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Aula-51-a-60

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FACULDADE DOM ALBERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ecologia Geral 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ DO SUL - RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
A importância destes dois conceitos tão difundidos na contemporaneidade, 
serão alvo do início da aula de hoje, iniciaremos nossos estudos conceituando melhor 
estas definições. Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, 
político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das 
gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer 
suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com 
o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este 
é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso 
com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com 
concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios 
valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais 
espécies Já o conceito de Sustentabilidade, segundo Sachs (2000), comporta sete 
aspectos ou dimensões: 
❖ Sustentabilidade Social* - melhoria da qualidade de vida da 
população, equidade na distribuição de renda e de diminuição das 
diferenças sociais, com participação e organização popular; 
❖ Sustentabilidade Econômica* - públicos e privados, regularização do 
fluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção 
e consumo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e 
tecnologia; 
❖ Sustentabilidade Ecológica* - o uso dos recursos naturais deve 
minimizar danos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos 
resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, 
conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma 
adequada proteção ambiental; 
❖ Sustentabilidade Cultural* - respeito aos diferentes valores entre os 
povos e incentivo a processos de mudança que acolham as 
especificidades locais; 
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❖ Sustentabilidade Espacial* - equilíbrio entre o rural e o urbano, 
equilíbrio de migrações, desconcentração das metrópoles, adoção de 
práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao 
ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização 
descentralizada; 
❖ Sustentabilidade Política - no caso do Brasil, a evolução da 
democracia representativa para sistemas descentralizados e 
participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior 
autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de 
recursos; 
❖ Sustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de 
ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos 
direitos humanos e integração social. Abarca todas as dimensões 
anteriores através de processos complexos. 
O grande marco da fusão destes dois conceitos a nível mundial aconteceu 
durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), onde se aprovaram uma 
série de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de ação 
mundial para orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, em 40 
capítulos, 115 áreas de ação prioritária. A Agenda 21 apresenta como um dos 
principais fundamentos da sustentabilidade o fortalecimento da democracia e da 
cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, 
combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de 
necessidades. O processo iniciado no Rio em 92 reforçou que antes de se reduzir a 
questão ambiental a argumentos técnicos, deve-se consolidar alianças entre os 
diversos grupos sociais responsáveis pela catalisação das transformações 
necessárias. Tais fundamentos foram ainda consolidados durante as outras 
Conferências Mundiais: 
 
 
 
 
 
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Figura 43: Linha do Tempo das Conferências Mundiais do Meio Ambiente. 
Fonte: http://www.forumriomais20.com.br/index.php/forum/conferencias/item/historia 
 
 O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade devem ser praticados de 
forma a facilitar avanços e novas possibilidades para a promoção da sustentabilidade 
nas suas diversas dimensões. Nessa perspectiva, estaremos contribuindo para 
construção de uma sociedade baseada na ética e na solidariedade, aliando aos 
processos educativos, processos técnicos, científicos e políticos, por entendemos, 
que, todos temos um futuro comum, portanto, todos somos responsáveis pelo nosso 
passado, pelo nosso presente e pelo nosso futuro 
1.1 Aspectos da Gestão Socioambiental 
A Gestão Socioambiental surgiu da implantação da proposta de Gestão 
Ambiental, concretizada por diferentes setores da sociedade nas últimas décadas. 
Gestão ambiental são as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais 
como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com 
o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, querem reduzindo ou 
eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando 
que eles surjam. Dentro da visão de gestão ambiental existem duas vertentes: 
 
http://www.forumriomais20.com.br/index.php/forum/conferencias/item/historia
 
 
 
 
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A Gestão socioambiental representa a administração encarregada de cuidar da 
gestão dos impactos sobre a ação do homem sobre o ambiente que lhe acolhe e que 
provê a vida. A Terra apresenta sinais de alarme que apontam para evidências de 
esgotamento de sua capacidade de suporte para as atividades humanas. As principais 
diretrizes da Gestão Socioambiental são: 
● Verificar e reconhecer os principais atores sociais envolvidos; 
● Relacionar os efeitos sobre o meio; 
● Reconhecer o posicionamento da comunidade; 
● Distinguir os aspectos da legislação ambiental; 
● Aplicar procedimentos que facilitem a participação dos diferentes segmentos 
sociais; 
Um dos campos de atuação da Gestão Socioambiental remete ao papel das 
empresas e corporações públicas e privadas. A sociedade de um modo geral passa 
por profundas mudanças estruturais, devido aos efeitos da globalização econômica e 
tecnológica das últimas décadas. Esse fato tem exigido que as organizações 
assumissem novos papéis, os quais vão além daqueles definidos pela ordem 
econômica. Neste contexto, a função das organizações sofre alterações, levando-as 
a assumirem responsabilidades socioambientais que transcendem sua prática 
tradicional de gestão. Administrar, hoje, exige que as organizações levem em conta a 
Antropocêntricas, nas quais a natureza só tem valor como 
instrumento dos seres humanos e estes possuem direitos absolutos sobre 
ela. A preocupação com o meio ambiente se dá na medida em que este se 
torna um problema para os humanos. 
Ecocêntricas, que atribuem aos elementos da natureza um valor intrínseco 
e independente de qualquer apreciação humana; e os humanos, sendo 
apenas um desses elementos, não possuem nenhum direito a mais que 
outros seres. Todos os organismos, inclusive os seres humanos, fazem 
parte da natureza em igualdade de condições. 
 
