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PPP_Modelo_norteador_FEAPAEs_atual_24

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Prévia do material em texto

APAE – ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS DE SÃO MATEUS-MA 
CEBAS conf. Portaria MDSCFnº 74/2015- Diário Oficial 29/06/2015 
Fundada em 24/04/94 – CNPJ: 00767241/0001-60 
Rua do Esporte nº 400 – Centro – São Mateus do Maranhão – MA 
 
 
 
PROJETO 
POLÍTICO 
PEDAGÓGICO 
 
 
 
 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCUMENTO ORIENTADOR PARA A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA 
PEDAGÓGICA OU PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO DO CENTRO DE 
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE) DAS APAES DO 
ESTADO DO MARANHÃO PARA A OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO (AEE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3 
2 A APAE DO MARANHÃO .......................................................................................... 5 
2.1 Histórico ....................................................................................................................................... 6 
2.2 Visão de Futuro ........................................................................................................................... 6 
2.3 Missão .......................................................................................................................................... 6 
2.4 Objetivos ...................................................................................................................................... 7 
2.5 Quadro de Pessoal ..................................................................................................................... 9 
2.6 Estrutura Funcional .................................................................................................................... 9 
3 O CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE)..... 10 
3.1 Identificação............................................................................................................................... 11 
3.2 Preceitos Filosóficos e Pedagógicos ..................................................................................... 12 
3.3 Objetivos .................................................................................................................................... 16 
3.4 Alvo das ações ou caracterização da demanda atendida pelo CAEE e da comunidade 
em que ele está inserido ................................................................................................................ 16 
3.5 Caracterização do Quadro de Pessoal que atuará no CAEE (tabela com a relação e 
Qualificação profissional) ............................................................................................................... 17 
3.6 FUNCIONAMENTO DO CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado) das 
APAEs DO ESTADO DO MARANHÃO. ...................................................................................... 18 
3.6.1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CAEE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA ... 19 
3.7 AREAS DESENVOLVIDAS NO AEE .................................................................................... 24 
3.7.1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PEI E AS PRÁTICAS 
PEDAGÓGICAS. ......................................................................................................................... 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 APRESENTAÇÃO 
 
Atender educacionalmente o cidadão com deficiência intelectual e/ou 
múltipla ou mesmo com transtorno invasivo do desenvolvimento implica fazer uma 
nova leitura sobre Educação, contemplando as peculiaridades do sujeito epistêmico, 
sem perder de vista a sua globalidade e mesmo os princípios elementares da prática 
pedagógica em geral e do ato educativo, em particular. 
O momento atual vivenciado pela Federação Nacional das APAE’s com 
relação à modalidade educacional oferecida às pessoas com deficiências requer além 
de muita reflexão, uma alteração na sua estrutura funcional adaptando-a a nova 
ordem, ao novo paradigma da inclusão, mas respeitando os pressupostos 
constitucionais e valorizando os referenciais do próprio movimento. 
Essa nova postura pedagógica exige também a redefinição de metas e o 
redimensionamento de estratégias harmonizadas com as demandas dos novos 
tempos e com a consecução dos seus objetivos. 
Nesse contexto, essa nova “maneira” de funcionar terá papel determinante 
no desenvolvimento global da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla e 
mesmo com aquelas que apresentam um quadro de transtorno invasivo do 
desenvolvimento, representados por autismo clássico, síndrome de Ásperger, 
síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil). 
Como uma decorrência natural do processo de mudança que permeia toda 
a sociedade e em todas as suas dimensões, a Federação Nacional das APAE’s, e, 
em particular, as APAEs do estado do maranhão, se vê mais uma vez envolvida com 
a tarefa de reajustar sua estrutura funcional para oferecer aqueles que lhe procuram 
um suporte de qualidade tendo em vista a minimização das suas dificuldades e 
consequente otimização do seu potencial. 
Assim sendo, o presente documento se constitui, no Projeto Político 
Pedagógico – PPP, do CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO CAEE da APAE, componente dessa nova forma de operacionalizar 
a ação pedagógica da Instituição. O PPP pretende antes de qualquer coisa servir 
como princípio norteador das ações a serem desenvolvidas pela APAE, tanto através 
do CAEE, como do Setor Clinico e dos Programas Específicos elaborados pela 
Instituição visando atender as peculiaridades dos que lhe procuram. 
Sobre a questão da apresentação aqui sobre o setor clinico, ressaltamos 
que as APAEs pretendem atender ao estudante no atendimento educacional 
especializado, além de oferta a esse estudante atendimento clinico disponibilizado na 
instituição com a equipe multiprofissional da saúde, além de oportunizar vivencias em 
projetos envolto de questões como esporte e lazer, cultura e arte, auto-gestão e 
autodefensoria, além de informática e multimídia. 
O Projeto Político Pedagógico, também oferece a possibilidade de 
funcionar como um instrumento de otimização do trabalho sob a responsabilidade da 
APAE, na perspectiva de que esteja assegurada a excelência da qualidade do 
atendimento educacional oferecido através do Centro e a organização funcional dos 
demais setores da Instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 A APAE DE SÃO MATEUS – MA 
 
2.1 Histórico 
 
A APAE de São Mateus Maranhão foi criada em 24/04/1994, dado a 
necessidade de fonoaudiólogo para atendimento de duas pessoas, de famílias 
diferentes: Sra. Maria das Graças Sousa Cunha e Sra. Maria Mirian Gomes 
Carvalho. Essas mães recorreram a Secretária de Ação Social para solução do 
problema, então surgiu a ideia de criação da APAE para poder atender a todo 
município. As três convidaram outras pessoas como a Professora Sueli 
Cardoso e Secretária de Educação na época e a Professora Dalila Pereira 
Alves, professora de classe especial, e assim formaram a Assembléia Geral 
que deu início ao procedimento. Logo em seguida foi apresentado ao 
Presidente da Federação Estadual das APAEs do Maranhão Dr. Expedito que 
muito contribui com informações, ou orientações e até mesmo fornecendo 
condições de atendimento ás pessoas encaminhadas à APAE de São Luís. 
Em 1995 foi criado o Centro Educacional Especializado “Fé e Esperança” 
(APAE) funcionando em uma sala do município, no colégio “Vinólia Curvina” 
depois de uma rápida reforma com adaptações. 
 
