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MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA - WYF0909 AULA 01 – CONTEUDO 1 (25/02/2021) Prof. Eng. Esp. Eduardo Tourinho Santana Motores de combustão interna: • Tipos; • Processo de ignição por centelha (ciclo de Otto); • Processo de ignição por compressão (ciclo Diesel); • Parâmetros operacionais; • Arquiteturas de motores - caracterização. Noções Preliminares História dos motores alternativos de combustão • Na realidade, as primeiras tentativas de desenvolvimento de um motor ocorreram na segunda metade do século XVII, com o uso da pólvora para movimentar um pistão dentro de um cilindro. • Na evolução do motor, Denis Papin, ajudante de Christian Huygens que havia idealizado o motor a pólvora, propôs o funcionamento da máquina a vapor. Esta evoluiu com Thomas Savery, Thomas Newcomen e James Watt. A máquina a vapor, assim, propiciou a Revolução Industrial da segunda metade do Século XVIII. • Jean Joseph Etienne Lenoir desenvolveu o primeiro motor com pistão em 1860. A combustão acontecia dos dois lados do pistão. O controle de entrada e saída dos gases acontecia por meio de válvulas de admissão e exaustão. • Em 1876, o alemão Nicolaus Otto volta ao cenário e apresenta um motor de quatro cilindros que funcionava com os princípios estabelecidos por Beau de Rochas em 1962. • Na década entre 1880 a 1890, foram feitos avanços nos sistemas de ignição e de carburação. História dos motores alternativos de combustão O desenvolvimento dos motores foi acompanhado pelo respectivo avanço dos sistemas auxiliares que o compõem. Segundo Lopes; Furlani; Silva (2003) podem-se destacar: • Sistema de alimentação de combustível desenvolvido por Maybach em 1892, que foi o percussor dos carburadores. • Sistema de ignição por alta tensão desenvolvido por Robert Bosch em 1902 (BAUER, 2000), que substituiu a ignição por chama. Nele o controle do início da chama era precário. • Sistema de distribuição por válvulas, cames e balancins desenvolvidos por Morey do exército americano em 1826. • Sistema de arrefecimento a água, desenvolvido também por Morey. Videos de fixação • O primeiro carro da história era a vapor [a lenha mesmo] https://www.youtube.com/watch?v=ypdvDbf_iG4 • VEJA COMO FUNCIONA UMA LOCOMOTIVA À VAPOR https://www.youtube.com/watch?v=GvGLXVMiIb0 https://www.youtube.com/watch?v=ypdvDbf_iG4 https://www.youtube.com/watch?v=GvGLXVMiIb0 Atualmente • Atualmente, a indústria mecânica está em constante aprimoramento e melhoria da qualidade e eficiência dos motores que produz, buscando mudanças importantes nos projetos e na operação dos motores de combustão, principalmente na necessidade de controle das emissões e otimização do consumo de combustível. • Nesse sentido, muitas pesquisas estão voltadas para desenvolvimento de novas formas de energia, retomando e aperfeiçoando os estudos com novos combustíveis, principalmente os biocombustíveis provenientes da biomassa como o etanol, o biodiesel, entre outros. Motor de Combustão Interna • É um conjunto de peças mecânicas e elétricas, cuja finalidade é produzir trabalho pela força de expansão resultante da queima da mistura de ar com combustível, no interior de cilindros fechados. • Para atender às mais variadas necessidades do atual estado de desenvolvimento tecnológico, os fabricantes constroem motores de todos os tipos. Assim, encontram-se motores a gás, gasolina, óleo diesel, querosene, álcool e movidos com outras misturas dos vários combustíveis existentes. • Normalmente, os motores podem ser construídos com um ou mais cilindros. Motores monocilíndricos são empregados em implementos agrícolas, motonetas e pequenas lanchas. Os policilíndricos, com 4, 6, 8, 10, 12 ou até mais cilindros, destinam-se a automóveis, locomotivas, navios e aviões. • Os cilindros podem ser agrupados de várias formas, dando origem a motores: CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Cilindro – local onde o êmbolo desloca-se com movimento retilíneo alternado, está contido no interior do bloco. Em motores arrefecidos a ar, possuem externamente aletas para aumentar a superfície de contato com o ambiente e dissipar melhor o calor. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Bloco – é a maior parte do motor e suporta as demais partes constituintes. No interior do bloco está contido o(s) cilindro(s), onde ocorre a queima do combustível e os mancais de apoio da árvore de manivelas. A disposição dos cilindro no bloco pode ser em linha, em “V” ou radial. Normalmente os blocos são construídos de ferro fundido, o que lhe proporciona boa resistência, trabalho a altas temperaturas, facilidade de usinagem e um menor custo. Alguns tipos de blocos possuem tubos removíveis, que formam as paredes do cilindro, estes são chamados de “camisas”. As camisas podem ser úmidas, quando o líquido de arrefecimento está em contato direto com a camisa e entre si trocam calor; ou secas, quando o líquido de arrefecimento não está em contato direto com a camisa, isto é, o bloco que entra em contato com a camisa e troca calor com o líquido. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Cabeçote – é o órgão do motor que fecha o bloco na sua parte superior, também é confeccionado em ferro fundido. A união do bloco com o cabeçote é feita por meio de parafusos e uma junta de vedação de cobre asbesto, que veda os gases de combustão, o óleo e a água. O cabeçote ainda apresenta na sua parte inferior parte da câmara de combustão, orifícios para o alojamento das válvulas, bicos injetores, canais para a água de arrefecimento (motores arrefecidos à água) ou aletas (motores arrefecidos à ar), canais de admissão, escape e para óleo lubrificante. O cabeçote pode ser chamado de tampa de cilindros quando as válvulas forem presentes no bloco ou inexistirem (motores de dois tempos), sua função será somente fechar a parte superior do bloco e conter a vela. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Cárter – normalmente confeccionado em aço estampado, é o órgão que fecha o bloco na sua parte inferior e também serve como depósito de óleo lubrificante para o motor. Deve Ter um formato adequado para permitir contato permanente do óleo lubrificante com a bomba desse sistema. O cárter é fixado ao bloco através de parafusos e junta de vedação de cortiça. Na parte inferior do cárter existe um bujão que serve para escoamento do óleo lubrificante. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Êmbolo – também chamado de pistão, é o órgão do motor que recebe o movimento de expansão dos gases (primeira parte do motor a movimentar-se). Está preso a biela através do pino do êmbolo, possui um movimento retilíneo alternativo que através da biela é transformado em movimento rotativo contínuo na árvore de manivelas. O êmbolo possui três partes principais: topo, que é a parte superior, geralmente é plana ou levemente concava; cabeça, onde estão localizadas as ranhuras para a colocação dos anéis de segmento, e por fim a saia, parte abaixo do orifício do pino do êmbolo. É desejável que o êmbolo seja tão leve quanto possível, sem porém, diminuir sua resistência e desgaste. Os materiais mais utilizados são ferro, aço e ligas de alumínio. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Anéis de segmento – são localizados nas ranhuras da cabeça do êmbolo e construídos de ferro fundido cinzento especial. Suas principais funções são: 1. Efetuar a vedação da câmara do cilindro, retendo a compressão; 2. Reduzir a área de contato direta entre as paredes do êmbolo e do cilindro; 3. Controlar o fluxo de óleo nas paredes do cilindro; 4. Dissipar o calor do êmbolo pelas paredes do cilindro. Existem dois tipos de anéis, de compressão e de lubrificação.Os anéis de compressão são os responsáveis pela vedação da câmara do cilindro, evitam a penetração de óleo do cárter na câmara e perda de compressão, são maciços e colocados nas posições superiores. Ja ́ os anéis de lubrificação são os responsáveis pelo controle do fluxo de óleo entre o êmbolo e o cilindro, possuem canaletas que durante a ascensão do êmbolo lubrificam as paredes do cilindro. Os anéis de lubrificação estão localizados abaixo dos de compressão. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Biela – sua função é transformar o movimento retilíneo alternado do êmbolo em movimento circular contínuo na árvore de manivelas. A biela apresenta o formato de uma barra (denominada de corpo ou haste) com orifícios nas extremidades. O orifício superior de menor diâmetro é denominado de “pe ́” ou “olho” onde é fixado ao êmbolo através do pino do êmbolo, o orifício inferior de maior diâmetro é denominado de “cabeça” ou “olho grande”. A cabeça da biela é separada em duas partes, sendo fixadas por meio de parafusos, a fim de fazer a união da biela com a árvore de manivelas. Entre o pé da biela e o pino do êmbolo e a cabeça da biela e a árvore de manivelas, são colocadas as bronzinas (também chamadas de casquilhos), confeccionados em bronze e revestidas de uma liga metálica antifricção, estas prolongam a vida útil do motor por evitar o contato direto entre as mesmas. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Árvore de manivelas – também chamado de eixo de manivelas ou eixo virabrequim são fabricados em aço forjado ou fundido. No seu interior existem vários canais que são responsáveis pela condução do óleo lubrificante até seus mancais e cabeças das bielas. Em cada manivela existe um moente, o qual se acopla o mancal da cabeça da biela, entre as manivelas existem os munhões que apoiam nos mancais do bloco. Em uma de suas extremidades a árvore de manivelas possui uma flange que se acopla ao volante do motor e na outra às engrenagens de acionamento do comando de válvulas. