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DIREITO FINANCEIRO
04.05.2020
RECEITA PÚBLICA E DESPESA PÚBLICA
RECEITA PÚBLICA
Conceito legal (mais amplo) de receita pública:
	- segundo a lei nº 4.320/64, a receita pública é uma das partes constitutivas do orçamento público.
	- o art. 2º da lei geral de orçamento diz que a lei do orçamento conterá a discriminação da receita e despesa (OBS: a receita, no orçamento, é apenas estimada, isto é, prevista, pois não se sabe se haverá a arrecadação de todas as receitas ali previstas; entretanto, a despesa é fixa, pois a lei de orçamento constitui um limitador para a realização da despesa pública).
	- o art. 3º da mesma lei diz que a lei de orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei (ou seja, a receita pública é ampla; todas as receitas irão fazer parte do orçamento – atendendo ao princípio da universalidade do orçamento).
ENTRADAS/INGRESSOS: todas as quantias que adentram aos cofres públicos, ainda que em caráter provisório (ex.: entradas que decorrem de multa, fiança, caução). 
	Principal característica que diferencia as entradas/ingressos de receita pública é o caráter provisório daquelas.
Classificação das receitas públicas:
1) Quanto à regularidade das receitas
	Ou seja, quando à frequência que estas receitas adentrarão aos cofres públicos.
1.1. Receitas ordinárias: são periódicas, têm um caráter constante; renovam-se a cada ano/ meses (ex.: carnê de IPTU, IPVA).
1.2. Receitas extraordinárias: são esporádicas, excepcionais (ex.: em casos de calamidade pública ou guerra/iminência de guerra).
	Nos casos de calamidade pública ou guerra externa, a CF prevê 2 tributos: empréstimo compulsório (art. 148, CF) e imposto extraordinário de guerra.
2) Quanto à origem das receitas
2.1. Receitas originárias: advêm da exploração do próprio patrimônio do Estado (ex.: 
2.2. Receitas derivadas: derivam do patrimônio do particular; o Estado, com seu poder de império de forma compulsória, vai até o patrimônio do particular e retira uma parcela desse patrimônio (ex.: tributos – limitações ao direito de propriedade prevista constitucionalmente -, multas e penalidades – a multa invade o patrimônio privado para impor uma sanção; diferente do tributo, que não é sanção, pois é um pagamento de uma atividade lícita, uma parcela que o cidadão dá para obter do Estado determinados benefícios).
3) Quanto à natureza das receitas
3.1. Orçamentária: prevista no orçamento, constada expressamente (com força do princípio da universalidade, todas as receitas devem estar no orçamento).
3.2. Extraorçamentária: é a exceção, pois vai contra ao princípio da universalidade. É aquela que não faz parte do orçamento, não está prevista de modo expresso (não pode ser considerada um “plus” a mais para gastar).
4) Quanto às espécies (são 5 etapas; a cada degrau ascendido, existe uma maior quantidade de interesse público)
4.1. Preço quase-privado: existe pouco interesse público.
4.2. Preço público: a contraprestação que o cidadão paga pela utilização de algum serviço de interesse público (ex.: tarifa).
4.3. Contribuição de melhoria: pressuposto é a existência de uma obra pública pelo Poder Público. A edificação dessa obra pública, v.g., um asfaltamento de um bairro, a construção de um hospital, vai valorizar os imóveis daquela região; com isso, o Poder Público pode cobrar a chamada contribuição de melhoria dos residentes que ali foram beneficiados (ou seja, o interesse de coletividade – interesse público – em relação a essa obra é maior, mesmo quem não residir ao redor da obra. A população inteira acaba se beneficiando).
4.4. Taxas: é tributo (e tributo paga-se ao ente público, ao governo); tarifa é preço público.
A taxa, então, corresponde à contraprestação por um serviço prestado diretamente pelo governo e regido por uma lei que o institui como taxa, ou delegatários do serviço público (como o caso dos cartórios e tabelionatos de notas). 
A taxa constitui um tributo que remunera um serviço público essencial (ex.: taxa de licenciamento de veículo, de emissão de passaporte).
4.5. Impostos: cobrados de toda a população, tendo a finalidade de custear os serviços que o governo presta que não são possíveis serem medidos (ex.: medir a quantidade de uso de segurança pública, de saúde etc).
	
· TARIFA: contraprestação por serviço utilizado
- só pode ser cobrada se o serviço for efetivamente utilizado.
- pode ser cobrada pelo tanto Setor Público, quanto pelo concessionário (ex: pedágio).
· TAXA: contraprestação por um serviço ou fiscalização (mais ampla)
- poderá ser cobrada por um serviço utilizado ou por uma simples disponibilidade daquele serviço (caminhão da coleta do lixo por uma pessoa que viajou e não gerou lixo; o caminhão estava a sua disposição de qualquer forma, podendo ser cobrada a taxa de coleta de lixo).
- só pode ser cobrada pelo Poder Público ou por um delegatário do Poder Público (ex: tabelião de notas, cartório).
07.05.2020
5) Quanto à Lei Geral de Orçamento (Lei nº 4.320/64)
	Em seu art. 11, classifica as receitas em receitas correntes e receitas de capital.
5.1.) receitas correntes: terão uma destinação específica. Serão utilizadas para custear as chamadas “despesas correntes”, ou seja, aquelas despesas que todo mês chegam (ex.: despesa com água, luz, internet, folha de salário, manutenção dos serviços públicos etc).
	Tais receitas correntes se subdividem em receita tributária, receita patrimonial, receita industrial e receita diversa.
a) receita tributária: que vem dos tributos (ao todo são cinco)
Os tributos são três: impostos, taxas e contribuições de melhorias.
A CF/88 trouxe mais duas espécies de tributos: empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
b) receita patrimonial: vem da exploração do patrimônio do ente público (ex.: receita advinda de um aluguel de prédio.
c) receita industrial: vem da exploração das indústrias (ex.: PETROBRAS).
OBS: TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
	São valores que a União passa aos Estados ou municípios, ou, então, que os Estados passam aos municípios. Ou seja, o maior ajudando aquele menor.
d) receita diversa: cobrança da dívida ativa (alguém que deva tributos, recebe uma citação, iniciando-se uma execução fiscal. A cobrança da dívida, cobrada através do processo de execução fiscal, entra na rubrica de “receita diversa”).
5.2) receitas de capital: realizadas com a finalidade de ampliar serviços públicos que o governo deseja (ex.: construção de hospital, creche, rodovia). O governo não poderá usar dinheiro para pagar funcionário (receitas correntes), necessitando de capital). Dão-se das seguintes formas:
a) operações de crédito: constituem receita de capital para que o governo possa construir pontes, hospitais, estradas, escolas etc.
b) alienação de bens: com a venda de um imóvel, o governo obtém receita de capital, podendo, superveniente, aplicá-la num gasto de despesa com capital.
c) amortizações de empréstimos: quando quem devia, paga a dívida principal (não os juros).
d) transferências de capital: transferência de dinheiro da União para o município mensalmente, por exemplo, para a construção de algum serviço público.
Etapas da receita pública: dão-se em 4 etapas (previstas na Lei nº 4.320/64)
1) PREVISÃO: etapa de planejamento de como será feita a arrecadação de todas as receitas;
2) LANÇAMENTO: prevista como a verificação da procedência do crédito pela autoridade fiscal;
3) ARRECADAÇÃO: quando se destina o dinheiro para um determinado exercício financeiro (o exercício financeiro vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro);
4) PAGAMENTO/RECOLHIMENTO: consiste na entrega efetiva do dinheiro à tesouraria/rede bancária.
DESPESA PÚBLICA
	Consiste na aplicação de uma certa quantia, em dinheiro, para a satisfação de uma necessidade pública.
	A despesa pública pressupõe o dispêndio de dinheiro, ou seja, pressupõe gasto, e deve ser sempre antecedida de autorização legislativa, isto é, deve estar prevista no orçamento.
FUNÇÃO DO GASTO PÚBLICO
	Quanto mais o Estado fornece e providencia, mais aumenta a carga tributária da população. Se nãohá produção na economia, não há recolhimento de tributos; e se não há pagamento de tributos, o Estado não arrecada (crise da pandemia).
CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA: 
1) Divide-se em despesas ordinárias e despesas extraordinárias.
1.1) despesas ordinárias: são as corriqueiras e que estão previstas na Lei de Orçamento (pagamento de funcionários, conta de água, luz etc).
1.2) despesas extraordinárias: são aquelas não previstas no orçamento (ex.: despesas decorrentes de força maior).
2) Quanto ao território: despesas internas e despesas externas.
2.1) despesas internas: gastos dentro do próprio país.
2.2) despesas externas: compras internacionais, empréstimos tomados de organismos internacionais (ex.: FMI, Banco Mundial, Banco dos BRICS).
3) Quanto a quem gasta a despesa pública: 
3.1) despesa federal: da União
3.2) despesa Estadual: dos Estados
3.3) despesa distrital: do DF
3.4) despesa municipal: dos municípios
4) Quanto à classificação econômica:
4.1) despesas-compra: quando se adquire produtos, máquinas etc, criando-se rendimentos. Amplia-se o serviço (ex.: ampliação de um hospital que constrói mais leitos, ampliando a capacidade de prestar o serviço de saúde).
4.2) despesas-transferência: modalidade em que há uma transferência do poder de compra. O Estado, neste caso, fornece subsídios, subvenções, auxílios financeiros etc, transferindo seu dinheiro para outro ente ou para o próprio mercado (mediante subvenção), deixando a sociedade se auto organizar.
5) Quanto à efetividade ou não das despesas:
5.1) despesas definitivas/efetivas: aquelas que acarretam na diminuição do patrimônio público.
5.2) despesas não definitivas: causam apenas uma substituição patrimonial.
6) Quanto às despesas correntes e despesas de capital:
6.1) despesas correntes: aquelas que se reiteram, se repetem.
6.1.1) despesas correntes de custeio: a fim de custear os serviços públicos (pagamento de folhas de salário, água, luz etc).
6.1.2) transferências correntes: transferências feitas mensalmente para outras entidades para que esses entes custeiem as suas despesas correntes.
6.2) despesas de capital: destinadas aos investimentos e precisam de capital.
6.2.1) investimentos: nos investimentos, aumenta-se a capacidade produtiva do Estado.
6.2.2) inversões financeiras: governo faz a inversão de suas despesas ao tirar do cofre e jogar em uma de suas empresas (ex.: quando o governo compra ações).
6.2.3) transferências de capital: um ente mandará dinheiro de capital (para fazer obras, v.g.) para um outro ente. Exemplo: União manda dinheiro para um município fazer uma escola).
11.05.2020
ADIANTAMENTO (art. 68, Lei nº 4.620/64)
	Existem algumas situações excepcionais em que se faz necessário adiantar o valor que será gasto.
ART. 68, LEI 4.620/64: O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Ex.: cartão colaborativo de empresas.
COMO FUNCIONA A DESPESA PÚBLICA?
	A despesa pública segue um regime contábil, através do regime de competência (disciplinado na lei nº 4.320, art. 35 – lei de orçamento).
ART. 35, LEI 4.320: Pertencem ao exercício financeiro: 
I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.
	Competência é aquele mês/aquele exercício em que o dinheiro foi efetivamente desembolsado ou gasto.
ART. 34, LEI 4.320: O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
(ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro).
RESTOS A PAGAR: são despesas empenhadas, mas não pagas até o final do exercício, ou seja, até 31 de dezembro (disciplinadas no art. 36 da referida lei de orçamento).
	Dividem-se em “restos a pagar processados” e “restos a pagar não processados”:
a) Restos a pagar processados: já foram liquidados, isto é, já se sabe quem é o credor, qual a quantia exata que deve ser paga e a que título se refere a dívida (ou seja, ela já foi legitimada).
	São despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas, até 31 de dezembro (art. 35, lei 4.320).
b) Restos a pagar não processados: despesas empenhadas, mas não liquidadas e nem pagas, até 31 de dezembro.
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES:
	São pagas em exercícios posteriores; por exemplo, um servidor que não requereu sua diária em 2017 e o faz posteriormente, irá receber em exercícios posteriores. Em suma: as despesas de exercício anteriores devem ser pagas nos exercícios seguintes em que forem requisitadas.
	Diferentemente dos restos a pagar (operação extraorçamentária), são uma operação orçamentária (art. 37).
ANULAÇÃO DAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS:
ART. 38: Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício; quando a anulação ocorrer após o encerramento deste, considerar-se-á receita do ano em que se efetivar.
	O orçamento é uma peça que impõe ao gestor a obrigatoriedade daquele gasto ou é apenas uma peça que autoriza gastar o dinheiro? 
	A doutrina entende que o orçamento é uma peça que autoriza o gasto, não impondo a efetividade da execução (natureza autorizativa).
	
PREVISÃO E ARRECADAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LEI COMPLEMENTAR 101/2000)
	O art. 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal determina que os gestores públicos instituam e efetivamente façam uma cobrança de todos os tributos previstos na competência constitucional.
ART. 11, LC 101/200: Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
	Somente a lei pode impor a obrigação de pagar tributos (princípio da legalidade tributária), e não conforme jurisprudências. 
RENÚNCIAS DE RECEITAS:
	O que são renúncias de receitas/renúncias fiscais?
R.: são concessões que possam acarretas diminuição na arrecadação tributária (ex.: quando se institui uma anistia, uma isenção para uma empresa ou uma pessoa física, a remissão – perdão de um débito tributário -, concessão de subsídios e de créditos presumidos, concessão da redução de uma base de cálculo e redução da alíquota etc). Em suma: tudo o que implique na redução discriminada de tributos ou contribuições.
	O art. 14, da Lei de Responsabilidade Fiscal, possibilita a concessão dessas renúncias fiscais. Porém, deve vir acompanhada de uma estimativa do impacto orçamentário financeiro no exercício em que seja concedida, bem como nos dois exercícios seguintes; ou seja, é necessário fazer um estudo prévio do impacto da queda da arrecadação, tanto naquele exercício que será concedido, quanto nos dois próximos.
	Dessa forma, a renúncia de receitas não pode afetar as metas de resultados fiscais.
	Tais renúncias de receitas devem vir acompanhadas de medidas compensatórias.
PAGAMENTOS DECORRENTES DE CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO (art. 100, CF):
	Os pagamentos judiciais que determinam que a Fazenda pague valores a um aposentado que entra com uma ação para receber os valores atrasados, por exemplo, é realizado através de precatórios.
PRECATÓRIOS: o pagamento só pode ser realizado depois do trânsito em julgado da sentença condenatória e depois de efetivamente liquidado o débito, isto é, ele deve passar por uma fase de verificação em relação à sua validade, quanto a quem é o credor, quanto ao título se deve este débito e quanto deve ser pago. Quando tudo isso estiver fixado, o juiz solicitará ao presidente do tribunal o chamado “precatório”, então o presidente oficia o ente público para inscrever em uma lista de débitos.
	Como é feito o pagamento: pela ordem cronológica de apresentação dos precatórios.
	Entretanto, dentro dessa ordem cronológica existem preferências, a saber:
a) débitos de natureza alimentícia gozam de preferência (art. 100, §1º, CF): são aqueles de decorrem de salários, vencimentos, proventos (vantagens), benefícios previdenciários, pensões, indenizações por morte ou por invalidez.
b) pessoas idosas (com maisde 60 anos); portadores de doença grave; pessoas com deficiência gozam de preferência (art. 100, §2º, CF).
	Este subgrupo possui preferência sobre os demais mesmo dentro da fila dos débitos alimentares. Esta preferência do §2º não é irrestrita, ela se limita ao triplo do valor fixado para os pagamentos por requisição de pequeno valor (RPV). No âmbito federal, esse limite é de 60 salários mínimos (União); portanto, no âmbito da União (federal), esse limite é de 3x 60 salários mínimos, ou seja, 180 salários mínimos.
