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Esociedades - Teórico_VOLUME1

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Prévia do material em texto

VIVENCIANDO
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO 
INCIDÊNCIA DO TEMA 
NAS PRINCIPAIS PROVAS
ÁREAS DE 
CONHECiMENTO DO ENEM
TEORIA
MULTiMÍDiA
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS
DiAGRAMA DE iDEiAS
HERLAN FELLiNi
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva 
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material 
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos 
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar 
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro-
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, 
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os 
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades 
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno.
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos 
temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. 
Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há 
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações 
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato 
em seu dia a dia.
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
vê-las com tranquilidade.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em 
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles 
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de 
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da 
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos 
estudos e até a resolução dos exercícios.
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com 
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do 
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, 
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue 
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz 
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento 
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, 
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.
Autor
Márcio Cavalcanti de Andrade
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenado-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN:978-65-88825-25-9
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do 
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para 
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e 
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição 
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para 
fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou 
empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2021
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
Aula 1: Surgimento da Sociologia: Auguste Comte 6
Aula 2: Sociologia clássica: Émile Durkheim I 12
Aula 3: Sociologia clássica: Émile Durkheim II 18
Aula 4: Sociologia clássica: Max Weber 24
Aula 5: Sociologia clássica: Karl Marx I 31
Aula 6: Sociologia clássica: Karl Marx II 38
Aula 7: Sociologia contemporânea: Pierre Bourdie 45
Aula 8: O processo civilizador: Norbert Elias 53
Aula 9: Estratificação Social e suas formas 61
Aula 10: Cultura e patrimônio cultural 67
Aula 11: Etnocentrismo e relativismo cultural 75
Aula 12: Indústria cultural e sociedade do espetáculo 82
Aula 13: Michel Foucault 88
Aula 14: O problema da violência 95
Aula 15: A questão de gênero 103
Aula 16: Movimentos Sociais 110
Aula 17: Identidade 117
Aula 18: Sociologia brasileira: Gilberto Freyre 123
Aula 19: Sociologia brasileira: Caio Prado Jr. e Sérgio Buarque de Holanda 129
Aula 20: Sociologia brasileira: Florestan Fernandes 136
Aula 21: Sociologia brasileira: Darcy Ribeiro e Herbert de Souza 143
Aula 22: Sociologia brasileira: Roberto DaMatta 151
Aula 23: Modernidade líquida: Zygmunt Bauman 157Aula 24: O meio ambiente como problema social 164
Aula 25: As novas formas de comunicação e tecnologia: Pierry Lévy 172
Aula 26: As novas formas de comunicação e tecnologia: Manuel Castells 179
ENTRE SOCIEDADES: SOCIOLOGIA
UFMG
A prova trata a Sociologia com um olhar 
independente, não relacionando com História. 
O seu enfoque é relacionar teorias e correntes 
filosóficas associadas ou contrárias.
A prova apresenta uma temática sociológica 
relacionada com literatura, exigindo do candi-
dato a interpretação do assunto abordado.
A prova apresenta uma relação da Sociologia 
com a Geografia. Diante disso, o candidato 
precisa relacionar as transformações do 
espaço e do próprio homem em 
conjunto com as teorias 
sociológicas.
A prova cobra a disciplina de Sociologia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova é direcionada para a prática da Medi-
cina. Assim, a Sociologia é cobrada de maneira 
indireta, principalmente nos temas de redação, 
que podem auxiliar os candidatos a 
elaborarem melhor os seus 
argumentos.
A prova cobra a disciplina de Sociologia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova direciona diretamente para a Sociolo-
gia, com conceitos sociológicos, e é abordada 
de forma indiretamente nas temáticas de 
redação.
A prova contém interdisciplinaridade nas Ci-
ências Humanas, com poucas questões diretas 
na área da Sociologia, tendo preferência por 
questões temáticas.
A abordagem do vestibular da USP é interdis-
ciplinar, de forma que a Sociologia é tratada 
mais como um alicerce para a compreensão 
da realidade e suas transformações.
A prova apresenta a Sociologia de forma sutil, 
apontando alguns aspectos culturais e étnicos.
A prova segue diretamente a disciplina de 
Sociologia, com questões específicas, podendo 
também fazer uma abordagem nas temáticas 
de redação
A prova não aborda a Sociologia.
A prova cobra a disciplina de Sociologia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova é apresentada conforme seu edital 
específico, na qual são relacionados alguns 
livros ou trechos de obras de sociólogos e 
antropólogos.
A prova trata a Sociologia com um olhar 
específico, possuindo um edital diferenciado 
com autores específicos.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
 6
O surgimento da ciência Sociologia se deu em meio a um 
contexto de diversas transformações da sociedade euro-
peia na passagem do século XVIII para o XIX, período de 
difusão da Revolução Industrial e dos desdobramentos da 
Revolução Francesa (1789). A partir do desenvolvimento 
da razão, da ciência e da sociedade industrial, era neces-
sário desenvolver um conjunto de explicações racionais 
e científicas oriundo da investigação empírica metódica 
que conseguisse analisar os novos fenômenos sociais que 
apontavam para a formação de uma nova sociedade.
1. Auguste Comte (1798-1857)
Auguste Comte nasceu em 1798, na França, onde viveu 
toda a sua vida. Dedicou seus estudos ao que foi definido 
como filosofia positivista. Comte foi o primeiro a utilizar 
o termo Sociologia, considerando-a como a ciência mais 
complexa e profunda. Sua principal obra ficou conhecida 
como Curso de filosofia positiva (1842).
O que é Sociologia
Para alguns ela representa uma poderosa arma a serviço 
dos interesses dominantes; para outros é a expressão teó-
rica dos movimentos revolucionários. Como compreender 
as diferentes avaliações que a Sociologia recebe? Deba-
tendo a dimensão política dessa ciência, o autor reflete 
em que medida as teorias sociológicas contribuem para 
manter ou alterar as relações de poder da sociedade.
multimídia: livro
Os primeiros teóricos que desenvolveram um método e 
definiram um objeto próprio da Sociologia foram os posi-
tivistas. Essa corrente de pensamento, denominada de “fí-
sica social”, surgiu com Auguste Comte, que se dedicava 
a estudar a sociedade a partir de métodos científicos das 
Ciências Naturais.
Observando as transformações da sociedade pós-Revolução 
Industrial, Auguste Comte contribuiu para a formação dessa 
nova ciência, que, seguindo as diretrizes da racionalidade, 
seria a mais elevada de todas as ciências.
O positivismo, corrente filosófica que buscava uma reorga-
nização intelectual, moral e política da ordem social, nasceu 
com fins práticos de criar uma ordem social estável. O seu 
pensamento consistia em três estágios, contidos em seu Cur-
so de filosofia positiva: teológico, metafísico e positivo.
 Estado teológico: corresponde à infância da humani-
dade, pois a mente humana se baseia em um conhe-
cimento provisório e ilusório, ou seja, tenta explicações 
da realidade por meio de entidades sobrenaturais. Se-
gundo Comte, a religião se encaixa nesse estado, pois 
ela inicia o processo do conhecimento; porém, é um 
tipo de conhecimento não muito confiável.
 Estado metafísico: as explicações dos fenômenos da re-
alidade são feitas por entidades abstratas, mas contêm 
traços de elementos teológicos. Trata-se de um estado 
intermediário para o conhecimento definitivo.
 Estado positivo: representa a realidade, sendo a forma 
definitiva. Aqui a ciência predomina, de modo que se 
buscam os fatos e não as causas ou princípios; preocu-
pa-se com o processo do conhecimento, e não com os 
motivos dessas causas.
HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 
11, 12, 15, 16, 20, 22, 
23, 24 e 25
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5
AULA 1
SURGIMENTO 
DA SOCIOLOGIA: 
AUGUSTE COMTE
 7
FONTE: YOUTUBE
Comte – As leis dos três Estados
F Y
multimídia: vídeo
1.1. Positivismo
O pensamento científico e experimental é o único guia 
para o ser humano, de forma que a ciência é a base dessa 
doutrina, com o intuito de organizar todos os elementos da 
sociedade, inclusive a área religiosa.
Em sua obra Sistema de política positiva (1854), Comte cria 
a religião da humanidade ou a religião positivista, que tem 
como diretrizes: "O amor por princípio, a ordem por base; 
e o progresso por fim". Acreditando fielmente na ciência, 
Comte defende um processo de progresso contínuo e evo-
lutivo da humanidade.
Positivismo: reabrindo o debate - Hermas Gonçalves 
Arana. Campinas: Autores Associados, 2007.
Questionando chavões e invocando textos de pouca cir-
culação entre nós, o autor busca determinar o núcleo 
teórico das principais doutrinas positivistas, em sua mul-
tiformidade, tomando como fio condutor o conceito de 
dado empírico.
multimídia: livro
Esse processo evolutivo também recairia entre as ciências 
positivas – Matemática, Física, Astronomia, Química, Biolo-
gia – e teria como a maior entre essas ciências uma nova 
ciência – a Sociologia –, que englobaria todas elas.
Pensando no controle da sociedade, Comte estruturou que 
todos os elementos deveriam ter a razão científica como 
norteador dessas ações. Esse pensamento ganhou força na 
Europa durante o século XIX, entre governos monárquicos 
e republicanos. Uma nação que seguiu com toda ênfase no 
pensamento positivista foi o Império Austro-Húngaro, que 
difundiu esse pensamento.
FONTE: YOUTUBE
O positivismo de Auguste Comte
F Y
multimídia: vídeo
1.2. Positivismo no Brasil
Com o início da República, no século XIX, o positivismo 
ganhou força, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. 