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Volante – nada mais é do que um disco de ferro fundido de grande massa. Sua função é acumular energia cinética e manter uniforme a velocidade angular da árvore de manivelas, reduzindo as variações dos tempos do motor, dando equilíbrio no movimento rotativo. A energia cinética é acumulada no tempo de explosão e liberada nos demais tempos do motor, que apenas são consumidores de energia. O volante é constituído de flange, que se fixa a árvore de manivelas, coroa denteada (cremalheira) na qual se engrena o motor de partida. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Árvore de comando de válvulas – comanda a abertura das válvulas, por meio de ressaltos no eixo, esta é acionada por meio de correias e/ou engrenagens pela árvore de manivelas, tem tantos ressaltos quanto o número de válvulas do motor. Para cada duas voltas da árvore de manivelas, gira apenas uma. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Válvulas – têm como função interromper o fluxo de gases de aspiração e descarga de acordo com os tempos do motor (4 tempos), são abertas por meio da árvore de comando de válvulas e fechadas por molas. Podem ser de dois tipos: admissão, entrada da mistura ar + combustível (ciclo Otto) ou somente ar (ciclo Diesel) e escape, saída dos gases queimados resultante da combustão. Normalmente estão presentes no motor em número de duas por cilindro (admissão e escape), quando estão em número par, dividem-se igualmente, quando em número ímpar, existe uma válvula de admissão a mais que a de escape. Deve ser construída com aço de alta dureza. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA Órgãos complementares - são os sistemas auxiliares indispensáveis ao funcionamento do motor, são eles: • Sistema de válvulas, • De alimentação, • De ignição, • De arrefecimento e • De lubrificação. Ainda existem os órgãos acessórios, que são: cobertura do cabeçote, suportes, filtros de combustível e óleo, juntas, instrumentos do painel etc. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO O funcionamento dos motores de combustão interna se realiza em ciclos onde se distinguem quatro fases (tempos), admissão, compressão, explosão (expansão) e escape. Para a compreensão do funcionamento é necessário a caracterização de alguns termos: • Ponto morto superior (PMS): posição do êmbolo mais próxima a parte superior do bloco (posição máxima); • Ponto morto inferior (PMI): posição do êmbolo mais próxima a árvore de manivelas; • Câmara de compressão: volume que fica no cilindro depois que o êmbolo atinge seu ponto máximo (PMS), também chamada de câmara de combustão; • Curso: espaço linear percorrido pelo êmbolo do PMI ao PMS e vise-versa; • Tempo: corresponde a um curso do êmbolo ou a meia volta da árvore de manivelas (180 graus) PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • MOTOR POR DENTRO FUNCIONANDO https://www.youtube.com/watch?v=m0dLNk8_0UI • Entenda de vez COMO FUNCIONA O MOTOR DO CARRO! https://www.youtube.com/watch?v=Ul1XuiJE0Dw https://www.youtube.com/watch?v=m0dLNk8_0UI https://www.youtube.com/watch?v=Ul1XuiJE0Dw Motores do ciclo Otto Os motores de quatro tempos do ciclo Otto compreendem as seguintes fases: • Admissão: o êmbolo desloca-se do PMS movimentando-se para baixo até o PMI, criando uma depressão no interior da câmara. A válvula de admissão está aberta, fazendo com que a mistura (ar + combustível) seja aspirada para o interior do cilindro. A válvula de admissão abre- se um pouco antes do êmbolo iniciar a descida e se fecha logo depois que o mesmo atinge o PMI. Neste tempo a árvore de manivelas deu um giro de 180 graus. (Figura 12a). • Compressão: o êmbolo começa a deslocar- se do PMI, fecha-se a válvula de admissão, a mistura admitida no tempo anterior é então comprimida na câmara de combustão até que o êmbolo atinja o PMS. A árvore de manivelas deu mais um giro de 180 graus, completando agora uma volta completa. (Figura 12b). Motores do ciclo Otto • Explosão/expansão: a vela de ignição produz uma centelha elétrica (um pouco antes do êmbolo atingir o PMS na fase de compressão), provocando a combustão da mistura ar + combustível, que gera um aumento da temperatura e pressão no interior do cilindro, impulsionando o êmbolo do PMS ao PMI. A força do êmbolo transmite-se a biela e desta à árvore de manivelas, provocando assim o movimento de rotação do motor. É o chamado tempo motor, pois este é o único tempo em que o motor realiza trabalho, a energia produzida nesse tempo é acumulada pela massa do volante. Durante a expansão as válvulas de admissão e escape permanecem fechadas. A árvore de manivelas deu mais um giro de 180 graus, completando agora uma volta e meia. (Figura 13a). • Escape: ocorre o escape dos gases da combustão para o meio externo, a válvula de escape abre-se e o movimento ascendente do êmbolo do PMI ao PMS elimina os gases. Quando o êmbolo atinge o ponto morto superior deste tempo, o cilindro já está pronto para reiniciar o ciclo, ou seja, recebe uma nova mistura de ar + combustível. Neste tempo a árvore de manivelas deu mais um giro de 180 graus, o que, somado aos demais tempos, corresponde a duas voltas completas. (Figura 13b). Motores do ciclo Otto Motores do ciclo Otto • Física do motor a gasolina: ciclo Otto https://www.youtube.com/watch?v=K5kAAhyHz1k https://www.youtube.com/watch?v=K5kAAhyHz1k Motores do ciclo Diesel Os motores de quatro tempos do ciclo Diesel compreendem as seguintes fases: • Admissão: neste tempo o êmbolo movimenta-se do PMS até o PMI. Com a válvula de admissão aberta ocorre a aspiração somente de ar no interior do cilindro. Diferencia-se do ciclo Otto que ocorre a aspiração da mistura ar + combustível. A árvore de manivelas gira180 graus (Figura 15a). • Compressão: com as duas válvulas fechadas, o êmbolo desloca-se do PMI até o PMS, ocorrendo então a compressão do ar (diferencia-se do ciclo Otto pelas altas pressões de compressão atingidas). Neste tempo a árvore de manivelas gira mais 180 graus, completando 1 volta (Figura 15b). Motores do ciclo Diesel • Explosão/expansão: quando o êmbolo está em sua posição máxima (PMS), o bico injetor pulveriza fina e fortemente um certo volume de combustível no interior da câmara de combustão. Neste momento o ar está a uma temperatura de 500 a 700oC e a alta pressão, o diesel injetado nessas condições faz com que ocorra a auto-ignição, impulsionando o êmbolo a PMI, fazendo com que a biela transmita a força à árvore de manivela. Neste tempo ocorre a realização de trabalho mecânico (Figura 16a). • Escape: neste tempo, com a válvula de escape aberta, os gases queimados são expelidos para fora do cilindro pelo movimento do êmbolo do PMI ao PMS (Figura 16b), encerrando-se assim o ciclo. Motores do ciclo Diesel Motores do ciclo Diesel • A Física do motor Diesel, uma aula de Termodinâmica https://www.youtube.com/watch?v=oDGau5KRV_U https://www.youtube.com/watch?v=oDGau5KRV_U Motores de Ignição por Compressão (Diesel) Os sistemas que constituem o motor Diesel são: • Sistema de Admissão de ar; • Sistema de Combustível, (aí se incluindo os componentes de injeção de óleo Diesel); • Sistema de Lubrificação; • Sistema de Arrefecimento; • Sistema de Exaustão ou escapamento dos gases; • Sistema de Partida; MOTORES CICLO DIESEL E SUAS FASES O motor diesel é um motor de combustão interna no qual o ar admitido num cilindro é comprimido por um êmbolo, atingindo, devido à compressão, uma temperatura de 500 a 700 graus centígrados; uma vez injetado o combustível, a mistura inflama-se espontaneamente, graças ao calor resultante da compressão do ar. Ciclo de Diesel (Volume Constante) • Quando Diesel se interessou pelo motor térmico, procurou realizar industrialmente um motor concebido segundo o ciclo de Sadi Carnot. Sabe-se que a realização deste primeiro motor manifestou-se impossível. Diesel abandonou este ciclo, devido aos perigos que o mesmo apresentava pela compressão elevada demais (250kg); substituiu-o por um ciclo mais simples, conhecido como o nome de “ciclo Diesel”. MOTORES CICLO DIESEL E SUAS FASES Fases • Primeira fase: compressão adiabática (sem transferência de calor). O ar puro aspirado anteriormente é comprimido e atinge uma temperatura suficiente para provocar a inflamação do combustível injetado. • Segunda fase: compressão isobárica (pressão constante). No comeco̧ da distensão, acombustão efetua-se em pressão constante, quando o volume aumenta e a expansão dos gases compensa a queda de pressão devida ao aumento de volume. • Terceira fase: expansão adiabática. A expansão efetua-se sem troca de calor com as paredes do cilindro. • Quarta fase: baixa de pressão. A abertura brutal do escapamento produz uma queda rápida da pressão enquanto o pistão báscula em ponto morto (volume constante). • O ciclo Diesel aplica-se aos motores lentos estudados para a propulsão dos barcos. Dificilmente realizável em um motor de regime elevado, carros leves e veículos industriais, os engenheiros que continuaram o trabalho de Diesel o substituíram por um motor de ciclo misto cujo funcionamento relaciona-se ao mesmo tempo com o ciclo Diesel e com o de Beau de Rochas (Otto). Motores de Ignição por Compressão (Diesel) São máquinas térmicas alternativas, de combustão interna, destinadas ao suprimento de energia mecânica ou força motriz de acionamento. O nome é devido a Rudolf Diesel, engenheiro francês nascido em Paris, que desenvolveu o primeiro motor em Augsburg - Alemanha, no período de 1893 a 1898. Oficialmente, o primeiro teste bem