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Liquidação e Execução da Sentença

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PROCESSO DO TRABALHO 
 
 
 
 
Por José Paulo Loduca 
 
O processo de execução trabalhista é de grande relevância para o Direito 
Processual do Trabalho, por se tratar da fase final de uma demanda judicial, 
especialmente porque ocorre quando a parte perdedora não cumpre de forma 
espontânea a sentença final. 
Há controvérsias por parte de alguns doutrinadores de que a execução 
trabalhista seria um processo autônomo, enquanto outra parte, entende que a 
mesma é uma fase do processo trabalhista. 
Diante da automatização do processo trabalhista, é possível se observar que o 
próprio sistema, de acordo com o trâmite processual de cada demanda já possibilita 
que seja iniciada uma nova fase processual na Execução Trabalhista, como no caso 
da Desconsideração da Personalidade Jurídica, atribuindo um novo número 
processual para tanto, e em determinadas situações, extinguindo o processo 
principal, prosseguindo com o cumprimento de sentença. 
Assim, a fase de liquidação de sentença, ainda que encontre-se elencada no 
Capítulo da Execução, seria parte da fase de conhecimento, para tornar líquido e 
certo o título judicial a ser executado. 
Afinal, é necessário no processo de execução trabalhista, a existência de um 
título líquido, certo e exigível e que não tenha sido então pago pela parte devida, 
tanto decorrente de condenação ou de um acordo descumprido para que seja 
executado. 
Na prática, de acordo com a complexidade de cada caso, o processo poderá 
sofrer desdobramento ou até desmembramento do processo principal, e prosseguir 
como processo autônomo de execução, conforme pretendido por alguns 
doutrinadores. 
 
1 – A LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E SUAS MODALIDADES 
Ainda com relação a própria liquidação de sentença, existe uma divergência 
doutrinária quanto a sua natureza, eis que, para alguns doutrinadores ela é 
declaratória e para outros, como Mauro Schiavi citado por FIGUEIREDO (2017), “ela 
tem natureza integrativa, visando a apurar o quantum debeatur”. 
Assim, a CLT expõe e disciplina a matéria no art. 879, in verbis: “Sendo ilíquida a 
sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser 
feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. ” 
De qualquer forma, entende-se que, para que se inicie a execução, é necessária 
a realização da liquidação de sentença, na qual é calculada, o valor do que foi 
objeto de condenação, sendo que, a liquidação, pelo entendimento do TST, “pode 
ocorrer a partir de quatro tipos de cálculos: cálculo apresentado pela parte, cálculo 
realizado por um contador judicial, cálculo feito por um perito (liquidação por 
arbitramento) e por artigos de liquidação (procedimento judicial que permite a 
produção de provas em questões relacionadas ao cálculo)”. 
LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641946/artigo-879-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
 
PROCESSO DO TRABALHO 
Sendo ainda possível ser efetuada simultaneamente duas ou mais formas de 
liquidação, na qual, a doutrina denomina de liquidação mista. 
É de certa forma usual que a liquidação sendo resolvida uma parte por cálculos 
e outra parte por arbitramento, ambas conjuntamente nos mesmos autos do 
processo e na mesma fase postulatória, de acordo com a determinação do 
magistrado, e especialmente, de acordo com o valor envolvido, ou pela grande 
diferença dos cálculos apresentados pelas partes. 
Podem ocorrer sentenças liquidas e ilíquidas, sendo que a parte liquida poderá 
de prontamente seguir o rito processual, como no caso de cumprimento liminar ou 
de cumprimento da sentença e posterior execução, enquanto que a parte ilíquida, 
ainda dependerá de prévia liquidação, após apuração de eventuais levantamentos 
necessários, ou apresentação de documentos e comprovantes por terceiros (CUNHA 
FILHO, 2008). 
Mas teoricamente, a liquidação de sentença é realizada de três modos distintos, 
ou seja, por cálculo, por arbitramento e por artigos, conforme demonstrado a seguir: 
 
a) Liquidação por cálculo. 
A liquidação por cálculo, normalmente, é a modalidade mais utilizada na Justiça 
do Trabalho, pois a apuração do quantum sempre estará disponível nos autos do 
processo e será apurada por simples cálculos aritméticos, e encontra-se n art. 879 da 
CLT. 
Assim como, os cálculos envolvendo os juros de mora, que são devidos desde o 
ajuizamento da ação (art. 883 da CLT) até o pagamento ou a efetivação do 
depósito, todos corrigidos monetariamente conforme súmula 200 do TST. 
Assim, quando a decisão transita em julgado, o magistrado requer a intimação 
da parte reclamante para exibir os cálculos, normalmente, em dez dias, em seguida, 
intima-se a parte reclamada, impugnar os cálculos apresentados, e se for o caso, 
apresentar seus cálculos, também no prazo de dez dias. 
Em seguida, cabe ao magistrado conferir os cálculos, podendo determinar que 
a parte reclamante os corrija ou determinar um perito para a realização dos cálculos. 
 
