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Hidratação em pediatria Disciplina: Saúde da Criança Professor: Marcus Mesquita Data: 25/10/2018 Voltando ao tema principal da semana passada sobre o tratamento da diarreia, nós fizemos algumas discussões de abordagens terapêuticas, algumas contradições em relação ao documento do Ministério da Saúde, da Organização Mundial de Saúde, da Organização Panamericana, mas em linhas gerais com questão das particularidades nos falamos que o tratamento da diarreia tem dois objetivos principais: primeiro é garantir um aporte calórico proteico suficiente para evitar um processo de desnutrição especialmente naqueles processos que tendem a se repetir, em segundo lugar nos temos como meta prevenir e repor as perdas fecais de agua e eletrólitos reestabelecendo o equilíbrio hidroeletrolítico. Na discussão da desidratação nos falamos que toda vez que tem um balanço negativo de agua e eletrólitos, ou seja, mais perde que ganha, estamos diante de um quadro de desequilíbrio da homeostase e portanto uma desidratação. Na diarreia nos temos uma maior perda pela via fecal e se não fizermos uma reposição adequada de agua e eletrólitos, evidentemente estaríamos evoluindo para um processo de desidratação e suas repercussões. Então nos vamos discutir hoje sobre esse processo, não só de prevenção como também de reposição das perdas de agua e eletrólitos que ocorrem durante um processo agudo como a diarreia aguda. Nos já mostramos esse quadro na semana passada e eu até falei que de hoje até o final do semestre essa tabela vai ser fundamental, pois é através dela que vamos nortear toda nossa conduta que se refere ao quadro de diarreia, as particularidades em relação ao uso de antibiótico, probiotico, zinco, antiemetico, nós discutimos, mas a conduta inicial principalmente ao que se refere a questão de urgência e emergência ela está voltada para: qual impacto que essa diarreia causou dentro da homeostase, desse equilíbrio hidroeletrolítico e toda vez que tivermos essa queixa de diarreia o nosso exame físico fundamental vai estar voltado para os sinais clínicos que possam me dar o diagnostico de qual grau de hidratação que essa criança apresenta, ou se não estiver hidratada qual o grau de desidratação. Então o objetivo do exame físico vai ser observar alguns sinais que são clássicos e eles serão descritos no exame físico e a partir dai vamos estabelecer um diagnostico: uma diarreia sem desidratação ou com desidratação e ainda com desidratação grave. Os sinais que destacamos é a condição, os olhos, lagrimas, boca, língua, sede, sinal da prega, palpação de pulsos e enchimento capilar. Toda vez que essa criança estiver bem, em alerta, com os olhos não fundos/normais, choro com lagrima, mucosa oral úmida, bebendo agua normalmente, com sinais da prega desaparecendo prontamente, pulsos cheios com enchimento capilar até 3 segundos à essa criança não tem desidratação. Mas se ela apresentar um comportamento irritado, olhos fundos, choro sem lagrima, boca seca, está sedenta e pede agua o tempo todo e bebe avidamente, sinal da prega desaparece lentamente com pulsos um pouco mais rápidos ou débeis dependendo da evolução, com um enchimento capilar prejudicado num tempo de 3 a 5 segundos à se apresentar 2 ou mais desses sinais à ela tem além da diarreia, desidratação que nós já discutimos quanto a intensidade e gravidade. Se a criança estiver comatosa*, hipotônica, com olhos muito fundos, lagrimas ausentes, mucosas muito secas, não ser capaz de beber agua* pelo quadro neurológico, o sinal da prega desaparecer muito lentamente (+ que 2 segundos), com pulsos débeis ou ausentes* e o tempo de enchimento capilar maior que 5 segundos à se 2 desses sinais sendo que pelo menos 1 desses com o asterisco à desidratação grave, além da diarreia. Os sinais importantes que destacamos se refere ao comprometimento circulatório, um colapso circulatório que acometa pulsos, tempo de enchimento capilar, condição ou nível de consciência em que o fluxo cerebral está diminuído, ou até mesmo hipotensão, cianose, são quadros relacionados a desidratação grave e é um processo muito de urgência e emergência! Portanto é importante saber diferenciar se ele tem uma desidratação, se ela é grave ou não, se houver um colapso circulatório e até um choque, por exemplo em decorrência de perdas exuberantes, ou ainda mantem o seu equilíbrio sem desidratação. A partir desse diagnostico nos vamos estabelecer propostas terapêuticas, pois didaticamente e até de forma clássica na literatura, na conduta em relação a abordagem da desidratação é dividida em planos: Plano A, B e C (mas na avaliação não é aceito que o aluno coloque: que a conduta é o plano A, eu quero saber o que é o plano A, tem que descreve-lo). Essa divisão em planos, é para que didaticamente nos possamos separar um paciente que não tenha desidratação, um que apresente desidratação em menor intensidade ou que esteja em uma desidratação em um quadro de colapso ou choque. Então esses diagnósticos do grau de hidratação vão inicialmente nortear nossa conduta terapêutica nos planos A, B e C. Existem 2 vias principais para hidratação: a via oral que é a Terapia de Reidratação Oral (TRO), mas também a via de hidratação parenteral que é a endovenosa, e para isso existem critérios de quando usar cada uma seguindo alguns princípios básicos como o que tem que ser colocado em primeiro lugar até que se prove ao contrario num quadro de diarreia com desidratação é achar algum motivo para não indicar a terapia de reidratação oral, ou seja, a TRO é a principal forma de abordagem para a gente manter o equilíbrio hidroeletrolítico que é uma das metas para a conduta terapêutica da diarreia aguda, que vai desenvolver por si só como um processo benigno, autolimitado e isso nós temos que deixar bem claro para a mãe, pois quando eu vou fazer uma terapia de reidratação oral, as vezes elas falam “o médico passou soro para a diarreia”, e ele passou soro para a diarreia? Não, ele passou para a desidratação, para a diarreia as vezes ele vai passar zinco, outra orientação alimentar, talvez ondansetrona para o vomito, mas o soro não é para a diarreia, mas sim para o tratamento ou prevenção da desidratação e até que se prove o contrario a primeira escolha no quadro de uma reidratação é a TRO, a hidratação parenteral tem mais riscos, o acesso venoso nem sempre é fácil de conseguir e principalmente em pacientes com colapsos circulatórios com os pulsos mais difíceis de serem palpados e até mesmo o enchimento capilar é difícil conseguir uma via segura numa questão de urgência, claro que existem vias alternativas, mas sempre que possível a TRO será a primeira decisão e ai nos vamos buscar contraindicações para sua realização, mas uma contraindicação que já estabelecemos de imediato é o paciente que apresente uma desidratação grave, pois nós vimos que há um colapso circulatório e um comprometimento até da sua condição do seu estado de alerta, o paciente está comatoso, hipotônico, respondendo mal, como ele vai fazer a aceitação de líquidos pela via oral? Então com o diagnostico de desidratação grave, nós temos de imediato a indicação de fazer uma hidratação pela via parenteral. Existem situações evidentemente em que a terapia de reidratação oral não vai ser eficaz e teremos que lançar mão da parenteral e até mesmo outras contraindicações iniciais que nós citamos aqui da desidratação grave que é a primeira a ser considerada na possibilidade de tratamento desse processo. É o nosso grande objetivo que o paciente procure a atenção a unidade de saúde, pois está apresentando diarreia aguda e que ele ainda procure no momento em que ainda não ocorreu comprometimento da sua homeostase e não tenha ainda um balanço negativo, e portanto, o nosso diagnostico será de uma diarreia sem desidratação e evidentemente a ela vai persistir por um período de até 10 a 14 dias e essas perdas persistentesse não forem equilibradas e repostas, nós vamos ter a desidratação instalada. Então muita vezes quando não conseguimos uma boa adesão ou uma boa orientação, há uma falha, pois a desidratação pode ser plenamente prevenida através desse processo que constitui didaticamente o plano A. O plano A que é com o paciente sem desidratação, o objetivo principal é preveni-la, pois se não for feito a reposição ele vai desequilibrar e vai apresentar desidratação. A linha básica de orientação desse plano terapêutico de abordagem é a oferta de líquidos, alimentação adequada em livre demanda, terapia de reidratação oral e uma linha de orientação que se refere no que vai nos preocupar, que são os sinais de alerta principalmente que demonstre que essa criança não está conseguindo fazer a recompensação e já apresente sinais de desidratação. Então é uma linha fundamental do ponto de vista de atenção primaria, pois é orientação de alimentação, de higiene, de líquidos, de como os pais e familiares vão observar os sinais clínicos de desidratação e que quando eles estiverem presentes, essa criança precisa retornar na unidade para ser reavaliada. Esse plano é o que mais gasta tempo, pois tem que falar e explicar como será feito o manejo de soro, alimentar e medicamentoso (se ela for menor que 5 anos há indicação de prescrição de zinco). Talvez esse plano seja o mais importante, pois vai estar presente em todas as outras opções, mesmo que o paciente chegue desidratado de forma leve a moderada e eu faço sua reidratação no plano B, a diarreia vai persistir e evidentemente pode desidratar novamente, então eu tenho que orientar a alta e além do que já fiz no processo de reidratação, eu vou orientar novamente como que vai prevenir sua ocorrência. Então mesmo que eu faça o plano B de reidratação na unidade ou o plano C de hidratação parenteral em nível hospitalar eu vou orientar sobre o plano A na sua