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Teorias e Sistema de Penas no Direito Penal

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PENA
· TEORIAS DOS FINS DA PENA
· Teoria Absoluta: retributiva, indica como fim da pena a ideia de retribuição, retribuir um mal com ouro mal (pretende-se que haja uma perspectiva proporcional – princípio da proporcionalidade - dentro do marco democrático) 
· Teoria Relativa: ou preventiva, 
· Prevenção geral: volta-se a comunidade, a sociedade em geral, mesmo que não tenham cometido um crime. Trás a ideia de passar uma mensagem.
· Positiva: ao aplicar a pena, espera-se que exista um estímulo ao cumprimento da norma 
· Fundamentadora: validar a norma, o ordenamento penal. Quando se aplica a pena, o Estado está sinalizando que a norma penal violada continua válida, que foi o sujeito que cometeu um erro (Welzel; funcionalismo sistêmico de Jakobs)
· Limitadora: ao aplicar a pena e estabelecer todos os princípios para isso, ocorre uma limitação do Jus Puniendi (Hassemer; funcionalismo teleológico de Roxin)
· Negativa: quando se aplica a pena, passa-se uma mensagem para a sociedade de intimidação pelo “terror psicológico”. Em um Estado democrático, é um pensamento gravoso, deve-se ser cauteloso com ela
· Prevenção especial: volta-se ao sujeito que já tenha cometido um crime
· Positiva: pretensão de a partir do encarceramento criar um ambiente de reinserção social (ressocialização)
· Negativa: neutralização/inocuização (prisão) “corrigir o corrigível, intimidar o intimidável e neutralizar o incorrigível”, para que esse sujeito não seja mais um delinquente (Roxin)
O Código Penal Brasileiro: adota a denominada “Teoria mista/unificadora”, uma vez que, em seu artigo 59, caput, ou o art.1º da LEP, indica claramente tanto a retribuição quanto a prevenção do crime como finalidades da aplicação da pena.
· O SISTEMA DE PENAS NO DIREITO PENAL BRASILEIRO
Desde 1984 com a reforma da parte geral do CP brasileiro que o sistema de penas vem sofrendo mudanças profundas. Até esse momento só tínhamos duas opções em nosso sistema de penas: prisão e multa. Assim, em 1984 houve a inserção das penas restritivas de direitos (ficaram conhecidas por penas alternativas) em nosso ordenamento (com a própria lei 7.209/84), ainda bem timidamente, com apenas três tipos de restritivas. 
Em 1998 houve uma ampliação do rol das restritivas, para 5, bem como das possibilidades para sua aplicação, pela lei 9.714/98. Entretanto, ainda não avançamos ao ponto de destronarmos a pena de prisão do posto de pena principal em nosso país, os números do nosso sistema carcerário são a prova cabal do cenário disfuncional que vivemos no Brasil, que fez o STF reconhecer, em 2015, no julgamento da ADPF 347, o “Estado de Coisa Inconstitucional” que configura o sistema prisional brasileiro. Esse caloroso debate no STF deu azo à publicação da súmula vinculante 56.
Súmula vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. (12.03.2015)
· Havendo défice de vagas deve ser determinada, deve ocorrer: a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que saia antecipadamente ou seja posto em prisão domiciliar por falta de vagas; o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que obtenha a progressão ao regime aberto.
· ESPÉCIES DE PENAS EM NOSSO SISTEMA JURÍDICO-PENAL
Nosso sistema de penas atual é composto por três espécies de penas, conforme descrito no artigo 32 do CP:
Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa.
Esse sistema de penas também se ancora em sede constitucional: Art. 5o, XLVI, CF - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
· PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
· Reclusão: deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto (art. 33, CP, caput)
Por ser mais gravosa, sempre é cominada para crimes que se entendem de médio ou maior potencial ofensivo 
No concurso de crimes, executa-se primeiro a pena de reclusão, justamente por ser mais gravosa que a detenção Art. 69, CP. Crimes dolosos praticados contra tutelados, curatelados e/ou filhos, quando a pena cominada for de reclusão, fica-se incapaz de exercer o poder familiar (Art. 92, II, CP)
· Detenção: deve ser cumprida em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado (art. 33, CP, caput)
Quando a pena cominada for de detenção, no caso de inimputáveis, é possível substituir a internação por tratamento ambulatorial (Art. 97, CP). Não inicia em regime fechado, entretanto, poderá sofrer regressão para este regime, conforme o art. 118, LEP.