b) Liquidação por arbitramento. 
Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-
á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor, “por arbitramento, 
quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela 
natureza do objeto da liquidação” (art. 509, I, do CPC). 
Ou seja, a liquidação será por arbitramento quando as partes acordarem sobre 
e de maneira expressa ou caso venha ser determinado pela sentença, ou ainda 
quando do objeto da liquidação assim exigir em virtude de sua natureza. 
Este tipo de modalidade de liquidação raramente é usado no processo 
trabalhista, devido ao seu custo elevado. 
E ainda que na sentença tenha sido determinada a liquidação por arbitramento, 
como por exemplo, nos casos de apuração dos valores de salário in natura, ou que 
tenha prestado serviços sem remuneração, é facultado ao magistrado estabelecer 
que, a liquidação se processe por cálculos, em razão do princípio da celeridade e 
economia processual (FIGUEIREDO, 2017). 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
 
c) Liquidação por artigos. 
Como não há previsão na CLT de como proceder no modo de liquidação por 
artigos, é necessário então utilizar-se do art. 509, do CPC. In verbis: 
“Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou 
do devedor: 
(…) 
II – pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar 
e provar fato novo”. 
 
Assim, de acordo com a definição de Manoel Antonio Teixeira Filho citado por 
FIGUEIREDO (2017): 
“Denomina-se por artigos a modalidade de liquidação porque incumbe 
à parte (em geral, o credor) articular, em sua petição, aquilo que deve 
ser liquidado, ou seja, indicar, um a um os diversos pontos que 
constituirão objeto da quantificação, concluindo por pedir, segundo 
Leite Velho, ‘quanta, quantidade e qualidade certas’.” 
 
Ou seja, a modalidade liquidação por artigos será utilizada quando a real 
necessidade de provar fatos novos servirão como base para fixar a condenação, 
será sempre dependente da comprovação de fatos que ainda não foram 
elucidados na fase de conhecimento (CUNHA FILHO, 2008). 
Assim, como Renato Saraiva citado por CUNHA FILHO (2008), esclarece que: 
“A liquidação de sentença trabalhista pelo método de artigos é feita 
quando sua liquidez depender de comprovação de fatos ainda não 
esclarecidos suficientemente no processo de conhecimento, de modo 
a permitir valoração imediata do título executivo. 
Como exemplo de liquidação por artigos, podemos citar a sentença 
que reconhece a realização de horas extras pelo obreiro, mas não as 
quantifica, tornando-se necessária, por conseguinte, a realização da 
liquidação por artigos, objetivando apurar, por meio das provas 
articuladas pelas partes, o número de horas suplementares 
efetivamenteprestadas”. 
 
E ainda por último, elencada por SARAIVA (Apud CUNHA FILHO, 2008): 
“Em última análise, verifica-se que a liquidação por artigos é muito 
complexa, constituindo-se em verdadeiro processo de cognição, 
podendo haver indeferimento da petição de liquidação, suspensão e 
extinção da liquidação, revelia do devedor, produção de provas, 
julgamento antecipado da liquidação e designação de audiência 
para coleta de prova oral, sendo, em função do princípio da 
celeridade, desaconselhável a adoção de tla modalidade de 
liquidação no âmbito laboral”. 
 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891870/artigo-509-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
 
PROCESSO DO TRABALHO 
 
 
 
2 – A EXECUÇÃO TRABALHISTA 
2.1 – Princípios da Execução Trabalhista 
Como os Princípios são os fundamentos e normas que alicerçam qualquer 
conduta, na execução, os principais princípios são os: da igualdade de tratamento 
das partes; da natureza real; da limitação expropriatória; da utilidade para o credor; 
da não-prejudicialidade para o devedor; da especificidade; da responsabilidade 
pelas despesas processuais; do não-aviltamento do credor e da livre disponibilidade 
do processo pelo credor. 
 
2.1.1 – Princípio da Igualdade de Tratamento das Partes 
Este princípio encontra-se fundamentado no caput do art. 5º da Constituição 
Federal de 1988, que estabelece a igualdade formal, e dispõe sobre o princípio da 
igualdade em sentido amplo. 
Na execução este princípio a igualdade é relativizada, uma vez que o credor 
goza de posição de superioridade em relação ao devedor, Renato Saraiva citado 
por BILARVA (2016), ao tratar deste princípio pondera que: 
“Embora a constituição Federal de 1988 assegure a igualdade de 
tratamento perante a Lei (art. 5º, caput), na execução o tratamento 
igualitário resume-se à observância da Lei, pois a posição do credor é 
de superioridade ou preeminência jurídica, ao passo que a posição do 
devedor é de sujeição ao comando do preceito condenatório que se 
irradia da sentença ou do título executivo extrajudicial. 
Portanto, o executado deverá suportar os efeitos dos atos 
expropriatórios derivados da execução, apenas sendo assegurado ao 
mesmo que, no cumprimento do julgado, seja observada a legislação 
vigente.” 
 
2.1.2 – Princípio da Natureza Real da Execução (SILVA, 2016) 
Por este princípio, o Estado invoca para si a exclusividade pela prestação 
jurisdicional, possuindo um caráter real. 
Este princípio determina que os atos executórios atuem sobre os bens do devedor e 
não sobre a pessoa física deste conforme dispõem os arts. 789 e 824 do CPC. 
“Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e 
futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições 
estabelecidas em lei..” 
“Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação 
de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.” 
 
Além disso, a natureza real da execução encontra fundamento, no princípio 
constitucional que proíbe a prisão por dívidas, salvo a do responsável por 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia, eis que, a prisão 
do depositário infiel, diante de novo entendimento do STF, tal situação foi alterada, 
sendo inclusive, a Súmula 619 do STF, revogada. 
 
