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AULA 4 ETAPA 2 PEDIATRIA Hipersensibilidades Alimentares OBJETIVOS • Compreender os mecanismos envolvidos as reações adversas a alimentos: Imunológico x não imunológico • Entender o Conceito e classificação de Reação adversa a alimentos na Pediatria: Alergia x Intolerância • Reconhecer quadro clínico de intolerância a lactose na infância • Compreender a classificação baseada nas manifestações clinicas das AA • Diagnóstico de AA (papel da história clínica x Exclusão e Teste de provocação) • Entender as principais medidas práticas para crianças com reações adversas a alimentos TIPOS DE REAÇÕES ALIMENTARES Reações alimentares adversas são reações indesejadas que ocorrem após ingesta de alimentos ou aditivos alimentares. 1. Reações Tóxicas 2. Aversão Alimentar não tóxica 3. Intolerância / hipersensibilidade não alérgica não tóxica 4. Alergia alimentar / hipersensibilidade alérgica não tóxica - Mediada por IgE | imunomediada - Não Mediada por IgE - Mistas HIPERSENSIBILIDADES ALIMENTARES são reações adversas aos alimentos que incluem quaisquer manifestações anormais resultantes da ingestão de um determinado alimento e podem ser o resultado de Intolerâncias Alimentares ou AA. REAÇÃO ADVERSA qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, podem ser tóxicas e não tóxicas. - As reações não tóxicas são aquelas que dependem de susceptibilidade individual: → Não imunomediadas (intolerância alimentar) → Imuno-mediadas (hipersensibilidade alimentar ou alergia alimentar). TÓXICAS 1. Reações Tóxicas podem simular hipersensibilidades alimentares e são causadas por fatores dependentes aos alimentos, como contaminantes tóxicos ou substâncias farmacológicas contidas nos alimentos (tiramina em queijos envelhecidos) que podem afetar a maioria dos indivíduos sadios quando oferecidas em doses suficientemente elevadas. Intoxicação, grande ingesta, contaminação, característica do próprio alimento. - As reações tóxicas dependem mais da substância ingerida (toxinas bacterianas presentes em alimentos contaminados) ou das propriedades farmacológicas de determinadas substâncias presentes em alimentos (cafeína no café, tiramina em queijos maturados) | toxinas bacterianas ou inerentes aos alimentos Não são consideradas reações alérgicas e se apresentam com quadros agudos: febre e diarreia em pessoas que comeram o mesmo alimento. NÃO TÓXICAS 2. Aversões Alimentares podem mimetizar reações de Intolerância Alimentar, porém, elas costumam não ser reproduzíveis quando se realiza um teste “cego” do alimento a ser ingerido e ao qual se suspeitava haver Intolerância. Tem mais a ver com comportamento A aversão a alimentos consiste na recusa a provar ou comer certos alimentos. A seletividade alimentar e a aversão a alimentos nas crianças não são sintomas de problemas físicos sérios nem psicológicos. 3. Intolerâncias Alimentares hipersensibilidade não alérgica ou não imunomediada | são respostas adversas causadas por uma característica fisiológica específica do hospedeiro, tais como as afecções metabólicas (deficiência de Lactase) não tem nada a ver com o alimento, a pessoa que tem a característica, tem que ter a capacidade de induzir uma resposta imunológica - Intolerância: propriedades inerentes das características dos hospedeiros (desordens metabólicas congênitas). - Por vezes confundem-se manifestações clínicas decorrentes de intolerância, como por exemplo, intolerância à lactose secundária à deficiência primária ou secundária da lactase, com alergia alimentar. Dificuldade do corpo em ingerir ou absorver algum nutriente, geralmente devido à falta de alguma enzima, que são responsáveis pela digestão e processamento dos alimentos. 