· É o próprio tipo legal que determina a espécie de pena privativa, mas é o juiz que deve individualizar a pena aplicando a lei ao caso concreto.
· REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA
O art. 33, §§2º e 3º, do CP, estabelecem os critérios decisivos para a escolha do regime inicial de cumprimento da pena. Sendo o juiz sentenciante quem fixa o regime inicial (Art.59, III, CP), atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima 
É possível, todavia, seja imposto em relação ao condenado primário um regime inicial mais rigoroso do que o permitido exclusivamente pela quantidade de pena aplicada. Entretanto, o magistrado deve fundamentar exaustivamente sua escolha, com base em elementos sólidos e amparados pelo ordenamento. Segundo a súmula 718, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada, sendo necessária, conforme a súmula 719, motivação idônea.
Em outro caso, se a pena-base for fixada no mínimo legal, não é possível a aplicação de regime prisional inicial mais severo do que o admitido pela quantidade da pena. Haja vista serem favoráveis as circunstâncias judiciais previstas no art. 59, caput, do Código Penal, não pode ser aplicado regime mais gravoso. É o que estabelece também a súmula 440. A individualização da pena se dá em 3 fases, na 1º juiz analisa apenas as circunstancias do art. 59, se ele aplicou a pena mínima nessa fase deve aplicar o regime correspondente 
· Pena de reclusão (Art.33, §2º, a, b e c)
O primário condenado a pena superior a 8 anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
O primário condenado, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
O primário condenado, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
O reincidente inicia o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime fechado, independentemente da quantidade de pena aplicada
· Para amenizar essa regra, o STJ editou a súmula 269: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais
Quantidade X>8 + Reincidente ou não → regime fechado
Quantidade 4>X> 8 + Não reincidente → regime fechado ou semiaberto
Quantidade X<4 + Não reincidente → regime fechado, semiaberto ou aberto
Quantidade 4<X<8 + Reincidente → fechado
Quantidade X<4 + Reincidente → regime fechado ou semiaberto (Obs. Súmula 269 do STJ)
· Pena de detenção
Não se admite o início de seu cumprimento no regime fechado, nada obstante seja possível a regressão a esse regime. Tem como critérios:
O condenado reincidente inicia o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime semiaberto, seja qual for a quantidade da pena aplicada;
O primário, cuja pena seja superior a 4 anos, deverá cumpri-la no regime semiaberto
O primário, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la no regime aberto.
Quantidade X + Reincidente→ regime semiaberto
Quantidade X>4 + Não reincidente → regime semiaberto
Quantidade X<4 + Não reincidente → regime semiaberto ou aberto 
· Pena de prisão Simples
Cabível unicamente para as contravenções penais, deve ser cumprida sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum. Não há regime fechado, seja inicialmente, seja em decorrência de regressão.
· SISTEMA PROGRESSIVO 
As execuções das penas privativas de liberdade foram idealizadas a serem cumpridas num sistema progressivo, conforme disciplinado no artigo 112, LEP, em que o condenado à prisão iniciará no regime indicado em sua sentença condenatória (é o juiz da condenação quem indica o regime inicial - arts. 110 e 66, LEP) e, ao cumprir determinados requisitos, poderá pleitear a progressão para o regime mais brando subsequente, de modo que a progressão sempre se dará “passo a passo”. 
Do mesmo modo que é possível progredir, o condenado também poderá regredir para regime mais gravoso em cometendo algum tipo de infração, conforme disciplinado pelo artigo 118 da LEP, entretanto, a regressão, ao contrário da progressão, pode-se dar “por saltos”, levando o sujeito, por exemplo, do regime aberto diretamente ao fechado. Tais regras sobre progressão e regressão inferem-se a partir da interpretação dos artigos 112 e 118 da LEP, respectivamente.