estabilização e é muito importante na conduta da diarreia. Primeiramente é oferecer e ingerir mais liquido que o habitual para prevenir a desidratação. Nós vimos um grande risco na semana passada que é a oferta exclusiva de liquido sem a reposição concomitante de eletrólito, principalmente o sódio. As soluções que são hipotônicas que não contem sódio nós podemos levar a uma diarreia com desidratação hipotônica que inclusive pode causar manifestação neurológica como o edema cerebral que discutimos na semana passada. Portanto não é só liquido, temos que pensar também na oferta de eletrólitos e aqui existem algumas particularidades que precisamos destacar, o documento que a Magda passou para vcs da organização Panamericana cita o seguinte: o paciente deve tomar líquidos caseiros, principalmente agua de arroz (a mãe faz o arroz e depois ela coa e a agua que formou tem uma quantidade de eletrólito que pode ser satisfatória), sucos, sopas e chás. A observação é que o suco e o chá não devem ser adoçados e evitar também refrigerantes, pois quanto maior a composição de sódio de uma substancia, maior é seu poder de hidratação, então não é recomendado a utilização, pois a concentração de sódio é baixa. Até os repositores hidroeletrolíticos, por exemplo, que os atletas usam com frequência para as perdas recorrentes de atividade física não são eficazes, pois a perda por atividade física é bem diferente da perda fecal num processo de diarreia aguda, são soluções extremamente hipotônicas e podem causar edema cerebral. Uma situação muito importante é que no processo de diarreia sem desidratação nós vamos ter que utilizar a solução de reidratação oral após cada evacuação diarreica. E quando fala aqui sobre líquidos caseiros a vontade, não estabelece um momento de após a evacuação, então no intervalo entre as evacuações deixa a criança beber suco, sopa, agua de arroz, mas necessariamente após cada episodio diarreico é importante, pois lembrem da entrada e da saída, se ele está perdendo pela via fecal eu tenho que repor. Então o objetivo do sal de hidratação oral é fazer a cobertura das perdas fecais e pelo menos garantir que esse paciente vai manter um equilíbrio e não vai ter um balanço negativo. Estima-se que a cada evacuação liquida a criança perca de 10 a 20mL por kg de liquido e por isso tem essa conta que no final de qual a quantidade, e eu prefiro gravar 10 a 20mL/kg após cada evacuação amolecida do soro de reidratação oral, que não é o reidratante. Os líquidos são oferecidos livremente a vontade, há um risco na oferta excessiva do reidratante oral que é oferecer uma quantidade aumentada de sódio e pode acontecer o contrario que é uma desidratação hipertônica. Já atendi uma criança que com diarreia fez uso abusivo de sal de reidratação oral que chegou com um quadro de hemorragia intracraniana em consequência de uma desidratação hipertônica porque ingeriu excesso de sódio que estava presente no sal de reidratação oral. Então devemos equilibrar para correr menos risco tanto do excesso, quanto da falta de que após cada evacuação a criança receba proporcionalmente aquilo que perdeu para manter o equilíbrio. Se observarmos esse documento ele trás o seguinte: a quantidade de líquidos, principalmente o sal de reidratação oral que deve ser oferecido após cada evacuação diarreica, para crianças menores que 1 ano é em torno de 50 a 100mL pois é mais ou menos o peso da criança, se ela pesar 10kg a quantidade deve ser 100mL que é quantidade mínima de 10mL/kg. De 1 a 10 anos ela pesa em torno de 10 a 20kg e ai é 100 a 200mL após cada evacuação liquida. Para maiores de 10 anos é a quantidade que o paciente aceitar, pois ele não tem tanta labilidade hídrica como o lactente ou criança de 5 a 10 anos. Então o risco maior, sem duvida nenhuma da labilidade são as menores que 5 anos, e nós devemos deixar bem claro para a mãe que o soro de reidratação oral tem que ser preparado e oferecido após cada evacuação amolecida nesse volume de 10 a 20ml/kg e nós vamos fazer o calculo para ela e devemos também orientar como deve ser feito o solução de reidratação oral. Essa solução foi sofrendo mudanças com o tempo, ela é composta de glicose, sódio, potássio, citrato e essa osmolaridade vem variando e a partir de 2002 o Ministério da Saúde preconiza que as soluções contenham 75mmol por litro de sódio que é o que estamos utilizando na atualidade, e esses soros existem apresentações farmacêuticas que vem com sabores, já diluídos e isso talvez do ponto de vista de palatabilidade seja mais atrativo para a criança, mas em linha geral esses soros são distribuídos gratuitamente nas unidades e eles devem orientar como a mãe deve prepara-lo. A mãe deve dissolver um conteúdo de envelope que ela vai pegar na unidade, em 1 litro de agua filtrada/fervida e oferecer de 10 a 20ml/kg após cada evacuação amolecida, além disso também é importante orientar que ele deve ser armazenado em temperatura ambiente especialmente tampado e tem validade de até 24horas. Ou seja, se ela preparou um litro de soro e essa criança consumiu todo o litro dentro dessas primeiras 24 horas, de tantas evacuações que ela teve, aí a mãe prepara mais um litro. Aí chegou 24 horas, ela consumiu 600 ml, os 400 restantes devem ser desprezados ela tem que preparar uma nova solução no dia seguinte. Então tem validade por 24 horas e com 24 horas ela precisa repor essa solução então diariamente se a criança não consumir esse volume nesse intervalo de tempo. Essa prescrição deve ser feita em receituário, com nome, data, assinatura, carimbo. É obrigatória para toda situação de paciente que apresente diarreia sem desidratação, porque o nosso objetivo é prevenir, e ele vai repor quando estiver perdendo ele, evidentemente, nos intervalos a oferta de líquidos caseiros é à vontade, é livre. Não só os líquidos, mas voltando aqui ainda no que se refere a orientação do paciente, essa oferta hídrica é fundamental, mas nós discutimos também do papelda nutrição, não é? Então, nós temos que manter alimentação habitual para prevenir a desnutrição. Não é para fazer restrições daquilo que a criança esteja acostumada. Dieta obstipante, “ah, eu dou água de arroz porque ela é obstipante”. Não, não é porque ela é obstipante não! É por causa do teor de sódio que tem aí algum efeito nesse processo de manter a homeostase do paciente. Mas a alimentação, dentro daquele padrão regular, se ela toma leite, se ela come frutas laxantes como laranja, mamão, feijão, não é contraindicado. Precisa se manter a dieta habitual, exceto aquelas questões onde existem erros graves, que nós vamos fazer um aconselhamento. Em geral a gente vai manter alimentação habitual da criança, sem necessidade de algo especial do que se refere a diarreia. Agora, a orientação é alimentação habitual com nada de banana, maçã e coca cola para prender o intestino, nada disso! É alimentação habitual, os líquidos a vontade, o soro de hidratação oral para a prevenção da desidratação. São vícios né, a gente vai pegando isso na vida médica “ah, dá dieta obstipante”, no paciente adulto então eu acho que é mais do que comum dar dieta obstipante quando está com diarreia. Mas em pediatria isso não pode acontecer por causa do risco de desnutrição. Orientar a mãe e o acompanhante que se não houver melhora em 2 dias ou se apresentar qualquer um dos sinais abaixo, ele precisa retornar, porque é sinal que a conduta não está sendo suficiente para equilibrar essa perda e ele está apresentando desidratação. São considerados sinais de perigo, que precisam ser avaliados, porque se o paciente estiver desidratado há um grande risco realmente: Presença de piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, com diminuição da diurese, presença de sangue nas fezes e recusa de líquidos e alimentos. Então a gente tem que ficar atento aí a questão do que a desidratação provoca né! A presença desses sinais, mesmo que não seja nada, mas pode ser que sim, que ela já esteja desidratada, que ela não esteja ingerindo líquidos. Então, eu tenho que rever minha discussão, meu plano terapêutico e até mesmo fazer uma nova intervenção para o paciente. Ou até mesmo fazer um reforço positivo. Mas se não apresentar nenhum dos sinais, a gente tem que tomar cuidado também, “não melhorar em dois dias” não é que a diarreia vai desaparecer em dois dias. O que é uma melhora da diarreia? É que nem melhora de febre, né? “Meu paciente está dando febre tem dois dias e não melhora”. Não, ele está em dois dias, mas como que era? Ah, era febre de quatro em quatro horas, 40°. Aí no outro dia ele deu febre de 8/8 horas de 38°. Houve uma melhora na febre, ela não desapareceu. Assim como na diarreia. Ele tinha dez evacuações no primeiro dia, no segundo dia foi para quinze, no terceiro para trinta, dessa forma está aumentando, não está tendo melhora. Agora se era dez e muito volumosa, mas agora ele está com menos cólica, apresentou sete evacuações, então está havendo uma melhora. Então não é desaparecer, porque a gente viu que a evolução é de dez a quatorze dias, então isso tem que ficar muito claro na orientação aos familiares. Senão todo mundo vai voltar no consultório falando que esse soro que você passou não está adiantando porque a diarreia continua do mesmo jeito. Você precisa falar que o soro não é para a diarreia, é para prevenir a desidratação. Que a diarreia ainda vai durar de sete a dez dias, mas vai melhorando progressivamente a cada dia. De intensidade, de frequência, de volume, de sintomas associados, ok?! Então muito cuidado nessa questão de não melhora. Então, além de líquidos (principalmente os sais de reidratação), alimentação, os sinais de alerta e de perigo que indicam quando a mãe deve retornar para a unidade, também devemos orientar sobre questões de higiene. Orientar o acompanhante a reconhecer os sinais de