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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Processo de Execução de Pagar Quantia. 
Execuções Especiais
Livro Eletrônico
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Thiago Cordeiro Pivotto
Processo de Execução de Pagar Quantia. Execuções Especiais
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo de Execução de Pagar Quantia; Execuções Especiais . .....................................................5
Disposições Gerais . ............................................................................................................................................................5
Citação e Arresto . ............................................................................................................................................................... 7
Penhora, Depósito e Avaliação . ...............................................................................................................................17
Expropriação de Bens . ................................................................................................................................................. 33
Satisfação do Crédito.................................................................................................................................................... 38
Execução contra a Fazenda Pública. ................................................................................................................. 43
Execução de Alimentos . ............................................................................................................................................. 46
Resumo . ...................................................................................................................................................................................47
Questões de Concurso . ............................................................................................................................................... 54
Gabarito................................................................................................................................................................................... 78
Gabarito Comentado ..................................................................................................................................................... 79
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Thiago Cordeiro Pivotto
Processo de Execução de Pagar Quantia. Execuções Especiais
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação
Olá, tudo bem com você?
Vamos nos aventurar no maravilhoso mundo do Processo Civil e eu terei a honra de auxi-
liar vocês nessa caminhada.
Eu sempre adotei, na minha trajetória de estudos, um material base com o qual eu pudes-
se contar e ler sempre antes de fazer as provas. Acredito que seja fundamental você ter suas 
anotações/cadernos e sempre poder revisá-los nas semanas que antecedem a prova.
DICA
É fundamental você ter um caderno apenas. Uma fonte para 
cada matéria. Não faça a besteira de ter 3 ou 4 anotações es-
parsas da mesma matéria. Condensar tudo em um mesmo 
material é muito importante para fins de organização. Por 
isso, utilize este material em PDF e monte seus cadernos a 
partir deles, ou, caso você já tenha seus cadernos, alimente-
-os com as informações que você verá aqui. O importante é 
você não ter uma pluralidade de materiais, porque se fizer isso 
você vai acabar se perdendo.
Minha trajetória de estudos começou em 2010 e, desde então, eu acompanho todas as 
notícias diárias que são publicadas no STF e no STJ, bem como todos os informativos sema-
nais dos dois Tribunais, sem perder nenhum.
O diferencial deste material, portanto, é justamente este: abordarei com vocês o conteúdo 
básico de cada disciplina, mas irei aprofundar com a jurisprudência mais atual e mais diver-
sificada sobre o assunto, além de trazer questões sobre as matérias.
As provas, atualmente, cobram muita letra de lei, mas também muito entendimento juris-
prudencial, por isso eu acredito que com esta leitura você ficará preparado para alcançar seu 
objetivo no mundo dos concursos públicos, pois terá todo o conteúdo mais atualizado possível.
Com esse método, fui aprovado e exerci os cargos de Técnico Administrativo no MPU, 
Analista Judiciário no TJDFT, Juiz de Direito no TJMT e Juiz Federal no TRF1. Se eu consegui, 
você também consegue!
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Thiago Cordeiro Pivotto
Processo de Execução de Pagar Quantia. Execuções Especiais
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Em Processo Civil, ficarei responsável por 14 pontos que estão divididos conforme o cro-
nograma abaixo. Não vejo a necessidade de uma leitura ordenada dos pontos, portanto, você 
pode começar com Provas (Aula 12) e depois ler sobre Juizados Especiais (Aula 28), por exem-
plo. Eu acho importante apenas que você leia o ponto inteiro antes de partir para o próximo.
Aula Conteúdo
7 Atos processuais; e Vícios dos atos
8 Tutela provisória
9 Formação, suspensão e extinção do processo; e Petição inicial
10 Audiência de mediação e conciliação; Respostas do réu; e Revelia
11 Providências preliminares e julgamento conforme o estado do processo; e Audiência de instrução e 
julgamento
12 Provas
13 Sentença; Liquidação de sentença; e Coisa julgada
16 Execução; Princípios, Sujeitos e Competência da execução
17 Título executivo; e Responsabilidade patrimonial
18 Cumprimento provisório de sentença; Cumprimentos de sentença (fazer, não fazer, entregar e pagar); 
Processo de execução (fazer, não fazer e entregar)
19 Processo de execução de pagar quantia; Execuções especiais
20 Defesas do executado; Suspensão e extinção do processo de execução
27 Mandado de segurança; Ação popular; Ação civil pública; e Ação de improbidade administrativa
28 Juizados Especiais; Processo eletrônico
Boa leitura!
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PAGAR QUANTIA; 
EXECUÇÕES ESPECIAIS
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os artigos 824 ao 913 do nosso Código de Processo 
Civil. Fique tranquilo porque sempre que o artigo for muito importante, eu irei transcrevê-lo 
para você. Sempre que tiver algum julgado importante eu também vou transcrever a ementa 
para que seu estudo fique dinâmico. Por fim, atente-se para o fato de que o tema aqui trata-
do é um dos maiores dentro do CPC. Destacarei os trechos mais importantes para o estudo 
da matéria, mas não irei descrever absolutamente todos os dispositivos, caso contrário sua 
leitura ficaria prejudicada em razão do tamanho do conteúdo! Você perceberá também que 
na parte das questões, incluí algumas que, apesar e não se referirem especificamente aos 
artigos supracitados, dizem respeito à matéria e servirão como um complemento ao estudo.
Disposições Gerais
Vamos tratar da execução como processo autônomo voltado ao pagamento de quantia 
certa. A satisfação da pretensão do exequente acontece pela expropriação de bens do execu-
tado. É a regra geral, que encontra exceções atinentes a algumas execuções especiais, como 
ocorre contra a Fazenda Pública, em que há a necessidade de observância da sistemática dos 
precatórios e requisições de pequeno valor.
A expropriação, que é a retirada da propriedade, pode acontecer via adjudicação, aliena-
ção (em leilão judicial ou por iniciativa particular) e a apropriação de frutos e rendimentos de 
empresa ou de estabelecimento e de outros bens. Há, nessa ordem, uma preferência legal.
É possível ainda que antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado possa remir
a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, com juros, custas e 
honorários advocatícios.
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Cuidado com algumas terminologias:
• Remissão = perdão da dívida.
– Depende de aceitação do devedor.
• Remição = resgate dos bens penhorados pelo devedor até o momento efetivo da expro-
priação!
• Excussão = Excussão pode significar benefício de ordem ou execução.
– Se for invocado o benefício de ordem (excussão) e o devedor, retardando-se a exe-
cução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que 
os bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da 
dívida afiançada. A norma tende a punir a inoperância do credor, a negligência do 
mesmo em receber a sua dívida (art. 839).
– No direito civil há outra acepção para o termo excussão (execução) – O credor hipo-
tecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, 
e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prio-
ridade no registro (art. 1.422). Desse modo, pode o referido credor ingressar com 
a ação de execução pignoratícia ou hipotecária para promover a alienação judicial 
da coisa garantida, visando a receber o seu crédito que tem garantia. Consigne-se 
que o credor anticrético não tem tal direito, podendo apenas reter em seu poder o 
bem, enquanto a dívida não for paga (art. 1.423). Esse direito do credor anticrético 
é extinto decorridos 15 (quinze) anos da data de sua constituição (perempção da 
anticrese). Enuncia o art. 1.428 do CC “é nula a cláusula que autoriza o credor pig-
noratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não 
for paga no vencimento”. Ademais, após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa 
em pagamento da dívida. O art. 1.428, portanto, consagra a nulidade absoluta do 
pacto comissório real, que vem a ser a cláusula que autoriza o credor de um direito 
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real de garantia a ficar com o bem sem levá-lo a excussão. Destaque-se que para o 
STJ “existente pacto comissório, “disfarçado por simulação”, não se pode deixar de 
proclamar a nulidade, não pelo vício da simulação, mas em virtude de aquela avença 
não ser tolerada pelo direito” (REsp 784.273).
Citação e arresto
Recebida a inicial, o juiz verifica a regularidade do processo e fixa, de plano, honorários 
advocatícios de 10% a serem pagos pelo executado. O valor será de 5% na hipótese de paga-
mento integral no prazo de 3 dias, podendo ser elevado a até 20% quando rejeitados os em-
bargos à execução ou ao final do procedimento executivo, considerando o trabalho realizado 
pelo advogado do exequente.
Multa cominatória de 10% da fase de cumprimento de sentença não integra base de cálculo 
dos honorários advocatícios.