EXECUÇÃO 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
2.1.3 – Princípio da Limitação Expropriatória 
Por este princípio, a execução deve limitar-se a parte do patrimônio do 
devedor suficiente para a satisfação do crédito, assim o princípio da limitação 
expropriatória procura impedir a “alienação total do patrimônio do devedor, quando 
parte dos bens for o bastante para atender a satisfação do direito do credor” 
(SARAIVA, 2008). 
Manoel Antonio Teixeira Filho citado por Bilarva (2016) esclarece a respeito do tema 
que: 
“Como escopo da execução é compelir o devedor a cumprir a 
obrigação contida no título executivo, é elementar que os atos 
expropriatórios que venham a ser praticados em nome desse objetivo 
devem ter como limite o valor da dívida, com os acréscimos legais.” 
 
 “Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem 
para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos 
honorários advocatícios.” 
 
Desta forma, se o devedor não pagar a dívida total, o oficial de justiça 
penhorar-lhe-á apenas os bens suficientes e seus acessórios. Ainda que o Art. 692, do 
NCPC, e o Art. 883, da CLT, possam transparecer o contrário: 
“Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. 
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado 
pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, 
considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da 
avaliação.” 
 
“Art. 883 da CLT. Não pagando o executado, nem garantindo a 
execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao 
pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e 
juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data 
em que for ajuizada a reclamação inicial”. 
 
Ou seja, a inobservância deste princípio pode levar ao excesso de penhora, 
lesionando de forma indevida o patrimônio do devedor. 
 
2.1.4 – Princípio da Utilidade para o Credor 
Por este princípio, a execução deve ser útil ao credor, devendo ser evitado atos 
que possam comprometer tal utilidade. 
É necessário ressaltar que o credor não pode dispor dos bens do devedor para 
poder prejudicar, quando o patrimônio deste não for suficiente, conforme prevê o 
artigo seguinte: 
 
“Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que 
o produto da execução dos bens encontrados será totalmente 
absorvido pelo pagamento das custas da execução.” 
 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
De acordo com Manoel Antonio Teixeira Filho citado por Bilarva (2016), diz o 
seguinte quanto a este princípio: 
“Razões éticas impedem o credor fazer uso das vias executórias apenas 
para acarretar danos ao devedor, sem que o patrimônio deste tenha 
condições de responder pela dívida. Levando em consideração esse 
fato, a norma processual dispões que não se efetuará a penhora quando 
for evidente que o produto da alienação dos bens foi inteiramente 
absorvido pelo pagamento de custas da execução (art. 831, NCPC), 
hipótese em que cumprirá ao oficial de justiça descrever, na certidão, os 
bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do devedor 
(art. 836, §1º, NCPC). Neste caso, deverá o juiz suspender a execução, 
que será reativada quando forem localizados bens do devedor capazes 
de permitir a total satisfação do credito exeqüente (lei nº 6.830/80, art. 40, 
caput e §3º). “ 
Assim, inexistindo patrimônio suficiente para a quitação do débito, deverá o 
credor aguardar a oportunidade de satisfazê-lo. 
Desta forma, o magistrado irá suspender a execução até ser encontrado bens 
sobre os quais possa recair a penhora, sendo o prazo findado no período de um ano, 
caso este não encontre o processo será arquivado, podendo ser desarquivado a 
qualquer momento, porém, deve ser observado o prazo da prescrição intercorrente 
de dois anos, que a Reforma Trabalhista trouxe. 
 
2.1.5 – Princípio da Não Prejudicialidade do Devedor 
Através deste princípio, o credor deverá conduzir a execução da 
maneira menos gravosa para o devedor, sem onerar excessivamente o devedor, eis 
que tal princípio teria respaldo no Princípio da Justiça e da Equidade. 
Porém, no Direito Processual do Trabalho, este princípio tende a ser relativizado 
uma vez que, não maioria das vezes, o credor (trabalhador hipossuficiente) encontra-
se em situação de desemprego ou passando por dificuldades diversas que o 
colocam em posição de inferioridade em relação ao devedor. Renato Saraiva (apud 
BILARVA, 2016) passa com clareza o conceito: 
“…,muitos juízes e doutrinadoresacabam, no âmbito laboral, invertendo 
esse princípio, para determinar que a execução trabalhista seja 
processada pelo modo menos gravoso ao credor (trabalhador 
hipossuficiente)”. 
 
Desta forma, dá-se preferência ao princípio da utilidade ao credor e não da 
não-prejudicialidade do devedor, fazendo com que a execução seja processada de 
modo menos gravoso ao credor, justificando-se a relativização deste princípio. 
 
2.1.6 – Princípio da Especificidade 
O Princípio da Especificidade ocorre, quando há execução das obrigações 
para entrega de coisa, de fazer ou não fazer, normalmente, decorrentes de títulos 
extrajudiciais. 
Além disso, prevê que somente em casos excepcionais a prestação deverá ser 
substituída pelo equivalente em dinheiro (BILARVA, 2016). 
Nesta situação, é também devida a indenização por perdas e danos ao credor. 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
Este é o entendimento de Renato Saraiva citado por Bilarva (2016), in verbis: 
”O princípio da especificidade relaciona-se com a execução para 
entrega de coisa e as obrigações de fazer e não fazer, segundo o qual 
o credor tem direito de receber, além de perdas e danos, o valor da 
coisa quando esta não lhe for entregue, se deteriorou, não for 
encontrada ou não for reclamada do poder do terceiro adquirente.” 
Portanto, se o devedor não satisfizer a obrigação no prazo correto, é lícito ao 
credor, nos próprios autos do processo, requerer que seja executado às custas do 
devedor. 
 