Com suas características de que existe uma hierarquia, a 
qual deve seguir uma ordenação científica, o positivismo 
ganhou muitos adeptos do alto oficialato do Exército e en-
tre a camada burguesa. Diante disso, a nova bandeira do 
Brasil ganhou um lema positivista.
BANDIRA DO IMPÉRIO BRASILEIRO
BANDEIRA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
 8
Entre aqueles que receberam influência do pensamento 
positivista, podemos destacar os primeiros presidentes da 
República, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, os mi-
litares Benjamin Constant e Cândido Rondon e o escritor 
Euclides da Cunha.
TEMPLO POSITIVISTA E DETALHE DO ALTAR, COM A IMAGEM DA DEUSA HUMANIDADE, 
INSPIRADA EM TRAÇOS DE CLOTILDE DE VAUX, MUSA INSPIRADORA DE AUGUSTE 
COMTE, NA IGREJA POSITIVISTA DO BRASIL, LOCALIZADA NO RIODE JANEIRO
Acerca da expansão do positivismo no continente america-
no, Comte destacou que: “Originadas da mesma civilização 
ocidental, mas sem os obstáculos retrógrados que no velho 
mundo protelam a vitória da nova fé [...] essas nações apre-
sentam, tanto no temporal como no espiritual, as melhores 
disposições para aceitarem a doutrina regeneradora”.
DIAGRAMA DE IDEIAS
DOMINAÇÃO 
SOCIAL
O AMOR POR 
PRINCÍPIO
POSITIVISMO
A ORDEM 
POR BASE
O PROGRESSO 
POR FIM
3 ESTÁGIOS
PELO USO 
CIENTÍFICO
COMTE
• ESTADO POSITIVO
• ESTADO METAFÍSICO
• ESTADO TEOLÓGICO
REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
TRANSFORMAÇÕES 
SOCIAIS
SURGE A 
SOCIOLOGIA
 9
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (UFF) O positivismo foi um sistema filosófico criado 
no século XIX por Augusto Comte e que exerceu gran-
de influência no Brasil, especialmente entre militares, 
médicos, cientistas e em algumas correntes de republi-
canos que participaram diretamente da proclamação 
da República e ocuparam postos de governo no início 
do novo regime.
Dentre as inovações adotadas no início do regime republi-
cano brasileiro, sob influência de ideias positivistas, estão:
a) sufrágio universal, direito de voto do analfabeto e 
das mulheres.
b) estatização das fábricas, coletivização da agricultu-
ra e partido único.
c) liberdade sindical, leis trabalhistas e salário mínimo.
d) separação da igreja e do estado, liberdade religiosa 
e casamento civil.
e) indenização aos proprietários de escravos, desestímu-
lo à pequena propriedade e abolição de impostos rurais.
2. (UEG 2020) A sociologia nasce no contexto da con-
solidação da ciência enquanto forma de pensamento 
dominante. Com o desenvolvimento do capitalismo e 
a progressiva urbanização, alguns pensadores come-
çaram a refletir sobre os problemas da sociedade em 
transformação, como a fome, o saneamento básico, as 
longas e fatigantes jornadas de trabalho etc. A partir 
desse momento, emerge a sociologia, como uma ciên-
cia com objeto e método específicos, e surgem os pri-
meiros sociólogos. Um destes sociólogos foi Auguste 
Comte, que fundamentou a sociologia a partir do méto-
do positivista. O positivismo de Comte defende 
a) que as ideias são desenvolvidas por seres humanos 
reais e históricos. 
b) o estudo dos fatos sociais enquanto coisas exterio-
res aos indivíduos. 
c) a unidade metodológica entre ciências naturais e 
ciências sociais. 
d) que o conjunto das ações individuais constitui a 
sociedade. 
e) a formulação de tipos ideais vazios de conteúdo 
histórico. 
3. (UEL) A ordem e o progresso constituem partes fun-
damentais da Sociologia de Auguste Comte. Com base 
nas ideias comteanas, assinale a alternativa correta.
a) A ordem social total se estabelece de acordo com 
as leis da natureza, e as possíveis deficiências exis-
tentes podem ser retificadas mediante a intervenção 
racional dos seres humanos.
b) A liberdade de opinião e a diferença entre os indiví-
duos são fundamentos da solidariedade na formação da 
estática social; essa diversidade produz vantagens para a 
evolução, em comparação com a homogeneidade.
c) O desenvolvimento das forças produtivas é a base 
para o progresso e segue uma linha reta, sem oscilações 
e, portanto, a interferência humana é incapaz de alterar 
sua direção ou velocidade.
d) O progresso da sociedade, em conformidade com 
as leis naturais, é resultado da competição entre os 
indivíduos, com base no princípio de justiça de que os 
mais aptos recebem as maiores recompensas.
e) O progresso da sociedade é a lei natural da dinâmica 
social e, considerado em sua fase intelectual, é expres-
so pela evolução de três estados básicos e sucessivos: 
o doméstico, o coletivo e o universal.
4. (Unimontes) O positivismo foi uma corrente de pen-
samento filosófico predominante no século XIX e iní-
cio do século XX. Seu mais eminente representante foi 
Auguste Comte (1798-1857), que é considerado o pre-
cursor da Sociologia. No que tange às características 
fundamentais do positivismo, pode-se afirmar, exceto:
a) Para o positivismo, o conhecimento científico é a 
“bússola da sociedade”. Nesse sentido, é imprescin-
dível que se tenha o conhecimento acerca dos fenô-
menos sociais, para que se consiga prever os mesmos 
e agir com eficácia.
b) O positivismo persegue um objetivo principal: des-
cobrir as leis gerais que regem os fenômenos sociais.
c) O positivismo é uma doutrina filosófica que enfatiza 
a busca pelo conhecimento das singularidades sociais, 
dando ênfase ao estudo interpretativo das ações de 
indivíduos em uma determinada coletividade.
d) O positivismo preza pela regularidade, estabilidade 
e bom funcionamento das instituições sociais.
5. (UEL) O lema da bandeira do Brasil, “Ordem e Pro-
gresso”, indica a forte influência do positivismo na for-
mação política do Estado brasileiro. Assinale a alterna-
tiva que apresenta ideias contidas nesse lema.
a) Crença na resolução dos conflitos sociais por meio do 
estímulo à coesão social e à evolução natural da nação.
b) Ideais de movimentos juvenis, que visam superar 
os valores das gerações adultas.
c) Denúncia dos laços de funcionalidade que unem as 
instituições sociais e garantem os privilégios dos ricos.
d) Ideal de superação da sociedade burguesa através 
da revolução das classes populares.
e) Negação da instituição estatal e da harmonia cole-
tiva baseada na hierarquia social.
6. (UEL) Até o século XVIII, a maioria dos campos de co-
nhecimento, hoje enquadrados sob o rótulo de ciências, 
era ainda, como na antiguidade clássica, parte integral 
dos grandes sistemas filosóficos. A constituição de sa-
beres autônomos, organizados em disciplinas específi-
cas, como a Biologia ou a própria Sociologia, envolverá, 
de uma forma ou de outra, a progressiva reflexão filo-
sófica, como a liberdade e a razão.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M.L.O.; OLIVEIRA, 
M.G.M. UM TOQUE DE CLÁSSICOS: MARX, DURKHEIM E 
WEBER. BELO HORIZONTE: UFMG, 2002, P. 12.
Com base nos conhecimentos sobre o surgimento da 
Sociologia, assinale a alternativa que apresenta, corre-
 10
tamente, a relação entre conhecimento sociológico de 
Auguste Comte e as ideias iluministas.
a) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi 
defendida pelo iluminismo, que influenciou o positivismo.
b) A crença na razão como promotora do progresso 
da sociedade foi compartilhada pelo iluminismo e 
pelo positivismo.
c) O iluminismo forneceu os princípios e as bases teóri-
cas da luta de classes para a formulação do positivismo.
d) O reconhecimento da validade do conhecimento 
teológico para explicar a realidade social é um ponto 
comum entre o iluminismo e o positivismo.
e) Os limites e as contradições do progresso para a 
liberdade humana foram apontados pelo iluminismo 
e aceitos pelo positivismo.
7. (UFUB adaptada) Sobre o surgimento da Sociologia, 
podemos afirmar que:
I. A consolidação do sistema capitalista na Europa no 
século XIX forneceu os elementos que serviram de 
base para o surgimento da Sociologia enquanto ciên-
cia particular.
II. O homem passou a ser visto, do ponto de vista so-
ciológico, a partir de sua inserção na sociedade e nos 
grupos sociais que a constituem.
III. Aquilo que a Sociologia estuda constitui-se histori-
camente como o conjunto de relacionamentos que os 
homens estabelecem entre si na vida em sociedade.
IV. Interessa para a Sociologia, não indivíduos isolados, 
mas inter-relacionados com os diferentes grupos sociais 
dos quais fazem parte, como a escola, a família, as clas-
ses sociais etc.
a) II e III estão corretas.
b) Todas as afirmativas estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) I, III e IV estão corretas.
e) II, III e IV estão corretas.
8. (UEM 2018) Auguste Comte (1798-1857), a quem se 
atribui a formulação do termo Sociologia, foi o prin-
cipal representante e sistematizador do Positivismo. 
Acerca do pensamento comteano, é correto afirmar que 
01) considerava os problemas sociais malefícios do de-
senvolvimento econômico das sociedades industriais. 
02) teve grande influência sobreo pensamento social 
brasileiro do século XIX e início do XX. 
04) a inspiração para o método de investigação dos fe-
nômenos sociais de Comte veio das ciências da natureza. 
08) era uma tentativa de constituição de um método 
objetivo para a observação dos fenômenos sociais. 
16) considerava o progresso e a evolução social um 
princípio da história humana. 