Segundo a súmula 716, do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Além de, conforme a Súmula 717, não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
A progressão de regime prisional integra a individualização da pena, em que sua execução se destina ao cumprimento da finalidade de prevenção especial, mediante a busca da preparação do condenado para reinserção na sociedade. Se foram aplicadas ao condenado, cumulativamente, penas privativas de liberdade e de multa, o inadimplemento desta impede a progressão de regime prisional. Esse benefício depende de dois requisitos cumulativos:
· Requisito objetivo: Art. 112 da LEP
	Percentual 
	Natureza do crime
	Condição do agente
	16% - I
	SEM violência à pessoa ou grave ameaça 
	Primário 
	20% - II
	SEM violência à pessoa ou grave ameaça 
	Reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça
· Incidirá quando o sujeito for condenado por crime sem violência, mesmo que o anterior seja com violência
	25% - III
	COM violência à pessoa ou grave ameaça 
	Primário
	30% - IV
	COM violência à pessoa ou grave ameaça 
	Reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça 
· Pela lacuna na lei, se o agente cometeu crime com violência e é reincidente em crime sem violência, pode ser aplicado o percentual de 25%
	40% - V
	Crime hediondo ou equiparado SEM resultado morte
	Primário
	50% - VI
	a) Crime hediondo ou equiparado COM resultado morte, vedado o livramento condicional 
b) Comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado
c) Constituição de milícia 
	a) Primário
b) Primário ou Reincidente (a lei não faz distinção)
c) Primário ou Reincidente (a lei não faz distinção)
	60% - VII
	Crime hediondo ou equiparado SEM resultado morte
	Reincidente em crime hediondo ou equiparado sem resultado morte
· Se o agente cometeu crime hediondo, e é reincidente em crime diverso, a lacuna permite a aplicação de 40%
	70% - VIII
	Crime hediondo ou equiparado COM resultado morte, vedado o livramento condicional 
	Reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte
· Se o agente cometeu crime hediondo com resultado morte, e é reincidente comum, a porcentagem pode ser de 50%
· Se ele cometeu crime hediondo com resultado morte, e é reincidente em crime hediondo ou equiparado, mas sem resultado morte, a progressão dependerá do cumprimento de 60%
· Rogério Sanches Cunha acredita que a fração deve levar em conta o crime pelo qual foi considerado reincidente: se violento, aplica-se a mesma fração do inciso III (25%); se não violento, a fração do inc. II (20%). 
Para a segunda progressão, do semiaberto para o aberto, deve ser cumprido o percentual cabível do restante da pena, pois pena cumprida é pena extinta, ou seja, o percentual já pago ao Estado não pode mais servir como parâmetro para cálculo do período legalmente exigido. O termo inicial para a progressão de regime prisional é a data em que o condenado efetivamente preencheu os requisitos (art. 112, I a VIII)
Nas condenações superiores a 40 anos, o percentual de cumprimento da pena deve ser calculado sobre o total da pena imposta. Súmula 715: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
· Requisito subjetivo: Art. 112, §1º, da LEP
É o mérito, presente quando o condenado ostentar “boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento” (Art. 112, §1º, da LEP) Esse requisito deve ser demonstrado pelo condenado, no curso da execução, para merecer a progressão.
· Progressão especial para mulher gestante ou que for mãe ou responsável por criança ou pessoas com deficiência (critérios especiais mais brandos no art. 12, §3º, LEP.)
Requisitos objetivos: não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa (inc. I), não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente (inc. II), e ter cumprido ao menos 1/8 da pena (inc. III).
Requisitos subjetivos: ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento (inc. IV), e não ter integrado organização criminosa (inc. V). O benefício será revogado se a condenada praticar novo crime doloso ou falta grave (LEP, art. 112, §4º)
· Proibição da progressão por saltos
No Brasil, não se pode pular do regime fechado para o aberto, em atenção à necessidade de recuperação gradativa do condenado para retorno à sociedade (Súmula 491). Somente se admite essa passagem direta em hipóteses tetralógicas, tais como o condenado ter cumprido 1/6 da pena no fechado, conseguir a progressão e não ter vaga no semiaberto, permanecendo no fechado e cumprindo novamente o percentual. Será possível então, por ineficiência do Estado, o salto para o regime aberto.
· Progressão em crimes contra a Administração Pública: art. 33, §4º- progressão de regime condicionada a reparação do dano que causou ou na devolução do produto ilícito praticado
· Progressão para crimes hediondos: critérios mais rigorosos no art. 112, caput, V a VIII, LEP. 
O art. 2º, lei 8.072/90 (crimes hediondos), em sua versão original, vedava a progressão de regime para crimes hediondos. Em 2019, a lei 13.964, revogou o art. 2º da lei dos crimes hediondos e disciplinou sobre a progressão de regime para crimes hediondos na nova redação que conferiu ao artigo 112, da LEP, que disciplina sobre o tema. É o critério válido atualmente (vide incisos V a VIII do art. 112, caput, da LEP).
Súmula 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. 