2.1.7 – Princípio da Responsabilidade pelas Despesas Processuais 
Este princípio define que todas despesas processuais correm por conta do 
executado, tais como custas, emolumentos, despesas com publicação de editais, 
honorários advocatícios e periciais (SILVA, 2016): 
“Art. 789-A da CLT. No processo de execução são devidas custas, 
sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de 
conformidade com a seguinte tabela.” 
 
Ou seja, o devedor, tendo dado causa a execução, deve arcar com as 
despesas para seu processamento, já que se o pagamento da obrigação tivesse 
ocorrido espontaneamente, não haveria necessidade da prática de uma série de 
atos processuais que acabam por onerar o judiciário. 
Manoel Antonio Teixeira Filho citado por Bilarva (2016) expõe a questão com 
clareza: 
“Incumbe ao devedor realizar não apenas o pagamento dos valores 
devidos ao credor, ou o cumprimento de outra qualquer obrigação 
estampada no título executivo, mas também das custas, dos 
emolumentos, das despesas com a publicação de editais, dos 
honorários periciais etc.” 
 
2.1.8 – Princípio do Não Aviltamento do Devedor 
Este princípio está intimamente ligado ao princípio fundamental da dignidade 
da pessoa humana, no art. 1º, Inciso III, da CF/1988, eis que, pelo mesmo, a execução 
não pode expropriar bens indispensáveis a subsistência e a dos membros de sua 
família do devedor, e no art. 833 do NCPC, são elencados alguns bens que são 
impenhoráveis (SILVA, 2016). 
 
2.1.9 – Princípio da Livre Disponibilidade do Processo pelo Credor 
Por este princípio, o credor pode desistir da execução ou de algumas medidas 
executivas, independente da concordância do devedor. 
Porém, essa desistência só terá efeitos após homologação por sentença, e ainda, a 
doutrina e jurisprudência também discordam do assunto, no momento em que o 
devedor oferece embargos a execução, não podendo o credor unilateralmente 
desistir da ação. 
Pois, de acordo com Manoel Antonio Teixeira Filho citado por Bilarva (2016): 
“O ordenamento processual brasileiro faculta ao credor desistir da 
execução ou de algumas medidas executivas, independentemente da 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
concordância do devedor (NCPC, art. 775). Embora se trate de ato que 
traduz manifestação de vontade assinalada unilateralmente, esta 
desistência somente produzirá efeitos se homologada por sentença 
(NCPC, 200, caput). 
 
E no caso, da oposição de embargos, de acordo com a doutrina e 
jurisprudência, há divergências quanto a possibilidade da desistência sem audição 
do devedor, que neste caso este deverá anuir com a desistência, in verbis (TEIXEIRA 
FILHO apud BILARVA, 2016): 
“Sem pretendermos exacerbar tal cinca, somos de opinião que, opostos 
os embargos, o credor somente poderá desistir da execução se nisso 
convier o devedor, porquanto este poderá desistir ter interesse em obter 
um pronunciamento jurisdicional acerca da quitação, da prescrição 
extintiva e de outras matérias alegadas, cuja expectativa restaria 
frustrada se se reconhecesse à desistência da execução, manifestada 
pelo credor, a qualidade de direito processual potestativo, vale dizer, 
cujo exercício não subordinado à concordância do devedor. Ora, se a 
desistência da ação, no processo de conhecimento, só será eficaz se – 
decorrido o prazo para a resposta – a ela anuir o réu (NCPC, art. 485, 
§4º), parece-nos razoável concluir que essa mesma regra deve imperar 
no processo de execução.” 
 
3 – ALGUMAS PARTICULARIDADES DA EXECUÇÃO TRABALHISTA (TEIXEIRA FILHO apud 
BILARVA, 2016) 
De acordo com Manoel Antonio Teixeira Filho (apud BILARVA, 2016) ao tratar 
de princípios da execução, fez uma observação quanto a algumas particularidades 
do processo de execução, nomeando alguns itens relevantes, não apenas para a 
esfera trabalhista, como a Execução de Ofício; a Execução Provisória; a 
Imodificabilidade da Sentença Exequenda; o Direito de Prelação do Credor; a 
Especificação, pelo Credor, da Espécie de Execução; Só há Execução sobre 
Bens Penhoráveis ou Alienáveis e o Juízo da Execução é sempre o de Primeiro Grau. 
 
3.1 – Execução de ofício 
No processo trabalhista, a execução poderá ser realizada por qualquer 
interessado ou ex officio pelo juiz conforme preceitua o artigo 878 da CLT, in verbis: 
“Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a 
execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos 
casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.“ 
 
Com relação a esta particularidade da execução trabalhista, Manoel Antonio 
Teixeira Filho (apud BILARVA, 2016) ensina que: 
“Na processualística laboral, ao reverso, a execução pode ter início por 
ato do credor ou do próprio magistrado, indistintamente, agindo este 
ex officio; a faculdade de o juiz promover, por sua iniciativa, a execução 
é-lhe outorgada pelo artigo 878, da CLT. Essa significativa singularidade 
revela, claramente, a inaplicabilidade do principio sub examen ao 
processo do trabalho. Em rigor, poder-se-ia dizer que a execução 
trabalhista tem a presidí-la, no particular, o princípio da iniciativa 
https://jus.com.br/tudo/penhor
 
PROCESSO DO TRABALHO 
judicial, que se contrapõe àquele segundo o qual se orienta o processo 
civil.” 
 