A base de cálculo da multa e dos honorários advocatícios é a mesma, ou seja, ambos incidem 
sobre o débito.
Julgado: STJ. REsp 1757033/DF. RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA. ART. 523 DO CPC/2015. INADIMPLEMENTO DA 
OBRIGAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. BASE DE CÁLCULO. VALOR DA DÍVIDA. NÃO 
INCLUSÃO DA MULTA. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência 
do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos n.s 2 e 3/STJ). 2. Cinge-
-se a controvérsia a definir se a verba honorária devida no cumprimento definitivo de sen-
tença a que se refere o § 1º do art. 523 do CPC/2015 será calculada apenas sobre o débito 
exequendo ou também sobre a multa de 10% (dez por cento) decorrente do inadimplemento 
voluntário da obrigação no prazo legal. 3. A base de cálculo sobre a qual incidem os hono-
rários advocatícios devidos em cumprimento de sentença é o valor da dívida (quantia fixada 
em sentença ou na liquidação), acrescido das custas processuais, se houver, sem a inclusão 
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da multa de 10% (dez por cento) pelo descumprimento da obrigação dentro do prazo legal 
(art. 523, § 1º, do CPC/2015). 4. Recurso especial provido. (Rel. Ministro RICARDO VILLAS 
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/10/2018, DJe 15/10/2018).
Os honorários fixados no início de uma execução são provisórios, pois a sucumbência final será 
determinada, definitivamente, apenas no momento do julgamento dos embargos à execução.
A continuidade da ação, por qualquer motivo, implica a possibilidade de revisão da verba, que 
poderá ser majorada, reduzida, invertida ou até mesmo suprimida.
Julgado: STJ. REsp 1414394/DF. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. TÍTULO 
EXTRAJUDICIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO PROVISÓRIA. ACORDO 
HOMOLOGADO. EXECUÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PROVISÓRIOS. DESCA-
BIMENTO. OMISSÃO INEXISTENTE. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 7/STJ. DISSÍ-
DIO NÃO CONFIGURADO. FALTA DE SIMILITUDE. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. 
SÚMULA N. 282/STF. 1. Cinge-se a controvérsia a saber se os advogados da exequente 
mantêm o direito à percepção dos honorários fixados no despacho que recebe a exe-
cução, a qual foi posteriormente extinta em virtude de homologação de acordo entre as 
partes, em que se estabeleceu que cada parte arcaria com os honorários de seus res-
pectivos patronos. 2. Os honorários fixados no início da execução são provisórios, pois 
só se conhecerá a sucumbência final quando do julgamento dos embargos. Preceden-
tes do STJ. 3. Havendo composição entre as partes quanto à dívida principal, dispondo 
expressamente sobre os honorários advocatícios, não subsistem os honorários fixados 
no despacho que recebe a execução. Não há falar em sucumbência quando não existe 
vencedor nem vencido, cabendo às partes dispor sobre o ônus do pagamento da verba. 
4. Ressalva-se o direito dos advogados que se reputarem prejudicados o ajuizamento 
de ação autônoma para pleitear a percepção da verba honorária, bem como o respectivo 
valor, tudo conforme a extensão de sua atuação no processo. 5. Rever as conclusões do 
Tribunal de origem - para entender que os recorrentes atuaram em defesa dos direitos 
da exequente em diversos feitos - demandaria o reexame de todo o acervo documental 
carreado aos autos de processo distinto, o que é inviável em sede de recurso especial, no 
termos da Súmula n. 7/STJ. 6. Recurso especial conhecido em parte e não provido. (Rel. 
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/09/2015, DJe 
30/09/2015).
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Quando houver sentença homologatória de transação firmada entre as partes e esta não dis-
por sobre os honorários sucumbenciais, a decisão inicial que arbitra os honorários advocatí-
cios em execução de título extrajudicial pode ser considerada título executivo.
Julgado: STJ. REsp 1819956/SP. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO 
DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. HONORÁRIOS FIXADOS NO DESPACHO INICIAL. ACORDO 
HOMOLOGADO NO DIA SUBSEQUENTE À DESTITUIÇÃO DOS PATRONOS. SUCUMBÊN-
CIA. EXISTÊNCIA. EXECUÇÃO DA VERBA HONORÁRIA NOS PRÓPRIOS AUTOS. POSSIBI-
LIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. O propósito recursal reside em saber se, revo-
gado o mandato dos patronos da parte no curso da ação, é necessário o ajuizamento 
de ação autônoma para arbitramento de honorários sucumbenciais ou se é possível a 
execução da verba honorária nos próprios autos da demanda extinta em decorrência 
da sentença homologatóriade transação firmada entre as partes, a qual não dispôs 
sobre os honorários. 2. É indiscutível o fato de que a jurisprudência desta Corte Superior 
entende que os honorários fixados no despacho inicial da execução possuem caráter 
provisório. Contudo, percebe-se que a legislação de regência prevê apenas a majoração 
desses honorários, não havendo previsão legal para que a aludida verba seja reduzida, 
salvo no caso de pagamento do débito no prazo de 3 (três) dias, o que não se verifica 
na espécie. 2.1. Por conseguinte, ao fixá-los no mínimo de 10% sobre a dívida, o Magis-
trado de primeiro grau garantiu o recebimento desse valor, no mínimo, exceto se o pró-
prio escritório de advogados tivesse transacionado sobre seu direito, o que não ocorreu, 
de modo que a referida decisão deve ser considerada um título executivo. 2.2. Ademais, 
a transação extrajudicial ocorrida na hipótese se deu para reconhecimento do débito e 
parcelamento do débito, de maneira que houve sucumbência por parte da devedora, que 
reconheceu sua dívida e se comprometeu a adimpli-la nos termos do acordo firmado. 
2.3. O pedido de homologação da transação extrajudicial foi protocolado exatamente no 
dia posterior à revogação do mandato outorgado ao escritório recorrente, e não existiu 
nenhuma disposição acerca dos honorários no acordo entabulado. 2.4. Portanto, a deci-
são inicial que arbitrou os honorários advocatícios pode ser considerada como um título 
executivo, até mesmo em homenagem ao princípio da instrumentalidade das formas, 
pois as partes não seriam prejudicadas e o processo atingiria sua finalidade sem o inde-
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sejável e excessivo apego ao formalismo. 3. Recurso especial provido. (Rel. Ministro 
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 10/12/2019, DJe 19/12/2019).
No processo de conhecimento, as prestações sucessivas são consideradas incluídas no pe-
dido, independentemente de declaração expressa do autor.
NCPC: Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessi-
vas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa 
do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do 
processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Esse entendimento se aplica também ao processo de execução.
NCPC: Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, 
e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execu-
ção, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos 
efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do Livro I da Parte 
Especial.
Julgado: STJ. REsp 1759364/RS. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE COTAS 
CONDOMINIAIS. INCLUSÃO DAS PARCELAS VINCENDAS NO DÉBITO EXEQUENDO. POS-
SIBILIDADE. PREVISÃO LEGAL CONTIDA NOS ARTS. 323 E 771, PARÁGRAFO ÚNICO, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. DÉBITOS ORIGINADOS DA MESMA RELAÇÃO 
OBRIGACIONAL. AUSÊNCIA DE DESCARACTERIZAÇÃO DOS REQUISITOS DO TÍTULO 
EXECUTIVO (LIQUIDEZ, CERTEZA E EXIGIBILIDADE) NA HIPÓTESE. HOMENAGEM AOS 
PRINCÍPIOS DA EFETIVIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL. RECURSO PROVIDO. 1. 