· Requisito temporal para progressão em caso de execução conjunta pro crime hediondo e crime comum
Para possibilitar a progressão, é preciso calcular, no tocante ao delito hediondo ou equiparado, o percentual correspondente para, somando-se ao restante da pena imposta, aferir se já foi cumprido o percentual correspondente ao delito não hediondo, em relação ao total da pena aplicada.
· Progressão e nova condenação
A superveniência de condenação criminal impedea progressão de regime, ainda que já deferida pelo juízo da execução, quando a nova pena tiver que ser cumprida em regime mais rigoroso. A unificação de penas decorrentes de condenação transitada em julgado, durante o cumprimento de reprimenda atinente a outro crime, alterada a data-base para a obtenção de benefícios.
· Processamento do pedido de progressão
O mérito é constado pelo diretor da prisão, fato que recebe críticas. De modo que se pode realizar exame criminológico no caso concreto, se o juiz da execução, a quem é endereçado o pedido de progressão, reputar cabível essa providência (Súmula 439 do STJ). Porém, a conclusão desse não vincula o juiz a determinada sentença.
· Progressão e prática de falta grave
A contagem do tempo para progressão de regime é zerada se o preso comete falta grave, ou seja, deve reiniciar-se novo prazo para a contagem do benefício d progressão do regime prisional. O condenado deve cumprir o percentual legalmente previsto iniciando-se a contagem a partir da falta grave. (Súmula 534 do STJ) Contudo, a contagem do novo período aquisitivo deverá incidir sobre o remanescente da pena, e não sobre a totalidade dela. (art. 112, §6º, da LEP)
· Progressão e organização criminosa
O condenado por organização criminosa ou por delito cometido no contexto da organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento da pena, se existirem elementos de prova indicando a manutenção do agrupamento ilícito.
· Progressão e Lei do Crime Organizado
Na hipótese de colaboração premiada posterior à sentença condenatória com trânsito em julgado, autoriza a progressão de regime prisional mesmo se ausente o requisito objetivo.
· Progressão em unidade militar: é aplicável aos militares, independentemente do local de cumprimento da pena.
· Progressão em penitenciária federal de segurança máxima: não é possível progressão, haja vista a ausência do requisito subjetivo, o mérito
· Custódia cautelar
Se o acusado for preso preventivamente e nessa condição respondeu à ação penal, o termo inicial para contagem do percentual de cumprimento da pena necessário para progressão de regime é a data do cumprimento do mandado de prisão preventiva.
· REGIMES DE CUMPRIMENTO
· FECHADO	
Art. 33, §1º, a - Regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
O local adequado para o cumprimento de pena privativa de liberdade em regime fechado é a penitenciária (Art. 87, LEP). A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação. (Art. 90, LEP). Pelo sistema legislativo, o condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Cada unidade celular depende dos seguintes requisitos básicos: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; b) área mínima de seis metros quadrados. (Art. 88, LEP).
No início da pena, o condenado será obrigatoriamente submetido a exame criminológico de classificação para individualização da pena (CP, art. 34, caput, e LEP, art. 8º, caput). Esse exame é realizado pela comissão técnica de classificação, com vistas a definir o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado (Art. 6º, LEP).
O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o repouso noturno. O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena (CP, art. 34, §§1º e 2º). Esse trabalho é obrigatório (Art. 31, caput, LEP). Os maiores de 60 anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade, e os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado (Art. 32, §§1º a 3º, LEP)
O código penal somente admite o trabalho externo em serviços públicos e obras públicas (Art. 34, §3º). Porém, o caput do art. 36 da LEP é mais amplo, abrindo espaço ao labor extramuros também em entidades particulares. Será revogada a autorização, dada pelo diretor do estabelecimento, se o preso vier a praticar fato definido como crime (LEP, art. 37, caput e parágrafo único). Devem ser observadas algumas regras quanto ao trabalho externo (LEP, Art. 36, §§1º a 3º): O limite máximo do número de presos será de dez por cento do total de empregados na obra, caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho e a prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. (LEP, art. 33). O preso que desempenha atividade laborativa tem direito à remuneração, que não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo (CP, art. 39 e LEP, art. 29, caput). Assiste-lhe o direito aos benefícios da Previdência Social (CP, art. 39 e LEP, art. 41. III). A recusa injustificada do preso à execução do trabalho caracteriza falta grave (LEP, art. 39, V e 50, VI)
· Local de cumprimento da pena 
O condenado não tem o direito de cumpri-la na sua comarca, até porque nela não existe, obrigatoriamente, estabelecimento prisional. Com efeito, é preferível, haja vista a facilidade em exercer seu direito à assistência familiar e promover sua ressocialização. Porém, se a sua permanência se evidencia impraticável, é mister pôr em ressalto a preponderância ao interesse social da segurança e da própria eficácia da segregação individual. Em regra, a execução da pena deve ocorrer na mesma comarca em que se consumou o crime. Entretanto, o art. 86 da LEP admite exceções a essa regra, desde que fundamentada a decisão pelo juiz motivação idônea e válida para justifica-la. 