9. (UPE-SSA 1 2018) Leia os textos a seguir:
TEXTO I
Convicto de que a reorganização da sociedade exigi-
ria a elaboração de uma nova maneira de conhecer 
a realidade, Comte procurou estabelecer os princípios 
que deveriam nortear os conhecimentos humanos. Seu 
ponto de partida era a ciência e o avanço que ela vi-
nha obtendo em todos os campos de investigação. (...) 
O advento da sociologia representava para Comte o 
coroamento da evolução do conhecimento científico, 
já constituído em várias áreas do saber. 
MARTINS, CARLOS BENEDITO. O QUE É SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: BRASILIENSE, 2006, P. 44.
TEXTO II
O conjunto da nova filosofia tenderá sempre a fazer 
sobressair, tanto na vida ativa como na especulativa, a 
ligação de cada um a todos, sob uma série de aspectos 
diversos, de modo a tornar involuntariamente familiar 
o sentimento íntimo da solidariedade social, (...) Não 
somente a ativa busca do bem público será sempre pri-
vada, será sempre representada como a maneira mais 
conveniente de assegurar a felicidade privada; mas, por 
uma influência (...) dos pendores generosos, se tornará 
a principal fonte da felicidade pessoal. 
COMTE, AUGUST. DISCURSO SOBRE O ESPÍRITO 
POSITIVO. SÃO PAULO: ESCALA, S/D, P. 74.
A Revolução Industrial e a Revolução Francesa impul-
sionaram o surgimento da Sociologia como ciência 
voltada para compreender as novas relações entre as 
pessoas. Essas relações envolviam agora um complexo 
de hábitos e costumes e eram provocadas por causa da 
maneira de se produzirem e se consumirem os exce-
dentes na Europa do século XIX. Sobre esse período da 
Sociologia e com base na concepção apresentada nos 
textos I e II, é CORRETO afirmar que 
a) a Sociologia foi chamada de física social e deveria 
utilizar os métodos da filosofia teológica como instru-
mento de compreensão da sociedade. 
b) as investigações sociológicas deveriam utilizar os 
mesmos procedimentos das ciências naturais, ou seja, 
a observação, a experimentação e a comparação. 
c) o positivismo foi a corrente filosófica, que funda-
mentou o surgimento da Sociologia como ciência da 
sociedade, pois tinha uma visão metafísica das rela-
ções entre as pessoas. 
d) o principal representante da Sociologia nesse pe-
ríodo foi August Comte, que tinha uma visão positiva 
de sociedade, ou seja, uma reflexão sobre a essência 
e o significado abstrato das relações sociais. 
e) as ideias de Comte tinham como objetivo encontrar 
leis universais para explicar as relações sociais, com 
base nos princípios de subjetividade e parcialidade, 
utilizados pelas ciências da natureza. 
10. (Unimontes) O positivismo foi a corrente de pensa-
mento que teve forte influência sobre o método de in-
vestigação na Sociologia, por propor um sistema geral do 
conhecimento com a pretensão de “organizar” a socie-
dade. São aspectos fundamentais do positivismo, exceto:
a) Para o positivismo clássico, é impossível conhecer 
o estado de um fenômeno social particular se não for 
considerado cientificamente o todo social.
 11
b) Na concepção positivista, graças à aplicação da 
ciência à organização do trabalho, a humanidade de-
senvolve suas potencialidades.
c) As ideias na Sociologia positivista tentam descobrir 
qual é a ordem social que orienta a história humana.
d) O positivismo fundamenta-se na concepção dialéti-
ca de Georg Wilhelm F. Hegel (1770-1831), originária 
do Idealismo alemão. Propõe um método interpreta-
tivo de sociedade baseado na ideia de contrato social.
11. (Unesp 2018) 
Texto 1
O positivismo representa amplo movimento de pensa-
mento que dominou grande parte da cultura europeia, 
no período de 1840 até às vésperas da Primeira Guerra 
Mundial. Nesse contexto, a Europa consumou sua trans-
formação industrial, e os efeitos dessa revolução sobre 
a vida social foram maciços: o emprego das descober-
tas científicas transformou todo o modo de produção. 
Em poucas palavras, a Revolução Industrial mudou radi-
calmente o modo de vida na Europa. E os entusiasmos 
se cristalizaram em torno da ideia de progresso huma-
no e social irrefreável, já que, de agora em diante, pos-
suíam-se os instrumentos para a solução de todos os 
problemas. A ciência pelos positivistas apresentava-se 
como a garantia absoluta do destino progressista da 
humanidade.
(GIOVANNI REALE E DARIO ANTISERI. HISTÓRIA DA FILOSOFIA, 1991. ADAPTADO.)
Texto 2
O “progresso” não é nem necessário nem contínuo. A 
humanidade em progresso nunca se assemelha a uma 
pessoa que sobe uma escada, acrescentando para cada 
um dos seus movimentos um novo degrau a todos aque-
les já anteriormente conquistados. Nenhuma fração da 
humanidade dispõe de fórmulas aplicáveis ao conjunto. 
Uma humanidade confundida num gênero de vida único 
é inconcebível, pois seria uma humanidade petrificada.
(CLAUDE LÉVI-STRAUSS. A NOÇÃO DE ESTRUTURA 
EM ETNOLOGIA, 1985. ADAPTADO.)
a) Considerando o texto 1, explique o que significa 
“eurocentrismo” e por que o conceito de progresso 
pressuposto pelo positivismo é eurocêntrico.
b) Por que o método empregado pelo autor do texto 2 
é considerado relativista? Como sua concepção de pro-
gresso se opõe ao conceito de progresso positivista? 
12. Segundo Augusto Comte, a sociedade humana deve 
passar por três estados: o teológico, o metafísico e, por 
último, o positivo. É nesse último estado que, para Com-
te, a Sociologia se torna tão importante.
a) Qual a razão dessa importância?
b) Esse tipo de argumento continua sendo válido?
Gabarito
1. D 2. C 3. A 4. C 5. A
6. B 7. B 8. 02 + 04 + 08 + 16 = 30
9. B 10. D
11. 
a) Eurocentrismo corresponde a um etnocentrismo eu-
ropeu, ou seja, à forma de considerar o mundo tendo 
como princípio a ideia de que a Europa corresponde 
ao ápice do desenvolvimento humano. O positivismo é 
eurocêntrico na medida em que desenvolve uma teoria 
de desenvolvimento humano baseada nas transforma-
ções que a própria Europa estava sofrendo.
b) O relativismo corresponde à atitude de considerar a 
sua cultura como sendo uma entre outras, e não como 
superior às demais, exatamente como Lévi-Strauss pro-
põe. Isso se opõe ao positivismo porque se abstém de 
criar uma escala evolutiva das culturas, na medida em 
que qualquer critério de julgamento cultural será sem-
pre, de alguma forma, etnocêntrico. 
12.
a) Para Comte, a Sociologia deveria ser responsável 
por aplicar os princípios científicos do positivismo na 
sociedade, para solucionar seus problemas e garantir 
a coesão social. Segundo ele, a Sociologia seria a úl-
tima e mais importante das ciências.
b) Não. O positivismo foi em grande parte abandonado 
pela Sociologia. Isso porque ele parte de premissas cien-
tificistas, que consideram a sociedade como um corpo 
físico, por exemplo. Atualmente, sabe-se que a Sociolo-
gia é apenas mais uma entre outras ciências e que ela 
é incapaz de, por si só, solucionar os problemas sociais.
 12
Nas últimas décadas do século XIX, a Europa vivia um perío-
do que ficou conhecido como Belle Époque, em que surgiram 
diversos avanços tecnológicos, como telefone, telégrafo sem 
fio, cinema, automóvel, avião, fotografia, bonde elétrico, en-
tre outras novidades. Diante dessa efervescência tecnológica, 
ocorreu uma grande transformação nos hábitos das pessoas, 
que direcionou os indivíduos para a aquisição de bens de 
consumo, além de promover a crença em certa concepção 
de progresso no desenvolvimento da ciência como solução 
para os males da sociedade.
1. Émile Durkheim (1858-1917)
Émile Durkheim nasceu na Alsácia em 1858. Iniciou seus 
estudos em Filosofia na Escola Normal Superior de Paris, 
migrando, mais tarde, para a Alemanha. Foi professorda 
primeira cátedra de Sociologia da França; em 1902, foi 
transferido para a Sorbonne, onde, junto com outros cien-
tistas, formou um grupo que seria conhecido como Escola 
Sociológica Francesa.
Émile Durkheim sofreu uma forte influência do positivismo 
comteano, contendo traços do funcionalismo social, em 
que considera as funções sociais contidas em seu objeto 
de pesquisa, trabalhando a moral, a religião, etc.
Ele compreende a “cultura” como algo coletivo, um ele-
mento vivo, por assim dizer, que acaba se transformando 
ao longo do tempo. Assim, a sociedade se constrói me-
diante essas transformações culturais, consolidando ou 
rejeitando princípios morais e éticos.
Durkheim preocupou-se em definir um método e um obje-
to próprio da Sociologia para consolidá-la como uma ciên-
cia. Para isso, ele define o conceito de fato social, que seria 
o objeto de análise do cientista social.
1.1. O fato social
Os fatos sociais são maneiras de pensar, agir e sentir que 
existem independentemente das manifestações individu-
ais, isto é, são ações exteriores ao indivíduo, sendo gene-
ralizados na sociedade, de modo que são dotados de uma 
força imperativa e coercitiva perante os indivíduos.
Já as características dos fatos sociais devem ter traços de:
 generalidade: comum a todos ou à maioria dos inte-
grantes desse grupo social;
 exterioridade: não depende do indivíduo; e
 coercitividade: se impõe de diversas formas.