2.2 Visão de Futuro 
 
Baseado no processo político pedagógico da APAE Educadora, a Escola que 
buscamos, e nos paradigmas da Educação brasileira, o Centro Educacional 
Especializado “Fé e Esperança” (APAE) de São Mateus Maranhão visa: 
• Maior interação entre pais e amigos das pessoas com deficiência intelectual e 
múltiplas na defesa de direitos e prestação de serviços.• Reforçar as oficinas visando a aquisição de pré-requisitos, prontidão para o 
trabalho, sondagem de aptidões, hábitos e atitudes ligados a formação global. 
 
2.3 Missão 
 
Promover e articular ações de defesa de direito e prevenção, orientação de 
serviços, apoio a família, direcionado a melhoria da qualidade de vida de pessoas com 
deficiência e a construção de uma sociedade justa e solidária. 
 
2.4 Objetivos 
 
 2.4.1 Geral: 
O objetivo Geral do Centro Educacional “Fé e Esperança” (APAE) está pautado nos 
princípios filosóficos da Instituição Mantenedora – APAE onde se pretende a 
execução de uma dinâmica de ações que contemplem temas que venham resgatar 
a visão de totalidade dos sujeitos; estabelecer princípios curriculares que 
possibilitem a participação e co-responsabilização dos sujeitos, priorizar uma ação 
pedagógica voltada à construção de cidadãos conscientes; garantir o acesso ao 
conhecimento sistematizado estabelecendo dessa forma políticas de valorização 
ás pessoas com deficiência intelectual e múltipla na garantia de defesa de seus 
direitos e deveres como forma de garantir sua inclusão social, educacional e 
profissional. 
2.4.2 Específicos: 
 
- Elaborar e executar projetos específicos às famílias visando um acompanhamento 
contínuo, criterioso e sistemático no que se refere ao processo pedagógico e 
psicopedagógico. 
- Implementar ações contínuas que valorizem a participação integrada da equipe 
multiprofissional. 
- Divulgar junto à mídia as ações/projetos desenvolvidos na promoção dos direitos 
da pessoa com deficiência. 
- Aplicar a nova proposta curricular para o fortalecimento do desenvolvimento 
intelectual do aluno, permitindo sua inclusão social e pedagógica; 
- Elaborar e executar projetos específicos para preparação dos alunos quanto à 
autogestão e capacitação dos Auto defensores para representar a instituição na 
defesa dos seus direitos; 
- Desenvolver ações de interface com s sociedade para promover a inclusão dos 
deficientes intelectuais no mercado de trabalho, na rede regular de ensino e nas 
práticas de esporte; 
- Investir na comunicação alternativa/suplementar; 
- Fortalecer o Projeto Família x Escola - Parceiros para um novo aprender; 
- Elaborar e executar projetos extracurriculares nas áreas de desporto, artes e 
educação ambiental; 
- Direcionar ações avaliativas com relação ao ensino-aprendizagem, definindo o 
nível de competência curricular individual do aluno, desenvolvendo projetos 
preferenciais específicos que atendam suas potencialidades e habilidades. 
- Priorizar projetos que contemplem atividades de vida diária possibilidade medidas 
que valorizem a independência, a autoconfiança das pessoas com deficiência 
intelectual e outras síndromes. 
- Buscar melhoria na qualidade de ensino para que haja também melhoria na 
qualidade de vida e nas relações humanas; 
- Proporcionar situações de aprendizagem, vivenciando os valores morais e 
auxiliando os indivíduos na formação de uma sociedade mais justa e humana; 
- Promover o desenvolvimento profissional da equipe técnica, procurando dar 
continuidade aos seus estudos e os capacitando para uma melhoria contínua na 
qualidade do exercício profissional; 
- Considerar que todos são capazes de aprender e interagir socialmente; 
- Garantir que o conhecimento, do qual o professor é possuidor, seja efetivamente 
oportunizado a todos os alunos; 
- Possibilitar ao aluno seu autoconhecimento, a fim de que ele desenvolva sua 
autoimagem e venha a atuar de forma independente e possa, assim, ampliar suas 
relações sociais; 
- Propiciar o desenvolvimento da capacidade de aprender aos educandos, tendo 
como meio básico a leitura, a escrita e o cálculo; 
- Envolver a família no processo educativo, prestando-lhe apoio, orientação e 
cuidados nos atendimentos específicos; 
- Favorecer e promover a inclusão escolar dos alunos da APAE na rede regular de 
ensino; 
- Conscientizar os profissionais da instituição da missão da escola para alcançar 
resultados nos programa/projetos desenvolvidos, levando os alunos ao grau de 
conhecimento ou performance que representa a conquista desses resultados; 
- Proporcionar orientação familiar à comunidade, de modo a gerar ambiente 
adequado à pessoa com deficiência, em casa como no contexto onde está 
inserida, de maneira a desenvolver ao máximo as suas potencialidades; 
- Realizar trabalhos coletivos e atividades diversificadas para melhorar o ensino 
aprendizagem; 
- Dar oportunidade aos educando de ampliar seus conhecimentos para obter 
aproveitamento necessário ao seu desenvolvimento integral com vista à 
empregabilidade. 
- Despertar o interesse pelas atividades físicas e culturais, proporcionando o 
desenvolvimento das capacidades psicomotoras, a aquisição de habilidades 
esportivas básicas e de hábitos e atividades que facilitem o desenvolvimento da 
autonomia, criatividade, autoconfiança e de sua compreensão de mundo. 
- 
- 2.5 Quadro de Pessoal 
 
• Presidente – 01 – Voluntário 
• Vice-Presidente – 01 – Voluntário 
• Dir. Pedagógica e Administrativo – 01 – Cedido Município 
• Coordenadora Pedagógica – 01 – Voluntário 
• Secretaria – 01 – Cedido Município 
• Porteiro – 04 – Cedido Município 
• Professores (sala de aula) – 13 (treze) - Cedidos pelo Município 
• AOSD – 02 – Cedido pelo Município 
 
 
 
 
 
