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SAÚDE MENTAL
PROF. ALESSANDRO AGUIAR DE PAULA 
Introdução à 
visão 
psicanalítica e 
assistência de 
enfermagem em 
dependentes 
químicos
SAÚDE MENTAL
2
3
Enfermagem no Brasil 
No Brasil, por muitos anos, a enfermagem não era
reconhecida como uma profissão, era exercida por
voluntários – leigos – orientados pelos sentimentos de
submissão e obediência.
Essas pessoas desenvolviam suas funções nas Santas
Casas de Misericórdia e o ensino informal era transmitido
oralmente pelas freiras.
4
Enfermagem no Brasil 
Em 1890 foi criada, no Rio de Janeiro, a Escola
Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras da Assistência
a Alienados, atual Escola de Enfermagem Alfredo Pinto.
Como o próprio nome sugere, a escola surgiu orientada
para formar profissionais que atuariam em hospitais
psiquiátricos (BARROS, 2000; MACHADO, 1978 apud
REINALDO; PILLON, 2007).
5
Enfermagem no Brasil 
A origem da enfermagem no Brasil está, portanto,
diretamente atrelada à instituição psiquiátrica e
subordinada à medicina.
A assistência aos dependentes químicos sempre esteve
relacionada à assistência psiquiátrica.
6
Enfermagem no Brasil 
No entanto, em 1990, a Declaração de Caracas
determinou que a atenção psiquiátrica primária em
saúde observasse o modelo centrado na comunidade,
enfraquecendo, deste modo, a hegemonia do hospital
psiquiátrico ao permitir que o usuário permanecesse em
seu território ao longo do tratamento.
7
Enfermagem no Brasil 
Contudo, somente no ano de 2002 foram fundados, pelo
Ministério da Saúde, os Centros de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas (CAPS AD) direcionados a usuários com
transtornos originados pelo uso e dependência de
substâncias psicoativas.
8
Enfermagem no Brasil 
Uma substância psicoativa, substância psicotrópica,
droga psicotrópica ou simplesmente psicotrópico é
uma substância química que age principalmente no
sistema nervoso central, onde altera a função cerebral e
temporariamente muda a percepção, o humor, o
comportamento e a consciência.
9
Enfermagem no Brasil 
De acordo com Pereira e Carvalho (2016), o CAPS AD tem
como missão organizar e articular a atenção ao usuário
de álcool e demais drogas por meio de serviço
ambulatorial e hospital dia, cuja orientação segue os
princípios da interdisciplinaridade e da integralidade.
Este serviço prevê equipe mínima de saúde, com a
presença do enfermeiro (VARGAS; DUARTE, 2011).
10
Enfermagem no Brasil 
Atualmente, a enfermagem psiquiátrica vive a transição
da prática de cuidado hospitalar – que priorizava conter
comportamentos característicos dos doentes mentais –
para a incorporação de novos princípios constituídos a
partir da prática interdisciplinar aberta às demandas dos
usuários.
11
Enfermagem no Brasil 
A enfermagem psiquiátrica é alvo de críticas que
apontam a precária formação do profissional que atua
nessa área. De acordo Reinaldo e Pillon (2007, p. 691):
12
Enfermagem no Brasil 
Os autores defendem que a formação do profissional da
enfermagem deve priorizar o usuário inserido em um
contexto de saúde em transformação, a parceria de
diferentes atores sociais e a atuação interdisciplinar.
Em suma, a assistência ao dependente químico está
inserida na clínica psiquiátrica cujo tratamento oferecido,
pela rede pública da saúde, se dá por meio de um
trabalho realizado por equipe interdisciplinar, incluindo o
profissional de enfermagem.
13
Enfermagem no Brasil 
Para o senso comum, as drogas são classificadas como
lícitas (comercializadas legalmente na sociedade, como
álcool e medicamentos) e ilícitas (proibidas por lei, como
maconha, cocaína, crack, entre outras).
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é
qualquer substância natural ou sintética introduzida no
organismo.
14
Psicanálise 
Atua diretamente no cérebro e muda seu funcionamento,
altera as sensações, o humor, a consciência, o estado
emocional, as funções psíquicas e o comportamento do
sujeito.
Para a psicanálise, o consumo de droga é alimentado pela
ideia de buscar um paliativo (acalmar) que permita
suportar o sofrimento e as dificuldades presentes na vida
cotidiana.