Portanto, pode o próprio juiz dar início ou prosseguimento aos atos pertinentes 
a execução. 
 
3.2 – Execução Provisória (FERNANDES, 2017) 
Deve ser observado que a execução provisória dependerá de pedido da parte 
exequente, tendo em vista que poderá depender de caução, e pode gerar danos à 
parte executada, e normalmente, o credor, no caso do trabalhador, é a parte 
hipossuficiente em relação ao devedor e, na maioria das vezes, o seu único 
patrimônio é sua própria força de trabalho (TEIXEIRA FILHO, 2016). 
E ainda, com relação a penhora na execução provisória, a Súmula 417, do TST, 
foi alterada, passando a validar penhora de bens em numerário, eis que, havia 
entendimento de que a penhora de numerário seria ilegal, se houvesse sido nomeado 
outros bens pela parte executada, ferindo o direito líquido e certo da parte 
executada, uma vez que, a execução deverá ser processada de forma menos 
gravosa. 
Desta forma, a Súmula passou a constar a seguinte redação: 
“Mandado de segurança. Penhora em dinheiro 
I – Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que 
determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito 
exequendo, pois é prioritária e obedeceà gradação prevista no 
art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973). 
II – Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem 
o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em 
dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos 
requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 1973).” 
 
Este tipo de execução, envolve diversas condições e cuidados, além de regras 
específicas que não serão tratados neste momento. 
 
3.3 – Imodificabilidade da Sentença Exequenda 
Ou seja, conforme previsto constitucionalmente, a coisa julgada, positivado no 
art. 5º, inciso XXXVI da CF/88, foi rigorosamente observado pela CLT que prescreve 
em seu art. 879, parágrafo único, que na fase de liquidação não se poderá modificar, 
ou inovar, a sentença exequenda, nem discutir matéria concernente à causa 
principal, neste ponto, esclarece Manoel Antonio Teixeira Filho (apud BILARVA, 2016): 
“…as razões da imodificabilidade da sentença liquidada, ou do veto à 
nova discussão da lide, encontra o seu fundamento no imperativo 
constitucional do respeito a coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI). Eis por 
que, na execução (ainda que provisória), não se pode exigir do 
devedor mais do que aquilo a que se encontra obrigado por força do 
título executivo, do mesmo modo como este não pode pretender pagar 
menos (estamos cogitando da execução por quantia certa) do que lhe 
impôs a sentença condenatória exequenda.” 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28889519/artigo-835-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890839/artigo-655-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28889423/artigo-840-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28889421/inciso-i-do-artigo-840-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890765/artigo-666-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
 
PROCESSO DO TRABALHO 
Mas a incidência de juros e correções monetárias, estando estes implícitos na 
sentença exequenda, são plenamente aplicados. 
 
3.4 – Direito de prelação do credor 
Esta particularidade informa que o credor terá direito de preferência quanto 
aos bens penhorados podendo adjudicá-los. 
Mas, havendo pluralidade de credores, e sendo o devedor insolvente, a ordem dos 
créditos deverá ser obedecida, conforme Manoel Antonio Teixeira Filho citado por 
Bilarva (2016): 
“No processo civil, a prelação da penhora em favor daquele que teve 
a anterioridade da propositura da execução não prejudica a ninguém, 
porque sendo o devedor solvente todos os credores serão, em tese, 
atendidos em seus créditos, contanto que respeitada a ordem 
cronológica das penhoras; sendo, porém insolvente o devedor, a 
sentença declaratória desse estado, produzirá, dentre outros efeitos, a 
execução mediante concurso universal de credores…” 
 
3.5 – Especificação, pelo credor, da espécie de execução (BILARVA, 2016) 
O credor pode apontar a modalidade de execução de sua preferência, porém 
a liberdade aqui deve ser limitada, devendo conduzir-se da maneira menos gravosa 
possível ao devedor, conforme preceitua o Princípio da Não Prejudicialidade do 
Devedor. 
Mas, são raros os casos no processo do trabalho que o credor deverá declinar 
a menor forma de condução da execução pois em sua grande maioria as ações 
versam sobre verbas trabalhistas não adimplidas corretamente ou indenizações em 
decorrência da responsabilidade civil do empregador. 
 
3.6 – Só há execução sobre bens penhoráveis ou alienáveis (BILARVA, 2016) 
O devedor responde pela execução com a totalidade de seus bens, porém 
diante da atual sistemática constitucional, deve garantir um mínimo de subsistência, 
com a finalidade de preservar a dignidade da pessoa humana, conforme já relatado 
anteriormente. 
Diante de tais condições, alguns bens são impenhoráveis, como por exemplo o 
bem de família, e assim, a execução não recairá sobre esse bem, devendo ocorrer 
somente sobre os que são livres e desimpedidos. 
 