2.6 Estrutura Funcional 
 
Tendo em vista atender as demandas do novo contexto educacional, 
particularmente no que diz respeito à Educação Inclusiva, a APAE no estado do 
Maranhão efetivará a partir de 2019, uma reorganização na sua estrutura Funcional. 
 A instituição continuará investindo na qualidade dos serviços oferecidos às 
pessoas com deficiências há 25 anos, mas agora com uma estrutura nova, assim 
identificada: Setor Clínico, com atividades na área de Serviço Social, Psicologia, 
Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicopedagogia Institucional e 
Clínica, Psicomotricidade, Brincando e Aprendendo, Médico (pediatra, psiquiatra e 
neurologista), serviço Odontológico. 
E um Setor com Programas de Aprendizagem oferecendo atividades em 
oito áreas distintas, como: Corpo e Movimento, Informática, Orientação para a Vida, 
Artes Visuais, Preparação para o Mercado de Trabalho e Sala de Jogos; e por fim, o 
Centro de Atendimento Educacional Especializado “Fé e Esperança” (APAE), em 
lugar da Escola Especial Centro Educacional “Fé e Esperança” (APAE), existente até 
então. 
 O Centro de Atendimento Educacional Especializado – CAEE “Fé e 
Esperança” foi organizado estruturalmente em Espaços de Aprendizagem na 
perspectiva de contribuir efetivamente no desempenho dos estudantes que dele se 
beneficiarão. As atividades propostas para cada um desses espaços estarão 
circunscritas às áreas de Expressão e Linguagem, Matemática no Cotidiano, Corpo e 
Movimento, Sala de brinquedoteca e Informática e multimídia. O Centro de 
Atendimento Educacional Especializado reafirma o caráter pedagógico, com o objetivo 
de suprir a necessidade do estudante, a fim de assegurar o direito de acesso a 
recursos que possam potencializar suas capacidades e promover o seu 
desenvolvimento e aprendizagem. Consequentemente, essa ação conduzirá no Art. 
2º da Resolução 04/2009 do Conselho Nacional de Educação. 
O Centro de Atendimento Educacional Especializado atenderá alunos com 
deficiência intelectual / múltiplas, transtorno global de desenvolvimento, oriundos da 
APAE e da rede regular de ensino em consonância com as legislações vigentes. 
 
3 O CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE) 
DENTRO DAS INSTITUIÇÕES APAEANAS 
 
3.1 Identificação 
 
A proposta de Atendimento Educacional especializado (AEE) do CAEE, 
mantido pelas APAE do estado do Maranhão, fundamenta-se na Política Nacional de 
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, que estabelece uma nova 
concepção de educação especialde natureza complementar e/ou suplementar ao 
ensino comum. Entendemos que tal atendimento é urgente diante do cenário que se 
desenha na Educação Inclusiva, pois, o atendimento educacional especializado vem 
se destacando como uma categoria de extrema relevância nos dias atuais, uma vez 
que é apontado como o elemento chave que assegurará o êxito do aluno incluído na 
escola comum. (OLIVEIRA, 2009). 
O AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos 
pedagógicos e de acessibilidade que eliminam as barreiras para a plena participação 
dos educandos, considerando suas necessidades especiais. 
Ressaltamos que o AEE não deve ser confundido com o reforço escolar, 
nem com o atendimento clínico, tampouco substitutivo dos serviços educacionais 
comuns. O AEE a ser oferecido aos estudantes com deficiência intelectual e/ou 
múltipla deve ser um compromisso do CAEE, organizado de tal forma que responda 
às necessidades de seu alunado, e com práticas que respeitem e valorizem as 
diferenças como um dado da realidade humana. 
Reafirma-se o caráter pedagógico desse atendimento, cujo objetivo é suprir 
a necessidade do aluno, a fim de assegurar o direito de acesso a recursos que possam 
potencializar suas capacidades e promover o seu desenvolvimento e aprendizagem. 
Consequentemente, essa ação conduzirá o estudante a sua emancipação. 
Nesse sentido, ressaltamos o disposto no Art. 2º da Resolução 04/2009 do Conselho 
Nacional de Educação: 
O CAEE tem como função complementar ou suplementar à formação do 
aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e 
estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e 
desenvolvimento de sua aprendizagem (BRASIL, 2009). 
O Centro de Atendimento Educacional Especializado atenderá estudantes 
com deficiência intelectual e/ou múltipla oriunda da APAE e da rede regular de ensino 
em consonância com as legislações vigentes. 
Considerando as especificidades na aprendizagem das pessoas com 
deficiência intelectual e/ou múltipla, o programa de Atendimento Educacional 
Especializado da APAE no estado do Maranhão confirma-se como uma ação da 
Educação Especial e Inclusiva voltada para a promoção do acesso e da permanência 
dos estudantes com deficiência na rede de ensino. 
Dessa forma entende-se que o Atendimento Educacional Especializado de 
uma nova concepção de Educação Especial, sustentada legalmente, e é uma das 
condições para o sucesso dos alunos com deficiência. 
Esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é 
diferente dos conteúdos curriculares do ensino comum e que é necessário ultrapassar 
as barreiras impostas pela deficiência. (AEE-SEESP/SEED/MEC-Brasília/DEF-2007). 
Diante desse novo cenário que configura a Educação especial, é urgente a 
elaboração desse documento para redimensionamento do fazer pedagógico com a 
qualidade que é devida a um público historicamente excluído das políticas públicas. 
Entendemos que para os alunos com deficiência intelectual e/ou múltipla 
não basta garantir vagas por meio de determinações legais, mas é necessário 
desenvolver uma consciência coletiva com vistas a assegurar, além do acesso, a 
permanência, o percurso, e o sucesso no processo de escolarização. 
Portanto para cumprir com tais objetivos, o CAEE, em sua organização do 
trabalho pedagógico vem ofertar serviço de Atendimento Especializado em que os 
educandos sejam considerados em suas particularidades e potencialidades, numa 
perspectiva de garantir à pessoa com deficiência não só o acesso à educação de 
qualidade, numa perspectiva histórica cultural. 
Destaca-se nessa perspectiva, a relevância dada ao desenvolvimento 
humano o qual nos dá uma visão prospectiva, ou seja, uma visão do possível do 
desenvolvimento em processo dos sujeitos como seres sociais (GONÇALVES, 2008). 
 
