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Apostila de segurança

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO” 
 
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
ÁREA DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA E 
MEDICINA DO TRABALHO 
 
 
 
PROFESSOR: Ph.D. Miguel Ângelo Menezes 
PROFESSOR COLABORADOR: Dr. Wyser José Yamakami 
 
 
 
 
ILHA SOLTEIRA / FEVEREIRO / 2018 
 
PREFÁCIO 
 
 
Esta apostila resultou da experiência didática de 20 anos do curso de 
Fundamentos da Engenharia de Segurança do trabalho ministrado quase que 
regularmente na UNESP-Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Curso este ministrado nos cursos de 
Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica. Este manuscrito é resultado também da 
experiência acumulada de cursos, seminários, palestras apresentadas, como também é 
decorrente de trabalhos de pesquisas, desenvolvidos com meus alunos orientados na 
Faculdade ao longo desse tempo. A formação de Engenheiro de segurança do 
Trabalho obtida em curso de Especialização em nível de Pós-Graduação desenvolvido 
na Faculdade de Engenharia Mecânica, da UNICAMP- Universidade Estadual de 
Campinas, certamente determinou muito dos fundamentos básicos apresentados nessa 
obra; como aqueles herdados de minha graduação, no Curso de Engenharia Mecânica 
da UDESC- Universidade do Estado de Santa Catarina, Faculdade de Engenharia de 
Joinville; hoje denominado Centro de Ciências e Tecnologia-CCT-UDESC. É claro que 
as minhas experiências do mestrado desenvolvido no ITA - Instituto Tecnológico de 
Aeronáutica, como de meu doutorado na Universidade de Birmingham-UK, 
particularmente, na School of Manufacturing & Mechanical Engineering, também foram 
relevantes para a idealização dessa obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1. ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ENGENHARIA DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................ 1 
1.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 
1.2. PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS ................................................... 3 
1.3. PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO ................................................... 4 
1.4. SIGNIFICADO ECONÔMICO SOCIAL DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS E 
ACIDENTES NO TRABALHO ....................................................................................... 6 
1.5. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................... 7 
1.6. HISTÓRICO ........................................................................................................... 7 
2. ACIDENTES DE TRABALHO ................................................................................. 13 
2.1. ACIDENTE DE TRABALHO ................................................................................ 13 
2.2. ORGANOGRAMA DO ACIDENTE DE TRABALHO ............................................ 13 
2.4. CAUSAS DE ACIDENTES ................................................................................... 15 
2.5. EFEITOS DO ACIDENTE DO TRABALHO SOBRE O HOMEM ............................. 69 
2.6. A SITUAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E LEGAL DO ACIDENTADO ............................. 70 
2.7. RESPONSABILIDADE CIVIL PELO ACIDENTE DE TRABALHO .......................... 72 
2.8. LEGISLAÇÃO BÁSICA PREVENTIVA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ............ 78 
2.9. RESUMO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR’s) .................................... 82 
3. MAPA DE RISCOS .................................................................................................... 92 
3.1. MAPA DE RISCO ................................................................................................ 92 
3.2. MAPAS DE RISCO IDEALIZADOS AO LONGO DO CURSO DE 
FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
 .................................................................................................................................... 96 
4. EVOLUÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO ..................................................... 105 
4.1. EVOLUÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO ................................................... 105 
4.2. DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO- PERFIL NACIONAL – 1985
 .................................................................................................................................. 106 
4.3. ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES DE TRABALHO (1970-1999) ....................... 110 
4.4. DADOS DE ACIDENTES DE TRABALHO NA UNESP - CAMPUS DE ILHA 
SOLTEIRA ................................................................................................................ 116 
5. ANÁLISE E COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO .............................. 118 
5.1 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES: .................................................................... 118 
5.2 FICHA DE ANÁLISE: .......................................................................................... 119 
5.3 RELATÓRIO DO ACIDENTE DE TRABALHO: .................................................. 119 
5.4 FICHA ANALÍTICA E QUADRO ESTATÍSTICO: ................................................ 120 
6. CADASTRO DE ACIDENTES .................................................................................. 121 
6.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS: .................................................................... 121 
6.2 COEFICIENTE DE FREQÜÊNCIA (CF): ............................................................ 121 
6.3 COEFICIENTE DE GRAVIDADE (CG): .............................................................. 122 
6.4 TABELA DE DIAS DEBITADOS: ........................................................................ 123 
6.5 ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE (IAG): .............................................. 124 
6.6 AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONVENCIONAL DE ANÁLISE DE ACIDENTES: 125 
 
7. CUSTO TOTAL DOS ACIDENTES ......................................................................... 127 
8. LEGISLAÇÃO ........................................................................................................... 131 
8.1. HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS ........................................................ 131 
8.2 ETAPAS DO INQUÉRITO POLICIAL DE ACIDENTE DE TRABALHO COM 
MORTE ..................................................................................................................... 134 
9. NORMALIZAÇÃO ..................................................................................................... 137 
9.1. ORGANISMOS NORMATIVOS ............................................................................. 137 
9.2. PREPARO DO PROJETO DE NORMA TÉCNICA: ............................................... 139 
9.3. TIPOS DE NORMAS TÉCNICAS: ......................................................................... 141 
9.4. QUALIFICATIVOS UTILIZADOS EM UMA NORMA ............................................. 142 
9.5. ALTERAÇÃO DE NORMAS .................................................................................. 143 
9.6. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS .......................... 145 
9.7. PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE NORMA ............................................................ 146 
9.8. COMITÊS TÉCNICOS DE NORMALIZAÇÃO ....................................................... 147 
9.9. ORGANISMOS DE NORMALIZAÇÃO SETORIAL ............................................... 148 
9.10. CERTIFICAÇÃO .................................................................................................. 149 
9.10.1. ABNT COMO ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO ........................................... 149 
9.10.2. COMITÊS TÉCNICOS DE CERTIFICAÇÃO .................................................... 151 
9.10.3. BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO .................................................................. 152 
10. PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS .............................................................154 
10.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 154 
10.2. INCÊNDIO ........................................................................................................... 154 
10.2.1. CAUSAS DE INCÊNDIOS ................................................................................ 154 
10.2.2. COMO APAGAR UM INCÊNDIO ..................................................................... 155 
10.2.3. COM RELAÇÃO AO COMBATE AO FOGO, TÃO LOGO SE MANIFESTE, 
CABE ........................................................................................................................... 155 
10.3. CLASSES DE FOGO .......................................................................................... 156 
10.4. DISPOSITIVOS DE COMBATE A INCÊNDIOS .................................................. 156 
11. VENTILAÇÃO INDUSTRIAL .................................................................................. 160 
11.1. DEFINIÇÃO ......................................................................................................... 160 
11.2. TIPOS DE VENTILAÇÃO .................................................................................... 160 
11.3. PROPRIEDADES DO AR .................................................................................... 162 
11.4. ALGUNS CONCEITOS DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE .......................... 163 
11.5. DUTO CIRCULAR VERSUS DUTO RETANGULAR ........................................... 165 
11.6. VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA .................................................................... 166 
11.6.1. TAXA DE VENTILAÇÃO .................................................................................. 166 
11.6.2. FATORES IMPORTANTES .............................................................................. 167 
11.6.3. FATORES LIMITANTES PARA POEIRAS E FUMOS ...................................... 168 
11.6.4. PRINCÍPIOS A SEREM APLICADOS NUM PROJETO DE VENTILAÇÃO 
GERAL DILUIDORA ..................................................................................................... 168 
11.6.5. VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA PARA MISTURA DE SUBSTÂNCIAS ..... 169 
11.7. TAXA DE ALTERAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA EM UM 
AMBIENTE VENTILADO .............................................................................................. 170 
 
1 
 
 
FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 
 
 
 
1. ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ENGENHARIA DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
1.1. INTRODUÇÃO 
 