FONTE: YOUTUBE
Na íntegra – Émile Durkheim
Entrevista com Raquel Weiss, doutora em Filosofia pela 
USP, especialista em Émile Durkheim. Nesse progra-
ma, Raquel apresenta alguns conceitos da sociologia 
durkheimiana.
F Y
multimídia: vídeo
O devoto, ao nascer, encontra as crenças e as práticas da 
vida religiosa; existindo antes dele, é porque existem fora 
dele. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir 
meus pensamentos, o sistema de moedas que emprego 
para pagar as dívidas, os instrumentos de crédito que 
utilizo nas minhas relações comerciais, as práticas segui-
das na profissão etc. funcionam independentemente do 
uso que delas faço.
(DURKHEIM, E. AS REGRAS DO MÉTODO. SÃO 
PAULO: EDITORA NACIONAL, 1974, P. 2).
HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 
11, 12, 15, 16, 20, 22, 
23, 24 e 25
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5
AULA 2
SOCIOLOGIA CLÁSSICA: 
ÉMILE DURKHEIM I
 13
Pode-se considerar como um exemplo de fato social: dé-
cadas atrás, um homem só se fazia respeitado por suas 
vestimentas, em que a cartola era requisito fundamental, 
ao passo que um indivíduo que não tinha esse elemen-
to não era considerado um homem distinto. Atualmente, 
esse utensílio não faz parte das vestimentas de um ho-
mem moderno. Um outro exemplo de fato social são as 
modas que as mídias direcionam para os seres, criando 
costumes ou hábitos que são reproduzidos por parte da 
sociedade. Diante disso, o fato social pode ser modificado 
ao longo do tempo, podendo não ser mais reproduzido 
ou ser gerado um novo fato social.
Se não me submeto às convenções do mundo, se, ao 
vestir-me, não levo em conta os costumes observados 
em meu país e em minha classe, o riso que provoco, o 
afastamento em relação a mim produzem, embora de 
maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma 
pena propriamente dita.
(ÉMILE DURKHEIM. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO. 
SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2007, P. 3.
Sociologia clássica: Marx, Durkheim e 
Weber - Carlos Eduardo Sell
Esse livro apresenta o pensamento dos fundadores da 
Sociologia a partir de três eixos básicos: teoria socioló-
gica; teoria da modernidade; teoria política: problemas 
e desafios da realidade social. Esse método, além de 
permitir uma análise comparativa das teorias de Marx, 
Durkheim e Weber, possibilita também uma compre-
ensão da Sociologia enquanto ciência e uma reflexão 
sobre a natureza e as perspectivas da vida social em 
tempos modernos. Retomando a visão desses autores, 
o leitor é convidado a exercitar sua "imaginação socio-
lógica", adentrando, assim, no rico debate sociológico 
sobre as diferentes maneiras, métodos e perspectivas de 
pesquisa e interpretação da sociedade.
multimídia: livro
1.2. O método científico
Durkheim inaugura o processo de investigação sobre os 
fenômenos sociais pautado na observação dos fatos so-
ciais. Esse procedimento deve ser guiado por uma análise 
neutra do pesquisador, pois é necessário a esse observa-
dor suprimir todos os seus juízos de valores pessoais para 
que conclusões não sejam precipitadas. Entretanto, essa 
investigação precisa apresentar um retrato fiel do objeto 
analisado, observando todos os elementos que compõem 
esse fato social. Nesse momento, Durkheim apresenta a 
importância da Sociologia como ciência.
Nesse processo metodológico, é importante notar que 
Durkheim aponta alguns direcionamentos:
 o processo deve ser objetivo;
 os fatos analisados podem ser normais ou anômicos; e
 deve-se analisar como esses fatos se interligam ou afe-
tam os integrantes desse grupo estudado.
Assim, aconteceram fatos corriqueiros, que serão caracte-
rizados como normais; e também fatos que fogem desse 
estereótipo de normalidade, que acarretarão anomias so-
ciais, caracterizando uma espécie de desregramento social.
FONTE: YOUTUBE
Pequeno cidadão - Arnaldo Antunes. 
2009. Álbum: A curva da cintura
Nessa canção, nos deparamos com uma sequência de 
ordens, totalmente vigiadas por um adulto, que, de uma 
forma coercitiva, controla tudo de maneira a estabelecer 
as regras e as normas.
F Y
multimídia: música
1.3. A religião para Durkheim
Na intenção de investigar o ser humano, Émile Durkheim 
nota que o elemento primordial que entrelaça todos os 
seres é a religião, sejam monoteístas ou politeístas, todas 
as religiões separam o mundo profano do mundo sagrado. 
Ele considera todas as religiões como iguais, pois são “es-
pécies de um mesmo gênero”, contendo um sistema de 
crenças e de cultos, conjuntos de atitudes rituais, nas quais 
os seus “movimentos são estereotipados”. A religião cons-
trói a sociedade, na qual “as divisões em dias, semanas [...] 
correspondem à periodicidade dos ritos, das festas”, sendo 
assim uma manifestação natural da atividade humana.
Vimos que o totemismo coloca em primeiro lugar, en-
tre as coisas que reconhece como sagradas, as repre-
sentações figuradas do totem; a seguir vêm os animais 
ou os vegetais que dão seu nome ao clã e, finalmente, 
 14
DIAGRAMA DE IDEIAS
os membros desse clã. Como todas essas coisas são 
igualmente sagradas, embora em diferentes graus, seu 
caráter religioso não pode depender de nenhum dos 
atributos entrar no domínio das conjeturas arbitrárias e 
inverificáveis. Se quisermos permanecer em concordân-
cia com os resultados anteriormente obtidos, devemos, 
ao mesmo tempo que afirmamos a natureza religiosa do 
totemismo, impedir-nos de reduzi-lo a uma religião dife-
rente de si mesmo. Não que seja o caso de atribuir-lhe 
como causa de ideias que não seriam religiosas.
ÉMILE DURKHEIM. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA. 
SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2000, P. 187-188.
A religião, para Durkheim, é uma espécie de especulação 
de tudo que escapa à ciência, ou seja, o sobrenatural, pos-
suindo assim na sua essência um conjunto de símbolos (os 
ritos). O homem é um ser social, porque pensa por concei-
tos. A concepção de mito é entendida como a representa-
ção de uma espécie de herói histórico.
MÉTODO 
CIENTÍFICO
SOLIDARIEDADE 
MECÂNICA
SOLIDARIEDADE 
ORGÂNICA
SIMPLES
COMPLEXA
FATO SOCIAL
PROCESSO DE 
INVESTIGAÇÃO
• NORMAL
• PATOLÓGICO
• ANÔMICO
DURKHEIM
 15
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (UFU) A concepção da Sociologia de Durkheim se ba-
seia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é de-
monstrar que pode e deve existir uma Sociologia obje-
tiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, 
tendo por objeto o fato social.
ARON, R. AS ETAPAS DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO. 
SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 1995. P. 336.
Em vista do exposto, assinale a alternativa correta.
a) Durkheim demonstrou queo fato social está des-
conectado dos padrões de comportamento culturais 
do indivíduo em sociedade e, portanto, deve ser usa-
do para explicar apenas alguns tipos de sociedade.
b) A solidariedade orgânica, para Durkheim, possui 
pequena divisão do trabalho social, como pode ser de-
monstrada pela análise dos fatos sociais da sociedade.
c) Segundo Durkheim, a primeira regra, e a mais fun-
damental, é considerar os fatos sociais como coisas 
para serem analisadas.
d) O estado normal da sociedade para Durkheim é o 
estado de anomia, quando todos os indivíduos exer-
cem bem os fatos sociais.
2. (UEG) O objeto de estudo da Sociologia, para Durkheim, 
é o fato social, que deve ser tratado como “coisa” e o 
sociólogo deve afastar suas prenoções e preconceitos. A 
construção durkheimiana do objeto de estudo da Socio-
logia pode ser considerada:
a) positivista, pois se fundamenta na busca de objeti-
vidade e neutralidade.
b) dialética, pois reconhece a existência de uma reali-
dade exterior ao pesquisador.
c) kantiana, pois trata da “coisa em si” e realiza a 
coisificação da realidade.
d) nietzschiana, pois coloca a “vontade de poder” 
como fundamento para a pesquisa.
e) weberiana, pois aborda a ação social racional atri-
buída por um sujeito.
3. (UFU) A tirinha de Quino abaixo ilustra a concepção 
de fato social, segundo Durkheim.
Para o autor, é característica do fato social:
a) ser geral e igual em todas as sociedades.
b) dar liberdade ao indivíduo, em uma dada sociedade, 
de praticar ações e atitudes ligadas ao seu senso crítico.
c) ser particular de cada indivíduo, sem interferência 
do grupo social no qual está inserido.
d) exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior.
4. (UEL) Leia o texto a seguir.
Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu ce-
lular ou de ser incapaz de ficar sem ele por mais de um 
dia é a origem da chamada “nomofobia”, contração de 
no mobile phobia, doença que afeta principalmente os 
viciados em redes sociais que não suportam ficar des-
conectados. Uma parte da população acha que, se não 
estiver conectada, perde alguma coisa. E se perdemos al-
guma coisa, ou se não podemos responder imediatamen-
te, desenvolvemos formas de ansiedade ou nervosismo.
O MEDO DE NÃO TER O CELULAR À DISPOSIÇÃO CRIA NOVA FOBIA. 