desidratação, principalmente os sinais de perigo. Orientar sobre a preparação da solução de reidratação oral e sobre práticas de medidas de higiene, tanto pessoal como domiciliar como no preparo e conservação dos alimentos, porque nós falamos que a etiologia predominante da diarreia aguda é infecciosa. Então as bactérias e vírus são os principais causadores. Dessa forma, se a mão estiver contaminada e houver contato com outros irmãos, com outras pessoas do domicílio, ela pode ser transmitida para essas pessoas também. Então muito cuidado na questão da higiene, por exemplo, se está trocando a fralda, onde deve descartar essa fralda, lembrar de higienizar as mãos sempre. Parece bobeira, mas não é não viu gente! Tem pessoa que troca a fralda, vai lá e prepara o alimento e aí o alimento contamina e aí vai o resto da família toda também. Então, nós precisamos sempre reforçar essa orientação no sentido de que? Aqui o papel principal é de que a doença é transmissível, que outras pessoas do domicílio podem apresentar os mesmos sinais e sintomas se esse cuidado não for tomado. Pergunta inaudível. Professor responde: o soro caseiro também entra aqui, olha! O soro caseiro teria o mesmo papel de líquidos que a gente estava falando, sobre líquidos a vontade, líquidos caseiros. Soro caseiro, água de arroz, sopa. Pode, ela pode estar utilizando, agora a solução de reidratação oral ela é a principal para repor a perda fecal. Teve a perda fecal é mais garantido que você ofereça a solução de reidratação oral do ponto de vista de oferta. O soro caseiro, ele tem a questão do preparo né, prepara em 1 litro, uma colher de sopa de açúcar, uma colher de café de sal. O que é uma colher de sopa rasa, cheia? Isso pode causar variações e até mesmo aquela colher medida que pode ser distribuída na unidade. O soro caseiro é quando você não tem a opção para poder oferecer o envelope da solução de reidratação oral. Pergunta inaudível. Professor responde: não, o plano A inclui a TRO que é a utilização do soro de reidratação oral para a prevenção da desidratação. Mas não é só a utilização do soro. Deve ser feita a orientação de sinais de alerta, a questão de alimento, a questão da higiene, a questão do zinco. Isso aí é a orientação completa do paciente, por isso que eu falo que esse plano A é o mais importante, porque a gente vai ter que fazer isso para todo paciente com diarreia né. É claro que o que vai variar? O soro, a reidratação especificamente. Mas higiene, preparo de alimentos, zinco, sinais de alarme, isso nós vamos ter que fazer para todo paciente com diarreia, independentemente de ele estar desidratado ou não. A reidratação especificamente, que na verdade não é uma reidratação, é uma prevenção da desidratação, que é uma terapia de reidratação oral que a gente está utilizando. Aluna pergunta: então eu escrevo na receita soro de reidratação oral? Professor responde: soro de hidratação oral e você inclusive já fornece para a mãe o sachê/envelope e mostra para ela como ela deve preparar. Para ela já saber, inclusive temos que pegar e entregar na mão da mãe isso aí. A gente pode até fazer sigla como SRO (soro de reidratação oral), SHO (sais de hidratação oral), isso tudo a gente pode estar colocando na prescrição. Pergunta inaudível. Mesquita responde: se ela não estiver desidratada ela vai simplesmente continuar e você vai verificar se ela está utilizando da maneira correta, no preparo, na diluição, no armazenamento e no volume. Aluna pergunta: e se ela utilizar os dois tipos de soro? Mesquita: eu, particularmente, só vou orientar o soro caseiro se eu não tiver condição de fazer o soro de envelope, se eu não condição de oferece-lo. Por exemplo, se eu estiver faltando na unidade, se é uma mãe muito carente, se eu estiver atendendo em uma região específica que não tenha acesso a distribuição de medicamentos aí a gente utiliza o soro caseiro. Agora, se ela tem condições de receber o envelope aí a gente vai oferecer líquidos menos o soro caseiro,tá? A gente inclui ali, mas é igual eu falei que a gente tem que tomar cuidado na interpretação porque aqui o documento tenta abranger as mais diversas situações. Uma situação de carência extrema, onde não tenha acesso aos envelopes, a gente vai usar o soro caseiro. Que seria opção porque realmente existe o risco da desidratação hipertônica. Pergunta: não dá os dois então? Mesquita: Não, não se deve utilizar os dois! Ou um, ou outro! Eles acabam competindo e ainda há o risco do equilíbrio do soro caseiro não ser proporcional de acordo porque ele é artesanal. A gente sabe a medida certa de sódio, potássio, glicose que está sendo oferecida para esse paciente. Na verdade, nem potássio, ele só inclui mais glicose, sódio e água. Ele até perde em relação ao soro de reidratação oral por isso, tá? É só em uma medida extrema, como se diz. Para falar a verdade não é só uma população carente. Por exemplo, domingo à noite a minha filha estava com diarreia e vomitando, e eu falei “ah, não vou sair de casa não! Faz um soro caseiro e dá para ela aqui! ”. No outro dia ela já melhorou e ficou com esse soro caseiro mesmo. Mas é uma coisa assim, que eu estou do lado, estou examinando, é uma coisa mais específica. Aí vai depender da sua relação, da individualidade com o paciente. Mas em linhas gerais, gente, não dá para a gente particularizar o atendimento de SUS e essas diarreias ocorrem em grandes epidemias. Vocês vão ver que no pronto socorro ocorre tudo aos surtos. Tem a época da bronquiolite, de cada dez pacientes que vocês atendem, oito tem bronquiolite. Tem a época do broncoespasmo, de cada 10 pacientes, oito estão com broncoespasmo. Tem a época do resfriado, tem a época da diarreia, de cada dez, cinquenta tem diarreia (risos). Diarreia é terrível quando vem sua fase, então a gente vai pegar o soro e distribuir para todo mundo, certo? Bom, ainda dentro desse plano A, de líquidos, alimentação, higiene e sinais de alerta fazendo parte da prescrição medicamentosa, a administração de zinco que nós discutimos na semana passada (10mg para bebês menores de seis meses e 20mg para maiores que seis meses, por um período de 10 a 14 dias). Esse plano terapêutico A parece que é longo, é chato, mas ele é tudo bom senso, não é?! Higiene, alimentação, oferta de líquido, prevenção de desidratação, administração de zinco, é tudo muito encaixado dentro da fisiopatologia da diarreia. Mas ele tem que contemplar todas essas orientações, eu não vou falar em prova, eu estou falando do ponto de vista de assistência, né! Quando vocês estiverem dando assistência para pacientes pediátricos apresentando diarreia sem desidratação. Ok? Bom, mas digamos então, que o nosso paciente com todas as orientações, ele retornou no terceiro dia porque a mãe observou que ele apresentava sinais clínicos de desidratação. Conforme a orientação que ela recebeu, ela deveria retornar na unidade para que a criança fosse avaliada. E aí quando a criança já apresenta desidratação, pela aquela tabela, ela já apresenta pelo menos dois sintomas que nós discutimos, ela tem essa desidratação leve a moderada, não é desidratação grave. A gente vai fazer a terapia de reidratação oral e essa terapia de reidratação oral não pode ser mais no domicílio. Então, a prevenção que a gente fez era orientação e a criança era liberada imediatamente para casa. Agora, é o primeiro atendimento ou ela retornou porque não houve melhora e aí ela apresenta desidratação (não grave) essa criança vai ter que permanecer em observação na unidade de saúde onde nós estamos fazendo o atendimento. Lembrem-se que exames geralmente são desnecessários, a abordagem principal é voltada principalmente para o diagnóstico de desidratação grave ou não desidratação. Aí a criança tem uma desidratação leve a moderada, na unidade de saúde, portanto ela vai ser indicada a terapia de reidratação oral com os sais de reidratação orais, num volume de 50 a 100ml por quilo, em um período de 4 a 6 horas. Então essa criança ela vai permanecer internada na unidade e aí a gente continua o atendimento né, não vou ficar lá parando oferecendo o soro de reidratação oral. Qual é a preocupação que eu tenho na discussão teórica do sétimo período na hora de fazer a avaliação? A confusão que os alunos fazem em relação a qual solução utilizar. Existem soluções glicofisiológicas, mas para a terapia de reidratação oral pessoal é Soro de Hidratação Oral. Eu já vi gente pegar soro 50% de glicose, 50% de soro fisiológico e mandar o menino beber, isso está errado! É soro de reidratação oral! E não só na teoria, na prática eu já vi profissionais prescreverem também. Então o soro de reidratação oral, esse volume, existem algumas coisas que são decoradas, isso é uma delas. Infelizmente essas nós vamos ter que decorar. Porque gera uma discussão, acabou que na prova passada eu falei que na teoria não iria cobrar os fatores de risco e a Magda cobrou na prática de vocês o da icterícia. Mas assim, como isso aqui vocês vão trabalhar muito em atividade prática, a gente entrou em consenso de que esse volume, essa regra né de 50 a 100 ml por quilo de soro de reidratação oral vocês precisam decorar. O plano C que tem a fase rápida e a fase de manutenção existem algumas fórmulas para cálculo de soro, essas fórmulas só eu que vou trabalhar com vocês e a gente não vai cobrar que vocês memorizem. Eu vou fornecer na prova, quando chegar a hora dessas fórmulas eu vou mostrar. Agora isso aqui precisa memorizar tanto para a avaliação prática, quanto na teórica. Outra particularidade é que vão ter cálculos na prova, podem trazer calculadora para realizar. Todo ano eu falo e todo ano algum aluno esquece e na hora da prova pede calculadora para o vizinho, tem tempo, isso incomoda, então por favor tragam calculadoras! Não vale usar celular, nem calculadora científica! É calculadora baratinha, de 