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Roteiro - Direito Industrial

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Aula 03 
Direito de Propriedade Intelectual 
Direito Industrial 
CF: Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Lei 9.279/96 (LPI – Lei da propriedade industrial)
Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante:
 I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;
 II - concessão de registro de desenho industrial;
 III - concessão de registro de marca;
 IV - repressão às falsas indicações geográficas; e
 V - repressão à concorrência desleal.
Ramo que cuida das marcas. Importante para o mercado. 
Estabelecimento comercial: todo o complexo organizado de bens que o empresário utiliza no exercício de sua atividade, compreende bens materiais e imateriais, incorpóreos. 
Marca e desenho industrial: são protegidos pelo registro.
Invenções e modelos de utilidades: são patenteados. 
O direito de propriedade industrial compreende, pois, o conjunto de regras e princípios que conferem tutela jurídica específica aos elementos imateriais do estabelecimento empresarial, (i) protegendo as marcas e desenhos industriais registrados e as invenções e modelos de utilidade patenteados, bem como (ii) reprimindo as falsas indicações geográficas e a concorrência desleal.
Em suma: a LPI disciplina a concessão de 04 direitos industriais distintos (patente de invenção, patente de modelo de utilidade, registro de desenho industrial e registro de marca) e a repressão de 02 tipos de conduta empresarial (falsa indicação geográfica e concorrência desleal). 
Os direitos industriais são considerados como bens móveis para fins legais (art. 5º LPI), por isso podem ser negociados pelos seus respectivos titulares. 
Indicações de procedência: nome de lugar, pais, região, que tenha se tornado famoso, ganho notoriedade por ser centro produtor de determinado bem. 
Denominação de origem: também é o nome de um lugar, cujas características do produto se devam essencialmente, exclusivamente ao meio geográfico. Torna o lugar propicio para a produção de determinado bem. Utilizado no mercado de bebidas. 
Lei 9.279/96: lei de propriedade industrial protege os direitos de propriedade industrial, reprime as falsas denominações de origem e a concorrência desleal. 
Direito de propriedade intelectual, gênero que tem como espécie o direito autoral. 
O direito industrial e o direito autoral possuem diferenças importantes: 
(i) a proteção dos direitos industriais depende da concessão do registro ou da patente, conforme o caso (art. 2º da Lei 9.279/1996), ao passo que a proteção dos direitos autorais independe de registro (art. 18 da Lei 9.610/1998); 
Direito industrial pra ser protegido depende de registro ou patente. A proteção dos direitos autorais independe de registro. Ex.: escreveu uma musica, mesmo que não tenha registrado, se comprovar que escreveu primeiro ela será protegida. 
(ii) existe um órgão estatal específico para concessão de registros e patentes relativos aos direitos industriais (Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI; art. 2º da Lei 5.648/1970), enquanto os direitos autorais são registrados, facultativamente e conforme a sua natureza, em órgãos variados que não foram criados especificamente para isso (Biblioteca Nacional, Escola de Música, Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Cinema e Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA; art. 17 da Lei 5.988/1973); e 
(iii) os prazos de vigência dos direitos industriais (arts. 40, 108 e 133 da Lei 9.279/1996) são distintos dos prazos de vigência dos direitos autorais (art. 41 da Lei 9.610/1998).
Marca: 10 anos, que pode ser prorrogado por períodos iguais e sucessivos. 
Patente de modelo de utilidade: 15 anos, sem prorrogação. 
Patente de invenção: 20 anos, sem prorrogação. 
Direitos autorais: 70 anos contados a partir de 1º de janeiro do ano seguinte de morte do autor. 
Além de serem bens imateriais, isto é, não corpóreos, os direitos de propriedade industrial também são considerados bens móveis pela LPI, podendo, portanto, ser objeto de negociação. É por isso que é possível a licença de exploração de uma patente de invenção ou a cessão de um registro de marca, por exemplo. Art. 5º da Lei 9.279/96. 
Marca pode ser cedida: contrato de franquia. 
Licença de patente: tanto voluntária quanto compulsória. 
PATENTE
Em princípio, o pedido de proteção será feito junto ao INPI pelo próprio autor da invenção ou do modelo de utilidade, mas também pode ser realizado, segundo o art. 6º, § 2º, “pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade”. Lei 9.279/96. 