	O pagamento para precatório segue uma fila (art. 100, §5º, CF): os ofícios são recebidos até dia 1º de julho de cada ano e inseridos no orçamento do exercício seguinte, ou seja, o pagamento deverá ser feito até o final do próximo exercício (o limite seria de, mais ou menos, 1 ano e meio após dia 1º de julho para que o ente público faça o pagamento). 
RPV: já os débitos inferiores a 60 salários mínimos não precisam aguardar a ordem de preferência, sendo pagos não por precatório, mas por RPV (requisição de pequeno valor), com prazo de 2 meses para a Fazenda pagar contados da entrega da requisição (art. 535, §3º, CPC), mediante depósito em banco oficial.
CONTROLE DAS DESPESAS PÚBLICAS:
	Atividade de verificar se os resultados alcançados com a despesa pública correspondem à determinação legal de sua realização. Isto é, o que a atividade de controle busca é analisar se os gastos estão de acordo com o que determina a lei. Portanto, o princípio da legalidade é de extrema importância no controle do gasto público.
	A CF/88, em seu art. 70, determina a fiscalização dos gastos públicos.
CF, Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
ESPÉCIES DE FISCALIZAÇÃO:
a) fiscalização contábil: trata da correção dos números (o que entra e o que sai de dinheiro no orçamento);
b) fiscalização financeira: diz respeito à entrada e à saída efetiva de dinheiro no orçamento, ao passo que a orçamentária alude à correta execução do orçamento;
c) fiscalização orçamentária: verifica a correção do gasto com fundamento nas leis orçamentárias;
d) fiscalização operacional: relacionada à verificação do cumprimento das metas, resultados e eficiência da gestão do gasto público;
e) fiscalização patrimonial: diz respeito ao zelo, ao cuidado com os bens públicos, que constituem o patrimônio público.
	
	Este controle realizado com base no art. 70, da CF, diz respeito a 3 modalidades:
1) LEGALIDADE: requisitos necessários à realização da despesa;
2) LEGITIMIDADE: analisa-se o mérito do ato, no tocante ao desvio de finalidade;
3) ECONOMICIDADE: diz respeito à verificação do custo benefício. 
CLASSIFICAÇÃO LEGAL DOS GASTOS PÚBLICOS:
	A CF/88 prevê 3 formas de controle: controle interno; externo; e social.
	Em âmbito infraconstitucional, o controle é disciplinado pela Lei 4.320/64, cujo art. 75 estabelece três tipos de controle:
- o da legalidade dos atos: feito para verificar se o gasto está de acordo com a lei;
- o da fidelidade funcional dos agentes públicos: verifica-se se não houve um desvio de finalidade e se o agente não atuou em desrespeito aos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa;
- o do cumprimento do programa de trabalho: analisa-se se as obras foram realizadas e se os serviços que estavam previstos nas leis de orçamentos foram prestados.
Lei 4.320: Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: divide o controle em algumas modalidades
a) Quanto ao órgão que exerce o controle:
a.1) Administrativo (controle interno);
a.2) Legislativo (controle externo);
a.3) Judicial (controle externo).
b) Quanto à localização do órgão controlador:
b.1) Interno (dentro da própria estrutura administrativa que realiza o gasto);
b.2) Externo (fora do âmbito que determinou o gasto público);
b.3) Social (controle externo – feito por toda a sociedade).
O art. 74, da CF, diz que “os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno (...)”. Isso significa que cada um dos poderes da União irá ter o seu próprio controle interno.
No âmbito do Executivo, o controle interno é feito pela Controladoria Geral da União.
No âmbito do Legislativo e Judicial, o controle externo é realizado pelos Tribunais de Contas e pelo Poder Judiciário.
O art. 71, da CF, disciplina que “o controle externo, a cargo do Congresso Nacional será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)”.
O Tribunal de Contas da União (TCU) é um órgão auxiliar ao Poder Legislativo que realiza a verificação das contas dos agentes públicos.
Existe, ainda, o Controle Social, que é feito por toda a sociedade.
Exemplo de algumas leis que permitiram um controle social mais efetivo:
· Lei de acesso às informações (Lei nº 12.527/2011): permite que os cidadãos façam requerimentos ao poder público/agentes públicos, solicitando esclarecimentos com relação aos gastos públicos.
• Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009: fez alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (“portal da transparência).
c) Quanto ao momento em que o controle é feito:
c.1) controle prévio: feito antes do gasto público;
c.2) controle concomitante: faz-se durante a execução das obras;
c.3) controle posterior: feito depois de gasto o dinheiro.
d) Quanto à extensão do controle:
d.1) controle de legalidade: quanto aos aspectos formais do ato que determinou o gasto público;
d.2) controle de mérito: analisa-se a eficiência da gestão pública e se não houve desvio de finalidade.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF):
	Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Art. 1º, § 1º, LRF: A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente.
Art. 1º, parágrafo único, da CF: Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
ALGUNS INSTRUMENTOS:
a) Denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU):
Art. 74, §2º, CF: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legitima para, na forma da lei, denunciar irregularidade ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
b) Denúncia à Controladoria-Geral da União (CGU): 
Art. 18, Lei nº10.683/2003: À Controladoria-Geral da União, no exercício de sua competência, cabe dar o devido andamento às representações ou denúncias fundamentadas que receber, relativas a lesão ou ameaça de lesão ao patrimônio público, velando por seu integral deslinde.
c) Ação Popular:
Art. 5º, LXXIII, CF: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
 d) Outros:
- Controle sobre as aquisições realizadas pelo Governo;
- Impugnação de Editais de Licitação;
- Audiências Públicas;
- Participação em conselhos gestores de políticas públicas (Conselho do Fundo da Educação Básica (Fundeb), Conselho de Alimentação Escolar, Conselho Municipal deSaúde etc.
TRIBUNAIS DE CONTA:
	São órgãos constitucionais de controle, dotado de autonomia administrativa e financeira sem subordinação com os 3 poderes (legislativo, executivo e judiciário), com a finalidade de auxiliar o poder legislativo (órgão de auxílio e de orientação ao Poder Legislativo – art. 71, CF/88).
Não exerce atividade jurisdicional, mas julga as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, sendo que a decisão terá eficácia de título executivo extrajudicial:
Art. 71, § 3º, CF: As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (“extrajudicial”).
Ex.: Tribunal de contas da União, tribunais de conta dos estados e tribunais de conta dos municípios (apenas nos municípios do RJ e de SP).
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
	SÚMULA 347/STF: O tribunal de contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público (ou seja, tem competência no exercício de suas atribuições para julgar a constitucionalidade ou não de um ato legislativo).
RESPONSABILIZAÇÃO FISCAL EM FACE DA LC 101/2000:
a) Geração de despesa (arts. 15 e 16):
Antes de criação, expansão e aperfeiçoamento de ações que impliquem aumento de despesa, deve haver:
- estimativa do impacto orçamentário-financeiro no ano em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
- declaração do ordenador de despesas de adequação ao PPA, LDO e LOA.
a.1) Limites para despesa com pessoal (art. 19):
I - União: 50%;
II - Estados: 60%;
III - Municípios: 60%.
a.2) Vedação de contrair obrigação em fim de mandato
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
QUESTÕES:
1) O Estado do Rio de Janeiro pretende criar um novo órgão até então inexistente. Contudo, não houve dotação orçamentária especifica na lei orçamentária anual para essa criação.
Nessa situação, e de acordo com o previsto na Lei n° 4.320/1964, deverão ser aprovados créditos adicionais da seguinte espécie.
a) suplementares
b) especiais (CORRETA)
c) extraordinários
d) supletórios
e) subsidiários
2) A atividade financeira do Estado consiste em orçar gerir e arrecadar recursos públicos A respeito de cada uma dessas atividades:
a) o orçamento público no direito brasileiro é veiculado através de leis orçamentárias que, ante as características da generalidade, abstração e coercitividade são de execução obrigatória.
b) a lei orçamentária não admite qualquer participação popular dado que sua proposta é de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo.
c) a má gestão de recursos públicos pode implicar aos agentes públicos a imposição de multas e ressarcimento do prejuízo causado ao erário, o que não alcança aos agentes privados.
d) a atividade de arrecadação compete a Administração Tributária, sendo atribuição das Procuradorias dos Estados a inscrição em dívida ativa conforme simetria federativa do que vigora na Administração Tributária Federal. (CORRETA)
3) A atividade financeira do Estado compreende:
a) apenas a obtenção de receitas originárias.
b) apenas a obtenção de receitas, tanto originárias como derivadas.
c) a obtenção de receitas e a realização de despesas. (CORRETA)
d) a prestação de serviços públicos e a realização de obras públicas.
e) apenas a geração das despesas
4) De acordo com a Lei da Responsabilidade Fiscal, para obtenção da receita corrente líquida deve-se deduzir alguns valores do somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes.
