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25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 1/7 Fundamentos das ciências sociais Aula 6 - Modelos clássicos da análise sociológica: a contribuição de Émile Durkheim INTRODUÇÃO Como vimos na aula anterior, Augusto Comte formulou a primeira tentativa de criação de uma "ciência do social". Contudo, foi com Émile Durkheim que a Sociologia se constitui como uma disciplina rigorosamente cientí�ca, ao de�nir seu objeto e estudo e consagrar-lhe um método de investigação. Página 1 de 239 25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 2/7 Nesta aula vamos estudar a contribuição desse autor para a compreensão dos fenômenos sociais, especialmente no que tange aos fenômenos coletivos. OBJETIVOS De�nir o que é fato social e suas características. Listar a classi�cação dos fatos sociais como normais e patológicos. Identi�car o crime como fato social e, através do método proposto por Durkheim. Reconhecer a noção de consciência coletiva enquanto fenômeno associado às formas de solidariedade social. Avaliar a in�uência da sociedade sobre comportamentos. Analisar a evolução das formas de organização social (simples e complexa) do ponto de vista dos laços existentes entre o indivíduo e a sociedade (solidariedade social). Descrever os mecanismos pelos quais a consciência coletiva nas modernas sociedades constrói a gradação dos níveis de patologia social presentes nas sociedades. Página 2 de 239 25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 3/7 ÉMILE DURKHEIM Você sabe quem foi Émile Durkheim? FATOS SOCIAIS Em seu livro As Regras do Método Sociológico, Durkheim de�ne os fatos sociais como: Estes tipos de conduta ou de pensamento não são apenas exteriores aos indivíduos, são também gerais na extensão de toda sociedade conhecida e dada, são dotados de um poder imperativo e coercitivo que constitui características intrínsecas de tais fatos. Para Durkheim, a sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e patológicos (saudáveis e doentios). , FATO SOCIAL NORMAL É normal o fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que re�etem os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. Por isso, em sua concepção, o crime é considerado um fato social normal, porque pode ser entendido como necessário (útil) para uma sociedade, pois, se a consciência coletiva (moral) fosse excessiva, se cristalizaria e a consciência individual inovadora não se manifestaria. Fonte: Wikipedia Página 3 de 239 25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 4/7 Desse modo, onde o crime existe os sentimentos coletivos estão no estado de maleabilidade necessária para tomar nova forma: ele representa um fato social que integra as pessoas em torno de uma conduta valorativa, que pune o comportado considerado nocivo, que fere a consciência coletiva. Paul Biryukov / Shutterstock Quando os sentimentos coletivos são fortemente atingidos, algumas ofensas passam de faltas morais para delitos e crimes. É por essa lógica que ele irá avaliar o castigo imposto não como forma de acabar com o crime, mas sim para mantê-lo na taxa social “média”. DE PERTO NINGUÉM É NORMAL... Ouça o trecho da música “Vaca Profana” de Caetano Veloso: Seu browser não suporta elementos de audio. “Mas eu também sei ser careta De perto ninguém é normal Às vezes segue em linha reta A vida, que é meu bem, meu mal.” Caetano Veloso, em “Vaca Profana” Fonte: Profeta Gentileza: Louco? Visionário? Vejam a referência ao uso (irracional) da natureza pelos normais”. FATO SOCIAL PATOLÓGICO Você já ouviu falar em “fato social patológico”? Descreva no campo, a seguir, o que você entende por esse termo. Resposta Correta NORMALIDADE X PATOLOGIA O que é normal? Quais os parâmetros estabelecidos para diferenciar o “normal” do “anormal”? Página 4 de 239 25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 5/7 É importante que você tenha em mente que o conceito de normalidade é discutível. O que chamamos de “normal” varia de sociedade para sociedade. Segundo Richard Miskolci: Em seu livro Da divisão do trabalho social, Durkheim de�niu consciência coletiva ou consciência comum como... o conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade”. Ele a�rma que ela forma um sistema determinado que tem sua vida própria: "Sem dúvida, ela não tem como substrato um órgão único; é, por de�nição, difusa, ocupando toda a extensão da sociedade; mas nem por isso deixa de ter características especí�cas, que a tornam uma realidade distinta. Com efeito, ela é independente das condições particulares em que se situam os indivíduos. Estes passam, ela �ca. É a mesma no Norte e no Sul, nas grandes e nas pequenas cidades, nas diferentes pro�ssões. Por outro lado, não muda em cada geração, mas, ao contrário, liga as gerações que se sucedem. Portanto, não se confunde com as consciências particulares, embora se realize apenas nos indivíduos. É o tipo psíquico da sociedade, tipo que tem suas propriedades, condições de existência, seu modo de desenvolvimento, exatamente como os tipos individuais, embora de outra maneira." Página 5 de 239 25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 6/7 Pode ser veri�cada em fenômenos coletivos típicos, expressos através de uma forma de consciência que contrapõe indivíduo/sociedade. As torcidas organizadas e os grandes festivais de música, por exemplo, representam fenômenos coletivos típicos, expressos através de uma forma de consciência que contrapõe indivíduo/sociedade. ANOMIA É a ausência, desintegração ou inversão das normas vigentes em uma sociedade, neste caso, a consciência “perde” os parâmetros de julgamento da realidade. Ela vai acontecer em momentos extremos, tais como guerras, desastres ecológicos, econômicos etc. DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL É a organização da sociedade em diferentes funções, exercidas pelos indivíduos ou grupos de indivíduos. Nas sociedades mais simples predomina a divisão social do trabalho, baseada principalmente em critérios biológicos de sexo e idade. Essa divisão parece decorrer de uma extensão analógica das diferenças naturais de funções entre membros de um grupo. Durkheim classi�ca a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como solidariedade mecânica. Nas sociedades mais complexas, em especial quando tem início o desenvolvimento da agricultura, a sedentarização e o sistema de propriedade privada, surge uma divisão social mais complexa, com a criação de novas funções sociais. A indústria foi o sistema produtivo que mais desenvolveu a divisão social do trabalho, criando uma imensa gama de funções e atribuições diferenciadas. Durkheim classi�ca a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como solidariedade orgânica. Atenção , A divisão social do trabalho envolve sempre uma divisão não só de funções, mas também de privilégios, regalias e poder. ATIVIDADE Leia a citação abaixo e responda à proposta: “Crime contra índio Pataxó comove o país (...). Em mais um triste ‘Dia do Índio’, Galdino saiu à noite com outros indígenas para uma confraternização na Funai. Ao voltar, perdeu-se nas ruas de Brasília (...). Cansado, sentou-se num banco de parada de ônibus e adormeceu. Às 5 horas da manhã, Galdino acordou ardendo numa grande labareda de fogo. Um grupo “insuspeito” de cinco jovens de classe média alta, entre eles um menor de idade, (...) parouo veículo na avenida W/2 Sul e, enquanto um manteve-se ao volante, os outros quatro dirigiram-se até a avenida W/3 Sul, local onde se encontrava a vítima. Logo após jogar combustível, atearam fogo no corpo. Foram �agrados por outros jovens corajosos, ocupantes de veículos que passavam no local e prestaram socorro à vítima. Os criminosos foram presos e conduzidos à 1ª Delegacia de Polícia do DF onde confessaram o ato monstruoso. Aí, a estupefação: ‘os jovens queriam apenas se divertir’ e ‘pensavam tratar-se de um mendigo, não de um índio’ o HRAN, Galdino, homem a quem Fonte: dwphotos / Shutterstock, photo_master2000 / Shutterstock e Gyorgy Demko / Shutterstock Página 6 de 239 25/11/2021 10:31 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 7/7 incendiaram. Levado ainda consciente para o Hospital Regional da Asa Norte − com 95% do corpo com queimaduras de 3º grau ---, faleceu às 2 horas da madrugada de hoje.” Conselho Indigenista Missionário - Cimi, Brasília-DF, 21 abr. 1997. (Questão adaptada da parte geral do Enade 2004.) A partir da perspectiva sociológica de Durkheim, como você analisaria o crime cometido por estes jovens? Deve-se interpretar, nessa perspectiva, a transgressão da juventude como um dado natural? Resposta Correta Glossário Página 7 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 1/7 Fundamentos das ciências sociais Aula 7 - Modelos clássicos da análise sociológica: a contribuição de Max Weber