sucedido foi realizado no dia 17 de fevereiro de 1897, na MaschinenfabrikAugsburg. Segundo sua aplicação,são classificados em 4 tipos básicos: • ESTACIONÁRIOS: Destinados ao acionamento de máquinas estacionárias, tais como Geradores, máquinas de solda, bombas ou outras máquinas que operam em rotação constante; • INDUSTRIAIS: Destinados ao acionamento de máquinas de construção civil, tais como tratores, carregadeiras, guindastes, compressores de ar, máquinas de mineração, veículos de operação fora-de-estrada, acionamento de sistemas hidrostáticos e outras aplicações onde se exijam características especiais específicas do acionador; • VEICULARES: Destinados ao acionamento de veículos de transporte em geral, tais como caminhõese ônibus; • MARÍTIMOS: Destinados à propulsão de barcos e máquinas de uso naval. Motores de Ignição por Compressão (Diesel) • Conforme o tipo de serviço e o regime de trabalho da embarcação, existe uma vasta gama de modelos com características apropriadas, conforme o uso. (Laser, trabalho comercial leve, pesado, médio-contínuo e contínuo). • Além dos segmentos de aplicações, os motores Diesel podem ser classificados pelo tipo de sistema de arrefecimento que utilizam, normalmente a água ou a ar e pelo número e disposição dos cilindros, que normalmente são dispostos em linha, quando os cilindros se encontram em uma única fileira, ou em V, quando os cilindros são dispostos em fileiras oblíquas. • As diferenças básicas entre os diversos tipos de motores Diesel residem, essencialmente, sobre os sistemas que os compõem. Todos funcionam segundo as mesmas leis da termodinâmica, porém as alterações de projeto que se efetuam sobre os sistemas e seus componentes resultam em características de operação que os tornam adequados para aplicações diferentes. Motores de Ignição por Compressão (Diesel) Ciclo Dois Tempos, Ciclo Diesel • O motor Diesel a dois tempos não trabalha com uma pré-compressão no carter. • Ele tem carregamento forçado por meio de um compressor volumétrico (rotativo) ou de uma ventoinha. Possui também um sistema de lubrificação semelhante aos motores de quatro tempos, isto é, leva óleo no carter e possui bomba de óleo, filtro, etc. Motores de Ignição por Compressão (Diesel) Esquema de funcionamento do Motor Diesel dois tempos. • Vantagens: O motor de dois tempos, com o mesmo dimensionamento e RPM, dá uma maior potência que o motor de quatro tempos e o torque é mais uniforme. Faltam os órgãos de distribuição dos cilindros, substituídos pelos pistões, combinados com as fendas de escape e combustão, assim como as de carga. • Desvantagens: Além das bombas especiais de exaustão e de carga, com menor poder calorífico e consumo de combustível relativamente elevado; carga calorífica consideravelmente mais elevada que num motor de quatro tempos, de igual dimensionamento. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Atraso de Combustão O tempo que leva para que a mescla combustível ar entre combustão é chamado de atraso de combustão e dura aproximadamente 1 milissegundo. Há condições que o atraso podedurar ate 2 milissegundos. • Baixa temperatura do motor. • Bicos injetores nãoautomatizandos. • Ponto de inicio de injeção ajustado muitoavançado. • Má qualidade do combustível. • Problemas mecânicos. Como consequência há o ruído de combustão chamado de batida de pino, ruído metálico gerado por frentes de chamas distintas dentro da câmarade combustão. Isto ocorre devido ao tempo elevado para a entrada de combustível na câmarade combustão. Outro fator que influencia o atraso de combustão é a pressão de compressão no interior da câmara de combustão. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Quanto maior a pressão menos o atraso de combustão. 1. Combustão no tempo exato 2. Combustão muito adiantada 3. Combustão muito atrasada PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Processo de formaça ̃o da mistura ar combustível: • A forma da câmara de combustão o posicionamentodo bico injetor e o ângulo de injeção determinam o processo de formação da mescla ar combustível. • Quanto ao formato a câmara de combustão pode ser divida pelo menos em dois tipos. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Injeçãoindireta • A combustão tem inicio no interior da pré camara expandindo para câmarade combustão principal no topo do pistão. PARTES DO MOTOR PARTES DO MOTOR Bloco de cilindros • O bloco de cilindros ou bloco do motor é o núcleo do motor. • Nele estão localizados os orifícios cilíndricos por onde deslizam os êmbolos e os canais pelos quais circula o líquido de arrefecimento. • Como material para a fabricação do bloco de cilindros, normalmente, é utilizada ligas ferrosas e de alumínio. Disposição dos Êmbolos a) Motor em linha. 1. Comprido e mais pesado uniforme, das devido à sucessivas 2. Torque mais sobreposição combusto ̃es 3. Bom equilíbrio mecânico reduz as vibrações 4. Árvore de manivelas assentada em 4 a 7 apoios, com grande resistê ncia e evitando a flexão Nesse tipo de árvore de manivelas o â ngulo de injeçãoocorre a cada 120° Disposição dos Êmbolos b) Motor em V • Montado em duas linhas, com um ângulo de inclinação de 90° entre elas. • Conjunto mais curto, com árvore de manivelas mais curta e rígida, suavidade em elevado regime de rotação. • Bloco com alta rigidez e menor altura Disposição dos Êmbolos c) Motor em W • Um maior número de cilindros com o mesmo comprimento de um motor em V. • Aumenta a suavidade e transforma o conjunto motor em um bloco altamente compacto Cilindros descentrados • Num grande número de motores não se faz coincidir o eixo dos cilindros com o eixo do virabrequim. • Este último está deslocado alguns milímetros no sentido oposto ao sentido de rotação. • Este deslocamento tem por finalidade diminuir a inclinação da biela no tempo motor (descida do pistão). • Daí resulta um menor esforço lateral do pistão sobre as paredes do cilindro e uma ovalizaçãomenos sensível. • Durante a subida do pistão, a inclinação da biela é grande, mas como a pressão do gás é fraca, os esforços laterais ficam normais. • O deslocamento regulariza o desgaste de ambos os lados do cilindro. DISPOSITIVOS DE INJEÇÃO • Devido a necessidade de efetuar uma distribuição sequenciada a alta pressão, válvulas de injeções são necessárias. • Há disponibilidade de variados dispositivos que podem ser vistos • logo a seguir. • Os mais comuns são: • Bomba injetora em linha (PE). • Bomba injetora de pistão único (PF). DISPOSITIVOS DE INJEÇÃO Bomba Injetora em Linha: É um dispositivo que supre combustível a alta pressão através de pistões bomba. Cada elemento tem uma manga de regulagem que entrega a cada cilindro correspondente a quantidade requerida. pela bomba de Os elementos sa ̃o alimentados combustível primaria com uma pressa ̃o de aproximadamente 2 bar DISPOSITIVOS DE INJEÇÃO Injeção Direta Common Rail • Na injeção direta Common Rail (CDI) o combustível é armazenado num acumulador, chamado Rail, sob alta pressão (vide Alta pressão de combustível). • Assim a pressão de injeção já está pronta à disposição ao iniciar a injeção. Além disso, a injeção é efetuada de forma seletiva por cilindro e pode ser livremente configurada à perfeição, também visando a pré injeção. • O sistema Common Rail possui comparativamente poucas peças móveis, porque todos os processos de comando e regulação ocorrem de forma eletrônica. Isto prolonga a vida útil do sistema. • Através do extenso uso da eletrônica no processo de funcionamento do sistema Common-Rail, este sistema, tem à disposição todas as informações necessárias para operar o sistema de diagnose. Isto simplifica o diagnóstico nos motores-CDI. DISPOSITIVOS DE INJEÇÃO A alta pressão de combustível é respectivamente diferente na marcha lenta, com carga parcial e com carga total: Carga total exige uma pressão mais alta do que carga parcial ou marchalenta. Histórico do virabrequim • O virabrequim é um elemento de máquina responsável pela conversão do movimento linear do pistão em movimento rotativo, ou seja, torque para o motor. • Embora hoje possa ser considerado como um dos principais componentes do motor de combustão interna, não foi assim nos tempos pioneiros do desenvolvimento do motor. • O motor atmosférico desenvolvido por Nikolaus August Otto e exibido na exposição de Paris em 1867 não tinha virabrequim, mas sim engrenagem localizada entre o pistão e o volante do motor. • Entretanto, com o desenvolvimento do motor de 4 tempos, esta solução foi substituída em 1876 por virabrequim e biela. Histórico do virabrequim • Os primeiros motores de 4 tempos eram operados a 200 rpm com potência de 3 hp. • Estes motores eram grandes e pesados, sendo operados apenas como estacionários. • Foi assim, até no final do século 19 quando intensificou-se o uso de motores automotivos menores e mais econômicos. • Um exemplo interessante é o virabrequim mono-cilindro no carro de três rodas desenvolvido por Carl Benz em 1886, na qual já se utilizam contrapesos para encontrar o balanceamento adequado. Histórico do virabrequim • Durante os 10 primeiros anos do século 20 o automóvel se tornou muito aceito principalmente na Alemanha, França e Estados Unidos. • O motor de combustão interna foi adotado de maneira rápida, não apenas em motores de automóveis, mas também em vários projetos de motos, barcos, aeromodelos e mais tarde em aviões. • Os virabrequins para estes motores eram feitos por martelos de forjaria, usualmente tratados termicamente e consequentemente usinados, mesmo antes da Primeira Guerra Mundial. • Há casos em que os contrapesos eram acoplados por meio de rebites. Descrição do componente • A árvore