Entre os valores a serem deduzidos não estão:
a) os valores transferidos a entidades filantrópicas, nos Municípios. (CORRETA)
b) as parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional, nos Estados.
c) os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação legal, na União.
d) os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional, na União.
e) a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social, na União, nos Estados e nos Municípios.
5) Julgue o próximo item, relativo às receitas e às despesas públicas:
	Os gastos com a construção de um hospital público e com a aquisição de móveis usados são considerados despesas de capital, ao passo que a compra de papel para impressão e a quitação de juros da dívida pública se enquadram como despesas correntes. (CORRETO)
6) Julgue os itens abaixo:
	A Lei de Orçamento denomina Restos a Pagar as despesas postergadas para o governo seguinte. (ERRADO – é para o ano seguinte, não governo seguinte).
	Segundo a Lei de Orçamento, Dívida Ativa Tributária é aquela referente aos débitos ativos do Poder Público. (ERRADO – Dívida Ativa corresponde aos contribuintes que devem).
7) Acerca de receita e despesa públicas, julgue o próximo item.
Se determinado órgão público realizar operação de crédito por antecipação de receita, o produto da operação será contabilizado como ingresso extra orçamentário. (CORRETO – outros exemplos de ingresso extra orçamentário: caução e impressão de papel moeda).
14.05.2020
REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DA RECEITA TRIBUTÁRIA 
	As normas que regem a repartição da receita tributária são dirigidas aos próprios entes tributantes, e não aos contribuintes.
	Enquanto o Direito Tributário trata das relações entre o fisco e o contribuinte, o Direito Financeiro trata das regras que disciplinam o orçamento público, isto é, a receita e as despesas públicas.
- Direito Tributário: relação entre fisco x contribuinte
- Direito Financeiro: receita e despesas públicas
	A repartição das receitas tributárias possui as características:
1) FEDERAÇÃO: ela é baseada na federação, isto é, no princípio federativo.
	A repartição das receitas tributárias existe para garantir a autonomia financeira dos entes que compõem nossa República (União Federal, Estados, Municípios e DF).
2) COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: é fixada na CF (lembrando que a CF não cria impostos, mas fixa competências para sua criação.
	Cada ente da federação possui competência tributária para criar determinados tributos. A repartição de receita não altera as regras de competência tributária.
3) PARTICIPAÇÃO DOS ENTES MENORES (na receita obtida pelos entes maiores): Municípios participam nas receitas arrecadadas pelos Estados e pela União; os Estados, por sua vez, participam da receita arrecadada pela União; os Municípios, de outro lado, não repartem seu dinheiro arrecadado com ninguém; e a União não obtém receita de nenhum dos outros entes.
	A CF atribui à União uma maior parcela do poder de tributar. Além dos 7 impostos previstos no art. 153, da CF, a União Federal ainda pode instituir e cobrar as chamadas “contribuições especiais”, previstas no art. 149, CF, bem como os “empréstimos compulsórios”, previstos no art. 148, da CF. 
	A arrecadação da União com as contribuições sociais é muito superior àquela receita obtida com imposto de renda. Dessa forma, a CF garantiu mecanismos de repartição tributária dos entes menores na receita que a União arrecada. Assim, os Estados e Municípios podem obter recursos financeiros necessários para o exercício de suas atribuições constitucionais com AUTONOMIA.
	A arrecadação municipal, ou seja, aquela que advém dos tributos (IPTU, ISS, ITBI, taxas, contribuições de melhoria e contribuição de iluminação pública) é insuficiente para fazer frente a todas as tarefas que o Município tem de cumprir. É uma receita muito pequena, e por isso os Municípios dependem dos repasses que são constantemente feitos pelos entes maiores – União e Estados.	
	Dessa forma, a repartição de receita possui uma curiosidade: os Municípios não repartem sua receita tributária com outrosentes. Portanto, existem alguns impostos que não se submetem a repartição da receita tributária, como o IPTU, ITBI e o ISS.
	Em suma, as receitas que são destinadas aos Municípios, aos Estados e ao DF na repartição da receita tributária dos entes maiores são necessárias para atender as atribuições que cada ente possui na CF com autonomia.
	Na repartição horizontal de competência tributária feita pela CF, existem 13 impostos previstos em seu texto constitucional, dos quais 7 são de competência privativa da União, 3 dos Estados, e 3 dos Municípios. O DF possui 6 impostos, possuindo uma característica peculiar: acumula as competências tanto de Estado, quanto de Município. 
	Isto quer dizer que existem tributos que são apenas da União (apenas a União pode instituir), apenas dos Estados e apenas dos Municípios.
	A CF estabeleceu 5 espécies de tributos. 
	
ESPÉCIES DE TRIBUTOS:
a) Impostos;
b) Taxas;
c) Contribuições de melhoria;
d) Empréstimos compulsórios;
e) Contribuições Especiais.
	Destes, quais receitas estão sujeitas à repartição? Tradicionalmente, a repartição de receita diz apenas aos impostos. Porém, hoje, existe uma contribuição que também se sujeita à repartição de receita, qual seja: CIDE – combustíveis (contribuição especial prevista no art. 177, §4º, da CF, tendo sido introduzida pela EC 33/2001.
COMPETÊNCIA PARA INSTITUIR E ARRECADAR TRIBUTOS:
	 Os impostos, na CF, estão distribuídos entre União, Estados e Municípios.
No art. 153, CF, estão previstos os seguintes impostos da União (aqueles que a União pode instituir e arrecadar):
a) II (Imposto de Importação);
b) IE (Imposto de Exportação);
c) IR (Imposto de Renda);
d) IPI (Imposto de Produtos Industrializados);
e) IOF (Imposto de operações de créditos, câmbios e seguros, ou relativos a títulos e valores mobiliários);
f) ITR (Imposto de Propriedade Territorial Rural);
e) IGF (Imposto de Grandes Furtunas) – existe apenas sua previsão constitucional, ele ainda não foi instituído. 
	No art. 155, CF, estão previstos os seguintes impostos dos Estados:
a) ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação);
b) ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias);
c) IPVA (Imposto de Propriedade de Veículos Automotores).
	No art. 156, CF, estão previstos os seguintes impostos dos Municípios:
a) IPTU (Imposto da Propriedade Predial Territorial Urbana);
b) ITBI (Imposto da Transmissão Onerosa de Bens Imóveis Entre Vivos);
c) ISS (Imposto Sobre Serviços).
REPARTIÇÃO DA RECEITA ENTRE OS ENTES TRIBUTANTES:
1) Repartição Direta: 
Os recursos são repassados diretamente do ente maior para o ente menor, isto é, sem intermediários. O dinheiro não passa por um fundo antes de ir para o ente que irá recebê-lo. 
Ex.: a CF prevê que o IPVA deve ser distribuído 50% para o Estado e 50% para o Município.
Também prevê sobre a repartição do IOF: 30% vai para o Estado e 70%, para o Município.
2) Repartição Indireta:
	Os recursos a serem repartidos, primeiramente, vão para o Fundo de Participação, e somente depois serão distribuídos para os entes beneficiados, segundo determinadas regras e critérios legais e constitucionais.
	Ex.: Fundo de Participação dos Municípios.
