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APAE – ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS DE SÃO MATEUS-MA CEBAS conf. Portaria MDSCFnº 74/2015- Diário Oficial 29/06/2015 Fundada em 24/04/94 – CNPJ: 00767241/0001-60 Rua do Esporte nº 400 – Centro – São Mateus do Maranhão – MA PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2019 DOCUMENTO ORIENTADOR PARA A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA OU PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO DO CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE) DAS APAES DO ESTADO DO MARANHÃO PARA A OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3 2 A APAE DO MARANHÃO .......................................................................................... 5 2.1 Histórico ....................................................................................................................................... 6 2.2 Visão de Futuro ........................................................................................................................... 6 2.3 Missão .......................................................................................................................................... 6 2.4 Objetivos ...................................................................................................................................... 7 2.5 Quadro de Pessoal ..................................................................................................................... 9 2.6 Estrutura Funcional .................................................................................................................... 9 3 O CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE)..... 10 3.1 Identificação............................................................................................................................... 11 3.2 Preceitos Filosóficos e Pedagógicos ..................................................................................... 12 3.3 Objetivos .................................................................................................................................... 16 3.4 Alvo das ações ou caracterização da demanda atendida pelo CAEE e da comunidade em que ele está inserido ................................................................................................................ 16 3.5 Caracterização do Quadro de Pessoal que atuará no CAEE (tabela com a relação e Qualificação profissional) ............................................................................................................... 17 3.6 FUNCIONAMENTO DO CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado) das APAEs DO ESTADO DO MARANHÃO. ...................................................................................... 18 3.6.1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CAEE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA ... 19 3.7 AREAS DESENVOLVIDAS NO AEE .................................................................................... 24 3.7.1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PEI E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. ......................................................................................................................... 24 1 APRESENTAÇÃO Atender educacionalmente o cidadão com deficiência intelectual e/ou múltipla ou mesmo com transtorno invasivo do desenvolvimento implica fazer uma nova leitura sobre Educação, contemplando as peculiaridades do sujeito epistêmico, sem perder de vista a sua globalidade e mesmo os princípios elementares da prática pedagógica em geral e do ato educativo, em particular. O momento atual vivenciado pela Federação Nacional das APAE’s com relação à modalidade educacional oferecida às pessoas com deficiências requer além de muita reflexão, uma alteração na sua estrutura funcional adaptando-a a nova ordem, ao novo paradigma da inclusão, mas respeitando os pressupostos constitucionais e valorizando os referenciais do próprio movimento. Essa nova postura pedagógica exige também a redefinição de metas e o redimensionamento de estratégias harmonizadas com as demandas dos novos tempos e com a consecução dos seus objetivos. Nesse contexto, essa nova “maneira” de funcionar terá papel determinante no desenvolvimento global da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla e mesmo com aquelas que apresentam um quadro de transtorno invasivo do desenvolvimento, representados por autismo clássico, síndrome de Ásperger, síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil). Como uma decorrência natural do processo de mudança que permeia toda a sociedade e em todas as suas dimensões, a Federação Nacional das APAE’s, e, em particular, as APAEs do estado do maranhão, se vê mais uma vez envolvida com a tarefa de reajustar sua estrutura funcional para oferecer aqueles que lhe procuram um suporte de qualidade tendo em vista a minimização das suas dificuldades e consequente otimização do seu potencial. Assim sendo, o presente documento se constitui, no