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Conteúdo 
 
1 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 2 - Internet banking. 3 - Mobile banking. 
4 - Open banking. 5 - Novos modelos de negócios. 6 - Fintechs, startups e big techs. 7- Sistema de 
bancos-sombra (Shadow banking). 8- Funções da moeda. 9 - O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin 
e demais criptomoedas. 10 - Marketplace. 11 - Correspondentes bancários. 12 - Arranjos de 
pagamentos. 13 - Sistema de pagamentos instantâneos (PIX). 14 - Segmentação e interações digitais. 
15 - Transformação digital no Sistema Financeiro 
 
Coletânea de exercícios pertinentes 
 
Atualidades do Mercado Financeiro 
 
2 
 
 
Os Bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios 
 
Com a nova cultura digital, os bancos precisam não só adaptar 
seus produtos e serviços, operações e modelo de negócio para 
uma abordagem consultiva em relação ao cliente 
 
A digitalização bancária já é uma realidade. Mesmo as instituições 
financeiras que efetivamente ainda não possuem processos 
automatizados o bastante para caracterizar esse conceito se esforçam 
para passar a imagem de “novo banco”. Para se destacarem em um 
mercado cada vez mais competitivo, as instituições precisam estar 
alinhadas e preparadas para essa nova realidade digital. 
 
Essa necessidade está atrelada ao cenário de clientes cada vez mais informados e conectados e de suas novas 
expectativas em relação aos serviços que consomem, não só financeiros, mas com influência inclusive das demais 
indústrias e de suas redes de relacionamento. 
 
A digitalização bancária chega para atender esse consumidor moderno, que agora consegue transacionar com as 
instituições sem a necessidade de intermediários por meio de seu dispositivo — como desktop, notebook, celular 
e tablet —, facilitando o relacionamento e melhorando a comodidade do cliente. 
 
Com a chegada das agências digitais, os bancos passam por uma quebra de paradigma no que diz respeito ao 
relacionamento com seus clientes. O foco deixa de ser a concorrência e as instituições devem direcionar seus 
esforços para aprofundar o entendimento de seus clientes, suas necessidades e expectativas. Assim, surge uma 
nova cultura digital, na qual é necessária não só uma adaptação de produtos e serviços, operações, modelo de 
negócio e organização, como uma ampliação de serviços para uma abordagem consultiva em relação ao cliente e 
colaborativa em relação ao mercado. 
 
Já os clientes esperam ser “encantados” e passam a exigir experiências cada vez mais consistentes e incorporadas 
às necessidades de seu dia a dia, com alta qualidade e disponibilidade nos canais de relacionamento de sua 
preferência. 
 
Cada vez mais deve-se necessitar menos das operações de retaguarda. O modo de pensar no momento da 
definição de produtos e processos deve levar isso em consideração. O conceito é que tudo deve ser resolvido de 
forma automatizada ou com o mínimo de interação manual. 
 
O segmento bancário vem investindo em iniciativas para sua transformação digital, no entanto, muitas delas ainda 
estão focadas no front-end, como canais, aplicativos e atendimento. Uma das dificuldades em se adequarem ao 
novo conceito está vinculada à necessidade de ampliar as ações para suas operações e modelos de negócio de 
forma rápida, ágil e com menor custo, frente à dificuldade de integração com sua infraestrutura atual (legados). 
 
Outro desafio é a chegada de novos players como, por exemplo, as fintechs e as empresas de pagamentos. A 
associação com os sistemas de redes sociais e aplicativos colaborativos é mandatória. 
 
O conceito de “jornada do cliente” passa a estar presente na forma de pensar dos responsáveis pelos atuais 
produtos bancários, substituindo o modelo de oferta desses produtos. Agora, é preciso identificar as necessidades 
do cliente de acordo com seu perfil e suas escolhas no momento em que está transacionando ou navegando na 
web. Após essa descoberta pode-se oferecer algo mais indicado para aquele cliente naquele instante. 
 
O maior benefício da digitalização reside na transformação do relacionamento e na fidelização do cliente, além da 
redução de custos e maior eficiência operacional. Outra vantagem é a bancarização, ou seja, a ampliação de 
clientes considerando a população não bancarizada e já “conectada”. A exposição desse viés de modernidade e 
 
3 
 
mudança do modelo bancário tradicional visa atrair, também, a geração chamada millennial, de jovens entre 18 e 
34 anos. 
 
Essa tendência já é fato no Brasil, e foi impulsionada pela questão dos não bancarizados e da pressão por 
eficiência e redução de custos. Os bancos, mesmo não estando 100% preparados, já se preocupam em passar a 
imagem de que são digitais. Por conta da importância e urgência dessa transformação digital, as instituições 
financeiras têm conseguido prioridade interna em seu portfólio de projetos, por isso, existem muitas iniciativas e 
projetos em andamento no país. Entretanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a completa 
digitalização. 
 
Para tornar-se digital, é fundamental adotar uma estratégia clara e consistente que engloba a transformação do 
relacionamento com o cliente, das operações e dos modelos de negócio. Ainda há muito trabalho a fazer com 
relação ao amadurecimento de uma cultura verdadeiramente digital nas organizações, e o consequente 
investimento em construir uma visão clara, o engajamento de toda a organização, o roadmap de transformação e 
mecanismos para aferi-la. 
 
Pensar de forma digital é o grande desafio das áreas internas dos bancos, pois muitos processos internos precisam 
ser repensados e as questões de segurança devem ser priorizadas. Recentemente, o Banco Central criou uma 
norma que autoriza a abertura de contas sem a presença do cliente em agência, validando o que antes era uma 
tendência para uma realidade palpável. Sem dúvida foi um grande avanço, mas ainda há um enorme gap na 
adoção de uma cultura digital, associado à questão de segurança. A autorização de abertura de contas de forma 
não presencial pressupõe o desenvolvimento de mecanismos cada vez mais complexos e efetivos de segurança 
e garantia de informações. Ademais, essa mensagem de segurança e cumprimento das obrigações legais também 
precisa chegar de forma clara ao consumidor, evitando desconforto e qualquer tipo de desconfiança. 
 
O Brasil caracteristicamente é um país com foco em inovação, empreendedorismo e adoção de tecnologias 
disruptivas e, consequentemente, aberto a mudanças. Este mindset passa a impressão de que já estamos prontos 
para adotá-la ou até mesmo que esta já é uma realidade, mas está claro que ainda há muito trabalho a fazer quanto 
à transformação nos bastidores. A digitalização carrega em si a ideia de “simplificação”, e este sim é o grande 
desafio, um desafio e tanto. Além dos bancos, outros players do segmento financeiro também estão 
movimentando-se para participarem desse movimento de digitalização. Financeiras, empresas de meios de 
pagamento, adquirentes, entre outros. É um movimento sem volta e quem ficar de fora certamente terá muita 
dificuldade para sobreviver. 
 
Internet banking. 
 
O Internet Banking é o ambiente bancário na internet, praticamente todos os bancos possuem um site onde o 
correntista consegue realizar diversas transações bancárias 
sem depender da agência. O internet banking permite o uso da 
tecnologia para consulta de saldo, extrato, transferências, 
pagamentos, etc., já é possível fazer praticamente tudo pela 
internet. Devido ao crescimento dessa tecnologia muitos clientes 
nunca foram na agência bancária de relacionamento, hoje em 
dia até a conta-corrente pode ser aberta pela internet. 
 
O Internet Banking (banco na internet) permite que o correntista 
realize operações bancárias pelo computador, dispensado a 
necessidade de ir naagência. 
O que é possível fazer no Internet Banking: 
 Pagamentos (contas e boletos) 
 Transferências entre contas da própria instituição 
 Transferência via TED ou DOC para qualquer banco 
 Licenciamento de veículos e pagamento de multas (depende do banco) 
 Recarga de celular 
 Transferência Internacional 
 
4 
 
 Aplicação em investimentos 
 Resgate de aplicações 
 Consulta de saldo e extrato 
 Solicitação de produtos e serviços financeiros (cartão de crédito, empréstimo, cheques, etc.) 
 Entre várias outras transações… 
 
Hoje em dia a maioria dos serviços bancários estão disponíveis no Internet Banking. 
 
Qual o melhor internet banking? Isso depende do gosto de cada um, eu gosto bastante do Internet Banking do 
Banco Itaú pois ele é bastante completo. O Banco Original tem, na minha opinião, o Internet Banking mais bonito 
e moderno. 
 
Já o pior Internet Banking é o dos bancos estatais, na Caixa Econômica Federal (CEF) e no Banco do Brasil (BB) 
há uma grande burocracia, sendo necessário instalar um plugin de segurança que deixa o computador lento. 
 
Se você já acessa a sua conta-corrente ou poupança pela internet, então você já utiliza o Internet Banking. 
Qualquer pessoa que saiba acessar a internet pode acessar o Internet Banking. 
 
O termo “Internet Banking” é utilizado para fazer referência principalmente ao acesso bancária via 
computador/notebook (geralmente pelo navegador), já o acesso aos serviços bancários pelo celular é conhecido 
como Mobile Banking (ou Mobile Bank – termo em inglês que significa banco móvel), cujo acesso pode ser feito 
pelo browser (navegador) ou através de um aplicativo específico. 
 
Como podem perceber o inglês é bastante utilizado para se referir a termos bancários, principalmente os 
relacionados a tecnologia: 
 Internet Banking = Acesso aos serviços bancários pelo computador/navegador. 
 Mobile Banking ou Mobile Bank = acesso aos serviços bancários pelo celular, geralmente por APP. 
 
