 
zero. Aí vai ficar de dieta zero lá, sem comer nada, além de não estar repondo, 
está perdendo. Aí além da apendicite a gente vai ter que corrigir a desidratação 
dele né. 
Então eu tenho que fazer um soro de manutenção, que é essa etapa. A 
manutenção serve para a gente deixar o paciente em jejum durante 24 horas e 
ele não desidratar, não apresentar hipoglicemia, ele não apresentar distúrbio 
hidroeletrolítico, de sódio, potássio. A gente está mantendo essa oferta para ele 
pela via parenteral. Por isso que eu acho que para a formação de vocês vale a 
pena a gente discutir o cálculo de manutenção. 
Bom, para a gente fazer o cálculo do soro, a gente vai precisar de calcular 
a velocidade da infusão. A velocidade da infusão pode ser por bomba de infusão 
que a gente faz em ml por hora (ml/hora) igual a gente falou lá na gastrolise (??), 
1200ml em 6 horas, é ml por hora, a bomba vai registrar é por hora. 200 ml por 
hora é a velocidade de programação que a enfermagem vai fazer quando for 
instalar a bomba. 
Se eu não tenho bomba eu posso fazer o cálculo de gotas por minuto. 
Como que é o cálculo de número de gotas por minuto? É o volume total do meu 
soro dividido por 3 vezes o número de horas. Se, por exemplo, a gente fosse 
pegar esse soro aqui e fazer pela via parenteral, o meu volume total é 500 (que 
eu calculei ali), qual que é o número de horas? 3 vezes o número de horas que 
eu escolhi que foi cinco horas. Então seria 500 dividido por 15, aí já sairia em 
gotas por minuto. 500 dividido por 15 seria entre 33- 34 gotas por minuto. 
Então é o número de horas em horas que a gente vai colocar aqui! É 
importante a gente frisar que não vale em minutos para esse cálculo aí não. Tem 
que transformar os minutos em hora. Então são as opções de velocidade de 
infusão que nós vamos ter. 
Vamos falar um pouquinho sobre a fase rápida, a fase que visa a 
expansão dos compartimentos e a expansão da volemia. Pessoal, existe uma 
confusão na literatura, todo ano precisamos dar uma olhadinha porque as 
evidencias começaram a chegar na diarreia, as regras básicas antigas estão 
sendo questionadas. Até a gente estava esperando posicionamento do MS e há 
um ano e meio ele se posicionou com a liberação das novas diretrizes do 
tratamento da diarreia e desidratação. 
E aí para a fase rápida eu vou usar a terminologia que o MS preconiza, 
que é diferente daquilo que a OMS preconiza, que é diferente daquilo que a 
Organização Pan-americana preconiza, do AIDPI. Então nós vamos trazer isso 
para o âmbito nacional. Dentro do Ministério da Saúde é o que nós vamos estar 
cobrando nas avaliações que vocês vão estar fazendo e nas atividades práticas 
lá na Santa Casa também. 
Quem depois tiver um consultório chique e depois quiser hidratar pela 
Organização Mundial da Saúde, tem liberdade. Mas a gente tem que padronizar 
isso aqui, tá? Segundo o MS o plano C, para gente estar fazendo então a fase 
rápida, ela vai ser dividida então de acordo com a idade da criança. Ou ela é 
maior que cinco anos ou ela é menor que cinco anos. Essa é a principal diferença 
com a OMS que divide entre maior e menor de um ano. 
Do ministério da saúde, provavelmente nós vamos usar muito mais isso 
aqui. Onde a gente vai pegar crianças com diarreia e desidratação grave 
menores de cinco anos , tá? 
Menor que cinco anos a gente vai utilizar, não é mais o soro de reidratação 
oral, a gente vai fazer pela via parenteral o soro fisiológico 0,9% e lembre-se, é 
uma desidratação grave! O paciente chegou hipotônico, hiporesponsivo, não 
bebe líquidos, o tempo de enchimento capilar está muito prejudicado, ele está 
grave. Então a gente vai fazer, rapidamente, um volume de 20 ml por quilo do 
soro fisiológico em 30 minutos. Fiz os 20ml/kg e avalio condição, olhos, boca, 
lágrima, se está com sinal da prega, tempo de enchimento. Se não está bom 
ainda, repete mais 20ml/kg em trinta minutos. Não está bom ainda? Repete mais 
até ele ficar bom. 