 Na América Latina observa-se que os governos utilizam como principal recurso 
para sair da etapa de subdesenvolvimento um acelerado processo de industrialização 
de curto prazo. Embora este processo de industrialização traga inegáveis benefícios 
econômicos, traduzidos em progressivos aumentos da renda per capita e daí melhores 
níveis de vida para a população desses países, é necessário se considerar 
conjuntamente com esses positivos benefícios econômicos, a agressão constante a que 
está exposto o homem em seus meios de trabalho e sua comunidade. De outra forma, 
devem entender-se que é antieconômico buscar o desenvolvimento industrial de um 
país, sem resolver as consequências sanitárias e sociais que este traz consigo. Obtém-
se um resultado final negativo, quando se verifica que o custo das enfermidades e 
acidentes superam os novos bens produzidos. 
 A engenharia de Segurança deve ter como responsabilidade primária à 
prevenção de doenças ocupacionais (ou profissionais) e acidentes no trabalho. O 
pessoal médico complementa a ação preventiva e de controle, nessas áreas 
específicas. 
 É matéria fundamental para a Engenharia de Segurança do Trabalho estudar o 
binômio homem-ambiente de trabalho, reconhecendo, avaliando e controlando os riscos 
que possam afetar a saúde dos trabalhadores. Nesse sentido, quando se considera a 
prevenção e a redução de riscos para a saúde dos trabalhadores se deve praticar o 
princípio estabelecido pela OIT, ao declarar que: “Segurança e Higiene no trabalho são 
conceitos individuais e deverão ser tratados como dois aspectos de um mesmo 
problema, isto é, o da proteção dos trabalhadores. 
2 
 
 Por outro lado, os programas de proteção para a saúde dos trabalhadores devem 
ser planejados levando em conta não só a prevenção de acidentes e doenças 
profissionais, como também de proteção, fomento e conservação da saúde no sentido 
mais amplo como definido pela OMS: “A saúde é um estado de completo bem-estar 
físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades”. Logo, 
a responsabilidade pela vida e saúde dos trabalhadores está ligada ao trinômio Estado-
Empresa-Trabalhador, já que os efeitos sobre a saúde se manifestam nesses três 
componentes. 
 É preciso ter em mente que se faz necessário buscar condições favoráveis de 
saúde no trabalho e em casa. Sendo a Saúde a base necessária a um desempenho 
rápido e eficiente. Por esse motivo levam-se em consideração os sensos de Utilização, 
Limpeza, Organização e Segurança, seguindo os procedimentos indicados por 
Gonzales, 2009: 
- Manter limpos e higienizados locais de uso comum. 
- Observar as práticas de segurança no trabalho. 
- Pensar e agir positivamente. 
- Valorizar a aparência pessoal e da empresa 
- Evitar todas as formas de poluição. 
Seguindo esses procedimentos pode-se obter como resultado a melhoria na 
produtividade, melhoria na qualidade de vida. 
 
ASPECTO SOCIAL: Para ilustrar o efeito dos acidentes de trabalho sobre a sociedade, 
um exemplo é dado a seguir. Supondo que um homem viva até os 70 anos, trabalhando 
dos 16 aos 60 anos (44 anos de trabalho). Quando criança ou aposentado sua 
produtividade é negativa, enquanto sua produção é de 10 unidades produtivas / ano no 
período em que trabalha. O consumo durante toda sua vida é de 5 unidades produtivas 
/ ano. Verificando-se o saldo de sua produção em toda sua vida tem-se: 
 
S = 44 x 10 - 70 x 5 = + 90 unidades produtivas / ano 
 
3 
 
 Supondo que este indivíduo sofresse um acidente de trabalho aos 30 anos 
diminuindo sua produção para 5 unidades produtivas / ano, o saldo final seria: 
 
 S = (30 - 16) x 10 + (60 - 30) x 5 - 70 x 5 = - 60 unidades produtivas / ano 
 
 Destaca-se ainda outros problemas sociais decorrentes dos acidentes de 
trabalho, tais como: desemprego, a delinquência, a mendicância, etc. 
 
ASPECTO HUMANO: Para avaliar os danos causados ao ser humano devido aos 
acidentes de trabalho faz-se a seguinte pergunta: - Quanto vale a vida de um homem? 
São muitos os acidentes que levam a morte ou deixam sequelas que impossibilitam ou 
dificultam o retorno do homem ao trabalho, tendo como consequência à 
desestruturação do ambiente familiar, onde tais infortúnios repercutem por tempo 
indeterminado. Lembra-se aqui que o "homem é a maior riqueza de uma nação". 
 
ASPECTO ECONÔMICO: O acidente de trabalho reduz significativamente a produção 
de uma empresa, além de representar uma fonte de gastos como: remédios, transporte, 
médico, etc. O prejuízo econômico decorre da paralisação do trabalho por tempo 
indeterminado, devido à impossibilidade de substituição do acidentado por um elemento 
treinado para aquele tipo de trabalho e, ainda, a influência psicológica negativa que 
atinge os demais trabalhadores e que interfere no ritmo normal do trabalho, levando 
sempre a uma grande queda da produção. O trabalhador também sofre com este 
prejuízo, apesar da assistência e indenizações recebidas através da Previdência Social, 
pois isto não lhe garante necessariamente o mesmo padrão de vida mantido até a 
então. Aqui se encontra um bom motivo para se investir na prevenção de acidentes de 
trabalho. 
 
 1.2. PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS 
 
 É fundamental prestar atenção apropriada à limpeza, higiene e demais fatores 
que acondicionam os lugares de trabalho, paraevitar as doenças profissionais. O 
estudo das doenças ocupacionais, suas causas e efeitos, levam a desenvolver técnicas 
4 
 
de prevenção que junto podem produzir um maior bem-estar do trabalhador, e daí um 
aumento da produção. 
 O controle das doenças ocupacionais compete primariamente ao pessoal de 
engenharia que, ao determinar a magnitude dos riscos, conhecer a toxicologia das 
substâncias químicas e os efeitos sobre a saúde dos demais fatores que acondicionam 
o ambiente de trabalho, está em posição adequada para aplicar os diversos métodos e 
equipamentos de controle. O pessoal médico ajuda, para um melhor êxito, o controle 
das ditas doenças por meio de exames médicos pré-admissionais, periódicos e de 
diagnóstico precoce, pela seleção e colocação dos operários de acordo com suas 
habilidades e adequação pessoal, pela educação e ensino de hábitos de higiene 
pessoal. Além disso, é necessário contar com a cooperação das gerências e dos 
trabalhadores para assegurar um contínuo interesse, supervisão, inspeção e 
manutenção das práticas de controle. 
 Em geral, o controle dos riscos para a saúde dos trabalhadores obedece a uma 
série de princípios básicos. Na maioria dos casos um eficiente controle se pode obter 
ao aplicar uma combinação de medidas e em sua aplicação o denominador comum 
vem a ser a educação sanitária; fica implícito considerar também a boa operação e 
melhor manutenção dos componentes mecânicos selecionados. 
 Entre os princípios básicos utilizados na redução dos riscos industriais, tem-se: 
ventilação geral, ventilação local exaustora, ventilação geral diluidora, substituição de 
materiais, mudança de operações e/ou processos, término de operações, divisão de 
operações, equipe de pessoal, manutenção, ordem e limpeza. 
 
 1.3. PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO 
 
 A prevenção de acidentes é o propósito primário de um programa de segurança, 
permitindo a continuidade das operações e a redução dos custos de produção. Dessa 
forma, a prevenção de acidentes industriais, não só é um imperativo social e humano, 
como também um bom negócio. Como prevenir, significa impedir um evento, tomando 
medidas antecipadas, a análise causal dos acidentes é o mais importante passo na 
prevenção dos mesmos. 
 Está amplamente demonstrado, que aproximadamente 99,997% dos acidentes 
5 
 
na indústria têm uma causa e podem ser prevenidos. As causas gerais dos acidentes 
são: 
a) As condições inseguras: equipamento defeituoso, falta de protetores, iluminação e 
ventilação inadequada, desordem e sujeira, falta de espaço, falta de equipamento de 
proteção individual e/ou coletiva adequado, etc. 
b) Os atos inseguros: negligência, excesso de confiança, ignorância, preocupações 
alheias ao trabalho, imprudência, imperícia, falta de supervisão, ordens mal-entendidas 
ou mal executadas, temor, falta de cooperação, etc. 
c) As atitudes inseguras: indiferença à segurança, falta de interesse, etc. 
Obs.: Apenas 0,003% dos acidentes não se enquadram nas causas gerais. 
 