Dicas de Segurança para Utilizar o Internet Banking 
Abaixo vamos listar algumas dicas para que utilize o Internet Banking do seu banco com segurança: 
 Confira sempre a URL (endereço) do site do Banco – muita gente cai em golpes depois de introduzir os dados 
bancários em sites falsos; 
 Cadeado verde – veja se o site possui um cadeado de cor verde junto ao endereço, isso mostra que a conexão 
é segura (criptografada) e que a identidade do banco foi confirmado (normalmente aparece a razão social do banco 
e o CNPJ junto ao certificado); 
 Nunca digite mais de uma chave de segurança em uma única transação; 
 Tenha um antivírus no computador sempre atualizado; 
 Nunca clique em links de e-mails de pessoas que você não confia; 
 A maioria dos bancos nunca enviam e-mails “clicáveis”, isso é para a segurança do correntista; 
 Cuido com programas executáveis enviados por e-mail – a maioria é vírus!!!! 
 Banco nunca pede a atualização de chave de segurança por e-mail – esse procedimento não existe; 
 Cuidado com falsos e-mails de bancos que ameaçam cancelar o seu acesso ao internet banking caso não seja 
feito uma ação – isso não existe! 
 Troque periodicamente a senha do seu internet banking; 
 Se possível, tenha um e-mail utilizado exclusivamente para receber comunicados do banco; 
 Para tornar o ambiente bancário na internet seguro a maioria dos bancos utilizam uma chave de segurança 
(token), que exige a validação através de um código único gerado aleatoriamente através de um dispositivo 
eletrônico ou por APP. 
 Jamais forneça a sua senha a terceiros; 
Realizar operações bancárias pela internet é seguro, mas é necessário que o correntista siga as dicas 
apresentadas acima. 
 
 
Mobile banking 
 
5 
 
 
Basicamente, o termo mobile banking refere-se ao uso de um smartphone ou outro dispositivo móvel para realizar 
tarefas bancárias que normalmente só podiam ser feitas nas agências ou por meio do computador pessoal. É 
também como são chamados os serviços on-line que os bancos oferecem aos seus clientes, tais como 
monitoramento de saldos da conta corrente, transferência de fundos entre contas, pagamento de faturas, entre 
outros. 
 
O mobile banking está mudando a forma com que as pessoas lidam com os bancos no país. Se olharmos para o 
pool de canais que os bancos brasileiros oferecem, vemos que as transações com movimentações 
financeiras no Mobile Banking cresceram 41%, enquanto Internet Banking apresenta leve queda. Já 
as operações sem movimentação financeira migraram dos ATMs e do Internet Banking para o Mobile 
Banking, enquanto as agências bancárias mantêm a composição. 
 
Para acrescentar ainda mais dados que ilustram essa nova realidade e contextualizá-la com o que está 
acontecendo em todo o mundo, verifique os dados de transações bancárias feitas via mobile banking por 
ano, de acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária da FEBRABAN: 
 2015: R$11,2 bilhões; 
 2016: R$18,6 bilhões; 
 2017: R$25,3 bilhões; 
 2018: R$33,1 bilhões; 
 2019: R$39,4 bilhões. 
 
Do ponto de vista dos banqueiros, o mobile banking traz inúmeras vantagens. De redução de custos à melhoria na 
experiência do cliente, passando por rapidez nas transações, possibilidade de melhor segmentação e análises 
preditivas (Big Data) para oferecer produtos e serviços cada vez mais personalizados e aderentes. 
 
Já para os clientes, pessoas físicas e jurídicas, o mobile banking oferece a comodidade de realizar transações 
bancárias a qualquer hora e em qualquer lugar onde haja conexão com a internet. Traz, portanto, ganho de tempo 
e também facilita a realização de negócios em poucos cliques. 
 
Quais são os desafios enfrentados pelos bancos com o mobile banking? 
Apesar de todos os benefícios, o mobile banking também traz desafios para os bancos. Tanto é que ele é um dos 
assuntos mais discutidos em eventos de tecnologia para o setor bancário em todo o mundo. 
 
A seguir, conheça quais são as principais preocupações dos executivos do setor bancário em relação ao mobile 
banking. 
 
Transformar o mobile banking em um canal transacional 
Em 2019, apesar do avanço da utilização dos serviços bancários por meio dos canais digitais, apenas 25% das 
transações foram com movimentação financeira, mas Para Fernando Kontopp, do Itaú Unibanco, os clientes 
passarão a usar com mais frequência os canais digitais daqui para frente: 
“Verificamos que a adesão tem sido bastante grande. Clientes que eventualmente não estavam tão confortáveis 
ou não tinham o hábito de utilizar esses canais, passaram a fazer uso de internet banking ou mobile banking. Como 
oferecemos uma experiência muito boa e segura para os clientes, acreditamos que uma vez que comecem a usar 
esses canais, eles adotarão esses novos hábitos”. 
 
Por isso, um dos grandes desafios dos bancos agora é aproveitar esse novo comportamento do consumidor para 
capitalizar mais através da internet. 
 
A boa notícia é que os novos hábitos dos consumidores estão fazendo com que os principais bancos em operação 
no país se esforcem para elevar o número de vendas de produtos e serviços via mobile banking. Também o número 
crescente de startups e fintechs que surgem a cada dia contribui para que a inovação digital seja fomentada no 
setor bancário. 
https://blog.simply.com.br/revolucao-das-fintechs-ameaca-ou-oportunidade-para-os-bancos/
 
6 
 
 
Melhorar a usabilidade das aplicações mobile 
Somente a criação de serviços via mobile banking não é suficiente para o sucesso. Um dos grandes desafios do 
setor bancário neste momento é melhorar a usabilidade das aplicações móveis, já que o consumidor precisa se 
sentir seguro e ver simplicidade no uso das ferramentas. 
 
E há inúmeras iniciativas nesse sentido. Uma delas vem do alemão Deutsche Bank, que desde 2014 promove 
a FutureBanking, uma competição internacional na qual profissionais de design, finanças e outras áreas 
relacionadas podem propor soluções de user experience (UX, experiência do usuário) para tornar os serviços e 
aplicativos mais amigáveis e efetivos. No artigo sobre a experiência do cliente, abordamos a importância deste 
conceito nos serviços financeiros. 
 
Lidar com as ameaças à segurança da informação 
Há também o desafio da segurança dos dados bancários, tanto para o consumidor que está acessando sua conta 
por meio do dispositivo móvel quanto para o banqueiro. 
 
De acordo com um levantamento feito pela ESET, hoje o Brasil é líder no mundo em trojans bancários – os famosos 
vírus “cavalos de Troia”, que são instalados sem que os usuários percebam e silenciosamente roubam dados de 
transações financeiras. 
 
Outro estudo, realizado pelo grupo de pesquisa antimalware da Kaspersky Lab, aponta que em 2015 os 
dispositivos móveis foram alvo de um aumento significativo no número de ataques do tipo ransomware – vírus que 
sequestra o sistema operacional ao criptografar os artigos para que o hacker, em seguida, solicite um resgate. 
 
Por ser de difícil monitoramento, o acesso mobile tende a sofrer ameaças constantes até que toda a população 
seja devidamente educada para lidar com as ameaças. Assim, cabe aos bancos trabalhar para garantir segurança 
de ponta a ponta, já que cada usuário é uma possível vítima, ao mesmo tempo que é um gerador de 
vulnerabilidades em potencial. 
 
Open Banking 
 
Na esteira do Pix e da agenda do Banco Central (BC) de incentivo à competitividade no Sistema Financeiro 
Nacional (SFN), a chegada do Open Banking deve trazer mais opções de produtos e serviços financeiros, com 
menos custos, além de mais transparência aos clientes finais, que terão mais autonomia sobre sua vida financeira. 
 
Na prática, o cliente será dono de seus dados financeiros e poderá escolher quando e com quais empresas vai 
compartilhá-los. 
 
O Open Banking é um conjunto de regras e tecnologias que vai permitir o compartilhamento de dados e serviços de clientes 
entre instituições financeiras por meio da integração de seus respectivos sistemas. 
 
O princípio fundamental do Open Banking é o consentimento do usuário, ou seja, as empresas deverão, obrigatoriamente, 
compartilhar informações de um cliente (seja pessoa física ou jurídica), se ele solicitar e autorizar a transmissão dos dados 
para outra instituição. 
 
Não é um aplicativo que vai permitir o compartilhamento, nem um produto. Os clientes poderão pedir para suas instituições 
financeiras compartilharem seus dados, se assim desejarem, por meio dos aplicativos já existentes das respectivas 
instituições. 
 
Novos produtos e serviços devem surgir a partir do desenvolvimento do Open Banking no país, mas sempre seguindo o 
conjunto de regras estabelecido para a criação do conceito. 
 
Vale dizer que o Open Banking não é uma exclusividade do Brasil. O Reino Unido foi o pioneiro, ao implementar um sistema 
parecido em 2018, enquanto a Austrália implementou a primeira fase do seu programa em julho deste ano, por exemplo. A 
Índia também já deu os primeiros passos para a criação do seu Open Banking. 
 
7 
 
 
Além disso, países como Estados Unidos, Canadá e Rússia estão analisando maneiras de incorporá-lo aos seus sistemas 
financeiros. 
 
Cada país pode adotar o Open Banking conforme as suas características e liberar o compartilhamento de dados até certo 
nível, mas, de modo geral, o objetivo da aplicação do novo conjunto de regras é promover a concorrência, a eficiência e 
oferecer novos produtos para o consumidor final. 
 
No Brasil, está previsto o compartilhamento de dados cadastrais, usados para abrir uma conta em banco, tais como: dados 
pessoais (nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc.); dados transacionais (informações sobre renda, faturamento no caso 
de empresas, perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente, entre outros); e dados sobre produtos e serviços que 
o cliente usa (informações sobre empréstimos pessoais, financiamentos, etc.). Tudo sempre com o consentimento do usuário. 
 
O processo de liberação dos dados vai acontecer de forma gradual ao longo de 2021 (veja abaixo como vai funcionar cada 
fase). 
 