Então a fase rápida tem que ser rápida! 20ml/kg de soro fisiológico a cada 
30 minutos até a gente tirar ele do choque. Reestabeleceu a circulação, ele teve 
diurese, consciência retornou, não está mais com o tempo de enchimento capilar 
prejudicado, sinal da prega desaparecendo rapidamente, a perfusão, o pulso 
mais palpável. 
Então é sair do choque, tem que regredir os sinais clínicos de 
desidratação e tem que reestabelecer a diurese. Enquanto não acontecer isso a 
gente vai fazer 20ml/kg em 30 minutos de soro fisiológico para o paciente menor 
que cinco anos. Exceto se ele for um recém-nascido ou tiver cardiopatia, porque 
cardiopatia a gente tem que tomar cuidado com líquido. Lembra? Se tiver ICC aí 
a gente tem que restringir líquido. Então a gente faz um volume menor de 
10ml/kg também no período de trinta minutos. E aí acompanha, acompanha, 
acompanha até os sinais regredirem e ele reestabelecer a diurese. 
Mas, e se ele for uma criança maior de 5 anos? Onde geralmente a 
resposta é mais rápida, a desidratação é menos intensa, bem menos provável 
que a gente pegue um paciente chocado, com uma desidratação grave em 
pacientes acima de cinco anos. Aquelas mortalidades são muito para os bebês 
menores do que cinco anos. 
Então a regra para fase rápida, de acordo com o MS, para as crianças 
maiores de 5 anos, é a gente estar fazendo uma solução/ uma mistura de soro 
fisiológico e Ringer lactato, mas não necessariamente uma mistura, uma 
sequência. Eu vou fazer em um período de três horas. Nos primeiros 30min eu 
vou administrar soro fisiológico, num volume de 30ml por quilo. E, imediatamente 
após, eu vou administrar Ringer lactato 70ml por quilo. Ou seja, eu vou dar um 
volume de 100ml/kg. 
Esses 70ml/kg de Ringer lactato num período de duas horas e 30 minutos, 
tá? Parece que é até bem simples essa fase de expansão para a gente estar 
prescrevendo. A gente tem que lembrar o volume e tem que lembrar o tempo. 
Isso eu vou cobrar de vocês, ainda precisa ser memorizado, tá? O volume, o 
tempo e a solução da fase rápida. Bem como o volume, o tempo e a solução 
para TRO (terapia de reidratação oral). Até aqui, tudo precisa ser memorizado! 
Essa velocidade 30ml/kg a gente vai prescrever. Olha: soro fisiológico 
para o paciente de um quilo, correr 30ml em 30 minutos. É o que a gente vai 
fazer em um paciente, quantas ml por horas seriam? Vamos fazer aqui com 
paciente de um quilo para facilitar o cálculo. Vamos fazer 20 ml por quilo na fase 
rápida, porque 1kg ele não vai ter menos de cinco anos né (ele falou dessa 
forma). 20 ml por quilo, se bem que para o recém-nascido (se perde) Fala1: é só 
empírico isso aqui! 
Então eu tenho que fazer 20 ml de soro fisiológico em trinta minutos. 
Quantas ml por hora que vai dar isso aqui, em? A gente tem que transformar 
minuto em hora. Ou transformar isso aqui até em gotas por minuto também. 
Vamos mlpor hora (ml/h) e gotas por minuto (gotas/min). Tem que trazer 
calculadora tá turma, senão vai dar nó no cérebro. 
Então, 1 hora são 60 minutos, mas eu tenho que fazer em 30 minutos. 
Quantas horas? 0,5, né? Então é 0,5 horas. Vamos fazer gotas por minutos 
primeiro. Então, o meu volume gotas por minuto é o volume dividido por 3 vezes 
a hora (em horas). Então a hora é o três vezes 0,5. Então é 20 dividido por? 
Cadê minha calculadora? 20 dividido por 1,5, vai dar 13,3, 13 a 14 gotas por 
minuto isso aqui. 