Inventos que são desenvolvidos por funcionários? Normalmente são patenteados por grandes empresas. 
Se o invento foi realizado em conjunto por duas ou mais pessoas, o pedido de proteção poderá ser feito por todos os inventores, ou por qualquer deles, isoladamente, desde que, neste caso, sejam nomeados e qualificados os demais, para a ressalva dos respectivos direitos (art. 6º, § 3º). Trata-se do que a doutrina chama de patente coletiva ou comum.
De início, estabeleceu a lei, em seu art. 88, que “a invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado”. Nesse caso, “salvo expressa disposição contratual em contrário, a retribuição pelo trabalho a que se refere este artigo limita-se ao salário ajustado” (§ 1.º). E mais: “salvo prova em contrário, consideram-se desenvolvidos na vigência do contrato a invenção ou o modelo de utilidade, cuja patente seja requerida pelo empregado até 1 (um) ano após a extinção do vínculo empregatício” (§ 2.º).
O art. 89, por sua vez, dispõe que “o empregador, titular da patente, poderá conceder ao empregado, autor de invento ou aperfeiçoamento, participação nos ganhos econômicos resultantes da exploração da patente, mediante negociação com o interessado ou conforme disposto em norma da empresa”. Essa participação, todavia, “não se incorpora, a qualquer título, ao salário do empregado” (parágrafo único).
Há ainda o caso em que o invento pertence exclusivamente ao empregado, disciplinado no art. 90 da LPI: “pertencerá exclusivamente ao empregado a invenção ou o modelo de utilidade por ele desenvolvido, desde que desvinculado do contrato de trabalho e não decorrente da utilização de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador”.
Por fim, há a hipótese em que a propriedade do invento é comum. Isso se dará quando o invento “resultar da contribuição pessoal do empregado e de recursos, dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, ressalvada expressa disposição contratual em contrário” (art. 91).
Por fim, os artigos 92 e 93 da LPI determinam que as regras acima analisadas se aplicam também: (i) a estagiários; (ii) a trabalhadores autônomos; (iii) a empresas terceirizadas; (iv) a servidores da Administração Pública.
Art. 7º Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, o direito de obter patente será assegurado àquele que provar o depósito mais antigo, independentemente das datas de invenção ou criação.
* Sistema first-to-file x Sistema first-to-invent
No Brasil: first to file, quem provar o deposito mais antigo, e não a data da invenção ou criação. 
EUA: era first-to-invent. Era extremamente difícil. 
Para patentear um determinado invento, oseu autor terá que demonstrar o preenchimento de três requisitos: a novidade, a atividade inventiva e a aplicação industrial.
O modelo de utilidade é o que a doutrina chama de mini-invenção, isto é, trata-se de um aprimoramento de algo já existente. Assim, o modelo de utilidade, para ser patenteado, precisa preencher alguns requisitos a mais: tem que ser um “objeto de uso prático”, e não meramente artístico ou ornamental; tem que “apresentar nova forma ou disposição”, diferenciando-se, assim, do que já existe no mercado; e precisa, necessariamente, produzir uma “melhoria funcional no uso ou na fabricação” da coisa.
Requisitos de patenteabilidade:
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.
Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
* Diferença entre modelo de utilidade (melhora na utilidade do bem) e desenho industrial (futilidade, não tem preocupação com a melhora do bem, simplesmente dá nova configuração visual). 
LPI: Art. 229-C. A concessão de patentes para produtos e processos farmacêuticos dependerá da prévia anuência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. 
Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são consideradas novos quando não compreendidos no estado da técnica.    
Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica.
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria.
Aplicação industrial ou industriabilidade: tem que ser possível ser colocado em pratica. 
Estado da técnica (art. 11, § 1º): “é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior, ressalvado o disposto nos arts. 12, 16 e 17”.
Estado da técnica: tudo o que se conhece sobre aquilo, algo só é novo se não está compreendido no estado da técnica. 