Projeto Político Pedagógico – PPP, do CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO CAEE da APAE, componente dessa nova forma de operacionalizar a ação pedagógica da Instituição. O PPP pretende antes de qualquer coisa servir como princípio norteador das ações a serem desenvolvidas pela APAE, tanto através do CAEE, como do Setor Clinico e dos Programas Específicos elaborados pela Instituição visando atender as peculiaridades dos que lhe procuram. Sobre a questão da apresentação aqui sobre o setor clinico, ressaltamos que as APAEs pretendem atender ao estudante no atendimento educacional especializado, além de oferta a esse estudante atendimento clinico disponibilizado na instituição com a equipe multiprofissional da saúde, além de oportunizar vivencias em projetos envolto de questões como esporte e lazer, cultura e arte, auto-gestão e autodefensoria, além de informática e multimídia. O Projeto Político Pedagógico, também oferece a possibilidade de funcionar como um instrumento de otimização do trabalho sob a responsabilidade da APAE, na perspectiva de que esteja assegurada a excelência da qualidade do atendimento educacional oferecido através do Centro e a organização funcional dos demais setores da Instituição. 2 A APAE DE SÃO MATEUS – MA 2.1 Histórico A APAE de São Mateus Maranhão foi criada em 24/04/1994, dado a necessidade de fonoaudiólogo para atendimento de duas pessoas, de famílias diferentes: Sra. Maria das Graças Sousa Cunha e Sra. Maria Mirian Gomes Carvalho. Essas mães recorreram a Secretária de Ação Social para solução do problema, então surgiu a ideia de criação da APAE para poder atender a todo município. As três convidaram outras pessoas como a Professora Sueli Cardoso e Secretária de Educação na época e a Professora Dalila Pereira Alves, professora de classe especial, e assim formaram a Assembléia Geral que deu início ao procedimento. Logo em seguida foi apresentado ao Presidente da Federação Estadual das APAEs do Maranhão Dr. Expedito que muito contribui com informações, ou orientações e até mesmo fornecendo condições de atendimento ás pessoas encaminhadas à APAE de São Luís. Em 1995 foi criado o Centro Educacional Especializado “Fé e Esperança” (APAE) funcionando em uma sala do município, no colégio “Vinólia Curvina” depois de uma rápida reforma com adaptações. 2.2 Visão de Futuro Baseado no processo político pedagógico da APAE Educadora, a Escola que buscamos, e nos paradigmas da Educação brasileira, o Centro Educacional Especializado “Fé e Esperança” (APAE) de São Mateus Maranhão visa: • Maior interação entre pais e amigos das pessoas com deficiência intelectual e múltiplas na defesa de direitos e prestação de serviços.• Reforçar as oficinas visando a aquisição de pré-requisitos, prontidão para o trabalho, sondagem de aptidões, hábitos e atitudes ligados a formação global. 2.3 Missão Promover e articular ações de defesa de direito e prevenção, orientação de serviços, apoio a família, direcionado a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência e a construção de uma sociedade justa e solidária. 2.4 Objetivos 2.4.1 Geral: O objetivo Geral do Centro Educacional “Fé e Esperança” (APAE) está pautado nos princípios filosóficos da Instituição Mantenedora – APAE onde se pretende a execução de uma dinâmica de ações que contemplem temas que venham resgatar a visão de totalidade dos sujeitos; estabelecer princípios curriculares que possibilitem a participação e co-responsabilização dos sujeitos, priorizar uma ação pedagógica voltada à construção de cidadãos conscientes; garantir o acesso ao conhecimento sistematizado estabelecendo dessa forma políticas de valorização ás pessoas com deficiência intelectual e múltipla na garantia de defesa de seus direitos e deveres como forma de garantir sua inclusão social, educacional e profissional. 2.4.2 Específicos: - Elaborar e executar projetos específicos às famílias visando um acompanhamento contínuo, criterioso e sistemático no que se refere ao processo pedagógico e psicopedagógico. - Implementar ações contínuas que valorizem a participação integrada da equipe multiprofissional. - Divulgar junto à mídia as ações/projetos desenvolvidos na promoção dos direitos da pessoa com deficiência. - Aplicar a nova proposta curricular para o fortalecimento do desenvolvimento intelectual do aluno, permitindo sua inclusão social e pedagógica; - Elaborar e executar projetos específicos para preparação dos alunos quanto à autogestão e capacitação dos Auto defensores para representar a instituição na defesa dos seus direitos; - Desenvolver ações de interface com s sociedade para promover a inclusão dos deficientes intelectuais no mercado de trabalho, na rede regular de ensino e nas práticas de esporte; - Investir na comunicação alternativa/suplementar; - Fortalecer o Projeto Família x Escola - Parceiros para um novo aprender; - Elaborar e executar projetos extracurriculares nas áreas de desporto, artes e educação ambiental; - Direcionar ações avaliativas com relação ao ensino-aprendizagem, definindo o nível de competência