DISPONÍVEL EM: <EXAME.ABRIL.COM.BR/ESTILO-DEVIDA/COMPORTAMENTO/
NOTICIAS/O-MEDO-DE-NAO-TER-O-CELULAR-ADISPOSICAO-CRIA-
NOVA-FOBIA>. ACESSO EM: 9 ABR. 2012 (ADAPTADO).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre sociali-
zação e instituições sociais, na perspectiva funcionalista 
de Durkheim, assinale a alternativa correta.
a) A nomofobia reduz a possibilidade de anomia social na 
medida em que aproxima o contato em tempo real dos 
indivíduos, fortalecendo a integração com a vida social.
b) As interações sociais via tecnologias digitais são 
uma forma de solidariedade mecânica, pois os indiví-
duos uniformizam seus comportamentos.
c) O que faz de uma rede social virtual uma insti-
tuição é o fato de exercer um poder coercitivo e ao 
mesmo tempo desejável sobre os indivíduos.
d) O uso de interações sociais por recursos tecnológi-
cos constitui um elemento moral a ser compreendido 
como fato social.
e) Para a nomofobia ser considerada um fato social, 
faz-se necessário que esteja presente em uma diver-
sidade de grupos sociais.
5. (Enem) A Sociologia ainda não ultrapassou a era das 
construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir 
a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do cam-
po social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades 
em que todas as questões são levantadas sem que ne-
nhuma seja expressamente tratada. Não é com exames 
sumários e por meio de intuições rápidas que se pode 
chegar a descobrir as leis de uma realidade tão comple-
xa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão 
apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.
DURKHEIM, ÉMILE. O SUICÍDIO: ESTUDO DE SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2000.
O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em cons-
truir uma sociologia com base na
a) vinculação com a filosofia como saber unificado.
b) reunião de percepções intuitivas para demonstração.
c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
d) adesão aos padrões de investigação típicos das 
ciências naturais.
e) incorporação de um conhecimento alimentado 
pelo engajamento político.
6. (UEL) O positivismo foi uma das grandes correntes 
de pensamento social, destacando-se, entre seus princi-
pais teóricos, Augusto Comte e Émile Durkheim. Sobre 
a concepção de conhecimento científico, presente no 
positivismo do século XIX, é correto afirmar:
a) A busca de leis universais só pode ser empreendida 
no interior das ciências naturais, razão pela qual o co-
nhecimento sobre o mundo dos homens não é científico.
 16
b) Os fatos sociais fogem à possibilidade de constitu-
írem objeto do conhecimento científico, haja vista sua 
incompatibilidade com os princípios gerais de objeti-
vidade do conhecimento e a neutralidade científica.
c) Apreender a sociedade como um grande organis-
mo, a exemplo do que fazia o materialismo históri-
co, é rejeitado como fonte de influência e orientação 
para as investigações empreendidas no âmbito das 
ciências sociais.
d) A ciência social tem como função organizar e racio-
nalizar a vida coletiva, o que demanda a necessidade 
de entender suas regras de funcionamento e suas ins-
tituições forjadas historicamente.
e) O papel do cientista social é intervir na construção 
do objeto, aportando à compreensão da sociedade 
os valores por ele assimilados durante o processo de 
socialização obtido no seio familiar.
7. (Unespar) Na produção sociológica do francês Émi-
le Durkheim, fatos sociais são maneiras coletivas de 
agir, pensar e sentir que são exteriores ao indivíduo e 
exercem pressão ou coerção social, ainda que não se 
perceba, sobre sua consciência. Também apresentam a 
característica de serem gerais na extensão de uma so-
ciedade, na medida em que são comuns à maioria dos 
indivíduos. Durkheim considera que os fatos sociais não 
se confundem com as manifestações das consciências 
individuais, eles são uma realidade sui generis, uma re-
alidade peculiar.
ARAUJO, SILVA MARIA; BRIDI, MARIA APARECIDA; 
MOTIM, BENILDE LENZI. SOCIOLOGIA. ENSINO MÉDIO, 
VOLUME ÚNICO. SÃO PAULO: SCIPIONE, 2013, P. 50.
Considerando o pensamento sociológico de Durkheim e 
com base na assertiva acima, assinale a alternativa correta.
a) Os fatos sociais se configuram como ideias, tipos 
ideias, que representam a realidade.
b) Os fatos sociais se definem como coisas e objetos 
que advém da mente humana, mais precisamente, da 
ideia que o indivíduo formula da realidade.
c) Os fatos sociais são coisas e por isso podem se 
definir partir da consciência do indivíduo.
d) Os fatos sociais se caracterizam como coisa e por 
isso devem atender às características de generalida-
de, de externalidade e de coercitividade.
e) Fato social é o método utilizado por Durkheim para 
explicar os fenômenos sociais que, quase sempre, re-
sultam de ideias e de crenças.
8. (Uece 2019) Durkheim afirmou que os acontecimentos 
sociais – como os crimes, os suicídios, a família, a escola, 
as leis – poderiam ser observados como coisas, pois as-
sim seria mais fácil de estudá-los pela Sociologia. Esses 
fenômenos são por ele denominados de fatos sociais.
Assinale a opção que apresenta corretamente caracte-
rísticas do fato social. 
a) É subjetivo, aleatório e coercitivo. 
b) É individual, exterior e representa homogeneiza-
ção social. 
c) É exterior ao indivíduo, tem poder de generalização 
e exerce coerção social. 
d) É coletivo, coercitivo e pessoal. 
9. (Interbits) Brasil vive momento de "anomia", diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acredita 
que o Brasil vive um "momento de anomia" - estado 
que se caracteriza pela ausência de regras - e que é pre-
ciso "botar ordem na casa". "Há falta de sentido de 
organização e autoridade. Em toda a parte”. Questiona-
do sobre o que fariase estivesse no lugar do presiden-
te Michel Temer, FHC disse que "a essa altura, estaria 
considerando o futuro do Brasil e pensando bem: será 
que eu tenho condições de governar?". Na sequência, 
o tucano foi perguntado quanto tempo levaria para fa-
zer essa reflexão. "Não muito. As coisas vão variar com 
muita velocidade, vão se mover com muita rapidez, eu 
acho. Sem julgar, mas em termos das condições do Bra-
sil, estamos passando por um momento de... Vou falar 
em sociologuês, mas é simples... De anomia."
NUCCI, JOÃO PAULO. BRASIL VIVE MOMENTO DE ‘ANOMIA’, DIZ FHC. 
O ESTADO DE S.PAULO. 22 MAI. 2017. DISPONÍVEL EM: <HTTP://
POLITICA.ESTADAO.COM.BR/NOTICIAS/GERAL,BRASIL-VIVE-MOMENTO-DE-
ANOMIA-DIZ-FHC,70001804232> ACESSO EM 25 MAI. 2017.
Considerando o contexto político apresentado na notí-
cia acima, assinale a alternativa que apresenta, de for-
ma correta, uma interpretação sociológica do contexto 
brasileiro. 
a) O Brasil vive em uma anomia pela pobreza e des-
nutrição de sua população. 
b) Ao utilizar o conceito de anomia, Fernando Henri-
que Cardoso faz referência a uma corrente de pensa-
mento sociológico que tem origem no positivismo de 
Auguste Comte, que valoriza ideais como a ordem e 
o progresso. 
c) Fernando Henrique Cardoso é um ex-presidente do 
Brasil, do PSDB. Sua análise da política tem como ob-
jetivo evitar que Lula chegue ao poder nas próximas 
eleições. 
d) Há uma clara intenção do ex-presidente de criti-
car o atual presidente, Michel Temer. Assim, Fernando 
Henrique demonstra que seu objeto é assumir o país 
através de eleições indiretas. 
e) Ao criticar a governabilidade de Michel Temer e 
defender o sentido de organização e autoridade, FHC 
demonstra que tem uma visão política baseada nas 
ideias de John Locke, ou seja, de que o homem é na-
turalmente livre.
10. A montagem acima faz uma sátira a respeito do uso 
do Facebook, uma das principais redes sociais da con-
temporaneidade. Tendo em conta essa crítica, responda:
 17
a) O uso de redes sociais na internet pode ser consi-
derado um fato social? Justifique sua resposta.
b) A qual dos três aspectos do fato social a figura faz 
referência de forma mais marcante? Por quê?
Gabarito
1. C 2. A 3. D 4. D 5. D
6. D 7. D 8. C 9. B
10.
a) Sim. O uso de redes sociais como o Facebook tem 
se mostrado geral, coercitivo e exterior aos indivídu-
os; uma vez que seu uso é cada vez mais intenso, as 
pessoas se sentem coagidas a participar dessas redes 
e isso independe do gosto delas por essa forma de 
comunicação.
b) Ao caráter coercitivo. Uma vez fazendo parte dessa 
rede social, a pessoa encontra grandes dificuldades 
para deixar de utilizá-la. Isso está presente, na figura, 
pela ausência da porta de saída.
 18
1. O suicídio
Em sua obra intitulada O suicídio, de 1897, Durkheim pre-
tende provar que o suicídio é um fato social ocasionado 
pela coerção exterior e independente do indivíduo.
Colocando em prática o seu método científico, unindo a 
observação e o processo empírico, o sociólogo francês bus-
cou relacionar as taxas de suicídio em diversos países do 
Ocidente. Em sua conclusão, define esse fenômeno como 
um fato social.
Construindo uma definição útil do suicídio, classifica-o em 
três tipos:
 Egoísta: resultado da não integração dos indivíduos 
às instituições, grupos ou redes sociais que permeiam 
a vida social. Tem como causa fundamental o excesso 
de individualismo. Esse tipo de suicídio predomina nas 
sociedades modernas.
 Altruísta: ato desencadeado pelo indivíduo tomado 
pela obediência coercitiva do coletivo. Um exemplo 
desse altruísmo são os terroristas, chamados “ho-
mens/mulheres-bombas”, que, por uma ideologia, 
tiram as suas próprias vidas em prol de um ideal.
 Anômico: ato que representa uma mudança abrupta 
em um contexto de desregramento social, em que se 
observa um aumento dos índices de suicídio. Pode ser 
motivado por uma crise social, como o desemprego 
ou por processos de transformações sociais, como a 
modernização, que substituiu o homem no mercado 
de trabalho.
