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Questionário Processo Civil III

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Questionário
1 - O que vem a ser liquidação de sentença?
A liquidação é a fase processual incidental destinada à apuração do valor da obrigação já reconhecida por meio de decisão judicial, para o posterior cumprimento mediante execução forçada.
2 - Em quais casos cabe a liquidação por arbitramento?
A liquidação por arbitramento tem lugar quando há necessidade de conhecimento específico para a identificação do valor devido.
3 - Em quais casos cabe liquidação pelo procedimento comum?
Será feita quando houver necessidade de alegar e provar fato novo, prevista no art. 509, II, CPC/15.
4 - Existe liquidação por cálculo aritmético no Novo CPC? Explique.
De acordo com o novo CPC não há mais liquidação por cálculo aritmético. A princípio, quem faz estes cálculos, é o próprio advogado. Se os cálculos forem muito complexos, além da normalidade, cabe liquidação por arbitramento;
5 - Esquematize os procedimentos de liquidação previstos no CPC, com seus artigos correspondentes.
	LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
	TIPO
	Art.
	Por ARBITRAMENTO
	509, I e 510, CPC/15
	Por PROCEDIMENTO COMUM
	509, II e 511, CPC/15
6 - É possível se processar concomitantemente liquidação e cumprimento de sentença? Explique.
Sim, é possível que seja processado concomitantemente liquidação em sua parte liquida em conjunto com o cumprimento de sentença.
7 - Quem pode iniciar a liquidação de sentença?
Nos termos do caput do artigo 509 NCPC, a liquidação tem início mediante requerimento da parte interessada, por meio de petição avulsa, com os pedidos de instauração do incidente e de intimação da parte contrária, por intermédio do respectivo advogado. Incide, portanto, o princípio da iniciativa das partes; não há liquidação ex officio.
8 - Como se dá a intimação no cumprimento de sentença? Explique.
A intimação do devedor, se dará na pessoa do advogado ou não, para cumprir a obrigação conforme diretrizes do  § 2º do artigo 513 CPC/15:
I – pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II – por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III – por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos;
IV – por edital, quando, citado na forma do artigo 256 CPC, tiver sido revel na fase de conhecimento.
Na hipótese do § 2º, incisos II e III, artigo 513 CPC, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do artigo 274 NCPC – § 3º do artigo 513 CPC.
9 - Conceitue título executivo judicial e cite os tipos de título listados no CPC e o dispositivo legal pertinente.
Título executivo é um ato ou fato jurídico indicado em lei como portador do efeito de tornar adequada a tutela executiva em relação ao preciso direito a que se refere. Em que o art. 515 do novo CPC: São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste título:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII – a sentença arbitral;
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;”
10 - De quem é a competência para o processamento de cumprimento de sentença? Fundamente.
A competência para dar cumprimento à sentença é, via de regra, do juízo de primeiro grau que a proferiu, ainda que tenha ocorrido modificação de seu conteúdo via recurso aos tribunais, conforme art. 516, I, CPC/15.
11 - Pode haver protesto no cumprimento de sentença? Explique.
Sim, em conformidade com o artigo 517 CPC, a decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no artigo 523 CPC.
Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão – § 1º do artigo 517 CPC.
12 - Sempre haverá caução no cumprimento provisório de sentença? Explique.
Não necessariamente, a parte pode dar início da mesma forma que daria ao cumprimento definitivo. Isso porque a prestação da caução é durante o cumprimento de sentença, e pode ser através do levantamento de dinheiro, no caso de execução de pagar quantia certa, em que houve penhora de dinheiro, transferência de posse (execução de entregar coisa) ou alienação de propriedade; e prática de ato do qual possa resultar grave dano ao executado (execução de fazer e não fazer).
13 - Quais matérias poderão ser abordadas pelo devedor em sede de impugnação? Qual o seu prazo? Aponte ainda o dispositivo legal.
Em conformidade com o artigo 525 NCPC, transcorrido o prazo previsto no artigo 523 NCPC, sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado independentemente de nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. De acordo com o § 1º do artigo 525 NCPC, na impugnação, o executado poderá alegar:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
14. Esquematize e aponte a fundamentação legal:
O procedimento de cumprimento provisório de sentença;
O procedimento de cumprimento definitivo de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia;
O procedimento de cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos;
O procedimento de cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública;
O procedimento de cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
	CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
	TIPO DE CUMPRIMENTO
	Art.