INTRODUÇÃO Por que os indivíduos, em uma situação especí�ca, tomam determinadas decisões? Quais as razões/motivações para esses atos? Entender o sentido das ações empreendidas pelos indivíduos é o ponto de partida da sociologia de Max Weber, que estudaremos nesta aula. Página 8 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 2/7 OBJETIVOS De�nir o objeto e o método de investigação da sociologia weberiana. Estabelecer o conceito de ação social. Distinguir ação social e relação social. Identi�car os tipos de ação social. Reconhecer a importância da sociologia weberiana para a análise da sociedade brasileira. Página 9 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 3/7 , O MÉTODO COMPREENSIVO DE MAX WEBER De acordo com Adriana Loche, Max Weber procura compreender a sociedade como um agregado de indivíduos que possuem suas motivações próprias. Ao mesmo tempo, o estatuto de realidade objetiva é mudado para uma concepção menos determinista de sociedade, segundo a qual a realidade é um fenômeno compósito. Por isso, o cientista não conhece a sociedade de antemão, nem consegue abarcá-la totalmente. Para compreender a sociedade, é preciso entender as redes de signi�cações estabelecidas pelos indivíduos em suas ações e relações sociais. Para criar uma imagem, como a que Durkheim via a sociedade como uma coisa, Weber a compreendia como um conjunto de ações parciais que precariamente se totalizavam. Assim, somente podemos compreender pequenos “pedaços” dessa realidade. Como cada indivíduo tem sua própria visão parcial do mundo, há um con�ito permanente entre os indivíduos que compõem a sociedade. Por este motivo, Weber propõe a reconstrução do sentido subjetivo original da ação e o reconhecimento da parcialidade da visão do observador. AÇÃO SOCIAL: UMA AÇÃO DOTADA DE SENTIDO O objeto da sociologia para Weber é o sentido da ação social, que deve ser buscado pela apreensão da totalidade de signi�cados e valores atribuídos pelos indivíduos. Nesse sentido, ele procura mostrar que não há apenas uma causa dos fenômenos sociais; através da ideia de “adequação de sentido”, Weber mostra a convergência da ação em duas ou mais esferas que compõem o todo social (a economia, a política, a religiosa etc.), ou seja, a ação social é determinada por mais de uma causa, sendo que cada causa tem importância variada sobre a determinada ação. Para ele, a tarefa do sociólogo é “pesquisar os sentidos e os signi�cados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que con�guram as relações sociais”. A análise sociológica deve, assim, compreender e interpretar o sentido e os efeitos das ações humanas. TIPOS DE AÇÃO Weber, preocupado com o valor que cada indivíduo atribui à sua ação, procurou elaborar uma tipologia para compreender as características particulares, de�nindo quatro tipos de ação: Ação racional com relação a �ns Motivada por �ns objetivos, ou seja, para atingir seus �ns, o indivíduo planeja e executa seus planos, utilizando-se dos meios que considera mais adequados para atingir seus objetivos. A racionalidade econômica capitalista é exemplo desse tipo de ação. Nesta perspectiva, para Weber, o individualismo e a racionalização de condutas são elementos centrais da modernidade. Ação racional com relação a valores Motivada por crenças em valores morais, religiosos, políticos etc. Neste tipo de ação o que importa para o indivíduo é seguir os princípios que mais lhe são caros, não importando o resultado de sua conduta; o que lhes impele é a lealdade aos valores que orientam sua conduta. É o caso dos agentes que abrem mão de vantagens �nanceiras em função da preservação ambiental, por exemplo. Ação afetiva Guiada por uma conduta emocional. Sentimentos como raiva, ódio, paixão, desejo, ciúme orientam sua conduta. Muitas vezes, o resultado dessas ações não é o esperado pelo agente, em virtude da irracionalidade de seu ato. Os crimes passionais são exemplos típicos Página 10 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 4/7 deste tipo de ação social. Ação tradicional Guiada pela tradição, costumes arraigados que fazem com que os indivíduos ajam em função deles. É uma espécie de reação a estímulos habituais. Exemplo disso é o hábito de saudarmos as pessoas com expressões como “bom dia”, “boa noite”, “�que com Deus”, independentemente de termos grande a�nidade com elas ou mesmo alguma fé. Para Weber é difícil perceber até que ponto o agente age conscientemente ao empreender este tipo de ação. RELAÇÃO SOCIAL A relação social estabelece-se quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente de acordo com certas expectativas que possuem do outro. Como mostra Quintaneiro, em Um toque de clássico, são exemplos de relações sociais a amizade, relações de hostilidade, trocas comerciais, relações políticas etc. “Tanto mais racionais sejam as relações sociais, mais facilmente poderão ser expressas sob a forma de normas, seja por meio de um contrato ou de um acordo, como no caso das relações de conteúdo econômico ou jurídico, da regulamentação das ações de governo, de sócios etc.”. QUINTANEIRO et al. Um Toque de Clássico. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009. PATRIMONIALISMO: A PERMANÊNCIA DO ARCAICO Na aula 4, estudamos as formas de dominação legítima preconizadas por Max Weber, a saber: Dominação tradicional; Dominação racional-legal; Fonte: pyrozhenka / Shutterstock, baranq / Shutterstock, Rawpixel.com / Shutterstock e Antonio Guillem / Shutterstock Página 11 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 5/7 Dominação carismática. Vimos que a dominação racional-legal expressaria a forma mais moderna de dominação, visto que este tipo de dominação se assenta nas formas impessoais de concessão e reconhecimento da autoridade legitimamente constituída. Roberto da Matta discute a permanência de práticas tradicionais na sociedade brasileira em seu livro “O que faz o Brasil, Brasil?“: Odilema brasileiro residiria na oscilação, ou seja, no que existe de liminar, entre "um esqueleto nacional feito de leis universais cujo sujeito era o indivíduo e situações onde cada qual se salvava e se despachava como podia, utilizando para isso seu sistema de relações pessoais’.” Nesse sentido, o brasileiro oscilava entre uma série de leis que, teoricamente, todos os indivíduos da sociedade deveriam cumprir, e uma série de expedientes passíveis de serem utilizados para burlar estas normas com bases em uma rede de contatos pessoais facilitados pelo nosso próprio sistema burocrático e hierárquico. Deste con�ito nasceriam situações que todos nós estamos acostumados a vivenciar, como o jeitinho, que sempre está ao nosso alcance (pra tudo tem um jeito), e o famoso ‘“você sabe com quem está falando?”. Roberto da Matta, em O que faz o Brasil, Brasil? (Rio de Janeiro: Ed. Sala, 1984) Veja na tirinha um exemplo do que hoje chamamos de “jeitinho brasileiro”: Fonte: //mentirinhas.com.br/mentirinhas-426/ Saiba Mais , Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=CM9xBCj7h5Q) e assista ao vídeo sobre o “jeitinho brasileiro”. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil: Página 12 de 239 https://www.youtube.com/watch?v=CM9xBCj7h5Q 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 6/7 No Brasil onde imperou, desde tempos remotos, o tipo primitivo de família patriarcal (o pai é o chefe supremo, o homem possui um status de soberano, senhor total de todos e todas as coisas), o desenvolvimento da urbanização que não resulta unicamente do crescimento das cidades, mas também do crescimento dos meios de comunicação, atraindo vastas áreas rurais para a esfera de in�uência das cidades, ia acarretar um desequilíbrio social, cujos efeitos permanecem vivos ainda hoje. Não era fácil aos detentores das posições públicas de responsabilidade, formados por tal ambiente, compreenderem a distinção fundamental entre os domínios do privado e público. Assim, eles se caracterizam justamente pelo que separa o funcionário “patrimonial” do puro burocrata, conforme a de�nição de Max Weber. Como se sabe, a prática do patrimonialismo ainda é bastante arraigada na sociedade brasileira. Apesar de o ordenamento jurídico brasileiro consagrar o princípio da igualdade entre os cidadãos, veri�ca-se a permanência de relações hierarquizada que permitem que alguns indivíduos sejam “mais iguais que outros”, como irônica e argutamente demonstra Roberto da Matta, em “O que faz o Brasil, Brasil?” sobre o qual comentamos anteriormente. É o caso de homens públicos que se utilizam de recursos públicos para �ns privados, seja utilizando-se de funcionários públicos para serviços domésticos, seja pleiteando vistos diplomáticos a parentes sem alegadas razões de Estado. Cabe ressaltar que essas práticas vem sendo contestadas e combatidas, como se pode perceber na proibição do nepotismo (contratação de parentes