4. Alergias Alimentares hipersensibilidade alérgica ou imunomediada | são reações adversas imunologicamente determinadas que podem ser devidas a mecanismos mediados por IgE, não IgE ou mistas. Imunologicamente determinada - Alergia: decorrente de mecanismos imunológicos mediados por imunoglobulina E (IgE), não mediados por IgE e mistos - Alergia alimentar é um termo utilizado para descrever reações adversas a alimentos, dependentes de mecanismos imunológicos, IgE mediados ou não Ocorre uma reação anormal do sistema imunológico, que detectada o alimento como um corpo estranho e produz anticorpos. INTOLERÂNCIA ALIMENTAR A intolerância alimentar é muito mais comum que a alergia, sendo menos fatal, é uma resposta do seu sistema digestório quando você come ou bebe algo que seu corpo não consegue quebrar. Os sintomas comuns incluem diarreia, inchaço, erupções cutâneas, dores de cabeça, náusea, fadiga, dor abdominal, refluxo e coriza. - A atividade da enzima lactase diminui na parede intestinal após o desmame, caracterizando a Hipolactasia Primária que pode provocar sintomas de intolerância à lactose. 2 anos +, reduz naturalmente - Determinada geneticamente – com a descoberta dos finlandeses do polimorfismo (mutação) associado com a persistência da lactase, o exame genético passou a ser outra ferramenta diagnóstica importante para o intolerante. Mutações para manter a lactase - No Brasil, 43% dos brancos e dos mulatos têm alelo de persistência da lactase, sendo a hipolactasia mais frequente entre os negros e japoneses. - Secundária a algum problema como enterites infecciosas, giardíase doença celíaca, doença inflamatória intestinal (especialmente doença de Crohn), enterites induzidas por drogas ou radiação, doença diverticular do cólon e anemia. Pode ser crônica ou transitória. - Intolerância à lactose congênita permanente, desde o inicio o RN não tolera nada que haja lactose, risco de vida. Em 100ml de leite materno tem 7g de lactose. - Má absorção ou má digestão de lactose é a diminuição na capacidade de hidrolisar a lactose, que é resultante da hipolactasia. - O exemplo clássico é a intolerância por má absorção de lactose. - Manifestações são desencadeadas pela fermentação e efeito osmótico de carboidratos ingeridos e não absorvidos: indução de dor abdominal, sensação de inchaço no abdome, flatulência, diarreia, borborigmos e, particularmente nas crianças, vômitos. Fezes ácidas, espumosas explosivas, diarreia crônica sem perda de peso. Mais recentemente vem sendo valorizados também outros carboidratos não completamente absorvidos conhecidos pela sigla em inglês: FODMAP – F = fermentável | O = oligossacarídeos (frutanos, galacto- oligosacarídeos) | D = dissacarídeos (lactose, sacarose) | M = monossacarídeos (frutose) | P = polióis (sorbitol) ETIOPATOGENIA - A lactose, não sendo hidrolisada, não é absorvida no intestino delgado e passa rapidamente para o cólon e vai ser fermentada sendo convertida em ácidos graxos de cadeia curta, gás carbônico e gás hidrogênio pelas bactérias da flora, produzindo acetato, butirato e propionato que leva ao aumento do trânsito intestinal e da pressão intracolônica, podendo ocasionar dor abdominal e sensação de inchaço no abdome. - Acidificação do conteúdo colônico e o aumento da carga osmótica no íleo e cólon resultante da lactose não absorvida leva à grande secreção de eletrólitos e fluidos, além do aumento do trânsito intestinal, resultando em fezes amolecidas e diarreia. Osmótica MANEJO - Sem ingesta de lactose por dois dias antes. Os testes de tolerância à lactose são realizados com desafio, o paciente ingere de 25g a 50g de lactose e se avalia os sintomas por duas a três horas; e faz curva glicêmica. - Sem ingesta de lactose por dois dias antes. O teste respiratório do hidrogênio expirado é considerado padrão-ouro para o diagnóstico de intolerância à lactose. Sensibilidade do exame é de 80% a 92,3% e a especificidade100% com 25g de lactose, desde que o preparo esteja correto. O paciente sopra o basal, ingere a lactose, e depois sopra novamente após 60, 90, 120, 150 e 180 minutos, sendo considerado o exame positivo quando ocorre aumento de hidrogênio expirado em 20 