	A CF cria 4 Fundos, a saber:
I) Fundo de Participação dos Estados (FPE): recebe 21,5% do IR e IPI;
II) Fundo de Participação dos Municípios (FPM): recebe 22,5% do IR e IPI. Recebe, também, 1% do IR e IPI até dezembro (EC 55) + 1% do IR e IPI até julho (EC 84);
III) Fundo Compensatório das Exportações de Produtos Industrializados (IPI): recebe 10% do IPI para os Estados; os Estados, por sua vez, devem repassar 25% do que recebem aos seus Municípios;
IV) Fundo Financiamento: fundo de aplicação e programas para o financiamento ao setor produtivo do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que recebem 3% do IR e IPI (intuito de atender ao princípio da redução das desigualdades regionais).
18.05.2020
REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS (arts. 157 a 159, CF)
REPARTIÇÃO DA RECEITA AOS ESTADOS E AO DF:
ART. 157, CF: diz que a repartição das receitas tributárias pertence aos Estados e ao DF.
- Art. 157, I, CF: os Estados e o DF ficam com todo o IR retido na fonte dos seus servidores públicos, bem como servidores das autarquias e das fundações estaduais. 
- Art. 157, II, CF: pertencem aos Estados e ao DF 20% do produto da arrecadação do imposto que a União vier a instituir na Competência Residual da União (somente a União tem essa competência, ou seja, somente a União pode criar impostos não previstos na CF – disciplinado no art. 154, I, CF). Dessa forma, se a União criar um imposto novo, ela deve repassar 20% da receita para os Estados e o DF. Todavia, se a União criar uma contribuição nova (diferente de imposto), ela não precisa repassar os 20% (é o caso da criação da CPMF).
REPARTIÇÃO DA RECEITA AOS MUNICÍPIOS:
	ART. 158, CF: diz que a repartição das receitas pertence aos Municípios (ou seja, o dinheiro deve ser repassado aos Municípios obrigatoriamente).
	- Art. 158, I, CF: os Municípios ficarão com toda a receita do IR retido na fonte de seus servidores (servidores de RPPS – Regime Próprio de Previdência Social – e autarquias e fundações municipais que tenham servidores no regime próprio). Os rendimentos/remunerações desses servidores estarão sujeitos ao IR (imposto que é federal); porém, a receita ficará com os Municípios. Dessa forma, os Municípios retêm da fonte, mas não repassam à União.
	- Art. 158, II, CF: pertencem aos Municípios 50% do ITR (Imposto Territorial Rural), que é um imposto federal; ou seja, 50% pertence à União e 50% vai para os Municípios.
	OBS: está previsto no art. 153, §4º, III, CF, que os Municípios ficarão com a totalidade do ITR se os Municípios fizerem um convênio com a União para a cobrança do ITR, os Municípios ficarão com a totalidade (100%) da receita desse tributo.
REPARTIÇÃO DA RECEITA DOS ESTADOS: art. 158, III e IV, CF
	- Art. 158, III, CF: diz que os Municípios ficarão com 50% da receita do IPVA dos Estados, relativamente aos veículos emplacados nos territórios dos Municípios.
	- Art. 158, IV, CF: pertencem, ainda, aos Municípios, 25% da receita de ICMS arrecada pelos Estados.
FUNDOS DE PARTICIPAÇÃO: art. 159, CF
	Art. 159, I, CF: 49% da receita do IR e do IPI federais serão destinados à formação desses fundos, sendo repartidos da seguinte forma:
	- 21,5% dessa receita de IR e IPI ficarão para o Fundo de Participação dos Estados (FPE);
	- 22,5% dessa receita de IR e IPI ficarão para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Ficarão, ainda, com 1% do IR e IPI até dezembro (EC 55) + 1% do IR e IPI até julho (EC 84);
	- 3% dessa receita de IR e IPI para a constituição de um fundo de aplicação e programas de financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (atende ao princípio constitucional que determina a redução das desigualdades regionais, previstos no art. 3, da CF). Destes 3%, a metade (1,5%) deverá ser destinada à região semiárida do Nordeste;
	- 10% apenas da receita de IPI ficarão para os Estados, para a compensação de exportações. Destes 10%, deverão ser repassados 25% para os seus Municípios.
FUNDOS CONSTITUCIONAIS DE FINANCIAMENTO DO NORTE/NORDESTE/CENTRO-OESTE 
	Como já visto, os fundos constitucionais representam repasses que a União faz aos Municípios. Esses repasses são obrigatórios e estão contidos nos arts. 157 a 159, da CF.
	ART. 159, CF: a União entregará:
	I – do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI), 49% (para os Estados e Municípios), na seguinte forma: 
	c) 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurado ao semiárido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer.
	Os percentuais desses fundos foram disciplinados pela Lei nº 7.827/89:
- 0,6% para o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte;
-1,8% para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste;
- 0,6% para o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste.
FUNDO COMPESATÓRIO DAS EXPORTAÇÕES
	Diz respeito à compensação que a CF institui em razão das perdas dos Estados pela imunidade do ICMS nas exportações.
	A imunidade do ICMS das exportações está fixada no art. 155, X, a, da CF:
	ART. 155, CF: compete aos Estados e ao DF instituir impostos sobre:
	X – não incidirá (ou seja, a CF, ao não incidir, institui uma imunidade tributária):
	a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores.
	Dessa forma, o ICMS não incide sobre as mercadorias industrializadas e destinadas à exportação. É por essa razão que a CF institui o Fundo Compensatório das Exportações, que está previsto no art. 159, II, da CF:
	ART. 159, CF: a União entregará:
	II – do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados (IPI), 10% aos Estados e ao DF, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.
	Ou seja, de tudo o que o Estado e o DF exportam, a União proporcionalmente entrega 10% do IPI para os Estados.
PARTICIPAÇÃO DE CADA UNIDADE FEDERADA (NÃO PODE ULTRAPASSAR 20%):
	Cada Estado e o DF receberá proporcionalmente ao montante de suas exportações. Entretanto, há um limite para cada unidade federada (não pode ultrapassar 20%):
	§2º: a nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a 20% do montante a que se refere o inciso II.
	Tal disposição do parágrafo segundo tem o intuito de equilibrar o valor que cada unidade federada recebe em relação ao montante das suas exportações.
REPASSE AOS MUNICÍPIOS:
	Através do princípio constitucional que preza pela redução das desigualdades regionais e sociais do país, dispõe o §3º que do valor que cada Estado receber a título de compensação do IPI, deverá repassar 25% aos seus respectivos Municípios. 
	§3º: os Estados entregarão aos respectivos Municípios 25% dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, incisos I e II, da CF. 
	
CRÍTICA EXISTENTE SOBRE O FUNDO COMPENSATÓRIO DE EXPORTAÇÕES:
	O fundo não consegue repor as perdas que os Estados têm com a imunidade de ICMS na exportação de produtos industrializados (IPI).
QUESTÕES:
8) Por força de dispositivo constitucional, a União repassa, a cada mês, para estados e municípios uma parcela da arrecadação de alguns tributos. Toda a arrecadação de outros tributos, entretanto, permanece com a União, a exemplo do imposto sobre:
A) produtos industrializados (IPI); – repartido por meio dos Fundos
B) operações de crédito, câmbio e seguro (IOF); – repartido entre Estados (30%) e Municípios (70%)
C) a propriedade territorial rural (ITR); – repartido entre União (50%) e Municípios (50%) em que os imóveis rurais estejam localizados
D) a importação (II); (CORRETA)
E) a renda e proventos de qualquer natureza (IR). – repartido entre os Estados e Municípios por meio dos Fundos Compensatórios
9) Acerca da disciplina constitucional da repartição das receitas tributárias, assinale a opção correta.
A) Ao DF cabe metade da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício de sua competência residual e extraordinária.
B) Cabe aos municípios, em qualquer hipótese, a integralidade do imposto sobre a propriedade territorial rural.
C) Aos municípios pertence a integralidade do produto da arrecadação do imposto de renda incidente na fonte sobre os rendimentos pagos, a qualquer título, por eles.
D) A União deve repassar aos estados 25% do produto da arrecadação do IPI.
10) O imposto cujo produto da arrecadação não pertence apenas ao ente que o tenha instituidor é o imposto sobre
A) transmissão causa mortis e doações.
B) Importação.
C) propriedade de veículos automotores.
D) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI).
E) grandes fortunas.