Quais instituições vão participar? 
No Brasil, apenas instituições financeiras que funcionam sob algum tipo de regulação oficial do BC poderão participar. 
 
Sendo que as instituições financeiras classificadas como S1 (instituições que possuem porte igual ou superior a 10% do PIB 
ou que tenham atividade internacional relevante) e S2 (instituições de porte entre 1% e 10% do PIB) serão obrigadas a 
participar do Open Banking. São elas: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú, Santander, BNDES, Citibank, Credit 
Suisse, entre outros. 
 
As demais instituições têm adesão voluntária ao Open Banking. Instituições de pagamentos, como Pic Pay, Mercado Pago, 
Nubank, etc., poderão escolher se vão participar ou não do novo ecossistema. 
 
Especialistas ouvidos pelo InfoMoney afirmam que a tendência é que grande parte das instituições reguladas participem. 
 
Embora a participação compulsória não valha para todas as empresas, uma característica importante do Open Banking é a 
reciprocidade. Ou seja, todas as empresas que aderirem terão o direito de receber dados de seus concorrentes, mas também 
serão obrigadas a compartilhar os dados de suas respectivas bases – quando os clientes consentirem. 
 
Portanto, se uma fintech ou outra instituição, que tem participação voluntária, quiser entrar no Open Banking, deverá 
obrigatoriamente compartilhar os dados de seus clientes, caso eles peçam, com qualquer outro banco ou fintech participante 
do Open Banking. 
 
As instituições receptoras dos dados terão um prazo máximo de 12 meses para acessar os dados, segundo as regras do 
Banco Central. Depois disso, o cliente precisará renovar o consentimento (veja mais sobre isso na parte de segurança). 
 
Quais as vantagens do Open Banking? 
O Open Banking parte do princípio que os dados do consumidor são de sua propriedade e não do banco ao qual ele está 
vinculado. 
 
Hoje, o Brasil enfrenta uma grande assimetria de informações. Para exemplificar: se um cliente tem conta no banco A, essa 
instituição detém o histórico de crédito desse cliente, que indica, por exemplo, se ele é ou não um bom pagador. 
 
Mas se o cliente deseja pedir um empréstimo no banco B, no qual não possui conta aberta, ele terá dificuldade. Isso acontece 
porque o banco B não tem dados suficientes para aferir a capacidade de pagamento da pessoa para liberar ou não o crédito 
porque é o banco A que tem essas informações. Assim, a operação se torna mais arriscada para o banco B e ele tende a não 
conceder o crédito. 
 
O cliente fica, então, dependente da instituição na qual tem conta e sujeito às suas taxas, o que incentiva ainda mais a já alta 
concentração bancária no país. 
 
O Open Banking pretende reduzir essa barreira de entrada, democratizando não só os empréstimos, mas diversos tipos de 
 
8 
 
produtos financeiros, para que os bancos, fintechs, instituições de pagamentos, possam compartilhar as informações entre 
eles e o cliente tenha o direito de escolher qual instituição oferece as melhores condições para cada serviço financeiro. 
 
Na prática, é como se o Open Banking permitisse que o cliente construísse seu “próprio banco”. A pessoa poderá escolher 
acessar crédito no banco A, que tem a melhor taxa, investimentos na corretora B, que tem baixa taxa de corretagem e cartão 
de crédito na fintech C, que não tem anuidade, por exemplo. 
 
Dessa forma, segundo o BC, o Open Banking vai priorizar a experiência do cliente e a diversidade e representatividade dos 
participantes. 
 
O que muda com o Open Banking? 
Com o cliente tendo controle do compartilhamento de seus dados, fica muito mais fácil abrir contase adquirir produtos e 
serviços em diferentes instituições ao mesmo tempo. 
 
Do lado das empresas, a corrida será pela atenção do consumidor. Isso porque, mesmo tendo conta na instituição, nada 
garante que o cliente vai consumir e utilizar os serviços dela. Por isso, o banco ou a fintech que oferecer a melhor experiência 
em serviços financeiros tende a conquistar os clientes. 
 
Os bancos tradicionais, que hoje possuem uma gama grande de produtos, precisarão investir mais na experiência do cliente, 
enquanto as fintechs, que hoje oferecem uma melhor experiência, precisarão aumentar o portfólio de produtos e serviços. O 
Open Banking vai incentivar esse equilíbrio entre os participantes do sistema financeiro. 
 
A tendência é o surgimento de novos modelos de negócios e mais concorrência entre as empresas, o que vai beneficiar os 
consumidores, que terão mais opções disponíveis e, provavelmente, produtos mais baratos. 
 
Por isso, conforme especialistas ouvidos pelo InfoMoney, o Open Banking incentiva a inovação e a criação de novos 
produtos, além de ampliar a distribuição e concorrência. 
 
Como vai funcionar? 
O passo a passo de acesso e uso do Open Banking ainda não foi completamente definido, mas algumas etapas já são 
conhecidas. 
 
Em relação à liberação de dados: se o cliente quiser que o banco A, no qual tem conta, compartilhe dados dele com a fintech 
B, ele precisa iniciar o processo na instituição que vai receber os dados. Ou seja, deve solicitar o compartilhamento à fintech 
B que vai avisar o banco A, que o cliente solicitou os dados. Feito isso, o banco A, vai confirmar com o cliente se ele realmente 
solicitou a liberação. Se o cliente confirmar e der seu consentimento, o banco A transmite a informação para a fintech. É 
parecido com o procedimento adotado na portabilidade de crédito. 
 
Por exemplo, com o Open Banking em funcionamento, um cliente do Bradesco poderia cotar as taxas que seriam cobradas 
se ele pedisse um empréstimo pessoal no Itaú. O cliente faria a solicitação da cotação, por meio do app ou internet banking 
do Itaú, sem necessariamente ter uma conta no banco. O Itaú então acionaria o Bradesco, que, por sua vez, mandaria uma 
mensagem dentro do seu app para o cliente confirmar que solicitou os dados. 
 
Feito isso, o Bradesco envia a informação ao Itaú, que de posse dos dados, pode abrir uma conta ou avaliar a concessão de 
crédito mais rapidamente a partir do histórico do cliente. 
 
Especialistas consultados pelo InfoMoney disseram que esse deve ser o fluxo padrão de consentimento. Mas ainda é cedo 
para dizer como cada instituição fará isso de forma mais detalhada. 
 
Em relação ao uso de produtos e serviços que vão surgir a partir da implementação do Open Banking, há uma série de 
possibilidades. A experiência do cliente será um dos pontos centrais no Open Banking. Como o cliente terá muito mais opções 
disponíveis para usar, as instituições devem investir em soluções simples, intuitivas e na boa usabilidade das plataformas 
para atrair mais clientes. 
 
A recomendação do BC é que o fluxo de autorização para compartilhar os dados e usufruir do Open Banking seja semelhante 
à do acesso direto na instituição – por meio do app ou internet banking. Ou seja, a ideia é que o cliente autorize o procedimento 
 
9 
 
por meio de reconhecimento facial, biometria ou senha, assim como ocorre com os demais serviços que o cliente usa no 
banco hoje. 
 
Que tipos de serviços encontrarei com o Open Banking funcionando? 
Considere dois exemplos práticos de tipos de serviços que poderemos encontrar com o uso do Open Banking: 
 
Situação 1 
Um banco receptor da informação não precisará que o cliente seja seu correntista para fazer uma análise de crédito, basta 
que o banco no qual o cliente tem conta informe seus dados, a partir do seu consentimento. 
 
Por exemplo, o Matheus, que é cliente do banco A, decide comprar um lustre novo para a sua casa em uma loja online de 
material de construção. 
 
Ao chegar no checkout vai se deparar com as formas de pagamento e entre elas poderá ver a opção “crédito do banco B”, 
no qual não possui uma conta. 
 
Ao selecionar essa opção, uma mensagem vai aparecer na tela para que ele indique em qual banco tem conta e, portanto, 
onde está o dinheiro. Ele indicará o banco A. 
 
Ao fazer isso, ele receberá uma mensagem, por meio do app do banco A, avisando que o compartilhamento de dados foi 
solicitado e ele autoriza a operação. Feito isso, o banco B, que viu seu histórico de crédito, aprova o empréstimo para a compra 
na loja e ele consegue finalizar o pagamento em minutos usando um microcrédito de um outro banco. Esse tipo de operação 
já deverá estar disponível em 2021. 
 
Situação 2 
Será possível encontrar produtos de diferentes instituições financeiras no mesmo aplicativo, desde que essas empresas 
fechem parcerias entre si. Na prática, seria possível o banco ofertar um produto seu no canal de um concorrente. 
 
Por exemplo, a Daniela poderia abrir o app da fintech C e encontrar um financiamento imobiliário fornecido pelo grande banco 
D e contratá-lo pelo próprio app da fintech. Isso seria possível porque a fintech C (que tem uma boa experiência, mas não 
tem esse tipo de produto) deseja atrair o cliente para o seu domínio, enquanto o banco D (que possui um portfólio grande de 
produtos, mas não tem boa experiência em seu app), não quer deixar de ofertar seu produto ao cliente. 
 
Assim, outra expectativa relacionada ao Open Banking é o surgimento de marketplaces que vão agregar diversos produtos 
de diferentes bancos e instituições financeiras. 
 
Já esse segundo exemplo será possível com o Open Banking funcionando de maneira plena e deve demorar um pouco mais 
para se tornar realidade. 
 
Quando começa a funcionar? 
Os usuários finais terão acesso aos serviços e novas opções disponibilizados pelo Open Banking a partir de 15 de julho de 
2021 – embora a primeira fase de implementação tenha início no dia 1º de fevereiro de 2021 para as instituições participantes. 
 