15
Modo de Vida 
O modo de vida contemporâneo estimula o consumo e a
busca imediata do prazer. Valoriza as aparências (sair
bem nas fotos postadas nas redes sociais) e fortalece a
ideia de que as relações devem ser rompidas
rapidamente ao primeiro sinal de frustração ou
dificuldade.
O consumo de drogas surge, então, como um refúgio em
um “lugar” sem frustração, limites, dor ou angústia.
16
Dependência Química
Ao contrário, é apresentado como uma via para obtenção
imediata do prazer unida à falsa ideia de controle
absoluto por parte do usuário/consumidor, o que pode
ser observado no discurso de vários dependentes
químicos “paro quando quiser”.
17
Dependência Química
Deste modo, o consumo de drogas configura-se como um
sintoma de uma sociedade imediatista em busca de
fórmulas que funcionem “em um passe de mágica”, sem
dor ou sofrimento, transportam o sujeito para um lugar
sem tristeza, limites e responsabilidades.
 Lugar este que somente existe em um mundo psíquico
povoado de fantasias, resultado de imaturidade psíquica.
18
Dependência Química
A medicina, por sua vez, classifica as drogas em função
do modo como agem no cérebro e modificam a atividade
do sistema nervoso central (SNC). são denominadas
depressoras, estimulantes e as que provocam
alucinações.
19
Drogas: Tipos, Características e Sintomas
Fonte: adaptado de Petry (2015).
20
Dependência Química
Além dos sintomas físicos, o consumo de drogas provoca
prejuízos psiquiátricos, sociais, familiares, afetivos e a
capacidade produtiva ou de trabalho.
Trata-se, portanto, de um problema social que demanda
assistência especializada, multidisciplinar e integral.
O tratamento do sujeito usuário de drogas é um processo
longo e complexo.
21
Dependência Química
Requer a participação da família dos usuários e deve ter
enquanto meta reabilitar o sujeito e propiciar sua
reinserção à sociedade.
22
Dependência Química
23
Dependência Química
Alguns autores diferenciam o uso nocivo da dependência
química. Para Petry (2015, p. 13), essa distinção dá-se pelo
padrão de consumo e as consequências que o consumo
provoca:
 [...] O primeiro é caracterizado pela presença de danos
físicos e mentais decorrentes do uso, no entanto, não há
presença de complicações crônicas relacionadas ao
consumo, como a síndrome de abstinência, a cirrose
hepática, desnutrição, entre outras.
24
Dependência Química
 Já a dependência, é identificada a partir de um padrão de
consumo constante e descontrolado, uma relação
disfuncional entre um indivíduo e seu modo de consumir
uma determinada substância psicotrópica, visando
principalmente a aliviar sintomas de mal-estar e
desconforto físico e mental, conhecidos por síndrome de
abstinência.
 Frequentemente, há complicações clínicas, mentais e
sociais concomitantes.
25
Dependência Química
Esta diferenciação é essencial para o diagnóstico da
dependência química e, consequentemente, para a
obtenção de êxito nos cuidados prestados.
O diagnóstico geralmente ocorre na entrevista inicial,
quando o profissional da saúde observará o uso e/ou
abuso de substâncias químicas.
26
Dependência Química
Este contato deve ser conduzido com clareza,
objetividade, de modo amplo e simples.
Além disso, alguns profissionais recorrem à aplicação de
questionários e escalas para diagnosticar a existência ou
não de dependência química.
27
Dependência Química
Verificar a presença frequente dos sintomas relacionados
a seguir também indica o abuso de substâncias
psicoativas: depressão, ansiedade, humor instável,
irritabilidade exagerada, alterações da memória, faltas
constantes ao trabalho, à escola e a compromissos
sociais, alterações da pressão arterial, problemas
gastrointestinais, história de trauma e acidentes
frequentes e disfunção sexual.
28
Dependência Química
 Importante número de dependentes químicosapresenta
comorbidade. Segundo Alves & Cols (2004 apud SILVA,
2009), trata da existência de determinada patologia em
concomitância com outra patologia, o que potencializa
ambas as doença.
Entre os sujeitos dependentes químicos, é frequente o
desenvolvimento de transtornos psíquicos como
consequência do uso de drogas.