· Estabelecimento penal de segurança máxima
A transferência do preso para estabelecimento prisional da união depende de decisão prévia e fundamentada do juízo federal competente, prolatada após receber os autos de transferência enviados pelo juízo responsável pela execução penal ou pela prisão provisória. Se comprovada uma situação de emergência, essa transferência prescinde da prévia oitiva do preso. (súmula 639). A transferência pode ser requerida pela autoridade administrativa, ou seja, pelo diretor do estabelecimento prisional de origem, pelo MP e pelo preso. É o magistrado de origem quem tem elementos para concluir se a medida (transferência) se justifica no interesse da segurança pública ou do próprio preso, condenado ou provisório. Depois de efetuada a transferência, o juízo penal federal será o responsável. Os líderes de organização criminosa devem iniciar o cumprimento nesse tipo de estabelecimento 
Suas características são: recolhimento em cela individual, não há contato físico entre o preso e quem o visita, com monitoramento de todas os meios de comunicação e banho de sol de 2 horas
· SEMIABERTO
Art. 33, §1º, b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado. Devem ser dotadas dos seguintes requisitos básicos: a seleção adequada dos presos e o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena. (LEP, art. 92). O exame criminológico é facultativo (LEP, art. 8º, parágrafo único).
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno. É admissível o externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (CP, art. 35, §§1º e 2º). Esse percurso é feito sem vigilância ostensiva, conseguindo poder sair pedindo ao juiz de execução que defere ou não o pedido, se deferir define já seus requisitos 
A LEP em seus artigos 122 a 125 discorre sobrea saída temporária. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, para visitar à família, frequentar a curso supletivo profissionalizante, do 2º grau ou superior e participar de atividades que concorram para o retorno ao convívio social. (Art. 122)
A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.  (Art. 122, §1º). Não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. (Art. 122, § 2º). Os requisitos da saída são: comportamento adequado, cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4, se reincidente e compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. (Art. 123, I, II, III)
· Falta de colônia agrícola ou industrial e cumprimento da pena em estabelecimento adequado
Se o condenado, em face da ausência de vaga em colônia agrícola ou industrial, cumpre a pena em estabelecimento adequado, em local destinado exclusivamente aos presos do regime intermediário e com direito a todos os benefícios a este inerentes, não há falar em constrangimento ilegal e inserção do reeducando no regime aberto ou em prisão domiciliar
· ABERTO
Art. 33, §1º, c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.  (CP, Art. 36). A pena é cumprida na Casa do Albergado, cujo prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados (LEP, art. 93 a 95)
O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.  (CP, art. 36, §1º). Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente (LEP, art. 113). Algumas pessoas, em virtude de sua condição especial, podem ser dispensadas do trabalho: maiores de 70, portadores de doença grave, aqueles que possuam filho menor ou portador de deficiência física, mental e gestante (LEP, art. 114, parágrafo único)
· O regime aberto depende da obediência de condições:
Gerais ou legais: previstas no art. 115 da LEP. São elas: permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga, sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados, não se ausentar da cidade onde reside sem autorização judicial e comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Especiais ou judiciais: são as que podem ser estabelecidas discricionariamente pelo juízo da execução, sem prejuízo das condições gerais
· Prestação de serviços à comunidade: Não pode ser imposta como condição para cumprimento da pena privativa de liberdade no regime aberto (Súmula 493)
· Legislação local: a legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade 
· Prisão albergue domiciliar
O art. 117 da LEP prevê um rol taxativo em relação a quem pode recolher-se à pena privativa de liberdade no regime aberto em residência particular: condenado maior de 70 anos, aferida ao tempo da execução; acometido de doença grave, moléstia de difícil cura, depende de longo tratamento ou que coloca em risco a vida do doente; com filho menor ou deficiente físico ou mental ou gestante. O art. 146-B, IV, da LEP admite a fiscalização por meio da monitoração eletrônica.