O cerne da controvérsia consiste em saber se, à luz das disposições do Código de Pro-
cesso Civil de 2015, é possível a inclusão, em ação de execução de título extrajudicial, 
das parcelas vincendas no débito exequendo, até o cumprimento integral da obrigação 
no curso do processo. 2. O art. 323 do CPC/2015 estabelece que: “Na ação que tiver por 
objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas 
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incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão inclu-
ídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, 
deixar de pagá-las ou de consigná-las”. 2.1. Embora o referido dispositivo legal se refira 
à tutela de conhecimento, revela-se perfeitamente possível aplicá-lo ao processo de 
execução, a fim de permitir a inclusão das parcelas vincendas no débito exequendo, até 
o cumprimento integral da obrigação no curso do processo. 2.2. Com efeito, o art. 771 
do CPC/2015, que regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, 
permite, em seu parágrafo único, a aplicação subsidiária das disposições concernentes 
ao processo de conhecimento à execução, dentre as quais se insere a regra do aludido 
art. 323. 3. Esse entendimento, ademais, está em consonância com os princípios da 
efetividade e da economia processual, evitando o ajuizamento de novas execuções com 
base em uma mesma relação jurídica obrigacional, o que sobrecarregaria ainda mais o 
Poder Judiciário, ressaltando-se, na linha do que dispõe o art. 780 do CPC/2015, que “o 
exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, 
quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo 
juízo e idêntico o procedimento”, tal como ocorrido na espécie. 4. Considerando que as 
parcelas cobradas na ação de execução - vencidas e vincendas - são originárias do 
mesmo título, ou seja, da mesma relação obrigacional, não há que se falar em inviabili-
zação da impugnação dos respectivos valores pelo devedor, tampouco em cerceamento 
de defesa ou violação ao princípio do contraditório, porquanto o título extrajudicial exe-
cutado permanece líquido, certo e exigível, embora o débito exequendo possa sofrer alte-
ração no decorrer do processo, caso o executado permaneça inadimplente em relação 
às sucessivas cotas condominiais. 5. Recurso especial provido. (Rel. Ministro MARCO 
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/02/2019, DJe 15/02/2019).
O exequente poderá, quando a execução for admitida, requerer a certidão comprobatória 
de ajuizamento da execução. Com ela, é possível averbá-la no registro de imóveis, de veículos 
e de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
O objetivo central dessa certidão averbada é cientificar terceiros acerca da existência da 
execução, com a possibilidade de gerar a presunção da fraude à execução na hipótese de alie-
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nação ou oneração do bem. Por isso, formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir 
o valor da dívida, o exequente providenciará o cancelamento das averbações em 10 dias.
É claro que averbações manifestamente indevidas ou a ausência do seu cancelamento
quando necessário implicam a necessidade de responsabilização do exequente, que indeni-
zará a parte contrária, mediante incidente em autos apartados.
O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 dias, contado da citação. No 
mandado de citação, além da ordem de pagamento, haverá a ordem de penhora e avaliação a 
serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento. Não há, portan-
to, expedição de novo mandado.
A penhora, como regra, recai sobre os bens indicados pelo exequente, a não ser que outros 
sejam indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, em prol da menor onerosidade da execu-
ção, mas desde que não haja prejuízo ao exequente.
Não encontrando o executado para citação, o oficialde justiça deve arrestar tantos bens 
quanto bastem para a garantia da execução. 10 dias após a efetivação do arresto, o oficial de 
justiça deve procurar o executado 2 vezes em dias distintos. Na suspeita de ocultação, proce-
de-se à citação com hora certa.
Não encontrado o executado e não havendo suspeita de ocultação, cabe ao exequente
requerer sua citação por edital. Em todas as hipóteses, uma vez aperfeiçoada a citação, o ar-
resto realizado converte-se em penhora, independentemente de termo.
Na linha da execução menos gravosa, o STJ admite apreensão de passaporte ou CNH para
coação ao pagamento de dívida de valor, mas exige:
• Contraditório prévio;
• Indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável, caso contrário haveria mera 
sanção em substituição à dívida patrimonial inadimplida, em espécie de sub-rogação;
• Subsidiariedade da medida;
• Fundamentação no sentido de ser a medida necessária, lógica e proporcional.
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NCPC: Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias neces-
sárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto 
prestação pecuniária.
Julgado: STJ. REsp 1782418/RJ. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR 
DANO MORAL E REPARAÇÃO POR DANO MATERIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
QUANTIA CERTA. MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS. ART. 139, IV, DO CPC/15. CABI-
MENTO. DELINEAMENTO DE DIRETRIZES A SEREM OBSERVADAS PARA SUA APLICA-
ÇÃO. 1. Ação distribuída em 10/6/2011. Recurso especial interposto em 25/5/2018. 
Autos conclusos à Relatora em 3/12/2018. 2. O propósito recursal é definir se, na fase de 
cumprimento de sentença, a suspensão da carteira nacional de habilitação e a retenção 
do passaporte do devedor de obrigação de pagar quantia são medidas viáveis de serem 
adotadas pelo juiz condutor do processo. 3. O Código de Processo Civil de 2015, a fim 
de garantir maior celeridade e efetividade ao processo, positivou regra segundo a qual 
incumbe ao juiz determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive 
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária (art. 139, IV). 4. A interpretação 
sistemática do ordenamento jurídico revela, todavia, que tal previsão legal não autoriza 
a adoção indiscriminada de qualquer medida executiva, independentemente de balizas 
ou meios de controle efetivos. 5. De acordo com o entendimento do STJ, as moder-
nas regras de processo, ainda respaldadas pela busca da efetividade jurisdicional, em 
nenhuma circunstância poderão se distanciar dos ditames constitucionais, apenas 
sendo possível a implementação de comandos não discricionários ou que restrinjam 
direitos individuais de forma razoável. Precedente específico. 6. A adoção de meios exe-
cutivos atípicos é cabível desde que, verificando-se a existência de indícios de que o 
devedor possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsi-
diário, por meio de decisão que contenha fundamentação adequada às especificidades 
da hipótese concreta, com observância do contraditório substancial e do postulado da 
proporcionalidade. 7. Situação concreta em que o Tribunal a quo indeferiu o pedido do 
exequente de adoção de medidas executivas atípicas sob o singelo fundamento de que 
a responsabilidade do devedor por suas dívidas diz respeito apenas ao aspecto patri-
monial, e não pessoal. 8. Como essa circunstância não se coaduna com o entendimento 
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propugnado neste julgamento, é de rigor - à vista da impossibilidade de esta Corte revol-
ver o conteúdo fático-probatório dos autos - o retorno dos autos para que se proceda 
a novo exame da questão. 9. De se consignar, por derradeiro, que o STJ tem reconhe-
cido que tanto a medida de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação quanto a de 
apreensão do passaporte do devedor recalcitrante não estão, em abstrato e de modo 
geral, obstadas de serem adotadas pelo juiz condutor do processo executivo, devendo, 
contudo, observar-se o preenchimento dos pressupostos ora assentados. Precedentes. 
RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, jul-
gado em 23/04/2019, DJe 26/04/2019).
Julgado: STJ. RHC 99.606/SP. […]. 5. A medida de restrição de saída do país sem prévia 
garantia da execução tem o condão, por outro lado, - ainda que de forma potencial - de 
ameaçar de forma direta e imediata o direito de ir e vir do paciente, pois lhe impede, 
durante o tempo em que vigente, de se locomover para onde bem entender. 6. O pro-
cesso civil moderno é informado pelo princípio da instrumentalidade das formas, sendo 
o processo considerado um meio para a realização de direitos que deve ser capaz de 
entregar às partes resultados idênticos aos que decorreriam do cumprimento natural e 
espontâneo das normas jurídicas. 7. O CPC/15 emprestou novas cores ao princípio da 
instrumentalidade, ao prever o direito das partes de obterem, em prazo razoável, a reso-
lução integral do litígio, inclusive com a atividade satisfativa, o que foi instrumentalizado 
por meio dos princípios da boa-fé processual e da cooperação (arts. 4º, 5º e 6º do CPC), 
que também atuam na tutela executiva. 8. O princípio da boa-fé processual impõe aos 
envolvidos na relação jurídica processual deveres de conduta, relacionados à noção de 
ordem pública e à de função social de qualquer bem ou atividade jurídica. 9. O princípio 
da cooperação é desdobramento do princípio da boa-fé processual, que consagrou a 
superação do modelo adversarial vigente no modelo do anterior CPC, impondo aos liti-
gantes e ao juiz a busca da solução integral, harmônica, pacífica e que melhor atenda 
aos interesses dos litigantes. 10. Uma das materializações expressas do dever de coo-
peração está no art. 805, parágrafo único, do CPC/15, a exigir do executado que alegue 
violação ao princípio da menor onerosidade a proposta de meio executivo menos gra-
voso e mais eficaz à satisfação do direito do exequente. 11. O juiz também tem atribui-
ções ativas para a concretização da razoável duração do processo, a entrega do direito 
executado àquela parte cuja titularidade é reconhecida no título executivo e a garantia 
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do devido processo legal para exequente e o executado, pois deve resolver de forma 
plena o conflito de interesses. 12. Pode o magistrado, assim, em vista do princípio da 
atipicidade dos meios executivos, adotar medidas coercitivas indiretas para induzir o 
executado a, de forma voluntária, ainda que não espontânea, cumprir com o direito que 
lhe é exigido. 13. Não se deve confundir a natureza jurídica das medidas de coerção psi-
cológica, que são apenas medidas executivas indiretas, com sanções civis de natureza 
material, essas sim capazes de ofender a garantia da patrimonialidade da execução por 
configurarem punições ao não pagamento da dívida. 14. Como forma de resolução plena 
do conflito de interesses e do resguardo do devido processo legal, cabe ao juiz, antes de 
adotar medidas atípicas, oferecer a oportunidade de contraditório prévio ao executado, 
justificando, na sequência, se for o caso, a eleição da medida adotada de acordocom os 
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. 15. Na hipótese em exame, embora 
ausente o contraditório prévio e a fundamentação para a adoção da medida impugnada, 
nem o impetrante nem o paciente cumpriram com o dever que lhes cabia de indicar 
meios executivos menos onerosos e mais eficazes para a satisfação do direito execu-
tado, atraindo, assim, a consequência prevista no art. 805, parágrafo único, do CPC/15, 
de manutenção da medida questionada, ressalvada alteração posterior. 16. Recurso em 
habeas corpus desprovido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 13/11/2018, DJe 20/11/2018).