Então 13 a 14 gotas por minuto. E se fosse ml por hora? Se fosse ml por 
hora (ml/hora) a gente colocaria 20 ml que eu tenho que fazer em 30 minutos, 
não é? Mas para eu fazer em uma hora, na velocidade de infusão, eu vou colocar 
40ml. Então, em ml por hora, a gente vai fazer 40ml/hora é a velocidade de 
infusão que vamos colocar na bomba de infusão. “Ah, mas ele vai correr 40? ” 
Não! Ele vai correr 30 em meia hora! É só pelo cálculo da bomba, porque a 
bomba não permite fazer menos que uma hora, é o tempo mínimo. Aí a gente 
programa lá, “ eu quero 30ml (acredito que ele queria falar 20) em 30minutos” 
que na verdade vai corresponder a 40 ml por hora. Ele vai correr 20 em 30 
minutos. Deu 30 minutos ela desliga e não infunde mais. Isso aqui é só para 
fazer a programação, ok? 
Aluna pede para ele explicar o cálculo de ml por hora de novo. Ok! Vamos 
lá, a bomba de infusão só trabalha em ml por hora (ml/hora). Então ela faz aqui 
na verdade não é o ml por hora, é o volume que eu quero por hora. Então quanto 
que eu quero? Para o nosso bebê eu falei 20 ml que eu quero correr em 30 
minutos, porque é esse cálculo aqui que eu estou fazendo. É um bebê de um 
ano com 1 quilo. Então 20 vezes 1 quilo, tá? 
Então eu quero correr 20ml de soro fisiológico em 30 minutos, não é esse 
o meu objetivo? Mas, como eu quero transformar isso em horas, quantos ml que 
a gente vai precisar? Então em 60 minutos que correspondem a uma hora, a 
gente vai ter 40 ml. É regrinha de três, seria o X. Então seria, X é igual a 60 vezes 
20, que vai dar exatamente os 40ml que a gente vai oferecer. 
É só você escrever. Soro a gente não pode ter preguiça de escrever, 
rascunhar, olhar. É raciocínio isso aqui! É uma coisa mais exata. Se eu mudar 
ali a velocidade de infusão eu posso matar um paciente. Então eu quero 20 ml 
em 30 minutos. Em 60 minutos, quanto que eu vou querer? Eu vou querer fazer 
40 ml. Então é 40ml/hora. 
Para ficar mais fácil, vamos fazer a prescrição como se o paciente 
estivesse internado. Esses cálculos de vírgula que dificultam um pouquinho, mas 
vocês vão ver que no soro de manutenção é mais fácil de a gente fazer esse 
cálculo, só fica mais extenso. Como que a gente vai fazer a prescrição da fase 
rápida? 
Olha, da mesma forma que na TRO -claro que ele não está nem 
aceitando, ele está comatoso, letárgico, pouco responsivo, eu tenho que 
deixá-lo em jejum também. Então, esse paciente, na fase rápida ele vai ficar em 
jejum. Se ele estiver consciente as vezes, em uma hidratação parenteral de um 
paciente mais consciente o leite materno pode-se até oferecer, lembre-se que 
leite materno é sem efeito colateral, só para quem tem galactosemia. 
Então jejum! E esse paciente a gente vai fazer a fase rápida. O peso dele 
nós estamos fazendo como 1kg para facilitar. Vamos considerar então que ele é 
um recém-nascido. Então, é um bebê de 1kg, eu preciso fazer uma fase rápida 
para ele. Qual que vai ser a minha velocidade de infusão? Eu tenho que fazer 
soro fisiológico (é a solução que eu vou acrescentar), eu tenho que utilizar 10 ml 
por quilo, porque ele é um recém-nascido. Então 10ml/kg, qual é o meu volume 
total que eu tenho que dar para ele? 10ml em 30 minutos. 
Pessoal, isso é cálculo de soro. Se eu colocar assim a enfermeira vai falar 
“olha, está faltando um monte de coisa aqui, doutor! ”. Qual que é a via? Qual é 
o tempo? E qual é a velocidade? Então a gente vai colocar aqui, fase rápida: 
Solução de soro fisiológico. Então a gente vai infundir 10ml de soro fisiológico 
0,9%, pela via endovenosa, sempre a gente tem que realçar, porque senão a 
enfermeira vai dar pela boca. Vocês viram o caso que saiu na internet que o bebê 
tinha uma sonda e um cateter central. Aí era para administrar a dieta enteral, o 
leite, e a enfermeira ao invés de dar pela sonda ela colocou no cateter o leite na 
veia. Agora resta saber o que estava prescrito, já pensou se o médico prescreveu 
pela via endovenosa? Tem que tomar cuidado até com a prescrição! “Mas se o 
médico não colocou a via, por isso que eu coloquei errado, dei pela boca! “. 
