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136_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
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são 00:00, 06:00, 12:00 e 18:00 TMG. É precisamente o caráter de simultaneidade das obser-
vações que exige a adoção do Tempo Médio de Greenwich (Capítulo I) para a coleta dos da-
dos destinados à previsão do tempo. Estudos de outra natureza, porém, podem exigir dados
coletados de conformidade com a hora solar local. As investigações agrometeorológicas cons-
tituem um bom exemplo disso, já que as plantas estão fisiologicamente condicionadas ao mo-
vimento aparente diário do Sol. O mesmo se verifica nas investigações inseridas no âmbito da
Climatologia.
A análise da evolução do estado prevalecente do tempo pode ser feita de duas manei-
ras: numérica e graficamente.
No caso da análise numérica, os dados sinóticos disponíveis são eletronicamente pro-
cessados, utilizando-se programas de computação capazes de encontrar soluções numéricas
para o complexo sistema de equações de prognóstico, que descreve a evolução temporal do
comportamento físico da atmosfera. Muitas vezes isso requer o processamento conjunto dos
dados coletados em todo o planeta, o que exige o uso de computadores de grande capacidade
de memória e extremamente rápidos.
No caso da análise gráfica, as observações sinóticas são plotadas sobre mapas geo-
gráficos, do país, ou da região. A expressão "carta de superfície" é corriqueiramente usada em
Meteorologia para designar a representação gráfica de todas as observações sinóticas (tempe-
ratura, umidade, vento, nuvens etc.) realizadas à superfície (obtidas, portanto, em referenciais
locais). A única exceção é a pressão, cujos valores referem-se ao nível médio do mar (foram
previamente corrigidos do efeito de altitude).
Muitas vezes torna-se necessário caracterizar o estado em que a atmosfera se apre-
senta com mais freqüência, utilizando-se cartas de superfície que traduzem os valores médios,
ou os mais prováveis, da pressão, temperatura, umidade etc., obtidos a partir de séries de ob-
servações com 10, 20, 30 ou mais anos de registro. Essas são cartas climatológicas, elabora-
das com vistas a identificar as condições atmosféricas prevalecentes em uma região. Pode ser
interessante, ainda, conhecer os desvios (anomalias) que uma situação particular apresenta
em relação às condições normalmente esperadas.
7.2 - Isóbaras e superfícies isobáricas.
A partir dos valores de pressão atmosférica plotados em uma carta geográfica, podem
ser traçadas linhas que unam pontos de mesmo valor da pressão. Tais linhas são chamadas
isóbaras (Fig III.13)
A Fig. III.14 mostra as isóbaras médias para a Região Tropical, correspondentes à pres-
são ao nível médio do mar nos meses de janeiro e julho. A Fig. III.15 representa uma configu-
ração típica do campo da pressão ao nível médio do mar na América do Sul. Em ambas a
pressão está em hPa. 
 As isóbaras caracterizam a distribuição espacial da pressão (Fig. III.14), a qual fornece
informações preciosas aos meteorologistas. Sabe-se através da observação sistemática e
comprova-se por via teórica que, a determinadas configurações do campo da pressão à su-
perfície, estão associadas condições de tempo bem caracterizadas. Assim, é possível fazer

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