29
Dependência Química
Esses quadros dificultam o diagnóstico, uma vez que os
sintomas de ambas as doenças se sobrepõem, podendo
encobrir ou ressaltar sintomas de apenas uma das
patologias.
30
Dependência Química
31
Alusão à Intoxicação
Fonte: iStock.
32
Alusão à Intoxicação
33
Dependência Química
Após o diagnóstico de dependência química, o passo
decisivo para a obtenção de êxito é a aderência ao
tratamento.
De acordo com a OMS (2003), adesão é o grau de
comprometimento do sujeito, o que será verificado por
meio do comportamento adotado frente às
recomendações acertadas com o prestador de cuidados
de saúde, como: tomar o medicamento prescrito, seguir
dieta alimentar, mudar o estilo de vida, entre outros.
34
Dependência Química
De acordo com Bordin et al. (2010), poucos dependentes
químicos finalizam o tratamento, pois não conseguem
reagir aos obstáculos que surgem no decorrer do
tratamento, como o lapso e a recaída.
A enfermagem tem um papel relevante no tratamento e
assistência do usuário dependente químico.
35
Dependência Química
De acordo com Silva Neto et al. (2014), o enfermeiro atua
diretamente influenciando a adesão ao tratamento, além
de realizar o planejamento de intervenções específicas
por meio do levantamento dos diagnósticos de
enfermagem.
Desta forma, contribuirá para a promoção, proteção,
recuperação ou reabilitação dos usuários em questão.
Silva Neto et al. (2014, p. 1.032) justificam tal
compreensão dizendo:
36
Dependência Química
“Considerando que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)
possibilita a aplicação dos conhecimentos técnicos, levantamento dos
problemas para tomada de decisão, registro e avaliação da assistência
prestada, é um instrumento facilitador ao cuidado do paciente com
dependência química [...]. A Classificação dos Resultados de Enfermagem
(NOC) contém informações úteis às intervenções de enfermagem. Estes
resultados mostram os indicadores do estado de saúde do paciente em um
nível conceitual. Diante disso, contribui para uma avaliação rápida, como em
casos de emergências e avaliação de resultados da assistência, permitindo
um confronto com informações subjetivas coletadas durante a entrevista e
observação, para que o enfermeiro elabore um plano de ações e cuidados
individualizados e de qualidade aos clientes”.
37
Dependência Química
No entanto, pesquisas mostram que os profissionais da
enfermagem reconhecem que a formação acadêmica não
privilegia o preparo para atendimento de dependentes
químicos.
O tema não é abordado na medida necessária para a
realização de um trabalho eficaz, desenvolvido sob o
senso de segurança e confiança (VARGAS; DUARTE,
2011).
38
Situação-Problema
Ricardo, estagiário de enfermagem, atua na escola e
também faz a ligação entre as demandas da instituição e
o CAPS.
A professora Cristina solicitou a ajuda de Ricardo porque
um de seus alunos é usuário de crack e tem chegado à
escola sob o efeito dessa substância.
39
Situação-Problema
Bernardo tem 14 anos e ultimamente apresenta muita
agitação em seu comportamento.
 Seus colegas têm reclamado do sumiço de objetos e
dinheiro, além de dirigir comentários agressivos e
discriminatórios a Bernardo.
 Sabe-se que seu pai é alcoólatra e sua mãe trabalha,
portanto, o adolescente fica sozinho a maior parte do
dia.
40
Situação-Problema
Como Ricardo pode montar uma estratégia de
intervenção para a situação que a professora Cristina
lhe apresentou?
41
Situação-Problema
42
Situação-Problema: Resolução 
Ricardo deve iniciar a intervenção realizando uma
consulta com Bernardo para fazer o diagnóstico (relativo
à dependência); identificar os motivos que levaram
Bernardo a consumir drogas, e identificar as condições
socioeconômicas em que vive, pois isso interferirá em
seu tratamento.
43
Situação-Problema: Resolução 
Em seguida, deve encaminhá-lo à consulta médica e
realizar uma entrevista - em conjunto com o psicólogo e a
assistente social do CAPS - com Bernardo e seus pais.
Desta forma, poderá enfatizar a importância do apoio
familiar neste momento, estimulando as atividades
escolares e mantendo uma vida social produtiva.
44
Situação-Problema: Resolução 
Deve também identificar a possibilidade dos pais
participarem mais do cotidiano de Bernardo.