11) O federalismo fiscal trata de repartição da carga tributária entre os três níveis de governo de um estado federação: União, Estados e Municípios. No Brasil, o Imposto
a) Territorial Rural (ITR) é de competência exclusiva da União, que não reparte sua arrecadação com nenhum outro ente da federação.
b) sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é de competência estadual, mas sua alíquota é determinada pelo Senado Federal e é uniforme em todo o país.
c) de Renda das Pessoas Físicas e Jurídicas (IR) é de competência exclusiva da União, que reparte sua arrecadação apenas com os Estados, aos quais cabem 50% do total arrecadado.
d) sobre Produtos Industrializados (IPI) e de competência da União, que reparte sua arrecadação apenas com os municípios, aos quais cabem 25% do total arrecadado.
e) sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal, que repassam 25% de sua arrecadação aos municípios situados em sua jurisdição.
12) Sobre a repartição das receitas tributarias, é correto afirmar que
a) os Estados e o Distrito Federal recebem 29% do que a União arrecada com a Contribuição de Intervenção Econômica sobre Combustíveis (CIDE-Combustíveis).
b) os Municípios recebem 30% das receitas arrecadadas pelo Estado ao qual pertencem seus territórios
c) o Fundo de Participação dos Estados é constituído com recursos arrecadados através do Imposto sobre a Renda e do Imposto de Importação, tributos de competência da União
d) a União entregará aos municípios 50% da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios.
e) o Fundo de Participação dos Municípios recebe da União 25% da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
21.05.2020
EMPRÉSTIMO PÚBLICO
	Também conhecido como crédito público ou dívida pública.
	A operação de empréstimo é a operação em que se toma o dinheiro emprestado. Portanto, se um determinado ente público (seja ele União, Estado ou Município) tiver crédito (ou seja, confiança dos credores), ele poderá pegar um empréstimo, ficando, assim, com uma dívida para pagar.
CONCEITO DE EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS: 
	Empréstimo público é o contrato de Direito Administrativo pelo qual o ente público se obriga a pagar na forma estipulada pelos valores tomados e emprestados.
	Para tomar dinheiro emprestado, é necessário dispor de crédito, ou seja, confiança dos credores de que o Estado será solvente para pagar. Portanto, o crédito está fundado na crença que o prestamista (aquele que empresta dinheiro) tem de receber de volta os valores que emprestou, com a vantagem de juros (remuneração do capital).
ASPECTOS DOS EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS:
	Quando o ente público pega dinheiro emprestado, terá disponibilidade para gastar no lado da receita, isto é, ele terá crédito. Entretanto, o lado da despesa será imediatamente anotado no lado da dívida (quando pega o dinheiro: crédito; quando vai pagar: dívida pública). 
CRÉDITO PÚBLICO x CRÉDITO TRIBUTÁRIO
a) crédito público: refere-se aos valores que o ente público pega emprestado (“créditos por antecipação de receita”; “realização da operação de crédito”).
b) crédito tributário: decorre da obrigação tributária, isto é, a obrigação tornada líquida, certa e exigível por meio do lançamento.
DÍVIDA PÚBLICA x DÍVIDA ATIVA
	Se o crédito tributário não for pago no prazo, os débitos serão inscritos na dívida ativa.
a) dívida pública: dívida decorrente dos empréstimos públicos que os entes públicos contraem.
b) dívida ativa: diz respeito ao montante dos créditos tributários não pagos, ou seja, aqueles que os contribuintes não efetuaram o pagamento e foram inscritos na dívida ativa, caso em que poderão ser objeto de execução fiscal.
NATUREZA DOS EMPRÉSTICOS PÚBLICOS:
	Natureza contratual (contrato público),possuindo, como características, a bilateralidade, a onerosidade, a comutatividade e a formalidade.
a) contrato bilateral: envolve duas partes (credor e devedor);
b) contrato oneroso: acarreta o pagamento de juros, isto é, não é gratuito;
c) contrato comutativo: impõe obrigações recíprocas;
d) contrato formal: exige um instrumento formal para sua materialização (escrito)
	Além disso, o empréstimo público depende de autorização legislativa. Nesse sentido, dispõe o art. 52, da CF, que compete ao Senado Federal a competência para dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, Estado e DF e Municípios.
	Os empréstimos se referem a empréstimos voluntários.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO x EMPRÉSTIMO PÚBLICO 
a) empréstimo compulsório: tributo previsto no art. 148, CF.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
b) empréstimo público: são os empréstimos voluntários.
	A lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 29, §1º, equipara o empréstimo público à confissão de dívida.
CLASSIFICAÇÃO DAS DÍVIDAS PÚBLICAS:
I) Quanto ao local do pagamento:
I.I Dívida Interna: dívida contraída em moeda nacional
I.II Dívida externa: dívida contraída em moeda estrangeira
II) Quanto ao prazo de duração: 
II.I Dívida flutuante: de curto prazo, ou seja, inferior a 1 exercício (ex.: créditos por antecipação de receita que podem ser contraídos a partir do dia 10 de janeiro e devem ser pagos até 10 de dezembro de cada exercício)
	A dívida flutuante, segundo o art. 92, da Lei Geral de Orçamentos, compreende:
1) os restos a pagar (excluídos os serviços da dívida);
2) os serviços da dívida a pagar;
3) os depósitos;
4) os débitos de tesouraria.
	A dívida flutuante possui como finalidade suprir as necessidades momentâneas de caixa e deve ser resgatada a curto prazo, ou seja, dentro do exercício.
II.II Dívida consolidada ou fundada: de acordo com o art. 29, da LRF, é aquela de longo prazo, isto é, com prazo de vencimento superior a 12 meses.
	Possui como finalidade os investimentos, ou seja, para a construção de estradas, pontes, hospitais, infraestrutura no geral, aumentando a capacidade produtiva do PIB (são as chamadas “despesas de capital”).
	A dívida consolidada ou fundada corresponde às emissões de títulos no mercado, que são os Títulos do Tesouro Nacional (Letras do Tesouro Nacional, Notas do Tesouro Nacional, Tesouro Direto – tomada de empréstimo diretamente com o investidor/pessoa física).
RESULTADO PRIMÁRIO: 
	É a diferença entre as receitas e despesas do governo em um dado exercício, excluindo-se dessa conta as receitas e despesas com juros.
	Caso a diferença seja positiva, tem-se o chamado “superávit primário”; já no caso de diferença negativa, tem-se o “déficit primário”.
REGRA DE OURO:
	É a vedação de que os ingressos financeiros oriundos do endividamento (operações de crédito) sejam superiores às despesas de capital (aquelas que englobam investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida).
	A regra de ouro veda, em tese, o aumento da dívida.
CONSEQUÊNCIAS DOS EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS:
1) a dívida em si;
2) solidariedade intergeracional: quando um país toma dinheiro emprestado, seja no mercado interno ou externo, ele está protelando o pagamento e sobrecarregando as próximas gerações que deverão pagar por benefícios que foram usufruídos pela geração atual.
28.05.2020
ORÇAMENTO PÚBLICO
	
CONCEITO:
	Orçamento público é visto como uma peça dinâmica, que permite, além da estimativa das receitas e da fixação dos gastos públicos, o controle do desempenho das ações públicas e das ações políticas que dizem respeito à execução do orçamento.
	Envolve não apenas a previsão das receitas e a fixação de um limite para a despesa pública, como também se transformou em um instrumento de controle das ações dos governos federal, estadual, distrital e municipal. 
NATUREZA JURÍDICA:	
	Considera-se que o orçamento público é um ato administrativo de efeitos concretos que se reveste sobre a forma de lei, ou seja, as leis orçamentárias. Portanto, o orçamento público é considerado lei em sentido formal.
CICLO ORÇAMENTÁRIO:
	Corresponde aos atos de elaboração, aprovação, execução e controle do orçamento.
	O ciclo orçamentário engloba um período que corresponde ao exercício financeiro.
	As propostas ou projetos de leis de orçamento são de iniciativa privativa do chefe do executivo (Poder Executivo); já a apreciação e a aprovação, são exclusivas do Poder Legislativo, não podendo ter objetivo de delegação.