 As formas universais de sua prevenção, uma vez conhecidas às causas 
mediante a análise e investigação dos acidentes são: 
 
a) Engenharia: esta supõe uma inspeção e revisão cuidadosa das condições inseguras. 
Além disso, implica numa revisão dos processos e operações que contribuem ao 
melhoramento da produção. Nesse aspecto é interessante notar a importância que tem 
as sugestões do pessoal mais experimentado. 
b) Treinamento e educação: isto implica o conhecimento das regras de segurança, 
análise de função, o treinamento e desempenho da função, instruções sobre primeiros 
socorros e prevenção de incêndios, conferências aos supervisores, a educação 
profissional, a propaganda por meio de cartazes, sinais, avisos e quadros de 
segurança, concursos e campanhas organizadas, publicações, etc. 
c) Medidas disciplinares: constituem um último recurso e não são bem aceitos. O 
problema não consiste em achar um culpado, mas modificar os atos inseguros e 
atitudes inseguras do pessoal, por meio de treinamento e propaganda para evitar 
acidentes. Em outras palavras, é fundamental criar a mentalidade de segurança entre o 
pessoal. 
 Verifica-se que segurança não é somente um problema pessoal (humano), mas 
que implica em engenharia, planejamento, produção, estatísticas, conhecimento das 
6 
 
leis de compensações e a habilidade de vender o programa à gerência e aos 
trabalhadores. 
1.4. SIGNIFICADO ECONÔMICO SOCIAL DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS E 
ACIDENTES NO TRABALHO 
 
 Os danos e custos que produzem os acidentes e doenças ocupacionais na 
indústria brasileira são de tal magnitude que as próprias indústrias devem compreender 
a necessidade de preveni-los. Antes dessa necessidade o governo estabelece a 
obrigatoriedade para que as empresas disponham de serviços especializados em 
segurança, higiene e medicina do trabalho, com o propósito de evitar os acidentes e 
doenças ocupacionais e em consequência as perdas que ocasionam. 
 Sem dúvida alguma, as doenças gerais oferecem um sério obstáculo ao 
desenvolvimento socioeconômico de um país, porque debilitam o trabalhador e 
restringem sua capacidade produtiva. Hoje, já se sabe que um bom número de 
trabalhadores, por não disporem de adequadas condições de saneamento, precárias 
habitações, com alimentação deficiente de proteínas e vitaminas, com baixíssima 
renda, com pouquíssima ou nenhuma instrução em matéria de higiene e expostos a 
doenças contagiosas, participam indubitavelmente do clássico círculo de Winslow, ou 
seja: a pobreza gera a doença e essa produz a pobreza. 
 Outro aspecto fundamental que incide negativamente na economia do país é o 
fato de que os acidentes e doenças ocupacionais reduzem a capacidade de produção 
da força mais valiosa de uma nação que é a população economicamente ativa, 
reduzindo-se a geração de riqueza por incapacidade e/ou morte de um jovem 
trabalhador. 
 Alguns países criam leis dando aos trabalhadores compensações monetárias 
pelo trabalho com tóxicos ou tarefas insalubres, ou lhes concedem jornadas reduzidas 
de trabalho, aumento de dias de férias, ou diminuição dos anos necessários para a 
aposentadoria. Todas essas medidas não contribuem para a solução dos problemas, 
afetam profundamente os custos e a produtividade ao subtrair uma quantidade enorme 
de jornadas de trabalho de pessoal experimentado. Prevenir ainda é o melhor remédio. 
 
 
7 
 
 
1.5. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
 Segurança no Trabalho: é a função que tem por objetivo o estudo e a 
implementação de medidas que visam eliminar ou controlar os riscos existentes na 
execução do trabalho, sejam eles relativos ao ambiente ou decorrentes de atos e 
atitudes humanas, propiciando, dessa forma a eliminação dos acidentes ou, pelo 
menos, a redução de sua frequência e gravidade e consequentemente a manutenção e 
o aumento da “condição produtiva”. 
 
 
1.6. HISTÓRICO 
 
 No Mundo 
 
 Século IV A.C. – Hipócrates reconheceu e descreveu o envenenamento por 
chumbo. 
 Século I – Plínio e Galeno, em Roma, fizeram referência ao envenenamento 
decorrente do trabalho com enxofre, zinco e vapores ácidos. 
 1473 – Ulrich Ellenbog, na Alemanha, escreveu sobre a doença de ourives 
provocada pelos gases usados em seu trabalho. 
 Século XVI - George Bauer - levantamento sobre doenças e acidentes em 
trabalhadores de minas de ouro e prata (1556). 
 1700 - Médico Bernardino Ramazzini - livro “De Morbis Artificum Diatriba” 
(Qual a sua ocupação) - relacionou cerca de 50 atividades profissionais com doenças 
específicas - considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”. 
 1760 - Início da Revolução Industrial (Inglaterra): 
 - mulheres e crianças trabalhando em ambiente sem condições sanitárias 
(higiene em geral). 
 - máquinas inseguras, ruidosas, iluminação e ventilação deficientes, etc. 
 - inexistência de limites por horas de trabalho → acidentes. 
 
8 
 
 Estas condiçõesno início da revolução industrial causavam doenças até 
contagiosas. Diante desse quadro dramático, cria-se no Parlamento Britânico uma 
comissão de inquérito - Sir. Robert Peel. 
 1775 – Percival Pott, na Inglaterra, descreve o câncer desenvolvido pelos 
limpadores de chaminés. 
 
 1802 - “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”: 
 - 12 horas/dia, 
 - proibia trabalho noturno, 
 - lavar as paredes 2 vezes / ano, 
 - obrigava uso de ventilação. 
 1819 - Leis Complementares, poucos avanços devido à forte oposição dos 
empregadores. 
 1830 - Médico Robert Bauer - aconselha industrial amigo a contratar 1 médico 
para diariamente visitar a fábrica. 
 
 1833 - “Factory Act” - 1a lei efetiva no campo de proteção ao trabalhador. 
 - aplicava-se a todas as empresas têxteis movidas a vapor ou energia 
hidráulica. 
 - proibia trabalho noturno aos menores de 18 anos. 
 - 12 horas / dia. 
 - 69 horas / semana. 
 - fábricas precisam ter escolas → frequentadas por todos os trabalhadores 
menores que 13 anos. 
 - idade mínima para o trabalho: 9 anos. 
 - um médico devia atestar se o desenvolvimento físico da criança 
correspondia a sua idade cronológica. 
 
1834 - Robert Bauer - nomeado Inspetor Médico da fabricas. 
 1842 - Industrial James Smith (Escócia) - contrata 1 médico para examinar os 
menores trabalhadores antes de sua admissão ao serviço, examiná-los periodicamente, 
9 
 
orientá-los em relação a problemas de saúde prevenindo as doenças ocupacionais ou 
não. Surgia a função específica do Médico de Fábrica. 
 
- No Brasil 
 
 Século XIX - engenhos de açúcar e café. 
 1889 - 630 fábricas e 54000 empregados. 
 1907 - 3200 fábricas - 150000 empregados. (1o Rio de Janeiro, 2 o São Paulo). 
 1907, 1912, 1917, 1920 - Greves por melhores condições de trabalho. 
 1918 - 1 a lei sobre acidentes no trabalho. DL No 3724 de 15/01/1918. 
 1919 - Marca a presença dos 1as indústrias Americanas. As greves culminam no 
código sanitário de São Paulo. Lei 13.493 de 05/03/1919 - alterações no DL 3724 
 1923 - Inspetoria de higiene industrial e profissional - Ministério do Interior e 
Justiça (DL. 16300). 
 1934 - Inspetoria de higiene e segurança do trabalho - MTIC (Ministério do 
trabalho, indústria e comércio) - 2a lei de acidentes do trabalho. Lei 24.637 de 
10/07/1934 - alterações no DL 3724. 
 1941 - Surge a ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes 
 1942 - Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho. 
 1943 – Aprovação da CLT - DL. 5452 de 01/05/43 - capítulo V - higiene e 
segurança do trabalho. 
 - Guerra Mundial influencia na Industrialização (CSN, Petrobrás) 
. 1944 - DL. 7036/ MT de 10/11/44 - lei de acidentes - SESI. Revoga a lei 3724 
 1949 - Standard Oil (fábrica) - cria 1o Serviço de Previdência de Acidentes. 
 