curricular individual do aluno, desenvolvendo projetos preferenciais específicos que atendam suas potencialidades e habilidades. - Priorizar projetos que contemplem atividades de vida diária possibilidade medidas que valorizem a independência, a autoconfiança das pessoas com deficiência intelectual e outras síndromes. - Buscar melhoria na qualidade de ensino para que haja também melhoria na qualidade de vida e nas relações humanas; - Proporcionar situações de aprendizagem, vivenciando os valores morais e auxiliando os indivíduos na formação de uma sociedade mais justa e humana; - Promover o desenvolvimento profissional da equipe técnica, procurando dar continuidade aos seus estudos e os capacitando para uma melhoria contínua na qualidade do exercício profissional; - Considerar que todos são capazes de aprender e interagir socialmente; - Garantir que o conhecimento, do qual o professor é possuidor, seja efetivamente oportunizado a todos os alunos; - Possibilitar ao aluno seu autoconhecimento, a fim de que ele desenvolva sua autoimagem e venha a atuar de forma independente e possa, assim, ampliar suas relações sociais; - Propiciar o desenvolvimento da capacidade de aprender aos educandos, tendo como meio básico a leitura, a escrita e o cálculo; - Envolver a família no processo educativo, prestando-lhe apoio, orientação e cuidados nos atendimentos específicos; - Favorecer e promover a inclusão escolar dos alunos da APAE na rede regular de ensino; - Conscientizar os profissionais da instituição da missão da escola para alcançar resultados nos programa/projetos desenvolvidos, levando os alunos ao grau de conhecimento ou performance que representa a conquista desses resultados; - Proporcionar orientação familiar à comunidade, de modo a gerar ambiente adequado à pessoa com deficiência, em casa como no contexto onde está inserida, de maneira a desenvolver ao máximo as suas potencialidades; - Realizar trabalhos coletivos e atividades diversificadas para melhorar o ensino aprendizagem; - Dar oportunidade aos educando de ampliar seus conhecimentos para obter aproveitamento necessário ao seu desenvolvimento integral com vista à empregabilidade. - Despertar o interesse pelas atividades físicas e culturais, proporcionando o desenvolvimento das capacidades psicomotoras, a aquisição de habilidades esportivas básicas e de hábitos e atividades que facilitem o desenvolvimento da autonomia, criatividade, autoconfiança e de sua compreensão de mundo. - - 2.5 Quadro de Pessoal • Presidente – 01 – Voluntário • Vice-Presidente – 01 – Voluntário • Dir. Pedagógica e Administrativo – 01 – Cedido Município • Coordenadora Pedagógica – 01 – Voluntário • Secretaria – 01 – Cedido Município • Porteiro – 04 – Cedido Município • Professores (sala de aula) – 13 (treze) - Cedidos pelo Município • AOSD – 02 – Cedido pelo Município 2.6 Estrutura Funcional Tendo em vista atender as demandas do novo contexto educacional, particularmente no que diz respeito à Educação Inclusiva, a APAE no estado do Maranhão efetivará a partir de 2019, uma reorganização na sua estrutura Funcional. A instituição continuará investindo na qualidade dos serviços oferecidos às pessoas com deficiências há 25 anos, mas agora com uma estrutura nova, assim identificada: Setor Clínico, com atividades na área de Serviço Social, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicopedagogia Institucional e Clínica, Psicomotricidade, Brincando e Aprendendo, Médico (pediatra, psiquiatra e neurologista), serviço Odontológico. E um Setor com Programas de Aprendizagem oferecendo atividades em oito áreas distintas, como: Corpo e Movimento, Informática, Orientação para a Vida, Artes Visuais, Preparação para o Mercado de Trabalho e Sala de Jogos; e por fim, o Centro de Atendimento Educacional Especializado “Fé e Esperança” (APAE), em lugar da Escola Especial Centro Educacional “Fé e Esperança” (APAE), existente até então. O Centro de Atendimento Educacional Especializado – CAEE “Fé e Esperança” foi organizado estruturalmente em Espaços de Aprendizagem na perspectiva de contribuir efetivamente no desempenho dos estudantes que dele se beneficiarão. As atividades propostas para cada um desses espaços estarão circunscritas às áreas de Expressão e Linguagem, Matemática no Cotidiano, Corpo e Movimento, Sala de brinquedoteca e Informática e multimídia. O Centro de Atendimento Educacional Especializado reafirma o caráter pedagógico, com o objetivo de suprir a necessidade do estudante, a fim de assegurar o direito de acesso a recursos que possam potencializar suas capacidades e promover o seu desenvolvimento e aprendizagem. Consequentemente, essa ação conduzirá no Art. 2º da Resolução 04/2009 do Conselho Nacional de Educação. O Centro de Atendimento Educacional Especializado atenderá alunos com deficiência intelectual / múltiplas, transtorno global de desenvolvimento, oriundos da APAE e da rede regular de ensino em consonância com as legislações vigentes. 