A doutrina especializada destaca que é preciso a configuração de três requisitos para que algo seja considerado como “tornado acessível ao público”: certeza, quanto à existência e à data; suficiência, de modo que um técnico no assunto seja capaz de compreender devidamente o conteúdo da matéria exposta; e publicidade, disponível ou suscetível de ser conhecida por terceiros (público) (DOMINGUES, Douglas Gabriel. Comentários à Lei de Propriedade Industrial. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 43).
Suficiência: engenharia reversa. Um técnico no assunto, por engenharia reversa, consegue ver como foi feito, como funciona, etc...
Art. 12. Não será considerada como estado da técnica a divulgação de invenção ou modelo de utilidade, quando ocorrida durante os 12 (doze) meses que precederem a data de depósito ou a da prioridade do pedido de patente, se promovida:
I - pelo inventor;
II - pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, através de publicação oficial do pedido de patente depositado sem o consentimento do inventor, baseado em informações deste obtidas ou em decorrência de atos por ele realizados; ou
III - por terceiros, com base em informações obtidas direta ou indiretamente do inventor ou em decorrência de atos por este realizados.
Não se considera estado da técnica divulgação feita pelo próprio inventor. 
Período de graça: segundo Denis Borges Barbosa, a regra do art. 12 da LPI serve para proteger o inventor hipossuficiente, isto é, “o inventor individual ou a pequena empresa que, historicamente, tendem a perder o direito de pedir patente por divulgarem o invento antes do depósito”. Assim, prossegue o autor, “nenhuma contemplação poderá haver no caso de invento de titularidade uma grande ou média empresa que descura de pretender proteção a seus inventos; dormientibus non soccurit jus. Para estes, há que se aplicar o período de graça com o máximo de restrição” (BARBOSA, Denis Borges. Uma introdução à propriedade intelectual. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003, p. 330).
Atividade inventiva: o inventor deverá demonstrar que chegou àquele resultado novo em decorrência específica de um ato de criação seu. Serve esse requisito, enfim, para distinguir a invenção de uma mera descoberta, de modo que o direito de propriedade protege o inventor, mas não o mero descobridor. Este, por exemplo, descobre uma jazida de metal precioso; aquele, por sua vez, cria um mecanismo para aproveitamento desse metal. Conforme argumentam os defensores dos privilégios intelectuais, uma coisa é descobrir a eletricidade; outra coisa, bem distinta, é inventar a lâmpada.
Aplicação industrial: “Na verdade, o que pretende a lei, ao eleger a industriabilidade como condição de patenteabilidade, é afastar a concessão de patentes a invenções que ainda não podem ser fabricadas, em razão do estágio evolutivo do estado da técnica, ou que são desprovidas de qualquer utilidade para o homem. Duas, portanto, são as invenções que não atendem ao requisito da industriabilidade: as muito avançadas e as inúteis” (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. v. I, 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 154).
Questões relevantes sobre patentes:
- Art. 10 (não é considerado invenção nem modelo de utilidade) x Art. 18 (é invenção ou modelo de utilidade, mas possui algum impedimento para ser patenteado. 
“Não se considera invenção nem modelo de utilidade...
 Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
 I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
 II - concepções puramente abstratas;
 III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
 IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;
 V - programas de computador em si;
 VI - apresentação de informações;
 VII - regras de jogo;
 VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e
 IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.
Art. 18. Não são patenteáveis:
 I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
 II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
 III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
 Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
Patentes de segundo uso médico
O segundo uso se refere à reivindicação de patente que é feita para um composto ou substância já conhecida, muitas vezes inclusive em domínio público, mas para um novo uso terapêutico, cujo efeito era antes ignorado.
Devido à dificuldade de se caracterizar a novidade e a atividade inventivade um invento de segundo uso e à proibição de patentes para métodos de tratamento, esses pedidos de patente historicamente eram rejeitados na Europa. No entanto, o cenário mudou a partir do caso Pharmuka, julgado pelo Escritório de Patentes Europeu, que, fazendo menção à decisão do Escritório de Patentes da Suíça, concluiu que a questão se resolvia na forma da reivindicação: ao invés de “uso do composto X (já conhecido) para tratar Y”, deve-se formular “uso do composto X para se obter um medicamento destinado a um tratamento Y”. Esse tipo de reivindicação ficou conhecido como “fórmula suíça”.