É importante que Ricardo reúna os profissionais para
discutirem o caso e orientar a professora em relação à
forma mais adequada de lidar com a situação em sala de
aula, como, por exemplo, conversar com a classe sobre o
que se passa com Bernardo e mobilizá-los a ajudar o
colega nessa fase difícil de sua vida.
45
Saúde e Educação: Prevenção das Drogas 
Descrição da situação-problema
A escola Ruy Barbosa tem alunos de todas as séries, do
Ensino Fundamental ao Médio. Seu corpo docente
preocupa-se com seus alunos em relação ao consumo de
drogas. Por isso, solicitou que Ricardo os orientasse em
relação ao combate do uso de drogas.
Ajude Ricardo a programar uma ação de prevenção e
combate ao uso de drogas para a escola Ruy Barbosa.
46
Saúde e Educação: Prevenção das Drogas 
47
Resolução da Situação-Problema 
Ricardo deve apresentar um programa com abordagem
multidisciplinar envolvendo, os diversos profissionais do
CAPS e, assim, garantir que as variadas áreas da saúde
participem.
As ações serão divididas em função da faixa etária dos
alunos para que as atividades observem a linguagem
adequada para alcançar as crianças e para a interação
com adolescentes. Essas ações devem contemplar o
dinamismo e recursos visuais atrativos para transmitirem
a mensagem de modo positivo.
48
Resolução da Situação-Problema 
O estagiário deverá também elaborar ações voltadas à
família dos alunos e uma palestra informativa aos
professores e demais funcionários da escola com o
objetivo de identificarem os sintomas da dependência
química e possibilitarem a intervenção na fase inicial do
consumo de drogas, quando não for possível evitá-la.
Desta forma contribuirá para a promoção, proteção,
recuperação ou reabilitação dos alunos da escola Ruy
Barbosa.
49
CAPS
 Sob influência da Reforma Psiquiátrica no Brasil, o
Ministério da Saúde (1992), pela da portaria nº
224/1992 passou a financiar e normatizar novos serviços
de saúde mental, priorizando o tratamento ambulatorial
de caráter interdisciplinar.
Esta portaria regulamentou as diretrizes e normas a
serem obedecidas para implementação de
Núcleos/Centros de Atenção Psicossocial (NAPS/CAPS).
50
CAPS
Em 2002, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
foram redefinidos, no âmbito federal, pela Portaria
GM/MS Nº 336, dentre eles os Centros de Atenção
Psicossocial Álcool e outras Drogas, na modalidade II
(CAPS AD II), caracterizados como um novo serviço de
Atenção para atendimento de pacientes com transtornos
decorrentes do uso e dependência de substâncias
psicoativas.
51
CAPS
No que diz respeito à atenção ao usuário de álcool e
outras drogas, os novos serviços trouxeram formas
distintas de tratamento e abordagens específicas para
essa população, sendo considerados serviços inovadores
no que diz respeito à atenção ao dependente químico.
Esses espaços têm possibilitado a participação ativa do
enfermeiro que, em conjunto com a equipe de
enfermagem, atua em diversas vertentes do cuidado ao
dependente químico.
52
CAPS
A participação é assegurada por lei que estabelece a
inserção dos profissionais de enfermagem de nível médio
e superior na equipe multidisciplinar dos CAPS AD,
atribuindo-lhes, inclusive, o atendimento em oficinas
terapêuticas e outras modalidades de assistência aos
usuários do serviço, o que possibilita à equipe de
enfermagem e ao enfermeiro manterem contatocontínuo com os usuários nas mais diferentes atividades
desenvolvidas nesses serviços.
53
CAPS
Discorrendo sobre as práticas dos trabalhadores dos
serviços de saúde diante dos problemas decorrentes da
dependência química, o Ministério da Saúde aponta que
muitas vezes a assistência oferecida nesses serviços pode
ser ineficiente, em razão da má formação dos
profissionais, pois estes desconhecem todos os sintomas
gerados pelo uso abusivo de álcool e drogas e ainda
apresentam uma visão negativa dos usuários e de suas
perspectivas evolutivas perante o problema.
54
CAPS
Considerando esses apontamentos do próprio Ministério
da Saúde, torna-se importante estudar essa
problemática, inclusive no que tange à identificação das
representações sociais, sobre o dependente químico, dos
trabalhadores que atuam em serviços especializados no
atendimento a essa clientela, uma vez que se pressupõe
que tais representações possam influir diretamente no
seu cuidado.