	
	O art. 165, da CF, em seu §5º, dispõe que existem 3 partes no orçamento da União: 
	- orçamento fiscal;
	- orçamento de investimento das empresas estatais; e
	- orçamento da seguridade social.
	Art. 165, CF: Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
	§5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
O referido artigo prevê, ainda, a possibilidade de serem criadas leis para a abertura de créditos adicionais, a saber:
a) Plano Plurianual (PPA);
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO);
c) Lei Orçamentária Anual (LOA).
	Essas 3 leis são de criação obrigatória. Já os créditos adicionais podem ser abertos de forma facultativa.
ELABORAÇÃO DA PROPOSTA LEGISLATIVA:
	A proposta ou projeto de orçamento é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo: Presidente da República (para União), Governador (para os estados), Prefeito (para os municípios).
	
a) PLANO PLURIANUAL – PPA (art. 165, I, CF)
	O Plano Plurianual permite um planejamento das ações e dos gastos públicos. Trata-se de uma peça dinâmica, um planejamento de médio prazo. 
	Permite, ainda, que haja um encadeamento entre os governos/mandatos dos chefes do executivo.
	Em seu §1º, diz que o plano plurianual tem como função fixar as Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) para as despesas de capital e programas de duração continuada 
- diretrizes: orientações gerais para a execução das ações a cargo do governo.
- objetivos: o que se pretende alcançar em médio prazo (ex.: reduzir o analfabetismo, aumentar o saneamento).
- metas: quantificação dos objetivos (ex.: construir 500 escolas).
	 O Plano Plurianual condiciona todos os planos e programas de governo, inclusive aqueles de duração maior que 4 anos.
	Quanto à iniciativa para a apresentação do Projeto de Plano Plurianual: privativa do chefe do executivo.
	Quanto à vigência do Plano: 4 anos. Sua vigência começa no 2º ano do mandato do chefe do executivo, terminando ao final do 1º ano do mandato subsequente (art. 35, ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). 
	Quanto ao prazo para a propositura do PPA: até dia 31 de agosto do 1º ano do mandato do chefe do executivo (federal, estadual ou municipal). Ou seja, o prazo é até 4 meses antes do encerramento do exercício no 1º ano do mandato. E o Projeto tem que ser devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa daquele 1º ano do mandato (22 de dezembro).
b) LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO (art. 165, II, CF)
	A referida lei traz as metas e as prioridades da administração para o próximo exercício, possuindo validade, portanto, de 1 ano. 
	FUNÇÕES DA LDO: trazer as metas e prioridades da administração para as despesas de capital (relativas aos investimentos, inversões financeiras, transferênciasde capital – isto é, para obras, aquisição de imóveis, amortização da dívida, não para custeio). 
Além disso, a LDO orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).
	Também devem estar previstas na LDO eventuais alterações na legislação tributária (ex.: se o governo pretende, no exercício seguinte, extinguir ou criar um tributo, exige-se que essa alteração na legislação tributária esteja prevista na LDO).
	A LDO, ainda, fixará a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, que são os incentivos, os subsídios, os repasses que o governo faz por meio das suas instituições de fomento, como o BNDES e Caixa Econômica Federal.
	Portanto, a LDO tem como função trazer uma harmonia entre o PPA (que traz previsões de médio prazo para 4 anos) e a LOA (que vale por 1 ano). Trata-se de uma inovação legislativa trazida pela CF/88.
	Quanto à vigência da LDO: 1 ano, e orienta a elaboração da LOA.
	Quanto ao prazo para que o Poder Executivo encaminhe para o Poder Legislativo o Projeto de LDO: até dia 15 de abril, isto é, 8 meses e meio antes do encerramento de cada exercício financeiro (art. 35, §2º, ADCT). E o projeto de LDO devolvido para a sanção até dia 17 de julho.
RELAÇÃO ENTRE A LDO (LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS) E A LRF (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL):
	A LRF esclareceu as funções da LDO, dentre elas, previstas no art. 4º, da LRF: 
a) equilíbrio entre as receitas e as despesas;
b) critérios e formas de limitação de empenho;
c) normas relativas ao controle de custos e sobre a avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
d) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
	
	A LDO irá conter um Anexo de Metas Fiscais e Anexo de Riscos Fiscais.
- Anexo de Metas Fiscais: traz diversos dispositivos para garantir o equilíbrio das contas.
	Integra a LDO e deverá conter as metas anuais para o exercício que se iniciará e também para os 2 exercícios seguintes.
	Trará, ainda, uma avaliação da situação financeira e atuarial:
- do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) e dos RPPS (Regime Próprio dos Servidores Públicos);
- do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador);
- dos demais fundos públicos.
	Conterá, ainda, um demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita.
- Anexo de Riscos Fiscais: prevê outros riscos que possam surgir no decorrer da execução do orçamento. 
c) LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA (art. 165, §5º, CF)
	Na União, a LOA é composta de 3 suborçamentos: 
I – orçamento fiscal (prevê todos os gastos do governo);
II – orçamento de investimento das empresas estatais (aquelas que o governo detêm a maioria do capital social com direito a voto);
III – orçamento da seguridade social.
	A LRF, em seu art. 5º, prevê que o Projeto de LOA deverá ser compatível com o PPA (Plano Plurianual), com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal):
I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas fixados no Anexo de Metas Fiscais;
II – será acompanhado de um demonstrativo regionalizado (um para cada região) do efeito sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como deverá prever medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
III – conterá reserva de contingência, isto é, para eventualidades e situações imprevistas (é uma dotação global, configurando-se uma exceção ao princípio da especificidade, contido no §4º, do referido art. 5º, da LRF).
§4º - É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
01.06.2020
FUNÇÕES DO ORÇAMENTO
	Trata-se da opção de política fiscal a serem adotadas pelos governos.
a) Função estabilizadora: permite a manutenção da estabilidade econômica por meio de ações relativas, por exemplo, ao controle da inflação, ao controle do câmbio, ações que garantam o desenvolvimento econômico do país, o crescimento do PIB, bem como o combate ao desemprego (ex.: Plano Real).
b) Função distributiva: diz respeito à distribuição das riquezas e à efetivação da justiça social, prevista no art. 3º, da CF (usar o tributo como forma de justiça social aos mais necessitados). Ex.: Bolsa Família.
c) Função alocativa: prevê a alocação de recursos em situações nas quais o mercado não pode ou não tem interesse em investir. São situações como, por exemplo, uma licitação deserta em que os particulares não têm interesse em investir em determinado ramo, como na administração de aeroportos e na construção de usinas hidrelétricas etc; nesses casos, o governo pode mobilizar recursos, inclusive criando empresas estatais com finalidades específicas.
	O governo mobilizará recursos e aplicará a setores chaves da economia em que a iniciativa privada não tiver interesse (ex.: transposição do Rio São Francisco, construção da Usina Itaipu etc).
PROCESSO LEGISLTATIVO DE ELABORAÇÃO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS
I) INICIATIVA DOS PROJETOS DE LEIS ORÇAMENTÁRIAS:	
	A iniciativa é do chefe do executivo.
	Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da República:
	XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição (LOA e créditos adicionais).
	- Se o Presidente não enviar a proposta, qual seria a solução jurídica?
	No caso de omissão do chefe do executivo, é previsto o crime de responsabilidade. O Presidente e os Governadores se sujeitam à Lei nº 1.079/50, enquanto os Prefeitos estão submetidos ao Decreto-lei 201/67.
	- A quem cabe apreciar a proposta orçamentária?
	Cabe ao Poder Legislativo (ao Congresso Nacional, em âmbito federal; à Assembleia Legislativa, no âmbito estadual; à Câmara Distrital, no caso do DF; e à Câmara de Vereadores, no âmbito municipal).