· Prisão albergue domiciliar e prisão domiciliar
A prisão albergue domiciliar representa uma forma de cumprimento da pena privativa de liberdade, enquanto que a prisão domiciliar se constitui de medida cautelar, trata-se de modalidade de prisão preventiva 
· Habeas corpus coletivo: gestantes e mães presas preventivamente e substituição por prisão domiciliar
De forma inovadora, o STF concedeu Habeas corpus coletivo para determinar a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar em favor de todas as mulheres presas gestantes, puérperas ou mães de crianças e deficientes sob sua guarda, excetuados os casos de crimes praticados por elas mediante violência ou grave ameaça, contra seus descendentes. Na carona dessa decisão, foi acrescentado por lei no CPP os art. 318-A e 318-B, determinando a prisão domiciliar somente em substituição da pena preventiva. 
· Crimes militares
A pena aplicada em razão da condenação por crime militar será cumprida em estabelecimento militar adequado. As disposições da LEP serão aplicáveis apenas subsidiariamente aos condenados por crime militar, ou seja, apenas quando a legislação for omissa.
	REGIMES DE CUMPRIMENTO
	FECHADO
	SEMI-ABERTO
	ABERTO
	Estabelecimentos – art. 33, §1º
	a) a) Regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
Características: art. 34, CP; art. 87 a 90, LEP
Sobre trabalho do preso: art. 28 a 37, LEP
	b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
Características: art.35, CP; art. 91 e 92, LEP
Sobre saída temporária: art. 122 a 125, LEP
	c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Características: art. 36, CP; art. 93 a 95, LEP
Sobre detalhamento dos requisitos para o regime aberto: art. 113 a 116 e 118, LEP;
Sobre prisão domiciliar: art. 117, LEP
	REQUISITOS OBJETIVOS PARA ESTABELECER O REGIME – art. 33, §2º
	a) Pena aplicada superior a 8 anos
	b) Pena aplicada superior a 4 e inferior a 8 anos + não reincidência *
*Vide Sum 269, STJ
	c) pena aplicada igual ou inferior a 4 anos + não reincidência 
	REQUISITOS SUBJETIVOS PARA ESTABELECER O REGIME – art. 33, §3º
Circunstancias judiciais do art. 59
	REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA CRIMES CONTRA A ADM. PÚBL. – art.33, §4º - progressão de regime condicionada ao concerto do dano que causou 
· REGIME ESPECIAL
As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal (CP, art. 37) Os estabelecimentos deverão possui, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas (LEP, art. 83, §3º)
· Mães presas e filhos recém nascidos
Segundo o art. 14 §3º, da LEP, será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido A penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 meses e menores de 7 anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa. (Art. 89). Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 meses de idade. (Art. 83, § 2o).
 São requisitos básicos da seção e da creche: atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em unidades autônomas e horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável (LEP, art. 89, parágrafo único).
· DIREITOS DO PRESO
Nos termos do art. 30 do Código Penal, O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. Outros direitos são encontrados nos art. 40 e 41 da LEP. O CAP IV da LEP, que se inicia no art. 38 até o art. 60, disciplina sobre deveres, direitos e disciplina do preso.
· Visita intima: O art. 41, X, da LEP, estabelece o direito de visita ao preso, entretanto, não previu o direito à visita íntima.Essa prática, contudo, é habitual nos presídios.
· Limitação do uso de algemas
Nos termos da Súmula 11 do STF, só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou perigo a integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito. Não se permitindo o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri.
O art. 3º do Decreto 8.858/2016 veda o emprego de algemas em mulheres presas em qualquer unidade do sistema penitenciário nacional durante o trabalho de parto, no trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a hospitalar e, após o parto, durante o período em que se encontra hospitalizada.
Sanções para o uso indevido de algemas (podem ser cumuladas): nulidade da prisão, nulidade do ato processual de que participou o preso, responsabilidade civil, disciplinar e penal do agente ou da autoridade e responsabilidade civil do Estado
· Separação dos presos
Inicialmente, os presos provisórios devem ficar separados dos presos definitivamente condenados, é necessária a distinção entre os presos provisórios e entre os definitivos. Sendo: condenados por crime hediondo ou equiparado; reincidentes em crime com violência e grave ameaça; primários em crime com violência e grave ameaça e demais condenados. (LEP, art. 84, §3º)
Preso que, ao tempo do fato, era funcionário da administração da justiça criminal ficará em dependência separada (LEP, art. 84, §2º). O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio, ou seja, isolado dos demais (LEP, art. 84, §4º)
· Obras emergenciais em presídios 
O poder judiciário pode determinar à Administração pública a adoção de providências eficazes para promover medidas ou efetuar obras emergenciais em estabelecimentos prisionais, visando o respeito à dignidade da pessoa humana e à integridade física e moral dos presos.