Quais são as fases? 
Fase Qual tipo de dado poderá ser compartilhado entre as instituições 
1. Início em: 
01/02/21 
As instituições financeiras irão compartilhar entre si, sob supervisão do BC, suas prateleiras de 
produtos, serviços e taxas disponíveis; o consumidor ainda não participa desta fase; 
2. Início em 
15/07/2021 
Instituições financeiras estarão aptas a compartilhar entre elas os dados cadastrais de clientes 
(como nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc.) e informações relacionadas a conta corrente, 
tarifas, entre outros – tudo sempre a partir do consentimento do consumidor; 
 
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3. Início em 
30/08/2021 
Início dos serviços de iniciação transação de pagamento (sendo possível usar o WhatsApp para 
iniciar uma transferência, por exemplo); e a possibilidade de compartilhamento do histórico de 
informações financeiras dos clientes; 
 
 4. Início em 
15/12/2021 
Possibilidade de compartilhar dados referentes a operações de câmbio, serviços de 
credenciamento, contas de depósito a prazo e outros produtos de investimentos, seguros, 
previdência complementar aberta, entre outros; 
 
Open Banking é seguro? 
O Open Banking no Brasil funcionará sob a regulação do Banco Central. Toda e qualquer instituição participante precisará 
estar sob o guarda-chuva do BC como instituição financeira (como os bancos tradicionais) ou como instituição de pagamento 
(empresas que não podem conceder empréstimos e financiamentos, como Nubank, Mercado Pago, etc.). 
 
Assim, as empresas participantes estão sujeitas a punições por parte do BC. Na prática, se alguma das instituições não seguir 
as regras do Open Banking ao operar nesse ambiente, o BC pode aplicar multas, excluir a empresa do Open Banking, e, no 
limite, decretar a falência ou liquidação da instituição. Por isso, a tendência é que todas as instituições participantessigam as 
regras à risca, assim como elas seguem hoje na oferta de outros tipos de serviços. 
 
Além disso, todo envio e recebimento de informações dentro do ecossistema do Open Banking estará protegido pela Lei 
Complementar n° 105/2001, do Sigilo Bancário, que proíbe o compartilhamento de dados para instituições não participantes 
do Open Banking, bem como proíbe a venda de informações de consumidores para terceiros. 
 
Somado a isso, o arcabouço do Open Banking também está sob o guarda-chuva da Lei Geral de Proteção de Dados (n° 
13.709/2018) – que entrou em vigor neste ano e que abrange diversas áreas, além da financeira – e dá autonomia para o 
cliente em relação ao seus dados. 
 
De qualquer maneira, a regulação é rígida no Brasil. Há um perímetro de atuação do Open Banking bem definido. No Reino 
Unido, por exemplo, uma entidade não regulada pode prestar serviço de compartilhamento de dados, o que não será 
permitido aqui. 
 
A ideia é que o BC fiscalize todos os participantes do Open Banking e os puna, caso necessário, em prol do bom 
funcionamento do sistema. 
 
Mais detalhes sobre a segurança do sistema devem ser divulgados conforme o cronograma do Open Banking for avançando. 
 
O que são as APIs e como se relacionam com o Open Banking? 
A API (Application Programming Interface, em inglês, ou Interface de Programação de Aplicativos) é o recurso que permitirá 
às instituições compartilhar as informações no ecossistema do Open Banking de maneira padronizada. 
 
Vale dizer que a API não foi criada para o Open Banking. É um elemento universal de tecnologia, que já é amplamente usado 
hoje na integração de sistemas em diversos âmbitos. Basicamente, é a forma como todos os softwares “se falam” dentro da 
internet. 
 
Para facilitar a compreensão, a API é uma espécie de ponte que conecta aplicações diferentes por meio de uma mesma 
linguagem. Por exemplo, a Uber usa uma API do Google Maps para que tenha os mapas no seu aplicativo, bem como o 
Airbnb também usa uma API para mostrar as localizações dos imóveis disponíveis para aluguel. 
 
Dessa maneira, as APIs vão permitir o fluxo de troca de dados de clientes entre as instituições de forma ágil e segura. Ágil 
porque todas as instituições receberão e enviarão as informações no mesmo padrão e seguro porque todo o processo será 
supervisionado pelo BC. 
 
Por que padronizar a API é importante? 
Outra maneira de entender a API é considerá-la como um contrato, com cláusulas que os participantes precisam seguir para 
conseguir se comunicar. 
 
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O problema de não padronizar as APIs são as disfunções que poderiam ser geradas na troca de informações, justamente 
pela falta de cláusulas “nesse contrato”. 
 
Por exemplo, o banco A informa o saldo de R$ 100 da conta do cliente João para o banco B, juntamente com o nome completo 
dele e o número da conta. 
 
Mas o banco B tem como padrão uma leitura de números com pontos em vez de vírgula e, quando o saldo entra em seu 
domínio, ele não consegue traduzir o valor em R$ 100, o que gera um erro na leitura da informação pelo banco B, por exemplo. 
Seria um detalhe, mas em uma escala que envolve milhares de contas pode atrapalhar muito o funcionamento do sistema. 
Então, a API vai padronizar o formato dos números como se fosse uma das cláusulas de um contrato. 
 
No fim do dia, a API será a estrutura por trás da experiência do Open Banking, que vai facilitar a integração de informações e 
a visualização de forma rápida e simples para o consumidor – viabilizando uma boa experiência. 
 
O formato da API que será utilizado no Brasil ainda está em discussão e será desenvolvido pelo grupo de trabalho do Open 
Banking (veja mais sobre isso abaixo). 
 
Qualquer empresa pode ter acesso aos meus dados financeiros? 
Não. Os dados financeiros do cliente só serão compartilhados se ele desejar e com as instituições que ele quiser – desde que 
esses bancos ou fintechs sejam regulados pelo BC. 
 
Não vai existir a possibilidade de o cliente solicitar que uma empresa que não está no escopo do Open Banking acesse os 
dados de seu banco, por exemplo. 
 
A única maneira de uma empresa estar no escopo do Open Banking e não ser regulada pelo BC é se ela for uma parceira 
de uma instituição participante. 
 
Mas essa figura “parceira”, por regra, não pode ser regulada pelo BC, portanto não pode ter acesso a dados provenientes do 
 
Open Banking. 
Ou seja, considere que o Banco do Brasil fez uma parceria com a ContaAzul, empresa de software, para fazer um upgrade 
em sua plataforma de gestão. A ContaAzul vai auxiliar o BB nesse processo de melhoria, mas não terá acesso aos dados 
que o BC eventualmente vai receber via Open Banking. 
 
Inclusive, essas empresas parceiras devem ser, em sua maioria, companhias de tecnologia que vão oferecer melhorias para 
as participantes conseguirem operar de forma mais ágil dentro do ecossistema do Open Banking. 
 
As empresas têm acesso aos meus dados por tempo indeterminado? 
Não. O BC definirá alguns limites para que as empresas acessem os dados. O prazo máximo é de 12 meses. Passado esse 
período, o usuário precisará renovar seu consentimento para que a instituição utilize a informação novamente. 
 
Esse prazo de duração do acesso vai variar de acordo com o objetivo do uso dos dados. Por exemplo, o acesso ao histórico 
de crédito pode ter duração de três meses, enquanto o acesso aos dados cadastrais seis meses. Se após esse período a 
empresa receptora dos dados usá-los para algum fim, poderá ser punida pelo BC. 
 
Mais para frente isso deve ser esclarecido de forma mais detalhada pelo regulamento do Open Banking. 
 
Vale ressaltar que, devido à LGPD, o cliente poderá pedir para as instituições excluírem seus dados do Open Banking, se 
assim desejar, a qualquer momento, mas ainda não há um fluxo definido para se fazer isso. 
 
Tenho como saber quem tem acesso aos meus dados? 
Como o cliente decide se quer compartilhar os dados e com quem, ele saberá quais instituições têm acesso às suas 
informações financeiras porque ele mesmo autoriza o processo – além do fato de as empresas terem acesso às informações 
por tempo limitado. Mas, no longo prazo, pode ficar inviável fazer a gestão desses dados pessoais. 
 
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Por exemplo, poucas pessoas acessam a página do Facebook que mostra quais empresas têm acesso aos seus dados a 
partir do momento em que o usuário faz o login nos ambientes dessas empresas usando a rede social. É a mesma lógica. 
Passados alguns anos, nem todo mundo deve fazer uma gestão das instituições financeiras que terão seus dados. 
 
Esse será um dos grandes desafios do Open Banking: como o consumidor vai administrar seus dados e organizar o seu 
consentimento para diferentes instituições. E, por enquanto, não há uma solução para isso. 
 
Na Índia, por exemplo, há um sistema “agregador de contas”, oferecido pelos bancos e licenciado pelo Banco Central da 
Índia, que regula a coleta e o compartilhamento de dados. Ao fazer login em apps de empresas terceiras autorizadas, os 
usuários podem reunir todos os tipos de dados financeiros (como padrões de gastos, reembolso de contas, declarações de 
Imposto de Renda, transações comerciais, etc.) e podem optar por compartilhá-los ao buscar empréstimos, produtos de 
investimento ou até seguro. 
 
Tem custos? 
O consumidor final não pagará nada ao solicitar o compartilhamento de seus dados da sua instituição para outra. Ou seja, o 
banco transmissor da informação não poderá fazer cobranças. 
 
Por outro lado, o banco receptor dos dados poderá cobrar o cliente apenas nos casos em que oferecer serviços adicionais 
que agreguem dados e o cliente optar por contratá-los – nos moldes do que o Flipper ou o Guiabolso oferecem hoje. 
 
Ainda não há mais detalhes de possibilidades de cobrança para os clientes PF ou PJ. 
 
Já a instituição detentora dos dados poderá cobrar a instituiçãoreceptora, se a mesma solicitar dados cadastrais diferentes 
do mesmo cliente mais de duas vezes em um mês, segundo o BC. Os eventuais valores cobrados serão definidos no grupo 
de trabalho do Open Banking. 
 