Então mesmo que seja chover no molhado, a gente sabe que é soro, a 
gente tem que colocar o volume, de qual solução, pela via, a gotas por minuto. 
Precisa fazer de novo? Sim porque é outro volume! É o volume 10 dividido por 
3vezes o tempo em horas, que é 0,5 horas, né? Então gotas por minuto é 10 
dividido por 1,5. Dá quantas gotas por minuto? Então 6 a 7 gotas por minuto, em 
30 minutos. Ou, se a gente fosse fazer ml por hora (ml/hora), o que que seria ml 
por hora? A gente tem que fazer 10ml em 30 minutos, em 60 minutos X. Então 
30X é igual a 60 vezes 10, X é igual a 600 dividido por 30, então X é igual a 20 
ml por hora (ml/hora). 60 dividido por 3, me desculpa! Ou a 20 ml/hora. (Ficou 
confuso, mas foi dessa forma que ele falou) 
Aluna pergunta “ a bomba vai ser programada para uma hora ou...” 
Mesquita interrompe: - A bomba vai ser programada para correr 20 ml em 1 hora. 
Mas, na verdade, quando ela fizer 30 minutos, ela desliga e corre só os 10! Isso 
é porque não tem jeito de programa-la. Comentário inaudível. Mesquita 
responde: exatamente, eu vou programar para ela quando eu for fazer a 
programação, eu vou colocar lá, isso é tudo digital viu gente! Não precisa se 
preocupar com isso não porque é a enfermagem que mexe com a bomba. Ela 
vai colocar, eu tenho que correr 10 ml em 30 minutos, automaticamente ela 
converte que é para 20 ml em 60 minutos. Mas quando dá os 30 minutos ela 
desliga, dá o alarme e acaba, tá? 
É só porque a gente tem que prescrever. Não tem ml em meia hora, não 
tem jeito da gente fazer esse cálculo, a bomba só é ml/hora. Ela não entende se 
a gente não fizer a programação, tá? Mas não vai correr os 20ml em uma hora 
não, ela vai ser programada nessa velocidade, mas quando ela der 30 minutos 
ela vai desligar. Portanto, ela vai ter corrido os 10 ml. 
Na prova, quem tiver dificuldade com essas questões de habilidade com 
o cálculo em ml/hora e deixar o gotas por minuto (gotas/minuto) está valendo. 
Tem que ter uma opção, não precisa colocar as duas não. “Ah eu gosto mais de 
gotas/minuto, eu vou fazer gotas por minuto. ” “Ah não, eu não gosto de 
gotas/minuto eu gosto de ml por hora (ml/h)”. Então pode, não precisa ser os 
dois. Mas estejam seguros que se colocar um dos dois errados, o errado eu vou 
descontar. Então, coloquem aquilo que vocês têm certeza! Mas tem que ter 
necessariamente o volume, a solução, a via, a velocidade e o tempo. 
Então, volume, a via, a velocidade e o tempo porque é isso que a 
enfermagem vai cobrar de vocês quando ela for calcular, porque não é agente 
que vai lá pegar 10ml de soro, colocar no equipo, encher o equipo (?), puncionar 
a veia, colocar na bomba de infusão, programar a bomba de acordo com essas 
informações. Então na hora de ela programar qual que é o volume, qual é a via, 
qual é a velocidade, qual é o tempo. Ou então nas gotas por minuto, qual que é 
o volume, qual é a via, qual que é o tempo e qual é a velocidade, quantas gotas 
por minuto, tá? 
 Então ele vai ficar em jejum, a gente vai fazer a fase rápida e o número 3, 
a gente vai reavaliar ao término, tá? Mesma coisa o cálculo ali vale para o Ringer 
lactato com soro fisiológico para pacientes maiores que cinco anos. Que a gente 
faz 30 ml por quilo em 30 minutos de soro e depois a gente faz 70 ml/kg de 
Ringer lactato, durante duas horas e meia. Sãotrês horas para o paciente maior 
do que três quilos. 
Bom pessoal, a solução que a gente vai utilizar é diferente. Não é solução 
de reidratação oral. Então, eu fiz na fase rápida esse meu paciente, não 
regrediram os sinais eu repito. Não regrediram os sinais eu repito, repito quantas 
vezes forem necessárias. 
