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A importância do Domínio Archea Bruna Soares 1) O artigo discute a presença de microrganismos na cavidade oral, segunda região do corpo humano com maior concentração de bactérias, arqueas, fungos, vírus e protozoários. Esses microrganismos em sua grande maioria são comensais, ou seja, não causam danos ao hospedeiro, pelo contrário, auxiliam na formação da microbiota oral, que irá prevenir a ocupação dessa região por microrganismos que podem ser patogênicos. Para que pudessem realizar a relação dos microrganismos com a microbiota oral, foi realizada uma revisão da literatura. Os resultados obtidos revelam que a microbiota oral se diferencia com a região da boca, sendo assim dividida em supragengival, subgengival, lingual, presentes na superfície da mucosa, dental e palatina. Dando enfoque nos resultados obtidos relativos às archeas pode-se observar que estão presentes em número reduzido quando comparado aos demais microrganismos e são em sua maioria, anaeróbios obrigatórios e metanogênicos. Algumas espécies de arqueas que podem compor a microbiota oral são as Methanobrevibacter oralis, Methanobacterium curvum/congolese e Methanosarcina mazeii. A M. oralis, por exemplo, pode atuar como agente modificador ou iniciador do processo inflamatório. A microbiota atua na formação de biofilmes e com interações agonísticas, em que um microrganismo favorece o desenvolvimento de outro, e antagonistas, em que um microrganismo produz substâncias que são prejudiciais ao desenvolvimento de outro. Porém, outras arqueas estão relacionadas com processos patogênicos, como a infecção endodôntica e periodontite. Referência: Germano, Victória Escóssia, et al. "Microrganismos habitantes da cavidade oral e sua relação com patologias orais e sistêmicas: Revisão de literatura." Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança 16.2 (2018): 91-99. 2) As características morfológicas das archeas podem gerar vantagens quando essas agem como patógenos. Em primeiro lugar, muitas archeas não são sensíveis a lisozima presente em diversos antibióticos, isso porque a sua parede celular é composta dentre outros componentes, por pseudopeptideoglicano, que possui ligação Beta 1-3, que não é degradada pela lisozima. Além disso, a membrana citoplasmática de archeas podem ser mais resistentes devido a sua conformação de monocamada, que a torna mais impermeável e pela presença dos anéis cíclicos de éter, que também atuam na impermeabilidade e resistência. Ainda é possível citar a importância dos flagelos de archeas na formação de biofilmes, característica que também os tornam mais resistentes à antibióticos. As proteínas que compõem o filamento dos flagelos são importantes na adesão das archeas entre si, originando os biofilmes. Por fim, podemos ressaltar a maior resistência das archeas à desnaturação, isso porque suas proteínas que as constituem são compostas principalmente por aminoácidos hidrofóbicos, que se organizam de forma a diminuir a desnaturação. Além disso, a organização do Dna em Z também reduz a capacidade de desnaturação.