	Provisório de sentença
	520 a 522, CPC/15
	Obrigação de pagar quantia
	Por iniciativa do DEVEDOR: 526, CPC/15 Por iniciativa do CREDOR: 523, CPC/15
	Obrigação de prestar alimentos
	528, CPC/15
	Obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública
	534 e 535, CPC/15
	Obrigação de fazer
	INFUNGÍVEL/FUNGÍVEL: 536 e 537, CPC/15
	Obrigação de não fazer
	536 e 537, CPC/15
	Obrigação de entregar coisa
	538, CPC/15
15 - Qual a natureza jurídica da impugnação no cumprimento se sentença?
A natureza jurídica da impugnação no cumprimento de sentença é a de defesa.
16 - Existe efeito suspensivo na impugnação? Mesmo com este efeito, o cumprimento da sentença pode seguir? Explique.
Em regra a impugnação não é para efeito suspensivo,  de qualquer modo, o §6º do art. 525 autoriza, excepcionalmente, a concessão do efeito suspensivo (total ou parcialmente) se o devedor lograr êxito em reunir 4 requisitos: Garantia do juízo (caução); Requerimento expresso; Relevância dos fundamentos (probabilidade do direito alegado); Risco de dano em decorrência da continuidade da execução. E mesmo com a impugnação do cumprimento de sentença é licito ao exequente prosseguir com o cumprimento de sentença. é oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz – § 10º do artigo 525 NCPC.
17 - Cite e explique todos os princípios da Execução.
Toda execução é real (patrimonialidade): a atividade jurisdicional incide sobre o patrimônio e não sobre a pessoa do devedor.
Princípio da efetividade da execução forçada: o processo deve dar,quanto for possível praticamente, a quem tenha um direito, tudo aquilo e exatamente aquilo que tenha direito de conseguir.
Princípio da menor gravosidade da execução para o devedor (princípio do menor sacrifício possível do executado): toda execução pode ser econômica, isto é, deve realizar-se da forma que, satisfazendo o direito do credor, seja o menos prejudicial possível ao devedor. 
Princípio do respeito à dignidade humana: a execução não deve levar o executado a uma situação incompatível com a dignidade humana.
Princípio da autonomia do processo de execução: Estabelece que o processo de execução é autônomo do processo de conhecimento.
Princípio do resultado (Brêtas) ou do desfecho único (Alexandre Câmara): Estabelece que toda execução deve ter como objetivo a satisfação do interesse do credor.
Princípio da disponibilidade da execução: O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas, sem qualquer dependência ou assentimento da parte contrária (artigo 775 NCPC).
Princípio do contraditório: como é direito fundamental, este princípio também está previsto no processo de execução.
Princípio da nulla executicio sine titulo: Estabelece que toda execução é fundamentada em um título executivo judicial ou extrajudicial.
Princípio da (a)tipicidade e adequação dos meios executivos: Estabelece que para cada espécie de obrigação (dar, fazer ou não fazer e pagar) o CPC determina um procedimento próprio.
Princípio da lealdade: Estabelece que, em todos os atos processuais, devem tanto o credor quanto o devedor proceder de forma leal e com boa-fé (art. 5º NCPC).
Princípio da responsabilidade da execução: Estabelece que a responsabilidade pela atividade executiva é do credor, exequente.
18 - Comente o artigo 774 CPC.
O artigo 774 do Código de Processo Civil de 2015 visa garantir que todos os atos praticados pelas partes no procedimento de cumprimento de sentença em que venham a agir sem o respaldo da boa-fé e de forma legal,  impedindo que a tutela executiva se realize, venham a sofrer uma sanção por parte do judiciário por virem a ferir e por algumas vezes acabar que por atrasar alguns julgados do judiciário. 
19 - Pode haver desistência da execução? Explique.
Sim, o exequente poderá, a qualquer momento desistir da execução, sem a anuência do executado.
20 - Quem tem legitimidade ativa para propor a execução? Aponte o fundamento legal.
A legitimidade ativa ocorre quando em nome próprio, o sujeito pleiteia direito próprio, art. 778, NCPC.
21 - Quem tem legitimidade passiva para sofrer a execução? Aponte o fundamento legal.
