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RESPOSTASQuestoes_Hobbes_Janine_aula_15_08_2011

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EAE-120 – Introdução às Ciências Sociais
Questões sobre Hobbes – Renato Janine Ribeiro – Aula de 15/08/2011
Qual a crítica que Sir Henry Maine faz à noção de contrato social?
Sir Henry Maine coloca que seria impossível selvagens que nunca tiveram contato social dominarem a tal ponto a linguagem, conhecerem uma noção jurídica tão abstrata quanto a de contrato, para que pudessem se reunir nas clareiras das florestas e fazerem um pacto social. Para ele, o contrato só é possível quando existem noções que nascem de uma grande experiência da vida em sociedade. 
Para que formular um contrato, se ele não muda a natureza do homem? O que quer dizer “não existe a história entendida como transformando os homens”: os homens são imutáveis?
Para Hobbes, a natureza dos homens é imutável, não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social. Essa mesma natureza fez os homens iguais o bastante para que nenhum possa triunfar de maneira total sobre o outro. Por esse motivo, viveríamos em um estado constante de guerra, de desconfiança. O contrato confere a um indivíduo (Estado) o poder e a força para conformar as vontades de todas as pessoas, no sentido de paz em seu próprio país, e da ajuda mútua contra inimigos estrangeiros. 
Em que consiste a igualdade humana? Qual a conseqüência prática desta desigualdade para as relações humanas.
A igualdade humana consiste no fato de que os homens são muito semelhantes quanto às faculdades do corpo e do espírito, ou seja, possuem capacidades, pensamentos e paixões muito parecidas. Um estado de guerra generalizado é a consequência prática dessa igualdade. “Eu não sei o que o outro deseja, e por isso tenho que fazer uma suposição de qual será sua atitude mais prudente, mais razoável. Como ele também não sabe o que quero, também é forçado a supor o que farei. Dessas suposições recíprocas, decorre que geralmente o mais razoável para cada um é atacar o outro para vencê-lo, ou simplesmente para evitar um ataque possível”.
Qual a base empírica, experimental que fundamenta a conclusão de Hobbes de que o mais razoável é que nos ataquemos uns aos outros?
Para dar maior base, ênfase a seu argumento, Hobbes traz alguns exemplos de sua experiência pessoal, mostrando que o homem, por desconfiança e medo: “quando empreende uma viagem se arma e procura ir bem acompanhado; quando vai dormir fecha suas portas; mesmo quando está em casa tranca seus cofres; e isso mesmo sabendo que existem leis e funcionários públicos armados, prontos a vingar qualquer injúria que lhe possa ser feita”. 
Para Hobbes a convivência social não é harmônica: para Maquiavel também não. De que maneira cada um deles fundamenta esta tese?
Maquiavel acredita que a convivência social não é harmônica porque há sempre um conflito de forças entre aquele que quer dominar e aquele que não quer ser dominado. Para Hobbes esse conflito não existe, já que aquele que domina o faz com o consentimento da maior parte da sociedade. Hobbes acredita que a falta de harmonia vem do fato de que os homens são naturalmente iguais, portanto desconfiam mutuamente uns dos outros, levando a sociedade a um estado permanente de guerra. 
Por que Hobbes diz que “os desejos e outras paixões do homem não são em si mesmos um pecado”, se destes desejos e paixões decorre o estado de guerra? (p.57).
Hobbes diz que “os desejos e outras paixões do homem não são em si mesmos um pecado” até o momento em que se tome conhecimento de uma lei que as proíba. 
Existe algo no direito contemporâneo que lembre o que diz Hobbes do direito de natureza (p., 59)?
“O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim.” Podemos comparar essa definição de direito de natureza ao que hoje, no direito contemporâneo, chamamos de legítima defesa. 
O que é lei da natureza? O que distingue lei e direito da natureza? (p. 60).
“Uma lei da natureza é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir melhor para preservá-la. (...) o direito consiste na liberdade de fazer ou de omitir, ao passo que a lei determina ou obriga a uma dessas duas coisas.”
A paz depende da renúncia a direitos: como Hobbes demonstra esta ideia?
Hobbes começa mostrando que enquanto perdurar o direito de cada homem sobre todas as coisas, não haverá segurança de viver todo o tempo. Por isso, todo homem deve se esforçar pela paz e, se não a conseguir, poderá usar as vantagens da guerra para proteger a si mesmo. Hobbes mostra que se todos os homens procuram a paz, podemos chegar a uma lei que diz: “que um homem concorde, quando outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar a seu direito a todas as coisas, contentando-se, em relação a outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si mesmo.”
Se o poder resulta de um pacto entre os indivíduos, por que então ele tem que ser absoluto?
O poder resultante de um pacto entre indivíduos tem que ser absoluto para garantir a paz. “Porque, se há governo, é justamente para que os homens possam viver em paz: sem governo, já vimos, nos matamos uns aos outros. Por isso, o poder do governante tem que ser ilimitado. Pois, se ele sofrer alguma limitação, se o governante tiver de respeitar tal ou qual obrigação (por exemplo, tiver de ser justo) – então quem irá julgar se ele está sendo ou não justo? Quem julgar terá também o poder de julgar se o príncipe continua príncipe ou não – e portanto será, ele que julga, a autoridade suprema. Não há alternativa: ou o poder é absoluto, ou continuamos na condição de guerra, entre poderes que se enfrentam.”
O que atenua o sentimento de medo que o Leviatã inspira?
O que atenua o sentimento de medo que Leviatã inspira é o fato de saber que no estado de natureza, sem um soberano, existe terror, quando os homens vivem no pavor de que seus supostos amigos lhes matarão. Além disso, conta o fato de que o individuo bem comportado não terá problemas com o soberano. 
Quem determina a distribuição das terras e sob que critérios?
Compete ao soberano a distribuição das terras do país; “ele (o soberano) deve atribuir aos homens uma porção, conforme o que ele, e não conforme o que qualquer súdito , ou qualquer número deles, considerar compatível com a equidade e com o bem comum”. 
Em que sentido se pode dizer que a política, para Hobbes, é uma ciência dedutiva?
Hobbes acreditava que quando dependemos da experiência, estamos sempre sujeitos ao engano. Mas se nos limitamos a deduzir propriedades de figuras ideais, não há risco de erro. O Estado e o contrato social, por serem criações dos homens, podem ser entendidos como uma dessas figuras ideais. Portanto, aquilo que dá base à política é verdadeiro, não está fadado ao engano.

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