Dado que a LPI não exclui expressamente a patente de segundo uso médico, o INPI admite a patenteabilidade do novo uso pela fórmula suíça. Não obstante, a ANVISA tem se posicionado de forma contrária a esses pedidos, por entender que elas são lesivas à saúde pública e ao desenvolvimento tecnológico e científico do país.
Em principio é possível uma patente de segundo uso médico. Se resolve por meio da chamada “formula suíça”. Se resolve na forma da reivindicação. Mas é difícil demonstrar a novidade. 
- Prazo de vigência (art. 40)
A patente é um privilégio concedido ao inventor que não dura para sempre. A proteção conferida é temporária, e os prazos previstos em nossa atual legislação seguem as disposições do Acordo TRIPS. Segundo o art. 40 da LPI, “a patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo de 15 (quinze) anos contados da data de depósito”.
O prazo é contado da data do deposito e não da concessão. Prazo de vigência de patente é IMPRORROGAVEL. Terminou cai em domínio público. O máximo que pode acontecer é o paragrafo único do art. 40: 
Pode ocorrer, todavia, de o procedimento junto ao INPI demorar bastante para se encerrar. Foi por isso que a LPI estabeleceu, no parágrafo único do art. 40, que “o prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior”.
Pode ser que o procedimento de concessão da patente demore. Pode acontecer de quando se conceder a patente falte 06 anos para acabar. Mas no caso de invenção não pode ser inferior a 10 anos contados da concessão, vai calcular com base nos dois, vai valer o prazo mais longo. 
Só aplica a regra do paragrafo único se ela tornar o prazo maior. 
Existe ADIN contra essa regra que ainda não foi julgada pelo STF. 
- Inventos realizados por empregados (arts. 88 a 91)
- Licença compulsória de patente (arts. 68 e 71) – “quebra de patente”. 
A patente dá a propriedade sobre o invento, o inventor pode explorar à vontade, vai receber “royalties”. Através de contratos.
Se é algo patenteado vai encarecer, pois vai ter pagamento de royalties. Normalmente a licença é voluntária, mas pode ser compulsória. 
Além da licença voluntária, em que o titular da patente chega a acordo com o licenciado e com ele celebra contrato, há também a hipótese de licença compulsória, em que o titular da patente fica obrigado a licenciá-la, contra a sua vontade. Esta modalidade de licença tem previsão na Convenção da União de Paris.
A licença compulsória encontra-se disciplinada nos arts. 68 a 74 da LPI. Analisando esses dispositivos legais, percebe-se que a licença compulsória será determinada, em alguns casos, como forma de sancionar o titular da patente (art. 68 da LPI), e, em outros casos, como forma de atender a imperativos de ordem pública (art. 71).
- Punição ao titular da patente, ou
- atendimento de interesse público. 
A licença compulsória assegura a propriedade e recebimento de royalties ao inventor, mas não é voluntaria, é compulsório. 
Segundo o art. 68, “o titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial”. Decisão do CADE – autoridade antitruste. 
CADE – Conselho administrativo de defesa econômica. 
O § 1º do art. 68, por sua vez, afirma que “ensejam, igualmente, licença compulsória: 
I – a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a importação; ou 
II – a comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado”.
O art. 71 da LPI, por fim, prevê o seguinte: “nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular”.
Art. 68 tem caráter de punição, o 71 é para interesse público, para atender o interesse público. Independe de processo administrativo próprio. 
Decreto 6.108/2007 concedeu licenciamento compulsório, por interesse público, de patentes referentes ao medicamento Efavirenz, usado no combate à AIDS. 