Julgado: STJ. RHC 97.876/SP. RHC 97876/SP. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. MEDIDAS COERCITIVAS ATÍPICAS. 
CPC/2015. INTERPRETAÇÃO CONSENTÂNEA COM O ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL. 
SUBSIDIARIEDADE, NECESSIDADE, ADEQUAÇÃO E PROPORCIONALIDADE. RETENÇÃO 
DE PASSAPORTE. COAÇÃO ILEGAL. CONCESSÃO DA ORDEM. SUSPENSÃO DA CNH. NÃO 
CONHECIMENTO. 1. O habeas corpus é instrumento de previsão constitucional voca-
cionado à tutela da liberdade de locomoção, de utilização excepcional, orientado para o 
enfrentamento das hipóteses em que se vislumbra manifesta ilegalidade ou abuso nas 
decisões judiciais. 2. Nos termos da jurisprudência do STJ, o acautelamento de passa-
porte é medida que limita a liberdade de locomoção, que pode, no caso concreto, sig-
nificar constrangimento ilegal e arbitrário, sendo o habeas corpus via processual ade-
quada para essa análise. 3. O CPC de 2015, em homenagem ao princípio do resultado na 
execução, inovou o ordenamento jurídico com a previsão, em seu art. 139, IV, de medi-
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das executivas atípicas, tendentes à satisfação da obrigação exequenda, inclusive as de 
pagar quantia certa. 4. As modernas regras de processo, no entanto, ainda respaldadas 
pela busca da efetividade jurisdicional, em nenhuma circunstância, poderão se distan-
ciar dos ditames constitucionais, apenas sendo possível a implementação de comandos 
não discricionários ou que restrinjam direitos individuais de forma razoável. 5. Assim, 
no caso concreto, após esgotados todos os meios típicos de satisfação da dívida, para 
assegurar o cumprimento de ordem judicial, deve o magistrado eleger medida que seja 
necessária, lógica e proporcional. Não sendo adequada e necessária, ainda que sob o 
escudo da busca pela efetivação das decisões judiciais, será contrária à ordem jurídica. 
6. Nesse sentido, para que o julgador se utilize de meios executivos atípicos, a decisão 
deve ser fundamentada e sujeita ao contraditório, demonstrando-se a excepcionalidade
da medida adotada em razão da ineficácia dos meios executivos típicos, sob pena de 
configurar-se como sanção processual. 7. A adoção de medidas de incursão na esfera 
de direitos do executado, notadamente direitos fundamentais, carecerá de legitimidade e 
configurar-se-á coação reprovável, sempre que vazia de respaldo constitucional ou pre-
visão legal e à medida em que não se justificar em defesa de outro direito fundamental. 8.
A liberdade de locomoção é a primeira de todas as liberdades, sendo condição de quase 
todas as demais. Consiste em poder o indivíduo deslocar-se de um lugar para outro, ou 
permanecer cá ou lá, segundo lhe convenha ou bem lhe pareça, compreendendo todas as 
possíveis manifestações da liberdade de ir e vir. 9. Revela-se ilegal e arbitrária a medida 
coercitiva de suspensão do passaporte proferida no bojo de execução por título extraju-
dicial (duplicata de prestação de serviço), por restringir direito fundamental de ir e vir de 
forma desproporcional e não razoável. Não tendo sido demonstrado o esgotamento dos 
meios tradicionais de satisfação, a medida não se comprova necessária. 10. O reconhe-
cimento da ilegalidade da medida consistente na apreensão do passaporte do paciente, 
na hipótese em apreço, não tem qualquer pretensão em afirmar a impossibilidade dessa 
providência coercitiva em outros casos e de maneira genérica. A medida poderá eventu-
almente ser utilizada, desde que obedecido o contraditório e fundamentada e adequada 
a decisão, verificada também a proporcionalidade da providência. 11. A jurisprudência 
desta Corte Superior é no sentido de que a suspensão da Carteira Nacional de Habili-
tação não configura ameaça ao direito de ir e vir do titular, sendo, assim, inadequada a 
utilização do habeas corpus, impedindo seu conhecimento. É fato que a retenção desse 
documento tem potencial para causar embaraços consideráveis a qualquer pessoa e, 
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a alguns determinados grupos, ainda de forma mais drástica, caso de profissionais, que 
tem na condução de veículos, a fonte de sustento. É fato também que, se detectada esta 
condição particular, no entanto, a possibilidade de impugnação da decisão é certa, toda-
via por via diversa do habeas corpus, porque sua razão não será a coação ilegal ou arbi-
trária ao direito de locomoção, mas inadequação de outra natureza. 12. Recurso ordi-
nário parcialmente conhecido. (Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, 
julgado em 05/06/2018, DJe 09/08/2018).
penhora, Depósito e avaliação
A penhora recai sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento da dívida, entendida 
como o valor principal, a correção monetária, os juros, as custas e os honorários advocatícios.
É possível combinar técnicas expropriativas, em prol da satisfação do direito, que é uma nor-
ma fundamental do processo civil.
Julgado: STJ. REsp 1733697/RS. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMEN-
TOS. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO APÓS PENHORA DE BENS DO DEVEDOR. 
POSSIBILIDADE. OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA. SUPERAÇÃO DO PRINCÍPIO 
DA TIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS EXISTENTE NO CPC/73. SATISFATIVIDADE DO 
DIREITO RECONHECIDO JUDICIALMENTE. NORMA FUNDAMENTAL. CRIAÇÃO DE UM 
PODER GERAL DE EFETIVAÇÃO DA TUTELA EXECUTIVA QUE ROMPE O DOGMA DA TIPI-
CIDADE. CRIAÇÃO E ADOÇÃO DE MEDIDAS ATÍPICAS APENAS EXISTENTES EM OUTRAS 
MODALIDADES EXECUTIVAS E COMBINAÇÃO DE MEDIDAS EXECUTIVAS. POSSIBILI-
DADE. PONDERAÇÃO ENTRE A MÁXIMA EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO E MENOR ONERO-
SIDADE DO DEVEDOR. CRITÉRIOS. HIPÓTESE CONCRETA. DÉBITO ALIMENTAR ANTIGO 
E DE GRANDE VALOR. DESCONTO EM FOLHA PARCELADO E EXPROPRIAÇÃO DE BENS 
PENHORADOS. POSSIBILIDADE. 1- Ação proposta em 21/03/2005. Recurso especial 
interposto em 29/05/2017 e atribuído à Relatora em 14/03/2018. 2- O propósito recur-
sal consiste em definir se é admissível o uso da técnica executiva de desconto em folha 
da dívida de natureza alimentar quando há anterior penhora de bens do devedor. 3- Dife-
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rentemente do CPC/73, em que vigorava o princípio da tipicidade dos meios executivos 
para a satisfação das obrigações de pagar quantia certa, o CPC/15, ao estabelecer que 
a satisfação do direito é uma norma fundamental do processo civil e permitir que o juiz 
adote todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para 
assegurar o cumprimento da ordem judicial, conferiu ao magistrado um poder geral de 
efetivação de amplo espectro e que rompe com o dogma da tipicidade. 4- Respeitada 
a necessidade fundamentação adequada e que justifique a técnica adotada a partir de 
critérios objetivos de ponderação, razoabilidade e proporcionalidade, conformando os 
princípios da máximaefetividade da execução e da menor onerosidade do devedor, per-
mite-se, a partir do CPC/15, a adoção de técnicas de executivas apenas existentes em 
outras modalidades de execução, a criação de técnicas executivas mais apropriadas 
para cada situação concreta e a combinação de técnicas típicas e atípicas, sempre com 
o objetivo de conferir ao credor o bem da vida que a decisão judicial lhe atribuiu. 5- Na 
hipótese, pretende-se o adimplemento de obrigação de natureza alimentar devida pelo 
genitor há mais de 24 (vinte e quatro) anos, com valor nominal superior a um milhão e 
trezentos mil reais e que já foi objeto de sucessivas impugnações do devedor, sendo 
admissível o deferimento do desconto em folha de pagamento do débito, parcelada-
mente e observado o limite de 10% sobre os subsídios líquidos do devedor, observando-
-se que, se adotada apenas essa modalidade executiva, a dívida somente seria inteira-
mente quitada em 60 (sessenta) anos, motivo pelo qual se deve admitir a combinação 
da referida técnica sub-rogatória com a possibilidade de expropriação dos bens penho-
rados. 6- Recurso especial conhecido e desprovido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 11/12/2018, DJe 13/12/2018).