FONTE: YOUTUBE
O suicídio 
O vídeo aborda a temática do suicídio segundo a visão 
de Émile Durkheim.
F Y
multimídia: vídeo
2. A divisão do trabalho social
Durkheim, em sua tese de doutorado de 1893, chamada 
“Da divisão social do trabalho”, analisa as formas de coe-
são social existentes nas diferentes sociedades.
Sociologia
Émile Durkheim. José Albertino Rodrigues (Org.). São 
Paulo: Ática, 1978.
multimídia: livro
A sociedade existe pela reprodução dos fatos sociais, 
transcendendo um consenso entre seus membros. Essa 
HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 
11, 12, 15, 16, 20, 22, 
23, 24 e 25
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5
AULA 3
SOCIOLOGIA CLÁSSICA: 
ÉMILE DURKHEIM II
 19
sociedade é constituída por duas formas de solidarieda-
de, que distinguem dois tipos de sociedade.
 Sociedades tradicionais: consolidadas pela solidariedade 
mecânica, esse tipo de solidariedade está presente em 
sociedades pré-capitalistas. A solidariedade mecânica 
seria o estágio em que o grupo tem total predomínio 
sobre o indivíduo e há uma forte semelhança entre todos 
os membros da sociedade: todos se identificam através 
da mesma religião, dos mesmos costumes, das tradições 
familiares, os quais são responsáveis pela coesão social.
 Sociedades modernas ou contemporâneas: consoli-
dadas pela solidariedade orgânica, as funções dos in-
divíduos no grupo se tornam diferenciadas e eles se 
integram à sociedade porque um passa a depender do 
outro. Nesse tipo de sociedade, a divisão do trabalho é 
crescente. Exercer diferentes funções na sociedade, a 
partir da especialização, gera um novo tipo de solida-
riedade, em que, por serem diferentes, um complemen-
ta o outro, criando uma relação de interdependência e 
garantindo a coesão social.
FONTE: YOUTUBE
Bicho de Sete Cabeças - Brasil: 2000 (80 min)
O filme discute possibilidades e limites das instituições 
de socialização (religiosas, escolares e familiares), ins-
tituições totais (manicômios, instituições carcerárias 
e hospitais), além da violação dos direitos humanos e 
construção da cidadania.
F Y
multimídia: vídeo
Solidariedade mecânica Solidariedade orgânica
Sociedade simples Sociedade complexa
Menor divisão do trabalho Com inúmeras formas de divisão do trabalho
Seres iguais Seres diferentes
Funções iguais Funções especializadas
Consciência coletiva maior Consciência individual maior
Coerção pela força e violência Coerção pelo controle formalizado
FONTE: YOUTUBE
Senhor Cidadão - Tom Zé. 1972. Álbum: Tom Zé
Nessa canção, Tom Zé aponta os fatos sociais que cons-
tituíram a sociedade, utilizando-se de uma crítica.
F Y
multimídia: música
Uma disciplina só pode ser chamada ciência se tiver um 
campo definido a explorar. A ciência trata de coisas, re-
alidades. Se não tiver um material definido a descrever 
e interpretar, existe um vácuo. Além da descrição e da 
interpretação da realidade, ela não pode ter função real. 
A aritmética trata de números; a geometria, de espaços 
e figuras; as ciências naturais, de corpos animados e ina-
nimados; e a psicologia, da mente humana. Antes que 
a ciência social pudesse começar a existir, era preciso 
atribuir-lhe um assunto definido.
À primeira vista, esse problema não apresenta dificuldade: 
o assunto da ciência social são as “coisas” sociais, ou seja, 
leis, costumes, religiões etc. Todavia, se olharmos para a 
história, percebemos que, até bem recentemente, nenhum 
filósofo jamais encarara esses assuntos sob essa luz.
ÉMILE DURKHEIM
MONTESQUIEU E ROUSSEAU: PIONEIROS DA SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: MADRAS, 2008, P. 17
 20
DIAGRAMA DE IDEIAS
SOCIEDADES
TRADICIONAIS
VALORES 
SEMELHANTES
MENOR DIVISÃO 
DO TRABALHO
VALORES 
DIFERENTES
MAIOR DIVISÃO
DO TRABALHO
FRUTO DE 
REPRODUÇÃO DOS 
FATOS SOCIAIS
SOCIEDADES
MODERNAS
DURKHEIM
DIVISÃO DO 
TRABALHO SOCIAL
SUICÍDIO
• EGOÍSTA
• ALTRUÍSTA
• ANÔMICO
 21
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (UPE-SSA 3) Leia o texto a seguir:
O saberda comunidade, aquilo que todos conhecem de 
algum modo; o saber próprio dos homens e das mulhe-
res, de crianças, adolescentes, jovens, adultos e velhos; o 
saber de guerreiros e esposas; o saber que faz o artesão, 
o sacerdote, o feiticeiro, o navegador e outros tantos es-
pecialistas, envolve, portanto, situações pedagógicas in-
terpessoais, familiares e comunitárias, em que ainda não 
surgiram técnicas pedagógicas escolares, acompanhadas 
de seus profissionais de aplicação exclusiva.
BRANDÃO, CARLOS RODRIGUES. O QUE É EDUCAÇÃO? 
SÃO PAULO: BRASILIENSE, 2007, P. 20.
O tema discutido no texto é uma preocupação nos es-
tudos da Sociologia desde a sua consolidação como 
ciência. Nos trabalhos de Émile Durkheim, esse tema 
ganhou um destaque por considerar uma forma de in-
tegração dos indivíduos e de perpetuação dos hábitos e 
costumes do grupo, ou seja, dos fatos sociais.
Sobre isso, assinale a alternativa que NÃO indica uma 
característica do tipo de transmissão do conhecimento. 
a) A aprendizagem acontece sem que haja um plane-
jamento específico e, muitas vezes, sem que os sujei-
tos se deem conta. 
b) O processo de construção do conhecimento é per-
manente, contínuo e não previamente organizado, 
desenvolvendo-se ao longo da vida. 
c) O conhecimento transmitido permite ao sujeito 
resolver situações referentes aos processos de so-
cialização e àqueles relacionados às imposições da 
natureza para sobrevivência do grupo. 
d) A percepção gestual, a moral e a comportamental, 
provenientes de meios familiares de amizade, de tra-
balho e de socialização midiática, fazem parte do rol 
de aprendizagens e conhecimentos. 
e) O conhecimento e a habilidade são transmitidos 
por meio de um currículo pré-definido em ambientes 
especializados, num processo conhecido como esco-
larização. 
2. (UFU) A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba 
alerta pais e responsáveis por crianças e adolescentes 
e os profissionais da educação e saúde em relação ao 
“jogo” Baleia Azul, que propõe 50 desafios aos partici-
pantes e sugere o suicídio como última etapa.
DISPONÍVEL EM: <WWW.TRIBUNAPR.COM.BR/NOTICIAS/CURITIBA-
REGIAO/JOGO-BALEIA-AZUL-DEIXA-CURITIBA-EM-ALERTA-OITO-JA-
BRINCARAM-COM-MORTE/>. ACESSO EM: 22 ABR. 2017.
Esse foi um dos alertas, nos últimos meses, relacionados 
ao “jogo Baleia Azul” e à possibilidade de suicídios de 
adolescentes (13 a 17 anos) ligadas a ele. Pode-se reali-
zar uma relação desses possíveis suicídios com os tipos 
de suicídios de Durkheim, pois, para esse pensador, os 
indivíduos são determinados pela realidade coletiva.
Assim, o suicídio gerado pelo “jogo” seria classificado 
como:
a) suicídio egoísta.
b) suicídio anômico.
c) suicídio etnocêntrico.
d) suicídio cultural.
3. (Unioeste) “Solidariedade orgânica” e “solidarieda-
de mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo 
francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a 
“coesão social” em diferentes tipos de sociedade. De 
acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades 
ocidentais modernas, prevalece a “solidariedade orgâ-
nica”, onde os indivíduos se percebem diferentes em-
bora dependentes uns dos outros. A lógica do mercado 
capitalista, entretanto, baseada na competição indivi-
dualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos 
de solidariedade que asseguram a coesão social e con-
duzir a uma situação de “anomia”.
De acordo com os postulados de Durkheim, é correto 
dizer que o conceito de “anomia” indica:
a) a necessidade de todos demonstrarem solidarieda-
de com os mais necessitados.
b) uma situação na qual aqueles indivíduos porta-
dores de um senso moral superior devem se colocar 
como líderes dos grupos dos quais fazem parte.
c) a condição na qual os indivíduos não se identificam 
como membros de um grupo que compartilha as mes-
mas regras e normas e têm dificuldades para distinguir, 
por exemplo, o certo do errado e o justo do injusto.
d) o consumismo exacerbado das novas gerações, 
representado pelo aumento do número de shopping 
centers nas cidades.
e) a solidariedade que as pessoas demonstram quan-
do entoam cantos nacionalistas e patrióticos em 
manifestações públicas como os jogos das seleções 
nacionais de futebol.
4. (UEL) A cidade desempenha papel fundamental no 
pensamento de Émile Durkheim, tanto por exprimir o 
desenvolvimento das formas de integração quanto por 
intensificar a divisão do trabalho social a ela ligada.
Com base nos conhecimentos acerca da divisão de tra-
balho social nesse autor, assinale a alternativa correta.
a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio 
livre de funções no espaço urbano torna obsoleta a 
presença de instituições.
