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25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/2/4@0:0 1/1 8.1 • • 8 Controle Interno INTRODUÇÃO Nos países mais desenvolvidos é dada uma grande importância aos métodos científicos de administração, pois dessa forma sabe-se que se torna muito mais fácil alcançar os objetivos planejados. É de lá que provêm os termos Internal Check e Internal Control. Os controles internos podem ser todas as políticas adotadas pelas empresas com o intuito de mitigar riscos e melhorar processos. Os problemas de controle interno encontram-se em todas as áreas das empresas modernas. Como exemplo disso podem-se citar: vendas, fabricação, compras, tesouraria etc. Quando exercido adequadamente sobre cada uma das funções acima, o controle assume fundamental importância, objetivando atingir os resultados mais favoráveis com menores desperdícios. É preciso que se distinga que o termo controle interno não tem o mesmo significado de auditoria interna. A auditoria interna equivale a um trabalho organizado de revisão e apreciação de trabalho, normalmente executado por um departamento especializado, ao passo que controle interno refere-se aos procedimentos e à organização adotados como planos permanentes da empresa. Antes de elaborar o plano ou programa que guiará o auditor, é necessário observar como se encontram os controles da empresa: quanto melhor o controle, mais segurança para o trabalho; quanto menor o controle, mais cuidado será exigido na execução das tarefas. 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/20@0:90.5 1/1 • • 8.1.1 Atualmente, o conceito da avaliação dos controles internos tem-se alargado além das preocupações com a “confiabilidade” dos dados; acrescentou-se a “qualidade” dos mesmos. O processo que tem por finalidade, entre outras, proporcionar à empresa razoável garantia de promover eficácia em suas operações é denominado sistema contábil e de controle interno. Um fator relevante que deve ser considerado pelo auditor independente no estudo e avaliação dos sistemas contábil e de controle interno é o grau de descentralização de decisão adotado pela administração. O auditor deve estudar o sistema contábil, orçamentário, patrimonial, financeiro e o sistema de controles internos da empresa auditada, em virtude de suas influências nos trabalhos de auditoria. Também, deve comunicar apropriadamente, aos responsáveis pela governança e à administração, as deficiências de controle interno que o auditor identificou durante a auditoria e que, no seu julgamento profissional, sejam de importância suficiente para merecer a atenção deles. Deficiência de controle interno existe quando, segundo a NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências de Controle Interno: o controle é planejado, implementado ou operado de tal forma que não consegue prevenir, ou detectar e corrigir tempestivamente, distorções nas demonstrações contábeis; ou falta um controle necessário para prevenir, ou detectar e corrigir tempestivamente distorções nas demonstrações contábeis. Deficiência significativa de controle interno é a deficiência ou a combinação de deficiências de controle interno que, no julgamento profissional do auditor, seja de importância suficiente para merecer a atenção dos responsáveis pela governança. A Norma trata da responsabilidade do auditor de comunicar apropriadamente, aos responsáveis pela governança e à administração, as deficiências de controle interno que foram identificadas na auditoria das demonstrações contábeis. Esta Norma não impõe responsabilidades adicionais ao auditor na obtenção de entendimento do controle interno, assim como no planejamento e na execução de testes de controle além dos requisitos da NBC TA 315, itens 4 e 12, e da NBC TA 330. A NBC TA 260 estabelece requisitos adicionais e fornece orientação sobre a responsabilidade do auditor na comunicação com os responsáveis pela governança em relação à auditoria de demonstrações contábeis. Conceito e observações fundamentais O Instituto Americano dos Contadores Públicos Certificados define: “O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/34@0:0 1/1 • • verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas administrativas prescritas.” Quando se examinam os controles internos de uma empresa, está-se analisando a “organização dos controles” e também a “execução” deles. São todos os instrumentos da organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio. O Institut