 Década de 50: 
 II Congresso Pan-Americano de Medicina do Trabalho. 
 I Congresso Nacional de CIPAS. 
 1953 - Portaria 155 - regulamenta CIPAS - Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes. 
 
10 
 
 Década de 60: 
 CONPAT - Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes. 
 1963 - Criada a Fundacentro – órgão subordinado a Secretaria de Segurança e 
Medicina do Trabalho do MT. 
 1967 - Nova lei de acidentes do trabalho. Lei 293 de 28/02/67 revoga o DL 7036 
(1944). Lei 5316 de 14/09/67 - Seguro de acidentes não permanecerá só no campo 
privado. 
 1967 – Criação do FGTS. 
 1968 - Portaria 32 - CIPA’s. 
 
 Década de 70: 
 1971 – Fundação da SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de 
Segurança. 
 1972 - Portaria 3237 - Segurança, higiene e medicina do trabalho. 
 1975 - Portaria 3460 - Segurança e medicina do trabalho. 
 1976 - Lei de Acidentes No 6367 de 19/10/76 (DL. 79037 de 24/12/76). Revoga a 
lei 5316. O seguro é feito obrigatoriamente pelo INPS. 
 1977 - Lei 6514 - revisão do capítulo V, título II da CLT. (DL 5452) 
 1978 - Lei No 83080 - Substitui e cancela 79037 (24/12/76). 
 1978 - Regulamentada a Lei 6514 - Portaria 3214 / MT /78. 
 
 
 Década de 80: 
 1983 - Portaria No 6 de 09/03/83 SSMT - MT - Alterações da 3214. Alterações da 
NR’s 1, 2, 3 e 6. 
 1984 - Criação da ANEST – Associação Nacional de Engenharia de Segurança. 
 1985 – Criação da ALAEST – Associação Latino-Americana de Engenharia de 
Segurança do Trabalho. 
 1988 - Portaria No 3067 de 12/04/88 - MT - Aprovação das normas 
regulamentadoras rurais - Segurança e Higiene do trabalho rural (art. 13 da lei 5889 de 
08/06/73). 
11 
 
 
 Década de 90: 
 
 1991 - Lei 8213 - determina que o INSS cobre de empresas culpadas por 
acidentes de trabalho os benefícios pagos aos acidentados. 
 1992 – Criação da FENATEST – Federação Nacional dos Técnicos de 
Segurança do Trabalho. 
 1999 – Criação do Fator Previdenciário 
 
 Anos 2000: 
 
 2003 - Criação de normas relativas ao uso das empresas do Perfil 
Profissiográfico Previdenciário (PPP). Sua elaboração obrigatória ocorreu a partir de 
01/01/2004 (data fixada pela IN INSS/DC 96/2003). O PPP tem por objetivo primordial 
fornecer informações para o trabalhador quanto às condições ambientais de trabalho, 
principalmente no requerimento de aposentadoria especial. 
A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico 
previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a 
este, quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, 
cópia autêntica deste documento, sob pena da multa prevista no art. 283. 
Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, a partir de 01/11/2003, a 
Perícia Médica do INSS solicita à “empresa” o PPP, com vista à fundamentação do 
reconhecimento técnico do nexo causal e para avaliação de potencial laborativo 
objetivando processo de reabilitação profissional. 
2014 – O projeto do Governo Federal que criou o eSocial, originou-se do decreto 
8373, de 11/12/2014. O eSocial é o sistema de Escrituração Fiscal Digital das 
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e trabalhistas, que passou a ser implementado a 
partir de 01/07/2018 para todas as empresas brasileiras. 
O eSocial garante os direitos previdenciários e trabalhistas dos empregados, 
como simplifica e elimina a duplicidade de informações prestadas aos órgãos públicos, 
como por exemplo: CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), GFIP 
12 
 
(Guia de Recolhimento do FGTS), RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), DIRF 
(Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte), CAT (Comunicado de Acidente de 
Trabalho), PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), MANAD (Manual Normativo de 
Arquivos Digitais) e o Livro de registro. 
A substituição de atendimento destas obrigações é estabelecida mediante a 
norma especificada pelo eSocial. Assim, essas não serão mais exigidas pelo fisco. 
Além disso, o envio dos dados deverá obedecer ao prazo determinado na legislação, 
que é até o dia 7 do mês subsequente. Caso a empresa não cumpra com esse prazo, 
poderá haver penalidade com multas a partir de R$ 1.812,87. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2. ACIDENTES DE TRABALHO 
 
2.1. ACIDENTE DE TRABALHO 
 
 Acidente é um acontecimento infeliz, casual ou não, fortuito, imprevisto, que 
resulta em ferimento, dano, ruína. 
 
 Acidente do Trabalho: é toda lesão corporal ou perturbação funcional que, no 
exercício ou por motivo de trabalho, resultar de causa externa, súbita, imprevista ou 
fortuita, determinando a morte do empregado ou a sua incapacidade para o trabalho, 
total ou parcial, permanente ou temporária. 
 
2.2. ORGANOGRAMA DO ACIDENTE DE TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condições 
do trabalho 
Exógenos 
Fatores 
Endógenos 
Condições do 
trabalhador 
Risco 
Profissional 
Direto ou 
Indiretos 
Lesão 
corporal 
Perturbação 
funcional 
Doença
s 
Incapacidad
e ou Morte 
permanente 
ou 
temporária 
Total ou 
Parcial 
14 
 
2.3) TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO 
 
 Trêssão as formas de acidentes: 
1) Acidente Típico, 
2) Acidente "in itinere" ou de Trajeto, 
3) Doenças Profissionais ou Ocupacionais. 
 
2.3.1. Acidente Típico: é aquele que decorre diretamente do exercício do trabalho, a 
serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que 
cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho. 
 
2.3.2. Acidente "in itinere” ou de Trajeto: é aquele que ocorre no trajeto do 
empregado; é o que decorre não de sua prestação laboral, não enquanto trabalha, mas 
no trajeto de e para o trabalho. É o acidente de trabalho indireto. Podem ser: 
a) a viagem do empregado; 
b) no período das refeições ou descanso; 
c) a ação de terceiros, em certos casos. 
 
a) A viagem pode ser: 
 - em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, 
inclusive veículo de propriedade do empregado, 
15 
 
 - no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquele. 
 
b) No intervalo para refeições podem ocorrer acidentes como intoxicação pela 
alimentação fornecida pelo restaurante do local de trabalho, água contaminada no 
refeitório, queda no refeitório, nas ocasiões de satisfação das necessidades fisiológicas 
no local de trabalho, etc. Além de desabamento, inundação ou incêndio. 
 
c) Nesta categoria incluem-se: 
 - Sabotagem e terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiros de 
trabalho, 
 - Ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa 
relacionada com o trabalho, 
 - Ato de imprudência ou negligência de terceiros, inclusive companheiro de 
trabalho, 
 - Ato de pessoa privada da razão. 
 
2.3.3. Doenças Profissionais ou Ocupacionais: são as decorrentes das condições 
especiais ou excepcionais em que o trabalho seja executado, desde que, diretamente 
relacionada com a atividade exercida, cause redução da capacidade para o trabalho. 
 