Caso o bem seja considerado impenhorável ou inalienável, não é possível penhorá-lo ou 
submetê-lo à execução. É essa a premissa que embasa a execução diferenciada em relação 
à Fazenda Pública, por exemplo.
O art. 833 do CPC traz um rol dos bens que são considerados impenhoráveis. O assunto é 
bastante extenso e há diversos livros que tratam apenas sobre a matéria. Veremos o rol e os 
principais julgados afetos ao tema.
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Art. 833. São impenhoráveis:
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, 
salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um 
médio padrão de vida;
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de apo-
sentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por libera-
lidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador 
autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis 
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI – o seguro de vida;
VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em edu-
cação, saúde ou assistência social;
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
-mínimos;
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imo-
biliária, vinculados à execução da obra.
Há, ainda, exceções à possibilidade de penhora, ou seja, ainda que o bem seja considerado 
impenhorável, é possível submetê-lo aos efeitos da execução, a depender da hipótese.
Se a dívida for relativa ao próprio bem considerado impenhorável, tal característica não 
poderá ser oponível à execução da dívida.
A impenhorabilidade dos salários e da quantia depositada em poupança até o limite de 
40 salários mínimos não se aplica para pagamento de prestação alimentícia, independen-
temente de sua origem. Além disso, se o valor dessas cifras exceder a 50 salários-mínimos, 
é cabível a constrição do excedente.
Ainda que determinado bem seja inalienável, é possível penhorar os frutos e os rendimen-
tos deles advindo, à falta de outros bens.
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É possível a renúncia à impenhorabilidade? Não.
A impenhorabilidade do bem de família protege a entidade familiar e não o devedor. Por isso, é in-
disponível e irrenunciável, não podendo tal bem ser dado em garantia de dívida exceto conforme 
previsto expressamente na lei. (Notícias do STJ de 30/04/2012).
Julgado: STJ. AgInt na PET no REsp 1754525/RS. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO 
INTERPOSTO CONTRA A DECISÃO QUE DEFERIU O PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA. 1.
No regime do CPC/73, a orientação desta Corte firmou-se no sentido de que “a indicação
do imóvel como garantia não implica em renúncia ao benefício da impenhorabilidade do 
bem de família, em razão da natureza de norma cogente, prevista na Lei n.º 8.009/90” 
(AgRg no REsp 1108749/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 13/08/2009, DJe 31/08/2009), ou seja, “conforme já assentado 
pelo STJ, a proteção conferida pela Lei 8.009/1990 não admite renúncia pelo proprie-
tário” (REsp 1487028/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 13/10/2015, DJe 18/11/2015). No mesmo sentido: REsp 828.375/RS, Rel. Ministra 
ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2008, DJe 17/02/2009; REsp 
864.962/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
04/02/2010, DJe 18/02/2010; AgRg nos EREsp 888.654/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO 
DE NORONHA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/03/2011, DJe 18/03/2011. 2. Agravo 
interno não provido. (Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 19/02/2019, DJe 26/02/2019).
Julgado: STJ. REsp 1115265/RS. 1.- A proteção legal assegurada ao bem de família 
pela Lei n. 8.009/1990 não pode ser afastada por renúncia, por tratar-se de princípio 
de ordem pública, que visa a garantia da entidade familiar. 2.- A ressalva prevista no 
art. 3º, inciso V, da Lei n. 8.009/1990 não alcança a hipótese dos autos, limitando-se, 
unicamente, à execução hipotecária, não podendo benefício da impenhorabilidade ser 
afastado para a execução de outras dívidas. Por tratar-se de norma de ordem pública, 
que visa a proteção da entidade familiar, e não do devedor, a sua interpretação há de ser 
restritiva à hipótese contida na norma. 3.- Recurso Especial improvido. (Rel. Ministro 
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 10/05/2012).
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O STJ, no entanto, afasta a proteção ao bem de família se o comportamento do devedor for 
contraditório e de má-fé.
Julgado: STJ. REsp 1461301/MT. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. LEI N. 8.009/1990. BEM 
DE FAMÍLIA. ACORDO HOMOLOGADO JUDICIALMENTE. DESCUMPRIMENTO. PENHORA. 
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE BOA-FÉ. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Jus-
tiça inclinou-se no sentido de que o bem de família é impenhorável, mesmo quando indi-
cado à constrição pelo devedor. 2. No entanto, verificado que as partes, mediante acordo
homologado judicialmente, pactuaram o oferecimento do imóvel residencial dos execu-
tados em penhora, não se pode permitir, em razão da boa-fé que deve reger as relações 
jurídicas, a desconstituição da penhora, sob pena de desprestígio do próprio Poder Judi-
ciário. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/03/2015, DJe 23/03/2015).
Julgado:STJ. REsp 1560562/SC. DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLA-
RATÓRIA DE NULIDADE DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM 
IMÓVEL RECONHECIDO COMO BEM DE FAMÍLIA. POSSIBILIDADE. CONDUTA QUE FERE 
A ÉTICA E A BOA-FÉ. 1. Ação declaratória de nulidade de alienação fiduciária de imóvel 
reconhecido como bem de família. 2. Ação ajuizada em 23/08/2013. Recurso especial 
concluso ao gabinete em 26/08/2016. Julgamento: CPC/73. 3. O propósito recursal é 
dizer se é válida a alienação fiduciária de imóvel reconhecido como bem de família. 4.
A questão da proteção indiscriminada do bem de família ganha novas luzes quando con-
frontada com condutas que vão de encontro à própria ética e à boa-fé, que devem per-
mear todas as relações negociais. 5. Não pode o devedor ofertar bem em garantia que 
é sabidamente residência familiar para, posteriormente, vir a informar que tal garantia 
não encontra respaldo legal, pugnando pela sua exclusão (vedação ao comportamento 
contraditório). 6. Tem-se, assim, a ponderação da proteção irrestrita ao bem de família, 
tendo em vista a necessidade de se vedar, também, as atitudes que atentem contra a 
boa-fé e a eticidade, ínsitas às relações negociais. 7. Ademais, tem-se que a própria Lei 
n. 8.009/1990, com o escopo de proteger o bem destinado à residência familiar, aduz que 
o imóvel assim categorizado não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, 
fiscal, previdenciária ou de outra natureza, mas em nenhuma passagem dispõe que tal 
bem não possa ser alienado pelo seu proprietário. 8. Não se pode concluir que o bem 
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de família legal seja inalienável e, por conseguinte, que não possa ser alienado fiducia-
riamente por seu proprietário, se assim for de sua vontade, nos termos do art. 22 da Lei 
9.514/97. 9. Recurso especial conhecido e não provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019).
Julgado: STJ. REsp 1782227/PR. DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXE-
CUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. BEM IMÓVEL RECONHECIDO COMO 
BEM DE FAMÍLIA DADO EM GARANTIA DO CUMPRIMENTO DE ACORDO HOMOLOGADO 
JUDICIALMENTE. POSSIBILIDADE. CONDUTA QUE FERE A ÉTICA E A BOA-FÉ. 1. Ação 
de execução de título executivo extrajudicial - nota promissória. 2. Ação ajuizada em 
11/06/2010. Recurso especial concluso ao gabinete em 07/05/2018. Julgamento: 
CPC/2015. 3. O propósito recursal é dizer se é válido o oferecimento de bem de família 
como garantia ao cumprimento de acordo pactuado e homologado judicialmente nos 
autos de ação de execução por quantia certa. 4. A questão da proteção indiscriminada 
do bem de família ganha novas luzes quando confrontada com condutas que vão de 
encontro à própria ética e à boa-fé, que devem permear todas as relações negociais. 