para ocupar cargos públicos) nas três esferas do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), como preconiza a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal, de 29 de agosto de 2008, que ressalta o princípio da impessoalidade no trato da coisa pública. Dmitry Guzhanin / SHutterstock ATIVIDADE Página 13 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 7/7 Leia o caso abaixo e responda às questões propostas: O capítulo 63 da novela mexicana Rebelde, produzida pela rede Televisa e transmitida/dublada pelo SBT, trouxe o seguinte diálogo: Mia: Tipo assim, eu gosto muito de comprar. Bolsas, sapatos, maquiagem...tudo para �car bem linda. Miguel: Ah, meu amor, você deve fazer o que gosta. Tem que pensar em você. Só tenha cuidado para que suas amigas não se aproveitem de você. Mia: Ah! Mas isto é claro para mim, na hora que a gente precisa é cada um por si, não tem ninguém para ajudar. É por isso que eu penso primeiro em mim, segundo em mim e depois em mim... Miguel: E em mim você não pensa? Mia: Só para carregar meus embrulhos!!!! Roberta: Essa barbie descerebrada não faz outra coisa senão comprar, comprar! É uma egoísta, uma individualista que só pensa em si. Segundo a teoria da ação social de Weber, que tipo de ação está presente nesses diálogos? Justi�que. Resposta Correta Glossário ADRIANA LOCHE LOCHE, Adriana et al. Sociologia Jurídica. Porto Alegre: Síntese, 1999. p. 32. Página 14 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 1/8 Fundamentos das ciências sociais Aula 8 - Modelos clássicos da análise sociológica: a contribuição de Karl Marx INTRODUÇÃO Nesta aula você será apresentado a mais um modelo clássico de compreensão da realidade social. Trata-se da contribuição de Karl Marx, um dos autores mais estudados pelos analistas sociais. Conceitos fundamentais da teoria marxista serão trabalhados, com vistas à sua utilização na análise de situações sociais concretas. Página 15 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 2/8 OBJETIVOS Avaliar a concepção marxista de análise da sociedade. Avaliar os conceitos de dialética e materialismo histórico. Identi�car conceitos fundamentais na análise marxista, tais como ideologia, alienação e práxis. Descrever o conceito de modo de produção. Página 16 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 3/8 O MÉTODO DE ANÁLISE Karl Marx, ao lado de Émile Durkheim e de Max Weber, faz parte do grupo de autores considerados como clássicos do pensamento sociológico. Sua obra marcaria de modo signi�cativo o pensamento ocidental, sendo o seu objeto de pesquisa a sociedade capitalista da época, com o foco principal na forma como se encontrava organizado o trabalho na sociedade. Segundo Marx... Fonte: //sociologiaier.blogspot.com.br/p/1-ano-ensino-medio.html (glossário) Acessado em 08/06/2017 Fonte: Daiquiri / Shutterstock O método de abordagem da vida social, elaborado por Marx, receberia o nome de materialismo histórico e teria como característica e análise dos processos históricos com base nos princípios da dialética. , A DIALÉTICA Os princípios da dialética contemporânea têm origem no pensamento do �lósofo alemão Wilhelm F. Hegel. Segundo a dialética hegeliana, a contradição e o con�ito seriam partes integrantes da própria essência ou substância da realidade. Consequentemente, o mundo real seria marcado pelo choque entre forças contrárias ou antagônicas presentes no seu interior. Elas o levariam a um processo incessante de negação, conservação e síntese. Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a abordagem dialética presente na sociologia marxista cuida de apontar as contradições constitutivas da vida em sociedade como as motivadoras dos processos, que resultam na negação e na superação de uma determinada ordem social (QUINTANEIRO, Tania (org.). Um Toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Ed. UFMG. Belo Horizonte, 2009). Retrato de Hegel feito por Jakob Schlesinger em 1831. Fonte: https://www.wikipedia.org/ (glossário) Acessado em 08/06/2017 Página 17 de 239 http://sociologiaier.blogspot.com.br/p/1-ano-ensino-medio.html https://www.wikipedia.org/ 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 4/8 O MATERIALISMO HISTÓRICO Karl Marx a�rmava que o mundo das ideias (formas de consciência), do conhecimento, das crenças, dos princípios políticos está relacionado ao modo como o mundo do trabalho se encontra organizado na sociedade. Em outras palavras, a consciência dos indivíduos seriapoderosamente in�uenciada pelo modo como são produzidas as condições materiais da vida, o que inclui o vestuário, a comida, a moradia etc. E quem produz esses bens? Fontes: //www.touregypt.net/featurestories/egyptexodus.htm (glossário) Acessado em 08/06/2017 //www.suapesquisa.com/idademedia/imagens.htm (glossário) Acessado em 08/06/2017 iurii / Shutterstock Para Marx, o modo de produção da vida material in�uenciaria todas as demais relações estabelecidas em sociedade. Daí a importância, para o autor, do modo de organização da produção social. Por isso, para Marx, segundo os princípios do Materialismo Histórico, as sociedades são compreendidas como modos de produção. A forma como os indivíduos manifestam a sua vida re�ete muito aquilo que são. Coincidindo, portanto, com a sua produção: aquilo que produzem e a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção (QUINTANEIRO, Tania (org.). Um Toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Ed. UFMG. Belo Horizonte, 2009). Veja, abaixo, a charge representando um indivíduo alienado e in�uenciado por uma ideologia. Fonte: https://bereianos.blogspot.com.br/ (glossário) Acessado em 08/06/2017 O MODO DE PRODUÇÃO Página 18 de 239 http://www.touregypt.net/featurestories/egyptexodus.htm http://www.suapesquisa.com/idademedia/imagens.htm https://bereianos.blogspot.com.br/ 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 5/8 Entende-se por modo de produção a maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material, isto é, os bens de que necessitam para viver. Na história, podemos distinguir alguns modos de produção como o escravismo na antiguidade, o feudalismo, o capitalismo e o socialismo. O modo de produção de uma sociedade pode ser identi�cado de acordo com o nível ou estágio de desenvolvimento das forças produtivas e do tipo de relações de produção predominantes. O conceito de forças produtivas refere-se aos instrumentos e habilidades utilizados na produção material, sendo o seu desenvolvimento cumulativo. A ideia de relações sociais de produção implica em diferentes formas de organização da produção, da distribuição, da posse e da propriedade dos meios de produção, que são as indústrias, as fábricas, os bancos etc. De forma sintética, seriam as relações estabelecidas pelos indivíduos entre si e com o grupo, para a organização do trabalho social. O processo de produção e reprodução da vida através do trabalho é, para Marx, a principal atividade humana, aquela que constitui sua história social; é o fundamento do materialismo histórico, enquanto método de análise da vida econômica, social, política e intelectual. (QUINTANEIRO, Tania (org.). Um Toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Ed. UFMG. Belo Horizonte, 2009) A LUTA DE CLASSES A presença de diferentes classes sociais nos diversos modos de produção, com interesses muitas vezes antagônicos, levou Marx a considerar a luta de classes como o motor das transformações da história humana. No capitalismo, a duas classes principais são a burguesia, classe dominante e dona dos meios de produção e o proletariado, formado pelos trabalhadores que vendem no mercado o único bem que possuem, a sua força de trabalho. Para �ns analíticos, Marx distingue conceitualmente as classes enquanto grupos de pessoas que compartilham determinadas condições objetivas, ou seja, a mesma situação no que se refere à propriedade dos meios de produção. (...) as classes sempre se enfrentaram e mantiveram uma luta constante, velada em algumas vezes e, noutras, franca e aberta; luta que terminou sempre com a transformação revolucionária de toda a sociedade (QUINTANEIRO, 2009, p. 81). Fonte: eFesenko / Shutterstock, xiao yu / Shutterstock e Dmitry Kalinovsky / Shutterstock Página 19 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 6/8 Fonte: //www.grupoescolar.com/ (glossário) Acessado em 08/06/2017 Na sociedade capitalista, segundo Marx, esse antagonismo de classes se daria entre a BURGUESIA e o PROLETARIADO. Agora, vamos re�etir sobre a seguinte questão: o que é ideologia? Resposta Correta O vencedor ou o poderoso é transformado em único sujeito da história não só porque impediu que houvesse a história dos vencidos (ao serem derrotados, os vencidos perderam o ‘direito’ à história), mas simplesmente porque sua ação histórica consiste em eliminar �sicamente os vencidos ou, então, se