Tem relação com o Pix? 
O Open Banking e o Pix são diferentes. Enquanto o Pix é um meio de pagamento instantâneo, o Open Banking é um 
conjunto de regras sob o qual o sistema financeiro nacional vai atuar. 
 
São recursos independentes, mas que podem atuar em conjunto. Ambos fazem parte da agenda de inovação e mais 
competição do BC e têm cronogramas que andam em paralelo. 
 
O Pix é uma ferramenta que pode ajudar o Open Banking a evoluir do puro compartilhamento de informações para a 
movimentação do dinheiro de forma instantânea. 
 
Além disso, a criação recente da figura do iniciador de pagamento (Pisp), aprovada pelo BC como entidade regulada, vai 
possibilitar que essa relação entre Pix e Open Banking se consolide. 
 
Na prática, com o Pisp será possível acessar o banco ou outra instituição financeira por canais que não necessariamente são 
o aplicativo ou o internet banking do banco. Assim, será possível iniciar as transferências por canais como WhatsApp, 
Mercado Pago, iFood, entre outros, e efetuá-las com Pix – embora o Pix não seja a única opção nesse caso, já que será 
possível usar outras formas de transação como TED, DOC ou boleto. 
 
Em 2021, veremos o desenvolvimento do Pix, com mais serviços e produtos, bem como a chegada do Open Banking para 
os consumidores em geral. 
 
Quem são os responsáveis por implementar o Open Banking no Brasil? 
O BC criou uma convenção (ou grupo de trabalho) com os principais representantes de instituições financeiras e de 
pagamentos do país com o objetivo de definir as regras de funcionamento em conjunto para que todas as categorias do 
sistema financeiro tenham os mesmos direitos e deveres dentro do ecossistema do Open Banking. 
 
Nesse grupo de trabalho estão: a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira das Empresas de 
Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), ABFintechs, que representa os interesses das fintechs, a Organização das 
 
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Cooperativas Brasileiras (OCB), a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação Brasileira de Instituições de 
Pagamentos (Abipag), a Associação Brasileira de Internet (Abranet), entre outras, além de um conselheiro independente. 
 
Qual é o papel do BC no Open Banking? 
O BC é o juiz do ecossistema do Open Banking. A autoridade monetária estabelece a estrutura inicial do processo de 
implementação do Open Banking e aprova o conteúdo da convenção. 
 
Na prática, o BC é o responsável pela fiscalização e punição das instituições participantes. A ideia é que tudo o que acontece 
no âmbito do Open Banking seja observado de perto pelo BC – portanto, a tendência é que a operação e dinâmica do Open 
Banking sejam seguras. 
 
Novos modelos de negócios. 
 
À medida que as tecnologias de internet evoluem, o consumidor interage de forma diferente, moldando 
comportamentos. Para acompanhar essa tendência, os gestores estão cada vez mais empenhados em descobrir 
soluções para aumentar o engajamento do público e manter o negócio alinhado com os seus objetivos. Dessa 
forma, novos modelos de negócio emergem em todo o mundo. 
 
Conhecendo novos modelos de negócios. 
Vivemos a transformação digital e as tecnologias de hardware, software e internet evoluem de forma acelerada, 
impulsionando o surgimento de novos mercados. Hoje, o cliente é muito mais exigente e hiperconectado que há 
uma década, e as empresas acabam disputando o mesmo público em um cenário altamente competitivo. 
 
Munidos de informações, os clientes contam com diversas ferramentas online disponíveis gratuitamente para 
pesquisar e escolher os produtos e serviços mais adequados às suas necessidades. Por isso, é preciso pensar 
em formas inovadoras de atender o público-alvo, criando experiências disruptivas. 
 
Isso significa quebrar padrões e oferecer algo completamente diferente do que sempre foi feito — ou complementar 
uma ideia de valor. Em um mercado de crescimento exponencial, vence aquele que consegue entregar produtos 
e serviços com maior qualidade e agilidade, além de agregar valor e novas experiências aos processos de compra 
e uso. 
 
Principais modelos de negócios para empresas em desenvolvimento 
Com base na importância dos novos modelos de negócios para a evolução do mercado global, listamos abaixo 
alguns que podem ser adotados na sua empresa. Confira! 
 
1. PSS (Product-Service-System) 
Conhecido no Brasil como Modelo de Negócio de Servitização, o PSS é orientado à função. Isso quer dizer que a 
empresa deixa de vender o produto em si e passa a entregar somente as funcionalidades dele como serviço, 
atendendo adequadamente às necessidades de clientes específicos. 
 
A Xerox, por exemplo, usa esse modelo de negócio instalando seus equipamentos de impressão nas empresas e 
cobrando apenas pelo número de cópias realizadas (pay-per-copy). Em um outro exemplo, a Philips faz toda a 
instalação da iluminação em um projeto predial e cobra somente pela iluminação proporcionada (pay-per-lux). 
 
2. O2O (Online-to-Offline) 
Tem a característica de oferecer pela internet produtos e serviços comumente disponibilizados em lojas físicas 
(varejo). A estratégia é usada com sucesso por sites de compras coletivas para ajudar lojistas a atrair novos clientes 
engajados com o mundo digital. 
 
O Peixe Urbano foi uma das primeiras empresas a adotar esse modelo no Brasil, reunindo ofertas de hotéis, 
recomendações de produtos e promoções com preços bem reduzidos por tempo e quantidade limitados. O iFood 
é outro exemplo de sucesso, unindo restaurantes em um aplicativo para a encomenda e entrega de comidas em 
domicílio. 
 
 
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3. Modelo de assinatura 
No modelo de assinatura, a empresa fornece pacotes de produtos e serviços adequados a diversos perfis de 
consumidores. Ao escolher o melhor plano para seus desejos e necessidades, o usuário passa a pagar uma 
mensalidade fixa. Serviços como Netflix, Dollar Shave Club e Kindle Unlimited usam esse modelo como estrutura 
de negócios. 
 
Powered by Rock Convert 
Nesse mesmo modelo, empresas como Google, Spotify e Dropbox oferecem gratuitamente uma linha de produtos 
e serviços bem completa. Porém, a maioria dos serviços gera resultados que levarão o usuário a depender de uma 
estrutura maior e mais completa, com ferramentas e recursos adicionais, lá na frente, forçando-os a migrar para 
um plano pago. Esse modelo é chamado de “freemium”. 
 
4. Crowd-Knowledge 
Também chamado de Inteligência Coletiva, Conhecimento Distribuído e Sabedoria Coletiva, esse modelo visa 
elevar os níveis de conhecimento e inteligência de um determinado grupo de pessoas para facilitar a tomada de 
decisões. Geralmente, são compartilhados dados e informações pelos colaboradores ativos na comunidade online. 
 
As informações mais relevantes e valiosas podem ser vendidas na plataforma sem a exposição de dados privados 
e individuais. Mas, para chegar a esse ponto, a empresa precisa contar com uma grande quantidade de 
participantes que compartilham dos mesmos problemas e estejam dispostos a solucioná-los. 
 
Um exemplo desse modelo de negócios é o utilizado pelo site Patients Like Me. Nele, é reunido um conjunto de 
pessoas que enfrentam as mesmas doenças, como diabetes e reumatismo, para discutir maneiras de lidar com 
elas ou se curar. As informações são coletadas e vendidas pela indústria farmacêutica, médicos e profissionais da 
saúde e bem-estar, sem expor os colaboradores. 
 
5. Crowd-Innovation 
Também chamado de Modelo de Inovação Aberta, contribui para que as organizações resolvam seus problemas 
encontrando e aproveitando melhor as oportunidades inovadoras que surgem no mercado. A ideia é usar a 
colaboração externa sem estabelecer vínculos empregatícioscom os participantes (freelancers). 
 
Mas, para ter sucesso aqui, os gestores precisam recrutar e manter solucionadores natos de problemas 
(inovadores) atuantes em diversas áreas de negócios. Empresas como a Innocentive, NineSigma e 
IdeaConnection usam o modelo de negócios Crowd-Innovation com sucesso. 
 
6. P2P e C2C 
Peer-to-Peer (de pessoa para pessoa) e Consumer-to-Consumer (de consumidor para consumidor) são modelos 
de negócios em que pessoas e empresas se conectam diretamente — sem intermediários — por meio de uma 
plataforma para a troca de soluções em forma de produtos e serviços. A ideia é cruzar os fornecedores das 
soluções com os interessados nelas em um ambiente online. 
 
Nada é cobrado dos usuários, mas a plataforma aproveita o fluxo concentrado de pessoas para vender espaços 
de publicidade, tornando o negócio lucrativo. Plataformas de negociação como Mercado Livre e Amazon são 
alguns exemplos práticos desse modelo de negócios em ação. 
 
Como escolher o modelo ideal para o negócio? 
Cada modelo de negócios é específico. Saber qual é mais indicado para a empresa dependerá do conhecimento 
que os gestores têm sobre o público-alvo, como o padrão comportamental nas interações, engajamento e jornada 
de compra. A partir daí, fica mais fácil identificar as necessidades do negócio e escolher um modelo mais 
adequado. 
 
Além disso, é importante que os gestores façam testes para comprovar a escolha certa do modelo, que será aquele 
que entregar os resultados esperados ou acima. 
 
 
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Hoje, na era digital, as empresas precisam pensar de forma criativa para lançar ou se adequar aos novos modelos 
de negócio. Quem for capaz de entregar experiências digitais com maior rapidez e assertividade, conseguindo 
atender e superar as expectativas dos consumidores durante a jornada de compra, é quem deve alcançar o 
sucesso. 
 
Fintechs 
 
O termo 'fintech' surgiu da combinação das palavras em inglês financial (finanças) e technology (tecnologia). Esse 
nome, por si só, resume bem a ideia: fintech é toda empresa que oferece serviços financeiros que se diferenciam 
pelas facilidades proporcionadas pela tecnologia e, com efeito, pela internet. 
 