Français des Experts-Comptables assim define: “Controle Interno é formado pelo plano de organização e de todos os métodos e procedimentos adotados internamente pela empresa para proteger seus ativos, controlar a validade dos dados fornecidos pela Contabilidade, ampliar a eficácia e assegurar a boa aplicação das instruções da direção.” Na prática, o que se quer conhecer é a eficiência da “vigilância” e da “proteção” aos bens, para saber se o que se investe e o que se obtém de recursos efetivamente oferece lucratividade, economicidade ou adequada colimação dos fins procurados ou programados. Essa proteção inclui todos os meios de segurança, ou seja, aqueles que oferecem coberturas às ocorrências anteriores, atuais e posteriores de um fenômeno patrimonial. Pode-se inferir que o controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com o objetivo de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa. Na avaliação deve-se ter em mente cada empresa, cada instituição, como um caso peculiar. O que em uma empresa particular comum pode ocorrer apenas com uma ordem verbal, em outra, ligada ao poder público, pode depender de todo um sistema de normas (como, por exemplo, o regime de compras). Por ser o conceito de controle interno muito amplo, para compreendê-lo melhor é preciso deter-se em seu real significado. Essa análise, fundamentada nos conceitos da administração, parece plenamente justificável, visto que o referido conceito engloba e enfatiza: o plano organizacional (estrutura organizacional); os sistemas administrativos; 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/52@0:58.4 1/1 • • 8.1.2 a) b) c) d) e) f) a) b) c) 8.1.3 a) b) c) políticas administrativas; eficiência do pessoal da empresa. O relatório do Comitê de Organizações Patrocinadoras identifica os cinco componentes do controle interno: ambiente de controle; avaliação de risco; atividade de controle; informação e comunicação; monitoração. A atividade de controle identifica as políticas e procedimentos que permitem assegurar que as diretrizes da administração estejam sendo seguidas. Abrangência Controle interno sob o enfoque contábil compreende o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos adotados pela entidade do setor público, com a finalidade de: salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais; dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente; propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada; estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas; contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade; auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas,erros, fraudes, malversação, abusos, desvios e outras inadequações. O controle interno deve ser exercido em todos os níveis da entidade do setor público, compreendendo: a preservação do patrimônio público; o controle da execução das ações que integram os programas; a observância às leis, aos regulamentos e às diretrizes estabelecidas. Classificação O controle interno é classificado nas seguintes categorias: operacional – relacionado às ações que propiciam o alcance dos objetivos da entidade; contábil – relacionado à veracidade e à fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis; normativo – relacionado à observância da regulamentação pertinente. 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/70/6/2@0:58.2 1/1 4 a) b) c) d) a) b) Estrutura e componentes Estrutura de controle interno compreende ambiente de controle; mapeamento e avaliação de riscos; procedimentos de controle; informação e comunicação; e monitoramento. O ambiente de controle deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os níveis da administração com a qualidade do controle interno em seu conjunto. Mapeamento de riscos é a identificação dos eventos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil. Avaliação de riscos corresponde à análise da relevância dos riscos identificados, incluindo: a avaliação da probabilidade de sua ocorrência; a forma como serão gerenciados; a definição das ações a serem implementadas para prevenir a sua ocorrência ou minimizar seu potencial; e a resposta ao risco, indicando a decisão gerencial para mitigar os riscos, a partir de uma abordagem geral e estratégica, considerando as hipóteses de eliminação, redução, aceitação ou compartilhamento. Entendem-se por riscos ocorrências, circunstâncias ou fatos imprevisíveis que possam afetar a qualidade da informação contábil. Procedimentos de controle são