Regrediram os sinais e ele reestabeleceu a diurese. Então o meu objetivo, 
isso aqui eu vou até dar uma puladinha e vamos para isso aqui. Isso aqui eu não 
quero confundir, mas aqui é o que a gente falou. Aqui é o do Ministério da Saúde 
que é aquilo, aquela regrinha que a gente falou: menor que 5anos 20ml/kg em 
30 minutos, repetindo até que fique hidratada. E maior que 5, 30 de soro 
fisiológico em 30 minutos, seguido de 70 de Ringer lactato em duas horas e meia. 
Mas se a gente olhar aqui, olha, tem diferença no que se refere a solução 
e a idade também. Mas isso aqui é só para a gente mostrar, eu não vou cobrar 
para vocês o que a OMS, o AIDPI, a Sociedade Europeia eles cobram. 
Esse quadrinho que a gente mostrou anteriormente é o que a gente vai 
cobrar na avaliação de vocês. Pergunta inaudível. Mesquita responde: não, não. 
O Ringer lactato só vai ser usado quando a criança for maior que 5 anos, ele vai 
ser obrigatoriamente usado. Porque nos primeiros 30 minutos, eu faço soro 
fisiológico, vamos voltar lá? Aluna: “ah, entendi!” Mesquita: então nos primeiros 
30minutos eu uso soro fisiológico 30ml por quilo. Acabou os 30 minutos, eu já 
deixo preparado o Ringer lactato 70ml/kg em 2horas e 30 minutos. É obrigatório! 
Eu não posso fazer de novo com soro fisiológico. O que difere um pouquinho da 
OMS, que ela usa ou só o soro fisiológico ou só o Ringer lactato. É uma ou outra. 
Aqui a gente faz uma mistura, né, dos dois. 
Aluna: e se a criança tiver 5 anos e eu não tenho mais detalhes sobre o 
vírus (?) ? (não deu para entender a última palavra) Mesquita: tá, olha, aqui é 
maior que 5 anos que a gente já vai colocando, tá? Inclui né o 5 anos. Passou 
um mês, aí já vai fazer na segunda linha de 70 e 30 ml em 3 horas. 
Aluna: professor aquele quadro ali? Mesquita: esse é o do ministério da saúde e 
repetiu aqui. Aquele era da OMS. 
Bom, pessoal, quando que a gente vai parar a fase de reparação? Meu 
objetivo então é reestabelecer a volemia dos compartimentos hídricos. Então, 
primeiramente, os meus sinais clínicos de desidratação desaparecem. É a fase 
rápida, seja lá com soro fisiológico repetindo ou com solução de soro fisiológico 
e Ringer lactato, eu vou ter que repetir também para criança maior que 5 anos 
se eu não alcançar o objetivo, tá? Que é regressão dos sinais de desidratação e 
reestabelecimento da função renal. Ou seja, ela vai apresentar duas a três 
micções claras e abundantes, com densidade urinária menor ou iguala 1010. 
Então na nossa prescriçãozinha que a gente colocou aqui, faltou até isso, 
a gente vai: colocar o soro, o jejum, a fase rápida, vai pedir para a enfermagem 
anotar a diurese e medir a densidade urinária. E 4) a gente vai reavaliar ao 
término. 
Jejum, o soro com volume, via, velocidade e tempo (que são essas 
regrinhas). Anotar a diurese, porque eu preciso disso! Ela tem que ter 
apresentado duas a três micções claras e abundantes. Inclusive, lá na santa 
Casa, era um problema que a gente tinha. Como que a gente vai ver a densidade 
urinaria? Vai ter que pegar urina, mandar para o laboratório central e ele falar 
que a densidade está tanto. Tem um aparelhinho que mede isso na hora, nós 
médicos fizemos vaquinha e compramos. Coloca a gotinha e já sai na hora 
quanto que está a densidade, se estiver menor igual a 1010 ótimo! Então esse 
paciente alcançou. 
“Não, está 1030”, - Ih, está seco ainda! Pode expandir de novo! Então tem 
que preencher esses critérios! Duas a três micções claras e abundantes, com 
densidade urinária menor ou igual a 1010. Deu 1030, teve pouca diurese, repete 
a expansão até a gente alcançar esse objetivo. Que o objetivo da fase rápida é 
esse! Reestabelecer volume dos compartimentos hídricos e a normalização da 
função renal com retorno da diurese! Diurese escassa com densidade elevada 
não é ainda uma função renal normal. 