de manivelas, também conhecida como virabrequim, girabrequim ou cambota (português europeu), é um dos principais componentes mecânicos do motor de combustão interna. • Ela é a responsável por transformar o movimento alternativo dos pistões em movimento rotativo. • Para converter este movimento, o virabrequim possui moentes, que são mancais excêntricos, cujo eixo deslocado corresponde ao meio curso do motor, ao qual é conectado o olhal maior da biela de cada cilindro. Descrição do componente • O virabrequim possui duas extremidades chamadas de espiga e flange. • Na extremidade do flange, acopla-se tipicamente o volante do motor. • Para reduzir a vibração torsional característica de um motor de combustão interna, acopla-se muitas vezes um amortecedor de vibrações na extremidade da espiga. • A excitação entre o intervalo de tempo de explosão dos cilindros, combinado com a inércia do sistema, causa a vibração torsional no componente, a qual é também uma das principais causas de falhas em virabrequins. Descrição do componente Descrição do componente • Virabrequim e biela são responsáveis pela transformação do movimento de translação alternativo do pistão em movimento de rotação. • Este movimento de rotação é passado para o volante de inércia do motor, que por sua vez transfere a energia para a transmissão que faz girar as rodas do veículo. • Esta rotação pode também ser transmitida por meio de engrenagens, correias ou correntes ao sistema de distribuição, ignição, lubrificação, refrigeração e ao gerador. Manivela do virabrequim ou throw • É a distância do centro de um munhão até o centro do munhão adjascente. • Usualmente, é composto por um moente, dois braços (com ou sem contrapesos) e duas metades de munhão. • A figura, mostra o virabrequim e seus respectivos throws. Munhão • É o segmento cilíndrico no centro de rotação do virabrequim. • É apoiado em mancal fixo no bloco do motor, conhecido também como casquilho. • O diâmetro e a largura do munhão devem serprojetados para receber o carregamento de flexão e torção do virabrequim, inclusive não sobrecarregando os mancais. Moente • É o segmento cilíndrico onde é fixada a biela e é excêntrico ao eixo de rotação do virabrequim. • A excentricidade do eixo do moente em relação ao eixo de rotação do virabrequim define o meio-curso do pistão. Meio-curso • É definido pela distância entre o eixo de rotação do munhão (A) e o centro do moente do virabrequim (B). • O meio-curso está diretamente ligado ao torque do motor, pois quanto maior o meio-curso, maior será o torque que o virabrequim irá entregar. • Além disso, maior será a litragem do motor, pois haverá impacto também no curso do pistão entre o ponto morto superior (PMS) e o ponto morto inferior (PMI). • Em projetos de mecanismos biela- manivela excêntricos (ver Figura) o curso é diferente de 2R, ou seja, ligeiramente maior do que em mecanismos centrados. Espiga • É uma das extremidades do eixo, onde geralmente são montados os periféricos do motor, ou seja, engrenagem motora do comando de válvulas, polia e amortecedor de vibrações. • Na superfície da espiga, pode ser usinado um rasgo de chaveta para o posicionamento dos componentes. • O amortecedor de vibrações tem a função de diminuir a ação das excitações dos momentos harmônicos que podem causar ressonância no virabrequim. Canal de Lubrificação • Geralmente, é usinado um furo de óleo entre os munhões e os moentes do virabrequim. • Este furo tem a função de transportar o óleo do munhão até o moente. • Neste caso, o munhão recebe óleo através do bloco do motor onde se forma o regime de lubrificação desejado entre o munhão e o casquilho. • O canal de lubrificação do moente pode ser feito por furação direta, onde há um furo passante entre o munhão e o moente, ou indireta, onde o canal de lubrificação do munhão cruza com outro furo que irá alimentar o moente. • https://www.youtube.com/watch?v=rGn- w3h5_hw https://www.youtube.com/watch?v=rGn-w3h5_hw Contrapeso • O virabrequim pode possuir contrapeso montado, integral ou até mesmo não possuir contrapeso dependendo do projeto. • Sua função é criar uma força centrípeta oposta ao moente de modo a balancear as forças de inércia do motor. • Um projeto adequado de contrapeso pode diminuir a força no mancal do munhão, contribuindo nos projetos do casquilho e bloco do motor. • O projeto do bloco deve ser feito considerando as forças e os momentos que o virabrequim irá gerar em funcionamento. Flange • É a extremidade oposta à espiga do virabrequim, onde é geralmente acoplado o volante de inércia do motor. • Neste volante, acopla-se a embreagem e também um anel dentado, que conecta o motor de partida. • https://www.youtube.com/wat ch?v=mULp-BFMCs4 https://www.youtube.com/watch?v=mULp-BFMCs4 Características de massa • A massa e o momento de inércia são fatores importantes na modelagem. Ex: Motor 1.3, 4 cilindros em linha M = 7,84 kg Ixx = 6,52x106 kg.m2 • Outros modelos são usados para análise de modos de vibração torsional e limite rotacional de flexão. Fatores que afetam a vida útil • Resistência a carregamento por flexão (esforços resistidos pelas sedes dos munhões e adjacências) • Resistência a torção cíclica (existe fragilização na região dos furos de passagem de óleo) • Resistência a vibrações (varia com a rigidez e causa ruído) • Resistência a abrasão nos mancais (munhões e moentes) • Resistência a abrasão nos retentores Material Processo de fabricação • Atualmente os processos de fabricação de virabrequim mais utilizados são os de ferro fundido e aço forjado. • O processo de forjamento tende a ser mais restrito em aplicações onde as propriedades dos materiais são mais específicas. Para a fundição, o processo de manufatura é introduzido em um molde, que permite a confecção de peças complexas como pode ser visualizado na Tabela. • Nos dois casos, elevados custos são embutidos nos processos, e não há vantagem econômica sobre nenhum dos dois processos. Processo de fabricação Válvulas • As válvulas são elementos do sistema de distribuição motora. • São fabricadas em aços especiais. • A finalidade das válvulas é permitir a entrada da mistura, e a saída dos gases resultantes da sua queima, na câmara de combustão, garantindo, ainda, o não escapamento da mistura, durante os momentos de compressão e combustão da mesma. • As válvulas são hastes com uma das extremidades achatada em forma de disco. Válvulas • Os aços especiais empregados na fabricação das válvulas são altamente resistentes às temperaturas elevadas, ao desgaste mecânico e à corrosão que atacam as válvulas, principalmente a de escapamento, por onde saem os gases quentes resultantes da queima da mistura, quando o motor do veículo está em funcionamento. • As válvulas são instaladas no cabeçote do motor e atuam diretamente nas câmaras de combustão. CONSTITUIÇÃO • Basicamente, as principais partes da válvula são: Cabeça (tipos) É a parte superior da válvula e funciona dentro da câmara de combustão. De acordo com o formato da câmara de combustão, as cabeças podem ser: • Planas (Fig. a); • Côncavas (Fig. b); • Convexas (Fig. c). Outros componentes • Margem É a faixa situada entre a face da cabeça e a faixa da contra-sede, em torno da cabeça. A margem assegura, por determinado tempo, eficiência da contra-sede, evitando que ela se deforme pela ação do calor da combustão. • Contra-sede É a faixa inclinada, desde a margem até a parte inferior da cabeça. É polida para que ao se assentar na sua sede, no cabeçote, faça um acasalamento perfeito, evitando, assim, o escapamento da mistura quando comprimida na câmara de combustão. • Haste É a parte cilíndrica que se aloja nas guias de válvulas, no cabeçote do motor, onde faz movimentos de vaivém, causados pelos balancins, para que se processem a abertura e o fechamento entre a sede e contra-sede da válvula, sistematicamente. • Canalete É um pequeno canal existente na extremidade da haste, onde as chavetas se encaixam para ajustar a válvula ao prato e à mola que a pressiona. Tipos de Válvulas • E, de acordo com a sua função, as válvulas podem ser: de admissão ou de escapamento. A válvula de admissão tem duas funções: • Permitir a entrada da mistura de ar e combustível, na câmara de combustão, no tempo exato de sua admissão, causada pelo êmbolo; • Vedar a abertura de admissão, no tempo exato de sua compressão, também causada pelo êmbolo. • A cabeça da válvula de admissão tem um diâmetro maior do que o da cabeça da válvula de escapamento. Tipos de Válvulas A válvula de escapamento também tem duas funções: • Permitir o escapamento dos gases resultantes da queima da mistura; • Vedar a abertura de escapamento, no tempo exato de compressão da mesma. A válvula de escapamento é fabricada de material mais resistente às temperaturas elevadas do que as de admissão. Isto acontece porque os gases resultantes da queima da mistura têm temperaturas mais elevadas do que os gases da mistura admitida. Tipos de Válvulas • Diferenças de válvulas de admissão e escape! https://www.youtube.com/watch?v=BNvIiMG-SD0 • Qual o tamanho de Válvulas Usar? Válvula de Admissão e Escape ( Preparação de Cabeçote ) https://www.youtube.com/watch?v=myxP0aQ0p4Q • Motor de carro - Qual válvula é maior, a de admissão ou escape? https://www.youtube.com/watch?v=bhFvWkHUdtU https://www.youtube.com/watch?v=BNvIiMG-SD0 https://www.youtube.com/watch?v=myxP0aQ0p4Q https://www.youtube.com/watch?v=bhFvWkHUdtU DISPOSITIVOS DE MONTAGEM DAS VÁLVULAS • As válvulas funcionam fazendo movimentos retilíneos de vaivém. • Por esta razão, são montadas em seus alojamentos com dispositivos que, além de aprisioná-las, lhes permitem tais movimentos.