 
2.4. CAUSAS DE ACIDENTES 
 1) Falta de equipamentos de segurança, 
 2) Recusa do trabalhador em usar o equipamento, 
 3) Imprudência, imperícia ou negligência do trabalhador, 
16 
 
 4) Defeito nos equipamentos e máquinas com os quais se trabalha, 
 5) Falta de profissionais especializados em segurança e medicina do trabalho, 
 6) Acidentes de trânsito, 
 7) Força maior, caso fortuito, 
 8) Álcool, tabagismo e tóxicos 
 
2.4.1. Falta de equipamentos de segurança: 
 De alto custo aquisitivo, nem todos os empregadores sondados mostram 
simpatia pelos equipamentos de proteção (preço e conscientização). Na filosofia 
destes, somente os empregados sob maior risco, eventualmente poderia utilizar 
reduzido número de equipamentos. 
 Nos trabalhadores que labutam a curta distância de uma fonte qualquer de risco, 
não é observada a disponibilidade de equipamentos de segurança, apesar de 
receberem fagulhas, forte calor, odores causadores de mal estar, poeiras, etc. O 
argumento mais frequente para não usarem os equipamentos, é de que estes 
trabalhadores não estariam expostos a perigo. 
 
2.4.2. Recusa do trabalhador em usar o EPI: 
 Óculos pesados, máscaras, capacetes, roupas mais espessas que os de uso 
habitual, calçados com reforços, luvas, etc, constituem o equipamento de segurança do 
trabalhador. No corpo seu peso é bem superior ao da indumentária habitual. Alegando 
desconforto ou mesmo perda da agilidade para a execução das tarefas, os 
trabalhadores se mostram pouco interessados no uso de EPI (conscientização). 
 
17 
 
2.4.3. Imprudência, imperícia ou negligência do trabalhador: 
 O simples uso de equipamentos de segurança não resolve o problema, se não 
forem tomados certos cuidados no ambiente de trabalho. O comportamento do 
trabalhador é fator determinante de grande número de acidentes. 
 A imprudência, a negligência e a imperícia, expõem o prestador de serviços a 
mais de um risco de acidente diário. 
 
 Imprudência é a prática de um ato perigoso, realiza-se uma conduta que a 
cautela indica que não deve ser realizada. A imprudência é positiva, ou seja, o sujeito 
pratica uma ação. 
 
 Negligência é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato 
realizado. A negligência é negativa, ou seja: o sujeito deixa de fazer algo, opondo-se à 
imprudência. A imprudência e a negligência são atitudes antônimas entre si. 
 
 Imperícia é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. É possível 
que, em face da ausência de conhecimento técnico ou prático, causem-se acidentes. 
 
2.4.4. Defeito nos equipamentos e máquinas com os quais se trabalha: 
As instalações da empregadora, e os equipamentos (máquinas manuais e fixas, 
ferramentas, etc) de limitada duração, podem apresentar defeitos no momento do uso, 
simplesmente deixar de funcionar, como também apresentar rupturas em seu corpo. 
Problemas que podem até mesmo, causar danos letais aos que estiverem trabalhando 
com eles no momento. 
18 
 
 A pouca perícia, a falta de correta manutenção, o desgaste e a má qualidade 
podem ser fatores determinantes destes problemas. 
 
2.4.5. Falta de profissionais especializados em segurança e medicina do trabalho: 
 Empregados e empregadores, em seu maior número, são constituídos de 
pessoas leigas em matéria de segurança e medicina do trabalho. Sensível ao problema, 
estabeleceu o legislativo no artigo 200 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) - 
DL. 5452 de 01/03/1943: 
 Art. 200: Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições 
complementares às normas de que trata este capítulo, tendo em vista as peculiaridades 
de cada setor de trabalho. 
 Atendendo ao disposto na citada norma legal, foi baixada a portaria 3214, de 08 
de junho de 1978, que estabelece as NR’s - Normas Regulamentadoras de segurança e 
medicina do trabalho. São ao todo 41 NR’s, sendo que cinco dessas são as NRR’s 
(Normas Regulamentadoras Rurais). A NR-4, alterada pela portaria No 33/83, 
estabelece: 
 
 NR-4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do 
Trabalho (SESMT). 
4.1 - As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos de administração 
direta e indireta e dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados 
regidos pela CLT, manterão obrigatoriamente, serviços especializados em Engenharia 
de Segurança e Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e 
proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. 
19 
 
4.2 - O dimensionamento dos serviços especializados em engenharia de 
segurança e em medicina do trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade 
principal e ao número total de empregados do estabelecimento constantes dos quadros 
I e II anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. 
 4.2.1 - Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de 
trabalho com menos de 1000 empregados e situados no mesmo estado, território ou 
Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes 
da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os serviços 
especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. 
 4.2.1.1 - Neste caso, os Engenheiros de Segurança do Trabalho, os Médicos do 
Trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. 
 4.2.1.2 – Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem 
do trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, 
conforme o quadro II, anexo. 
 4.2.2 - As empresas que possuam mais de 50% de seus empregados em 
estabelecimento ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao 
da atividade principal deverão dimensionar os SESMT em função do maior grau de 
risco, obedecido ao disposto no quadro II desta NR. 
 4.2.3 - A empresa poderá constituir SESMT centralizado para atender a um 
conjunto de estabelecimentos pertencentes a ela, desde que a distância a ser 
percorrida entre aquele em que se situa o serviço e cada um dosdemais 
estabelecimentos não ultrapasse a 5000 m, dimensionando-o em função do total de 
empregados e do risco, de acordo com o quadro II anexo e o subitem 4.2.2. 
4.2.4 – Havendo, na mesma empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) 
no quadro II, desta NR, e outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será 
feita pelos SESMT’s daquele(s) dimensionados conforme os subitens 4.2.5.1 e 4.2.5.2 e 
desde que localizados no mesmo Estado, Território ou Território Federal. 
20 
 
 4.2.5 – Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, 
isoladamente, não se enquadrem no quadro II anexo, o cumprimento desta NR será 
feito através de SESMT’s centralizados em cada Estado, Território ou Distrito Federal, 
desde que o total de empregados dos estabelecimentos no Estado, Território ou Distrito 
Federal alcance os limites previstos no quadro II anexo, aplicado o disposto no subitem 
4.2.2. 
 4.2.5.1 – Para empresas enquadradas no grau de risco 1 o dimensionamento 
dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá ao quadro II anexo, considerando-se 
como número de empregados o somatório dos empregados existentes no 
estabelecimento que possua o maior número e a média aritmética do número de 
empregados dos demais estabelecimentos, devendo todos os profissionais integrantes 
dos SESMT’s, assim constituídos cumprirem tempo integral. 
 4.2.5.2 – Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4 o 
dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5 obedecerá ao quadro II 
anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados de 
todos os estabelecimentos. 
 4.3 – As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir 
SESMT e que possuam outros SESMT’s poderão integrar estes SESMT’s constituindo 
um serviço único de engenharia e medicina. 
 4.3.1 – As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e medicina 
ficam obrigadas a elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de Segurança e 
Medicina do Trabalho - SSMT, até o dia 30 de março, um programa bienal de 
segurança e medicina do trabalho a ser desenvolvido. 
4.3.1.1 – As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de cada 
exercício poderão constituir o serviço único de que trata o subitem 4.3.1 e elaborar o 
programa respectivo a ser submetido à SSMT no prazo de 90 dias a contar de sua 
instalação. 
21 
 