3.2 Preceitos Filosóficos e Pedagógicos 
 
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, 
social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de 
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A 
educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentada na concepção 
de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, 
e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as 
circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. 
Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino 
evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar 
alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate 
acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da 
exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais 
inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, 
implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos 
tenham suas especificidades atendidas. 
É preciso entender como a escola se caracterizou historicamente para 
compreendermos a escola de hoje. Isso nos ajudará a promovermos verdadeira 
mudança na educação. O processo de escolarização foi por muito tempo privilégio de 
um grupo, uma exclusão marcada pelas políticas e práticas educacionais 
reproduzidas socialmente. 
As duas últimas décadas do século XX marcaram a educação especial 
fortemente fundamentada numa nova proposta de identificação dos sujeitos na 
educação. Porem essa mudança no campo educativo teve como contribuição outras 
áreas como a medicina e a psicologia (VASQUES, 2003). 
 “As concepções referentes à deficiência resultaram dos acontecimentos 
históricos, políticos, sociais e econômicos que predominaram em cada período 
histórico, e foram determinantes para a identificarmos os lugares por onde transitarem 
e ainda transitam as pessoas com deficiência na sociedade contemporânea. Autores 
como Pessoti (1984), Amaral (1995), Schwartzman, (19999). Cardoso (2004), 
carvalho (2004), Bianchetti (ET al, 2004) Giat (2007) e tantos outros pesquisadores 
evidenciam episódios excludentes que marcaram a vida das pessoas com deficiência, 
a partir da antiguidade aos dias atuais, em que as políticas públicas ainda se mostram 
insuficientes para garantir o acesso das famílias e de seus filhos com deficiência aos 
direitos sociais, principalmente à educação”. (OLIVEIRA, 2009). 
Oliveira (2009), apud Anache (2007), escreve que pela perspectiva 
histórica cultural, a pessoa com deficiência deve ser considerada na sua singularidade 
e, além do mais, há que se considerar o social na construção da deficiência. Negada 
a essa pessoa, a convivência com seus pares, a escolarização, possibilidades de 
relações dialógicas, enfim, à vida na sociedade é reduzi-la a sua deficiência, uma vez 
que as funções psicológicas superiores se constituem por meio das relações humanas 
no universo cultural. 
A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos 
fundamentais “promover o bem-estar de todos sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 3 inciso IV). Define, 
no artigo 205, a educação como direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento 
da pessoa, do exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu artigo 
206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na 
escola”, como um dos princípios para o ensino e, garante como dever do Estado, a 
oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular 
de ensino (art. 208), com a oferta de uma educação sob medida. 
A Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de 
Salamanca (1994), tem sido lembrada como uma das principais orientações por 
muitos países e tem influenciado a formulação de políticas públicas da educação 
inclusiva.A partir do processo de democratização da escola, evidencia-se o paradoxo 
inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas 
continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões 
homogeneizadores da escola. Assim. Sob formas distintas, a exclusão tem 
apresentado características comuns nos processos de segregação e integração, que 
pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar. (PNEE, BRASIL, 2008). 
As políticas públicas brasileiras, desde a lei de Diretrizes e Bases de 1996, 
têm defendido o atendimento dos alunos com necessidades educacionais especiais 
no ensino regular. 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (2008) tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com 
deficiência, desde a educação infantil até a educação superior (art. 58 inciso III) 
atendimento especializado (idem, inciso II); formação de professores para o 
atendimento especializado (art. 59 parágrafo II). 
Diante dos marcos legal supramencionados, percebemos que não basta 
garantir a matrícula de pessoas com deficiência, é preciso articular e planejar 
mudanças para que, de fato, a escola atenda a todos os alunos tendo como garantia 
de direitos o acesso, participação e permanência com qualidade. 
De acordo com o Decreto 6.571/08 no seu Art. 1º: 
 
§ 1 – Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto 
de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados 
institucionalmente, prestado de forma complementar e/ou suplementar 
à formação dos alunos no ensino regular. 
§ 2º O Atendimento Educacional Especializado deve integrar a 
proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e 
ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. 
 
Nessa perspectiva, a proposta do centro de Atendimento Educacional 
Especializado (CAEE) mantido pela APAE, é oferecer o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE), para estudantes com deficiência Intelectual e/ou múltipla ou 
ainda com transtorno Invasivo do Desenvolvimento TEA, devidamente matriculados 
na rede de ensino regular, no turno inverso ao que o estudante está matriculado. 
Segundo o decreto 6.571/08 em seu artigo 2º reza: 
 
I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no 
ensino regular aos alunos referidos no art. 1º; 
II – garantir a transversalidade de ações da educação especial no 
ensino regular; 
III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos 
que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem, e 
IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais 
níveis de ensino. 
 
Compromete-se com os princípios que caracterizam os direitos humanos e 
as liberdades fundamentais preconizadas na Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência, tais como: 
.A equidade e a igualdade de direitos, pressupondo o tratamento 
diferente como garantia de igualdade de oportunidade de afirmação e 
inclusão social. 
.O respeito pela dignidade inerente, independência da pessoa, 
inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas e autonomia 
individual. 
. A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade. 
. O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com 
deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade. 
. Acessibilidade plena. 
.O respeito pelas capacidades em desenvolvimento de crianças com 
deficiência e respeito pelo direito de preservar sua identidade. 
 
Oliveira (2009), apud Ferreira & Ferreira, (2004) afirma que há pertinência 
em se vislumbrar um olhar prospectivo sobre as pessoas com deficiência, com a 
valorização de suas habilidades e capacidades, em detrimento das dificuldades 
intrínsecas à inter-relação entre essas pessoas e o ambiente. Nesse sentido, sugere-
se pensar a deficiência com “[...] menos ênfase nos aspectos orgânicos e de 
constituição biológica da deficiência e mais ênfase nas relações sociais e na atenção 
educacional [...]”. 
 