Tem legitimidade passiva “o devedor, reconhecido como tal no título executivo”, art. 779, NCPC.
22 - De quem é a competência para o processamento da execução por título extrajudicial? Fundamente.
De acordo com o artigo 576 do Código de Processual Civil de 2015 a execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o juízo competente.
23 - Quais são os requisitos dos títulos executivos? Explique e fundamente.
Título executivo possui 3 requisitos que são imprescindíveis para que possa ser executado ou cumprido, e estão previstas no art. 783 CPC. São elas: certeza, liquidez e exigibilidade.
24 - Conceitue título executivo extrajudicial e cite os tipos de título listados no CPC e o dispositivo legal pertinente.
Atualmente, pode-se considerar título executivo extrajudicial todo ato jurídico (documento) escrito, que contenha os requisitos da liquidez e da certeza art.586, CPC/15. 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores.
25 - Como se dá a responsabilidade patrimonial na execução? Explique e fundamente.
A regra geral da responsabilidade patrimonial encontra-se estabelecida no artigo 591 do Código de Processo Civil, segundo o qual “o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
26 - Quando a alienação ou a oneração de bens será considerada fraude à execução? Explique e fundamente legalmente.
Conforme art. 792, CPC/15, do qual ampliou e aperfeiçoou a redação do código de processo civil anterior: 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828 ;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
27 - Diferencie:
Fraude a credores;
Fraude à execução;
Alienação de bem penhorado.
	FRAUDES DO DEVEDOR
	TIPOS:
	CONTRA CREDORES
	À EXECUÇÃO
	ALIENAÇÃO DO BEM PENHORADO
	Elemento Objetivo
	Insolvência
	Pendência de ação real sobre a coisa alienada (art. 593, I) e insolvência e litispendência (art. 593,II)
	Litispendência e ato de constrição
	Elemento Subjetivo
	Ciência pelo terceiro prejudicado do dano, a ser provado pelo credor - salvo negócio gratuito.
	Ciência pelo terceiro prejudicado da litispendência, presumida com registro da ação.
	Ciência pelo terceiro prejudicado da penhora, presumida com seu registro 
	Consequência
	Anulabilidade. Para alguns, ineficácia.
	Ineficácia relativa.
	Ineficácia relativa.
28 - Comente os artigos 798 e 799 CPC.
Os artigos 798 e 799 do NCPC dizem respeito aos requisitos para a petição inicial no processo de execução, devendo apresentar: 
O título executivo extrajudicial, pois, como observado no art. 781, Novo CPC, e no art. 783, Novo CPC, a execução deverá ser fundada em título executivo de obrigação líquida e certa;
O demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa. Os requisitos do demonstrativo de débito estão contidos no parágrafo único do artigo. Cabe ressaltar que o benefício da justiça gratuita abarca o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução, conforme o inciso VII do artigo 98, NCPC;
A prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, uma vez que o art. 783, Novo CPC, determina que a obrigação seja líquida, certa e exigível. E nos casos dos títulos com prazo, condição ou termo, a exigibilidade somente se perfectibilizará quando forem preenchidos os requisitos.
A prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente. Trata-se, então, da previsão do art. 787, Novo CPC.
Assim como também deverá indicar na inicial do processo de execução:
A espécie de execução, se houver mais de uma possibilidade;
Qualificação das partes (nome completo, CPF e CNPJ do exequente e do executado) e, quando possível, já indicar os bens à penhora.
Já oparágrafo único do 798 explora os itens obrigatórios no demonstrativo de débito requerido em processo de execução. O demonstrativo de débito, no processo de execução, é essencial para a garantia do direito de defesa. 
Já o artigo 799 após os requisitos do art. 798, portanto, deverá o exequente, na inicial do processo de execução, requerer a intimação de terceiros, tais como: credores;
titulares de direitos reais; promitente comprador e promitente vendedor; superficiário, efiteuta e concessionário de direito real de uso; proprietário de terreno sobre o qual houver penhora de direito de superfície, enfiteuse ou concessão de direito real de uso;
sociedade; titular da construção-base; e titular das lajes.