Patente pipeline
Patentes de importação ou patentes de revalidação. A legislação anterior (Lei 5.772/71) não permitia a patente de produtos farmacêuticos e alimentícios. Como a atual LPI permite a patente desses produtos, aquelas pessoas que não fizeram pedidos de patente de medicamentos e alimentos no Brasil na vigência da lei anterior (ou fizeram esse pedido no exterior) puderam fazer tais pedidos após a entrada em vigor da atual LPI (arts. 230, 231 e 232 da LPI). 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PATENTES PIPELINE. PROTEÇÃO NO BRASIL PELO PRAZO DE VALIDADE REMANESCENTE, LIMITADO PELO PRAZO DE VINTE ANOS PREVISTO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. TERMO INICIAL. DATA DO PRIMEIRO DEPÓSITO. ART. 230, §, 4.º C/C O ART. 40 DA LEI N. 9279/96. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Esta Corte pacificou seu entendimento no Resp n. 731.101, de lavra do Ministro João Otávio de Noronha, no sentido de que a Lei de Propriedade Industrial, em seu art. 230, § 4º, c/c o art. 40, estabelece que a proteção oferecida às patentes estrangeiras, chamadas patentes pipeline, vigora "pelo prazo remanescente de proteção no país onde foi depositado o primeiro pedido", até o prazo máximo de proteção concedido no Brasil - 20 anos - a contar da data do primeiro depósito no exterior, ainda que posteriormente abandonado. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1079298/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 03/06/2013). 
DESENHO INDUSTRIAL 
A LPI estabelece, em seu art. 95, o conceito de desenho industrial, dispondo que “considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial”.
É importante diferenciar o desenho industrial do modelo de utilidade. Este, conforme vimos, tem que conferir ao objeto uma melhora funcional no seu uso ou em sua fabricação. O desenho industrial, por sua vez, não guarda nenhuma relação com a funcionalidade do produto.
Originalidade ou distintividade: diferenciar, aquele produto é daquele empresário. 
O requisito da originalidade do desenho industrial considera-se cumprido quando do desenho industrial resultar “uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores” (art. 97 da LPI). Cumpre destacar, ainda, que esse resultado original “poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos” (parágrafo único).
O requisito da originalidade pode ser traduzido como a necessidade de o desenho industrial apresentar um caráter distintivo em relação aos demais já existentes, ou seja, o desenho industrialserá original quando for significativamente diferente dos outros existentes no mercado.
“Considera-se desenho industrial original o objeto ou o conjunto de linhas e cores que o compõem que não se identifica com nenhum modelo ou padrão conhecido. Referidas características o tornam original, diferente e distinto em relação aos demais e legitimam a concessão do registro. São também revestidos de originalidade os objetos e padrões gráficos que possuem aspecto próprio e exprimem nova tendência de linguagem formal porque apresentam características peculiares e singulares”: DOMINGUES, Douglas Gabriel. Comentários à lei de propriedade industrial. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 327.
Segredo: distintividade / originalidade
O prazo de vigência do registro de desenho industrial é de 10 anos, contados da data do depósito, mas a LPI permite a prorrogação desse prazo por três períodos sucessivos de 5 anos cada, conforme previsão do art. 108: “o registro vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos contados da data do depósito, prorrogável por 3 (três) períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada”.
Registro de Desenho Industrial: prazo de 10 anos, podendo ser prorrogados por 03 períodos sucessivos de 05 anos cada, art. 108. 
MARCA
Outro bem da propriedade industrial protegido mediante o registro são as marcas, que a lei define como sendo “os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais” (art. 122 da LPI). A finalidade precípua da marca, portanto, é diferenciar o produto ou serviço dos seus “concorrentes” no mercado.
Brasil não permite registro de marca sonora, olfativa ou gustativa, somente os sinais distintivos visualmente perceptíveis. 
Invenção e modelo de utilidade: patente. 
Desenho industrial e marca: registro. 
Marcas fracas ou evocativas: algo comum, vulgar, não pode ser registrado como marca. 
Marca de certificação ou marca coletiva. 
A LPI, em seu art. 123, distingue três espécies de marca: (i) marca de produto ou serviço, que é aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa; (ii) marca de certificação, que é aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada; e (iii) marca coletiva, que é aquela usada para identificar produtos ou serviços provenientes de membros de uma determinada entidade.
Marca de certificação: ISO 9002, etc... quem registra a marca de certificação não é o empresário que vai usar, é registrada pela empresa certificadora, “pessoa sem interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado”. Todos os empresários que cumprirem as especificações poderão usá-la. Existe concorrentes que utilizam a mesma marca de certificação, o que diferencia é a marca de produto ou serviço. 
Marca coletiva: membro de determinada entidade, ex.: cooperativa de produtores bovinos do Estado tal, roteiros de charme, etc...Quem registra essa marca é a própria entidade. 