medidas e ações estabelecidas para prevenir ou detectar os riscos inerentes ou potenciais à tempestividade, à fidedignidade e à precisão da informação contábil, classificando-se em: procedimentos de prevenção – medidas que antecedem o processamento de um ato ou um fato, para prevenir a ocorrência de omissões, inadequações e intempestividade da informação contábil; procedimentos de detecção – medidas que visem à identificação, concomitante ou a posteriori, de erros, omissões, inadequações e intempestividade da informação contábil. Monitoramento compreende o acompanhamento dos pressupostos do controle interno, visando assegurar a sua adequação aos objetivos, ao ambiente, aos recursos e aos riscos. O sistema de informação e comunicação da entidade do setor público deve identificar, armazenar e comunicar toda informação relevante, na forma e no período determinados, a fim de permitir a realização dos procedimentos estabelecidos e outras responsabilidades, orientar a tomada de decisão, permitir o monitoramento de ações e contribuir para a realização de todos os objetivos de controle interno. 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/92/4@0:0 1/1 8.1.5 Figura 8.1 Processo de gestão. Os ganhos com a Sarbanes-Oxley A lei americana que endureceu os controles internos das empresas trouxe ganhos inesperados para os executivos e acionistas – melhores processos, mais segurança e até mesmo custos menores. Promulgada em 2002, na esteira dos maiores escândalos empresariais da história americana, a Lei Sarbanes-Oxley (conhecida abreviadamente como SOX) foi concebida como forma de proteger os acionistas das empresas de capital aberto. Na tentativa de evitar novas fraudes, a SOX passou a obrigar que as companhias descrevessem detalhada e claramente cada um de seus processos administrativos e contábeis – assim ficaria fácil atribuir responsabilidade no caso de eventuais deslizes. Os novos processos viraram um pesadelo gerencial para os milhares de corporações obrigadas a seguir a lei – cada um dos incontáveis procedimentos internos tem de ser padronizado e detalhadamente descrito e auditado. No entanto, esse esforço vem mostrando um inesperado lado positivo às empresas. No decorrer do processo, as companhias brasileiras que se adaptaram à SOX perceberam que os procedimentos da nova lei ajudam a melhorar controles, a facilitar a gestão e até a cortar custos. Esses são os ganhos mais visíveis. Há outros, menos palpáveis, mas igualmente importantes. Um deles é proteger a empresa contra fraudes. Antes da lei não havia uma política clara na companhia sobre quem poderia aprovar compras no sistema integrado de gestão da empresa. Como resultado, muitos dos controles 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/108/2@0:100 1/1 8.1.6 8.1.7 eram informais, o que abria espaço a imprecisões e erros. Com a SOX, é possível controlar muito melhor o que está acontecendo na companhia, não só no Brasil como no mundo. Além disso, a empresa reduziu a possibilidade de uma fraude praticamente a zero. Outro benefício da SOX é proporcionar aos principais executivos mais visibilidade sobre o que ocorre no negócio. Visão Geral e Cultura de Controle O controle interno é responsabilidade do Conselho Fiscal das instituições, de acordo com a Lei Complementar no 108/2001 em seu art. 14, que determina que o Conselho Fiscal seja o órgão de controle interno da entidade, e com o art. 19 da mesma Lei Complementar, que informa ser a diretoria executiva responsável pela administração da entidade em conformidade com a política de administração traçada pelo Conselho Deliberativo. Regulamentações – seguros privados Na Resolução no 86/2002 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), várias orientações foram dadas a fim de aumentar a eficácia dos controles internos, com uma normatização contábil visando dar maior consistência aos números a serem apresentados pelas sociedades seguradoras, resseguradoras, de capitalização e entidades abertas de previdência privada. A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) ficou encarregada de administrar a implantação deles. Uma das principais modificações foi a obrigatoriedade de substituição dos auditores independentes depois de decorridos quatro anos no máximo, contados a partir de 1o-1-2003. Mais recentemente, em 20 de fevereiro de 2004, a SUSEP, por meio da Circular 249, dispõe sobre a implantação e implementação de sistema de controles internos nas sociedades seguradoras, de