· Superlotação 
Para o STF, o Estado tem o dever de indenizar os detentos pelos danos materiais e morais suportados, e não se aplica, para elidir sua responsabilidade civil, a cláusula de reserva do possível.
· REMIÇÃO 
A remição é o benefício, de competência do juízo da execução, consistente no abatimento de parte da pena privativa de liberdade, pelo trabalho ou pelo estudo.
· Remição pelo trabalho 
Em relação ao trabalho, a remição consiste no desconto de 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho, exclusivamente em favor do preso que cumpre pena em regime fechado ou semiaberto (LEP, art. 126, §1º, III). Segundo Masson, o instituto não pode ser aplicado no regime aberto, haja vista que o trabalho nesse regime é pressuposto da nova condição de cumprimento de pena
A atividade laborativa do condenado pode ser realizada no estabelecimento penal em que a pena é cumprida, ou então em local externo. Somente pode ser considerada, para fins de remição, a jornada completa de trabalho, que não deve ser inferior a 6 horas, nem superior a 8. Devem ser considerados para o cálculo os dias efetivamente trabalhados, ainda que nos domingos e feriados. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal (LEP, art. 33, parágrafo único). O trabalho deve ser descrito em relatório detalhado, indicando as atividades desempenhadas e seus respectivos horários (LEP, art. 129, caput)
· Remição pelo estudo
No tocante ao estudo, a remição representa o abatimento de 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar, divididas em no mínimo 3 dias, e atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou inda requalificação profissional (LEP, art. 126, §1º, I). O limite máximo para o estudo do preso é de 4 horas diárias.
O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação (LEP, art. 126, §5º). As atividades de estudo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância (LEP, art. 126, §2º). Se a instituição se situar fora dos limites do recinto penal, o preso deve obter autorização do diretor do estabelecimento para comparecer às aulas. A lei 12.433/2011 inovou ao permitir o benefício aos condenados que cumprem pena no regime aberto.
A remição pela leitura tem sido admitida pelo STJ, baseada na leitura e resenha de livros. Deve o Estado instalar nos estabelecimentos penais salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante (LEP, art. 83, §4º). Segundo os art. 18-A e 21-A da LEP, deve ser instituído nos presídios ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, bem como de acrescentar ao censo penitenciário a apuração do nível de escolaridade dos presos e das presas.
O STJ tem gradativamente alargado o alcance da remição de modo a autorizar o benefício sempre que a atividade do preso puder ser rotulada como trabalho ou estudo, sob o fundamento da ressocialização do condenado.
· Regras comuns à remição 
Não há limite para a remição. Quanto mais o condenado trabalhar ou estudar maior será o desconto da pena. Este benefício é passível de aplicação a todas as modalidades de crimes, inclusive aos hediondos e equiparados, pois inexiste qualquer restrição legal.
A remição também é cabível para os presos provisórios, nas situações decorrentes da imposição da prisão cautelar, ou seja, antes do trânsito em julgado da condenação (LEP, art. 126, §7º). Se o preso estava laborando ou estudando, e ficou impossibilitado, por acidente, de prosseguir nos trabalhos ou nos estudos, continuará a beneficiar-se com a remição (LEP, art. 126, §4º). O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos (LEP, art. 128), a exemplo do percentual exigido de pena privativa de liberdade cumprida para progressão de regime prisional e obtenção de livramento condicional
· Cumulatividade da remição pelo trabalho e pelo estudo: Admite-se a cumulatividade da remição pelo trabalho e pelo estudo, desde que compatíveis entre si, ou seja, sem a ausência de prejuízo a qualquer das atividades (LEP, art. 126, §3º)
· Falta grave e perda dos dias remidos
O atual art. 127 da LEP dispõe que: “Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, observando o disposto no art.57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar”. A perda dos dias remidos pode incidir sobre dias de trabalho anteriores à falta grave, se ainda não foram declarados pelo juízo da execução no cálculo da remição. Nunca poderá recair, contudo, sobre os dias de labor posteriores à infração disciplinar. Esta limitação não interfere em outros benefícios prisionais vinculados a contagem do tempo, tais como livramento condicional e a comutação de pena.