3.3 Objetivos 
 
O objetivo do Atendimento Educacional Especializado é propiciar 
condições que desenvolvam liberdade e autonomia para que o aluno com deficiência 
intelectual e/ou múltipla e mesmo com transtorno invasivo do desenvolvimento possa 
construir a sua inteligência, dentro do quadro de recursos intelectuais que lhes são 
disponíveis, tornando-se agente capaz de produzir significado/conhecimento. 
Nessa perspectiva o trabalho a ser desenvolvido pelo CAEE, visa 
complementar e/ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de 
serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua 
plena participação na sociedade e desenvolvimento do seu potencial de 
aprendizagem. 
 
3.4 Alvo das ações ou caracterização da demanda atendida pelo CAEE e da 
comunidade em que ele está inserido 
 
O Atendimento Educacional Especializado oferecido no CAEE da APAE / é 
destinado a alunos com deficiência Intelectual e/ou Múltipla (6 a 14 anos e 11meses) 
e com transtornos invasivos do desenvolvimento (autismo clássico, síndrome de 
Ásperger, síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância). 
Parte considerável desses alunos é oriunda de famílias em situação de 
vulnerabilidade social e, em consequência disso, submetidos às fragilidades das 
políticas públicas. (CONTINUAR) 
3.5 Caracterização do Quadro de Pessoal que atuará no CAEE (tabela com a relação 
e qualificação profissional) 
 
Nomes Cargo Graduação Pós-
Graduação 
Antônia de Sousa 
Lima 
Professor(a) Pedagogia Psicopedagogia 
Dalva 
Albuquerque de 
Souza 
Cuidador (a) História Psicopedagogia 
Ioneide Rocha 
Ferreira 
Professor(a) Pedagogia Psicopedagogia 
e AEE 
Ivanilda 
Magalhães 
Brandão 
Professor(a) Pedagogia Psicopedagogia 
Lucimar Liarte da 
Silva 
Professor (a) Pedagogia Psicopedagogia 
Maria Alcione 
Silva Aguiar 
Cuidador (a) Magistério 
Maria Albertina 
Vaz Lima 
Coordenador (a) Letras Gestão e 
Supervisão 
Raimunda 
Albuquerque de 
Souza 
Diretor (a) Pedagogia Gestão e 
Supervisão, 
Psicopedagogia 
e AEE, Ed. 
Infatil e 
Ed.Inclusiva 
Rodiceia Sousa 
dos Santos 
Professor(a) Psicopedagogia e 
AEE 
Psicopedagogia 
e AEE 
Valdenia Lucia 
Barbosa 
Cuidador (a) Ens. Médio 
 
 
(colocar conforme público que trabalhará no CAEE conforme realidade de cada 
APAE!!!) 
 
3.6 FUNCIONAMENTO DO CAEE (Centro de Atendimento Educacional 
Especializado) das APAEs DO ESTADO DO MARANHÃO. 
 
O atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência 
intelectual está centrado na dimensão subjetiva do processo de conhecimento, 
complementando o conhecimento acadêmico e o ensino coletivo que caracterizam a 
escola comum, o conhecimento acadêmico exige o domínio de um determinado 
conteúdo curricular; o atendimento educacional, por sua vez, refere-se a forma pela 
qual o aluno trata todo e qualquer conteúdo que lhe é apresentado, e como consegue 
significa-lo ou seja, compreende-lo. O AEE1 existe para que o estudante possa 
aprender o que é diferente do currículo do ensino comum, e que é necessário para 
que possa ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. 
Esse atendimento educacional para tais estudantes deve, portanto, 
privilegiar o desenvolvimento e a superação daquilo que lhe é limitado, exatamente 
como acontece com as demais deficiências, como exemplo: para o cego, a 
possibilidade de ler pelo braile, para o surdo a forma mais conveniente de se 
comunicar e para a pessoa com deficiências física o modo mais adequado de se 
orientar e se locomover. 
Para a pessoas com deficiência intelectual a acessibilidade não depende 
de suporte externos ao sujeito, mas tem a ver com a saída de uma posição passiva e 
automatizada diante da aprendizagem para ao acesso e apropriação ativa do próprio 
saber. 
De fato, a pessoa com deficiência intelectual encontra inúmeras barreiras 
nas interações que realiza com o meio para assimila,desde os componentes físicos 
do objeto de conhecimento, como por exemplo, o reconhecimento e a identificação da 
cor, forma, textura, tamanho e outras características que ele precisa retirar 
diretamente desse objeto. Isso ocorre, porque são pessoas que apresentam prejuízos 
no funcionamento, na estruturação e na reelaboração do conhecimento. Exatamente 
por isso, não adianta propor atividades que insistem na repetição pura e simples de 
noção de cor, forma, tamanho...Para que a partir desse suposto aprendizado o 
 
1 Texto sobre Deficiência Intelectual: conhecer para promover a autonomia e a independência conforme 
referência DARCI, Fioravante Barros Barbosa, Federação das APAEs de Minas Gerais, Educação Especial 2014, em 
anexo 
estudante consiga dominar essas noções e as demais propriedades físicas dos 
objetos, e ainda, possa transpô-las para um outro contexto. A pessoa com deficiência 
intelectual consegue espontaneamente retirar informações do objeto e construir 
conceitos, progressivamente. Já a pessoa com deficiência intelectual necessita de 
outra atenção, ou seja, de exercitar sua atividade cognitiva, de modo que consiga o 
mesmo, ou uma aproximação do mesmo. (SEESP/MEC 2005). 
Quando o atendimento educacional permite que ao estudante trouxesse a 
sua vivencia e que se posicione de forma autônoma e criativa diante do conhecimento, 
o professor sai do lugar de todo o saber, dessa maneira, o estudante pode se 
questionar e modificar sua atitude de recusa do saber e sua posição de “não saber” 
ele, então, pode se mobilizar e buscar o saber. Na verdade, é tomando consciência 
de que não sabe, que o estudante pode se mobilizar e buscar o saber. A liberdade de 
criação e de posicionamento autônomo do estudante diante do saber permite que sua 
verdade seja colocada, o que é fundamental para o estudante com deficiência 
intelectual. Ele deixa de ser o “repeteco” o eco do outro e se torna um ser pensante e 
desejante de saber. 
O desenvolvimento intelectual do estudante com deficiência deve ser objeto 
de preocupação constante do professor. A inteligência deve ser estimulada e educada 
para que ele possa evoluir. E o estudante que apresenta deficiência intelectual não 
escapa a regra. Mesmo que o estudante que apresenta uma necessidade de apoio 
importante ou intenso, pode tirar proveito de intervenções educativas destinadas a 
favorecer ou estimular o desenrolamento de suas estruturas intelectuais. 
 