capitalização e nas entidades abertas de previdência complementar. Essa circular vem complementar a Circular SUSEP no 234, de 28-8-2003 no que diz respeito às responsabilidades dos diretores e dirigentes. A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos e poderá ser executada por empresa externa, caso não haja, na própria sociedade ou entidade, esse departamento, desde que não seja responsável, também, pela auditoria das demonstrações contábeis. Deve estar ligada diretamente ao conselho de administração ou à diretoria, conforme o caso. Se a auditoria interna for exercida por um departamento, este deve estar diretamente subordinado ao conselho de administração ou, quando for o caso, à diretoria da entidade. 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/122/6/2@0:74.9 1/1 8 8.1.9 8.1.10 8.1.11 Atividades de controle e segregação de responsabilidades Os administradores de entidades de previdência complementar, fechada ou aberta, responderão, civilmente, pelos danos ou prejuízos que causarem, por ação ou omissão, de acordo com a Lei Complementar no 108/2001 em seu art. 63. Enquadram-se nesse mesmo artigo administradores dos patrocinadores ou instituidores,atuários, auditores independentes, avaliadores de gestão e outros profissionais que prestam serviços técnicos à entidade, diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica contratada. Reconhecimento e avaliação de risco A resolução do Banco Central do Brasil (BACEN) no 3.121/2003 determina que as entidades fechadas de previdência complementar devem analisar o risco sistêmico de crédito e de mercado e a segregação de funções do gestor e do agente custodiante, bem como observar o potencial conflito de interesses e a concentração operacional, com o objetivo de manter equilibrados os aspectos prudenciais e a gestão de custos. Atividades de monitoração e correção de deficiências A auditoria das demonstrações financeiras é requisito básico para o controle, conforme resolução BACEN no 3.121/2003 em seu art. 56, no qual estabelece que as entidades fechadas de previdência complementar devem incumbir da avaliação da pertinência dos procedimentos técnicos, operacionais e de controle de seus investimentos a pessoa jurídica credenciada na Comissão de Valores Mobiliários, contratada para a prestação do serviço de auditoria independente. A Resolução no 3/2001 do CGPC estabelece as condições para a realização de auditorias atuariais e de benefícios nessas entidades. Governança corporativa A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em julho de 2002, publicou sua “Cartilha de Governança”, buscando estimular o desenvolvimento do mercado brasileiro de capitais por meio da divulgação de práticas de boa governança corporativa. O objetivo dessa Cartilha é orientar nas questões que possam influenciar, significativamente, a relação entre administradores, conselheiros, auditores independentes, acionistas controladores e acionistas minoritários. 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/150@0:45.3 1/1 8.1.12 Procurou-se, na cartilha da CVM, a adaptação de alguns conceitos de governança corporativa internacional às características próprias da realidade brasileira, notadamente a predominância de companhias com controle definido. Lei Sarbanes-Oxley A Lei federal americana Sarbanes-Oxley, também conhecida como SOX, tem como objetivo primeiro reduzir fraudes e insuficiências nos balanços empresarias e resgatar a confiança dos investidores. Atinge todas as empresas dos EUA e estrangeiras, com receitas de pelo menos US$ 75 milhões, listadas na Bolsa de Nova York, Amex ou Nasdaq. As empresas americanas tiveram de se adaptar até junho de 2004, ao passo que as estrangeiras tiveram prazo até 2005. Muitos observadores acreditam que o estabelecimento desses novos procedimentos para os controles internos e para a certificação executiva representa uma correção de curso essencial para as companhias de capital aberto, determinando processos cuja adoção as companhias deveriam ter considerado em primeiro lugar. De forma similar, outros estudiosos da lei sustentam que a concentração do foco na boa governança corporativa e na transparência das informações financeiras, simplesmente, faz despertar o senso empresarial. Talvez a realização mais importante seja a mudança significativa e permanente da obrigatoriedade da aplicação da Lei Sarbanes-Oxley. Para uma companhia de capital aberto, a obediência a essa Lei não é negociável. Para os comitês de auditoria e para