3 O CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE) DENTRO DAS INSTITUIÇÕES APAEANAS 3.1 Identificação A proposta de Atendimento Educacional especializado (AEE) do CAEE, mantido pelas APAE do estado do Maranhão, fundamenta-se na Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, que estabelece uma nova concepção de educação especialde natureza complementar e/ou suplementar ao ensino comum. Entendemos que tal atendimento é urgente diante do cenário que se desenha na Educação Inclusiva, pois, o atendimento educacional especializado vem se destacando como uma categoria de extrema relevância nos dias atuais, uma vez que é apontado como o elemento chave que assegurará o êxito do aluno incluído na escola comum. (OLIVEIRA, 2009). O AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminam as barreiras para a plena participação dos educandos, considerando suas necessidades especiais. Ressaltamos que o AEE não deve ser confundido com o reforço escolar, nem com o atendimento clínico, tampouco substitutivo dos serviços educacionais comuns. O AEE a ser oferecido aos estudantes com deficiência intelectual e/ou múltipla deve ser um compromisso do CAEE, organizado de tal forma que responda às necessidades de seu alunado, e com práticas que respeitem e valorizem as diferenças como um dado da realidade humana. Reafirma-se o caráter pedagógico desse atendimento, cujo objetivo é suprir a necessidade do aluno, a fim de assegurar o direito de acesso a recursos que possam potencializar suas capacidades e promover o seu desenvolvimento e aprendizagem. Consequentemente, essa ação conduzirá o estudante a sua emancipação. Nesse sentido, ressaltamos o disposto no Art. 2º da Resolução 04/2009 do Conselho Nacional de Educação: O CAEE tem como função complementar ou suplementar à formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem (BRASIL, 2009). O Centro de Atendimento Educacional Especializado atenderá estudantes com deficiência intelectual e/ou múltipla oriunda da APAE e da rede regular de ensino em consonância com as legislações vigentes. Considerando as especificidades na aprendizagem das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, o programa de Atendimento Educacional Especializado da APAE no estado do Maranhão confirma-se como uma ação da Educação Especial e Inclusiva voltada para a promoção do acesso e da permanência dos estudantes com deficiência na rede de ensino. Dessa forma entende-se que o Atendimento Educacional Especializado de uma nova concepção de Educação Especial, sustentada legalmente, e é uma das condições para o sucesso dos alunos com deficiência. Esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos conteúdos curriculares do ensino comum e que é necessário ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. (AEE-SEESP/SEED/MEC-Brasília/DEF-2007). Diante desse novo cenário que configura a Educação especial, é urgente a elaboração desse documento para redimensionamento do fazer pedagógico com a qualidade que é devida a um público historicamente excluído das políticas públicas. Entendemos que para os alunos com deficiência intelectual e/ou múltipla não basta garantir vagas por meio de determinações legais, mas é necessário desenvolver uma consciência coletiva com vistas a assegurar, além do acesso, a permanência, o percurso, e o sucesso no processo de escolarização. Portanto para cumprir com tais objetivos, o CAEE, em sua organização do trabalho pedagógico vem ofertar serviço de Atendimento Especializado em que os educandos sejam considerados em suas particularidades e potencialidades, numa perspectiva de garantir à pessoa com deficiência não só o acesso à educação de qualidade, numa perspectiva histórica cultural. Destaca-se nessa perspectiva, a relevância dada ao desenvolvimento humano o qual nos dá uma visão prospectiva, ou seja, uma visão do possível do desenvolvimento em processo dos sujeitos como seres sociais (GONÇALVES, 2008). 3.2 Preceitos Filosóficos e Pedagógicos O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentada na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas. É preciso entender como a escola se caracterizou historicamente para compreendermos a escola de hoje. Isso nos ajudará a promovermos verdadeira mudança na educação. O processo de escolarização foi por muito tempo privilégio de um grupo, uma exclusão marcada pelas políticas e práticas educacionais reproduzidas socialmente. As duas últimas décadas do século XX marcaram a educação especial fortemente fundamentada numa nova proposta de identificação dos sujeitos na educação. Porem essa mudança no campo educativo teve como contribuição outras áreas como a medicina e a psicologia (VASQUES, 2003). “As concepções referentes à deficiência resultaram dos acontecimentos históricos, políticos, sociais e econômicos que predominaram em cada período histórico, e foram determinantes para a identificarmos os lugares por onde transitarem e ainda transitam as pessoas com deficiência na sociedade contemporânea. Autores como Pessoti (1984), Amaral (1995), Schwartzman, (19999). Cardoso (2004), carvalho (2004), Bianchetti (ET al, 2004) Giat (2007) e tantos outros pesquisadores evidenciam