precisa do trabalho deles, elimina sua memória, fazendo com que lembre apenas dos feitos dos vencedores. Não é assim, por exemplo, que os estudantes negros �cam sabendo que a Abolição foi um feito da Princesa Isabel? As lutas dos escravos estão sem registro e tudo que delas sabemos está registrado pelos senhores brancos. Não há direito à memória para o negro. Nem para o índio. Nem para os camponeses. Nem para os operários. Marilena Chauí ALIENAÇÃO Página 20 de 239 http://www.grupoescolar.com/ 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 7/8 Fonte da Imagem: Fonte: //html.rincondelvago.com/estereotipos-sociales.html Acessado em 08/06/2017 Na linha de montagem da indústria capitalista, o trabalhador foi separado do controle autônomo que exercia sobre o seu trabalho e também do fruto deste. Nesse caso, a única relação mantida com a sua atividade produtiva é o recebimento do salário. O trabalho é, então, percebido pelo trabalhador como algo fora de si, que pertence a outros. A isso, Marx dá o nome de alienação. Por causa do trabalho alienado a que estão submetidos, os homens adquirem uma consciência falsa do mundo em que vivem. Veem o trabalho alienado e a dominação de uma classe social sobre a outra como fatos naturais. (...) A suprema ironia do capitalismo é fazer com que o dominado pense com a cabeça do dominador e é esta a forma de dominação mais visceral (RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação, Editora Lamparina, Petrópolis, 2008, pg. 41). ATIVIDADE Leia o caso abaixo e responda à questão proposta: O papel da mídia Quando jornalistas são questionados, eles respondem de fato: "nenhuma pressão é feita sobre mim, escrevo o que quero". E isso é verdade. Apenas deveríamos acrescentar que, se eles assumem posições contrárias às normas dominantes, não escreveriam seus editoriais. Não se trata de uma regra absoluta, é claro. Eu mesmo sou publicado na mídia norte-americana. Os Estados Unidos não são um país totalitário. (...) Com certo exagero, nos países totalitários, o Estado decide a linha a ser seguida e todos devem se conformar. As sociedades democráticas funcionam de outra forma: a linha jamais é anunciada como tal; ela é subliminar. Realizamos, de certa forma, uma "lavagem cerebral em liberdade". Na grande mídia, mesmo os debates mais apaixonados se situam na esfera dos parâmetros implicitamente consentidos - o que mantém na marginalidade muitos pontos de vista contrários. Fonte: Revista Le Monde, Diplomatique Brasil, ago. 2007 (trecho de entrevista com Noam Chomsky). O texto acima faz referência a dois importantes conceitos marxistas: ideologia e alienação. Mostre como eles se apresentam e se relacionam no texto. Resposta Correta Página 21 de 239 25/11/2021 10:32 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 8/8 Glossário WILHELM F. HEGEL Pensador que in�uenciou consideravelmente a visão de Marx. É unanimemente considerado um dos mais importantes e in�uentes �lósofos da história. Pode ser incluído naquilo que se chamou de Idealismo Alemão, uma espécie de movimento �losó�co marcado por intensas discussões �losó�cas entre pensadores de cultura alemã (Prússia) do �nal do século XVIII e início do XIX. Página 22 de 239 25/11/202110:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 1/10 Fundamentos das ciências sociais Aula 9 - A atualidade das Ciências Sociais na compreensão da sociedade contemporânea: globalização, desigualdades e exclusão social INTRODUÇÃO Ouvimos falar muito em globalização, sociedade em rede, aumento da desigualdade social, preconceito, intolerância, não é mesmo? Página 23 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 2/10 Esses fenômenos sociais recentes foram e estão sendo objetos de diversos estudos socioculturais contemporâneos. Nesta aula, estudaremos vários desses fenômenos, no mundo e em especial na sociedade brasileira, a partir da contribuição de diversos pensadores contemporâneos. OBJETIVOS Analisar as questões da desigualdade, pobreza e exclusão na sociedade contemporânea, marcada pela globalização. Compreender o sentido do conceito de desenvolvimento ecologicamente sustentável. Analisar o campo de atuação da ecologia política. Reconhecer, em especial, as desigualdades de gênero, raça e etnia no Brasil contemporâneo. Página 24 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 3/10 GLOBALIZAÇÃO CULTURAL Para compreendermos o que é a globalização cultural devemos, primeiramente, entender o que é globalização. Giddens de�ne globalização como: A intensi�cação de relações sociais mundiais que unem localidades distantes de tal modo que os acontecimentos locais são condicionados por eventos que acontecem a muitas milhas de distância e vice-versa. Stuart Hall, em “Identidade Cultural Na Pós-modernidade” (glossário), apresenta três posições contrárias ao sentimento de homogeneização cultural: Stuart Hall (03/02/1932 — 10/02/2014) Foi um teórico cultural e sociólogo jamaicano que viveu e atuou no Reino Unido a partir de 1951. //literacomunicq.blogspot.com.br/2015/11/resumo-da-obra-encodingdecoding-de-hall.html CONSEQUÊNCIAS DA GLOBALIZAÇÃO Página 25 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 4/10 Esta formação de “enclaves” étnicos minoritários no interior dos estados-nação do Ocidente leva a uma “pluralização” de culturas nacionais e de identidades nacionais, tendo como consequência o surgimento de manifestações de xenofobia em várias partes do mundo. Percebe-se que a globalização não parece estar produzindo nem o triunfo do “global” nem a persistência, em sua velha forma nacionalista, do “local”. Os deslocamentos ou os desvios da globalização mostram-se, a�nal, mais variados e mais contraditórios do que sugerem seus protagonistas ou seus oponentes. Entretanto, isso também sugere que, embora alimentada, sob muitos aspectos, pelo Ocidente, a globalização pode acabar sendo parte daquele lento e desigual, mas continuado, descentramento do Ocidente. A SOCIEDADE EM REDE Outra característica marcante da sociedade contemporânea é a formação de redes sociais nas quais os processos de construção de identidades são cada vez mais múltiplos. Segundo Manuel Castells, em “A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura”, o mundo contemporâneo globalizado constitui uma “sociedade em rede”. Para ele: Redes constituem a nova morfologia social de nossa sociedade e a difusão da lógica de redes modi�ca de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Tudo isso porque elas são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetos de desempenho). Manuel Castells Nesse contexto, a rede é um instrumento apropriado para: Página 26 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 5/10 GLOBALIZAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL Segundo Boaventura de Sousa Santos, em Os Processos da Globalização, a globalização na produção de desigualdade a nível mundial tem sido amplamente debatido nos últimos anos. As novas desigualdades sociais produzidas por esta estrutura de classe têm sido amplamente reconhecidas, mesmo pelas agências multilaterais que têm liderado este modelo de globalização, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. É hoje evidente que a iniquidade da distribuição da riqueza mundial se agravou nas duas últimas décadas: 54 dos 84 países menos desenvolvidos viram o seu PNB per capita decrescer nos anos 1980; em 14 deles a diminuição rondou os 35%. Segundo o Relatório do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas de 2001, mais de 1,2 bilhões de pessoas (pouco menos que 1/4 da população mundial) vivem na pobreza absoluta, ou seja, com um rendimento inferior a um dólar por dia e outros 2,8 bilhões vivem apenas com o dobro desse rendimento. Segundo o Banco Mundial, o continente africano foi o único em que, nas últimas décadas, se veri�cou um decréscimo da produção alimentar. O aumento das desigualdades tem sido tão acelerado e tão grande que é adequado ver as últimas décadas como uma revolta das elites contra a redistribuição da riqueza com a qual se põe �m ao período de certa democratização da riqueza iniciado no �nal da Segunda Guerra Mundial. Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano do PNUD relativo a 2005, os 20% da população mundial a viver nos países mais ricos detinham, em 1997, 86% do produto bruto mundial, enquanto os 20% mais pobres detinham apenas 1%. Segundo o mesmo Relatório, mas relativo a 2001, no quinto país mais rico concentram-se 79% dos utilizadores da internet. As desigualdades neste domínio mostram quão distantes estamos de uma sociedade de informação verdadeiramente global. A largura da banda de comunicação eletrônica de São Paulo, uma das sociedades globais, é Fonte: Ellagrin / Shutterstock Fonte: Costa Fernandes / Shutterstock Página 27 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 6/10 superior à da África no seu todo. E a largura da banda usada em toda a América Latina é quase igual à disponível para a cidade de Seul. Observe, a seguir, como está distribuída a riqueza mundial, de acordo com uma pesquisa feita em 2015: Fonte: Informe sobre Riqueza Global 2015 de Credit Suisse. El País. (glossário) DESIGUALDADE, POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL A desigualdade social no Brasil tem sua origem no processo de colonização. Ao longo dos anos, apesar de conquistas sociais como o �m do regime escravista, a marginalização histórica dos setores mais baixos da escala social brasileira permaneceu, a despeito dos avanços veri�cados nas duas últimas décadas. Estatísticas revelam que 12,9% dos brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza. As desigualdades regionais são visíveis: as regiões Norte e Nordeste respondem por 43% do total de pessoas vivendo em extrema pobreza no país. SAIBA MAIS , Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=0a9DdaIazjI) e assista à entrevista de dona Maria Lindalva, realizada no documentário HUMAN. Nordestina, analfabeta e ex sem-terra, ela conta um pouco de sua trajetória. A desigualdade também se expressa nos grandes centros urbanos, onde populações desassistidas vivem pelas ruas, e nas periferias das grandes e médias cidades brasileiras, um expressivo número de pessoas vive em subocupações ― as favelas, localidades em que se registra uma alto índice de criminalidade, decorrente da ausência ou ine�ciência do poder público, e da ação de grupos que passam a exercer autoridade sobre a população, como tra�cantes e milícias. GLOBALIZAÇÃO,DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E EXCLUSÃO SOCIAL A globalização do capitalismo não criou um mundo uni�cado, e sim dividido. O atual modelo de industrialização, visivelmente, não é universalizável, e as exceções bem-sucedidas dessa regra não chegam a invalidá-la. Além disso, o moderno sistema industrial capitalista depende de recursos naturais, numa dimensão desconhecida a qualquer outro sistema social na história da humanidade, liberando emissões tóxicas no ar, nas águas e nos solos e, portanto, comprometendo o equilíbrio da biosfera (ALTVATER, 1995, p. 25). O relatório bianual da organização não governamental WWF, publicado em 2010, demonstrou que “a humanidade não está mais vivendo dos juros da natureza, mas esgotando seu capital”. Podemos ver exemplos desse “esgotamento” nas imagens abaixo: Página 28 de 239 http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/13/economia/1444760736_267255.html https://www.youtube.com/watch?v=0a9DdaIazjI 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 7/10 Javier Rosano / Shutterstock, photosthai / Shutterstock e Anna Moskvina / Shutterstock Segundo dados da Comissão Mundial da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (PNUD), com a manutenção da atual matriz energética e do modo de produzir, seriam necessários cinco planetas iguais à Terra em energia e recursos naturais, para manter os 7 bilhões de habitantes do planeta com um padrão de consumo semelhante àquele que possuem os norte-americanos de classe média. Há aproximadamente cento e cinquenta anos, antes do desenvolvimento do industrialismo e da racionalidade do mercado, as sociedades utilizavam os recursos dos respectivos territórios, com a �nalidade de atender a necessidade de consumo local. Hoje, esses mesmos recursos são extraídos em quantidades muito mais elevadas, para atender ao mercado, numa cultura de consumo frenético, associada à ilusão de lucro in�nito por parte das empresas (cf. BAUMAN, 1999, pg. 91). Um movimento que inclui a aceleração da obsolescência dos produtos, a diminuição da sua durabilidade e a di�culdade para consertá-los. Tudo com o objetivo de aumentar as vendas. (glossário) Assista ao vídeo A história das coisas, no qual a especialista em desenvolvimento sustentável e saúde ambiental, Annie Leonard, explica como funciona essa cultura de consumo frenético: VÍDEO AMBIENTE, SOCIEDADE E O DESENVOLVIMENTO ECO-COMPATÍVEL Segundo o economista polonês Ignacy Sachs... Crescimento econômico sem distribuição de renda e sem sustentabilidade ambiental pode ser chamado de qualquer coisa, menos de desenvolvimento. Ignacy Sachs Fonte: //www.estadao.com.br (glossário) Nessa perspectiva, sustentar o desenvolvimento da sociedade, de modo ecologicamente compatível, signi�ca utilizar os recursos naturais não renováveis, de maneira que eles possam continuar a ser utilizados pelas gerações futuras. Do contrário, tem-se apenas uma efêmera produção de riqueza, geralmente, bastante concentrada nas mãos de poucos. E, Página 29 de 239 http://www.estadao.com.br/ 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 8/10 em alguns casos, desfaz-se em menos de uma geração. EXEMPLO , Isso ocorreu com muitos fazendeiros de café, no Vale do rio Paraíba do Sul, no século XIX. Eles degradaram os solos de suas propriedades, uma vez que cultivam a terra sem o devido cuidado com a manutenção de sua fertilidade. Tinham como único objetivo aumentar a produção e obter lucros rápidos. Como consequência, viram a riqueza que produziram se dissolver junto com a terra que degradaram e escorrer entre os seus dedos. Fonte da Imagem: https://reformaminera.�les.wordpress.com Ao longo do século XX, a indústria continuou mantendo níveis de produção e consumo sintonizados com esse mesmo modo de produção, que estabelece como prioridade os interesses das grandes corporações e do grande capital, muitas vezes colocando em plano secundário as necessidades da sociedade e o equilíbrio dos processos produtivos com o que de�nimos como natureza. Nessa perspectiva, a estratégia de sustentar o desenvolvimento, o que compreende o seu sentido eco-compatível, exige um signi�cativo esforço de mudanças na própria cultura. Um primeiro passo para isso seria a desconstrução da separação realizada entre sociedade e natureza no Ocidente. Como ciência, a Ecologia Política faz aparecer a civilização em sua interação com o ecossistema terrestre, ou seja, com o que constitui a base natural, o contexto não reprodutível da atividade humana (GORZ, 2010, p.27). SAIBA MAIS , Clique aqui (galeria/aula9/docs/a09_12_01.pdf) e saiba mais sobre desenvolvimento ecologicamente sustentável. , CONCLUINDO... Neste sentido, é falso o discurso que a�rma existir uma contradição estrutural e inevitável entre desenvolvimento e sustentabilidade ecológica, já que as demandas sociais se relacionam, também, ao �uxo adequado de recursos do meio físico ou natureza, tais como a água, os alimentos, o ar, as madeiras para construção e muitos outros que só agora começamos a conhecer. Neste sentido, as a�rmações que colocam em campos opostos a sociedade e o seu ambiente se devem a uma distorção de visão, construída ao longo do período da modernidade, na qual a natureza, ou o ambiente eram vistos como o “outro” em relação aos processos sociais humanos. É como se fosse possível separar a sociedade humana da natureza, ou seja, agir e pensar como se os seres humanos não dependessem dos recursos da biosfera como todos os demais habitantes do planeta, o que é um grave equívoco. A contradição mencionada de início, que envolve natureza e desenvolvimento, se apresenta na realidade em relação a um determinado modo de produção e consumo. Jacob_09 / Shutterstock ATIVIDADE PROPOSTA Leia o texto abaixo e responda a questão proposta: Uma só língua Página 30 de 239 http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON310/galeria/aula9/docs/a09_12_01.pdf 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A06184073… 9/10 Em busca do bom inglês, coreanos fazem até operação Na Coreia do Sul, falar inglês é questão de honra e só subirá na vida quem for �uente no idioma. Até aí, tudo bem, o coreano é, por determinação cultural, aluno dedicadíssimo, que aprende bem o que lhe é ensinado. O problema está na articulação das palavras, diversa da ocidental. Não há distinção, por exemplo, entre r e l, o que faz com que “rice” (arroz) muitas vezes vire “lice” (piolho). A solução cada vez mais adotada no país nos últimos tempos é drástica: fazer um pequeno corte na língua, ou melhor, na membrana embaixo dela (o chamado freio lingual), para, supostamente, facilitar a pronúncia das palavras inglesas. A cirurgia é realizada em crianças abaixo de cinco anos. Muitos duvidam da e�cácia, mas ninguém tem certeza. Só a partir dos nove anos a criança consegue pronunciar bem as palavras, e nenhum paciente da cirurgia chegou a essa idade. (Veja, 22 de maio, 2005). Esse texto evidencia que os coreanos seguem uma tendência mundial: a valorização do idioma inglês. Você percebe esta tendência em nosso país? Justi�que sua resposta. Resposta Correta Glossário IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE HALL, Stuart. Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. AUMENTO DAS VENDAS Página 31 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A0618407… 10/10 As empresas são levadas continuamente a criar novas necessidades e desejos para os seus clientes, conferindo as mercadorias, valores simbólicos, fetiches, que, em alguns casos, visam somente diferenciar a posição social do consumidor. Qualquer tentativa de desenvolver esforços e colaboração entre produtores e consumidores, para evitar desperdíciose economizar recursos para “fazer mais com menos”, acaba dando lugar ao objetivo de “produzir mais e consumir mais” (GORZ, 2010, 22). Esse processo ganharia força nas últimas décadas do século XX, levando o modelo civilizatório capitalista a ocupar suas últimas fronteiras, num movimento semelhante à corrida imperialista, ou neocolonialista do século XIX. Página 32 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 1/9 Fundamentos das ciências sociais Aula 10 - A atualidade das Ciências Sociais na compreensão da sociedade contemporânea: novos padrões morais e culturais INTRODUÇÃO Passada a primeira década do século XXI, veri�ca-se a ocorrência de novos padrões de comportamento e estilos de vida. Página 33 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 2/9 Grupos sociais historicamente excluídos organizam-se e buscam cada vez mais inserir-se no mundo globalizado sem abrir mão de suas marcas identitárias. Novos modelos de família passam a conviver com o modelo tradicional de família nuclear. Nesta aula, para �nalizar nossa disciplina, analisaremos algumas dessas signi�cativas mudanças culturais. OBJETIVOS Analisar questões contemporâneas da sociedade brasileira e mundial. Estudar o processo de produção das diferenças. Analisar o preconceito de raça na sociedade brasileira. Analisar os preconceitos de gênero e de orientação sexual na sociedade brasileira. Descrever o processo de construção de novas identidades e novos padrões de comportamento. Página 34 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 3/9 NOVAS IDENTIDADES ÉTNICAS Para compreendermos o conceito das novas identidades étnicas precisamos entender o conceito de grupo étnico. Grupo étnico designa uma população que: RECONFIGURAÇÕES IDENTITÁRIAS: O “SER INDÍGENA” NO BRASIL CONTEMPORÂNEO Os anos 1970, no Brasil, entre outros processos de buscas políticas por liberdade de expressão, marcados por movimentos contra-hegemônicos de dissidentes da ditadura militar, inspirados em parte pelo movimento católico da Teologia da Libertação, como também pelas ações do Conselho Missionário Indigenista (CIMI), algumas comunidades indígenas do Nordeste lutaram por seus direitos à terra e identidade, voltando a pelo menos parte de seus territórios. Ainda hoje trabalham pela manutenção de uma identidade que lhes havia sido subtraída durante o processo colonizatório. Vera Calheiros, Clarice Mota, Rodrigo Grunewald e outros autores registraram este constante processo de “reinvenção da tradição” e “etnogênese”, como �cou conhecido na literatura antropológica. Esse processo de busca pelo que se considera o elemento principal para a retomada da terra e dos direitos subsequentes foi motivado pela chamada cultura ancestral e, consequentemente, pela autoimagem identitária. Percebe-se um movimento para fora dos limites físicos e culturais da aldeia, ao mesmo tempo em que tal movimento re�ete a busca da identidade indígena por dois grupos sociais: a própria comunidade indígena e alguns setores urbanos de classe média e alta. Grupos que se contradizem, portanto, ao passo que também se encontram em um espaço recém-construído de necessidades de autoa�rmação interdependentes, onde a antiga exclusão se traduz em inclusão, mesmo que a custa de invenções e ressigni�cações das tradições perdidas. A PRODUÇÃO DAS DIFERENÇAS Como vimos na aula 3, a diversidade cultural é marca característica das sociedades humanas. As sociedades humanas são marcadas, entre outras coisas, pelas diferenças de: Fonte: Syndromeda / Shutterstock, Christian Wilkinson / Shutterstock, Blend Images / Shutterstock e Rawpixel.com / Shutterstock Página 35 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 4/9 Contudo, muitas vezes essas diferenças são hierarquizadas e passam a constituir desigualdades concretas, colocando grupos e indivíduos em patamares diferentes da escala social, privilegiando uns e excluindo outros. Na sociedade brasileira este processo de produção de diferenças e desigualdades se constituiu, desde a colonização, numa das questões mais notórias e discutidas pelos historiadores e cientistas sociais. Some-se a isso o fato de o senso comum interiorizar e reduzir práticas etnocêntricas, como, por exemplo, a valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual, e o tratamento diferenciado - para melhor - daqueles que ocupam posições superiores na hierarquia social brasileira. É justamente esse tipo de procedimento que cria o que se denomina exclusão. Preconceito racial Embora permaneça, tanto em algumas correntes cientí�cas como no senso comum, a ideia de que existem raças humanas diferentes, os estudos e pesquisas contemporâneos indicam que não há diferenças signi�cativas entre os indivíduos oriundas das suas diferenças somatológicas (de aparência física). Todos os humanos descendem de um tronco comum, o homo sapiens. Desta forma, não se pode pensar em raças superiores ou inferiores, pois herdamos todos o mesmo patrimônio hereditário. No entanto, na prática, percebe-se que o conceito de raça continua equivocadamente sendo usado como justi�cativa para a exclusão constante de povos e indivíduos, seja pela força das armas ou das ideias, seja pelo processode exclusão social ou de não reconhecimento de seus padrões culturais. A essa prática dá-se o nome de racismo. O Brasil não conheceu o regime de segregação racial, o apartheid. A sociedade brasileira, ao longo de sua história, não foi pensada de forma dual (negros x brancos). Contudo, isso não signi�ca que o racismo, em suas diferentes manifestações, não faça parte da vida brasileira. O debate em relação ao preconceito racial no Brasil tomou vulto nos últimos anos, com a elaboração do Estatuto da Igualdade Racial e as políticas de ação a�rmativa, em especial a política de reservas de cotas nas universidades. Respeito não tem cor Tem consciência Fonte: creativetan / Shutterstock, hxdbzxy / Shutterstock, StepanPopov / Shutterstock, Rawpixel.com / Shutterstock, Nejron Photo / Shutterstock e Pla2na / Shutterstock Página 36 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 5/9 CONCEITUANDO... PRECONCEITO DE GÊNERO As mulheres, desde a Revolução Industrial, vêm ocupando espaço no mercado de trabalho e, com isso, aumentando sua importância na sociedade. Contudo, muitos ainda observam o trabalho feminino como uma expansão do trabalho doméstico, tido como menos importante. A luta da mulher pela sua inserção no mercado de trabalho, tem sua origem em tempos passados, e até hoje, a mulher ocupa cargos de trabalho relacionados com serviços de saúde, de educação, como se o trabalho fosse uma extensão do trabalho doméstico. Não que esses trabalhos não tenham importância, mas é paradoxal o fato de cargos administrativos e industriais serem predominantemente masculinos. A sociedade brasileira é composta, preponderantemente por mulheres, mas estas têm participação inferior a dos homens no mercado de trabalho. Além do mais, a parcela feminina que está empregada precisa enfrentar preconceitos e inacreditavelmente recebe menos pelo mesmo trabalho exercido por um homem. Outro claro exemplo de preconceito contra as mulheres se expressa nos altos índices de violência doméstica, motivação para a criação de lei especí�ca visando maior rigor na punição dos agressores, a chamada Lei Maria da Penha. ian johnston / SHutterstock PRECONCEITO DE ORIENTAÇÃO SEXUAL Durante o processo de socialização, aprendemos que existe um padrão de orientaçãosexual, baseado na heterossexualidade. A partir daí, tendemos a identi�car e classi�car lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgênicos através da representação feita, em geral, pelos meios de comunicação, ou seja, de forma estereotipada, como faz com as mulheres afrodescendentes e outros grupos. Muitas vezes, esse preconceito se expressa em forma de humor, piadas que satirizam e diminuem os indivíduos de orientação sexual não heterossexual, passando, depois à discriminação e, não raro, à violência. Ressalte-se que esta minoria é, historicamente, vítima de violências físicas e simbólicas e, até recentemente, sua prática era considerada patológica. Por essa razão, a questão do reconhecimento jurídico das uniões homoafetivas gerou tanta polêmica, pois trouxe para a agenda nacional a possibilidade da existência de mais de um modelo de família, o que já é uma realidade não só