a alta administração de companhias de capital aberto, particularmente diretores executivos e diretores financeiros, as definições de administradores financeiros e responsabilidade pessoal tornaram-se mais explícitas e os riscos significativamente mais altos. A SOX dá grande enfoque aos controles internos. Entretanto, devemos estar cientes de que os controles internos constituem-se apenas em um dos muitos componentes da boa governança corporativa. Inúmeras outras considerações também entram em discussão: integridade e valores éticos; filosofia da administração e estilo operacional; estrutura organizacional; papéis e responsabilidades bem definidos para diretores, administração e funcionários; compromisso com a excelência; diretorias e comitês eficazes e proativos; e muito mais. A Lei Sarbanes-Oxley torna os executivos explicitamente responsáveis por estabelecer, avaliar e monitorar a eficácia da estrutura de controles internos das companhias. A maior parte das companhias não tem – e antes da Lei Sarbanes-Oxley não era obrigada a ter – um vínculo direto das atividades de governança da diretoria e da alta administração com as atividades de controle da organização. Todavia, agora é importante para o cumprimento das regras que se estabeleça esse vínculo, 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/160@0:40.6 1/1 para que os altos executivos demonstrem, pelos registros, o quanto sua estrutura de controles internos está funcionando bem. A seção 302 da SOX impõe novos níveis de responsabilidade aos diretores executivos e diretores financeiros, que, agora, devem declarar, pessoalmente, que a divulgação dos controles e procedimentos foi implementada e avaliada. A SEC – Securities and Exchange Comission também apresentou uma exigência de divulgação expandida que inclui controles e procedimentos internos para emissão de relatórios financeiros, além da exigência relacionada com os controles e procedimentos de divulgação. As regras também foram alteradas: o diretor executivo deve, agora, reconhecer, diretamente, a responsabilidade pelos controles internos que, antigamente, era delegada ao diretor financeiro. A seção 404 da SOX determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos internos para a emissão de relatórios financeiros. Como a seção 302, ela exige que os diretores executivos e os diretores financeiros avaliem e atestem, periodicamente, a eficácia desses controles. Obriga as companhias a incluir, em seus relatórios anuais, um relatório sobre controles internos emitido pela administração. Segundo as regras propostas pela SEC, a administração também deverá certificar a eficácia de seus controles e procedimentos internos para a emissão de relatórios financeiros em uma base trimestral. Além disso, a SOX exige que um auditor, independente da companhia, preencha um relatório individual que ateste a avaliação da administração sobre a eficácia dos controles e procedimentos internos para a emissão de relatórios financeiros. Já que o diretor executivo e o diretor financeiro das companhias devem fazer declarações públicas em relação à eficácia dos controles internos, é preciso manter suporte e documentação substanciais relacionados com a estrutura de controles internos e, também, com a sua avaliação. Além disso, como o auditor independente vai atestar a avaliação dos controles, é necessário apresentar toda documentação a ele. Vale lembrar que o “parecer sem ressalvas”, na última auditoria das demonstrações financeiras, não é um atestado para a eficácia dos controles internos. Quando os auditores independentes emitem opinião acerca das demonstrações financeiras, não estão validando a estrutura de controles internos. Portanto, os procedimentos de testes que executam não são desenhados para atender às exigências da certificação. Para que o auditor independente faça essa certificação e para preparar a própria avaliação, é preciso adotar uma estrutura de controles internos que contenha critérios objetivos, os quais possam ser medidos e avaliados. Acredita-se que as recomendações do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO) surgirão como a estrutura mais utilizada e com maior frequência pelos registrantes. 