episódios excludentes que marcaram a vida das pessoas com deficiência, a partir da antiguidade aos dias atuais, em que as políticas públicas ainda se mostram insuficientes para garantir o acesso das famílias e de seus filhos com deficiência aos direitos sociais, principalmente à educação”. (OLIVEIRA, 2009). Oliveira (2009), apud Anache (2007), escreve que pela perspectiva histórica cultural, a pessoa com deficiência deve ser considerada na sua singularidade e, além do mais, há que se considerar o social na construção da deficiência. Negada a essa pessoa, a convivência com seus pares, a escolarização, possibilidades de relações dialógicas, enfim, à vida na sociedade é reduzi-la a sua deficiência, uma vez que as funções psicológicas superiores se constituem por meio das relações humanas no universo cultural. A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem-estar de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 3 inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, do exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como um dos princípios para o ensino e, garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208), com a oferta de uma educação sob medida. A Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), tem sido lembrada como uma das principais orientações por muitos países e tem influenciado a formulação de políticas públicas da educação inclusiva.A partir do processo de democratização da escola, evidencia-se o paradoxo inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da escola. Assim. Sob formas distintas, a exclusão tem apresentado características comuns nos processos de segregação e integração, que pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar. (PNEE, BRASIL, 2008). As políticas públicas brasileiras, desde a lei de Diretrizes e Bases de 1996, têm defendido o atendimento dos alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, desde a educação infantil até a educação superior (art. 58 inciso III) atendimento especializado (idem, inciso II); formação de professores para o atendimento especializado (art. 59 parágrafo II). Diante dos marcos legal supramencionados, percebemos que não basta garantir a matrícula de pessoas com deficiência, é preciso articular e planejar mudanças para que, de fato, a escola atenda a todos os alunos tendo como garantia de direitos o acesso, participação e permanência com qualidade. De acordo com o Decreto 6.571/08 no seu Art. 1º: § 1 – Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar e/ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. § 2º O Atendimento Educacional Especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. Nessa perspectiva, a proposta do centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) mantido pela APAE, é oferecer o Atendimento Educacional Especializado (AEE), para estudantes com deficiência Intelectual e/ou múltipla ou ainda com transtorno Invasivo do Desenvolvimento TEA, devidamente matriculados na rede de ensino regular, no turno inverso ao que o estudante está matriculado. Segundo o decreto 6.571/08 em seu artigo 2º reza: I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos referidos no art. 1º; II – garantir a transversalidade de ações da educação especial no ensino regular; III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem, e IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino. Compromete-se com os princípios que caracterizam os direitos humanos e as liberdades fundamentais preconizadas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, tais como: .A equidade e a igualdade de direitos, pressupondo o tratamento diferente como garantia de igualdade de oportunidade de afirmação e inclusão social. .O respeito pela dignidade inerente, independência da pessoa, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas e autonomia individual. . A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade. . O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade. . Acessibilidade plena. .O respeito pelas capacidades em desenvolvimento de crianças com deficiência e respeito pelo direito de preservar sua identidade. Oliveira (2009), apud Ferreira & Ferreira, (2004) afirma que há pertinência em se vislumbrar um olhar prospectivo sobre as pessoas com deficiência, com a valorização de suas habilidades e capacidades, em detrimento das dificuldades intrínsecas à inter-relação entre essas pessoas e o ambiente. Nesse sentido, sugere- se pensar a deficiência com “[...] menos ênfase nos aspectos orgânicos e de constituição biológica da deficiência e mais ênfase nas relações sociais e na atenção educacional [...]”. 3.3 Objetivos O objetivo do Atendimento Educacional Especializado é propiciar condições que desenvolvam liberdade e autonomia para que o aluno com deficiência intelectual e/ou múltipla e mesmo com transtorno invasivo do desenvolvimento possa construir a sua inteligência, dentro do quadro de recursos intelectuais que lhes são disponíveis, tornando-se agente capaz de produzir significado/conhecimento. Nessa perspectiva o trabalho a ser desenvolvido pelo CAEE, visa complementar e/ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento do seu potencial de aprendizagem. 