3.7 – O juízo da execução é sempre o de primeiro grau 
Todas as execuções serão conduzidas pelas varas do trabalho, ou por juízes de 
direito nos casos nos quais não existam varas do trabalho, ainda que o juízo prolator 
da sentença ou acórdão não seja o juízo de primeiro grau, como na situação de 
dissídios coletivos. 
As exceções à regra são as situações da ação rescisória e do mandado de 
segurança, onde a competência para a execução é o tribunal que originou a 
demanda. 
 
4 – LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA NA EXECUÇÃO 
https://jus.com.br/tudo/responsabilidade-civil
https://jus.com.br/tudo/penhor
 
PROCESSO DO TRABALHO 
Cleber Lúcio de Almeida citado por Bilarva (2016), sintetizou e definiu a 
legitimidade para compor o pólo ativo e passivo da execução nos seguintes termos: 
“Tem legitimidade para a execução quem pode promovê-la e aquele contra quem 
pode ser promovida”. 
 
4.1 – Legitimidade ativa 
De acordo com o art. 878 da CLT: “A execução trabalhista poderá ser 
promovida por qualquer interessado, ou ex officio, pelo próprio juiz ou presidente do 
tribunal competente.” 
Deve ser ressaltado que o art. 877 da CLT, consolidou que o juiz competente é 
aquele que tiver conciliado ou julgado originalmente o dissídio, e em se tratando de 
título executivo extrajudicial, o que possui competência é aquele que conheceu do 
processo de conhecimento (SILVA, 2016). 
Desta forma ainda, considerando-se o que significa “qualquer interessado” 
temos, conforme relata SILVA (2016): 
“O espólio, os herdeiros e os sucessores do credor, em razão de seu 
falecimento; 
O cessionário, quando o direito de crédito lhe for cedido, nos termos do 
art. 286 do CC, sendo essa hipótese de rara aplicação no processo 
laboral, em função da natureza personalíssima, no tocante ao 
trabalhador, da relação de emprego, sem falar no problema da 
competência da Justiça do trabalho em razão das pessoas, uma vez 
que ingressará na relação jurídica processual alguém que não é sujeito 
da relação jurídica material correspondente”. 
 
“O sub-rogado legal ou convencional, hipótese igualmente de difícil 
aplicação no processo do trabalho, pelas mesmas razões alinhadas na 
alínea anterior (BEZERRA, 2007, p.907)”. 
 
Ocorre que a Lei 11.101/2005 regulamentou a recuperação judicial, a 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, e assim, a cessão 
de créditos a terceiros, só que ele será enquadrado como crédito quirografário. 
O Ministério Público também possui legitimidade para promover execução (SILVA, 
2016): 
“Existência de títulos executivos judiciais, em função de 
ações promovidas originalmente pelo Parquet laboral, que seja na 
primeira instância (principalmente ação civil pública), ou mesmo em 
segunda instância; 
Execução do título executivo extrajudicial denominado termo de 
compromisso de ajustamento de conduta (legitimidade exclusiva); 
Com substituto processual do menor, nos casos do art. 793 da CLT; 
Nos casos de ações civis coletivas patrocinadas por outros 
legitimados quando houver abandono da ação pelo autor (Lei 
8.078/1990, art. 82, 92, 97 e 98); 
Na execução de custas e multas impostas pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho em processos de sua competência originária (art. 878, 
parágrafo único, da CLT), muito embora, na prática, isso não ocorra 
(SARAIVA, 2007). 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
A União também pode ser outro legitimado para execução de título executivo 
extrajudicial, e o próprio devedor pode dar origem a execução como prevê o art. 
878-A da CLT. 
 
4.2 – Legitimidade passiva (SILVA, 2016) 
Normalmente, no polo passivo, quemconfigura nesta seara trabalhista é o 
empregador, que tanto pode ser pessoa física ou jurídica. 
O empregado também pode figurar no polo passivo, nas hipóteses em que seja 
devedor de custas, honorários periciais, indenização ao empregador em função de 
prejuízos causados, devolução de materiais, assim como, no caso de improcedência 
da demanda, com condenação e não sendo beneficiário da justiça gratuita. 
Também deve ser lembrado que, baseado no art. 4º da Lei 6.830/80, aplica-se de 
forma subsidiária quem pode figurar de forma passiva, como o fiador, o espólio, o 
devedor, a massa, o responsável tributário e os sucessores a qualquer título. 
Além de todos os citados acima, poderá figurar também o responsável 
subsidiário nos casos de terceirização (TST, Súmula no. 331), os donos de empreitadas 
(TST/SDI-1/OJ 191) e beneficiários, tomadores dos serviços prestados pelo empregado 
da terceirizada. 
E ainda, no caso de sucessão trabalhista, o sucessor responde integralmente 
pelas dívidas trabalhistas do sucessivo. 
 