• Estes dispositivos, basicamente, são: Mola • A mola é fabricada em aço especial e o seu comprimento e a sua constante elástica são dimensionados de acordo com o tipo de motor onde estão instaladas. • A função da mola é aprisionar a válvula, cuja haste fica no seu interior, e fazer com que a contra-sede da mesma fique pressionada de encontro à sua sede, sempre que o balancin não estiver pressionando o conjunto. Prato • O prato é fabricado em aço, tem forma circular e a parte central é perfurada de acordo com o diâmetro da haste da válvula e o tipo de chavetas de travamento. • Na sua parte inferior há rebaixos que fazem com que o prato se encaixe ajustado no interior da extremidade superior da mola, até um certo limite de profundidade. • A finalidade do prato é centralizar a haste da válvula em relação à mola, alojar as chavetas para o travamento na haste e comprimir a mola no seu alojamento do cabeçote. Chavetas • São pequenas peças de aço em forma semicircular e cônica. • As chavetas são encaixadas no orifício central do prato, travando o mesmo no canalete da extremidade da haste da válvula, para que a válvula fique submetida à ação de retorno da mola. FUNCIONAMENTO • O balancim, ou o came da árvore de comando de válvulas, pressiona a ponta da haste da válvula, para baixo, fazendo com que a contra-sede da válvula se afaste da sua sede, no cabeçote, nos momentos exatos da admissão e escapamento, permitindo, assim, a entrada da mistura de ar e combustível, na câmara de combustão, ou permitindo que os gases resultantes da sua queima escapem para o coletor de escapamento. FUNCIONAMENTO • No mesmo momento em que a válvula é pressionada para baixo, o prato que está acoplado ao canalete da haste, faz com que a mola também seja pressionada de encontro ao seu alojamento, no cabeçote. FUNCIONAMENTO • Desse modo, quando o balancim deixa de pressionar a válvula, esta retorna à sua posição inicial, sendo agora pressionada pela mola que também retorna à sua posição inicial. • Este ciclo repete-se sistematicamente durante o funcionamento do motor, de acordo com a ordem de trabalho do mesmo. FUNCIONAMENTO FUNCIONAMENTO Para um funcionamento normal das válvulas, periodicamente, de acordo com a utilização do veículo e conforme as recomendações do seu fabricante deve ser feita a seguinte manutenção: Descarbonização da câmara de combustão; Inspeção das válvulas para substituição ou esmerilhamento das contra-sedes das mesmas; Inspeção dos dispositivos de montagem das válvulas para substituição, considerando-se: • O estado de conservação, o comprimento e a constante elástica das molas; • O estado de conservação dos pratos e chavetas; • Inspeção do conjunto de balancins. FUNCIONAMENTO • Comando de Válvulas (1/2): Como Funciona #14 - Alta RPM https://www.youtube.com/watch?v=FVip_oOpCfM • Comando de Válvulas (2/2): Como Funciona #14 - Alta RPM https://www.youtube.com/watch?v=S-oTr5opJAw https://www.youtube.com/watch?v=FVip_oOpCfM https://www.youtube.com/watch?v=S-oTr5opJAw Árvore de comando de válvulas • É um eixo fabricado em aço especial. Ao longo da árvore, em posições adequadas às suas funções, existem os munhões para assentamento da árvore em seu alojamento, e ressaltos (cames) de comandos. • Os munhões e os ressaltos têm as suas superfícies cementadas, para evitar os desgastes acelerados. • A finalidade da árvore de comando de válvulas é sincronizar a abertura e o fechamento das válvulas, durante o ciclo de trabalho de cada cilindro do motor. Árvore de comando de válvulas • A árvore de comando de válvulas, dependendo da marca e do tipo de motor, é instalada em um dos lados do mesmo, sobre a árvore de manivelas ou no cabeçote, porém, sempre em paralelo com a árvore de manivelas. CONSTITUIÇÃO • Basicamente, a árvore de comando de válvulas e constituída pelas seguintes partes: Munhões • A árvore é apoiada em seu alojamento por meio dos munhões. • Entre os munhões e os mancais de apoio de seu alojamento há bronzinas que evitam o desgaste acelerado entre as duas partes. • O numero de munhões varia de acordo com o tipo de árvore, porém, é sempre em número suficiente para que a árvore não possa fletir Cames • Geralmente, os cames têm perfis ovais que lhes permitem, ao girar, acionar dispositivos que estejam em contato com a sua superfície, dando-lhes movimentos retilíneos alternativos ou oscilatórios. • Nos motores de combustão interna, os cames da árvore de comando de válvulas acionam os tuchos ou diretamente os balancins. Ressalto de acionamento da bomba de combustível • É semelhante aos cames que acionam os tuchos e balancins, porém, não tem perfil oval. • O seu perfil é circular e é excêntrico em relação ao seu eixo de rotação, o que causa um acionamento mais suave à bomba, por não ser oval. Engrenagem de acionamento do distribuidor • É uma engrenagem de dentes helicoidais, fresada na própria árvore, ou acoplada à mesma. Funcionamento • Quando o motor funciona, a árvore de manivelas transmite o seu movimento de rotação à árvore de comando de válvulas. • Neste momento, os cames acionam os dispositivos de acionamento das válvulas, os tuchos e balancins, que causam a abertura e o fechamento entre as sedes e contra-sedes das mesmas, em sincronismo com a ordem de trabalho dos cilindros. • Ao mesmo tempo, a bomba de combustível é acionada pelo ressalto apropriado bem como o distribuidor pela engrenagem. Funcionamento • Comando de válvulas do motor com curso variável- engine valve control with variable course https://www.youtube.com/watch?v=FZHst3dlkyI • Elementos de Máquinas - Aula 38 - Cames https://www.youtube.com/watch?v=NVjA6D1y6W4 • Comando de Válvulas - Quebrando ou desgastando prematuramente https://www.youtube.com/watch?v=RQEBa1C5NM8 https://www.youtube.com/watch?v=NVjA6D1y6W4 https://www.youtube.com/watch?v=RQEBa1C5NM8 Sistema de alimentação por carburador • O sistema de alimentação é um conjunto de órgãos que se interligam, tendo cada um, uma função específica, com a finalidade de alimentar a câmara de combustão do motor, com a mistura formada pejo combustível e o ar. • Na maioria dos sistemas de alimentação é utilizada uma bomba que puxa o combustível do tanque e empurra-o para a cuba do carburador, mesmo que este esteja instalado acima do nível do tanque. • Basicamente, o sistema de alimentação é constituído por: Carburador • Basicamente, o carburador é uma estrutura metálica, construída com ligas leves, com um conjunto de dispositivos que dosam a entrada de combustível e ar, no seu interior, transformando-os em uma mistura de proporções adequadas à queima, nas câmaras de combustão do motor Carburador • O carburador é sempre instalado no motor. No entanto, dependendo da marca e do tipo de veículo ele vem instalado na parte lateral ou superior do mesmo, sobre o coletor de admissão. • O carburador é um dos órgãos do motor que apresenta um complexo e delicado sistema de dispositivos que devem funcionar com a máxima precisão, a fim de assegurar uma dosagem adequada na mistura de combustível e ar, o que se chama de carburação para o funcionamento normal do motor, sob as mais diversas solicitações de velocidade e força. • Além desta finalidade, o carburador também regula, sob o comando do acelerador, a velocidade do veículo e o torque do motor para adequá-los continuamente à carga e às condições do piso onde o veículo se desloca. CONSTITUIÇÃO Basicamente, o carburador e constituído pelos seguintes sistemas: • Nível constante; • Partida a frio; • Marcha lenta; • Aceleração rápida; • Principal; • Suplementar (potência). Sistema de nível constante • Basicamente, é constituído pelos seguintes elementos: • A bóiae o estilete controlam e mantêm constante o nível do combustível, na cuba, para a manutenção contínua de combustível, no carburador. A regulagem de nível do combustível, na cuba, é feita em função de três fatores: • O peso e o volume da bóia; • A capacidade de vazão do estilete; • A espessura da junta do estilete. Sistema de nível constante • Cuba A cuba é um pequeno reservatório de combustível, no corpo do próprio carburador. Para que o suprimento de combustível seja regular para os vários circuitos do carburador, o nível da cuba e importantíssimo. Além disso, o nível da cuba controla, a pressão estática sobre os giclês principal e de nível de reserva. O nível é controlado pela bóia e válvula estilete. • Bóia A bóia é um corpo flutuante, com uma haste que se articula com um engate da cuba, onde ela flutua. A haste é movimentada pela bóia que, flutuando em níveis diferentes, modifica o seu angulo em relação ao seu ponto de apoio, fazendo-a atuar como uma alavanca, movimentando o estilete. Sistema de nível constante • Estilete (válvula estilete) É um corpo metálico, no interior do qual se desloca um estilete que controla a abertura de um orifício, fazendo com que este permita maior, menor ou nenhuma passagem de combustível para a cuba do carburador, de acordo com o nível de flutuação da bóia, que modifica o ângulo da sua própria haste que comanda este estilete. Os tipos mais comuns de válvulas estiletes são: • Válvula metálica, com ponta de borracha sintética (Fig. a); • Válvula metálica, com esfera e mola de reação (Fig. b); • Válvula metálica, com ponta de borracha sintética e mola de proteção, entre o estilete e a haste da bóia. A finalidade da mola é proteger a ponta do estilete, devido às oscilações da bóia (Fig. c). Sistema de partida a frio • Basicamente, é constituído por um so ́ elemento: a válvula borboleta do afogador • É instalada no interior do carburador, um pouco abaixo da boca, onde, quando acionada, obstrui a passagem do ar, fazendo com