3.4 Alvo das ações ou caracterização da demanda atendida pelo CAEE e da comunidade em que ele está inserido O Atendimento Educacional Especializado oferecido no CAEE da APAE / é destinado a alunos com deficiência Intelectual e/ou Múltipla (6 a 14 anos e 11meses) e com transtornos invasivos do desenvolvimento (autismo clássico, síndrome de Ásperger, síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância). Parte considerável desses alunos é oriunda de famílias em situação de vulnerabilidade social e, em consequência disso, submetidos às fragilidades das políticas públicas. (CONTINUAR) 3.5 Caracterização do Quadro de Pessoal que atuará no CAEE (tabela com a relação e qualificação profissional) Nomes Cargo Graduação Pós- Graduação Antônia de Sousa Lima Professor(a) Pedagogia Psicopedagogia Dalva Albuquerque de Souza Cuidador (a) História Psicopedagogia Ioneide Rocha Ferreira Professor(a) Pedagogia Psicopedagogia e AEE Ivanilda Magalhães Brandão Professor(a) Pedagogia Psicopedagogia Lucimar Liarte da Silva Professor (a) Pedagogia Psicopedagogia Maria Alcione Silva Aguiar Cuidador (a) Magistério Maria Albertina Vaz Lima Coordenador (a) Letras Gestão e Supervisão Raimunda Albuquerque de Souza Diretor (a) Pedagogia Gestão e Supervisão, Psicopedagogia e AEE, Ed. Infatil e Ed.Inclusiva Rodiceia Sousa dos Santos Professor(a) Psicopedagogia e AEE Psicopedagogia e AEE Valdenia Lucia Barbosa Cuidador (a) Ens. Médio (colocar conforme público que trabalhará no CAEE conforme realidade de cada APAE!!!) 3.6 FUNCIONAMENTO DO CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado) das APAEs DO ESTADO DO MARANHÃO. O atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência intelectual está centrado na dimensão subjetiva do processo de conhecimento, complementando o conhecimento acadêmico e o ensino coletivo que caracterizam a escola comum, o conhecimento acadêmico exige o domínio de um determinado conteúdo curricular; o atendimento educacional, por sua vez, refere-se a forma pela qual o aluno trata todo e qualquer conteúdo que lhe é apresentado, e como consegue significa-lo ou seja, compreende-lo. O AEE1 existe para que o estudante possa aprender o que é diferente do currículo do ensino comum, e que é necessário para que possa ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. Esse atendimento educacional para tais estudantes deve, portanto, privilegiar o desenvolvimento e a superação daquilo que lhe é limitado, exatamente como acontece com as demais deficiências, como exemplo: para o cego, a possibilidade de ler pelo braile, para o surdo a forma mais conveniente de se comunicar e para a pessoa com deficiências física o modo mais adequado de se orientar e se locomover. Para a pessoas com deficiência intelectual a acessibilidade não depende de suporte externos ao sujeito, mas tem a ver com a saída de uma posição passiva e automatizada diante da aprendizagem para ao acesso e apropriação ativa do próprio saber. De fato, a pessoa com deficiência intelectual encontra inúmeras barreiras nas interações que realiza com o meio para assimila,desde os componentes físicos do objeto de conhecimento, como por exemplo, o reconhecimento e a identificação da cor, forma, textura, tamanho e outras características que ele precisa retirar diretamente desse objeto. Isso ocorre, porque são pessoas que apresentam prejuízos no funcionamento, na estruturação e na reelaboração do conhecimento. Exatamente por isso, não adianta propor atividades que insistem na repetição pura e simples de noção de cor, forma, tamanho...Para que a partir desse suposto aprendizado o 1 Texto sobre Deficiência Intelectual: conhecer para promover a autonomia e a independência conforme referência DARCI, Fioravante Barros Barbosa, Federação das APAEs de Minas Gerais, Educação Especial 2014, em anexo estudante consiga dominar essas noções e as demais propriedades físicas dos objetos, e ainda, possa transpô-las para um outro contexto. A pessoa com deficiência intelectual consegue espontaneamente retirar informações do objeto e construir conceitos, progressivamente. Já a pessoa com deficiência intelectual necessita de outra atenção, ou seja, de exercitar sua atividade cognitiva, de modo que consiga o mesmo, ou uma aproximação do mesmo. (SEESP/MEC 2005). Quando o atendimento educacional permite que ao estudante trouxesse a sua vivencia e que se posicione de forma autônoma e criativa diante do conhecimento, o professor sai do lugar de todo o saber, dessa maneira, o estudante pode se questionar e modificar sua atitude de recusa do saber e sua posição de “não saber” ele, então, pode se mobilizar e buscar o saber. Na verdade, é tomando consciência de que não sabe, que o estudante pode se mobilizar e buscar o saber. A liberdade de criação e de posicionamento autônomo do estudante diante do saber permite que sua verdade seja colocada, o que é fundamental para o estudante com deficiência intelectual. Ele deixa de ser o “repeteco” o eco do outro e se torna um ser pensante e desejante de saber. O desenvolvimento intelectual do estudante com deficiência deve ser objeto de preocupação constante do professor. A inteligência deve ser estimulada e educada para que ele possa evoluir. E o estudante que apresenta deficiência intelectual não escapa a regra. Mesmo que o estudante que apresenta uma necessidade de apoio importante ou intenso, pode tirar proveito de intervenções educativas destinadas a favorecer ou estimular o desenrolamento de suas estruturas intelectuais. 