4.3.1.2 – As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já 
possuam serviço único poderão ser assistidas pelo referido serviço, após comunicação 
à DRT. 
4.3.2 – A SSMT fica reservado o direito de controlar a execução do programa e 
aferir a sua eficácia. 
 4.3.3 - O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais 
especializados previstos no quadro II anexo, sendo permitido aos demais engenheiros e 
médicos exercerem engenharia de segurança e medicina do trabalho, desde que 
habilitados e registrados conforme estabelece a NR-27. 
 4.3.4 – O dimensionamento do serviço único de engenharia e medicina deverá 
obedecer ao disposto no quadro II desta NR, no tocante aos profissionais 
especializados. 
 4.4 - Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho deverão ser integrados por Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e 
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, obedecido o quadro II anexo. 
 4.4.1 - Para fins desta norma regulamentadora, as empresas obrigadas a 
constituir SESMT’s deverão exigir dos profissionais que os integram, comprovação de 
que satisfazem os seguintes requisitos: 
 a) Engenheiro de Segurança do Trabalho: engenheiro ou arquiteto portador de 
certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do 
Trabalho, em nível de pós-graduação; 
 b) Médico do Trabalho: médico portador de certificado de conclusão de curso de 
especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de 
certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou 
denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, 
do MEC, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de 
graduação em Medicina; 
22 
 
 c) Enfermeiro do Trabalho: enfermeiro portador de certificado de conclusão de 
curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, 
ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em 
enfermagem; 
 d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: auxiliar de enfermagem ou técnico de 
enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de Auxiliar 
de Enfermagem do Trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e 
autorizado pelo MEC; 
 e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de 
Registro Profissional expedido pelo MEC. 
 4.4.1.1 – Em relação às categorias mencionadas nas alíneas “a” e “e”, observar-
se-á o disposto na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. 
 4.4.2 - Os profissionais integrantes dos SESMT’s deverão ser empregados da 
empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15. 
 4.5 – A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em 
estabelecimentos enquadrados no quadro II anexo deverá estender a assistência de 
seus SESMT’s da(s) contratada(s), sempre que o número de empregados desta(s), 
exercendo atividade naqueles estabelecimentos não alcançar os limites previstos no 
quadro II, devendo, ainda, a contratada cumprir o disposto no subitem 4.2.5. 
 4.5.1 – Quando a empresa contratante e as outras por ela contratada não se 
enquadrarem no quadro II anexo, mas que pelo número total de empregados de ambas, 
no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro, deverá ser 
constituído um SESMT comum, nos moldes do item 4.14. 
 4.5.2 - Quando a empresa contratada não se enquadrar no quadro II anexo, 
mesmo considerando-se o total de empregados nos estabelecimentos, a contratante 
deve estender aos empregados da contratada a assistência de seus SESMT’s, sejam 
estes centralizados ou por estabelecimento. 
23 
 
 4.6 – Os SESMT’s das empresas que operem em regime sazonal deverão ser 
dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores 
do ano civil anterior e obedecidos os quadros I e II anexos. 
 4.7 – Os SESMT’s deverão ser chefiados por profissional qualificado, segundo os 
requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta norma regulamentadora. 
 4.8 – O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho 
deverão dedicar 8 horas por dia para as atividades dos SESMT’s, de acordo com o 
estabelecido no quadro II anexo. 
 4.9 – O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o 
enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas 
(tempo integral) por dia para as atividades dos SESMT’s, de acordo com o estabelecido 
no quadro II anexo, respeitada a legislação pertinente em vigor. 
 4.10 – Ao profissional especializado em Segurança e Medicina do Trabalho é 
vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação 
nos SESMT’s. 
 4.11 – Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da 
instalação e manutenção dos SESMT’s. 
 4.12 – Compete aos profissionais integrantes dos SESMT’s: 
a) aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e de Medicina do 
Trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive 
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali 
existentes à saúde do trabalhador; 
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação 
do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de 
equipamento de proteção individual – EPI, de acordo com o que determina a 
NR-6, desde que a concentração, a intensidade ou característicado agente 
assim o exija; 
24 
 
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas 
instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência 
disposta na alínea “a”; 
d) responsabilizar-se, tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do 
disposto nas NR’s aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou 
seus estabelecimentos; 
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de 
suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a 
NR-5; 
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e 
orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e 
doenças ocupacionais, tanto através de campanhas, quanto de programas de 
duração permanente; 
g) esclarecer e conscientizar os empregados sobre acidentes do trabalho e 
doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; 
h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes 
ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os 
casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do 
acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as 
características do agente e as condições do(s) individuo(s) portador(es) de 
doença ocupacional ou acidentado(s); 
i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, 
doenças ocupacionais e agentes de insalubridade preenchendo, no mínimo, 
os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos quadros III, IV, V 
e VI, devendo a empresa encaminhar um mapa contendo a avaliação anual 
dos mesmos dados à Secretária de Segurança e Medicina do Trabalho – 
SSMT até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do MTE; 
25 
 
j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos SESMT’s 
ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da 
empresa o método de arquivamento e recuperação desde que sejam 
asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu 
conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados 
correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 anos; 
k) as atividades dos profissionais integrantes dos SESMT’s são essencialmente 
prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, 
quando se torna necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle 
de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate 
a incêndios e ao salvamento e imediata atenção à vítima deste ou de 
qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades. 
4.13 – Os SESMT’s deverão manter entrosamento permanente com a CIPA, dela 
valendo-se como agente multiplicador, e deverão estudar suas observações e 
solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, conforme o disposto no 
subitem 5.14.1 da NR-5. 
 4.14 – As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrarem no quadro II, 
anexo a esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho 
a seus empregados através de SESMT’s comuns organizados pelo Sindicato ou 
associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas 
interessadas. 
 4.14.1 – A manutenção desses SESMT’s deverá ser feita pelas empresas 
usuárias que participarão das despesas em proporção ao número de empregados de 
cada uma. 
 4.14.2 – Os SESMT’s previstos do item 4.14 deverão ser dimensionados em 
função do somatório dos empregados das empresas participantes, obedecendo ao 
disposto nos quadros I e II e no subitem 4.12 desta NR. 
26 
 
 4.15 – As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos SESMT’s de 
instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o 
custeio das despesas, na forma prevista no subitem 4.14.1. 
 4.16 – As empresas cujos SESMT’s não possuam médico e/ou engenheiro de 
segurança do trabalho, de acordo com o quadro II desta NR, poderão se utilizar dos 
serviços dos serviços destes profissionais existentes nos SESMT’s mencionados no 
item 4.14 e subitem 4.14.1 ou no subitem 4.15 para atendimento do disposto nas NR’s. 
 4.16.1 – O ônus decorrente dessa utilização caberá à empresa solicitante. 
 4.17 – Os SESMT’s de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão 
regional do MTE. 
 4.17.1 – O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão regional 
do MTE e o requerimento deverá conter os seguintes dados: 
a) nome dos profissionais integrantes dos SESMT’s; 
b) número de registro dos profissionais na Secretária de Segurança e Medicina 
do Trabalho, do MTE; 
c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por 
estabelecimento; 
d) especificação dos turnos de trabalho por estabelecimento; 
e) horário de trabalho dos profissionais dos SESMT’s. 
4.18 – Os SESMT’s já constituídos deverão ser redimensionados nos termos 
desta NR e a empresa terá 90 dias de prazo, a partir da publicação desta norma, 
para efetuar o redimensionamento e o registro referido no item 4.17. 
27 
 
4.19 – A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, 
como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício 
profissional dos componentes dos SESMT’s. O impedimento do referido exercício 
profissional, mesmo que parcial, e o desvirtuamento ou desvio de função 
constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau 14, 
se devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades 
previstas na NR-28. 
4.20 – Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, 
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que 
os seus empregados estiverem exercendo suas atividades. 
 
QUADRO I – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS 
 
CÓDIGO ATIVIDADES GRAU DE RISCO 
01.11-2 Cultivo de cereais 3 
01.21-0 Cultivo de hortaliças, legumes e especiarias hortícolas 3 
01.31-7 Cultivo de frutas cítricas 3 
01.41-4 Criação de bovinos 3 
01.50-3 Produção mista: lavoura e pecuária 3 
01.61-9 Atividades de serviços relacionados com a agricultura 3 
02.12-7 Exploração Florestal 3 
05.11-8 Pesca 3 
10.00-6 Extração de carvão mineral 4 
11.10-0 Extração de petróleo e gás natural 4 
13.10-2 Extração de minério de ferro 4 
14.10-9 Extração de pedra, areia e argila 4 
15.11-3 Abate de reses, preparação de produtos de carne 3 
28 
 