1,99, daquelas simples para somar, subtrair, dividir, que são as operações básicas que nós vamos fazer. Então, o soro de hidratação oral para o paciente vai ser oferecido num volume de 50 a 100 ml por quilo, no período de quatro a seis horas, e nós vamos ter que deixar esse paciente em observação na unidade de saúde. Vai ter que ter uma prescrição lá na unidade. Então o que a gente vai orientar? Esse paciente ele vai lá para o setor de observação, tem uma técnica ou um auxiliar de enfermagem que vai estar auxiliando a mãe nesses cuidados e é fundamental que a gente pese a criança antes e após a terapia de reidratação oral. Então, pesar antes dessas 4 a 6 horas e pesar ao término. Durante a terapia de reidratação oral, essa criança vai ser mantida em jejum, exceto se ela estiver amamentando no seio materno. Então, o aleitamento materno pode ser mantido na reidratação oral nessa fase de observação. Outros alimentos como mamadeira, leite ninho, leite de soja, leite de égua, não pode! Só pode tomar leite materno durante esse período! É importante a gente pesar essa criança e que continuamente a gente faça avaliação. Eu vou deixara criança largada lá seis horas e vou olhar só no final? Sendo que ela está ruim, não está aceitando, está vomitando, os sinais de reidratação estão se intensificando e eu estou perdendo a oportunidade de fazer uma intervenção. Então, regularmente eu vou lá olhar olhos, consciência, lágrima, boca, sinal da prega, perfusão, tempo de enchimento capilar. Vamos fazer tudo isso, palpação de pulsos, durante o processo de reidratação. A gente está acompanhando, “ah, ela está indo bem, está aceitando bem o soro, os sinais clínicos de desidratação parecem que estão menos evidentes” então vamos continuar com o nosso plano. Só para a gente ter uma ideia, essa criança vai ficar internada na unidade, é uma prescrição hospitalar, então mesmo que seja no receituário –que na unidade de saúde geralmente ela não tem- a gente vai ter que passar uma orientaçãopara o pessoal da enfermagem. Então ela vai: 1) ser mantida em observação na unidade, não é internação. Pode até ser que evolua para internação, mas eu estou observando ela na unidade. Em jejum, exceto se aleitamento materno. 2) Pesar antes e após, que é o término, que a gente vai pedir para equipe de enfermagem. 3) A gente vai dissolver o conteúdo de 1 envelope dos sais de reidratação oral em um litro de água filtrada. E aí a gente vai oferecer. Em qual volume? Vamos fazer um cálculo aqui, vamos colocar um exemplo: eu tenho uma criança que pesa 10kg, eu sei que o volume que eu tenho que fazer é de 50 a 100 ml por quilo. Qual é o tempo? De 4 a 6 horas. Então, vamos pegar aqui um volume de 50 ml por quilo em um tempo de cinco horas. Ok? Então se eu tenho que fazer 50ml por quilo para uma criança de 10 quilos, o meu volume vai ser 50 vezes 10 que dá 500 ml dos sais de hidratação oral, concordam? Eu quero fazer aí em 5 horas, isso aí pessoal se for uma questão aberta vocês vão ter que especificar, ex: eu quero fazer em 4horas e 25 min, tudo bem, está dentro de 4 a 6 horas, o cálculo tem que estar certo. Eu não posso fazer em sete horas. Ah, eu quero fazer 59ml por quilo, está dentro de 50 a 100 ml por quilo, está. Mas para facilitar vamos arredondar para facilitar a vida de vocês no cálculo e a do professor na correção. Então 50 a 200ml por kg, a gente escolheu 50, num período de 5horas, vai dar 500 ml. Então a gente vai fracionar isso. Teoricamente se essa criança ficar internada (ele usa o termo internada, mas anteriormente falou que a criança fica em observação) lá e tomar 500ml em 5 horas eu alcancei meu objetivo, tá? Agora, tem a questão do volume gástrico, tem a questão da criança ser enjoada e não querer beber soro, tem a questão de ela estar vomitando, então vamos tentar fazer devagar, tentar fazer a cada 15 minutos, por exemplo. Então, se eu tenho que oferecer 500ml em 5horas, em uma hora eu teria que dar 100 ml. Para eu fazer em 15 minutos então seria 100 dividido por 4, não é mais ou menos? Cadê a calculadora barata? Então pessoal, esse é o exemplo que eu vou colocar aqui, oferecer 25ml a cada 15minutos, durante 5 horas. Entenderam aí no final? Ah e se eu quiser fazer de 20 em 20 minutos? Então eu ofereceria 33.3 ml, 34 ou 35 ml. Então, eu tenho que estabelecer qual o intervalo, isso é empírico. “Ah, tem que ser de 15 em 15 minutos? Tem que ser de 20 em 20 minutos? Tem que ser de 10 em 10 minutos? Pode ser de meia em meia hora? 50 ml a cada 30 minutos, durante 5 horas? Pode! Isso vai depender de como o paciente está. Da colaboração dele, se ele não está vomitando. A gente fala da frequência porque são volumes pequenos, quanto menor o volume, mais fácil da criança aceitar e menos chance da criança vomitar também. Porque soro, vamos falar bem a verdade gente, eles falam que tem gosto de lágrima né, mas eu gosto mais de lágrima do que de soro, porque realmente soro é ruim (risos). Pergunta inaudível. Mesquita: não, 500ml. Na verdade o meu volume é 500 ml porque eu escolhi 50 ml por quilo, porque eu quero uma criança de dez quilos, então é 50ml vezes 10, 500ml em cinco horas. Aluna: isso que eu estou perguntando. Mesquita: é porque pode ser de quatro a seis horas, eu escolhi cinco horas. Eu poderia ter feito em quatro horas, mas eu escolhi em 5 horas. Em cinco horas ele tem que tomar 500ml, ou seja, 100ml por hora, 100,200,300,400,500. Mas eu quero de 15 em 15 minutos. Poderia ser 100 ml de hora em hora, mas vamos deixar uma fração menor, de 30 em 30 minutos 50ml, de 15 em 15 minutos 25ml (25 ml a cada 15 minutos). Aluna pergunta se poderia escolher. Mesquita responde: poderia ser seis horas, aí você iria fazer ali os 500 dividido por 6 horas e seria mais ou menos 83.3 ml a cada hora, dividido por 4 para dar 15 minutos, daria 20-21 ml a cada 15 minutos. Aluna: como é de 50 a 100 ml por quilo eu poderia escolher 100 ml por quilo? Mesquita: poderia escolher 100 ml por quilo e ser 1000ml ali. Aluna: aí eu posso fazer a mesma conta? Mesquita: mesma conta, normal. Quando que eu vou preferir 50 e quando eu vou preferir 100? Pessoal, lembra que nós fizemos quanto a gravidade a desidratação pode ser de primeiro, segundo e terceiro grau? Que na verdade a minha grande divisão é separar a de primeiro, de segundo e de terceiro? Porque primeiro e segundo a desidratação leve a moderada o tratamento é esse, é igual. Agora de terceiro é diferente, é hidratação parenteral. Se a gente observa que os sinais clínicos estão tendendo mais para uma desidratação de segundo grau, que é também uma avaliação da subjetividade, eu posso por 100ml por quilo. Se os sinais clínicos estão evoluindo mais para uma de primeiro grau, está mais leve, acho que pode fazer 50 ml por quilo. Se tá na dúvida faz 75ml/kg. É livre isso aí, é de acordo com o que você for observando no paciente. Acho que ele tá muito desidratado, não é grave mas tá muito, então mete logo 100ml/kg. Ou, não tá pouquinho vamos deixar rapidinho 4 horas dá 50ml/kg rapidinho a gente hidrata ele e manda pra casa. Então vai ser o que você observou no paciente e tendendo pra isso aí, de acordo com a intensidade você joga 100 se for mais, e se for menos você joga mais perto de 50. Pergunta sobre a fração. A gente tende a fazer a cada 15 minutos porque é mais frequente e maior volume, independentemente do tamanho. Porque a gente fala assim, oferecer com frequência, então assim, uma fração de 15 minutos é uma frequência razoável, uma tendência geral de que a gente possa fazer nessa fração menor. Mas pode ser menor, até de 5 em 5 minutos, ou mais, 30 minutos. Começar com 15 minutos geralmente é um bom parâmetro pra que a criança aceite melhor, para que a gente não dê excesso de líquido e não seja tão frequente também. Agora por exemplo, agora deu 15 minutos e a criança não quis beber, tá tudo bem, não force. O segredo da alimentação em criança pessoal, ninguém força o menino a comer, então é o alimento oferecido com agrado. Então são os aviõezinhos, as brincadeirinhas, fazer uma caretinha na comida, fazer alguma coisa que vai brigar e obrigar vai ser pior porque a criança vai chorar e vai perder mais água ainda pela lágrima e vai desidratar mais ainda. Ela tá aceitando, mas agora ela não quis, ah não força, no próximo horário ao invés de dar 25 eu dou 50, dobro a quantidade no próximo horário. Vamos equilibrar isso aí. O importante é que nesse período de 5 horas, as vezes ela bebeu mais, foi o contrário bebeu 50ml de uma vez, tava com mais cede, tava gostando do soro sei lá, tem problema nenhum, vamos equilibrar e segurar um pouquinho no final para não antecipar esse período. Pode até antecipar no período mínimo de 4 horas, isso aqui pessoal é papel que estamos prescrevendo mas na prática tem tudo isso aí. Ou o menino não bebe ou bebe de mais, acabou mais cedo ou acabou mais tarde, a gente tem que ir ajustando. Por isso que tenho que fazer uma avaliação contínua pra ver como tá a aceitação, a evolução dos sinais de desidratação. Não é prescrever e ir pro fundo, deu tudo errado a criança ficou aqui a manhã toda, a mãe não foi chamar ninguém (risos) isso acontece demais, a gente pergunta pra mãe se ela não chamou ninguém, não ninguém falou nada. Então isso aqui é uma orientação inicial, uma avaliação contínua é fundamental no processo de tratamento de uma desidratação, tem que manter essa criança monitorada continuamente. Então vai ficar em observação. O cálculo todo mundo entendeu? Essa distribuição, que é empírico não tem regra rígida, não tem um intervalo mínimo, máximo, tanto de tempo quanto de volume e aí é bem flexível. Mas o principal é o preparo, é estabelecer um tempo, um volume e uma frequência e o uso da solução correta do sal de reidratação oral. Pesar antes e após, no final fazer prescrição solicitar uma avaliação e aqui tem que ser formal. Acabou