Sob esse ponto de vista, talvez você não veja muita diferença em relação aos serviços oferecidos pelos bancos. 
Instituições bancárias tradicionais trabalham com tecnologias bastante sofisticadas para atribuir acesso e 
segurança às transações financeiras. Isso vale para gerenciamento de contas correntes, empréstimos, serviços 
de cartão de crédito, investimentos, entre outros. 
 
É um conceito que deriva da união dos termos “financial” e “technology”. As Fintechs são startups que trabalham 
para oferecer serviços financeiros a partir das possibilidades tecnológicas da contemporaneidade. 
 
Assim, elas conseguem trabalhar com custos operacionais menores, de maneira mais otimizada. Os bancos 
tradicionais (Bradesco, Banco do Brasil etc.) usam a tecnologia em seus serviços, mas não são consideradas 
Fintechs porque ainda operam prioritariamente a partir do modelo tradicional. 
 
As Fintechs tem toda a base da sua operação na inovação tecnológica, oferecendo serviços como: cartão de 
crédito, meios de pagamentos, lojas virtuais, financiamentos/empréstimos etc. 
 
Mas, em uma fintech, a tecnologia é utilizada essencialmente para trazer conveniência por meio da inovação: as 
empresas do ramo utilizam recursos tecnológicos amplamente disseminados para criar metodologias, processos 
e ferramentas que facilitam o acesso a serviços financeiros. O resultado desses esforços aparece para o usuário 
na forma de praticidade, burocracia reduzida, custos baixos, maior controle sobre operações financeiras e por aí 
vai. 
 
Quais serviços as fintechs oferecem? 
As fintechs podem oferecer uma ampla variedade de serviços, tanto para usuários domésticos (pessoas físicas) 
quanto para empresas e demais instituições (pessoas jurídicas). 
 
Alguns desses serviços não diferem muito daquilo que encontramos em bancos e afins: fornecimento de cartão de 
crédito (inclusive pré-pago), meios de pagamentos, financiamentos, transferência de recursos, seguros, entre 
outros. 
 
Outros serviços diferem bastante, como os que disponibilizam plataformas para que o cliente possa gerenciar as 
suas finanças com mais clareza ou que permitem que outros usuários — e não bancos — ofereceram pequenos 
empréstimos (nos países em que esse tipo de atividade é permitido). 
 
Em todos os casos, o principal diferencial está no foco que é dado à experiência do usuário: como já dito, os 
recursos tecnológicos devem trazer praticidade, facilidade de uso, redução de burocracia, entre outros atrativos. 
 
Como as fintechs funcionam? 
Cada fintech tem um modelo próprio de negócio e, portanto, não dá para esmiuçar cada um deles. Mas, via de 
regra, as empresas do setor direcionam seus esforços no desenvolvimento de soluções que cobrem deficiências 
ou limitações de serviços financeiros tradicionais. 
 
Em outras palavras, as fintechs utilizam tecnologia — sobretudo no âmbito da internet — para dar aos usuários 
recursos que bancos e afins não disponibilizam ou que até são oferecidos por essas instituições, mas de modo 
mais conservador, por assim dizer. 
 
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Esse diferencial todo é possível porque, na maioria dos casos, as fintechs são formadas por startups. Esse é o 
nome dado a um tipo de empresa, geralmente com pouco tempo de existência, que cria e explora ideias criativas 
para oferecer serviços e produtos inovadores. 
 
Uma startup tecnológica, basicamente, identifica uma oportunidade — um produto ou serviço que supre uma 
demanda não atendida ou que pode fazer algo melhor do que aquilo que já é oferecido pelo mercado — e utiliza 
a tecnologia para criar meios de explorá-la. É o que acontece com as fintechs. 
 
Note, porém, que é importante que a startup adote desde o início medidas para aperfeiçoar com agilidade serviços 
e produtos oferecidos, suportar aumentos expressivos da demanda e transmitir ao usuário percepção de valor. O 
melhor jeito de fazer isso é focando em qualidade, não em quantidade: convém disponibilizar poucos, mas 
excelentes serviços ou produtos do que oferecer vários deles, mas correr o risco de perder o controle sobre eles 
por conta da diluição do foco. 
 
Nas fintechs esse princípio é levado bem a sério: boa parte das empresas do segmento oferece serviços ou 
produtos bem específicos. Na maioria dos casos não há, como nos bancos, uma ampla cesta de serviços ou 
qualquer coisa parecida. Isso é positivo porque a empresa consegue ficar focada em melhorar os seus processos. 
Desse modo, os clientes em potencial compreendem rapidamente o que cada uma delas oferece. 
 
Um estudo de caso: o Nubank 
Até aqui, a abordagem acerca do universo das fintechs tem sido teórica. Para facilitar a compreensão, é melhor 
estudarmos um caso real de sucesso. Utilizaremos para esse fim a proposta do Nubank, empresa que 
provavelmente ocupa o posto de fintech mais popular do Brasil. 
 
O Nubank surgiu em 2013, mas começou a operar em 2014 disponibilizando apenas um produto: um cartão de 
crédito internacional com bandeira Mastercard. Até aí, nada demais. Tudo o que é banco oferece cartão de crédito. 
Assim, o que há de inovador aí? A forma como o Nubank disponibiliza esse produto. 
 
Para começar, o cartão não tem anuidade, tampouco cobra outras tarifas. Sim, há bancos e operadoras que 
também não cobram anuidade do cartão, mas, na maioria das vezes, há condições associadas: o cliente deve 
realizar pelo menos um gasto por mês com o cartão ou ter um longo tempo de relacionamento com a empresa, 
por exemplo. Com o Nubank não há nada disso: nenhum cliente paga anuidade e outras tarifas, não importa o seu 
perfil de renda ou se o cartão é pouco usado. 
 
Mas a parte mais interessante — a que torna a empresa inovadora — fica no smartphone dousuário: é necessário 
instalar um aplicativo do Nubank em um celular Android ou iPhone (iOS). Essa ferramenta permite ao usuário ter 
absoluto controle sobre o seu cartão. 
 
Toda vez que o cliente usar o cartão, o aplicativo mostrará, tão logo a transação for confirmada, o nome da empresa 
que recebeu o pagamento, assim como a localização desta em um mapa. As informações sobre todas as 
transações ficam disponíveis em uma linha do tempo. Dessa forma, o usuário sempre consegue saber quando e 
onde realizou cada gasto. 
 
Tem mais: o aplicativo também mostra qual o limite do usuário e quanto deste já foi gasto. Esse é um detalhe 
importantíssimo. A maioria dos bancos oferece, no máximo, uma notificação por SMS toda vez que uma transação 
é realizada. O usuário não tem, porém, um jeito fácil de saber o quanto já gastou no mês. Muitas vezes é possível 
ter essa informação no site ou no aplicativo móvel do banco, mas pode demorar dias para que uma transação 
realizada com o cartão apareça ali. 
 
Isso é perigoso. Como as informações sobre gastos são pouco claras, muitos usuários acabam não percebendo 
que gastaram demais e não conseguem pagar a fatura na íntegra no final do mês. A consequência, muitas vezes, 
é o endividamento, pois os juros cobrados nos cartões emitidos no Brasil são absurdamente elevados. 
 
 
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Com o Nubank, as chances de endividamento são menores porque o usuário tem uma visão geral sempre 
atualizada de seus gastos e, se não conseguir pagar a fatura na íntegra no final do mês, encontrará juros mais 
baixos (embora não muito) do que os cobrados por instituições convencionais. 
 
Usando o aplicativo, o usuário também consegue solicitar aumento de limite, deixar esse limite abaixo do 
disponível, bloquear o cartão temporariamente e contatar o suporte do Nubank via chat — canal que atende muito 
bem, por sinal. 
 
Percebeu as vantagens? Não é necessário amargar horas no telefone para negociar taxas, as informações sobre 
gastos estão sempre disponíveis, é possível bloquear o cartão rapidamente em caso de perda (dá para fazer isso 
também pelo site do Nubank), o atendimento costuma ser bastante prestativo, não há tarifas escondidas, enfim. 
 
Tudo isso é possível graças ao aplicativo — a tecnologia em si. Como todo o serviço gira em torno dessa 
ferramenta, o Nubank não precisa ter agências ou call centers complexos (embora haja atendimento por telefone). 
Esses fatores diminuem significativamente os custos operacionais. É por isso que a empresa consegue operar 
sem cobrar tarifas. A receita vem dos juros cobrados nas faturas parceladas, de pequenas porcentagens oriundas 
de cada transação feita com o cartão, entre outros. 
 
Note ainda como a questão do foco é importante aqui: ao oferecer um único produto, o Nubank consegue ficar 
centrado em aperfeiçoá-lo e simplificar processos, o que também a ajuda a conter os custos operacionais. Além 
disso, o usuário sabe exatamente o que esperar da empresa: ele não precisa ficar analisando vários tipos de 
cartões para escolher qual é o melhor para as suas necessidades. 
 
Startups 
 
Startup é um termo em inglês usado para definir as empresas que ainda são jovens ou recém-criadas e apresentam 
grandes possibilidades de crescimento. 
 
Uma startup é caracterizada por ser um negócio escalável e que cresce de uma forma muito mais rápida e eficiente 
em comparação a uma pequena ou média empresa tradicional (PME). 
 
As PMEs entram no mercado depois de investir uma certa quantia de dinheiro e, geralmente, precisam esperar um 
pouco para começar a aproveitar os benefícios. 
 
Já as startups fazem o contrário: entram no mercado para buscar capital e utilizam tecnologias digitais para crescer 
e encontrar financiamento. 
 