3.6.1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CAEE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA REQUISITOS DE ACESSO O ingresso no CAEE da APAE será facultado aos educandos com deficiência intelectual e múltiplas, transtornos globais do desenvolvimento e oriundos da escola mantida pela APAE e/ou matriculados na rede pública de ensino, desde que apresentem situações específicas que dificultam o acesso ao currículo em sua escola de origem. A matrícula no CAEE está condicionada a matrícula em escola comum e avaliação expressa em relatório. O relatório deverá conter a identificação das necessidades específicas do educando e a indicação de programa de intervenção pedagógica, com previsão de tempo para duração. O ingresso do aluno no AEE é de responsabilidade da coordenação pedagógica do setor após a realização da avaliação pedagógica inicial e o remanejamento dos alunos nas salas de atendimento fica sob a responsabilidade dos professores especializados em conjunto com a coordenação pedagógica respeitando aos critérios de idade, necessidade educacional específica do aluno e interesse e/ou habilidade, para permitirem atuarem pedagogicamente a perceber/conhecer muitas capacidades e possibilidades das pessoas com deficiência intelectual. FUNCIONAMENTO O trabalho pedagógico será elaborado em grupos pequenos com a finalidade de desenvolver ao máximo as potencialidades dos educandos com vistas a uma melhor integração pessoal e social, valorizando seus conhecimentos prévios, utilizando material pedagógico conforme a necessidade, o interesse e a idade de cada educando, de modo a facilitar o acesso ao currículo desenvolvido nos diferentes anos do ensino fundamental. O AEE2 é parte integrante da educação especial e tem caráter complementar e suplementar, tendo como objetivo oferecer apoio pedagógico especializado, por meio de metodologias diferenciadas, que atendam às necessidades específicas dos educandos, seja complementando o currículo dos educandos com defasagens, em função de sua condição, seja suplementando o currículo aos estudantes com altas habilidades/superdotação (cita a resolução do CEE/MS nº 70/2010). O atendimento sistematiza-se no contra turno ao da escolarização (no ensino comum), formando turmas de AEE todas as segundas e quartas e outras turmas dias de terças e quintas-feiras. O atendimento ocorre nos dois períodos para diferentes turmas que frequentam em período contrário ao do ensino comum. 2Proposta pedagógica para Atendimento Educacional Especializado da Federação Estadual das APAEs do Maranhão em anexo CRONOGRAMA DE ATENDIMENTO O grupo de estudantes é atendido a cada 02 (duas) horas, por turno (matutino/vespertino). Em cada turno são formados 02 (dois) grupos. No matutino é das 7h30 às 9h30 e/ou 9h30 às 11h30. No turno vespertino os grupos funcionam das 13h30 às 15h30 e/ou 15h30 às 17h30. Sendo os alunos atendidos 02 (duas) vezes na semana, de 2ª a 6ª feira. Caso o estudante necessite ser atendido individualmente a duração deste será de no máximo 01 (uma) hora, dentre 2ª e 6ª feira no turno matutino/vespertino, contemplando por 01 (uma) vez por semana para elaboração de estratégias de ensino, somando a outras 02 (duas) vezes de atendimento no grupo, aplicação e fixação de estratégias pedagógicas3. ORGANIZAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA Os alunos recebem atendimento especializado nas salas denominadas espaços de aprendizagem que possuem objetivos definidos que as caracterizam ou em qualquer outro lugar que realizam atividades com práticas sociais discursivas, pois indicam alterações importantes entre pensamento e linguagem. Onde os educandos ampliam suas vivências fazendo descobertas que resultam em aprendizagens. São organizados em grupos, se possível pela idade cronológica, considerando a disponibilidade do tempo do estudante, tendo em vista o serviço de reabilitação e projetos especiais dos quais ele participa, a fim de promover as condições de participação e aprendizagem no desenvolvimento de atividades cognitivas de simbolização/cognição, a leitura/escrita, e quantificação/cálculo 3Ressalta-se que cada APAE vai estruturar seu cronograma de atendimento de acordo com sua realidade, estrutura física e capacidade de atendimento contemplando as necessidades educacionais específicas e os desafios que estes vivenciam na escola de ensino comum. Além disso, essas atividades organizadas pedagogicamente possibilitam aos alunos a conscientização do pensar diversificado e do seu próprio