mas eu nãoposso ir lá olhar, então tenho que olhar o mais rapidamente. E o que eu vou olhar ao final da reidratação? Os sinais clínicos, o peso porque ele deve ganhar peso; a diurese tem que estar restabelecida. Não é a cada evacuação amolecida que a gente tá oferecendo mais não, isso é no PLANO A. Aqui a gente falou, ele tem 50ml/kg de perda hídrica que é o que eu estou repondo neste intervalo, então ele perdeu peso. Com a reidratação ele vai ganhar peso. Claro que ele pode ter diarreia nesse período e a gente tem que tá ajustando isso aí também, aumentando o volume. Paciente ficou aqui 5 horas, opa beleza, teve diurese, ganhou peso, teve boa aceitação dos soros, os sinais de desidratação regrediram e agora? A diarreia continua lá. Mas a minha internação foi pra resolver a diarreia? Não. Foi pra resolver a desidratação. E agora ele tá hidratado, ele tá igual ao paciente que chegou no PLANO A, com diarreia sem desidratação. Se tiver tudo bem, se ok, se alcançar nossos objetivos a gente vai dar alta e vai orientar o PLANO A novamente, vamos lá. Oferecer líquidos a vontade, o soro após cada evacuação amolecida, alimentação, observar sinais de alerta, preparo e higiene dos alimentos, quando vai retornar se sinais de alerta, zinco e pronto. A gente vai dar alta e fazer tudo por escrito de novo, por isso que eu falei que o plano A é importante, porque eu corrijo o distúrbio no plano B que é fundamentalmente hidratar essa criança, mas eu a libero pra casa com orientações do plano A. Então, faz parte da orientação do plano B o plano A também pra gente conseguir sucesso evidentemente. Pergunta sobre o período de avaliação. Aí pessoal quanto mais melhor. Não tem uma regra, de hora em hora, mas quanto mais você ir ver, perceber e até pra você sentir confiança. Se a criança tá bem, tá aceitando, não tem problema, a mãe tá bem orientada, o soro tá bem conservado, o volume tá bem, você pode até espaçar um pouquinho mais. Agora, se não tá legal, vamos tentar fazer um ajuste, corrigir isso mais cedo, mudar, diminuir volume, diminuir tempo ou aumentar tempo, vamos ver qual a característica. Não tem uma regra rígida, e não precisa ficar lá do lado também não. É você ir sentindo como o paciente tá evoluindo. O que é sinal importante pra gente tá vendo? Pulso, FC, FR talvez, é mais quando tem um distúrbio hidroeletrolítico. Agora a consciência, olhos, boca, língua, sede, diurese, sinal da prega, tempo de enchimento capilar. Aqueles mesmos sinais que a gente iniciou a discussão. Então pessoal, se o paciente for bem, ótimo, a gente vai dar alta e plano A. Mas se não for? Vou repetir o plano B na unidade mais 5 horas? Vou gastar meu plantão inteiro pra atender só um paciente, então não. Não existe plano B pro PLANO B. Ou ele funciona, ou ele não funciona. Se o plano B funcionar e vai funcionar na grande maioria das vezes, a gente é que não tem fé e fala ah não vai dar certo então vou logo fazer uma hidratação parenteral que é 3 horas, é metade do tempo que eu gasto com a hidratação oral. Se a gente fizer com calma, orientando, monitorando, o plano A na literatura mundial, é a melhor forma de tratamento, isso é mundial não é aqui em Araguari, para paciente com desidratação leve a moderada. Então se Araguari não dá certo alguma coisa tá errada com a gente na técnica, então vamos rever a técnica. Bom, até por falar na técnica, se por exemplo, não funciona, eu tinha falado, MAS TEM SIM UM PLANO B PRO PLANO B. Que é a hidratação por sonda nasogástrica. Essa hidratação por sonda nasogástrica, muitas vezes depende da habilidade do profissional em fazer a passagem da sonda, tem muito enfermeiro que não passa. As vezes recebe uma orientação, to de plantão, nossa não tem vaga o paciente tá desidratado e não tá aceitando soro, tenta pela sonda nasogástrica, não eu nunca passei isso não e não vou passar não, então se não tem habilidade é melhor não fazer mesmo não e é muito frequente isso. Em adulto parece que todo mundo vai, mas agora criança parece que tem medo de fazer as coisas. Passar a sonda num menino que vai cuspir, xingar, morder vai ser mais complicado ainda. Há uma certa resistência, não é uma prática comum, acho que dificilmente quem tiver avaliando paciente em pronto atendimento dificilmente vai ter a possibilidade de ver uma hidratação por sonda nasogástrica, acaba que se falhou aqui no plano B já vai pro plano C. Que seria a estratégia, o degrau acima, não consegui o que eu queria que é reidratar eu vou ter que utilizar outra estratégia. Aqui é o que a gente falou de avaliação de regressão, ganho ponderal,diurese, regressão dos sinais de desidratação Libera dieta pode ir pra casa com a receitinha que contem zinco e a orientação do soro de reidratação oral e as orientações alimentares e de higiene. Agora se houver falha, rever a técnica significa basicamente a gente considerar a questão da sonda nasogátrica que seria a hidratação por ?gastropolis? ou se eu não tenho a técnica e habilidade pra passar a sonda nasogástrica a gente já indicaria a hidratação venosa. Uma coisa que é muito chata e que muitas vezes causa uma certa resistência na prescrição da terapia de hidratação oral é a presença de vômitos e como a metoclopramida era o único antiemético da faixa pediátrica disponível, ele era formalmente contraindicado, muitas vezes a gente indicava parenteral por causa de vômitos mas hoje temos a ondansetrona que já discutimos na semana passada que tem trazido boas respostas. O efeito que os trabalhos mostraram é reduz os vômitos e reduz a necessidade de hidratação parenteral e consequentemente a necessidade de internação, então são coisas muito boas que a ondansetrona traz. Ela fortaleceu um pouco mais ainda a questão da praticidade do plano B que é a terapia de reidratação oral. Então nos vômitos a gente tem a primeira opção e mais pra frente eu iria falar, mas já vou falar, tem um limite. Teve vômito? Quando que eu vou considerar um vomito aqui outro acolá até faz bem vomitar, fica nauseoso, aquela cor horrorosa, quando a gente vomita parece que melhorou tudo né. Então tem um limite e qual é o limite pra eu estar prescrevendo? A questão é eu tolerar até 4 episódios de vômitos num período de 1 hora. Mais do que 4 eu acho que nem vale a pena fazer a ondansetrona, acho que pode ir direto pra hidratação parenteral. 2,3,4 vômitos tentem ondansetrona. Se não conseguiu controlar no período de uma hora, então vamos partir pra parenteral, já tentei tudo e não adianta, então vamos para hidratação parenteral. Mais que 4 episódios no período de 1 hora, até 4 a gente pode tá considerando. Então a técnica da hidratação pela sonda nasogástrica também tem outra indicação que é trazida pela Organização Panamericana que é por exemplo, estou em um lugar de difícil acesso a uma unidade assistência terciaria, uma rede hospitalar e aí eu não consigo um acesso venoso seguro pro paciente, e entre eu não fazer nada, posso tentar, um paciente com desidratação grave que é contraindicada a TRO que já falamos pelo rebaixamento do nível de consciência. Mas com a sonda não preciso que ele esteja acordado pra eu estar oferecendo, a sonda é goela abaixo que a gente vai jogar o soro, mas claro que tem risco. Se o paciente tem uma desidratação grave, eu não tenho acesso a uma unidade terciária, eu não consigo um acesso venoso pra fazer uma hidratação parenteral, ele pode ser uma opção, não é a melhor, mas entre não fazer nada a gente pode, de imediata, estar fazendo a hidratação por sonda. E a outra opção seria no caso de uma falha de TRO, tem que especificar se tem a habilidade de passar a sonda e se tem equipamento, porque depende da bomba de infusão pra estar fazendo a hidratação por ?gastropolis? que é uma bomba jogando esse soro, então precisa de equipamento, sonda e bomba de infusão. Porque o volume que eu vou administrar de soro de hidratação oral não é soro fisiológico,não é glicose a 5%, eu vou dar soro de reidratação oral o mesmo de pegar o envelope diluir em 1L de água e vou oferecer 20ml/kg/hr por um período de 4 a 6 horas que vai dar um volume que fizemos o cálculo de 50-100ml/kg. Então a hidratação por ?gastropolis? por exemplo, pra esse paciente nosso aqui de 10kg se a gente fosse fazer em 6 horas, 20 vezes 10 é 200, 200 vezes 6 horas daria 1200mL. Naquele que fizemos que é 100mL/kg daria 1000mL é próximo o volume, também eu coloquei o volume máximo ali nas 6 horas e isso aí a gente programa a bomba. Por exemplo é 1200mL em 6 horas, a bomba é em mL/hr, então a gente coloca 1200 dividido por 6 dá 200mL/hr e a bomba vai infundir aquilo continuamente, quando acaba ela dá o alarme e a gente vai reavaliar o paciente pra ver como ele tá. Então é programado em 4 a 6 horas no volume de 20mL/kg/hr da solução de reidratação oral. Agora, não tem a sonda, não bomba, não tem habilidade, o paciente não alcançou os objetivos ou ele tem uma desidratação grave a gente, então vai indicar a hidratação parenteral que é o PLANO C. Já vimos o PLANO A, da prevenção, o PLANO B que é o paciente que tem desidratação leve a moderada, então o PLANO C que veremos quais suas indicações de imediato. Quando o paciente tem desidratação grave, colapso circulatório, comprometimento do SNC, paciente comatoso, letárgico, ninguém vai oferecer TRO, exceto se eu não tiver aquela particularidade da sonda. Uma criança que esteja hipotônica, comatosa que é uma desidratação grave ou com sinais de hipovolemia que também entra em desidratação grave que são sinais, hipoperfusão é tempo de enchimento capilar maior que 5 segundos, comatosa, pouco responsiva que caracterizam os sinais de desidratação grave. Uma outra situação que é difícil as vezes, é o íleo paralítico, criança em uma sepse grave ela pode fazer, então tem uma distensão abdominal, sem ruídos hidroaéreos, isso é uma contraindicação, nada podemos