· Ausência de trabalho ou de estudo por falta de condições do estabelecimento penal:
Se não há condições adequadas para o desempenho de atividade laborativa ou de ensino no estabelecimento penal, não se pode conceder ao condenado a remição para abatimento da pena privativa de liberdade. Não se admite, portanto, a remição ficta (ou virtual)
· RETRAÇÃO
Como determina o art.42, CP da LEP, “Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior”
Detração penal é o desconto, na pena privativa de liberdade ou na medida de segurança, do tempo de prisão provisória ou de internação já cumpridos pelo condenado. Prisão provisória compreende toda e qualquer prisão cautelar e processual, ou seja, não decorrente da pena, consistente na privação de liberdade antes do trânsito em julgado da condenação.
Na medida de segurança, o tempo de prisão processual ou de internação provisória (CPP, art. 319, VII) deve sersubtraído do prazo mínimo da internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou do tratamento ambulatorial, que varia de um a três anos, como se estrai do art. 97, §1º, do Código Penal. 
A detração é matéria de competência do juiz da 1ª instância (ou do tribunal), a ser reconhecida na fase de conhecimento, e não somente na esfera da execução. O magistrado deverá aplicar a detração na própria sentença, fixando o regime inicial semiaberto para início de cumprimento da pena privativa de liberdade.
É possível a incidência da detração penal nas penas restritivas de direitos de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana. (CP, art. 55). Por outro lado, não se admite a detração penal no campo da pena de multa, diante da vedação legal da conversão desta última em pena privativa (CP, art.55). Para o STF, a prescrição deve ser contada do valor da pena, sem os anos cumpridos. Ademais, para o mesmo tribunal, para fins de detração, tempo de encarceramento anterior à prática do crime que deu origem à condenação atual.
· REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
Decorre do art. 52, LEP (alterado pela lei 13.964/2019). O Regime Disciplinar Diferenciado, disposto no artigo 52 da LEP é uma forma especial de cumprimento da pena no regime fechado, que consiste na permanência do presidiário (provisório ou condenado) em cela individual, com limitações ao direito de visita e do direito de saída da cela. Busca combater com maior eficácia a atuação das organizações criminosas controlar a atuação de seus líderes, os quais muitas vezes continuam tranquilamente a desempenhar suas atividades no interior dos estabelecimentos prisionais. 
Quanto à natureza, o aludido regime pode ser exposto de duas formas, ou seja, como uma sanção disciplinar (art. 52, caput), ou como medida cautelar (art. 52, § 1º e § 2º). A sanção disciplinar é estabelecida quando o condenado comete fato entendido como crime doloso que ocasione a desordem e a indisciplina no presídio. Já a medida cautelar se trata de quando o condenado apresente alto risco para ordem e segurança da casa prisional, bem como para a sociedade, além das suspeitas que recaiam sobre um possível envolvimento em organização ou associação criminosa (art. 288 do CP).
As características do regime são as seguintes (LEP, art. 52, I a VII):
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie;      
· O RDD pode ser aplicado por prazo menor (1 ano), mas também pode ser prorrogado, se o preso cometer nova falta grave. Não há limites para as prorrogações. Nada impede, portanto, o cumprimento integral de pena no RDD, com respeito ao limite previsto no art. 75 do CP
II - recolhimento em cela individual;        
· Busca evitar contato com outros detentos, inclusive para frear a engenharia de novos delitos
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas;       
· Proibição de contato físico e de passagem de objetos destina-se a evitar o ingresso de itens proibidos no estabelecimento, e também a comunicação escrita. Todas as visitas serão gravadas.
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;     
· Para evitar o planejamento de fuga, rebeliões e de crimes em geral
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;     
· Assegura-se a indispensável assistência jurídica ao preso, porém, sem qualquer contato físico e passagem de objetos
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência;      
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. 
· Evita-se a saída do preso, inviabilizando seu resgate e ataques. Além do respeito à ampla defesa, garantindo que o defensor esteja no mesmo ambiente do preso durante a audiência judicial por videoconferência 
Se existirem indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa o RDD será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal (LEP, art. 52,§3º). O regime poderá ser prorrogado por um ano se o preso ainda se apresenta como um risco para a segurança do estabelecimento ou mantém os vínculos com organização criminosa. Só pode ser decretado pelo juiz, mediante despacho, mediante requerimento elaborado por autoridade administrativa, a qual não pode decretar o RDD (LEP, art 54, §§1º e 2º, art. 60).

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