ppm (partes por milhão) em relação ao valor basal. Dosar o gás que formou no processo de fermentação na expiração. - Medir a atividade da enzima lactase em biópsia intestinal com kit Quick Lactase Test, embora também tenha apresentado sensibilidade e especificidade de 100% com teste genético de hipolactasia. - Recomenda evitar leite e produtos lácteos na dieta para se obter remissão dos sintomas. Reintrodução gradativa para ver se readquiriu e se foi transitória. - Produtos “zero lactose” industrializados = tem lactose e adição de lactase. ALERGIA ALIMENTAR – AA Doença consequente a uma resposta imunológica anômala, que ocorre após a ingestão e/ou contato com determinado(s) alimento(s). - É definida como uma doença consequente a uma resposta imunológica anômala, que ocorre após a ingestão ou contato com determinado(s) alimento(s). Diversos alimentos da dieta. - Constitui-se em um problema cada vez mais comum na infância, em especial durante os 2 - 3 primeiros anos de vida. - Amplo espectro de sinais e sintomas que afeta principalmente os tratos digestivo, respiratório e tegumentar. - O leite de vaca, durante o primeiro ano de vida ➔ principal alérgeno da dieta e envolve inúmeras de suas múltiplas proteínas presentes em sua composição. 1º (APLV) trata-se de uma enfermidade temporária que, na imensa maioria dos casos, apresenta remissão espontânea até o terceiro ano de vida, em alguns casos desaparece mesmo ao final do primeiro ano. 2º Alergia à proteína da soja → reação cruzada com APLV. EPIDEMIOLOGIA - Mais comum em crianças do que adultos, os adultos são aqueles que persistiram – 6% em menores de três anos e de 3,5% em adultos - A prevalência é maior em indivíduos com dermatite atópica (DA). Aproximadamente 35% das crianças com DA, de intensidade moderada a grave, têm alergia alimentar mediada por IgE e 6 a 8% das crianças asmáticas podem ter sibilância induzida por alimentos. - A alergia alimentar por leite de vaca, ovo, trigo e soja desaparecem, geralmente, na infância ao contrário da alergia a amendoim, nozes e frutos do mar que podem ser mais duradouras e algumas vezes por toda a vida. - As reações graves e fatais podem ocorrer em qualquer idade, mesmo na primeira exposição conhecida ao alimento, mas os indivíduos mais susceptíveis parecem ser adolescentes e adultos jovens com asma e alergia previamente conhecida a amendoim, nozes ou frutos do mar. - As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%). Os aditivos mais implicados em reações adversas são os sulfitos (asma), o glutamato monossódico e a tartrazina (urticária). ETIOPATOGENESE - Importante componente genético, que atua como fator predisponente, o qual se associa a um fator desencadeante (proteína heteróloga) - Série de interações do complexo “genética-meio ambiente” → intrauterino e primeiros meses extrauterino interação com o antígeno que já começa intra útero, primeiros meses RN - Quebra barreira das defesas no trato gastrointestinal FATORES ENVOLVIDOS NA GÊNESE - Fatores ambientais e genéticos | co-estimulação de moléculas | apresentação e transporte de antígeno | th1 e th2 (citocinas) MECANISMOS DE DEFESA TGI - Convencia com micro-organismos e grande quantidade de antígenos – sistema imunológico no TGI deve estar completo, funções de: - Digestão: nutrientes, água e eletrólitos - Defesa: equilíbrio imunológico – barreira de defesa | inespecíficos ou específicos | tolerância oral ingesta com predisposição a ter reações = barreiras especificas e inespecíficas barram A predisposição genética, a potência antigênica de alguns alimentos e alterações a nível do intestino parecem ter importante papel. Existem mecanismos de defesa principalmente a nível do trato gastrintestinal que impedem a penetração do alérgeno alimentar e consequente sensibilização. DEFESA INESPECIFICA - A barreira mecânica representada pelo próprio epitélio intestinal e pela junção firme entre suas células epiteliais (promovida por tight