 
3.6.1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CAEE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 
 
REQUISITOS DE ACESSO 
 
 
O ingresso no CAEE da APAE será facultado aos educandos com 
deficiência intelectual e múltiplas, transtornos globais do desenvolvimento e oriundos 
da escola mantida pela APAE e/ou matriculados na rede pública de ensino, desde que 
apresentem situações específicas que dificultam o acesso ao currículo em sua escola 
de origem. 
 A matrícula no CAEE está condicionada a matrícula em escola comum e 
avaliação expressa em relatório. O relatório deverá conter a identificação das 
necessidades específicas do educando e a indicação de programa de intervenção 
pedagógica, com previsão de tempo para duração. 
O ingresso do aluno no AEE é de responsabilidade da coordenação 
pedagógica do setor após a realização da avaliação pedagógica inicial e o 
remanejamento dos alunos nas salas de atendimento fica sob a responsabilidade dos 
professores especializados em conjunto com a coordenação pedagógica respeitando 
aos critérios de idade, necessidade educacional específica do aluno e interesse e/ou 
habilidade, para permitirem atuarem pedagogicamente a perceber/conhecer muitas 
capacidades e possibilidades das pessoas com deficiência intelectual. 
 
FUNCIONAMENTO 
 
O trabalho pedagógico será elaborado em grupos pequenos com a 
finalidade de desenvolver ao máximo as potencialidades dos educandos com vistas a 
uma melhor integração pessoal e social, valorizando seus conhecimentos prévios, 
utilizando material pedagógico conforme a necessidade, o interesse e a idade de cada 
educando, de modo a facilitar o acesso ao currículo desenvolvido nos diferentes anos 
do ensino fundamental. 
O AEE2 é parte integrante da educação especial e tem caráter 
complementar e suplementar, tendo como objetivo oferecer apoio pedagógico 
especializado, por meio de metodologias diferenciadas, que atendam às 
necessidades específicas dos educandos, seja complementando o currículo dos 
educandos com defasagens, em função de sua condição, seja suplementando o 
currículo aos estudantes com altas habilidades/superdotação (cita a resolução do 
CEE/MS nº 70/2010). 
O atendimento sistematiza-se no contra turno ao da escolarização (no 
ensino comum), formando turmas de AEE todas as segundas e quartas e outras 
turmas dias de terças e quintas-feiras. O atendimento ocorre nos dois períodos para 
diferentes turmas que frequentam em período contrário ao do ensino comum. 
 
 
2Proposta pedagógica para Atendimento Educacional Especializado da Federação Estadual das 
APAEs do Maranhão em anexo 
CRONOGRAMA DE ATENDIMENTO 
 
O grupo de estudantes é atendido a cada 02 (duas) horas, por turno 
(matutino/vespertino). Em cada turno são formados 02 (dois) grupos. No matutino é 
das 7h30 às 9h30 e/ou 9h30 às 11h30. No turno vespertino os grupos funcionam das 
13h30 às 15h30 e/ou 15h30 às 17h30. Sendo os alunos atendidos 02 (duas) vezes na 
semana, de 2ª a 6ª feira. 
Caso o estudante necessite ser atendido individualmente a duração deste 
será de no máximo 01 (uma) hora, dentre 2ª e 6ª feira no turno matutino/vespertino, 
contemplando por 01 (uma) vez por semana para elaboração de estratégias de 
ensino, somando a outras 02 (duas) vezes de atendimento no grupo, aplicação e 
fixação de estratégias pedagógicas3. 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 
Os alunos recebem atendimento especializado nas salas denominadas 
espaços de aprendizagem que possuem objetivos definidos que as caracterizam ou 
em qualquer outro lugar que realizam atividades com práticas sociais discursivas, pois 
indicam alterações importantes entre pensamento e linguagem. Onde os educandos 
ampliam suas vivências fazendo descobertas que resultam em aprendizagens. 
São organizados em grupos, se possível pela idade cronológica, 
considerando a disponibilidade do tempo do estudante, tendo em vista o serviço de 
reabilitação e projetos especiais dos quais ele participa, a fim de promover as 
condições de participação e aprendizagem no desenvolvimento de atividades 
cognitivas de simbolização/cognição, a leitura/escrita, e quantificação/cálculo 
 
3Ressalta-se que cada APAE vai estruturar seu cronograma de atendimento de acordo com 
sua realidade, estrutura física e capacidade de atendimento 
contemplando as necessidades educacionais específicas e os desafios que estes 
vivenciam na escola de ensino comum. 
Além disso, essas atividades organizadas pedagogicamente possibilitam 
aos alunos a conscientização do pensar diversificado e do seu próprio pensar, 
sobretudo na construção do seu conhecimento. 
 
ASPECTOS PEDAGÓGICOS 
 
Conforme o documento norteador Educação e Ação Pedagógica da 
Federação Nacional das APAEs de 2017, contempla – se que: O Atendimento 
Educacional Especializado – AEE almeja garantir o acesso, a permanência e o 
sucesso dos estudantes com deficiência intelectual ou múltipla nas escolas comuns, 
mediante atenção as suas necessidades educacionais especiais em todas as etapas 
e modalidades da educação básica, como preconiza a Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em vigor. 
As práticas pedagógicas para a oferta de AEE nos Centros de Atendimento 
Educacional Especializado das APAEs não se destinam ao reforço pedagógico, mas 
se voltam aos seguintes: 
a) Recursos de acessibilidade na educação, que asseguram 
condições de acesso ao currículo dos estudantes com 
deficiência intelectual e múltipla, mediantea utilização de 
materiais didáticos e pedagógicos; 
b) Estratégias que eliminem as barreiras para sua plena 
participação na sociedade e desenvolvimento de sua 
aprendizagem. 
 