15.23-7 Produção de sucos de frutas e de legumes 3 
15.32-6 Refino de óleos vegetais 3 
15.41-5 Preparação de leite 3 
15.51-2 Beneficiamento de arroz e fabricação de produtos do arroz 3 
15.61-0 Usinas de Açúcar 3 
15.72-5 Fabricação de Café Solúvel 3 
15.82-2 Fabricação de biscoito e bolachas 3 
15.92-0 Fabricação de vinho 3 
17.21-6 Fiação de algodão 3 
17.32-9 Tecelagem de fios de fibras têxteis naturais 3 
18.13-9 Confecção de roupas profissionais 2 
19.10-0 Curtimento e outras preparações de couro 4 
19.31-3 Fabricação de calçados de couro 3 
19.10-0 Curtimento e outras preparações de couro 4 
20.21-4 Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira 
 compensada, prensada ou aglomerada 4 
21.21-0 Fabricação de papel 3 
22.11-0 Edição; edição e impressão de jornais 3 
22.34-9 Reprodução de programas de informática em disquetes e fitas 2 
23.30-2 Elaboração de combustíveis nucleares 4 
23.40-0 Produção de álcool 3 
24.31-7 Fabricação de resinas termoplásticas 3 
24.61-9 Fabricação de inseticidas 3 
24.81-3 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas 3 
24.92-9 Fabricação de Explosivos 4 
29 
 
25.19-4 Fabricação de artefatos diversos de borracha 3 
25.29-1 Fabricação de artefatos diversos de plásticos 3 
26.19-0 Fabricação de artigos de vidro 3 
26.30-1 Fabricação de artefatos de concreto, cimento,fibrocimento, 
 gesso e estuque 4 
26.42-5 Fabricação de produtos cerâmicos refratários 4 
27.11-1 Produção de laminados planos de aço 4 
28.11-8 Fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, 
 torres de transmissão, andaimes e outros fins 4 
28.39-8 Têmpera, cementação e tratamento térmico do aço, serviços 
de usinagem, galvanotécnica e solda 4 
29.14-9 Fabricação de Compressores 3 
29.21-1 Fabricação de fornos industriais, aparelhos e equipamentos não- 
 elétricos para instalações térmicas 3 
29.40-8 Fabricação de máquinas-ferramentas 3 
29.71-8 Fabricação de armas de fogo e munições 4 
29.81-5 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar 
e secar para uso doméstico 3 
30.21-0 Fabricação de computadores 3 
31.15-5 Fabricação de motores elétricos 3 
31.51-8 Fabricação de lâmpadas 3 
32.10-7 Fabricação de material eletrônico básico 3 
34.20-7 Fabricação de caminhões e ônibus 3 
35.31-9 Construção e montagem de aeronaves 4 
35.21-1 Construção e montagem de locomotivas, vagões e outros 
30 
 
Materiais rodantes 3 
36.12-9 Fabricação de moveis com predominância de metal 3 
37.10-9 Reciclagem de sucatas metálicas 3 
40.10-0 Produção e distribuição de energia elétrica 3 
41.00-9 Captação, tratamento e distribuição de água 3 
45.11-0 Demolição e preparação de terreno 4 
45.21-7 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de 
 serviços) - inclusive ampliação e reformas completas 4 
45.25-0 Montagens industriais 4 
45.41-0 Instalações elétricas 3 
45.51-9 Alvenaria e reboco 3 
50.20-2 Manutenção e reparação de veículos automotores 3 
51.41-1 Comércio atacadista de fios têxteis, artefatos de tecidos e 
de armarinho 2 
51.51-9 Comércio atacadista de combustíveis 3 
52.21-3 Comércio varejista de produtos de padaria, de laticínios, 
frios e conservas 2 
52.71-0 Reparação e manutenção de máquinas e de aparelhos 
 eletrodomésticos 3 
55.11-5 Estabelecimentos hoteleiros, com restaurante 2 
55.22-0 Lanchonetes e similares 2 
60.23-2 Transporte rodoviário de passageiros, regular, urbano 3 
6029-1 Transporte regular em bondes, funiculares, teleféricos ou trens 
Próprios para exploração de pontos turísticos 3 
61.11-5 Transporte marítimo de cabotagem 4 
31 
 
62.10-3 Transporte aéreo, regular 3 
63.11-8 Carga e descarga 3 
63.30-4 Atividades de agências de viagens e organizadores de viagem 1 
64.20-3 Telecomunicações 2 
65.21-8 Bancos comerciais 2 
65.24-2 Cooperativas de crédito 1 
66.11-7 Seguros de vida 1 
70.20-3 Aluguel de imóveis 1 
71.10-2 Aluguel de automóveis 2 
72.30-3 Processamento de dados 2 
74.11-0 Atividades jurídicas 1 
74.40-3 Publicidade 2 
74.91-8 Atividades fotográficas 2 
75.25-6 Defesa civil 2 
80.30-0 Educação superior 2 
85.11-1 Atividades de atendimento hospitalar 3 
90.00-0 Limpeza urbana e esgoto; atividades conexas 3 
92.51-7 Atividades de bibliotecas e arquivos 2 
92.61-4 Atividades desportivas 2 
95.00-1 Serviços domésticos 2 
 
 
 
 
 
32 
 
QUADRO II - DIMENSIONAMENTO DOS SESMT 
 
 No de Empregados no Estabelecimento 
Grau de 
risco 
 
Técnicos 50 a 
100 
 
101 
a 
250 
251 
a 
500 
501 a 
1000 
 
1001 a 
2000 
2001 a 
3500 
3501 a 
5000 
> 5000 p/ cada grupo de 
4000 ou fração acima de 
2000 ** 
 
 
1 
Tec. Seg. Trab. 
Eng. Seg. Trab. 
Aux. Enf. Trab. 
Enf. Trab. 
Médico Trab. 
 1 1 
 
 
 
1* 
1 
1* 
1 
 
1* 
2 
1 
1 
1* 
1 
1 
1* 
1 
 
1* 
 
 
2 
Tec. Seg. Trab. 
Eng. Seg. Trab. 
Aux. Enf. Trab. 
Enf. Trab. 
Médico Trab. 
 1 1 
1* 
1 
 
1* 
2 
1 
1 
 
1 
5 
1 
1 
1 
1 
1 
1* 
1 
 
1 
 
 
3 
 
Tec. Seg. Trab. 
Eng. Seg. Trab. 
Aux. Enf. Trab. 
Enf. Trab. 
Médico Trab. 
 1 2 3 
1* 
 
 
1* 
4 
1 
1 
 
1 
6 
1 
2 
 
1 
8 
2 
1 
1 
2 
3 
1 
1 
 
1 
 
 
4 
Tec. Seg. Trab. 
Eng. Seg. Trab. 
Aux. Enf. Trab. 
Enf. Trab. 
Médico Trab. 
1 2 
1* 
 
 
1* 
3 
1* 
 
 
1* 
4 
1 
1 
 
1 
5 
1 
1 
 
1 
8 
2 
2 
 
2 
10 
3 
1 
1 
3 
3 
1 
1 
 
1 
 * Tempo parcial (mínimo de 3 horas). 
 ** O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da 
faixa de 3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração de 2000. 
 OBS.: Hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, 
clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 empregados deverão contratar 
um enfermeiro do trabalho em tempo integral. 
33 
 
 Em seus itens, a NR-4 regulamenta o serviço destes profissionais, suas relações 
com a empregadora e empregados. O objetivo desses profissionais é levar ao 
trabalhador os conhecimentos necessários a prevenção de acidentes. 
 Nem sempre, porém estas empresas mantêm estes serviços especializados na 
prevenção de acidentes, o que acaba redundando em total ignorância das normas de 
segurança. A falta desses profissionais no mercado de trabalho, segundo alegam, 
acarreta a inobservância destas normas e os benefícios. 
 É difícil o contato direto do engenheiro com todos os trabalhadores. Ciente disto, 
o legislativo que editou a CLT e a portaria 3214/78, determina o seguinte: 
 
 NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 
 
DO OBJETIVO 
 5.1 - A comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA- tem como objetivo 
a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar 
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da 
saúde do trabalhador. 
DA CONSTITUIÇÃO 
5.2 - Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular 
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos 
da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, 
cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como 
empregados. 
 5.3 - As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos 
trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as 
disposições estabelecidas em NR’s de setores econômicos específicos. 
34 
 