que seja sugado mais combustível do que ar para o seu interior, provocando assim uma carburação de mistura rica. • O sistema de partida a frio, segundo seu próprio nome, é acionado para melhorar a partida do motor quando este está frio. • Quando o motor está frio e é acionado, as paredes do carburador e do coletor de admissão tendem a causar a condensação do combustível, o que dificulta largamente a sua vaporização. Desse modo, a dificuldade dessa vaporização e a maior densidade do ar, por esta frio, somados à lentidão das primeiras rotações do motor, empobrecem a mistura. • Então, para compensar, o sistema de partida a frio causa a entrada de uma mistura rica, até que o motor atinja a sua temperatura ideal de funcionamento. Sistema de marcha lenta • Basicamente, é constituído pelos seguintes elementos Sistema de marcha lenta • Quando um motor está funcionando em marcha lenta, o pedal acelerador não está sendo acionado. Portanto, a borboleta de aceleração do carburador está em posição de repouso, ou seja, semi fechada. Nesta posição, a borboleta impede que o sistema de alta velocidade atue e, ao mesmo tempo, causa sob ela própria uma depressão que faz com que o giclê de combustível e o canal de ar, do sistema de marcha lenta comecem a atuar, dosando a mistura necessária ao funcionamento do motor em baixa rotação. • Giclê de marcha lenta É o giclê que dosa o combustível para a mistura de marcha lenta, comunicando-se ao mesmo tempo, com o canal de entrada de ar. • Condutos calibrados São pequenos canais que conduzem combustível, ar e mistura na parte interna do carburador, para a formação de seus diversos sistemas. Cada canal tem seu diâmetro calculado de acordo com a sua função. • Parafuso de controle da mistura da marcha lenta (agulha) É um parafuso, com ponta cônica, que se ajusta ao orifício de entrada da mistura sob a borboleta, aumentando ou diminuindo o volume da mistura, para auxiliar na regulagem da marcha lenta. • Parafuso de controle da rotação da marcha lenta É um parafuso localizado no dispositivo de acionamento da válvula borboleta do acelerador com a finalidade de mantê-la parcialmente aberta para que o motor funcione em marcha lenta. Sistema de aceleração rápida • Basicamente o sistema de aceleração rápida é constituído pelos seguintes elementos • Quando o motor é acelerado rapidamente, ou seja, quando o motorista pisa bruscamente no pedal do acelerador, a borboleta de aceleração atende imediatamente, abrindo uma passagem muito grande para o ar que é sugado pelos êmbolos. • Neste momento, se não houver maior quantidade de combustível para misturar- se com essa grande quantidade de ar, a mistura torna-se pobre e o motor falha, ou seja, não responde à acelerada rápida, imediatamente. • Para que isto não aconteça, o sistema de aceleração rápida atua nesse justo momento, injetando uma quantidade adicional de combustível, para compensar o aumento de volume de ar, equilibrando, assim, a proporção ideal da mistura. Sistema de aceleração rápida • Bomba de aceleração É um dispositivo mecânico, alojado no corpo do carburador, acionado também pelo pedal acelerador, que injeta combustível no pulverizador de aceleração rápida, por meio de diafragma ou de êmbolo. • Válvulas de esferas São válvulas de aço inoxidável, de forma esférica, que controlam os fluxos de entrada e de saída de combustível, no interior da bomba de aceleração, sem permitir a entrada de ar no sistema. • Pulverizador de aceleração rápida É um tubo de ligas leves, anticorrosivas, que recebe combustível injetado pela bomba de aceleração, em quantidades controladas, e pulveriza-o sobre o difusor, para compensar a mistura que recebe grande quantidade de ar, quando o motor é acelerado bruscamente. Sistema principal Basicamente, é constituído pelos seguintes elementos: Funcionamento do Carburador • CARBURADOR ( ANIMAÇÃO) https://www.youtube.com/watch?v=MBHn7vkODGs • Funcionamento dos carburadores https://www.youtube.com/watch?v=02dLYNkfOUA • Como um Carburador Funciona? Veja o princípio - CF #55 https://www.youtube.com/watch?v=cdrhJphodOs https://www.youtube.com/watch?v=MBHn7vkODGs https://www.youtube.com/watch?v=02dLYNkfOUA https://www.youtube.com/watch?v=cdrhJphodOs Injeção de combustível • Como Funciona a Injeção Eletrônica de Combustível https://www.youtube.com/watch?v=2euusle3HCI • Como funciona o modulo da injeção eletronica https://www.youtube.com/watch?v=c-kMhtDZwkA https://www.youtube.com/watch?v=2euusle3HCI https://www.youtube.com/watch?v=c-kMhtDZwkA MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA WYF0909 AULA 05 – CONTEUDO 5 (15/04/2021) Prof. Eng. Esp. Eduardo Tourinho Santana Ciclos termodinâmicos • O funcionamento dos motores de combustão interna se realiza em ciclos denominados ciclos termodinâmicos, no qual se distinguem quatro fases ou quatros tempos: admissão, compressão, explosão/expansão e escape. • Conceitualmente, ciclo é uma série de processos que ocorrem quando um determinado sistema se desloca originalmente de um estado inicial para retornar ao estado original. • Nesses processos, os elementos fundamentais que caracterizam um ciclo termodinâmico de uma máquina térmica são: substância de trabalho, fonte de calor, fonte fria e máquina térmica. Ciclo de Carnot • Para entender melhor os ciclos de funcionamento de uma máquina térmica, apresentaremos, de forma resumida, o ciclo teórico desenvolvido pelo francês Nicholas Carnot – ciclo de Carnot. • Em 1823, Carnot publicou uma brochura intitulada “Reflexões sobre a potência motriz do fogo”. Enunciava aí, um ciclo ideal que, partindo da transformação de gases perfeitos, deveria ter um rendimento de, aproximadamente, 72% nunca atingido por um motor térmico real. Ciclo de Carnot O ciclode Carnot se compõe das fases mostradas na Figura: • Expansão isotérmica – 1 a 2. • Expansão adiabática – 2 a 3. • Compressão isotérmica – 3 a 4. • Compressão adiabática – 4 a 1. Ciclo de Carnot O ciclo de Carnot não pode ser objeto de nenhuma realização na prática. Pode ser descrito, teoricamente, da seguinte maneira: • Primeira fase – expansão isotérmica – o cilindro deve ser resfriado du- rante a expansão isotérmica. Esse mesmo cilindro exige aquecimento para tornar a temperatura constante. • Segunda fase – expansão adiabática – continuando o repouso, faz-se cessar o reaquecimento do cilindro para que essa fase se efetue sem troca de calor com o cilindro, e que a massa gasosa retome o volume e a pressão que possuía no início da primeira fase. • Terceira fase – compressão isotérmica – uma massa gasosa é introdu- zida no cilindro e, depois comprimida pelo pistão “temperatura constan- te”. O cilindro é esfriado durante essa fase. • Quarta fase – compressão adiabática – interrompido o resfriamento do cilindro, continua-se a compressão rapidamente, de modo que nenhuma troca de calor tenha lugar entre o gás e o cilindro. Ciclo de Carnot • CICLO DE CARNOT - TERMOLOGIA https://www.youtube.com/watch?v=3n8CRANljck https://www.youtube.com/watch?v=3n8CRANljck Classificação dos motores segundo o ciclo termodinâmico • Para a abordagem sobre a classificação, segundo os sistemas que consideram os ciclos termodinâmicos, é conveniente lembrar que, termodinâmica é a ciência que define as transformações do calor e do trabalho mecânico e o estudo das leis às quais obedecem os gases durante suas evoluções desde sua entrada no cilindro até sua saída para a atmosfera. • Nos motores de combustão interna, os gases são comprimidos, queimados, dilatados e expandidos sob o efeito da temperatura ou de um trabalho mecânico. Se é indispensável se conhecer profundamente a termodinâmica para construção dos motores, são também necessários conhecimentos elementares para se compreender o seu funcionamento. • Assim, segundo os ciclos termodinâmicos, podemos classificar os motores em: ciclo Otto e ciclo Diesel. Classificação dos motores segundo o ciclo termodinâmico • Motores de ciclo Otto – motores de combustão interna com ignição por centelha, utilizando como combustíveis: gasolina, gás ou álcool. O convencional motor a gasolina é um motor de combustão interna no qual uma mistura ar + combustível é admitida num cilindro e comprimida pelo pistão ou êmbolo, após inflamada por uma centelha elétrica provocada pela vela de ignição. • Motores de ciclo Diesel – motores de combustão interna com ignição por compressão, utilizando como combustíveis: diesel, biodiesel e suas misturas. O motor Diesel é um motor de combustão interna no qual o ar admitido no cilindro é comprimido pelo pistão ou êmbolo, atingindo devido à compressão, uma temperatura de 500 a 700oC. Uma vez injetado ou atomizado o combustível, a mistura inflama-se espontaneamente, graças ao calor resultante da compressão do ar. Processo de combustão nos motores • Para que haja uma combustão perfeita, é necessário dosar três elementos fundamentais, é o chamado triângulo do fogo: o ar, o calor e o combustível. • A combustão ou queima é um processo químico que exige a presença desses três componentes que, ao se combinarem na proporção adequada dentro do motor, promovem a explosão. Processo de combustão nos motores O tempo que leva para que a mescla ar + combustível entre em combustão é chamado de atraso de combustão e dura aproximadamente 1 milissegundos (ms). Em alguns casos, existem condições que o atraso pode durar mais tempo, até 2 milissegundos (ms), isso devido a (à): • Baixa temperatura de funcionamento do motor (partida a frio). • Bicos injetores não atomizando perfeitamente. • Ponto de início de injeção ajustado muito avançado. • Ma ́ qualidade do combustível (ou adulterado). • Problemas mecânicos, específicos