55
Qual é o papel da enfermagem no CAPS?
56
CAPS e Enfermagem 
O cuidado de enfermagem, no CAPS, tem como princípio
o humanismo, isto é, mudança de um olhar clínico para
um olhar compreensivo, desenvolvendo o diálogo, o
afeto, o acolhimento, o conforto e a relação do
enfermeiro(a) e o paciente.
Desse modo, com vista a um cuidado mais efetivo, já não
se cuida mais somente da pessoa, mas também da
família (ALMEIDA FILHO; MORAES; PERES, 2009).
57
CAPS e Enfermagem 
Realizar assistência de enfermagem, em serviço aberto,
como o CAPS, exige sensibilidade para que o gesto de
cuidar aproxime e não afaste.
A proposta de trabalho do CAPS possibilita a participação
ativa de diversas atividades desenvolvidas fora e dentro
dos serviços.
58
CAPS e Enfermagem 
Oferecendo: atendimentos em grupos e individuais, oficinas
terapêuticas, atividades físicas, atividades lúdicas, visita
domiciliar e hospitalar, passeios com usuários do CAPS,
palestras, administração e orientações sobre medicações,
formação de vínculos com o usuário, entre outras atividades.
Nesses serviços, trabalha-se a realidade de cada sujeito,
considerando crenças, valores e cultura, que antes estavam
adormecidos pelo paradigma manicomial, colocando a
enfermagem no desafio do cuidado interdisciplinar (ALMEIDA
FILHO; MORAES; PERES, 2009).
59
CAPS e Enfermagem 
Conforme, Almeida Filho, Moraes e Peres (2009) o
cuidado de enfermagem no CAPS parece seguir esse
horizonte, não se baseando apenas em normas, em
rotinas, mas, construindo novos cenários/caminhos,
tornando-se o campo mais efetivo a ser conquistado.
Portanto, a convivência diária, o diálogo e a escuta têm
sido importantes no cuidado proporcionado pela
enfermagem, pois ouvir é um fato fisiológico e escutar
requer uma disposição interna de acolher.
60
CAPS e Enfermagem 
Deve-se aprender a ser, partilhar, comunicar, a ver que o
paciente com transtornos mentais é outro de nós.
A enfermagem, em saúde mental e psiquiátrica, é um
núcleo de saber centrado no cuidado à saúde mental da
pessoa e de sua família, em todos os níveis de
assistência, promoção, manutenção e recuperação, bem
como, na prevenção secundária e no preparo para a
reabilitação social da pessoa; com respeito aos seus
direitos e deveres de cidadão (STEFANELLI; FUKUDA;
ARANTES, 2011).
61
CAPS e Enfermagem 
Neste cenário, a promoção da saúde mental, a prevenção
da enfermidade, a consulta de enfermagem, o
sofrimento e dificuldades do cotidiano, passam a fazer
parte do cuidado do enfermeiro, ajudando-os a
encontrarem um sentido para o sofrimento mental
(ESPERIDIÃO et al., 2013).
62
CAPS e Enfermagem 
A meta do cuidado do enfermeiro(a) é maximizar as
interações positivas da pessoa com o ambiente,
promovendo o bem estar e valorizando o contexto da
pessoa; com vista a sua inclusão social, desenvolvendo a
autonomia e a convivência do usuário.
Os familiares e cuidadores também devem ser inseridos
no processo de tratamento e reabilitação (ESPERIDIÃO et
al., 2013)
63
CAPS e Enfermagem 
 Segundo Stefanelli, Fukuda e Arantes (2011) o
enfermeiro(a), no desempenho de sua profissão, vê-se
envolvido com o cuidado de crianças, adolescentes,
adultos e idosos nas inúmeras experiências que estes
vivenciam no seu trabalho diário.
64
CAPS e Enfermagem 
O papel do enfermeiro(a) é o de agente terapêutico,
sendo fundamental ter conhecimento generalista para
prestar cuidados ao doente mental, pois o paciente
necessita de projetos terapêuticos e estratégias de
intervenção, assim redesenhando a sua nova história
(GONÇALVES; SENA, 2001; MARCOLAN; CASTRO, 2013).