29 - Esquematize e aponte a fundamentação legal:
o procedimento de execução para entrega de coisa certa;
o procedimento de execução para entrega de coisa incerta;
o procedimento de execução de obrigação de fazer;
o procedimento de execução de obrigação de não fazer;
o procedimento de execução por quantia certa;
o procedimento de execução contra a Fazenda Pública;
o procedimento de execução de alimentos.
	EXECUÇÃO DE SENTENÇA
	TIPO
	FUNDAMENTO LEGAL
	Entrega De Coisa Certa
	Arts. 806 a 810, CPC/15
	Entrega De Coisa Incerta
	Arts. 811 a 813, CPC/15
	Obrigação De Fazer
	FUNGÍVEIS e INFUNGÍVEIS: Arts. 814, ss, CPC/15 
	Obrigação De Não Fazer
	Arts. 822 e 823, CPC/15
	Por Quantia Certa
	Arts. 824 a 829, CPC/15
	Contra A Fazenda Pública
	Art. 910, CPC/15
	Execução De Alimentos
	Arts. 911 a 913, CPC/15
30 - Qual é a ordem de preferência para a penhora? Qual é o dispositivo legal pertinente?
O Novo CPC estabeleceu de forma clara a ordem que a penhora observará preferencialmente na execução (art. 835, CPC/15):
"I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos."
Inexistindo outros bens para penhora, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis são penhoráveis. Frutos são utilidades que se retiram do bem principal periodicamente. Podem ser frutos civis, naturais ou industriais. Frutos civis, também chamados de rendimentos, são utilidades periódicas que constituem direitos oriundos da exploração civil da coisa (rendas, aluguéis, juros etc.).
31 - Quais são os bens impenhoráveis conforme o CPC? Fundamente.
A lista dos bens impenhoráveis, consoante preconiza o art. 833 do CPC/15:
"I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra."
32 - Em que lugar será realizada a penhora? Fundamente.
Conforme art. 845, CPC/15:
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de terceiros.
§ 1º A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos.
§ 2º Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possível a realização da penhora nos termos do § 1º, a execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação.
33 - O bem penhorado pode ser substituído? Explique.
Conforme entendimento no art. 847, CPC/15:
O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
§ 1º O juiz só autorizará a substituição se o executado:
comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente ofício, quanto aos bens imóveis;
descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem como o estado deles e o lugar onde se encontram;
descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de marca ou sinal e do local onde se encontram;
identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e
atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
§ 2º Requerida a substituição do bem penhorado, o executado deve indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora.
§ 3º O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de bens.
§ 4º O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o requerimento de substituição do bem penhorado.
O art. 847, Novo CPC, possibilita que execute substitua a penhora no processo de execução. Ele, então, terá até 10 dias, contados da intimação da penhora, para requer a substituição. Contudo, deverá comprovar que: será menos onerosa a nova penhora; não trará prejuízos ao exequente.
34 - Quais são os atos de expropriação previstos no CPC? Explique cada um deles.
Adjudicação: consiste na transferência do bem penhorado ao patrimônio do exequente, para satisfação de seu crédito.
Alienação por iniciativa particular: foi introduzido pela Lei nº 11.382/06, em que passou a ser admitida qualquer que seja a natureza do bem, móvel ou imóvel e independente da vontade do executado. Conforme, art. 685-C o exequente poderá requerer sejam eles alienados por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor credenciado perante a autoridade judiciária. Em que seja quem for realizar a alienação terá que submeter ao juiz uma proposta, da qual constarão o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento com as respectivas garantias, bem como a comissão de corretagem, em se tratando de alienação com intermediação (art. 685-C, § 1º)
Alienação em hasta pública: O fato é que, frustrada a possibilidade de adjudicação e de alienação por iniciativa particular, outro caminho não restasenão a anacrônica hasta pública ou, dependendo das circunstâncias, o usufruto de móvel ou imóvel. Hasta pública consiste em praça ou leilão público de bens do executado, anteriormente apreendidos pela penhora, realizado por servidor da justiça ou por outra pessoa, com a finalidade de, por meio de arrematação, proceder à conversão de tais bens em dinheiro, para posterior pagamento do credor. O procedimento da hasta pública desdobra-se em três fases: atos preparatórios, leilão e assinatura do auto. Os atos preparatórios compreendem a publicação de editais e a intimação de determinadas pessoas. Quando o valor dos bens penhorados não exceder 60 vezes o valor do salário-mínimo, será dispensada a publicação de editais.