junctions, desmossomos, entre outros); → Muco; → Flora intestinal; → Ácido gástrico, as secreções biliares e pancreáticas; → Motilidade intestinal. DEFESAS ESPECIFICAS - Barreira epitelial intestinal; - Lâmina própria - 80% linf B - produtores de IgA - Sistema imunológico do trato gastrintestinal (GALT - Gut-associated lymphoid tissue). Faz parte da imunidade de mucosas (MALT- Mucosa- associated lymphoid tissue), que entra em contato com o meio externo, sendo considerado o maior órgão linfoide do organismo. O GALT é composto por diferentes tecidos linfoides organizados, que incluem: as placas de Peyer (PP), folículos linfoides isolados (FLI) e linfonodos mesentéricos (LNM). - Microbiota comensal – desenvolvimento PP tecido linfoide secundário AS DEFESAS... - São combinação de fatores imunológicos e não imunológicos → Formação de imune-complexos mediados pelo muco → Proteólise na superfície mucosa facilitada pela formação de imuno-complexos → Fagocitose pelas células de Kupffer dos imune-complexos formados - Imunológico → Sistema da IgA secretora incorporada ao muco também representa a primeira linha de defesa da barreira ESTADO DE TOLERÂNCIA ORAL – GALT - Para o desenvolvimento de alergia alimentar são necessários: → Substrato genético, dieta com proteínas com alta capacidade alergênica e quebra dos mecanismos de defesa do trato gastrintestinal, quando há incapacidade do desenvolvimento de tolerância oral. - Fatores ambientais e epigenéticos também devem ser considerados - Sensibilização não é só ingesta oral, pode ser por TGI, pele e respiratório OBS: AÇUCAR NÃO DÁ ALERGIA, MAS DÁ INTOLERANCIA ALÉRGENOS ALIMENTARES - Glicoproteínas hidrossolúveis - Manifestações mais graves de alergia: termoestáveis e resistentes à ação de ácidos e proteases. - Há três possibilidades de um alimento se tornar capaz de induzir reações: • quando o alimento é ingerido ou há contato com a pele ou o trato respiratório; • quando, pela reatividade cruzada, houve produção de IgE específica e sensibilização antes mesmo do contato com o alimento; • quando há reatividade cruzada entre um alérgeno inalável (ex. polens, látex) responsável pela sensibilização e produção de IgE e ingestão do alimento. - 80% de leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e crustáceos. Outros: Kiwi, mandioca Reação cruzada importante: leite de vaca – leite de cabra ADITIVOS ALIMENTARES - Os aditivos alimentares são representados por antioxidantes, flavorizantes, corantes, conservantes ou espessantes. Apesar de serem frequentemente relacionados com reações adversas, os relatos relacionados a alergia que puderam ser confirmados são raros e descritos de maneira isolada. - Há uma evidente discrepância entre a prevalência de reações adversas a aditivos que e referida pelo paciente ou seus pais (7%) e a prevalência obtida após a realização de testes de provocação (0,01-0,23%). - Manifestações como urticaria, angioedema, asma ou anafilaxia, consequentes a aditivos alimentares, são extremamente raras. - Ex: glutamato monossódico, nitratos, benzoatos, parabenzoicos, sulfitos, butil-hidroxi-anisol (BHA), butil-hidroxi-tolueno (BHT) e tartrazina - Diagnostico da reação aos aditivos e por intermedio do teste de provocação oral. 1. ALERGIAS MEDIADAS POR IGE - Decorrem de sensibilização a alérgenos alimentares com formação de anticorposespecíficos da classe IgE, que se fixam a receptores de mastócitos e basófilos. - Contatos subsequentes com o alimento e sua ligação a duas moléculas de IgE próximas determinam a liberação de mediadores vasoativos e citocinas Th2. - Manifestações clínicas de hipersensibilidade imediata: reações cutâneas (urticária, angioedema), gastrintestinais (edema e prurido de lábios, língua ou palato, vômitos e diarreia), respiratórias (broncoespasmo, coriza) e reações sistêmicas (anafilaxia e choque anafilático). 