no Brasil, como em várias sociedades. NOVOS PADRÕES FAMILIARES O modelo tradicional de família Página 37 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 6/9 Para Lévi-Strauss (A família, 1972), entende-se por família uma união mais ou menos duradoura, socialmente aprovada, entre um homem, uma mulher e seus �lhos, fenômeno que estaria presente em todo e qualquer tipo de sociedade. Como modelo ideal, a palavra família designa um grupo social possuidor de pelo menos três características: Fonte da Imagem: Originada no casamento; Fonte da Imagem: Constituída por marido, esposa e �lhos; Página 38 de 239 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 7/9 Fonte da Imagem: Os membros da família estão unidos entre si por laços legais, direitos e obrigações econômicas, religiosas ou de outra espécie, um entrelaçamento de�nido de direitos e proibições sexuais, divisão sexual do trabalho e uma quantidade variada e diversi�cada de sentimentos psicológicos (amor, afeto, respeito, medo). DÉCADAS DE 1960 E 1970 – AS TRANSFORMAÇÕES DOS MODELOS DE FAMÍLIA Como demonstra Miriam Goldenberg em “Novas famílias nas camadas médias urbanas”, o �nal da década de 1960 e início da década de 1970 são marcos fundamentais nas transformações dos papéis femininos e masculinos na sociedade brasileira e, consequentemente, da concepção de família em nosso país. SAIBA MAIS , Clique aqui (//www.miriangoldenberg.com.br/images/stories/pdf/conjugalidades.pdf) e saiba mais sobre esse assunto. MOVIMENTO FEMINISTA Fonte da Imagem: john dory / Shutterstock O movimento feminista, que estava sendo organizado na Europa e nos Estados Unidos, começou a repercutir no Brasil. Os jornais, as revistas, o cinema, o teatro e a televisão passaram a dar espaço para as reivindicações das mulheres. Página 39 de 239 http://www.miriangoldenberg.com.br/images/stories/pdf/conjugalidades.pdf 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 8/9 O denominador comum das lutas feministas foi o questionamento da divisão tradicional dos papéis sociais, com a recusa da visão da mulher como o “segundo sexo” ou o “sexo frágil”, cujo principal papel é o de “esposa-mãe”. As feministas reivindicavam a condição de sujeito de seu próprio corpo, buscando um espaço próprio de atuação pro�ssional e política. A PARTIR DOS ANOS 1970 A partir dos anos 1970, apesar do predomínio do modelo nuclear conjugal, entre as famílias das camadas médias, aumentaram as experiências de vínculos afetivo-sexuais variados e o contingente de mulheres optando pela maternidade fora da união formalizada. Castells assinala que houve um crescimento do número de pessoas vivendo sós e um crescimento expressivo das famílias che�adas por mulheres. (glossário) A coabitação sem vínculos legais ou união consensual como alternativa ao casamento se tornou cada vez mais expressiva numericamente, e aceita legal e socialmente (e a duração destas uniões informais começaram a ser cada vez menores). O tamanho das unidades domésticas também tendia a diminuir ainda mais, com o decréscimo do número de �lhos. Cresceram os recasamentos e as famílias recombinada. OS MODELOS CONTEMPORÂNEOS DE FAMÍLIA Ao falar-se, na atualidade, de família, o plural impõe-se: “Já não há um ‘modelo ocidental’ mas vários.” Segalen O divórcio, a união livre, as recomposições familiares abalam o que se chamava, até pouco tempo, de “modelo de família ocidental”. Este modelo será ainda mais abalado com as novas técnicas de procriação. A doação de óvulos, a fecundação por inseminação arti�cial ou in vitro, a possibilidade de clonagem de seres humanos, levam-nos a re�etir sobre os princípios que assentam o nosso sistema de parentesco. (glossário) Há uma visibilidade cada vez maior das famílias homoafetivas (glossário), ou seja, formadas por indivíduos do mesmo sexo. Cresceram os recasamentos e as famílias recombinada. REFLEXÃO , Essas tendências colocam em xeque a estrutura e os valores da família tradicional. Não se trata do �m da família, uma vez que outras estruturas familiares estão sendo testadas e poderemos, no �m, reconstruir a maneira como vivemos uns com os outros, como procriamos e como educamos de formas diferentes. ATIVIDADE Leia atentamente o texto O Paradigma Cássia Eller (glossário). Depois, responda: Quais as implicações sociológicas do uso da expressão “família homossexual”? No caso apresentado, o que caracteriza a relação entre o �lho da falecida cantora e sua companheira? Página 40 de 239 http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON310/galeria/aula10/docs/a10_11_01.pdf 25/11/2021 10:34 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4944243F264CB7F19DC0C17E077D5F6152FE99C156DDA5EA2427A061840734… 9/9 Resposta Correta Glossário FAMÍLIAS CHEFIADAS POR MULHERES O crescimento dessas famílias ocorreu em função da elevação das taxas de separações e divórcios; da expectativa de vida maior para as mulheres gerando mais viuvez feminina e da crescente proporção de mulheres solteiras com �lhos, não apenas por abandono de seus parceiros, mas como opção. SISTEMA DE PARENTESCO Sexualidade e parentesco são dissociados, paternidades e maternidades são multiplicadas (genética e socialmente), o nascimento de um �lho não provém necessariamente de um casal. FAMÍLIAS HOMOAFETIVAS Este modelo de família tem recebido o reconhecimento de consideráveis setores da sociedade, bem como de setores do Judiciário, que vem, desde inédita sentença do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul em 2001, até o entendimento do Supremo Tribunal Federal, em 2010, que reconheceu como entidade familiar o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Página 41 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aulaTexto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Nome do Professor Aula 1Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Página 42 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Por que as mulheres abortam? Fontes:http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhos-da-reportagem/2018/04/aborto-uma-conversa-necessária e http://g1.globo.com/mato-grosso-do- sul/noticia/2017/01/criancas-sao-encontradas-em-casa-abandonadas-e-policia-procura-maes.html Página 43 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Tijolos empilhados formam um muro? Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Página 44 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da AnáliseSociológica: Émile Durkheim E a água? Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com O Hidrogênio e o Oxigênio são gases Quando se juntam formam a água que é líquida Página 45 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Objetivos da aula: - Definir o que é fato social e suas características - Compreender a classificação dos fatos sociais como normais e patológicos - Reconhecer a noção de consciência coletiva enquanto fenômeno associado às formas de solidariedade social - Analisar a evolução das formas de organização social (simples e complexa) do ponto de vista dos laços existentes entre o indivíduo e a sociedade (solidariedade social) Página 46 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim ÉMILE DURKHEIM (1858 – 1917) - Cresce em uma França conturbada - Positivista: ciências da natureza - Define com precisão o objeto e o método da sociologia, tornando-a uma disciplina científica - Filho de um rabino Fonte imagem: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/08/empirismo-e-teoria-do- conhecimento.html Página 47 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim O que é o FATO SOCIAL? Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Página 48 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim O que é o FATO SOCIAL? Segundo o livro de Durkheim As regras do método sociológico publicado em 1895, fato social é: É fato social toda a maneira de fazer, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior.”; ou ainda, “que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais.” Página 49 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Características dos FATOS SOCIAIS COERCITIVIDADE Constrange o indivíduo a se adaptar as regras independentemente de sua vontade ou escolha Se exerce através de sanções: legais ou espontâneas Se faz pela educação EXTERIORIDADE Os fatos sociais existem e atuam independen- temente dos indivíduos Quando nascemos encontramos uma sociedade pronta, GENERALIDADE O fato social é geral, comum e de natureza coletiva Geral na extensão de um dado grupo Página 50 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Mais exemplos de FATOS SOCIAIS: Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Página 51 de 239 http://www.rgbstock.com/ http://www.gettyimages.com/ http://www.freeimages.com/ https://morguefile.com/ Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Como devemos observar os FATOS SOCIAIS? O Cientista deve se livrar de suas pré-noções Neutralidade e objetividade Não envolvimento emocional Podem ser explicados objetivamente pelo pesquisador Devem ser tratados como coisas: podem ser observados e medidos Somente o cientista tem acesso à racionalidade dos fatos sociais Página 52 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Fatos sociais normais e patológicos: organicismo Normais Não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais; são comuns e frequentes Patológicos Se encontra fora dos limites permitidos pela moral vigente, são transitórios e excepcionais A distinção entre o normal e o patológico passa pela fuga do mediano O normal e o patológico variam de um sociedade para outra Página 53 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim E o CRIME? Ele é um fato social normal ou patológico? Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Página 54 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim E o CRIME? Ele é um fato social normal ou patológico? - O crime é um fato social normal - Ele é comum e frequente - Não há sociedade onde não exista crime - Ele é útil - Une os indivíduos em torno de uma conduta valorativa - Permite que a moral e o Direito evoluam - Alguns crimes excepcionais podem ser percebidos como patológicos Página 55 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Exemplos Brasil Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Fato social normal Fato social patológico Página 56 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Consciência coletiva e consciência individual Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com É a consciência coletiva que define o que é certo e errado, bom e mau, justo e injusto, etc. Página 57 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Consciência coletiva e consciência individual Consciência Coletiva Conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado que tem vida própria Consciência Individual O que é próprio do indivíduo, que o faz diferente dos demais. Pensamentos que não são compartilhados pela coletividade, são especificamente individuais Página 58 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim E como se mantém a coesão e o consenso? Através da SOLIDARIEDADE SOCIAL Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Página 59 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Solidariedade Mecânica Solidariedade Orgânica • Sociedades simples • Divisão do trabalho baseada em critérios de gênero e idade • Autonomia dos indivíduos • Semelhança entre os indivíduos é o que mantém a COESÃO • Consciência coletiva exerce seu maior poder de coerção • O indivíduo é o que a sociedade lhe permite ser • Sociedades complexas • Acentuada divisão do trabalho social • A interdependência é o que mantém a COESÃO • Consciênciacoletiva se afrouxa • Os indivíduos têm uma maior margem de liberdade diante dos imperativos sociais • Surge a noção de indivíduo Página 60 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Como observar os diferentes tipos de solidariedade? Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Através do tipo de DIREITO predominante Página 61 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Os indicadores dos tipos de SOLIDARIEDADE SOCIAL Solidariedade Mecânica Direito repressivo As sanções infligem ao culpado uma dor, uma privação Solidariedade Orgânica Direito restitutivo A sanção visa restabelecer a ordem; o culpado deve reparar seu dano Página 62 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim ANOMIA Fontes imagens:http://blogs.diariodonordeste.com.br/sertaocentral/clima/areas-de-risco-populacao-comeca-a-e-se-preocupar-com-chuvas/attachment/m-13/ http://www.portaldolitoralpb.com.br/caos-em-pernambuco-assaltos-saques-mortes-e-comercio-de-portas-fechadas-no-estado/ Página 63 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim ANOMIA - Ausência ou desintegração das normas sociais - A consciência coletiva perde o parâmetro de julgamento da realidade - Limites entre proibido e permitido ficam frouxos - Característica de momentos de crises e desastres: econômicos, ecológicos, etc. - O estado de anomia pode se tornar mais frequente nas sociedades modernas ausência de um potência moral - Transformações sociais não foram acompanhadas de novas instituições que pudessem manter a coesão e a harmonia Conselhos profissionais Página 64 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Referências ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 1995. MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense, 2003. COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna, 1997. FERREIRA, Solange. Livro Didático de Fundamentos das Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Editora da UNESA, 2013. QUINTANEIRO, T. et alli. Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim, Weber 24 ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003. Página 65 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Filmes A Festa de Babette (Dinamarca , 1988. Direção de Gabriel Axel) Mulheres Perfeitas (EUA, 2004. Direção de Frank Oz) A Testemunha (EUA, 1985. Direção de Peter Weir) A Vila (EUA, 2004. Direção de M. Night Shyalaman) Página 66 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim LAURA EUGENIA PEREZ FREITAS Possui mestrado em Antropologia Social pela Université de Paris X, Nanterre, concluído em 1997 e revalidado pela Programa de Pós-graduiação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2003. Possui graduação em Ciências Sociais pela Université de Paris X, Nanterre, concluída em 1995 e revalidada pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ em 2003. Possui licenciatura plena em Ciências Biológicas pela UFRJ, concluída em 1986. Atualmente atua como docente e como conteudista na Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro lecionando diversas disciplinas na área de Ciências Sociais em diferentes cursos presencias e à distância. Tem experiência na área de docência e pesquisa em Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena, Antropologia da Saúde e da Doença e Antropologia da Alimentação. Link para o Curriculo Lattes: https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=B0213BC2161C634385FC6674F 7E5F5FD Página 67 de 239 https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=B0213BC2161C634385FC6674F7E5F5FD Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Émile Durkheim Obrigado! Página 68 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aulaTexto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Nome do Professor Aula 1Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber Página 69 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber Qual a motivação destes indivíduos em cometer este atos? Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/ataque-de-homem-bomba-deixa-ao-menos-31-mortos-no-afeganistao.shtml e https://extra.globo.com/casos-de-policia/comissario-de-policia/suicidio-para-limpar-honra-17823750.html Página 70 de 239 https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/ataque-de-homem-bomba-deixa-ao-menos-31-mortos-no-afeganistao.shtml Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber Relembrando: como é a sociedade para Durkheim? indivíduo S O C I E DA D E Página 71 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber E para Weber? I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I I - I Página 72 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber Objetivos da aula: - Definir o objeto e o método de investigação da sociologia weberiana - Estabelecer o conceito de ação social - Distinguir ação social e relação social - Identificar os tipos ideais de ação social - Reconhecer a importância da sociologia weberiana para a análise da sociedade brasileira Página 73 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber MAX WEBER (1864 – 1920) - Alemão (Prússia) - Um dos pais fundadores da sociologia - Profissionalização do sociólogo: diferença entre ciência e política, juízos científicos e juízos de valor - Importante estudo sobre as religiões Fonte imagem: http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-definicao-acao-social-max- weber.htm Página 74 de 239 Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber Por que você decidiu cursar o ensino superior? Fontes imagens: http://www.rgbstock.com/; http://www.gettyimages.com/; http://www.freeimages.com/; https://morguefile.com Página 75 de 239 https://morguefile.com/ Nome do Professor Aula 1Título do tema da aula Título do tema da aula Texto – Fonte tamanho 24 Fonte Arial Cor preto Clássicos da Análise Sociológica: Max Weber Por que você decidiu cursar o ensino superior? Você busca autonomia financeira Você busca crescer profissionalmente Você busca conhecimento Você busca estabelecer
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