65
CAPS e Enfermagem 
 O trabalho na saúde mental exige que o enfermeiro(a)
assuma o compromisso do trabalho em equipe
interdisciplinar e com conhecimento para lidar com cada
situação, não perdendo de vista o compromisso terapêutico.
 O enfermeiro(a), na sua rotina diária, atua para preservar e
promover a saúde mental, para fazer intervenção em crise e,
outras vezes, cuidando do usuário com transtornos mentais,
em diversos níveis, de leve a grave, agudos e crônicos
(STEFANELLI; FUKUDA; ARANTES, 2011).
66
CAPS e Enfermagem 
Na área da saúde mental e psiquiátrica, o enfermeiro(a)
atua dentro deste nível de prevenção com o objetivo de
diminuir a suscetibilidade de pessoas, famílias e
comunidades aos transtornos mentais.
67
CAPS e Enfermagem 
Assim, contribuir para tornar a todos mais capazes de
enfrentar situações conflitantes e auxiliar o paciente a
aceitar a si próprio, melhorando as suas relações
pessoais, pois, hoje em dia, estimativas sugerem que,
uma em cada quatro famílias, apresenta pelo menos uma
pessoa com transtorno mental (STEFANELLI; FUKUDA;
ARANTES, 2011).
68
CAPS e Enfermagem 
No CAPS AD, o enfermeiro(a), juntamente com a equipe
interdisciplinar, busca promover a reabilitação
psicossocial, com o intuito de cuidado aos usuários de
drogas; como o acolhimento universal e incondicional ao
paciente e seus familiares levando em conta as
especificidades e necessidades de cada paciente, em
muitos casos, por longo prazo.
69
CAPS e Enfermagem 
Várias ações são desenvolvidas no CAPS AD 15 como:
tratar abstinências leves de nível ambulatorial, realizar
busca ativa junto com a atenção básica em casos de
abandono de tratamento, desenvolver oficinas
terapêuticas, apoiar um trabalho dentro da perspectiva
de Redução de Danos (RD) e suporte e apoio a familiares
(XAVIER; MONTEIRO, 2013).
70
CAPS e Enfermagem 
O atendimento para crianças e adolescentes, no CAPS
Infantil compete ao enfermeiro(a), juntamente com os
demais integrantes da equipe interdisciplinar.
Deve acolher e cuidar da criança em sofrimento psíquico,
sempre atuando com o intuito de reinserir a criança na
família e na sociedade.
71
CAPS e Enfermagem 
Para isso, realiza algumas atividades como: proporcionar
o convívio em grupo e com a escola, trocas de
experiência, melhorar as relações interpessoais, escuta
terapêutica, as quais qualificam a assistência e oferecem
apoio em busca da autonomia e independência
(CECCARELLI, 2005; PORTELLA et al., 2013).
72
CAPS e Enfermagem 
No CAPS adulto, as atividades do enfermeiro(a)
desenvolvem-se para o cuidado de pessoas adultas com
sofrimento psíquico e têm como objetivo um tratamento
que não isola os pacientes de suas famílias e da
comunidade, mas que envolve os familiares no
atendimento com a devida atenção necessária, ajudando
na recuperação e na reintegração social do indivíduo.
73
CAPS e Enfermagem 
As atividades consistem nas visitas domiciliares, oficinas
terapêuticas, atendimentos individuais, atividades físicas
e esportivas, festas, lazer e grupos que são fundamentais
para o portador de transtorno mental, considerando que
este necessita de cuidados terapêuticos que vão além da
doença e que englobam as relações interpessoais na
comunidade e território em que está inserido
(KANTORSKI et al., 2011).
74
CAPS e Enfermagem 
Neste sentido, a partir da criação de novas possibilidades
de trabalhos, nos CAPS, o enfermeiro(a) se viu
responsávelpor uma assistência inovadora, promissora e
humanizada em suas práticas que envolve convivência
afetiva com o usuário.
75
CAPS e Enfermagem 
O enfermeiro(a) na saúde mental precisa ter muita
dedicação, comprometimento e sensibilidade em fazer
com que o gesto de cuidar aproxime e não afaste.