oferecer, é dieta zero menos soro pra gente com íleo paralítico com distensão e ausência de ruídos hidroaéreos. São situações menos comuns, mas é uma contraindicação. Os vômitos incoercíveis que falamos, mais do que 4 no período de 1 hora, até quatro a gente ainda pode tentar consertar com a ondansetrona mas, mais do que 4 é mais difícil de controlar esses vômitos e o risco da perda é maior, porque não é só a perda pelas fezes, a gente tá tendo a perda com os vômitos também. A falha na TRO, paciente que em 4 a 6 horas não restabeleceu a diurese, não ganhou peso, não regrediu os sinais de desidratação é a outra indicação. E crises convulsivas e presença de distúrbio hidroeletrolítico, ninguém vai dar soro oral pra paciente em convulsão. Assim, são termos da literatura, mas chega lá em convulsão, seja convulsão febril ou neurotoxina por Shigella, controlar a convulsão é a primeira coisa né, dá anticonvulsivantes, monitora sinais vitais, trata a urgência, paciente estabilizou tá consciente tá bem, uai não tá mais em convulsão então posso até tentar uma TRO pra ele, mas durante a crise não, tem que controlar a convulsão. Agora distúrbio hidroeletrolítico como nós discutimos na semana passada como hiponatremia e hipernatremia as correções são sempre pela via parenteral em ambas. Essas são as indicações mais comuns pra realizar o PLANO C que inclui hidratação pela via venosa. A hidratação parenteral tem duas fases que são a fase de reparação e expansão, e a fase de manutenção e reposição. Eu coloquei a reposição na cor preta (no quadro) porque duas etapas são obrigatórias que devemos estar realizando quando a gente vai fazer hidratação parenteral. A primeira é a fase de reparação e expansão, e a manutenção também é obrigatória, a reposição de perdas pela via parenteral nem sempre é obrigatória porque por exemplo, o paciente chegou com desidratação grave aí a gente faz a fase de expansão que é rápida, aí faço a fase de manutenção pra ele, aí ele retoma a consciência, restabelece a circulação e aí eu corrigi a desidratação dele. Não posso nem liberá-lo pra casa vamos ver algumas particularidades aqui, mas ele vai continuar com a diarreia só que ele já tá consciente. Não tá com desidratação grave eu posso fazer a reposição pela via oral, tá internado, tá tomando soro de manutenção e toda vez que apresentar uma evacuação líquida amolecida a gente pede pra oferecer o sal de hidratação oral, reposição não é necessariamente pela via parenteral e pra facilitar os cálculos aqui pra gente que a fase de reposição dá um volume a mais de soro pra gente tá acrescentando na manutenção do nosso paciente. Então não vamos cobrar de vocês a fase de reposição pela via parenteral, nós vamos trabalhar com a reposição pela via oral, concomitantemente chegou grave eu faço a expansão, eu prescrevo a manutenção e faço a reposição pela via oral através da oferta de soro após cada evacuação amolecida. E necessariamente pessoal, o PLANO A é no domicílio, o PLANO B é observação na unidade e no PLANO C tem que ser internado. Então eu vou encaminhá-lo, posso até estar na unidade tirar do choque, tirá-lo da fase grave, fazer a fase de expansão, mas eu vou ter que referenciá-lo pra um serviço de internação. O plano C é no nível hospitalar. Qual é o objetivo da fase de reparação, manutenção e reposição? A fase de reparação visa restabelecer rapidamente o volume dos compartimentos hídricos, principalmente o compartimento extracelular que é onde a perda primariamente se estabelece que é o que discutimos na semana passada. Então tenho que rapidamente preencher o quadradinho que fica faltando do extracelular pra gente restabelecer os sinais de perfusão, hidratação e até mesmo se tiver um distúrbio hidroeletrolítico estaremos compensando isso também. De uma forma rápida procuro restabelecer os volumes dos compartimentos hídricos e fundamentalmente restabelecer a função renal e a diurese. Então na fase rápida eu tenho que restabelecer a volemia e a diurese do paciente rapidamente. Na manutenção o meu objetivo é que se meu paciente não ingerir nada nas próximas 24h eu consigo estar oferecendo as necessidades basais de liquido, dos principais eletrólitos e de energia pra ele. Quais são os principais eletrólitos? Do extracelular, o sódio. E do intracelular, o potássio. E a principal fonte de energia, glicose. As necessidades basais é desde que não haja perda nenhuma, ah meu paciente não ta comendo nada e não ta bebendo nada e se ele não tiver tendo perda anômala a oferta do soro de manutenção vai ser suficiente pra repor suas perdas fecais, intestinais, pela transpiração, perda insensível e via urinária. Mas além dessas perdas ele tem as perdas anormais que é a diarreia, que entra a fase da reposição. Além do basal, estou repondo uma perda anômala que ele apresente, e como na diarreia a gente vai optar pela reposição oral não vamos citar no plano C na via parenteral. Pergunta: Professor eu não entendi, no Plano C pode ser oral também? Não, o Plano C na verdade que é a hidratação parenteral tem 3 fases, expansão, manutenção e reposição tudo pela via parenteral, pela veia. Mas eu posso fazer também reposição, não só pela via parenteral, posso fazer reposição pela via oral que é quando a gente faz TRO pra repor as perdas fecais. Então nós não vamos fazer a reposição pela via parenteral no soro que a gente for calcular, nós vamos fazer a reposição de perdas anormais pela via oral através da oferta do soro após cada evacuação amolecida. Ah mas eu não quero fazer pela via oral, quero fazer a reposição também pela via parenteral, é possível também eu fazer uma cobertura pela veia de soro para repor a perda fecal, mas é um calculo mais complexo e acho que é mais fácil a gente trabalhar com a reposição pela via oral e obrigatoriamente a expansão e manutenção pela via parenteral. Bom, então antes da gente falar dos cálculos a gente vai trabalhar um pouquinhosobre velocidade e prescrição pessoal. Pessoal, prescrever soro errado mata, tá? Então a gente tem que fazer os cálculos direitinho e nós temos que prescrever da maneira correta o soro para os nossos pacientes. A única opção que eu acho que vocês vão ter no nosso curso inteiro sobre o cálculo de soro, não vou falar nem só na pediatria, mas no curso inteirinho eu acho que é nessa discussão de hoje. Uma época eu tirei isso do nosso conteúdo e aí os alunos chegavam lá na Santa Casa no internato e não sabiam fazer soro, aí queriam fazer greve, mandar o professor Marcos embora porque ele não ensinou a fazer soro e para não ser mandado embora resolvi colocar de novo. (risos) Estou brincando pessoal! A gente percebeu que houve uma falha aí, porque a gente achava assim que hidratação parental era paciente grave, que vai para hospitalar e não era o objetivo. Mas vocês vão no hospital no internato, vocês vão estar lá! E não é prescrever soro só para paciente com diarreia, chega um paciente com apendicite, que tenha que fazer cirurgia, esse paciente tem que ficar em dieta zero. Aí vai ficar de dieta zero lá, sem comer nada, além de não estar repondo, está perdendo. Aí além da apendicite a gente vai ter que corrigir a desidratação dele né. Então eu tenho que fazer um soro de manutenção, que é essa etapa. A manutenção serve para a gente deixar o paciente em jejum durante 24 horas e ele não desidratar, não apresentar hipoglicemia, ele não apresentar distúrbio hidroeletrolítico, de sódio, potássio. A gente está mantendo essa oferta para ele pela via parenteral. Por isso que eu acho que para a formação de vocês vale a pena a gente discutir o cálculo de manutenção. Bom, para a gente fazer o cálculo do soro, a gente vai precisar de calcular a velocidade da infusão. A velocidade da infusão pode ser por bomba de infusão que a gente faz em ml por hora (ml/hora) igual a gente falou lá na gastrolise (??), 1200ml em 6 horas, é ml por hora, a bomba vai registrar é por hora. 200 ml por hora é a velocidade de programação que a enfermagem vai fazer quando for instalar a bomba. Se eu não tenho bomba eu posso fazer o cálculo de gotas por minuto. Como que é o cálculo de número de gotas por minuto? É o volume total do meu soro dividido por 3 vezes o número de horas. Se, por exemplo, a gente fosse pegar esse soro aqui e fazer pela via parenteral, o meu volume total é 500 (que eu calculei ali), qual que é o número de horas? 3 vezes o número de horas que eu escolhi que foi cinco horas. Então seria 500 dividido por 15, aí já sairia em gotas por minuto. 500 dividido por 15 seria entre 33- 34 gotas por minuto. Então é o número de horas em horas que a gente vai colocar aqui! É importante a gente frisar que não vale em minutos para esse cálculo aí não. Tem que transformar os minutos em hora. Então são as opções de velocidade de infusão que nós vamos ter. Vamos falar um pouquinho sobre a fase rápida, a fase que visa a expansão dos compartimentos e a expansão da volemia. Pessoal, existe uma confusão na literatura, todo ano precisamos dar uma olhadinha porque as evidencias começaram a chegar na diarreia, as regras básicas antigas estão sendo questionadas. Até a gente estava esperando posicionamento do MS e há um ano e meio ele se posicionou com a liberação das novas diretrizes do tratamento da diarreia e desidratação. E aí para a fase rápida eu vou usar a terminologia que o MS preconiza, que é diferente daquilo que a OMS preconiza, que é diferente daquilo que a Organização Pan-americana preconiza, do AIDPI. Então nós vamos trazer isso para o âmbito nacional. Dentro do Ministério da Saúde é o que nós vamos estar cobrando nas avaliações que vocês vão estar fazendo e nas atividades práticas lá na Santa Casa também. Quem depois tiver um consultório chique e depois quiser hidratar pela Organização Mundial da Saúde, tem liberdade. Mas a gente tem que padronizar isso aqui, tá? Segundo o MS o plano C, para gente estar fazendo então a fase rápida, ela vai ser dividida então de acordo com a idade da criança. Ou ela é maior que cinco anos ou ela é menor que cinco anos. Essa é a principal diferença com a OMS que divide entre maior e menor de um ano. Do ministério da saúde, provavelmente nós vamos usar muito mais isso aqui. Onde a gente vai pegar crianças com diarreia e desidratação grave menores de cinco anos , tá? Menor que cinco anos a gente vai utilizar, não é mais o soro de reidratação oral, a gente vai fazer pela via parenteral o soro fisiológico 0,9% e lembre-se, é uma desidratação grave! O paciente chegou hipotônico, hiporesponsivo, não bebe líquidos, o tempo de enchimento capilar está muito prejudicado, ele está grave. Então a gente vai fazer, rapidamente, um volume de 20 ml por quilo do soro fisiológico em 30 minutos. Fiz os 20ml/kg e avalio condição, olhos, boca, lágrima, se está com sinal da prega, tempo de enchimento. Se não está bom ainda, repete mais 20ml/kg em trinta minutos. Não está bom ainda? Repete mais até ele ficar bom. Então a fase rápida tem que ser rápida! 