5. Não pode o devedor ofertar bem em garantia que é sabidamente residência familiar 
para, posteriormente, vir a informar que tal garantia não encontra respaldo legal, pug-
nando pela sua exclusão (vedação ao comportamento contraditório). 6. Tem-se, assim, 
a ponderação da proteção irrestrita ao bem de família, tendo em vista a necessidade 
de se vedar, também, as atitudes que atentem contra a boa-fé e a eticidade, ínsitas às 
relações negociais. 7. Recurso especial conhecido e não provido. (Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/08/2019, DJe 29/08/2019)
Julgado: STJ. REsp 1559348/DF. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO 
CPC/1973. NÃO OCORRÊNCIA. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 
CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. TRANSMISSÃO CONDICIO-
NAL DA PROPRIEDADE. BEM DE FAMÍLIA DADO EM GARANTIA. VALIDADE DA GARAN-
TIA. VEDAÇÃO AO COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO. […]. 3. A jurisprudência desta 
Corte reconhece que a proteção legal conferida ao bem de família pela Lei n. 8.009/90 
não pode ser afastada por renúncia do devedor ao privilégio, pois é princípio de ordem 
pública, prevalente sobre a vontade manifestada. 4. A regra de impenhorabilidade apli-
ca-se às situações de uso regular do direito. O abuso do direito de propriedade, a fraude 
e a má-fé do proprietário devem ser reprimidos, tornando ineficaz a norma protetiva, que 
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não pode tolerar e premiar a atuação do agente em desconformidade com o ordena-
mento jurídico. […]. (Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
18/06/2019, DJe 05/08/2019).
Não obstante, o reconhecimento de fraude à execução, com a consequente declaração de 
ineficácia da doação, afasta a proteção ao bem de família prevista na Lei n. 8.009/1990.
Julgado: STJ. REsp 1364509/RS. CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA DE 
ALUGUÉIS. DOAÇÃO DE IMÓVEL EM FRAUDE DE EXECUÇÃO. BEM DE FAMÍLIA. AFASTA-
MENTO DA PROTEÇÃO. POSSIBILIDADE. FRAUDE QUE INDICA ABUSO DE DIREITO. ART. 
ANALISADO: 1º, LEI N. 8.009/1990. 1. Embargos de terceiro distribuídos em 12/04/2010, 
do qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em 22/04/2013. 
2. Discute-se se a doação realizada ao menor impúbere, do único imóvel onde reside 
a família, dias depois de intimados os devedores para pagar quantia certa, em cum-
primento de sentença, configura fraude de execução e afasta a natureza impenhorável 
do bem transferido. 3. A exegese sistemática da Lei n. 8.009/90 evidencia nítida preo-
cupação do legislador no sentido de impedir a deturpação do benefício legal, vindo a 
ser utilizado como artifício para viabilizar a aquisição, melhoramento, uso, gozo e/ou 
disposição do bem de família sem nenhuma contrapartida, à custa de terceiros. 4. Sob 
essa ótica, é preciso considerar que, em regra, o devedor que aliena, gratuita ou onero-
samente, o único imóvel, onde reside com a família, está, ao mesmo tempo, dispondo
daquela proteção legal, na medida em que seu comportamento evidencia que o bem não 
lhe serve mais à moradia ou subsistência. 5. Na espécie, as circunstâncias em que rea-
lizada a doação do imóvel estão a revelar que os devedores, a todo custo, tentam ocul-
tar o bem e proteger o seu patrimônio, sacrificando o direito do credor, assim, portanto, 
obrando, não apenas em fraude de execução, mas também - e sobretudo - com fraude 
aos dispositivos da própria Lei n. 8.009/1990. 6. Nessas hipóteses, é possível, com fun-
damento em abuso de direito, reconhecer a fraude de execução e afastar a proteção con-
ferida pela Lei n. 8.009/1990. 7. Recurso especial conhecido e desprovido. (Rel. Ministra 
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/06/2014, DJe 17/06/2014).
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 334.975/SP. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. FRAUDE À EXECUÇÃO. 
SÚMULA 7/STJ. 1. Afasta-se a proteção conferida pela Lei n. 8.009/1990, quando 
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caracterizada fraude à execução. 2. É vedado, nesta instância especial, o reexame do 
conjunto fático-probatório. Incidência da Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental a que se 
nega provimento. (Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 
07/11/2013, DJe 20/11/2013).
O tema é divergente, havendo posicionamento da 1ª Turma no sentido de que não há fraude à 
execução na alienação de bem impenhorável.
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 255.799/RS. […]. 2. Em se tratando de único bem de família, 
o imóvel familiar é revestido deimpenhorabilidade absoluta, consoante a Lei 8.009/1990, 
tendo em vista a proteção à moradia conferida pela CF; segundo a jurisprudência desta 
Corte, não há fraude à execução na alienação de bem impenhorável, tendo em vista que 
o bem de família jamais será expropriado para satisfazer a execução, não tendo o exe-
quente qualquer interesse jurídico em ter a venda considerada ineficaz. Incidência da 
Súmula 83 desta Corte. […]. (Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 17/09/2013, DJe 27/09/2013).
Como a regra é a de não ser possível renunciar, o único imóvel no qual reside o sócio devedor 
não pode ser penhorado só pelo fato de pertencer à sociedade empresária.
Julgado: STJ. EDcl no AREsp 511.486/SC. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS 
COMO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. 
EXECUÇÃO. CONSTRIÇÃO DE IMÓVEL DE PROPRIEDADE DE SOCIEDADE COMERCIAL 
UTILIZADO COMO RESIDÊNCIA DOS SÓCIOS. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE 
RECONHECIDA. ART. 1º DA LEI N. 8.009/1990. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 
1. A jurisprudência do STJ tem, de forma reiterada e inequívoca, pontuado que o bene-
fício conferido pela Lei n. 8.009/1990 se trata de norma cogente, que contém princípio 
de ordem pública, e sua incidência somente é afastada se caracterizada alguma hipó-
tese descrita no art. 3º da Lei n. 8.009/1990. 2. A jurisprudência desta egrégia Corte 
orienta-se no sentido de considerar que é “impenhorável a residência do casal, ainda 
que de propriedade de sociedade comercial” (REsp 356.077/MG, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 30/08/2002, DJ de 14/10/2002, p. 226). Pre-
cedentes. 3. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental, ao qual se nega 
provimento. (Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 03/03/2016, DJe 
10/03/2016).
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A proteção legal do bem de família impede a renúncia do devedor à prerrogativa, mas não 
importa na inalienabilidade, o que abarca a possibilidade de alienação fiduciária.
Pode alienar fiduciariamente bem de família legal (o voluntário não).
Informativo 664, STJ: “[...]. Segundo a doutrina, o bem de família voluntário, que depende 
de ato voluntário, gera a inalienabilidade e impenhorabilidade, vez que instituído o bem 
de família, através do procedimento público no Cartório Imobiliário, torna-se impenho-
rável e inalienável, restringindo sua comerciabilidade. Por outro lado, o bem de família
legal, regulado pela Lei n. 8.009/1990, gera, apenas, a impenhorabilidade, não respon-
dendo pelas dívidas civis, trabalhistas, comerciais, fiscais, previdenciárias e de qualquer 
natureza, não se revelando crível pudesse a norma legal impedir a livre disposição (alie-
nação) do bem por parte de seu titular. […].” (REsp 1.595.832-SC, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 29/10/2019, DJe 04/02/2020).
Julgado: STJ. REsp 1595832/SC. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM 
PAGAMENTO E NULIDADE DA CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE. IMÓVEL INDICADO 
COMO GARANTIA DE CONTRATO DE MÚTUO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁ-
RIA. PROTEÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA. DESCABIMENTO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
REQUERIDA POR PESSOA JURÍDICA DIVERSA DO CREDOR FIDUCIÁRIO. IRREGULARI-
DADE INSANÁVEL. NULIDADE RECONHECIDA. AUSÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO EM MORA 
DO DEVEDOR. 1. A proteção legal conferida ao bem de família pela Lei n. 8.009/90 não 
pode ser afastada por renúncia do devedor ao privilégio, pois é princípio de ordem pública, 
prevalente sobre a vontade manifestada (AgRg nos EREsp 888.654/ES, Rel. Ministro 
João Otávio de Noronha, Segunda Seção, julgado em 14.03.2011, DJe 18.03.2011). 2.