 22
b) A solidariedade orgânica é compatível com a so-
ciedade de classes, pois a vida social necessita de 
trabalhos diferenciados.
c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “ho-
mem massa”, as cidades recriam a solidariedade me-
cânica em detrimento da solidariedade orgânica.
d) O efeito principal da divisão do trabalho é o au-
mento da desintegração social em razão de trabalhos 
parcelares e independentes.
e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela cres-
cente divisão do trabalho decorrem das vontades e 
das consciências individuais.
5. (Unioeste) “Solidariedade orgânica” e “solidarieda-
de mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo 
francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a 
'coesão social' em diferentes tipos de sociedade. De 
acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades 
ocidentais modernas, prevalece a 'solidariedade orgâ-
nica', onde os indivíduos se percebem diferentes em-
bora dependentes uns dos outros. A lógica do mercado 
capitalista, entretanto, baseada na competição indivi-
dualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos 
de solidariedade que asseguram a coesão social e con-
duzir a uma situação de 'anomia'.
De acordo com os postulados de Durkheim, é CORRETO 
dizer que o conceito de “anomia” indica 
a) a necessidade de todos demonstrarem solidarieda-
de com os mais necessitados. 
b) uma situação na qual aqueles indivíduos porta-
dores de um senso moral superior devem se colocar 
como líderes dos grupos dos quais fazem parte. 
c) a condição na qual os indivíduos não se identifi-
cam como membros de um grupo que compartilha 
as mesmas regras e normas e têm dificuldades para 
distinguir, por exemplo, o certo do errado e o justo 
do injusto. 
d) o consumismo exacerbado das novas gerações, 
representado pelo aumento do número de shopping 
centers nas cidades. 
e) a solidariedade que as pessoas demonstram quan-
do entoam cantos nacionalistas e patrióticos em 
manifestações públicas como os jogos das seleções 
nacionais de futebol. 
6. (Unimontes) Segundo o sociólogo francês Émile 
Durkheim (1858-1917), a consciência coletiva corres-
ponde ao conjunto das crenças e dos sentimentos co-
muns à média dos membros de uma mesma sociedade 
que forma um sistema determinado que possui dinâmi-
ca própria. Ou seja, existem certos padrões morais esta-
belecidos pela sociedade aos quais as pessoas devem 
obedecer, como deveres por ela impostos, cuja natureza 
obrigatória da moral caminha conjuntamente à manifes-
tação voluntária da vontade de segui-la.
Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, 
analise as afirmativas a seguir:
I. A consciência coletiva produz um mundo de sentimen-
tos, de ideias, de imagens e independe da maneira pela 
qual cada um dos membros dessa sociedade venha a 
manifestá-la, porque tem uma realidade própria.
II. A consciência coletiva recobre todas as áreas de 
distintas dimensões na consciência das pessoas, inde-
pendentemente de que esteja inserido numa sociedade 
simples ou mesmo uma sociedade complexa.
III. Quanto mais simples é a sociedade mais extensa é 
a consciência coletiva, maior é a coesão entre os parti-
cipantes da sociedade, o que faz com que todos se as-
semelhem e, por isso, os membros do grupo sintam-se 
atraídos pelas similitudes uns com os outros.
IV. Na sociedade complexa, o ideal moral é imutável, e 
uma vez queele surge, impossibilita a sua modificação 
e evolução, por mais que se modifiquem as condições 
de vida social.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) Todas as alternativas corretas.
7. (Unimontes) Segundo o sociólogo francês Émile 
Durkheim (1858-1917), a consciência coletiva corres-
ponde ao conjunto das crenças e dos sentimentos co-
muns à média dos membros de uma mesma sociedade 
que forma um sistema determinado que possui dinâ-
mica própria. Ou seja, existem certos padrões morais 
estabelecidos pela sociedade aos quais as pessoas de-
vem obedecer, como deveres por ela impostos, cuja 
natureza obrigatória da moral caminha conjuntamen-
te à manifestação voluntária da vontade de segui-la. 
Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, 
analise as afirmativas a seguir:
I. A consciência coletiva produz um mundo de sentimen-
tos, de ideias, de imagens e independe da maneira pela 
qual cada um dos membros dessa sociedade venha a 
manifestá-la, porque tem uma realidade própria.
II. A consciência coletiva recobre todas as áreas de 
distintas dimensões na consciência das pessoas, inde-
pendentemente de que esteja inserido numa sociedade 
simples ou mesmo uma sociedade complexa.
III. Quanto mais simples é a sociedade mais extensa é 
a consciência coletiva, maior é a coesão entre os parti-
cipantes da sociedade, o que faz com que todos se as-
semelhem e, por isso, os membros do grupo sintam-se 
atraídos pelas similitudes uns com os outros.
IV. Na sociedade complexa, o ideal moral é imutável, e 
uma vez que ele surge, impossibilita a sua modificação 
e evolução, por mais que se modifiquem as condições 
de vida social.
Estão CORRETAS as afirmativas 
a) I, II e IV, apenas. 
b) I, II e III, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
 23
8. (Unicentro) As análises sociológicas de Émile Durkheim, 
ao mesmo tempo que demonstram a intenção em eman-
cipar a sociologia das outras ciências, indicam a preocu-
pação com as crises e problemas de sua época, ou o que 
esse autor denominou de estado de anomia da sociedade 
industrial. Em sua obra As regras do método sociológico, 
Durkheim estabelece o método e o objeto de estudo da 
Sociologia. O domínio de toda a ciência deve correspon-
der ao universo empírico e se preocupar apenas com essa 
realidade, ou seja, o estudo metódico que conduz ao esta-
belecimento de leis explicativas dos fenômenos. A Sociolo-
gia seria uma ciência no meio de outras ciências positivas.
RODRIGUES, J.A. (ORG.). ÉMILE DURKHEIM: SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: ÁTICA, 1978, P. 19-21;
MARTINS, C.B. O QUE É SOCIOLOGIA. SÃO 
PAULO: BRASILIENSE, 1982, P. 50-51.
Com base no texto e nos conhecimentos sociológicos 
de Durkheim sobre o estado de anomia da sociedade 
industrial, assinale a alternativa correta.
a) Para Durkheim, a situação de anomia das socie-
dades industriais tem como explicação os programas 
de mudança na distribuição de riquezas esboçados 
pelos socialistas.
b) Segundo Durkheim, o estado de anomia da socie-
dade industrial moderna tem como origem a reprodu-
ção das crises do estágio anterior de desenvolvimen-
to da sociedade.
c) As análises de Durkheim demonstram que os anta-
gonismos entre as classes são os fatores determinan-
tes da anomia, dos problemas e das crises da moder-
na sociedade industrial.
d) Durkheim demonstra que a raiz da anomia, dos 
problemas e das crises da sociedade industrial é a 
fragilidade dos valores morais e o relaxamento dos 
laços sociais.
e) Durkheim define que o aumento da produtividade 
é o aspecto determinante para explicar a anomia em 
que a sociedade industrial de sua época se encontrava.
9. (UFU) Durkheim caracteriza o suicídio – até então 
considerado objeto de estudo da epidemiologia, da psi-
cologia e da psiquiatria – como fato social e, por isso, 
dotado das características da coercitividade, da exte-
rioridade, da generalidade. É tomado, pois, como objeto 
de estudo sociológico, em virtude do fato de:
a) variar na razão inversa ao grau de integração dos gru-
pos sociais de que faz parte o indivíduo, ou seja, quanto 
maior o grau de integração ao grupo social, mais eleva-
da é a taxa de mortalidade – suicídio da sociedade.
b) ser possível observar uma certa predisposição so-
cial para fornecer determinado número de suicidas, 
ou seja, uma tendência constante, marcada pela per-
manência, a despeito de variações circunstanciais.
c) configurar-se como uma morte que resulta direta 
ou indiretamente, consciente ou inconscientemente 
de um ato executado pela própria vítima.
d) depender, exclusivamente, do temperamento do sui-
cida, de seu caráter, de seu histórico familiar, de sua 
biografia, uma vez que não deixa de ser um ato do 
próprio indivíduo.
10. (UFPR) Normalmente, quando se fala de socialização, 
se pensa no processo de interiorização de normas e de 
comportamentos sociais pela criança. Durkheim afirma 
que a socialização primária da criança, que ocorre nos 
primeiros anos de vida, é de responsabilidade da família, 
e a socialização secundária se faz em instituições como 
a igreja e a escola. Considerando que vivemos no século 
XXI, que outras instituições participam hoje da socializa-
ção da criança? Cite duas e justifique sua escolha.
11. (UFU) A industrialização e o surgimento concomitan-
te de grandes centros urbanos com seus aglomerados 
populacionais e um crescente processo de individuali-
zação constituíram temas recorrentes na investigação 
sociológica clássica. Discorra a respeito da relação en-
tre os processos de urbanização e individuação, a partir 
da abordagem sociológica de Émile Durkheim
Gabarito
1. E 2. A 3. C 4. B 5. C
6. B 7. B 8. D 9. B
10. As instituições que participam da sociabilização das 
crianças são a família, a escola e a igreja. Além disso, como 
o primeiro exemplo, tem-se a influência que os meios de 
comunicação de massa exercem na formação das crianças. 
A entrada da mulher no mercado de trabalho também é 
um exemplo, pois não permite que a mulher esteja custo-
diando integralmente a educação de seus filhos, deixando 
para a creche ou para a TV a responsabilidade dos cuida-
dos com as crianças.