para o tipo de motor (manut. deficiente). Processo de combustão nos motores • Como consequência do maior tempo de atraso de combustão, há o ruído de combustão chamado de batida de pino, ruído metálico gerado por frentes de chamas distintas dentro da câmara de combustão. • Outro fator que influencia o atraso de combustão é a pressão de compressão no interior da câmara de combustão. Quanto maior a pressão, menor o atraso de combustão, conforme mostra a Figura, a seguir: o efeito da temperatura (oC) versus níveis de pressão (bar). Processo de combustão nos motores • Nos motores de ciclo Otto, a mistura ar + combustível é realizada antecipadamente a sua entrada no cilindro por um elemento misturador, carburador ou, mais recentemente, pelo dosador eletrônico de combustível. • Nos motores de ciclo Diesel, há somente admissão do ar pelo sistema de captação do ar através dos filtros que deve preencher a câmara de combustão. • A forma da câmara de combustão, o posicionamento do bico injetor e o ângulo de injeção determinam o processo de formação da mescla ar + combustível. • Quanto ao formato da câmara de combustão, esta pode ser dividida em, pelo menos, dois tipos que garante o sistema de injeção: injeção direta e injeção indireta. Injeção direta A combustão se dá diretamente sobre a câmara de combustão da qual o pistão faz parte. Injeção indireta A combustão tem início no interior da pre ́-câmara expandindo-se para câmara de combustão principal no topo do pistão como mostra as Figuras. Combustão da gasolina e do etanol • A mecânica é a ciência do movimento e o ramo da física que explica como pressões e volumes de gases fazem os veículos andarem. • Mas, o princípio de todo este processo é entendido através da química, uma vez que toda produção de trabalho requer o fornecimento de uma quantidade de energia no mínimo igual ao trabalho gerado. • Os fenômenos que tornam o automóvel uma máquina viável acontecem no pequeno mundo das moléculas. Combustíveis • A quantidade de energia, sob a forma de calor, que um combustível pode fornecer quando queimado completamente chama-se poder calorífico. • No caso do automóvel, os combustíveis mais comuns são a gasolina e o etanol, cujos poderes caloríficos típicos são, respectivamente, 9600 e 6100 kcal/kg. • O poder calorífico da gasolina é superior ao do álcool, portanto, carros movidos a etanol apresentam maior consumo de combustível, em comparação aos que utilizam o derivado de petróleo, estando ambos em condições idênticas de desempenho mecânico. Gasolina • A gasolina automotiva é o combustível mais familiar ao público brasileiro. É utilizada em veículos leves para uso particular e para transporte de passageiros e de cargas, atendendo às necessidades dos consumidores e aos rigorosos requisitos das mais modernas tecnologias veiculares disponíveis, considerando a melhor eficiência energética e os limites de emissões atmosféricas definidos. • Produzimos a gasolina (isenta de etanol) conforme as especificações técnicas da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Gasolina • As companhias distribuidoras por sua vez realizam a adição de etanol anidro (de acordo com o teor vigente na legislação) à gasolina fornecida pela Petrobras, disponibilizando-a nos postos de combustível. • A gasolina sem etanol é denominada de “gasolina A”, e a gasolina com etanol de “gasolina C” de acordo com a classificação estabelecida pela ANP. • A massa específica mínima da gasolina C é de 715 kg/m³, um requisito que antes não era especificado no Brasil, sendo exigido na atual regulamentação. • A massa específica é um dos fatores responsáveis pela eficiência do motor: quanto maior, menor o consumo – além de melhor rendimento para o veículo. O aumento da massa específica gera mais energia na combustão e permite que você tenha mais autonomiacom o mesmo volume de combustível. Etanol • Combustível ecologicamente correto, o etanol é obtido a partir da cana-de-açúcar, o que ajuda na redução do gás carbônico da atmosfera através da fotossíntese nos canaviais. Seguindo recomendações específicas, este combustível pode ser misturado ao diesel e à gasolina. • Talvez você não saiba, mas o álcool com que você abastece o seu carro é diferente daquele que é adicionado à gasolina. • O combustível que abastece os veículos movidos a álcool ou flexfuel é o álcool etílico hidratado, que se caracteriza por sua apresentação límpida e incolor. • Já o produto que é adicionado à gasolina é o álcool etílico anidro, que recebe adição de corante laranja. Etanol Propriedades do Etanol • Não é derivado do petróleo; • É obtido a partir da fermentação da cana-de-açúcar; • É incolor; • Pode ser utilizado em qualquer veículo movido a etanol. Poder de Explosão • Além do poder calorífico, outra propriedade importante dos combustíveis é a maneira como eles explodem, ou suas características de detonação. • Para funcionar satisfatoriamente, não basta o motor a explosão ser alimentado por um combustível capaz de explodir. • É indispensável que a explosão ocorra de um modo regular, no tempo e no modo projetado, para provocar o aproveitamento esperado das pressões internas, sem produzir ondas de choque que possam danificar os mecanismos. Poder de Explosão • Para garantir esta regularidade, a gasolina é aditivada com substâncias antidetonantes, que funcionam como retardadores químicos da explosão e garantem que esta só aconteça no momento certo do ciclo. • Por muito tempo, o antidetonante mais usado foi o chumbo tetraetila, um composto altamente nocivo à saúde e ao meio ambiente. • Hoje, no Brasil, determinadas quantidades de álcool são adicionadas à gasolina, exercendo a função antidetonante em substituição aos compostos de chumbo. Estequiometria • Para que a queima do combustível ocorra dentro dos padrões técnicos do ciclo e a expansão dos gases produza a pressão e o trabalho desejados, é necessário que a massa de combustível injetada no motor seja misturada a uma quantidade de ar. • Forma-se assim a mistura combustível-ar, cuja dosagem é feita pela injeção eletrônica ou pelo carburador. • A gasolina é uma mistura de vários hidrocarbonetos, que, na média típica, pode ser representada por C8H18. Reações de Combustão • As reações de oxidação, que deveriam combinar oxigênio e carbono, gerando dióxido de carbono (CO2), não se completam, resultando na formação de monóxido de carbono (CO), um poluente tóxico. • Os combustíveis possuem ainda outras substâncias químicas em sua composição, que reagem na combustão formando outros compostos. • Um exemplo é o enxofre, presente na gasolina, que reage com o oxigênio ou hidrogênio formando SO2 e H2S. Reações de Combustão • A combustão incompleta também produz óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos, aldeídos e particulados, além da fuligem preta típica dos motores mal regulados. • Um dos modos de checagem de injeções eletrônicas modernas é a análise da proporção de CO nos gases de escape. Quanto maior a proporção, em comparação às especificações do motor, mais incompleta é a queima e menos eficiente o processo de dosagem da mistura combustível-ar. Reações de Combustão • Lambda & razão estequiométria https://www.youtube.com/watch?v=4XrkXNO0rfk https://www.youtube.com/watch?v=4XrkXNO0rfk MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA WYF0909 AULA 06 – CONTEUDO 6 (22/04/2021) Prof. Eng. Esp. Eduardo Tourinho Santana Conceitos importantes • Desde a segunda metade do século XIX, os motores de combustão interna têm sido largamente utilizados na transformação de energia química em energia cinética de eixo, seja para fins de locomoção ou de geração de eletricidade. • Especialmente populares são os motores de ignição por centelha (SI ou Spark Ignition), amplamente utilizados na indústria automobilística. • Nestes, a ignição e consequente propagação da frente de chama no cilindro se dá por meio da queima localizada do combustível no ponto de centelha – um arco elétrico de breve duração, gerado pela vela pouco antes da chegada do pistão ao seu ponto morto superior. Conceitos importantes A Figura 1 ilustra o ciclo de um cilindro num motor SI com injeção no pórtico de quatro tempos, sendo eles: • Admissão: abertura da válvula de admissão e entrada da mistura ar/combustível no cilindro; • Compressão: fechamento da válvula de admissão e compressão da mistura ar combustível; • Combustão/Expansão: queima da mistura ar/combustível após a ignição pela centelha. Transmissão do trabalho gerado pela expansão da mistura ao eixo; • Exaustão: abertura da válvula de exaustão e expulsão dos gases residuais da combustão. Conceitos importantes Conceitos importantes • Nos motores do tipo SI, a injeção de combustível pode ser feita no coletor de admissão, onde ocorre a mistura com o ar de forma homogênea antes da entrada no cilindro pela válvula de admissão (injeção no pórtico, ou PFI), ou de forma direta, dentro do cilindro após a admissão do ar na câmara de combustão (injeção direta, ou DI). • Neste caso, a mistura ar/combustível pode ser homogênea ou estratificada. A Figura apresenta de forma esquemática a diferença entre os dois mecanismos de injeção. Razão de equivalência ar/combustível • A razão de equivalência ar/combustível (λ) corresponde à razão entre a proporção mássica entre o ar e o combustível admitidos no cilindro no processo real e a proporção mássica entre o ar e o combustível para que a reação de combustão ocorra de forma estequiométrica. • A Eq. 2.1 apresenta a forma de se calcular a razão de equivalência ar/combustível. • Para uma mistura estequiométrica, λ = 1,0. Quando há excesso de combustível, a razão tem valor menor