Nada obstante, à luz da jurisprudência dominante das Turmas de Direito Privado: (a) 
a proteção conferida ao bem de família pela Lei n. 8.009/90 não importa em sua ina-
lienabilidade, revelando-se possível a disposição do imóvel pelo proprietário, inclusive 
no âmbito de alienação fiduciária; e (b) a utilização abusiva de tal direito, com evidente 
violação do princípio da boa-fé objetiva, não deve ser tolerada, afastando-se o benefí-
cio conferido ao titular que exerce o direito em desconformidade com o ordenamento 
jurídico. 3. No caso dos autos, não há como afastar a validade do acordo de vontades 
firmado entre as partes, inexistindo lastro para excluir os efeitos do pacta sunt servanda
sobre o contrato acessório de alienação fiduciária em garantia, afigurando-se imposi-
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tiva, portanto, a manutenção do acórdão recorrido no ponto, ainda que por fundamento 
diverso. 4. De outro lado, é certo que, para que ocorra a consolidação da propriedade 
fiduciária em nome do credor, o devedor fiduciante deverá ser regularmente notificado, 
ato que, na alienação fiduciária de imóvel, acarreta diversos possíveis efeitos jurídicos: 
(a) a purgação da mora, com a retomada do contrato (§ 5º do artigo 26); (b) caso não 
haja pagamento, o oficial do cartório de registro certificará o evento ao credor para que 
adote as medidas necessárias à consolidação da propriedade em seu favor; (c) a rein-
tegração de posse e posterior leilão do imóvel; e (d) enquanto não for extinta a proprie-
dade fiduciária resolúvel, persistirá a posse direta do devedor fiduciante. 5. A notificação 
em questão, para além das consequências naturais da constituição do devedor fidu-
ciante em mora, permite, em não havendo a purgação e independentemente de processo 
judicial (opera-se formalmente pela via registrária cartorial), o surgimento do direito de 
averbar na matrícula do imóvel a consolidação da propriedade em nome do credor noti-
ficante, isto é, do fiduciário. 6. Sob tal ótica, destaca-se a exegese perfilhada em julgado 
da Quarta Turma no sentido de que “a repercussão da notificação é tamanha que qual-
quer vício em seu conteúdo é hábil a tornar nulos seus efeitos, principalmente quando se 
trata de erro crasso, como há na troca da pessoa notificante” (REsp 1.172.025/PR, Rel. 
Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 07.10.2014, DJe 29.10.2014). 7. 
Na espécie, revela-se evidente a existência de defeito na indicação do credor fiduciário 
(notificante), pois, à época do encaminhamento da notificação extrajudicial (outubro de 
2013), a Caixa Econômica Federal não titularizava qualquer crédito em face da deve-
dora fiduciante (notificada), cenário que somente veio a ser alterado em janeiro de 2014, 
data em que ocorrida a cessão do crédito pertencente a Brazilian Mortgages Companhia 
Hipotecária (credora originária). 8. Sobre a data da cessão, importante assinalar que, 
nos termos das decisões proferidas nos autos (indeferitória de tutela antecipada e sen-
tença), a Caixa Econômica Federal não logrou demonstrar que o negócio jurídico teria 
sido celebrado em momento anterior a janeiro de 2014. 9. Assim, acabou por ser inefi-
caz a notificação extrajudicial, que, ao cientificar a devedora fiduciante sobre débito pelo 
qual estaria em mora, apontou pessoa jurídica diversa como credor fiduciário, o que se 
deu sem respaldo em negócio jurídico contemporâneo, retratando, assim, relação jurí-
dica que não correspondia com a realidade dos fatos, o que invalida a consolidação da 
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propriedade do imóvel. 10. Recurso especial parcialmente provido. (Rel. Ministro LUIS 
FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 29/10/2019, DJe 04/02/2020).
O Código estabelece uma ordem preferencial relativa à penhora. Nela, o principal meio de 
satisfação é o dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira, 
seguido de títulos da dívida pública, títulos e valores mobiliários, veículos, bens imóveis, bens 
móveis em geral e outros.
A penhora é realizada mediante auto ou termo, com toda a informação necessária ao ato, 
como a indicação do dia, mês, ano e lugar em que foi feita, nomes do exequente e executado, 
descrição dos bens penhorados e nomeação do depositário dos bens. Assim que ocorre a 
apreensão e o depósito dos bens, considera-se feita a penhora, lavrando-se um só auto se as 
diligências forem concluídas no mesmo dia.
Etapa importantíssima no procedimento é a cientificação do executado, para garantir o 
contraditório e a ampla defesa. Formalizada a penhora, dela será imediatamente intimado o 
executado, por intermédio de seu advogado ou sociedade de advogados. Na ausência de ad-
vogado constituído, a intimação é feita pessoalmente, com preferência pela via postal. Claro 
que se a penhora for realizada na presença do executado, no mesmo ato já será intimado, 
dispensando atos posteriores nesse sentido.
Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também 
o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens. 
Se o bem for indivisível, a quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução re-
cai sobre o produto da alienação.
Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar 
a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de có-
pia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
Para realização da penhora de bens, é fator independente a detenção ou a guarda de 
terceiros. Penhora de imóvel e de veículos automotores são realizados por termo nos autos, 
quando apresentada a respectiva certidão.
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Caso o executado impeça a penhora, o oficial de justiça deve comunicar o fato ao juiz, 
com solicitação de auxílio para que dois oficiais de justiça executem o ato, podendo arrombar 
cômodos e móveis. Todo o ato deve ser reduzido a termo e assinado por duas testemunhas
presentes à diligência. Cabe ainda o auxílio de força policial para acompanharem os oficiais, 
a depender do caso.
O Código permite ainda a modificação da penhora, após realizada. O executado, no prazo 
de 10 dias contados da intimação da penhora, pode requerer sua substituição, comprovando 
a menor onerosidade e a ausência de prejuízo ao exequente. O juiz intimará o exequente para 
manifestar-se sobre o requerimento de substituição do bem penhorado.
Vimos anteriormente a ordem preferencial de penhora. Nesse sentido, o Código permite 
que as partes possam requerer a substituição da penhora caso não obedeça à ordem legal. 
Existem ainda outras hipóteses permissíveis do pleito de substituição, como o fracasso na 
tentativa de alienação, a baixa liquidez do bem, a presença de bens no foro da execução ou 
bens livres de ônus.
A penhora pode ainda ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, 
em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de 30%. Sempre que houver 
substituição da penhora, há a necessidade de lavrar novo termo.
A ordem é preferencial, não cogente, sendo possível sua flexibilização em cotejo com o prin-
cípio da menor onerosidade.
Julgado: STJ. AgRg na AR 5.102/RS. […]. 3. O art. 655 do CPC estabelece a ordem de 
preferência da penhora, sendo que o dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação 
em instituição financeira, ocupa o primeiro lugar, justamente pelo fato de conferir maior 
liquidez ao processo de execução. Outrossim, essa gradação deve ser interpretada em 
consonância com o princípio da menor onerosidade preconizado pelo art. 620 do CPC, 
de sorte que a jurisprudência desta Corte Superior tem assentado que esta ordem não 
tem caráter absoluto, devendo o magistrado avaliar as circunstâncias e os interesses 
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das partes em cada caso concreto. […]. (Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA 
SEÇÃO, julgado em 12/02/2014, DJe 17/02/2014).