Em resumo, as startups são caracterizadas por serem: 
 
Empresas jovens 
Isso mesmo, muitas pessoas cometem o erro de classificar todas as pequenas empresas e rotulá-las como 
startups, mas esse não é o caso. 
 
As startups são caracterizadas por serem empresas jovens que têm duas opções: 
 
 Evoluir e se tornar empresas de sucesso; 
 Fechar as portas. 
 
Escaláveis 
A escalabilidade é um dos principais atributos das startups. Ou seja, sua capacidade de crescer e gerar receita de 
forma muito mais rápida do que sua estrutura de custos. 
 
Em outras palavras, um negócio escalável é aquele capaz de incrementar sua produção e vendas sem ter que 
aumentar suas despesas. Portanto, sua margem de contribuição ou benefício cresce exponencialmente. 
 
 
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Isso significa que as startups não necessariamente se limitam a lucros menores porque são pequenas, mas, ao 
contrário, são empresas capazes de gerar lucros muito elevados. 
 
Tecnológicas 
Uma startup é aquela nova empresa que tem um forte relacionamento com a tecnologia. 
 
Em geral, elas se caracterizam por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar 
e satisfazer as necessidades do mercado. 
 
Os novos empreendedores e criadores de startups dependem das tecnologias para crescer e, inclusive, encontrar 
financiamento por meio de plataformas da internet. 
 
De fato, o relatório Startup Ecosystem Report, da empresa Telefônica, mostra que 80% das startups têm um 
engenheiro entre seus fundadores. 
 
Econômicas 
As startups são caracterizadas por terem custos bastante pequenos em comparação com os lucros que obtêm, e 
estes costumam crescer exponencialmente. 
 
Por exemplo, empresas como Amazon, Apple, Google ou Microsoft começaram em casas ou até mesmo nas 
garagens de seus fundadores. 
 
A principal premissa das startups é manter os custos baixos para obter benefícios de forma muito mais rápida. 
 
Disruptivas 
Pode notar: todas as startups mais bem sucedidas do mercado romperam com os padrões das empresas 
tradicionais do seu segmento. 
 
Seja nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, as startups buscam 
fugir do que o mercado já oferece para se destacarem ainda mais. 
 
Inovadoras 
A inovação é a palavra-chave de qualquer startup. Essas empresas buscam oferecer soluções criativas para 
demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado. 
 
Nem toda empresa é uma Startup. Mas toda Startup é uma empresa. 
 
3 grandes empresas que começaram como startups 
Agora que você já sabe o que é uma startup, precisa de um pouco de inspiração para, quem sabe, até mesmo 
começar a sua? 
 
Não se preocupe, vamos te mostrar alguns exemplos de grandes empresas que começaram como startups e que, 
hoje, se tornaram uma verdadeira fonte de inspiração para muitos empreendedores. 
 
Uber 
A rede de transporte que conecta passageiros com motoristas através de um aplicativo móvel começou em 2008 
com a ideia de que os usuários pudessem solicitar um carro com apenas um clique em seus smartphones. 
 
A partir disso, a Uber começou a se popularizar em todos os continentes e, hoje, conta com 15.000 funcionários 
em todo o mundo e uma valorização de aproximadamente 50 bilhões de dólares. 
 
Além disso, a Uber expandiu seu modelo de negócios com propostas como a UBEReats, um aplicativo para pedir 
e entregar alimentos entre usuários e estabelecimentos. 
 
Airbnb 
 
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Essa empresa começou como uma startup que atendia as solicitações de um mercado para conectar proprietários 
de imóveis a viajantes. 
 
Atualmente, a Airbnb está presente em 192 países, 35 mil cidades ao redor do mundo e tem uma posição 
privilegiada no ranking das startups mais bem-sucedidas do momento. 
 
Spotify 
Você é uma daquelas pessoas que liga seu computador e a primeira coisa que faz é abrir o Spotify para ouvir 
música? 
 
Temos boas notícias! O Spotify começou sendo uma startup de dois amigos apaixonados pela tecnologia. 
 
Em 2008, Daniel Ek e Martin Lorentzon lançaram a primeira versãodo Spotify com o objetivo de que as pessoas 
pudessem ouvir música como e onde quisessem, oferecendo acesso apenas por convite. 
 
Atualmente, o Spotify possui um catálogo de mais de 30 milhões de músicas e mais de 140 milhões de usuários. 
 
Big Techs 
 
As Big Techs são uma das grandes responsáveis por moldar a forma das pessoas trabalharem, comunicarem, 
comprarem, venderem e consumirem determinados produtos ou serviços. 
 
Apesar da economia estar contraída e muitas empresas batalharem para sua sobrevivência no mercado, as 
empresas de tecnologia estão acumulando riquezas e influência de maneiras, que antes eram invisíveis. 
 
As Big Techs Dominam os Negócios 
As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia, que predominam o mercado. Inicialmente essas 
organizações geralmente estão localizadas no Vale do Silício, criam um modelo de negócios escalável e ágil. 
 
O principal motor dessas empresas é a inovação, pois sempre estão definindo novas tecnologias e serviços, 
constantemente atualizando produtos e dispositivos para atender todas as demandas. 
 
Cada Big Tech têm uma mistura diversificada de aplicativos e serviços em nuvem, produtos e acúmulo de dados, 
enquanto outros têm um foco mais singular. As maiores empresas do mundo já controlam cerca de 80% do 
mercado, entre as 5 principais estão a Apple, Amazon, Alphabet, Microsoft e Facebook. 
 
Como as Big Techs funcionam? 
O principal motor das Big Techs é a inovação. Justamente por isso, o lema “move fast and break things” (mova-se 
rápido e quebre coisas, em português) é comum nessa área. 
 
As companhias precisam definir novas tecnologias e serviços continuamente, atualizando produtos e dispositivos 
para atenderem às demandas e se manterem relevantes. 
 
Forte influência no mercado 
As grandes empresas de tecnologia têm total domínio em seus respectivos setores. A Apple com dispositivos de 
comunicação na Internet, o Facebook no espaço de mídia social, o Google para buscas na Internet e a Amazon 
como protagonista dominante no mercado de comércio eletrônico dominaram totalmente seus respectivos setores. 
 
Devido ao seu domínio no mercado de tecnologia, as grandes empresas de tecnologia também influenciam a 
economia e a sociedade e moldam a maneira como nossa sociedade está progredindo. Os produtos e serviços 
oferecidos pela grande tecnologia são usados por centenas de milhões em todo o mundo. 
 
O domínio dessas empresas em seus respectivos campos se deve à compreensão do mercado e suas 
necessidades e ao fornecimento de produtos que garantem a satisfação do cliente. 
 
 
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Por conta da quarentena, o hábito de fazer compras online tornou-se a única alternativa viável para evitar filas e 
aglomerações nos pontos físicos. Bom para empresas de e-commerce como a Amazon, que aproveitou-se disso 
e reportou um faturamento de US$ 108 bilhões nos três primeiros meses deste ano. 
 
Aliás, muitas dessas compras partiram de necessidades do regime home office. Afinal de contas, trabalhar em 
casa exige computadores e dispositivos móveis de ponta, como iPhones, notebooks e computadores Mac. 
Inclusive, a alta na venda de iPhones fez a Apple reportar uma receita de US$ 89,5 bilhões no começo de 2021. 
Mas além de bons dispositivos, são necessárias ferramentas que possibilitem o trabalho remoto (inclusive das 
próprias big techs). Não à toa, os serviços de armazenamento em nuvem da Microsoft — junto da alta de vendas 
de Surface e Xbox — impulsionaram os ganhos da gigante no começo deste ano: US$ 41,7 bilhões em apenas 
três meses. 
 
Publicidade 
E como tudo passou a ser focado nos canais digitais, as empresas passaram a apostar (ainda mais) na publicidade 
digital. Chance para Facebook e Alphabet, dona do Google, aumentarem ainda mais os seus lucros, apresentando 
receitas trimestrais de US$ 26,17 bilhões e US$ 55,3 bilhões, respectivamente. 
 
Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). 
 
A expressão shadow banking (podemos traduzir para o português como "sistema bancário de sombra"), criada em 
meados da década passada, serve para categorizar o grupo de empresas intermediárias do segmento financeiro 
que não participa do sistema bancário tradicional. Ou seja, estão "à sombra" do sistema, por isso o nome. 
 
O sistema financeiro tradicional é organizado em função dos bancos e da relação que eles possuem com os 
governos de cada país. No entanto, como consequência da evolução mundial em termos de globalização e 
aumento de tecnologia, nos dias atuais existem diversas alternativas dentro do segmento. 
 
A essas novas formas de trabalhar com operações financeiras dá-se o nome de "shadow banking". Há também 
quem se refira a essas organizações como "sistema bancário informal". 
 
Quais são os tipos de empresas financeiras que compõem esse grupo? 
Muitas empresas sérias e comprometidas fazem parte do shadow banking — o que não quer dizer que elas não 
representem um problema tanto para os bancos tradicionais, como para a própria economia, já que são processos 
próprios e sem o devido acompanhamento que os bancos recebem. 
 
O que configura uma empresa nessa categoria é, como vimos, a atuação de modo paralelo ao que temos hoje em 
dia como sistema bancário tradicional. A seguir, listamos alguns dos principais tipos de empresas que formam o 
grupo shadow banking: 
 
Qual é o problema que um shadow banking traz? 
A grande questão em relação ao shadow banking é a falta de fiscalização. Eles não sofrem com o mesmo rigor 
imposto aos bancos tradicionais, algo que pode apresentar maiores riscos a todas as partes envolvidas. 
 
Apenas para ilustrar essa questão, podemos citar duas das obrigações que uma instituição bancária 
regulamentada precisa seguir: 
 
O banco precisa ter patrimônio líquido suficiente para cobrir todos os seus compromissos financeiros — inclusive 
com os seus clientes. 
 