que 1, e quando há excesso de ar, a mistura tem valor maior que 1. Eficiência térmica A eficiência térmica de um MCI é definida como a razão entre o trabalho útil fornecido pelo motor e o calor fornecido ao motor, que pode ser calculado pelo poder calorífico do combustível e sua massa, tal como mostrado na Eq. Eficiência volumétrica • A eficiência volumétrica é a razão entre o volume de ar admitido no cilindro e o volume deslocado pelo pistão, tal como mostrado na Eq. 2.3. O volume de ar admitido é função da massa de ar mar e da sua massa específica ρ • Como a massa específica do ar varia, é comum um valor de eficiência volumétrica corrigida para o ar em condições padrão a fim de se obter um parâmetro que pode ser utilizado em diversas condições atmosféricas. O cálculo da eficiência volumétrica corrigida é apresentado na Eq.2.4. Análise da combustão por meio da pressão indicada e modelos termodinâmicos • A medição de dados em motores de combustão interna é uma tarefa difícil em função das condições extremas dentro da câmara de combustão, do curto espaço de tempo no qual os fenômenos ocorrem e da dificuldade de instrumentação adequada. • Em função destes problemas, é comum o uso de modelos físicos para cálculo de variáveis como fração de massa de combustível queimada, temperatura dentro da câmara de combustão, taxa de liberação de calor, dentre outros. • Dada a relação entre pressão, temperatura e volume, a medição dos valores de pressão dentro do cilindro (também chamada de pressão indicada) e a medição da posição e da velocidade de rotação do eixo viabilizam a utilização desses modelos. • A medição da pressão é feita por um transdutor de pressão de alta frequência, e o monitoramento da posição e da velocidade de rotação do eixo é feita por um encoder. Pressão média efetiva • A pressão média efetiva é um dado importante sobre o funcionamento do motor. • Seu valor fornece uma indicação da carga adentrandoo cilindro durante a operação do motor, e ela é definida como a pressão média agindo sobre o cilindro durante o ciclo completo de operação para um motor quatro tempos. • Dependendo da forma como é calculada, é possível obter diferentes valores, que recebem denominações distintas. Pressão média efetiva • A pressão média efetiva ou PME corresponde à área sob a curva de operação do motor num diagrama p-V divida pelo volume deslocado Vd, sendo portanto calculada pela integral da pressão ao longo do volume, tal como descrito na Equação 2.5. • Pode ser caracterizada como PME bruta – integrando-se apenas as etapas de compressão e combustão do ciclo, desconsiderando assim as perdas por bombeamento – ou PME líquida – integrando-se o ciclo completo. • Os valores de pressão para o cálculo podem ser obtidos experimentalmente para cada cilindro por meio de transdutores de pressão. Temperatura dentro da câmara de combustão • A temperatura média dentro do cilindro pode ser estimada por meio da equação dos gases (Equação 2.7), considerando-se a mistura como um gás ideal. • O cálculo do volume em função do ângulo do eixo virabrequim é feito por meio da Equação 2.8, na qual θ é o ângulo do eixo virabrequim, B é o diâmetro do cilindro, l é o comprimento da biela, a é o raio da manivela e Vcc é o volume da câmara de combustão. • Toma-se o PMS como referência inicial e considera-se que não há excentricidade do pino munhão. Taxa de liberação de calor (TLC) • Uma vez que o trabalho gerado pelo sistema depende da pressão dentro do cilindro e do volume deslocado e que a energia dada ao sistema é conhecida pela entalpia do combustível, é possível calcular a taxa de liberação de calor ao longo do ciclo do motor utilizando valores de pressão, tal como demonstrado na equação Equação 2.9 na qual Qa é o calor liberado e cV é o calor específico a volume constante. • Seu valor pode ser calculado com precisão satisfatória por meio de um modelo termodinâmico entre os ângulos −60◦ e 90◦ – tomando como referência o PMS entre a compressão e combustão. Fração de Massa Queimada (FMQ) • A fração de massa queimada ao longo da combustão pode ser calculada com precisão satisfatória por meio de um modelo termodinâmico entre os ângulos − 60◦ e 90◦ – tomando como referência o PMS entre a compressão e combustão. A Equação 2.12 descreve o modelo utilizado, deduzido a partir da primeira lei da termodinâmica. • A fração de massa queimada é um indicador comum do início e do término da combustão. Costuma-se utilizar valores de 5% ou 10% de FMQ para indicar o início da combustão, e 90 % ou 95% de FMQ para indicar o fim da combustão. Processos de combustão anormal • Heywood (1988) define combustão anormal como “a propagação de uma frente de chama iniciada em uma superfície quente ou a queima parcial ou total da mistura admitida a velocidades muito altas, podendo ocorrer antes ou após a ignição por centelha”. • Com base nesta definição, pode-se separar os fenômenos de combustão anormal em motores SI em dois grandes grupos: auto-ignição após a centelha e auto-ignição anterior à centelha – pré-ignição. • Vale notar que a definição acima não incluiu os fenômenos de misfire completo e parcial, onde não há combustão completa da mistura. Misfire (falha) • Sonda Lambda: Misfire/Falha de Combustão https://www.youtube.com/watch?v=Vu_DDBSPXKc • Como evitar o famoso misfire? Utilize um Cabo de Ignição de Qualidade! https://www.youtube.com/watch?v=StwbubBOwVI Processo de auto-ignição • A auto-ignição após a centelha (daqui em diante denominada simplesmente auto-ignição) ocorre normalmente em função do aumento da temperatura média resultante do rápido aumento de pressão na região posterior à frente de chama. • Em função desse aumento de temperatura, a mistura não- queimada se aquece e atinge sua energia de ativação, entrando em combustão. • As condições de temperatura e pressão mais altas aceleram as reações iniciais de oxidação do combustível, de tal forma que a combustão subsequente ocorre de forma mais rápida, podendo gerar uma frente de chama com velocidades de propagação até vinte vezes maior do que a da frente de chama gerada pela ignição por centelha (HEYWOOD, 1988) Processo de auto-ignição • A contaminação da mistura ou o uso de combustíveis de baixa qualidade – especificamente combustíveis de baixo RON (octanagem) – reduz a resistência da mistura à auto-ignição, o que resulta numa maior ocorrência desse fenômeno (PILING, 1997). • O aquecimento local da mistura numa região mais quente da câmara de combustão - próximo à válvula de exaustão – também pode influenciar a ocorrência da auto-ignição. Processo de pre ́-ignição • A pré-ignição ocorre quando a queima do combustível se inicia antes da ignição por centelha, podendo haver ou não propagação de uma frente de chama. • A pré-ignição tem início quando a mistura ar/combustível atinge sua energia de ativação antes da ocorrência da centelha, o que ocorre quando altas temperaturas são atingidas. • Esse aumento de temperatura pode ser devido ao uso de altas razões volumétricas de compressão – uma vez que o aumento da pressão devido à compressão leva a um aumento adiabático da temperatura média – ou devido ao aquecimento local da mistura em pontos quentes da câmara de combustão – o eletrodo da vela. • A queima da mistura pode também ter início em função da presença de depósitos incandescentes, que atuam de forma semelhante à centelha, fornecendo energia à mistura. Assim como no caso da auto-ignição, a contaminação do combustível ou o uso de combustíveis de baixa qualidade reduz a resistência da mistura à pre ́-ignição, levar a uma maior ocorrência do fenômeno (HEYWOOD, 1988). “Batida” ou Knock • Uma das principais consequências dos fenômenos de combustão anormal é o knock. Seu nome – que pode ser traduzido literalmente como “batida” – vem do som característico transmitido pela estrutura do motor quando ondas de pressão geradas pela propagação de uma frente de chama proveniente de uma combustão anormal reverberam nas paredes do cilindro. • De forma simplificada, o knock pode ser entendido como a propagação e reverberação de ondas de pressão em função de uma combustão anormal. • É importante notar que nem todo fenômeno de combustão anormal tem como consequência o knock, mas que todo knock tem como origem um fenômeno de combustão anormal. “Batida” ou Knock • Os picos de pressão e os altos gradientes temporais e espaciais de pressão resultantes do knock podem causar danos sérios à estrutura do motor, como por exemplo a fusão do pistão e das válvulas, a erosão do cabeçote e das paredes do cilindro e a fusão do eletrodo da vela. • Dessa forma, é necessário compreender as causas dos fenômenos de combustão anormal a fim de evitá-los e mitigar a ocorrência de knock. • Além disso, é necessário também entender a correlação entre cada tipo de combustão anormal, a ocorrência de knock e sua intensidade. “Batida” ou Knock • Quanto à intensidade do knock, podemos separá-lo em dois grupos: knock convencional e superknock. • O knock convencional ocorre normalmente quando há auto-ignição e se caracteriza por gradientes de pressão relativamente pequenos (até 10 bar). • Uma vez que grande parte da mistura ja ́ foi queimada quando a auto-ignição tem início (normalmente mais de 50%), a quantidade de energia a ser liberada é menor, de tal forma que as ondas de pressão consequentes possuem uma quantidade menor de energia. “Batida” ou Knock • Já no superknock são observados gradientes de pressão muito maiores (frequentemente superiores a 100 bar). • A quantidade de energia necessária para que ocorra um superknock é muito grande, de
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