Usufruto: O usufruto, embora figure em 4º lugar como modalidade de expropriação, não exige o esgotamento dos outros meios expropriatórios, tendo em vista a menor gravosidade para o executado. Decretado o usufruto, perde o executado o gozo do móvel ou imóvel, até que o exequente seja pago do principal, juros, custas e honorários (art. 717).A execução fica suspensa até a completa satisfação do crédito, quando então são extintos o usufruto e o processo executivo (art. 794, I).
35 - Como é satisfeito o crédito exequendo? Explique e fundamente.
O crédito é satisfeito pela entrega do dinheiro ou pela adjudicação dos bens penhorados, previstos no art. 904 e seus incisos do NCPC. O dinheiro pode ser proveniente de simples levantamento do valor depositado, nos casos de penhora em dinheiro; alienação judicial do bem penhorado; adjudicação a terceiro; alienação por iniciativa particular; alienação em hasta pública; ou expropriação de frutos ou rendimentos de coisas penhoradas.
36 - Como o executado pode se opor à execução? Explique.
Poderá se opor através de embargos à execução, conforme art. 914 e seguintes do NCPC. 
37 - Explique o procedimento dos embargos e aponte o fundamento legal.
A interposição dos embargos se faz através de petição, dirigida ao juiz que emitiu um pronunciamento judicial, ou ao relator do acórdão, devendo essa petição indicar o defeito que existe no julgado – o ponto obscuro, contraditório ou omisso. O juiz deverá julgar os embargos no prazo de cinco dias; já o relator deverá apresentá-los em mesa na sessão subsequente, proferindo voto. Entendemos que os embargos de declaração devem ser dirigidos ao mesmo juízo que proferiu a decisão, sendo este também o órgão judicial que deverá julgá-los. Não há vinculação do juiz que participou do julgamento embargado para a apreciação dos embargos, vez que o pronunciamento é do órgão e não da pessoa física do juiz. Os embargos declaratórios processam-se independentemente de preparo, uma vez que o artigo 536 expressamente dispensou esse requisito.
38 - Quais matérias poderão ser abordadas pelo devedor em sede de embargos? Aponte o dispositivo legal.
Nos embargos à execução, o executado poderá alegar – art. 917 do NCPC:
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II - penhora incorreta ou avaliação errônea;
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.
§ 1º A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato.
§ 2º Há excesso de execução quando:
I - o exequente pleiteia quantia superior à do título;
II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
III - ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título;
IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado;
V - o exequente não prova que a condição se realizou.
§ 3º Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 4º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução:
I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento;
II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 5º Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente poderá requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos considerados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração dos respectivos valores, nomear perito, observando-se, então, o art. 464 .
§ 6º O exequente poderá a qualquer tempo ser imitido na posse da coisa, prestando caução ou depositando o valor devido pelas benfeitorias ou resultante da compensação.
§ 7º A arguição de impedimento e suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148.
39 - Qual é o prazo para oposição de embargos? Aponte o dispositivo legal.
Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do artigo 231 NCPC.
40 - Em quais casos o juiz rejeitará liminarmente os embargos? Fundamente.
Conforme art. 918, CPC/15: O juiz rejeitará liminarmente os embargos: quando intempestivos; nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; manifestamente protelatórios.
41 - Em quais hipóteses os embargos não terão efeito suspensivo? Fundamente.
Conforme art. 919, § 1º, CPC/15: O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
42 - Em quais casos haverá suspensão da execução? Explique e fundamente.
As hipóteses de suspensão da execução estão elencadas nos incisos do art. 921 do NCPC, são elas: hipóteses gerais de suspensão do processo, nos moldes dos arts. 313, 314 e 315, Novo CPC; embargos à execução recebidos com efeito suspensivo; inexistência de bens penhoráveis; impossibilidade de alienação dos bens penhorados;
parcelamento do art. 916, Novo CPC.
43 - Quando haverá a extinção da execução? Explique e fundamente.
O art. 924 e seus incisos, no NCPC, trazem as hipóteses de extinção da execução e são elas: quando a petição inicial for indeferida; a obrigação for satisfeita; o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; o exequente renunciar ao crédito; ocorrer a prescrição intercorrente.

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