20ml/kg de soro fisiológico a cada 30 minutos até a gente tirar ele do choque. Reestabeleceu a circulação, ele teve diurese, consciência retornou, não está mais com o tempo de enchimento capilar prejudicado, sinal da prega desaparecendo rapidamente, a perfusão, o pulso mais palpável. Então é sair do choque, tem que regredir os sinais clínicos de desidratação e tem que reestabelecer a diurese. Enquanto não acontecer isso a gente vai fazer 20ml/kg em 30 minutos de soro fisiológico para o paciente menor que cinco anos. Exceto se ele for um recém-nascido ou tiver cardiopatia, porque cardiopatia a gente tem que tomar cuidado com líquido. Lembra? Se tiver ICC aí a gente tem que restringir líquido. Então a gente faz um volume menor de 10ml/kg também no período de trinta minutos. E aí acompanha, acompanha, acompanha até os sinais regredirem e ele reestabelecer a diurese. Mas, e se ele for uma criança maior de 5 anos? Onde geralmente a resposta é mais rápida, a desidratação é menos intensa, bem menos provável que a gente pegue um paciente chocado, com uma desidratação grave em pacientes acima de cinco anos. Aquelas mortalidades são muito para os bebês menores do que cinco anos. Então a regra para fase rápida, de acordo com o MS, para as crianças maiores de 5 anos, é a gente estar fazendo uma solução/ uma mistura de soro fisiológico e Ringer lactato, mas não necessariamente uma mistura, uma sequência. Eu vou fazer em um período de três horas. Nos primeiros 30min eu vou administrar soro fisiológico, num volume de 30ml por quilo. E, imediatamente após, eu vou administrar Ringer lactato 70ml por quilo. Ou seja, eu vou dar um volume de 100ml/kg. Esses 70ml/kg de Ringer lactato num período de duas horas e 30 minutos, tá? Parece que é até bem simples essa fase de expansão para a gente estar prescrevendo. A gente tem que lembrar o volume e tem que lembrar o tempo. Isso eu vou cobrar de vocês, ainda precisa ser memorizado, tá? O volume, o tempo e a solução da fase rápida. Bem como o volume, o tempo e a solução para TRO (terapia de reidratação oral). Até aqui, tudo precisa ser memorizado! Essa velocidade 30ml/kg a gente vai prescrever. Olha: soro fisiológico para o paciente de um quilo, correr 30ml em 30 minutos. É o que a gente vai fazer em um paciente, quantas ml por horas seriam? Vamos fazer aqui com paciente de um quilo para facilitar o cálculo. Vamos fazer 20 ml por quilo na fase rápida, porque 1kg ele não vai ter menos de cinco anos né (ele falou dessa forma). 20 ml por quilo, se bem que para o recém-nascido (se perde) Fala1: é só empírico isso aqui! Então eu tenho que fazer 20 ml de soro fisiológico em trinta minutos. Quantas ml por hora que vai dar isso aqui, em? A gente tem que transformar minuto em hora. Ou transformar isso aqui até em gotas por minuto também. Vamos mlpor hora (ml/h) e gotas por minuto (gotas/min). Tem que trazer calculadora tá turma, senão vai dar nó no cérebro. Então, 1 hora são 60 minutos, mas eu tenho que fazer em 30 minutos. Quantas horas? 0,5, né? Então é 0,5 horas. Vamos fazer gotas por minutos primeiro. Então, o meu volume gotas por minuto é o volume dividido por 3 vezes a hora (em horas). Então a hora é o três vezes 0,5. Então é 20 dividido por? Cadê minha calculadora? 20 dividido por 1,5, vai dar 13,3, 13 a 14 gotas por minuto isso aqui. Então 13 a 14 gotas por minuto. E se fosse ml por hora? Se fosse ml por hora (ml/hora) a gente colocaria 20 ml que eu tenho que fazer em 30 minutos, não é? Mas para eu fazer em uma hora, na velocidade de infusão, eu vou colocar 40ml. Então, em ml por hora, a gente vai fazer 40ml/hora é a velocidade de infusão que vamos colocar na bomba de infusão. “Ah, mas ele vai correr 40? ” Não! Ele vai correr 30 em meia hora! É só pelo cálculo da bomba, porque a bomba não permite fazer menos que uma hora, é o tempo mínimo. Aí a gente programa lá, “ eu quero 30ml (acredito que ele queria falar 20) em 30minutos” que na verdade vai corresponder a 40 ml por hora. Ele vai correr 20 em 30 minutos. Deu 30 minutos ela desliga e não infunde mais. Isso aqui é só para fazer a programação, ok? Aluna pede para ele explicar o cálculo de ml por hora de novo. Ok! Vamos lá, a bomba de infusão só trabalha em ml por hora (ml/hora). Então ela faz aqui na verdade não é o ml por hora, é o volume que eu quero por hora. Então quanto que eu quero? Para o nosso bebê eu falei 20 ml que eu quero correr em 30 minutos, porque é esse cálculo aqui que eu estou fazendo. É um bebê de um ano com 1 quilo. Então 20 vezes 1 quilo, tá? Então eu quero correr 20ml de soro fisiológico em 30 minutos, não é esse o meu objetivo? Mas, como eu quero transformar isso em horas, quantos ml que a gente vai precisar? Então em 60 minutos que correspondem a uma hora, a gente vai ter 40 ml. É regrinha de três, seria o X. Então seria, X é igual a 60 vezes 20, que vai dar exatamente os 40ml que a gente vai oferecer. É só você escrever. Soro a gente não pode ter preguiça de escrever, rascunhar, olhar. É raciocínio isso aqui! É uma coisa mais exata. Se eu mudar ali a velocidade de infusão eu posso matar um paciente. Então eu quero 20 ml em 30 minutos. Em 60 minutos, quanto que eu vou querer? Eu vou querer fazer 40 ml. Então é 40ml/hora. Para ficar mais fácil, vamos fazer a prescrição como se o paciente estivesse internado. Esses cálculos de vírgula que dificultam um pouquinho, mas vocês vão ver que no soro de manutenção é mais fácil de a gente fazer esse cálculo, só fica mais extenso. Como que a gente vai fazer a prescrição da fase rápida? Olha, da mesma forma que na TRO -claro que ele não está nem aceitando, ele está comatoso, letárgico, pouco responsivo, eu tenho que deixá-lo em jejum também. Então, esse paciente, na fase rápida ele vai ficar em jejum. Se ele estiver consciente as vezes, em uma hidratação parenteral de um paciente mais consciente o leite materno pode-se até oferecer, lembre-se que leite materno é sem efeito colateral, só para quem tem galactosemia. Então jejum! E esse paciente a gente vai fazer a fase rápida. O peso dele nós estamos fazendo como 1kg para facilitar. Vamos considerar então que ele é um recém-nascido. Então, é um bebê de 1kg, eu preciso fazer uma fase rápida para ele. Qual que vai ser a minha velocidade de infusão? Eu tenho que fazer soro fisiológico (é a solução que eu vou acrescentar), eu tenho que utilizar 10 ml por quilo, porque ele é um recém-nascido. Então 10ml/kg, qual é o meu volume total que eu tenho que dar para ele? 10ml em 30 minutos. Pessoal, isso é cálculo de soro. Se eu colocar assim a enfermeira vai falar “olha, está faltando um monte de coisa aqui, doutor! ”. Qual que é a via? Qual é o tempo? E qual é a velocidade? Então a gente vai colocar aqui, fase rápida: Solução de soro fisiológico. Então a gente vai infundir 10ml de soro fisiológico 0,9%, pela via endovenosa, sempre a gente tem que realçar, porque senão a enfermeira vai dar pela boca. Vocês viram o caso que saiu na internet que o bebê tinha uma sonda e um cateter central. Aí era para administrar a dieta enteral, o leite, e a enfermeira ao invés de dar pela sonda ela colocou no cateter o leite na veia. Agora resta saber o que estava prescrito, já pensou se o médico prescreveu pela via endovenosa? Tem que tomar cuidado até com a prescrição! “Mas se o médico não colocou a via, por isso que eu coloquei errado, dei pela boca! “. Então mesmo que seja chover no molhado, a gente sabe que é soro, a gente tem que colocar o volume, de qual solução, pela via, a gotas por minuto. Precisa fazer de novo? Sim porque é outro volume! É o volume 10 dividido por 3vezes o tempo em horas, que é 0,5 horas, né? Então gotas por minuto é 10 dividido por 1,5. Dá quantas gotas por minuto? Então 6 a 7 gotas por minuto, em 30 minutos. Ou, se a gente fosse fazer ml por hora (ml/hora), o que que seria ml por hora? A gente tem que fazer 10ml em 30 minutos, em 60 minutos X. Então 30X é igual a 60 vezes 10, X é igual a 600 dividido por 30, então X é igual a 20 ml por hora (ml/hora). 