5 – HOMOLOGAÇÃO DOS CÁLCULOS DE LIQUIDAÇÃO E INÍCIO DA EXECUÇÃO DA 
SENTENÇA 
Conhecidos os princípios e as partes envolvidas, prosseguindo-se no processo 
de execução, antes de proferir a sentença de liquidação, o juiz do Trabalho pode 
optar por abrir vista às partes por um prazo sucessivo de dez dias para manifestação 
sobre o cálculo, em que devem ser indicados itens e valores objeto da discordância 
(art. 884, §3º, da CLT), sob pena de preclusão, com a perda da oportunidade de 
impugnar o cálculo posteriormente, conforme o art. 879, § 2º., da Consolidação das 
Leis do Trabalho (TST, 2018). 
O art. 884 da CLT possibilita a homologação direta dos cálculos pelo 
magistrado, com possibilidade de eventual impugnação posterior, quando efetuado 
o depósito do valor em conta judicial ou realizada a penhora do bem de valor igual 
ou superior ao da execução (TST, 2018). 
Sendo proferida a sentença de liquidação, a parte condenada é intimada a 
pagar a dívida mediante depósito de dinheiro em juízo ou oferecimento de bens à 
penhora no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
Os bens penhorados ficam sob a subordinação da Justiça para serem 
alienados (transferidos ou vendidos) e não podem desaparecer ou serem destruídos, 
sendo que, caso tal situação ocorra, o responsável que fora designado, pode 
responder criminalmente como depositário infiel (TST, 2018). 
 
6 – RECURSO JUDICIAIS POSSÍVEIS APÓS A HOMOLOGAÇÃO DOS CÁLCULOS 
Sendo efetuado o depósito ou a penhora, as partes têm cinco dias para 
impugnar o valor da dívida, mas, desde que o juiz não tenha concedido prazo para 
contestação antes de proferir a sentença de liquidação ou que, aberto o prazo, na 
 
PROCESSO DO TRABALHO 
forma do § 2º, do artigo 879, da CLT, a parte tenha impugnado de forma satisfatória 
(TST, 2018). 
Nesta situação, o exequente pode apresentar o recurso chamado 
“impugnação à sentença de liquidação“, enquanto que, no caso do executado o 
recurso a ser interposto é o chamado de “embargos à execução“. 
E após decisão do magistrado, sobre quaisquer desses recursos, é possível 
ingressar ainda com um novo recurso, chamado de “agravo de petição“, no prazo 
de oito dias, sendo que, tal recurso é julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho 
correspondente, e os Recursos aos tribunais superiores no processo de execução 
trabalhista, como no caso do Recurso de Revista, só são possíveis em casos de 
violação à Constituição Federal. 
 
7 – TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Desta forma, uma vez proferida sentença condenatória transitada em julgado, 
a parte exequente terá um título executivo judicial (art. 876, da CLT). 
Ou seja, é importante ressaltar que a execução definitiva se procederá de 
forma regular, na ausência de interposição de recurso, sem efeito suspensivo, caso o 
recurso tenha mero efeito devolutivo, se procederá a “execução provisória”. E deve-
se ressaltar que, a execução provisória, de acordo com o artigo 899 da CLT, possibilita 
a parte exequente somente realização de atos até a penhora (FERNANDES, 2018). 
Também se enquadram como títulos judiciais, os acordos homologados em 
audiência e que ainda não foram cumpridos (FERNANDES, 2018). 
Conforme menciona FERNANDES (2018), tem-se como títulos executivos 
extrajudiciais o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com Ministério 
Público do Trabalho, e oriundo de uma ação civil pública Lei 7.347/85 , na qual o 
empregador se compromete a cumprir uma obrigação inadimplida ou deixar de 
praticar atos lesivos aos trabalhadores, bem como o termo firmado com CCP 
(Comissão de Conciliação Prévia), a Certidão de Dívida Ativa da União, com a qual 
há situações onde órgãos de fiscalização, como por exemplo o Ministério do Trabalho 
em Emprego, autuam a empresa em flagrante descumprimento de leis trabalhistas, 
lavrando o termo de autuação, e aplicando a respectiva multa, e esta multa pode 
resultar em inscrição como Dívida Ativa da União, que é, consequentemente, um 
título executivo extrajudicial. 
E além destes mencionados, a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) incluiu no rol 
do art. 876, da CLT, a nota promissória e o cheque como títulos executivos 
extrajudiciais. 
 
8 – A PENHORA NO PROCESSO TRABALHISTA 
A CLT no artigo 882 prevê que a penhora no processo trabalhista seguira a 
ordem estabelecida no art. 655, do CPC, que foi alterado no Novo CPC para o art. 
835, conforme segue: 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição 
financeira; 
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal 
com cotação em mercado; 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636485/artigo-899-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103274/lei-de-a%C3%A7%C3%A3o-civil-p%C3%BAblica-lei-7347-85
https://jus.com.br/tudo/penhora
 
PROCESSO DO TRABALHO 
III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV – veículos de via terrestre; 
V – bens imóveis; 
VI – bens móveis em geral; 
VII – semoventes; 
VIII – navios e aeronaves; 
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X – percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI – pedras e metais preciosos; 
XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de 
alienação fiduciária em garantia; 
XIII – outros direitos. 
 
Sendo que a ordem apresentada acima, tem a finalidade de atender ao 
Princípio da Execução menos Gravosa ao Devedor. 
A alienação dos bens penhorados durante a execução trabalhista só ocorre 
após o trânsito em julgado do processo de execução, após decisão final sobre o 
montante devido, sem que haja qualquer recurso pendente, ou quando se tenha 
esgotado o prazo para recorrer sem que qualquer das partes tenha se manifestado. 
A partir de então, o depósito judicial é liberado para o pagamento da dívida, 
ou o bem penhorado é levado a leilão para ser convertido em dinheiro. 
 