 5.4 - A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais 
estabelecimentos deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o 
caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho. 
 5.5 - As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, 
através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo 
de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças 
decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a 
participação da administração do mesmo. 
DA ORGANIZAÇÃO 
 5.6 - A CIPA será composta de representantes do empregador e dos 
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, 
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos 
específicos. 
 5.6.1 - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles 
designados. 
 5.6.2 - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos 
em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, 
exclusivamente os empregados interessados. 
 5.6.3 - O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a 
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no 
Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de 
setores econômicos específicos. 
 5.6.4 - Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa 
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser 
adotados mecanismos departicipação dos empregados, através de negociação 
coletiva. 
35 
 
 5.7 - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, 
permitida uma reeleição. 
 5.8 - É vedada a dispensa arbitraria ou sem justa causa do empregado eleito 
para cargo de direção de CIPA’s desde o registro de sua candidatura até um ano após 
o final de seu mandato. 
 5.9 - Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não 
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência 
para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos 
primeiro e segundo do art. 469, da CLT. 
 5.10 - O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a 
representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de 
questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. 
 5.11 - O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, 
e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente. 
 5.12 - Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no 
primeiro dia útil após o término do mandato anterior. 
 5.13 - Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário 
e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso 
necessária a concordância do empregador. 
 5.14 - Empossados os membros d CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até 
dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de 
eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias. 
 5.15 - Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e 
Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como 
não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus 
membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no 
caso de encerramento das atividades do estabelecimento. 
36 
 
DAS ATRIBUIÇOES 
 5.16 - A CIPA terá por atribuição: 
 a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de risco, com 
a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde 
houver (sobre mapa de risco, ver portaria nº 25, de 29-12-1994); 
b) elaborar plano de trabalho que possibilita a ação preventiva na solução de 
problema de segurança e saúde no trabalho; 
c) participar da implantação e do controle das medidas de prevenção 
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de 
trabalho; 
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho 
visando a identificação de situações que venham a trazer risco para a 
segurança e saúde dos trabalhadores; 
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu 
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; 
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no 
trabalho; 
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo 
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo 
de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores; 
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de 
máquina ou setor onde considere houver risco grave e iminente à segurança 
e saúde dos trabalhadores; 
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de 
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; 
37 
 
j) divulgar e promover o cumprimento das NR’s, bem como cláusulas de 
acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde 
no trabalho; 
k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador 
da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas 
de solução dos problemas identificados; 
l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que 
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; 
m) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; 
n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana 
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT; 
o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de 
Prevenção da AIDS. 
5.17 - Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios 
necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a 
realização das tarefas constantes do plano de trabalho. 
5.18 - Cabe aos empregados: 
 
a) participar da eleição de seus representantes. 
b) colaborar com a gestão da CIPA; 
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de risco e apresentar 
sugestões para melhoria das condições de trabalho; 
d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
38 
 
5.19 - Cabe ao Presidente da CIPA: 
a) convocar os membros para as reuniões da CIPA; 
b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, 
quando houver, as decisões da comissão; 
c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; 
d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria; 
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente; 
5.20 - Cabe ao Vice-Presidente: 
a) executar atribuições que lhe forem delegadas; 
b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus 
afastamentos temporários; 
5.21 - O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as 
seguintes atribuições: 
a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o 
desenvolvimento de seus trabalhos; 
b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os 
objetivos propostos sejam alcançados; 
c) delegar atribuições aos membros da CIPA; 
d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; 
e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento; 
f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; 
g) constituir a comissão eleitoral. 
39 
 
5.22 - O Secretário da CIPA terá por atribuição: 
a) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando as para 
aprovação e assinatura dos membros presentes; 
b) preparar as correspondências; e 
c) outras que lhe forem conferidas. 
DO FUNCIONAMENTO 
 5.23 - A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário 
preestabelecido. 
 5.24 - As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente 
normal da empresa e em local apropriado. 
 5.25 - As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com 
encaminhamento de cópias para todos os membros. 
 5.26 – As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção 
do Trabalho - AIT. 
 5.27- Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando: 
a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine 
aplicação de medidas corretivas de emergência; 
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; 
c) houver solicitação expressa de uma das representações. 
5.28 – As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. 
5.28.1 – Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta 
ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na 
ata da reunião. 
40 
 
5.29 – Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante 
requerimento justificado. 
5.29.1 – O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima 
reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente 
efetivar os encaminhamentos necessários. 
5.30 – O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, 
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. 
5.31 – A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida 
por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de 
eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do 
Trabalhoe Emprego as alterações e justificar os motivos. 
5.31.1 – No caso de afastamento definitivo de Presidente, o empregador indicará 
o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA. 
5.31.2 – No caso de afastamento definitivo do Vice-Presidente, os membros 
titulares da representação dos empregados escolherão o substituto, entre seus titulares, 
em dois dias úteis. 
DO TREINAMENTO 
5.32 – A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, 
titulares e suplentes, antes da posse. 
 5.32.1 – O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo 
máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. 
 5.32.2 – As empresas que não se enquadrem no Quadro I, proverão anualmente 
treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta. 
 5.33 – O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes 
itens: 
41 
 
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos 
originados do processo produtivo; 
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; 
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos 
riscos existentes na empresa; 
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas 
de prevenção; 
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança 
e saúde no trabalho; 
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos; 
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das 
atribuições da Comissão 
5.34 – O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no 
máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa. 
5.35 – O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade 
patronal, entidades de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos 
sobre os temas ministrados. 
5.36 – A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto 
à entidade ou profissional que ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo 
à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento. 
5.37 – Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens 
relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e 
Emprego determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado 
no prazo máximo de trinta dias, contados da data da ciência da empresa sobre a 
decisão. 
42 
 
DO PROCESSO ELEITORAL 
 5.38 – Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos 
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 dias antes do término 
do mandato em curso. 
 5.38.1 – A empresa estabelecerá mecanismo para comunicar o início do 
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional. 
 5.39 – O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus 
membros, no prazo mínimo de 55 dias antes do término do mandato em curso, a 
Comissão Eleitoral - CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento 
do processo eleitoral. 
 5.39.1 – Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será 
constituída pela empresa. 
 5.40 – O processo eleitoral observará as seguintes condições: 
a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, 
no prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato em curso; 
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição 
será de quinze dias; 
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, 
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de 
comprovante; 
d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; 
e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 dias antes do término do 
mandato da CIPA, quando houver; 
43 
 
f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de 
turnos e em horários que possibilite a participação da maioria dos 
empregados, 
g) voto secreto; 
h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento 
de representante do empregador e dos empregados, em número a ser 
definido pela comissão eleitoral; 
i) faculdade de eleição por meios eletrônicos; 
j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por 
um período mínimo de cinco anos. 
5.41 – Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na 
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar 
outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias. 
5.42 – As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na 
unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos 
membros da CIPA. 
5.42.1 – Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e 
Emprego, confirmar irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou 
proceder à anulação quando for o caso. 
5.42.2 – Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de 5 
dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. 
5.42.3 – Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará 
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação 
do processo eleitoral. 
44 
 
5.43 – Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos 
mais votados. 
5.44 – Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no 
estabelecimento. 
5.45 – Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição 
e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em 
caso de vacância de suplentes. 
DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS 
 5.46 – Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, 
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus 
empregados estiverem exercendo suas atividades. 
 5.47 – Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo 
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto 
com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de 
participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no 
estabelecimento. 
 5.48 – A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, 
deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e 
doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível 
de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do 
estabelecimento. 
 5.49 – A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as 
empresas contratadas, suas CIPA’s, os designados e os demais trabalhadores lotados 
naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos 
ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas. 
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 5.50 – A empresa contratante adotará as providencias necessárias para 
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu 
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho. 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
 5.52 – Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de 
portaria especifica. 
 
FICHA DE ANÁLISE DE ACIDENTES 
 
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA 
CIPA Nº_______ 
 
 
Endereço______________________________________________________________
_______ 
________nº 
__________Bairro____________________Data___________Hora_____________ 
Nome do 
acidentado___________________________________________________________ 
Idade_________Ocupação________________________________________________
_______ 
Departamento____________________________________Seção_________________
_____ 
Descrição do 
acidente_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
_______________________________________________________

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