11. Segundo Durkheim, o processo de individuação, me-
diante o qual a consciência individual tende a se sobrepor 
à consciência coletiva, de modo que as regras de compor-
tamento passem a se basear cada vez mais em interesses 
particulares, constitui característica marcante dos meios 
urbanos das sociedades modernas. O suicídio egoísta é o 
tipo de suicídio característico desse tipo de sociabilidade, 
definindo‐o como aquele “que resulta de uma individua-
ção excessiva”, levando a um enfraquecimento da socie-
dade nos indivíduos, portanto, à falta de “uma razão para 
suportarem com paciência as misérias da existência”. Não 
se sabe mais "o que é possível e o que não é, o que é justo 
e injusto, quais são as reivindicações e as aspirações legíti-
mas, quais são aquelas que passam da medida". Tal estado 
de desregramento ou anomia é acompanhado de um surto 
de paixões indisciplinadas e ímpetos incontrolados e, desse 
modo, também de aumento na curva de suicídios.
 24
1. Max Weber (1864-1920) 
Maximilian Karl Emil Weber nasceu em 1864, na Ale-
manha. Sua formação é multidisciplinar, tendo realizado 
estudos em Direito, Filosofia, Sociologia e História. Teve 
participação política significativa, participando da comis-
são autora da Constituição de Weimar. Suas obras mais 
importantes são aquelas que relacionam formações po-
líticas a crenças religiosas, como A ética protestante e o 
espírito do capitalismo. Weber morre em 1920, vítima de 
uma pneumonia.
Weber contribuiu para a consolidação da ciência socioló-
gica, analisando os processos do capitalismo na sociedade 
contemporânea. Grande parte de seus estudos se preocu-
pou com o capitalismo e seu processo racionalizado. Seus 
trabalhos desenvolveram descobertas do papel da subjeti-
vidade na ação e na pesquisa social,acreditando que não 
existe uma lei preexistente que regule o desenvolvimento 
da sociedade.
FONTE: YOUTUBE
Na íntegra - Max Weber 1/2
F Y
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Na íntegra - Max Weber 2/2
Entrevista com Gabriel Cohn, professor da faculdade de 
Ciências Sociais da USP. Discutindo os conceitos da so-
ciologia weberiana.
F Y
multimídia: vídeo
1.1. Ação social
A primeira grande contribuição de Weber é a quebra dos 
pressupostos positivistas por meio de uma forte crítica e, 
também, pelo desenvolvimento de um novo método. En-
quanto para Comte e Durkheim prevalecia o primado do 
objeto, para Weber o caminho da Sociologia é o primado 
do sujeito: o indivíduo é elemento fundamental na expli-
cação da realidade social. Dessa maneira, Weber inaugura 
um novo caminho de interpretação da realidade social: a 
Teoria Sociológica Compreensiva.
Segundo Weber, a Sociologia é uma ciência que pretende 
compreender a ação social. Para o sociólogo, essa ação so-
cial seria a conduta humana dotada de sentido, um com-
portamento planejado, uma atuação direcionada a outros 
na sociedade. 
Toda ação social segue certos requisitos:
 o ser lhe dá um sentido;
 esse sentido se remete ao outro.
A grande inovação de Weber em sua interpretação da re-
alidade é dotar o indivíduo de significado e especificidade, 
dando sentido à sua ação social e estabelecendo conexões 
entre os motivos de sua ação, o ato propriamente dito e 
suas consequências. 
A ação social pode se encaixar em quatro tipos:
HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 
11, 12, 15, 16, 20, 22, 
23, 24 e 25
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5
AULA 4
SOCIOLOGIA CLÁSSICA: 
MAX WEBER
 25
Ação afetiva Determinada por sentimentos
Ação tradicional Determinada por costumes ou hábitos
Ação racional com 
relação a valores
Ações guiadas por certas 
convicções (morais, religiosas, 
políticas, estéticas, etc.)
Ação racional com 
relação a fins
Determinada pelos fins que 
perseguem, predominantemente 
na vida econômica
Segundo Weber, a Sociologia precisa desenvolver procedi-
mentos de investigação que permitam verificar os valores 
e as motivações que condicionam as ações humanas. Com 
isso, a pesquisa histórica é essencial para a compreensão 
das sociedades.
1.2. A ética protestante e o 
espírito do capitalismo
Weber empreendeu análises comparativas entre as religiões 
com o objetivo de compreender as razões do desenvolvi-
mento do capitalismo europeu. Diante de seus estudos, ele 
concluiu que o mundo oriental não oferecia condições para 
esse tipo de organização econômica, pois pregava valores 
de harmonia, enquanto as religiões cristãs incentivavam o 
trabalho e a competição. 
No seu estudo sobre modernidade, Weber procura enten-
der a relação que existe entre o protestantismo e a mo-
derna conduta econômica capitalista. No protestantismo 
é possível encontrar uma visão ascética com a valorização 
religiosa do trabalho como uma tarefa ordenada por Deus. 
Essa ética vocacional do trabalho acabou dando suporte 
para um comportamento indispensável para a origem da 
conduta de vida capitalista: a busca ordenada do lucro 
através do trabalho metódico e racional.
Para Weber, a ética protestante contribuiu para o desenvol-
vimento do capitalismo. Como exemplo, são citadas as má-
ximas de Benjamin Franklin: “Lembra-te de que tempo é di-
nheiro; lembra-te de que crédito é dinheiro; lembra-te de que 
dinheiro gera mais dinheiro; lembra-te de que o bom pagador 
é senhor da bolsa alheia; guarda-te de pensar que tudo o que 
possuis é propriedade tua e de viver como se fosse; por seis 
libras por ano podes fazer uso de cem libras, contanto que 
sejas reconhecido como um homem prudente e honesto.”
Outra questão abordada por Weber nessa obra é que o 
protestantismo e a doutrina da predestinação represen-
tam o ponto final do processo de desencantamento do 
mundo. No processo de desencantamento do mundo, o 
homem deixa de acreditar que o mundo é povoado por 
forças divinas e impessoais. A eliminação da magia começa 
no judaísmo antigo até chegar ao protestantismo ascético, 
completando-se com o surgimento da ciência. Através do 
saber racional, o homem “des-diviniza” a natureza, vista 
agora como um mecanismo causal carente de sentido e 
que pode ser controlada pela técnica.
A ética protestante e o espírito do capitalismo. 
WEBER, Max. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
multimídia: livro
1.3. Política, poder e dominação
Weber define política como o conjunto dos esforços feitos 
com vistas a participar do poder ou influenciar a divisão 
do poder. Já o poder seria a capacidade de impor a pró-
pria vontade dentro de uma relação social. Dominação 
significa a probabilidade de encontrar obediência a um 
determinado mandato.
Weber define o Estado como uma comunidade humana 
que, dentro dos limites de um determinado território, rei-
vindica o monopólio legítimo da violência física.
Para Weber, o capitalismo é dominado pela ascensão da 
ciência e da burocracia. Weber não acredita que a luta 
de classes condicionará o capitalismo. Assim, a burocra-
cia racional e impessoal é o meio de organizar grandes 
quantidades de pessoas. A partir disso, Weber aponta 
uma relação entre dominantes e dominados constituída 
por bases legítimas.
 26
FONTE: YOUTUBE
Toda forma de poder - Engenheiros do Hawaii. 
Álbum: Longe demais das capitais. RCA,1986.
Essa canção mostra como a dominação pelo uso da 
força pode controlar a sociedade com sistemas polí-
ticos distintos.
F Y
multimídia: música
Weber analisa os fundamentos que tornam legítima a 
autoridade, as razões que justificam a dominação, distin-
guindo três tipos puros: dominação tradicional, dominação 
carismática e dominação legal.
Dominação legal
- É a dominação burocrática no Estado.
- Constituída por formas legais, hie-
rárquicas, mediante uma formação 
eleita ou nomeada.
- Deve seguir um estatuto.
Dominação 
tradicional
- Dominação patriarcal.
- Controle feito pelo “senhor” perante 
seus “súditos”.
- Não é possível criar novos direitos 
diante das normas da tradição. 
Dominação 
carismática
- Dominação por uma devoção afetiva.
- Sendo um “líder” que constrói uma 
imagem de adoração, controlando seus 
“súditos”.
1. O Prestígio e o Poder das “Grandes Potências” 
Todas as estruturas políticas usam a força, mas diferem 
no modo e na extensão com que a empregam ou ame-
açam empregar contra outras organizações políticas. 
Essas diferenças têm um papel específico na determi-
nação da forma e destino das comunidades políticas. 
Nem todas as estruturas políticas são igualmente “ex-
pansivas”. Não lutam todas por uma expansão exte-
rior de seu poder, ou mantêm sua força pronta para 
a aquisição de poder político sobre outros territórios 
e comunidades, pela sua incorporação ou tornando-
-os dependentes. Por isso, como estruturas do poder, 
as organizações políticas variam na medida em que se 
voltam para o exterior. A estrutura política da Suíça é 
“neutralizada” através de uma garantia coletiva das 
Grandes Potências. Por várias razões, a Suíça não é 
muito desejada como objeto de incorporação. Os ciú-
mes mútuos existentes entre comunidades vizinhas, de 
igual força, a protegem dessa sorte. A Suíça, bem como 
a NorUEGa, está menos ameaçada do que a Holanda, 
que possui colônias; e esta sofre menos ameaça do que 
a Bélgica, pois as possessões coloniais belgas ficariam 
muito expostas, como a própria Bélgica, no caso de 
uma guerra entre seus vizinhos poderosos. A Suécia 
também está muito exposta.
WEBER, MAX. 
ENSAIOS DE SOCIOLOGIA. RIO DE JANEIRO: LTC EDITORA, 1982, P.187
FONTE: YOUTUBE
Vida de inseto - Estados Unidos: 1998 (96 min)
O filme conta a história de uma colônia de formigas que 
vivem às voltas com uma árdua tarefa. Todos os anos, 
elas precisam juntar alimentos para si e para os gafa-
nhotos, que exigem delas uma elevada quantia de co-
mida. Conforme a ideia de dominação de Weber, as for-
migas cumprem com o dever por medo dos gafanhotos.
F Y
multimídia: vídeo
 27

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