Então, se estiver tudo ok, ótimo! Nossa fase de reparação foi bem-
sucedida e nós vamos iniciar a fase de manutenção. E se não for bem? Repete 
aa fase de reparação de acordo com a idade, menor que 5 anos, maior que 5 
anos. 
Pergunta inaudível. Mesquita: Da mesma forma. Se for menor que 5 anos 
20ml por quilo em 30 minutos de soro fisiológico e observa no final a diurese e a 
densidade. Pergunta: se for uma densidade só um pouquinho aumentada eu não 
vou diminuir o tempo desse... Mesquita interrompe: Não! Nós vamos ter que 
fazer. 
Agora se deu 1011, sinais de desidratação regrediram, é bom senso né 
gente. A gente coloca o 1010 como referencial, é claro que a gente vai ter quer 
levar outros parâmetros. Agora se a criança ainda não está hidratada, se você 
vê que ela está com a boca seca, um pouco enofitalmica, o pulso ainda, o sinal 
da prega ainda não está legal, mesmo que tenha dado 1011 e seja próximo nós 
vamos manter mais um pouquinho. Não custa né? O principal mesmo é ter bom 
senso nesses momentos. 
Pergunta inaudível. Mesquita: no soro fisiológico primeiro, 30ml por quilo, 
seguido de Ringer lactato 70 ml por quilo, mais três horas. Trinta minutos (soro) 
e duas horas e meia do Ringer lactato, tá? 
Pergunta: professor quando a criança tiver vomito bilioso 
necessariamente vai ter que fazer hidratação parenteral? Mesquita: é, o vomito 
muito bilioso ele pode ser sinal de estase, e aí pode ser o indício de um íleo 
paralítico. Então é interessante a gente estar pensando na possibilidade de uma 
hidratação parenteral para ela. Mas é claro que eu tenho que avaliar outros 
parâmetros da semiologia desse bebê. 
 Mas e se ele não estiver desidratado? Se ele não estiver desidratado, 
mesmo assim, porque ele vai ter que ser mantido em jejum e vai acabar 
desidratando, entra naquele esquema que a gente falou: um paciente cirúrgico, 
por exemplo uma obstrução intestinal, ele vai ter que ficar em jejum para 
procedimento e, se ele vai continuar perdendo pelas vias normais (respiração, 
via urinária, via fecal) e não está tendo ganho, ele vai desidratar. Então, a gente 
não faz fase rápida, a gente faz só a fase de manutenção para esse paciente. A 
desidratação é que a gente vai utilizar, necessariamente a fase rápida e a fase 
de manutenção, mas se o paciente não estiver desidratado e eu tenho que 
mantê-lo em jejum, não tem sentido eu fazer a fase rápida porque a fase rápida 
é para repor a perda decorrente da desidratação. Se ele não tem desidratação 
eu tenho que manter a reposição calórica e eletrolítica necessária para cobrir as 
perdas fisiológicas que ele tem. 
 Então, pessoal, a fase de manutenção, que é a última etapa, agora sim, 
essas regrinhas eu dou para vocês na prova, ela é baseada no dispêndio 
calórico. Um paciente hidratou, reestabeleceu volume, diurese, função renal 
normal, saiu do choque, está internado (lembrar que na nutrição parenteral o 
paciente sempre deverá estar no hospital). E agora que eu reestabeleci o volume 
dos compartimentos hídricos? Bom, ele ficou tão grave que eu não sei o que está 
acontecendo com esse menino, então eu vou observar ele aqui. Mas, a gente já 
faz uma fase de manutenção para ele para a gente estar tentando reintroduzir a 
dieta e o sal de hidratação oral para repor as perdas fecais que ele apresentar. 
Então, se ele estava de jejum na fase rápida, na fase de manutenção a gente já 
vai liberar a dieta, então libera a dieta normal, adequada para a idade e faremos 
o cálculo do soro que é baseado no dispêndio calórico. O cálculo do dispêndio 
calórico é essa regrinha aqui que eu dou na prova para vocês, não precisa 
decorar. Então, ela depende do peso, ou seja, até 10kg, qual é a quantidade 
calórica (por isso que é baseada no dispêndio calórico em 24h, lembre-se

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