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/178/2@0:84.7 1/1 .2 • • • • AVALIAÇÃO DO CONTROLE INTERNO Os controles internos são de fundamental importânciapara o trabalho do auditor. Quanto mais precisos eles forem, maior segurança haverá na formação da opinião. Quanto mais imprecisos forem, maiores terão de ser os cuidados do auditor na formação de sua opinião. Sob esse enfoque do controle interno, a segregação de funções cria independência entre a execução operacional, custódia de bens patrimoniais e respectiva contabilização. As normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria. Figura 8.2 Avaliação do sistema de controle interno e volume de testes. O auditor independente executa os seguintes passos na avaliação do controle interno: levanta o sistema de controle interno; verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática; avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e irregularidades; determina o tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria. O auditor está interessado em valores significativos, referentes a erros ou irregularidades, que afetam as demonstrações financeiras, podendo conduzir os leitores a um entendimento errôneo sobre estas demonstrações. Um bom sistema de controle interno funciona como uma “peneira” na detecção desses erros ou irregularidades. Portanto, o auditor pode reduzir o volume de testes de auditoria na hipótese de a empresa ter um sistema de controle interno forte, caso contrário, 25/03/2019 Minha Biblioteca: Auditoria Contábil - Teoria e Prática, 10ª edição https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597006681/cfi/6/38!/4/190@0:34.7 1/1 o auditor deve aumentá-lo. Na Figura 8.2, é dado um exemplo ilustrativo da relação da avaliação do controle interno com o volume de testes de auditoria. Nessa figura, a nota 0 (zero) representa que não existe controle e a nota 8 (máxima) significa que o controle interno é excelente. Observe que o auditor sempre executa testes, mesmo no caso de o sistema de controle interno ser excelente. A auditoria interna e a externa são os instrumentos mais eficazes para evitar irregularidades administrativas nos negócios. O trabalho abrange fatores técnicos e psicológicos, pois trata-se de uma função basicamente normativa e preventiva. Diversas irregularidades nos setores financeiro, administrativo e de compras das organizações passam, na maioria das vezes, despercebidas pelos próprios empresários. Preocupados com a evasão de divisas, eles armam-se contra o problema e mostram-se, cada vez mais, interessados em aprender novas técnicas e procedimentos básicos para evitar situações de fraudes, subornos e desfalques. Além da adoção de rígidos controles internos, o papel da auditoria vem ganhando crescente importância e contribui para a eficácia dos resultados finais em qualquer companhia. Há três tipos de irregularidades mais comuns nas empresas: o suborno, quando alguém recebe alguma propina ou benefício direto para tomar decisão; a fraude, que se caracteriza pela adulteração de documentação e, consequentemente, proporciona benefício financeiro; e o desfalque, que se define pela simples retirada de dinheiro, o famoso “tomar emprestado”. A fraude acontece com maior frequência. O infrator preocupa-se em fazer com que a documentação interna da companhia deixe de refletir ou esconda a operação feita. Em algumas empresas os controles internos são tão desorganizados que as pessoas não percebem que o dinheiro sumiu. A concentração das funções gerenciais nas mãos de poucos funcionários, em decorrência do processo de enxugamento, facilita situações fraudulentas. A avaliação dos controles internos foi determinada pelo art. 404 da Lei Sarbanes-Oxley. O Conselho de Supervisão Contábil das Companhias de Capital Aberto (PCAOB, na sigla em inglês) apresentou instruções encorajando os auditores a usar seu próprio critério de julgamento, de forma a examinar apenas os controles que pareçam de importância significativa. Os auditores sofrem de uma diferença de expectativas no que se refere à responsabilidade para detectar fraudes. As regras de auditoria dizem que os auditores devem obter uma garantia razoável de que as contas estão livres de erros e de fraudes. Os reguladores, no entanto, estudam impor novas responsabilidades aos auditores para detectar fraudes, em parte porque essa garantia razoável não foi definida nas atuais regras. A finalidade principal do estudo e da avaliação do sistema contábil e de controles internos de uma entidade é determinar a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria. O relatório com as sugestões para 501.pdf 502.pdf 503.pdf 504.pdf 505.pdf 506.pdf 507.pdf 508.pdf 509.pdf 510.pdf 511.pdf 512.pdf
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