8.1 – Da Expropriação (BILARVA, 2016) 
Sendo julgados os embargos e impugnações, e sendo mantida a penhora, os 
bens poderão ser alienados a fim de satisfazer o crédito exequendo, conforme já 
mencionado. 
E de acordo com Sergio Pinto Martins (apud BILARVA, 2016), a “Expropriação é 
considerada gênero, e tem como espécies: a alienação de bens do devedor; 
adjudicação em favor do credor e o usufruto de imóvel ou de empresa“, conforme 
especificações sucintas a seguir: 
a) A alienação é a realização de praça ou leilão sendo a primeira para bens 
imóveis e a segunda para bens móveis, onde o maior lance arremata o bem, 
e o valor arrecadado é utilizado para pagamento das custasprocessuais e o 
pagamento do crédito exequendo. 
b) A adjudicação é a possibilidade do credor adquirir o bem penhorado a fim 
de quitar o crédito exequendo com o pagamento da eventual diferença entre 
a obrigação e o valor do bem adjudicado quando o valor superar o montante 
da divida. 
c) A hipótese de usufruto é a possibilidade do exequente fazer uso de coisa 
pertencente ao executado até que seja quitado o valor do crédito, como por 
exemplo podemos citar a percepção de alugueis de determinado imóvel por 
período determinado período de tempo. 
 
CONCLUSÃO 
As fases de liquidação e de execução de sentença conforme relatado acima, 
demonstra que ambas encontram-se sob o processo de execução, porém, conforme 
preceitua a corrente majoritária o processo de execução, especialmente através da 
https://jus.com.br/tudo/sociedades
https://jus.com.br/tudo/compra-e-venda
https://jus.com.br/tudo/usufruto
 
PROCESSO DO TRABALHO 
evolução do processo eletrônico, apenas ratifica que se tratam de processo distinto 
do processo de conhecimento, quando o pagamento da condenação não for 
quitada de forma espontânea pela parte devedora. 
Tanto diante da recente Reforma Trabalhista, como alteração do Código de 
Processo Civil, além da evolução do processo digital eletrônico, vêm influenciando a 
adequação das formas de acompanhamento das demandas judiciais, tanto na 
questão de facilitar o acesso ao processo, como na redução do volume de 
documentos disponibilizados no sistema eletrônico, razão pela qual, tal qual ocorre 
em outros ramos do direito, com o desdobramento ou desmembramento do Processo 
de Execução ou de Cumprimento de Sentença, em novo processo, com 
nova numeração, ou apenso ao processo principal. 
Ainda que a fase de liquidação de sentença seja anterior a execução em si, é 
posterior a sentença transitada em julgado, e da qual não cabe mais recursos, e é a 
partir da qual é possível se apurar os valores devidos para a execução trabalhista, 
iniciando-se uma nova fase processual final, e que irá gerar o título judicial tão 
aguardado pela parte vencedora. 
Os princípios norteadores da execução trabalhista, procuram manter o 
equilíbrio entre as partes envolvidas, com o intuito de atingir o objetivo principal do 
processo trabalhista, que é o recebimento dos valores devidos a parte vencedora, e 
assim fazer jus ao direito perseguido. 
No presente artigo, é possível se verificar que mesmo no processo de execução 
trabalhista, há ainda diversos procedimentos e regras a serem observadas, além dos 
princípios e peculiaridades de acordo com cada situação ou condição encontrada 
a cada fase do processo de execução e que exigem acompanhamento e 
conhecimento específicos, afim de evitar prejuízos a qualquer uma das partes 
envolvidas. 
 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, Cleber Lucio de. Direito processual do trabalho. 3ª Ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. 
BILARVA, Gustavo Barros. A execução provisória na Justiça do Trabalho. Jus.com.br. Publicado em 
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CUNHA FILHO, Walter Xavier da. Liquidação de sentença no processo do trabalho. In: Âmbito Jurídico, 
Rio Grande, XI, n. 58, out 2008. Disponível em: <http://www.ambito-
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DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, 2004. 
FERNANDES, Larissa. Linhas gerais do procedimento de execução trabalhista. Jusbrasil.com.br. 
Publicado em 2018. Disponível em: 
<https://larissaparquet.jusbrasil.com.br/artigos/524734387/linhas-gerais-do-procedimento-de-
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GIGLIO, Wagner D. e Corrêa, Cláudia Giglio Veltri. Direito processual do trabalho. 16ª ed. São Paulo: 
2007. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 10ª ed. São Paulo: Ltr, 2012. 
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Execução de sentença no processo do trabalho. 2 ed. São Paulo: Atlas, 
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https://jus.com.br/artigos/50586/a-execucao-provisoria-na-justica-do-trabalho
https://jus.com.br/artigos/50586/a-execucao-provisoria-na-justica-do-trabalho
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5192
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5192
https://larissaparquet.jusbrasil.com.br/artigos/524734387/linhas-gerais-do-procedimento-de-execucao-trabalhista
https://larissaparquet.jusbrasil.com.br/artigos/524734387/linhas-gerais-do-procedimento-de-execucao-trabalhista
https://almiro10.jusbrasil.com.br/artigos/468420814/liquidacao-da-sentenca-e-execucao-trabalhista
https://almiro10.jusbrasil.com.br/artigos/468420814/liquidacao-da-sentenca-e-execucao-trabalhista
https://jus.com.br/tudo/direito-processual-do-trabalho
 
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