Com esse fim, recursos materiais, técnicos e tecnológicos precisam ser 
providenciados de modo a cumprir as metas e objetivos dessa oferta de serviços. São 
reconhecidas as demandas desses estudantes quanto à aquisição de habilidades 
intelectuais e adaptativas (conceituais práticas e sociais). 
Na programação do AEE, essas demandas precisam ser atendidas 
mediante projetos, programas e atividades dentro e fora do espaço físico da entidade, 
em oficinas ou espaços temáticos. Podem ser realizadas ações como: 
 
• Letramento e numeramento; 
• Atividades artísticas (artes plásticas, cênicas, dança e outras), 
preferencialmente compartilhadas; 
• Atividades físicas, psicomotoras, desportivas e de lazer com e sem participação 
da comunidade; 
• Atenção e cuidado com o corpo 
• Vida social 
• Comportamento adaptativo 
• Segurança e preservação do ambiente em situações práticas e compartilhadas; 
• Oficinas de interação e comunicação, em contextos sociais e relações 
interpessoais; 
• Oficinas de atividade diversificada, com vistas ao desenvolvimento dos 
aspectos cognitivos, representativos, dramatizações, poesias, talentos 
artísticos, desenvolvimento da expressão, e outras áreas, ofertadas na 
entidade ou em parceria com a comunidade; 
• Workshops para uso de recursos e bens comunitários, com vivências práticas 
nos respectivos ambientes; 
• Atividades de participação social em diferentes ambientes comunitários com 
participação de convidados do bairro e familiares; 
• Criação de clubes de leitura e atividades culturais com apoio e participação de 
convidados da comunidade; 
• Programas de estimulação cognitiva, baseados nas experiências de 
aprendizagem mediadas; 
• Atividades de letramento e numeramento de natureza prática e funcional, 
associadas a eventos com participação comunitária; 
• Atividades extraclasses, visitas, seguidas de discussão e relatórios verbais, 
escritos e outras formas gráficas e artísticas; 
• Atividades que envolvam as funções executivas (atenção, memória, 
concentração, raciocínio, linguagem e outras); 
• Cursos de informática e outras mídias; 
• Organização de eventos festivos com protagonismo dos próprios estudantes 
com participação comunitária. 
Nos Centros de Atendimento educacionais da Rede APAE as atividades 
devem realizar-se preferencialmente em grupos de estudantes e com participação 
social, envolvendo pessoas da comunidade e o grupo etário dos estudantes. Podem, 
quando necessário, ser realizadas individualmente. 
É importante que focalizem a constituição do sujeito, a subjetividade e a 
funcionalidade humana. Que considerem as vivências e contextualizações do 
estudante, necessárias ao desenvolvimento de habilidades e competências e 
desenvolvimento integral da personalidade. Para isso, a participação dos outros 
sociais é indispensável. A instituição aberta aos processos de aprendizagem e 
desenvolvimento humano precisa abrir suas portas às oportunidades de convívio 
coletivo. 
 
3.7 AREAS DESENVOLVIDAS NO AEE 
 
❖ Funções cognitivas sociais (Percepção, atenção, memória, linguagem e 
raciocínio lógico) 
❖ Função motora (desenvolvimento e capacidade motora) 
❖ Função pessoal/social (Área emocional, afetiva e social) 
 
3.7.1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PEI E AS PRÁTICAS 
PEDAGÓGICAS. 
 
O PEI pode ser definido como uma estratégia para promover o 
desenvolvimento e a futura inserção social e laboral de alunos com deficiência 
(PLETSCH, 2009). 
Pode-se dizer que é um importante instrumento pedagógico para 
redimensionar as práticas entre professores de classe comum e o professor do 
atendimento educacional especializado (AEE), por meio do trabalho colaborativo entre 
ambos (CAMPOS; PLETSCH, 2014). A sua utilização é também indicada em escolas 
especiais e/ou classes especiais que funcionam em Instituições privado-filantrópicas 
e redes de ensino públicas, sempre com caráter colaborativo. 
Segundo Hostins e Jordão (2014), ainda hoje os currículos para alunos com 
deficiência são organizados a partir de pressupostos inatistas ou comportamentais, 
“centrados nas atividades percepto-motoras e funcionais, negligenciando, com raras 
exceções, suas capacidades cognitivas e, consequentemente, seus processos de 
elaboração conceitual” (HOSTINS; JORDÃO, 2014, p. 4). 
Desta forma, o currículo que lhes é oferecido teria bases fundamentadas 
na falta de condições que esses sujeitos teriam para aprender, contribuindo para seu 
alijamento e reforçando o controle social, que segundo Young (2007) “se exprime 
através das diversas formas pelas quais se processa a deliberação curricular, ou seja, 
a tomada de decisões relativas à concepção, a organização e realização do currículo” 
(p. 12). 
Na expectativa e tentativa de uma escola para todos é necessário à 
compreensão de que: 
Não há uma única forma de atender às necessidades 
educacionais de todos os alunos com deficiência, isto é, não há 
um programa padrão, uma única oferta de serviço, um único 
local onde a educação seja oferecida e um currículo único 
(GLAT; PLETSCH, 2009, s/p). 
 
Em outras palavras, o currículo na perspectiva da escola inclusiva, deve 
fazer sentido para todos os educandos, por meio de práticas curriculares que 
promovam sua permanência com garantia de qualidade e desenvolvimento, pois como 
nos aponta Vygotsky (1989), a instituição escolar não só deve adaptar-se às 
deficiências desta criança, mas também lutar contra elas, superando-as. 
E é justamente neste ponto que se encontra a relevância do PEI, colaborar 
de maneira concreta para o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com 
deficiência, de forma contextualizada com os objetivos e com a proposta curricular 
que será desenvolvida para toda a turma, funcionada como mediação entre o 
professor e o estudante. 
Diante das colocações a respeito do PEI Avila (2015) e Campos (2016) 
alertam para o fato de que elaborá-lo não é tarefa simples, pois requer conhecimento 
sobre o estudante, devendo ser estruturado e reavaliado a partir de um trabalho em 
equipe 24 periodicamente, fazendo-se necessária a participação da família e, quando 
possível, do próprioestudante. Em outras palavras, atentos às suas necessidades 
reais “o que quer ensinar, como se vai avaliar, quem é o responsável por acompanhar 
cada ação” (MARIN; BRAUN, 2013). São sugeridos três níveis de planejamento para 
a elaboração do PEI, como apresentado no quadro 01. 
 