O profissional deve aprender a pensar abertamente, com
reflexão, curiosidade, ousadia e paixão, buscando sempre
o conhecimento (ALMEIDA FILHO; MORAES; PERES,
2009)
76
CAPS e Enfermagem 
A inserção do enfermeiro(a) nos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) está prevista na Portaria Ministerial
GM nº 336/02 que traz a obrigatoriedade da presença
desse profissional como membro da equipe.
Portanto, torna-se necessário que o enfermeiro(a)
assegure seu espaço de ação profissional, nos serviços de
Saúde, visando ao fortalecimento da Atenção à Saúde
Mental (ESPERIDIÃO, 2013).
77
CAPS e Enfermagem 
A partir do exposto, percebeu-se a importância do
trabalho do enfermeiro(a) no CAPS, atuando com uma
equipe interdisciplinar, na tentativa da reabilitação do
usuário, criando vínculo com o mesmo e sua família.
 Sendo assim, torna-se imprescindível que os profissionais
de enfermagem se organizem para repensarem seu
posicionamento e papéis que assumem nos diversos
espaços da área da saúde mental, principalmente, no
CAPS.
78
CAPS e Enfermagem 
O cuidado faz parte das necessidades fundamentais para
a sobrevivência da vida humana: o cuidar de si, o cuidar
do outro e o ser cuidado.
Portanto, o cuidado é visto como o ideal ético da
enfermagem, no sentido de proteger, promover e
preservar, ajudando o outro a encontrar sentido na
doença, no sofrimento e na dor, bem como na própria
existência (VIDAL et al., 2012).
79
CAPS e Enfermagem 
Deste modo, o cuidado exige técnicas e habilidades e é
nesse campo, na área da saúde mental que o cuidado da
enfermagem é praticado.
O enfermeiro(a) tem um grande desafio enquanto
integrante das equipes que atuam nesses serviços
substitutivos da Reforma Psiquiátrica (VIDAL et al., 2012).
80
CAPS e Enfermagem 
Durante muitos anos, o enfermeiro(a) teve sua prática de
cuidado guiada pelo modelo de atenção asilar e precisou
adequar sua prática de cuidado ao serviço substitutivo,
sendo criativo, flexível e trabalhando em equipe
interdisciplinarmente, rompendo com o paradigma da
exclusão e da lógica manicomial (CAVALCANTI et al.,
2014).
81
CAPS e Enfermagem 
Nesse sentido, na enfermagem psiquiátrica e de saúde
mental, o cuidado produzirá melhora quando contribuir
para a recuperação pessoal, como por exemplo, reinserir
o usuário nas atividades cotidianas, familiares e sociais
em seu território.
Assim, o cuidado precisa estar aportado na
intencionalidade do ato, no conhecimento científico e na
prontidão para cuidar (CAVALCANTI et al., 2014).
82
CAPS e Enfermagem 
Percebe-se a importância do papel do enfermeiro(a) em
um espaço que favoreça esse tratamento: um espaço de
liberdade, de acolhimento, de respeito às pessoas e às
leis da comunidade, de estímulo às habilidades e às
capacidades desses profissionais de atuar na área da
saúde mental (VIDAL et al., 2012).
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CAPS e Enfermagem 
A enfermagem tem papel fundamental na prestação de
orientação ao paciente frente às medidas preventivas,
que acabam influenciando no tratamento em sua
reabilitação social, física e emocional.
Além disso, é importante que o profissional interage com
a família para o bem estar do paciente.
O cuidado com a gestante também é visto como uma das
atividades do enfermeiro(a) no CAPS.
84
Referências Bibliográficas
CORAS, P. M. ARAÚJO, A. P. S. de. O papel da enfermagem
no tratamento dos transtornos alimentares do tipo
anorexia e bulimia nervosas. UNOPAR Científica Ciências
Biológicas e da Saúde, n. 13, p. 315-324, 2011.
Disponível em: http://
pgsskroton.com.br/seer/index.php/JHealthSci/article/vie
w/1081/1036. Acesso em: 28 maio 2020.
85
Referências Bibliográficas
CARDOSO, L.; GALERA, S. Internação psiquiátrica e
manutenção do tratamento extra hospitalar. Rev. Esc.
Enferm. USP, v. 45, n. 1, p. 87-94, 2011. Disponível em:
http://www.
revistas.usp.br/reeusp/article/view/40670/43903.
Acesso em: 13 jun. 2020.
 LOUZÂ NETO, M. R. et al. Psiquiatria básica. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2007.

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