60 dividido por 3, me desculpa! Ou a 20 ml/hora. (Ficou confuso, mas foi dessa forma que ele falou) Aluna pergunta “ a bomba vai ser programada para uma hora ou...” Mesquita interrompe: - A bomba vai ser programada para correr 20 ml em 1 hora. Mas, na verdade, quando ela fizer 30 minutos, ela desliga e corre só os 10! Isso é porque não tem jeito de programa-la. Comentário inaudível. Mesquita responde: exatamente, eu vou programar para ela quando eu for fazer a programação, eu vou colocar lá, isso é tudo digital viu gente! Não precisa se preocupar com isso não porque é a enfermagem que mexe com a bomba. Ela vai colocar, eu tenho que correr 10 ml em 30 minutos, automaticamente ela converte que é para 20 ml em 60 minutos. Mas quando dá os 30 minutos ela desliga, dá o alarme e acaba, tá? É só porque a gente tem que prescrever. Não tem ml em meia hora, não tem jeito da gente fazer esse cálculo, a bomba só é ml/hora. Ela não entende se a gente não fizer a programação, tá? Mas não vai correr os 20ml em uma hora não, ela vai ser programada nessa velocidade, mas quando ela der 30 minutos ela vai desligar. Portanto, ela vai ter corrido os 10 ml. Na prova, quem tiver dificuldade com essas questões de habilidade com o cálculo em ml/hora e deixar o gotas por minuto (gotas/minuto) está valendo. Tem que ter uma opção, não precisa colocar as duas não. “Ah eu gosto mais de gotas/minuto, eu vou fazer gotas por minuto. ” “Ah não, eu não gosto de gotas/minuto eu gosto de ml por hora (ml/h)”. Então pode, não precisa ser os dois. Mas estejam seguros que se colocar um dos dois errados, o errado eu vou descontar. Então, coloquem aquilo que vocês têm certeza! Mas tem que ter necessariamente o volume, a solução, a via, a velocidade e o tempo. Então, volume, a via, a velocidade e o tempo porque é isso que a enfermagem vai cobrar de vocês quando ela for calcular, porque não é agente que vai lá pegar 10ml de soro, colocar no equipo, encher o equipo (?), puncionar a veia, colocar na bomba de infusão, programar a bomba de acordo com essas informações. Então na hora de ela programar qual que é o volume, qual é a via, qual é a velocidade, qual é o tempo. Ou então nas gotas por minuto, qual que é o volume, qual é a via, qual que é o tempo e qual é a velocidade, quantas gotas por minuto, tá? Então ele vai ficar em jejum, a gente vai fazer a fase rápida e o número 3, a gente vai reavaliar ao término, tá? Mesma coisa o cálculo ali vale para o Ringer lactato com soro fisiológico para pacientes maiores que cinco anos. Que a gente faz 30 ml por quilo em 30 minutos de soro e depois a gente faz 70 ml/kg de Ringer lactato, durante duas horas e meia. Sãotrês horas para o paciente maior do que três quilos. Bom pessoal, a solução que a gente vai utilizar é diferente. Não é solução de reidratação oral. Então, eu fiz na fase rápida esse meu paciente, não regrediram os sinais eu repito. Não regrediram os sinais eu repito, repito quantas vezes forem necessárias. Regrediram os sinais e ele reestabeleceu a diurese. Então o meu objetivo, isso aqui eu vou até dar uma puladinha e vamos para isso aqui. Isso aqui eu não quero confundir, mas aqui é o que a gente falou. Aqui é o do Ministério da Saúde que é aquilo, aquela regrinha que a gente falou: menor que 5anos 20ml/kg em 30 minutos, repetindo até que fique hidratada. E maior que 5, 30 de soro fisiológico em 30 minutos, seguido de 70 de Ringer lactato em duas horas e meia. Mas se a gente olhar aqui, olha, tem diferença no que se refere a solução e a idade também. Mas isso aqui é só para a gente mostrar, eu não vou cobrar para vocês o que a OMS, o AIDPI, a Sociedade Europeia eles cobram. Esse quadrinho que a gente mostrou anteriormente é o que a gente vai cobrar na avaliação de vocês. Pergunta inaudível. Mesquita responde: não, não. O Ringer lactato só vai ser usado quando a criança for maior que 5 anos, ele vai ser obrigatoriamente usado. Porque nos primeiros 30 minutos, eu faço soro fisiológico, vamos voltar lá? Aluna: “ah, entendi!” Mesquita: então nos primeiros 30minutos eu uso soro fisiológico 30ml por quilo. Acabou os 30 minutos, eu já deixo preparado o Ringer lactato 70ml/kg em 2horas e 30 minutos. É obrigatório! Eu não posso fazer de novo com soro fisiológico. O que difere um pouquinho da OMS, que ela usa ou só o soro fisiológico ou só o Ringer lactato. É uma ou outra. Aqui a gente faz uma mistura, né, dos dois. Aluna: e se a criança tiver 5 anos e eu não tenho mais detalhes sobre o vírus (?) ? (não deu para entender a última palavra) Mesquita: tá, olha, aqui é maior que 5 anos que a gente já vai colocando, tá? Inclui né o 5 anos. Passou um mês, aí já vai fazer na segunda linha de 70 e 30 ml em 3 horas. Aluna: professor aquele quadro ali? Mesquita: esse é o do ministério da saúde e repetiu aqui. Aquele era da OMS. Bom, pessoal, quando que a gente vai parar a fase de reparação? Meu objetivo então é reestabelecer a volemia dos compartimentos hídricos. Então, primeiramente, os meus sinais clínicos de desidratação desaparecem. É a fase rápida, seja lá com soro fisiológico repetindo ou com solução de soro fisiológico e Ringer lactato, eu vou ter que repetir também para criança maior que 5 anos se eu não alcançar o objetivo, tá? Que é regressão dos sinais de desidratação e reestabelecimento da função renal. Ou seja, ela vai apresentar duas a três micções claras e abundantes, com densidade urinária menor ou iguala 1010. Então na nossa prescriçãozinha que a gente colocou aqui, faltou até isso, a gente vai: colocar o soro, o jejum, a fase rápida, vai pedir para a enfermagem anotar a diurese e medir a densidade urinária. E 4) a gente vai reavaliar ao término. Jejum, o soro com volume, via, velocidade e tempo (que são essas regrinhas). Anotar a diurese, porque eu preciso disso! Ela tem que ter apresentado duas a três micções claras e abundantes. Inclusive, lá na santa Casa, era um problema que a gente tinha. Como que a gente vai ver a densidade urinaria? Vai ter que pegar urina, mandar para o laboratório central e ele falar que a densidade está tanto. Tem um aparelhinho que mede isso na hora, nós médicos fizemos vaquinha e compramos. Coloca a gotinha e já sai na hora quanto que está a densidade, se estiver menor igual a 1010 ótimo! Então esse paciente alcançou. “Não, está 1030”, - Ih, está seco ainda! Pode expandir de novo! Então tem que preencher esses critérios! Duas a três micções claras e abundantes, com densidade urinária menor ou igual a 1010. Deu 1030, teve pouca diurese, repete a expansão até a gente alcançar esse objetivo. Que o objetivo da fase rápida é esse! Reestabelecer volume dos compartimentos hídricos e a normalização da função renal com retorno da diurese! Diurese escassa com densidade elevada não é ainda uma função renal normal. Então, se estiver tudo ok, ótimo! Nossa fase de reparação foi bem- sucedida e nós vamos iniciar a fase de manutenção. E se não for bem? Repete aa fase de reparação de acordo com a idade, menor que 5 anos, maior que 5 anos. Pergunta inaudível. Mesquita: Da mesma forma. Se for menor que 5 anos 20ml por quilo em 30 minutos de soro fisiológico e observa no final a diurese e a densidade. Pergunta: se for uma densidade só um pouquinho aumentada eu não vou diminuir o tempo desse... Mesquita interrompe: Não! Nós vamos ter que fazer. Agora se deu 1011, sinais de desidratação regrediram, é bom senso né gente. A gente coloca o 1010 como referencial, é claro que a gente vai ter quer levar outros parâmetros. Agora se a criança ainda não está hidratada, se você vê que ela está com a boca seca, um pouco enofitalmica, o pulso ainda, o sinal da prega ainda não está legal, mesmo que tenha dado 1011 e seja próximo nós vamos manter mais um pouquinho. Não custa né? O principal mesmo é ter bom senso nesses momentos. Pergunta inaudível. Mesquita: no soro fisiológico primeiro, 30ml por quilo, seguido de Ringer lactato 70 ml por quilo, mais três horas. Trinta minutos (soro) e duas horas e meia do Ringer lactato, tá? Pergunta: professor quando a criança tiver vomito bilioso necessariamente vai ter que fazer hidratação parenteral? Mesquita: é, o vomito muito bilioso ele pode ser sinal de estase, e aí pode ser o indício de um íleo paralítico. Então é interessante a gente estar pensando na possibilidade de uma hidratação parenteral para ela. Mas é claro que eu tenho que avaliar outros parâmetros da semiologia desse bebê. Mas e se ele não estiver desidratado? Se ele não estiver desidratado, mesmo assim, porque ele vai ter que ser mantido em jejum e vai acabar desidratando, entra naquele esquema que a gente falou: um paciente cirúrgico, por exemplo uma obstrução intestinal, ele vai ter que ficar em jejum para procedimento e, se ele vai continuar perdendo pelas vias normais (respiração, via urinária, via fecal) e não está tendo ganho, ele vai desidratar. Então, a gente não faz fase rápida, a gente faz só a fase de manutenção para esse paciente. A desidratação é que a gente vai utilizar, necessariamente a fase rápida e a fase de manutenção, mas se o paciente não estiver desidratado e eu tenho que mantê-lo em jejum, não tem sentido eu fazer a fase rápida porque a fase rápida é para repor a perda decorrente da desidratação. Se ele não tem desidratação eu tenho que manter a reposição calórica e eletrolítica necessária para cobrir as perdas fisiológicas que ele tem. Então, pessoal, a fase de manutenção, que é a última etapa, agora sim, essas regrinhas eu dou para vocês na prova, ela é baseada no dispêndio calórico. Um paciente hidratou, reestabeleceu volume, diurese, função renal normal, saiu do choque, está internado (lembrar que na nutrição parenteral o paciente sempre deverá estar no hospital). E agora que eu reestabeleci o volume dos compartimentos hídricos? Bom, ele ficou tão grave que eu não sei o que está acontecendo com esse menino, então eu vou observar ele aqui. Mas, a gente já faz uma fase de manutenção para ele para a gente estar tentando reintroduzir a dieta e o sal de hidratação oral para repor as perdas fecais que ele apresentar. Então, se ele estava de jejum na fase rápida, na fase de manutenção a gente já vai liberar a dieta, então libera a dieta normal, adequada para a idade e faremos o cálculo do soro que é baseado no dispêndio calórico. O cálculo do dispêndio calórico é essa regrinha aqui que eu dou na prova para vocês, não precisa decorar. Então, ela depende do peso, ou seja, até 10kg, qual é a quantidade calórica (por isso que é baseada no dispêndio calórico em 24h, lembre-se
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