Quadro I. Níveis de planejamento do PEI, do Centro de Atendimento Educacional 
Especializado “Fé e Esperança” (APAE) 
 
NÍVEIS DESCRIÇÃO 
Nível I – Identificação – Identificação das necessidades educativas 
dos estudantes. 
Nível II – Avaliação -Avaliação das áreas “fortes” e “fracas” do 
estudante. 
Nesse nível ocorre a elaboração do PEI 
entrelaçado com as adaptações curriculares e 
ambientais (manejo de sala de aula) 
necessárias para atender o estudante. 
Nível III – Intervenção Ocorre a intervenção a partir dos objetivos 
propostos no PEI e a reavaliação do 
estudante. 
 FONTE: Pletsch; Glat, 2013. 
 
Neste caso, a avaliação do aluno com deficiência deverá estar voltada para 
reconhecermos os apoios4 e suportes que deverão ser oferecidos para este 
educando, com o objetivo pedagógico e não o clínico, a fim de atendermos as suas 
especificidades, por meio de um planejamento que promova sua aprendizagem e 
desenvolvimento. 
Ainda neste sentido, não basta “identificar que o aluno tem a deficiência, 
mas sim reconhecer suas habilidades e limitações e ver como o ambiente no qual se 
encontra pode ser restruturado para atender suas demandas específicas” 
(VELTRONE, 2011, p. 68). 
A individualização como foco nas especificidades do estudante com 
deficiência, não está em particularizaras atividades pedagógicas, isolando o mesmo 
na sala de aula e sim, em promover ações pedagógicas objetivando a aprendizagem 
de todo grupo, como confirmam Marin e Braun (2013 p.56): 
 
Individualizar o ensino não significa particularizar a ação pedagógica a 
ponto de segregar o aluno do grupo. O objetivo da individualização é 
incluí-lo na situação de aprendizagem que os outros estão vivenciando, 
com as devidas adequações para que sua participação seja efetiva. É 
atender às diferenças individuais que o aluno possa apresentar em 
decorrência das especificidades de seu desenvolvimento, sejam 
neurológicas, cognitivas e/ou sensoriais. 
 
Analisando os componentes básicos que compõem a estrutura para 
construção de um PEI, poderemos atender as necessidades e prover o 
desenvolvimento destes educandos. Especialmente em se tratando da avaliação do 
 
4 Vide AAMR (2006); AAIDD (2011). 
aluno com deficiência intelectual, esta deve ser pensada priorizando seu caráter de 
continuidade e não o de terminalidade. No quadro 02 segue um resumo sobre cada 
componente que deve ser analisado durante a avaliação do aluno: 
 
Quadro 02 - Componentes de Análises Durante Avaliação 
Componentes Descrição 
Nível atual de desenvolvimento Obtido por meio de avaliação formal e/ou 
informalque indique o nível atual de 
desempenho do aluno, bem como 
informações sobre sua trajetória escolar. 
Modalidade de atendimento Contexto de escolarização do aluno: sala 
regular, com ou sem suporte especializado; 
classe especial ou escola especial. Aqui 
também são analisadas possíveis parcerias 
com a área da saúde, se for o caso. 
Planejamento do suporte Tempo, duração e periodicidade do suporte 
especializado. 
Objetivos gerais Conjunto de metas 
educacionais anuais a serem atingidas nas 
diferentes áreas curriculares. 
Objetivos gerais Conjunto de metas educacionais anuais a 
serem atingidas nas diferentes áreas 
curriculares. 
Objetivos específicos Conjunto de objetivos que estabelecem 
etapas intermediárias entre o nível atual de 
desenvolvimento do aluno e os objetivos 
anuais. 
Avaliação e procedimentos 
pedagógicos 
Critérios e procedimentos a serem 
empregados para atingir os objetivos 
propostos, de acordo com as diretrizes 
curriculares da instituição para o ano letivo. 
Reavaliação Revisão periódica dos objetivos e propostas 
elaboradas para o aluno, a partir do seu 
desenvolvimento. 
Composição da equipe A proposta do PEI é elaborada coletivamente 
pelos profissionais envolvidos no processo 
educativo do aluno. O ideal é que, pelo 
menos, o professor da classe comum e do 
suporte especializado (AEE) atue 
conjuntamente. 
Anuência parental Aprovação do PEI por parte dos pais. O ideal 
é que eles pudessem participar, em alguma 
medida da elaboração do PEI; bem como, no 
caso de jovens, os próprios alunos. 
 FONTE: Pletsch; Glat, 2013. 
 
De acordo com pesquisas de Avila (2015) e Avila et al. (2016), a formação 
continuada colaborativa, tem sido uma estratégia positiva, utilizada por algumas 
escolas e instituições especializadas, para a construção do documento norteador do 
PEI, dando voz e garantindoa identidade dos profissionais que atuam com o 
público alvo da Educação Especial, na estrutura oficial do documento. 
Considerando então a relevância do PEI e a necessidade de buscar uma 
prática pedagógica adequada às necessidades educacionais dos alunos com 
deficiência, a APAE de se debruça na oferta do PEI5 para estudantes com deficiência 
intelectual/múltipla. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Modelo da ficha em anexo nesse Projeto Político Pedagógico 
	1 APRESENTAÇÃO
	2 A APAE DE SÃO MATEUS – MA
	2.1 Histórico
	2.2 Visão de Futuro
	2.3 Missão
	2.4 Objetivos
	2.4.2 Específicos:
	2.6 Estrutura Funcional
	3.1 Identificação
	3.2 Preceitos Filosóficos e Pedagógicos
	3.3 Objetivos
	3.4 Alvo das ações ou caracterização da demanda atendida pelo CAEE e da comunidade em que ele está inserido
	3.5 Caracterização do Quadro de Pessoal que atuará no CAEE (tabela com a relação e qualificação profissional)
	3.6 FUNCIONAMENTO DO CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado) das APAEs DO ESTADO DO MARANHÃO.
	3.6.1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CAEE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA
	3.7 AREAS DESENVOLVIDAS NO AEE
	3.7.1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PEI E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.

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