O banco é obrigado a estabelecer processos que permitam a verificação dos seus clientes com o intuito de impedir 
o uso dos seus recursos de maneira ilegal. 
 
Como um shadow banking deixa de ser regulamentado e fiscalizado, ele também não precisa seguir todas as 
exigências. Neste ponto, vale reforçar que citamos apenas dois exemplos de uma série de requisitos que 
 
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instituições bancárias seguem. Sem a obrigatoriedade, quem garante que uma empresa fará todos os processos 
exigidos? Com isso, claro, aumenta-se o risco do negócio. 
 
Um shadow banking realmente traz riscos ao mercado financeiro? 
A criação de um shadow banking passa muito pelo que você viu no tópico anterior. As exigências previstas na 
regulamentação do sistema bancário trazem uma série de complicações aos empreendedores do segmento de 
finanças. 
 
Como muitas dessas empresas intermediadoras são voltadas para a tecnologia e inovação, cumprir todas essas 
questões praticamente inviabilizam o negócio. Assim, elas acabam migrando para um sistema paralelo e 
trabalhando a oferta de crédito à sua maneira. 
 
O grande ponto de discussão entre um shadow banking e o mercado financeiro é o risco que proporciona à 
economia. Parte disso deve-se ao fato de muitas dessas empresas atuarem alavancadas, isto é, 
proporcionalmente com dívidas superando os seus ativos de garantia. 
 
Naturalmente que, fora do mercado tradicional, as organizações desse grupo não recebem a mesma quantidade 
de depósitos e entradas de recursos do que instituições regulamentadas. Com isso, cresce bastante o risco — 
especialmente de crédito e liquidez. 
 
A crise de 2008 
Não por acaso, muitos estudos apontam a prática do shadow banking como responsável pela grande crise 
financeira atravessada pelos Estados Unidos no ano de 2008. 
 
Na oportunidade, esse tipo de empresa vinha crescendo bastante e atraindo investidores. Quando houve um 
período receoso no mercado, muitas retiradas de capital começaram a ser feitas. 
 
O problema é que, como você viu, um shadow bankingcostuma funcionar alavancado — e financeiramente não 
foi possível dar conta dessas solicitações. É um risco que se corre nesse formato. 
 
Funções da moeda 
 
Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é geralmente aceito para liquidar as transações, isto é, para 
pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações, ou seja, de acordo com esta definição, qualquer coisa pode 
ser moeda, desde que aceita como forma de pagamento. Ela é considerada o instrumento básico para que se 
possa operar no mercado. 
 
Pode-se definir que a moeda possui três funções básicas, que seriam: 
 
a) Instrumento de trocas: essa é a função primordial da moeda. Ela foi criada para ser um mecanismo de 
facilitação das trocas entre os diversos agentes da atividade econômica. 
 
b) Denominador comum de valores: por meio da moeda é possível comparar os valores de diferentes 
mercadorias. Tudo em nossa sociedade, que é objeto de compra e venda, tem o seu valor quantificado em 
unidades monetárias. Até mesmo o PIB, que mensura a produção total de bens e serviços ao longo de um ano, é 
quantificado em unidades monetárias. 
 
c) Reserva de valor: a moeda também pode cumprir a função de reserva de valor, embora ela não cumpra essa 
função de maneira ideal. Quanto maior for a inflação de um país, mais rapidamente a moeda perde valor; 
consequentemente, pior será a sua capacidade de reserva de valor. Porém, mesmo assim, pelo fato de ter liquidez 
imediata, ou seja, por sua capacidade de ser universalmente aceita e trocada por outro produto, as pessoas 
decidem manter parte de sua renda na forma de moeda. 
 
O Dinheiro na Era Digital 
 
 
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Quem acompanha o mercado, mesmo que de longe, certamente já foi surpreendido pelos altos e baixos de moedas 
digitais no noticiário. A mais famosa é o Bitcoin, mas muitas outras também já têm relevância – e também a simpatia 
dos investidores. Mas afinal, o que é uma criptomoeda? Como funcionam esses ativos? 
 
O que são criptomoedas? 
Genericamente, uma criptomoeda é um tipo de dinheiro – como outras moedas com as quais convivemos 
cotidianamente – com a diferença de ser totalmente digital. Além disso, ela não emitida por nenhum governo (como 
é o caso do real ou do dólar, por exemplo). 
 
A moeda na era digital, faz uma analogia bem simples: “O que o e-mail fez com a informação, o Bitcoin fará com 
o dinheiro”. Antes da internet, as pessoas dependiam dos correios para enviar uma mensagem a quem estivesse 
em outro lugar. Era preciso um intermediário para entregá-la fisicamente – inimaginável para quem tem acesso a 
e-mail e outros serviços de mensageria. 
 
Com o Bitcoin você pode transferir fundos de A para B em qualquer parte do mundo sem jamais precisar confiar 
em um terceiro para essa simples tarefa. 
 
Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais conhecida, o conceito de criptomoeda é anterior a ele. Segundo o site 
Bitcoin.org, mantido pela comunidade ligada ao Bitcoin, as criptomoedas foram descritas pela primeira vez em 
1998 por Wei Dai, que sugeriu usar a criptografia para controlar a emissão e as transações realizadas com um 
novo tipo de dinheiro. Isso dispensaria a necessidade da existência de uma autoridade central, como acontece 
com as moedas convencionais. 
 
Para que servem 
As criptomoedas podem ser usadas com as mesmas finalidades do dinheiro físico em si. As três principais funções 
são servir como meio de troca, facilitando as transações comerciais; reserva de valor, para a preservação do poder 
de compra no futuro; e ainda como unidade de conta, quando os produtos são precificados e o cálculo econômico 
é realizado em função dela. 
 
Moedas como o Bitcoin ainda não adquiriram o status de unidade de conta, em função da grande volatilidade a 
que seus preços estão sujeitos por enquanto. 
 
O que é mineração? 
Para entender o que é mineração, é preciso saber que as moedas digitais – como o Bitcoin – representam um 
código complexo que não pode ser alterado. As transações realizadas com elas são protegidas por criptografia. 
 
Como não há uma autoridade central que acompanhe essas transações, elas precisam ser registradas e validadas 
uma a uma por um grupo de pessoas, que usam seus computadores para gravá-las no chamado blockchain. 
 
Blockchain 
O blockchain é um enorme registro de transações. Segundo Ulrich, trata-se de um banco de dados público onde 
consta o histórico de todas as operações realizadas com cada unidade de Bitcoin (outras moedas digitais se 
baseiam nessa mesma tecnologia). Cada nova transação – uma transferência entre duas pessoas, por exemplo – 
é verificada contra o blockchain, para assegurar que os mesmos Bitcoins não tenham sido previamente usados 
por outra pessoa. 
 
Quem registra as transações no blockchain são os chamados mineradores. Eles oferecem a capacidade de 
processamento dos seus computadores para realizar esses registros e conferir as operações feitas com as moedas 
– em troca disso, são remunerados com novas unidades delas. Bitcoins são criados conforme os milhares de 
computadores que formam essa rede conseguem resolver problemas matemáticos complexos que verificam a 
validade das transações incluídas no blockchain. 
 
Em outras palavras, a mineração representa a criação de novas unidades de alguns tipos de moedas digitais. Se 
mais computadores passam a ser usados para aumentar a capacidade de processamento voltada à mineração, 
 
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os problemas matemáticos que precisam ser resolvidos se tornam mais difíceis. Isso acontece exatamente para 
limitar o processo de mineração. 
 
O Bitcoin foi projetado de modo a reproduzir a extração de ouro ou outro metal precioso da Terra: somente um 
número limitado e previamente conhecido de bitcoins poderá ser minerado. 
 
Como funciona a variação de preço 
Basicamente, o preço das moedas digitais varia segundo a boa e velha lei da oferta e da demanda. Nas épocas 
em que as criptomoedas ganham mais atenção, é normal que elas sejam mais procuradas pelos investidores, o 
que amplia o volume de compras – e consequentemente, os preços tendem a subir. 
 
Há somente um número limitado de bitcoins em circulação e novos Bitcoins são criados em uma taxa previsível e 
decrescente, o que significa que a demanda deva seguir este nível para manter seu preço estável. 
 
Por ser um mercado ainda pequeno, poucas operações com criptomoedas são capazes de causar um impacto 
relevante nas cotações. Em um período de apenas três meses em 2017, por exemplo, o preço do Bitcoin saltou 
de cerca de US$ 4.370 para US$ 13.800. Pouco mais de um ano depois, já havia recuado novamente para US$ 
3.500. As cotações, como se vê, podem ser bastante voláteis. 
 
Principais criptomoedas 
Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais conhecida – as duas palavras muitas vezes tidas como sinônimos – 
existe uma variedade de outros tipos, com características distintas. Conheça as principais criptomoedas 
disponíveis no mercado: 
 
Bitcoin 
Bitcoin (BTC) é a mais conhecida das moedas digitais. Trata-se do primeiro sistema de pagamentos global 
totalmente descentralizado. Foi desenhado em 2008, em meio à crise financeira global iniciada no mercado 
americano de hipotecas, com o objetivo de substituir o dinheiro de papel, além de eliminar a necessidade da 
presença de bancos para intermediar operações financeiras. 
 
Bitcoin Cash 
O Bitcoin Cash (BCH) é uma nova versão do Bitcoin original, criada mais recentemente – em agosto de 2017. Ela 
foi desenvolvida numa tentativa de aperfeiçoar a primeira moeda, que conta com taxas consideradas elevadas e 
demanda um tempo grande de processamento de cada operação. 
A principal diferença é que o Bitcoin Cash possui um limite de tamanho de bloco de 8 MB, bem maior que o de 1 
MB do Bitcoin original. Com isso, as confirmações das transações podem acontecer de maneira mais rápida e 
também com taxas mais baixas. Isso garante a ela uma escala

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