2. ALERGIAS NÃO MEDIADAS POR IGE - As manifestações não mediadas por IgE não são de apresentação imediata e caracterizam-se basicamente pela hipersensibilidade mediada por células. Eosinófilos - Embora pareçam ser mediadas por linfócitos T, há muitos pontos que necessitam ser mais estudados nesse tipo de reações. - Quadros de proctite, enteropatia induzida por proteína alimentar e enterocolite induzida por proteína alimentar. Sangue nas fezes 3. MISTAS - Mecanismos mediados por IgE associados à participação de linfócitos T e de citocinas pró- inflamatórias. - Manifestações: esofagite eosinofílica, gastrite eosinofílica, gastrenterite eosinofílica, dermatite atópica e asma. DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Pcte refere exposição ao alérgeno e reação adversa imediata; - Fatores de risco: desmame, def Vit D, uso de antiácidos, hipótese da higiene e exposição aos alérgenos | sexo masculino, etnia asiática e africana, comorbidades alérgicas (dermatite atopica) - História familiar de atopia (80% chance) - Estima-se que entre 30% e 50% dos alérgicos ao látex apresentem reatividade clinica a algumas frutas – síndrome látex-fruta: banana, abacate, maracujá, papaia e kiwi, além de mandioca LABORATORIAL - Hemograma: anemia + eosinofilia - Verificar Ferro sérico e ferritina perca de sangue leva a processo inflamatório crônico - Dosagem de IgE inespecífica ou específica - Testes cutâneos - Teste de provocação oral - Reatividade laboratorial pode não se refletir em reatividade clínica - soja / amendoim, leite de vaca / carne bovina. - Testes cutâneos/ Prick test - Teste cutâneo /RAST - Teste de provocação oral 1. TESTE CUTÂNEO – PRICK TEST O Prick test é um tipo de teste de alergia que é feito a partir da colocação de substâncias que poderiam causar alergia no antebraço, deixando reagir por cerca de 15 a 20 minutos para que se tenha o resultado. Indolor. O teste de Prick é indicado para verificar se a pessoa possui algum tipo de alergia alimentar, como a camarão, leite, ovo e amendoim, por exemplo, respiratória, que pode ser causada por ácaros e poeira de casa, a picadas de insetos ou ao látex, por exemplo. - Indicado para suspeita de Alergia mediada por IgE –anafilaxia, urticaria, asma, rinite. Resposta em 15 min - Utiliza-se antígenos alimentares padronizados, controle positivo com histamina e controle negativo com solução salina. - Para realização do teste o paciente não deve receber drogas anti-histamínicas por pelo menos 3 a 5 dias antes da realização do teste, deve-se evitar altas concentrações do antígeno, risco de reação grave - Teste+ = halo eritematoso > 3mm do controle - VPP baixo e VPN 95% 2. TESTE CUTÂNEO – RAST TEST Não faz em: dermatografismo e doenças de pele, grávidas, cardíacos ou asmáticos, histórico de hipersensibilidade, pacientes que não podem suspender o anti alérgico. - Mais utilizado - Positivo quando > 2+, maior especificidade quando > 3+. - Pode ser realizado em indivíduos em uso de anti- histamínicos ou com problemas dermatológicos, como dermatite generalizada e dermografismo. - Alto valor preditivo negativo (82 a 100%). - Alta incidência de resultados falso-positivo e de falso-negativos, em torno de 25%, alto custo. 3. TESTE DE PROVOCAÇÃO ORAL - Padrão-ouro ou o método mais definitivo para o diagnóstico de alergia alimentar, devendo ser realizados experimentos duplo-cego e controlados, para afastar os fatores de erro. - O alimento a ser testado deve ter sido excluído da dieta por 7 a 14 dias antes do teste. Geralmente quando o problema é gastrointestinal espera-se um tempo maior (2 a 3 meses) para a experimentação. - Choque anafilático, lactentes muito jovens, urticária ➔ 1 ou 2 anos para a exposição em ambiente hospitalar TRATAMENTO ALERGIAS ALIMENTARES Medicamentoso, com o auxílio de anti- histamínicos em situações de emergência, durante a manifestação dos sintomas de alergia após a ingestão do alimento Imunoterápico, com o uso de vacinas, prebióticos e probióticos, imunobiológicos (em estudos) Nutricional, com a exclusão do