Questões relevantes sobre marca:
- Sinal distintivo visualmente perceptível (art. 122)
- Marcas de certificação e marcas coletivas (art. 123)
- Princípio da especialidade ou especificidade e marca de alto renome (arts. 40 e 125)
Ex.: revista veja, detergente veja, a marca é protegida no seu ramo de atividade. Exceção: marca de alto renome, o art. 125 explica que possui proteção especial em todos os ramos de atividade, foge à regra do principio da especialidade. Ex.: macdonalds, coca-cola, etc..quem define qual marca é de alto renome é o INPI.
Agravo Regimental em Recurso Especial. Direito Empresarial. Marca. Marca de alto renome. Atribuição do INPI. 1. Na linha dos precedentes desta Corte, cabe ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI e não ao Poder Judiciário examinar se determinada marca atende aos requisitos para se qualificar como “marca de alto renome” e assim, na forma do artigo 125 da LPI, excepcionar o princípio da especialidade para desfrutar de proteção em todas as classes. 2. Nessa seara, o Poder Judiciário somente pode ser chamado a intervir como instância de controle da atividade administrativa do INPI. 3. Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1165653/RJ, Rel. Min. SidneiBeneti, 3.ª Turma, j. 17.09.2013, DJe 02.10.2013)
COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. MARCA. ALTO RENOME. DECLARAÇÃO. PROCEDIMENTO. CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO. LIMITES. (...) 3. O titular de uma marca detém legítimo interesse em obter, por via direta, uma declaração geral e abstrata de que sua marca é de alto renome. Cuida-se de um direito do titular, inerente ao direito constitucional de proteção integral da marca. 4. A lacuna existente na Resolução nº 121/05 - que prevê a declaração do alto renome apenas pela via incidental - configura omissão do INPI na regulamentação do art. 125 da LPI, situação que justifica a intervenção do Poder Judiciário. 5. Ainda que haja inércia da Administração Pública, o Poder Judiciário não pode suprir essa omissão e decidir o mérito do processo administrativo, mas apenas determinar que o procedimento seja concluído em tempo razoável. Dessa forma, até que haja a manifestação do INPI pela via direta, a única ilegalidade praticada será a inércia da Administração Pública, sendo incabível, nesse momento, a ingerência do Poder Judiciário no mérito do ato omissivo. 6. Por outro lado, os atos do INPI relacionados com o registro do alto renome de uma marca, por derivarem do exercício de uma discricionariedade técnica e vinculada, encontram-se sujeitos a controle pelo Poder Judiciário, sem que isso implique violação do princípio da separação dos poderes. 7. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1162281/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 25/02/2013)
Antigamente empresa não tinha direito de atribuir abstratamente o registro de marca de alto renome. As empresas pediam ao INPI e o INPI não analisava, somente analisaria num caso concreto. Mas o STJ entendeu que é possível. 
- Marca notoriamente conhecida (art. 126)
- Prazo de vigência (art. 133)
É preciso estar atento para não confundir a marca de alto renome com a marca notoriamente conhecida, disciplinada no art. 126 da LPI. Aquela, conforme vimos, tem proteção especial em todos os ramos de atividade (alto renome), enquanto esta goza de proteção especial no seu ramo de atividade (notoriamente conhecida em seu ramo de atividade), mas independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil, podendo o INPI, inclusive, indeferir de ofício pedido de registro de marca que a reproduza ou a imite, no todo ou em parte.
Com efeito, dispõe o art. 126 da LPI que “a marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6.º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil”. E o § 2.º deste art. 126 determina que “o INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marca que reproduza ou imite, no todo ou em parte, marca notoriamente conhecida”.
Ex.: marca sem registro no Brasil, produto não vendido no Brasil, mas muito famoso. A empresa não tem marca registrada no Brasil, nem licenciada. Alguém tenta registrar essa marca em seu ramo de atividade, o INPI nesse caso deve negar, SE ela for notoriamente conhecida. 
O prazo de vigência do registro de marca é de 10 anos, contado da data de concessão, podendo ser prorrogado por períodos iguais e sucessivos, sem limites, nos termos do art. 133 da LPI, que assim dispõe: “o registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos”.
Indicações Geográficas
Art. 176. Constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a denominação de origem.

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