Julgado: STJ. REsp 1691748/PR. […]. 7. O CPC/2015 (art. 835, § 2º) equiparou, para fins 
de substituição da penhora, a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde 
que em valor não inferior ao do débito constante da inicial da execução, acrescido de 30% 
(trinta por cento). 8. O seguro garantia judicial, espécie de seguro de danos, garante o 
pagamento de valor correspondente aos depósitos judiciais que o tomador (potencial 
devedor) necessite realizar no trâmite de processos judiciais, incluídas multas e indeni-
zações. A cobertura terá efeito depois de transitada em julgado a decisão ou o acordo 
judicial favorável ao segurado (potencial credor de obrigação pecuniária sub judice) e 
sua vigência deverá vigorar até a extinção das obrigações do tomador (Circular SUSEP 
n. 477/2013). A renovação da apólice, a princípio automática, somente não ocorrerá se 
não houver mais risco a ser coberto ou se apresentada nova garantia. 9. No cumprimento 
de sentença, a fiança bancária e o seguro garantia judicial são as opções mais eficientes 
sob o prisma da análise econômica do direito, visto que reduzem os efeitos prejudiciais 
da penhora ao desonerar os ativos de sociedades empresárias submetidas ao processo 
de execução, além de assegurar, com eficiência equiparada ao dinheiro, que o exequente 
receberá a soma pretendida quando obter êxito ao final da demanda. 10. Dentro do sistema 
de execução, a fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem os mesmos efeitos 
jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o exequente rejeitar a 
indicação, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda ofere-
cida. 11. Por serem automaticamente conversíveis em dinheiro ao final do feito executivo, 
a fiança bancária e o seguro garantia judicial acarretam a harmonização entre o princípio 
da máxima eficácia da execução para o credor e o princípio da menor onerosidade para 
o executado, a aprimorar consideravelmente as bases do sistema de penhora judicial e a 
ordem de gradação legal de bens penhoráveis, conferindo maior proporcionalidade aos 
meios de satisfação do crédito ao exequente. 12. No caso, após a definição dos valores 
a serem pagos a título de perdas e danos e de astreintes, nova penhora poderá ser feita, 
devendo ser autorizado, nesse instante, o oferecimento de seguro garantia judicial pelo 
devedor, desde que cubra a integralidade do débito e contenha o acréscimo de 30% (trinta 
por cento), pois, com a entrada em vigor do CPC/2015, equiparou-se a dinheiro. 13. Não 
evidenciado o caráter protelatório dos embargos de declaração, impõe-se a inaplicabili-
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dade da multa prevista no § 2º do art. 1.026 do CPC/2015. Incidência da Súmula n. 98/
STJ. 14. Recurso especial provido. (Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TER-
CEIRA TURMA, julgado em 07/11/2017, DJe 17/11/2017).
Embora o parágrafo único do artigo 848 se refira à possibilidade de a penhora ser “substituída
por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial”, é possíveloferecimento de seguro garan-
tia independente de penhora anterior de outro bem.
NCPC: Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, 
em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Em seu entendimento, considerando que a cláusula que condiciona a cobertura da apólice 
ao trânsito em julgado implica a concessão automática de efeito suspensivo à execução, 
caberá ao juiz da execução decidir, a partir das especificidades do processo, “se a objeção do 
executado ao cumprimento de sentença apresenta fundamentação idônea para justificar a 
admissão do seguro-garantia judicial, seja para fins de segurança do juízo, seja para fins de 
substituição de anterior penhora”. “Não sendo idônea a objeção do executado, poderá o ma-
gistrado rejeitar a garantia apresentada, assim o fazendo mediante decisão fundamentada, 
nos moldes do artigo 489 do CPC/2015”, acrescentou.
(Notícias do STJ de 20/05/2020).
Há a possibilidade de alienação antecipada de bens penhorados que sejam sujeitos à de-
preciação ou deterioração, como ocorre com veículos automotores, pedras e metais precio-
sos. Se houver manifesta vantagem na alienação antecipada, o Código também permite sua 
realização.
Para todo ato de substituição, modificação, reforço ou nova penhora, deve o juiz ouvir a 
parte contrária, no prazo de 3 dias, antes de decidir. Determina a lei ainda que o juiz decida de 
plano qualquer questão suscitada pelas partes.
A penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira ocorre, na prática, via sis-
tema denominado BacenJud.
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Para possibilitar a penhora em dinheiro, o juiz, a requerimento do exequente e sem dar 
ciência prévia do ato ao executado, determina às instituições financeiras que tornem indispo-
níveis os ativos financeiros existentes em nome do executado, no valor executado.
Se houver indisponibilidade a maior, o juiz, no prazo de 24 horas a contar da resposta, 
determina o cancelamento do excesso. Com a indisponibilidade do necessário, deve o execu-
tado ser intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
No prazo de 5 dias, cabe ao executado afirmar que a quantia é impenhorável, indisponível
ou excessiva. O juiz então analisará a alegação e determinará o cancelamento do necessário. 
Na hipótese de rejeição da argumentação ou não apresentação de manifestação pelo execu-
tado, a indisponibilidade converte-se em penhora, sem a necessidade de lavratura de termo. 
O juiz então determina que a instituição financeira, em 24 horas, transfira o montante para 
conta do juízo da execução.
A penhora de créditos do executado é feita a depender da natureza do título. Sendo letra 
de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos, far-se-á pela apreensão do
documento, esteja ou não este em poder do executado. Caso contrário há a intimação para
que o terceiro devedor não pague ao executado, seu credor; e a intimação para que o execu-
tado, credor do terceiro, não pratique ato de disposição do crédito.
O terceiro só se exonera da obrigação depositando em juízo a importância da dívida e, 
caso negue o débito em conluio com o executado, eventual quitação que lhe der será fraude 
à execução.
Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora que recair sobre ele será 
averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação correspondente à penho-
ra, a fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao 
executado.
A título de penhora de quotas ou de ações de sociedade personificadas, cabe ao juiz as-
sinalar prazo razoável, não superior a 3 meses, para que a sociedade apresente um balanço 
especial, ofereça as quotas ou ações aos demais sócios ou proceda à liquidação das quotas 
ou ações, com depósito em juízo do valor apurado, em dinheiro.
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A sociedade pode adquirir sem redução do capital social as quotas ou ações. Sendo so-
ciedade anônima de capital aberto, tal faculdade não é permitida, pois a negociação dos va-
lores deve ocorrer em bolsa.
Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como 
em semoventes, plantações ou edifícios em construção, o juiz nomeará administrador-depo-
sitário, determinando-lhe que apresente em 10 dias o plano de administração. Após ouvidas 
as partes, cabe ao juiz decidir a questão. O Código expressamente afirma que a penhora, nes-
tes moldes, é subsidiária, ou seja, somente será determinada se não houver outro meio eficaz 
para a efetivação do crédito.
Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil 
alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz também poderá ordenar a 
penhora de percentual de faturamento de empresa.
O juiz pode, ainda, ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel
quando a considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao exe-
cutado. Haverá a nomeação de um administrador-depositário, que será investido de todos os 
poderes afetos à administração do bem.
Procedida a penhora, é necessário avaliá-la. A avaliação é feita pelo oficial de justiça, 
como regra. Sendo necessários conhecimentos especializados, desde que o valor da exe-
cução seja condizente, pode o juiz nomear avaliador específico, com fixação de prazo não 
superior a 10 dias para entrega do laudo.
Existem situações em que a avaliação é dispensada. Caso uma das partes aceite a es-
timativa feita pela outra, torna-se desnecessária a avaliação. Títulos ou mercadorias com 
cotação em bolsa também já possuem valor determinado. Para veículos automotores, é pos-
sível utilizar anúncios de venda divulgados ou a famosa Tabela FIPE.
Realizada a avaliação, seu laudo ou vistoria deverá ser juntada ao auto de penhora, com as 
especificações necessárias (características do bem, valor, estado em que se encontra etc.). 
As partes são ouvidas sobre o laudo no prazo de 5 dias.
Cabe nova avaliação em hipóteses nas quais houver erro na avaliação ou dolo do avalia-
dor, demonstrados fundamentadamente. Também é possível nova avaliação quando o juiz 
tiver fundada dúvida sobre o valor ou for verificada a majoração ou diminuição superveniente 
do valor do bem.
Superadas as fases de penhora e de avaliação, inicia-se a etapa de expropriação dos bens.
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Thiago Cordeiro Pivotto
Processo de Execução de Pagar Quantia. Execuções Especiais
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
expropriação De Bens
A expropriação, que é a retirada da propriedade, pode acontecer via adjudicação, aliena-
ção (em leilão judicial ou por iniciativa particular) e a apropriação de frutos e rendimentos de 
empresa ou de estabelecimento e de outros bens. Há, nessa ordem, uma preferência legal.
A título de adjudicação, é lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avalia-
ção, requerer que lhe sejam entregues os bens penhorados.
Formulado o requerimento da adjudicação, o executado é intimado do pedido pelo diário 
de justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; por carta com AR, quando re-
presentado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos; ou 
por meio eletrônico quando forem empresas públicas ou privadas (com obrigação de manter 
cadastro nos sistemas de processos em autos

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