alimento da dieta (tratamento preconizado até o momento). SUSPEITA DE APLV - Crianças alimentadas exclusivamente ao seio materno: → Deve ser feita restrição alimentar rigorosa de leite e derivados por parte da mãe por um período de 3-4 semanas - Caso não haja alívio dos sintomas, confirma-se que não havia reação ao alimento consumido ➔ criança deve ser referenciada ao gastroenterologista para pesquisa de um novo diagnóstico. - Nos casos em que houver alívio dos sintomas, em 3 a 4 semanas deverá ser reintroduzido o LV na dieta da mãe. - Caso haja recidiva dos sintomas, confirma-se APLV e esta é a única situação em que se justifica a dieta de exclusão prolongada para a mãe lactante (até 3 meses) APLV CONFIRMADA - Periodicamente, novos testes de desencadeamento podem ser feitos, pois a qualquer momento a criança poderá desenvolver tolerância ao LV. - Deverá ser feita suplementação oral de cálcio para as mães nestes casos (1 grama por dia) de exclusão alimentar LV. FÓRMULAS ALTERNATIVAS APLV Fórmulas a base de proteína isolada de soja - Contém proteína isolada de soja, sendo a primeira escolha nas formas de APLV IgE mediadas em crianças maiores de 6 meses e sem comprometimento do trato gastrointestinal. Fórmulas a base de proteína extensamente hidrolisada: FEH - São bem toleradas em 90 a 95% % das crianças com APLV. Os peptídeos e aminoácidos livres da hidrólise de proteínas do leite da vaca (proteínas do soro do leite ou caseína), da soja ou do colágeno. Podem ainda conter ou não lactose. - Recomenda-se uso de fórmulas extensamente hidrolisadas como primeira opção em crianças com menos de 6 meses de idade com quadros IgE mediados e naquelas crianças maiores de seis meses que não evoluíram bem com as fórmulas de soja. Tal qual maior de 6 meses com comprometimento de TGI Fórmulas à base de aminoácidos: FAA - São as fórmulas utilizadas em caso de não melhora dos sintomas após quatro semanas de uso da fórmula extensamente hidrolisada. Outra indicação seria em crianças com alto risco de reações anafiláticas (história prévia de anafilaxia e que não estejam em uso regular de fórmulas extensamente hidrolisadas). Suspeita AA / qualquer alimento 1. Dieta de exclusão para eliminar os sintomas. 2. Reintroduzir o alimento para verificar se os sintomas são reproduzidos – CONFIRMAR DIAGNOSTICO 3. Se os sintomas retornarem, excluir o alimento por três meses. 4. Após este intervalo, administrar novamente o alimento novamente, para verificar o ressurgimento dos sintomas. 5. Se os sintomas retornam, suspender o alimento da dieta e encaminhar o paciente para o alergista Quando encaminhar para o alergista a. Quando houver falhas ao tratamento instituído. b. Quando houver história de anafilaxia ou internação. c. Quando houver necessidade de testes alérgicos, para esclarecimento diagnóstico e orientação. d. Para realização dos testes de provocação oral Prognóstico AA - Taxa de remissão APLV de 45 a 50% até 1 ano, 60 a 75% até 2 anos e 85 a 90% até 3 anos de idade. - É descrito o desenvolvimento de alergia a aerolérgenos em até 50 a 80% de crianças comAPLV até a puberdade. - Os fatores preditivos para a persistência de APLV: persistência de altos níveis de IgE específica e a coexistência de asma e rinite. - A alergia ao amendoim, menos frequente no Brasil 22% resolve até 4 anos de idade. - Alergia ao trigo 35% mantêm sensibilidade até adolescência ASPECTOS PREVENTIVOS - Aleitamento materno nos lactentes jovens, similaridade antigênica da espécie e pelos fatores protetores carreados, (imunológicos ou não- imunológicos) ➔ contribuem para a manutenção de uma microbiota adequada neste período precoce da vida. - Parto cesariano, uso materno de antibiotico, condições excessivas de higiene e o uso de formula complementar ou LV oferecida a criança precocemente que pode resultar em disbiose. APLV – intolerância à lactose – não existe o termo alergia lactose
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