 
 
 
 
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melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, a valorização do potencial humano, o 
equilíbrio ecológico e a equidade social. 
 
 
Figura 45: Foco da Gestão Socioambiental corporativa 
Fonte: http://www.terceirosetoronline.com.br/responsabilidade-social/ 
2 ECONOMIA VERDE 
Economia verde é um conjunto de processos produtivos (industriais, 
comerciais, agrícolas e de serviços) que ao ser aplicado em um determinado local 
(país, cidade, empresa, comunidade, etc.), possa gerar nele um desenvolvimento 
sustentável nos aspectos ambiental e social. O principal objetivo da Economia Verde 
é possibilitar o desenvolvimento econômico compatibilizando-ocom igualdade social, 
erradicação da pobreza e melhoria do bem-estar dos seres humanos, reduzindo os 
impactos ambientais negativos e a escassez ecológica. 
2.1 Importância e benefícios da Economia Verde 
Especialistas que atuam nas áreas de Economia e Meio Ambiente, defendem 
que a aplicação da Economia Verde em países desenvolvidos e em desenvolvimento 
aumenta a geração de empregos e o progresso econômico. Ao mesmo tempo, 
http://www.terceirosetoronline.com.br/responsabilidade-social/
 
 
 
 
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combate as causas do aquecimento global (emissões de CO2), do consumo irracional 
de água potável e dos fatores que geram a deterioração dos ecossistemas. 
 
❖ Principais características da Economia Verde: 
• Pouco uso de combustíveis fósseis (gasolina, carvão, diesel, etc.) e 
aumento do uso de fontes limpas e renováveis de energia; 
• Eficiência na utilização de recursos naturais; 
• Práticas e processos que visam à inclusão social e erradicação da 
pobreza; 
• Investimento e valorização da agricultura verde; 
• Tratamento adequado do lixo com sistemas eficientes de reciclagem; 
• Qualidade e eficiência nos sistemas de mobilidade urbana. 
O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) define 
economia verde como uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da 
humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente 
riscos ambientais e escassez ecológica. Em virtude dos fatos apresentados é 
indiscutível que o mundo ruma a prática literal de uma Economia Verde, no entanto a 
transição para uma economia verde vai variar consideravelmente entre nações, pois 
esta depende das especificidades de capital humano e natural de cada país e de seu 
nível relativo de desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
 
BEGON, Michael. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Artmed, 
2007. x, 740p., [8]p. de estampas, il. (algumas col.), 28cm. (Biblioteca Artmed). 
Bibliografia: p. [659]-706. 4ed. 2007. 
 
 
ODUM, Eugene Pleasants; [BASIC ecology. Português; ODUM, Eugene 
Pleasants. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. xi, 434p., il., 23 cm. 
Bibliografia: p. 381-422. 
 
 
TOWNSEND, Colin R. Fundamentos em ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
592p., il. (algumas col.), 25cm. (Biblioteca Artmed). Bibliografia: p. [551]-563. 2ed. 
 
 
BIBLIOGRÁFIA COMPLEMENTAR: 
 
GOTELLI, N.J. Ecologia. Editora Planta, Londrina, 2007. [Modelos aplicados a 
ecologia] 
 
 
KREBS, C. J.. Ecology. The experimental analysis of distribution and abundance. 
4ª ed. Harper & Collins, 1994, New York 
 
 
KREBS, J. R. Introdução à ecologia comportamental. São Paulo: Atheneu, 1996. 
420p., il., 25 cm. Bibliografia: p. 387-405. 3ed. 
 
 
RICKLEFS, Robert E. A Economia da natureza. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2003. 
 
 
SÁNCHES, Luís Enrique. Avaliação de Impactos Ambiental – Conceitos e 
Métodos. São Paulo: Oficinas de Textos, 2008.

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