	Tais entes estão sujeitos:
a) limitação temporal:
	Tanto a iniciativa executiva, isto é, a apresentação dos projetos, quanto a votação, possuem prazos próprios, ou seja, estão submetidos à limitação temporal. Estes prazos estão estabelecidos até que a lei venha regular a matéria no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), do art. 35, §2º.
b) restrições às emendas:
	Os projetos de leis orçamentárias também estão sujeitos à restrição, principalmente quanto à matéria. Ex.: §8º, do art. 165, CF, fixa o princípio da exclusividade, que diz que os projetos de leis orçamentárias não poderão conter matéria estranha à previsão da receita e à fixação da despesa.
c) restrições à rejeição:
	Os projetos de leis orçamentárias podem ser rejeitados.
d) apreciação conjunta (Câmara e Senado):
	A apreciação dos projetos de leis orçamentárias é conjunta, feita pela Câmara e pelo Senado. Cabe à comissão mista permanente (comissão formada por deputados e senadores) analisar preliminarmente os projetos de leis orçamentárias.
	- Quanto aos créditos adicionais: 
	Os créditos adicionais possuem uma tramitação diferente em relação aos créditos especiais, aos suplementares e aos extraordinários.
	Após a EC 32/2001, é vedada a edição de MP para tratar de matéria de direito financeiro. Ou seja, não é possível uma MP trazer alterações ou disposições sobre PPA, LDO e LOA, bem como créditos especiais e suplementares.
EXCEÇÃO: quanto aos créditos extraordinários, que são aqueles direcionados para suprir as necessidades financeiras dos governos nos casos de calamidade pública.(pode por MP)
	No caso de calamidade pública, não há tempo hábil para aguardar a tramitação normal dos projetos de leis orçamentárias. Por isso, admite-se, no caso de calamidade pública, a abertura de créditos extraordinários por meio de MP (no âmbito federal); no âmbito dos Estados, se cada Constituição Estadual trouxer a previsão de MP para o Governador, a abertura dos créditos extraordinários será por MP do Governador, caso contrário, essa abertura se dará por decreto. Nos Municípios,os créditos extraordinários são abertos por meio dos chefes do executivo (Prefeito).
	No âmbito dos Poderes Legislativos, existe uma comissão permanente para analisar os projetos de leis orçamentárias. 
	Na União Federal, como existem 2 casas (Senado Federal e Câmara dos Deputados), a comissão permanente é formada por membros das 2 casas e, por isso, chama-se Comissão Mista Permanente.
	Primeiramente, o projeto de lei orçamentária passa pela Comissão Mista Permanente (se for da União), depois segue para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, finalmente, vai para o Plenário de cada casa. A apreciação é conjunta das duas casas, mas a contagem dos votos é feita separadamente.
	
POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA):
1ª) Possibilidade de edição de créditos adicionais:
	Para editar créditos adicionais, é necessário que se demonstre que eles são compatíveis com o PPA e com a LDO, bem como é necessário indicar os recursos que serão usados nesses créditos adicionais, admitida apenas a anulação de despesas, isto é, ao invés de construir um estádio de futebol, o Prefeito anula aquela despesa e decide construir um Pronto Socorro (por meio de crédito especial).
2ª) Possibilidade de emenda de correção e 3ª) emenda de redação:
	Ambas sem alteração de conteúdo.
	- O que ocorre se o chefe do executivo não encaminha o projeto de lei orçamentária anual?
	Diz o art. 32, da Lei nº 4.320/64, que se o chefe do executivo não encaminhar o projeto de lei orçamentária anual, irá valer, para o exercício seguinte, o orçamento vigente, isto é, o orçamento que já tinha sido aprovado no exercício anterior.
	
	- É possível que o Poder Legislativo rejeite os projetos de leis orçamentárias enviados pelo chefe do executivo?
	Art. 35, §2º, ADCT:
	I – o projeto do PPA será devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (22 de dezembro);
II – o projeto de LDO será devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (17 de julho).
Ou seja, a própria CF não prevê a possibilidade de rejeição, apenas diz que o projeto de PPA e LDO será devolvido. Inclusive, há uma sanção para o caso de o projeto não ser devolvido no prazo:
Art. 57, §2º, CF: A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (com isso, não haverá o recesso de julho).
Entretanto, ao projeto de LOA, a CF prevê que pode haver rejeição total ou parcial.
Art. 166, §8º, CF: Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.	
	Portanto, se houver veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária, impedindo, a execução de uma obra ou de um programa, o Poder Legislativo por rejeitar, por exemplo, a parte do projeto que trata da previsão de construção de um estádio de futebol. Os recursos que ficarem disponíveis, poderão ser utilizados para outras finalidades; para isso, é necessário, que o chefe do executivo encaminhe projetos de créditos adicionais, sejam eles especiais ou suplementares (é necessário que haja prévia autorização legislativa para gastar esse dinheiro). 
	
	- O que ocorre quando o Poder Legislativo não devolve o projeto de lei orçamentária para sanção? 
	Não existe previsão na CF, tampouco na Lei Geral de Orçamento. A solução, no entanto, tem sido encontrada na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que tem sido editada com a previsão de que não havendo sanção do projeto de lei orçamentária, poderá ser gasto 1/12 do que estava previsto no projeto. Dessa forma, se não houver a votação e a devolução até o final do exercício, ter-se-á uma aprovação tácita do projeto de lei orçamentária. 
POSSIBILIDADE DE CONTROLE CONCENTRADO DA CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS:
	Até 2003, o STF tinha jurisprudência no sentido de que não cabia o controle concentrado de constitucionalidade da LOA.
	Mais recentemente, o STF, nas ADIs 4.048 e 4.049 firmou jurisprudência em sentido diverso daquele que outrora entendia. Dessa forma, a partir de então, é pacífico que o STF realize o controle abstrato de constitucionalidade das leis orçamentárias. 
CRÉDITOS ADICIONAIS (art. 165, CF):
	PPA – Plano Plurianual;
	LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias;
	LOA – Lei Orçamentária Anual (OF, OI, SS);
	Leis – créditos adicionais (são de 3 tipos).
	
	Art. 41, Lei nº 4.320/64: Os créditos adicionais classificam-se em:
I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
Ex.: ponte sobre o rio que está quase concluída, mas faltou verba para sua finalização. Nesse caso, é possível a suplementação, ou seja, um crédito adicional que possibilitará a conclusão daquela obra.
II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
Ex.: qualquer obra/projeto/ação que não foram previstos no orçamento pois ficaram de fora de uma decisão política.
III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
Dos 3 tipos de créditos adicionais, somente os créditos extraordinários podem ser abertos por MP (no âmbito federal) ou decreto (nos âmbitos estaduais e municipais).
Já os créditos suplementares e especiais dependem de prévia autorização legislativa.
QUESTÕES:
01) Considerando as regras constitucionais de direito financeiro, julgue o item a seguir.
O crédito especial cujo ato de autorização seja promulgado nos últimos quatro meses do exercício financeiro pode ser reaberto e incorporado ao orçamento do ano seguinte, desde que respeitado o limite do seu saldo (CORRETO).
JUSTIFICATIVA: art. 167, §2º, CF:
	Art. 167, CF: São vedados:
	§2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
02) O prefeito de um município comunicou ao gestor orçamentário a necessidade de verbas adicionais, não previstas na lei orçamentária, para atender centenas de desabrigados em decorrência de tempestades e alagamentos que haviam atingido o município.
Nesse caso, o gestor deve solicitar
A) créditos adicionais suplementares.
B) créditos adicionais especiais.
C) créditos adicionais extraordinários.
D) operações de crédito por antecipação de receita.
E) alienação de bens da prefeitura.
03) Considere que no decorrer do exercício houve a necessidade da realização de despesas por determinado município para as quais a lei orçamentária não contava com crédito específico.
Nessa situação, para que as despesas possam ser realizadas, deverá ser aberto crédito
A) suplementar, desde que autorizado na lei orçamentária.
B) especial, desde que possua prévia autorização legislativa.
C) extraordinário, independentemente de autorização legislativa.
D) complementar, desde que autorizado na lei orçamentária.
04) De acordo com a Lei n° 4.320/64, são créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais classificam-se em suplementares, especiais e extraordinários. Os créditos especiais são aqueles destinados a
A) reforço de dotação orçamentária (suplementares).
B) despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica (especiais).
C) despesas urgentes e imprevistas (extraordinários).
D) caso de guerra ou calamidade pública (extraordinários).

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