pensar, sobretudo na construção do seu conhecimento. ASPECTOS PEDAGÓGICOS Conforme o documento norteador Educação e Ação Pedagógica da Federação Nacional das APAEs de 2017, contempla – se que: O Atendimento Educacional Especializado – AEE almeja garantir o acesso, a permanência e o sucesso dos estudantes com deficiência intelectual ou múltipla nas escolas comuns, mediante atenção as suas necessidades educacionais especiais em todas as etapas e modalidades da educação básica, como preconiza a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em vigor. As práticas pedagógicas para a oferta de AEE nos Centros de Atendimento Educacional Especializado das APAEs não se destinam ao reforço pedagógico, mas se voltam aos seguintes: a) Recursos de acessibilidade na educação, que asseguram condições de acesso ao currículo dos estudantes com deficiência intelectual e múltipla, mediantea utilização de materiais didáticos e pedagógicos; b) Estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Com esse fim, recursos materiais, técnicos e tecnológicos precisam ser providenciados de modo a cumprir as metas e objetivos dessa oferta de serviços. São reconhecidas as demandas desses estudantes quanto à aquisição de habilidades intelectuais e adaptativas (conceituais práticas e sociais). Na programação do AEE, essas demandas precisam ser atendidas mediante projetos, programas e atividades dentro e fora do espaço físico da entidade, em oficinas ou espaços temáticos. Podem ser realizadas ações como: • Letramento e numeramento; • Atividades artísticas (artes plásticas, cênicas, dança e outras), preferencialmente compartilhadas; • Atividades físicas, psicomotoras, desportivas e de lazer com e sem participação da comunidade; • Atenção e cuidado com o corpo • Vida social • Comportamento adaptativo • Segurança e preservação do ambiente em situações práticas e compartilhadas; • Oficinas de interação e comunicação, em contextos sociais e relações interpessoais; • Oficinas de atividade diversificada, com vistas ao desenvolvimento dos aspectos cognitivos, representativos, dramatizações, poesias, talentos artísticos, desenvolvimento da expressão, e outras áreas, ofertadas na entidade ou em parceria com a comunidade; • Workshops para uso de recursos e bens comunitários, com vivências práticas nos respectivos ambientes; • Atividades de participação social em diferentes ambientes comunitários com participação de convidados do bairro e familiares; • Criação de clubes de leitura e atividades culturais com apoio e participação de convidados da comunidade; • Programas de estimulação cognitiva, baseados nas experiências de aprendizagem mediadas; • Atividades de letramento e numeramento de natureza prática e funcional, associadas a eventos com participação comunitária; • Atividades extraclasses, visitas, seguidas de discussão e relatórios verbais, escritos e outras formas gráficas e artísticas; • Atividades que envolvam as funções executivas (atenção, memória, concentração, raciocínio, linguagem e outras); • Cursos de informática e outras mídias; • Organização de eventos festivos com protagonismo dos próprios estudantes com participação comunitária. Nos Centros de Atendimento educacionais da Rede APAE as atividades devem realizar-se preferencialmente em grupos de estudantes e com participação social, envolvendo pessoas da comunidade e o grupo etário dos estudantes. Podem, quando necessário, ser realizadas individualmente. É importante que focalizem a constituição do sujeito, a subjetividade e a funcionalidade humana. Que considerem as vivências e contextualizações do estudante, necessárias ao desenvolvimento de habilidades e competências e desenvolvimento integral da personalidade. Para isso, a participação dos outros sociais é indispensável. A instituição aberta aos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano precisa abrir suas portas às oportunidades de convívio coletivo. 3.7 AREAS DESENVOLVIDAS NO AEE ❖ Funções cognitivas sociais (Percepção, atenção, memória, linguagem e raciocínio lógico) ❖ Função motora (desenvolvimento e capacidade motora) ❖ Função pessoal/social (Área emocional, afetiva e social) 3.7.1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PEI E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. O PEI pode ser definido como uma estratégia para promover o desenvolvimento e a futura inserção social e laboral de alunos com deficiência (PLETSCH, 2009). Pode-se dizer que é um importante instrumento pedagógico para redimensionar as práticas entre professores de classe comum e o professor do atendimento educacional especializado (AEE), por meio do trabalho colaborativo entre ambos (CAMPOS; PLETSCH, 2014). A sua utilização é também indicada em escolas especiais e/ou classes especiais que funcionam em Instituições privado-filantrópicas e redes de ensino públicas, sempre com caráter colaborativo. Segundo Hostins e Jordão (2014), ainda hoje os currículos para alunos com deficiência são organizados a partir de pressupostos inatistas ou comportamentais, “centrados nas atividades percepto-motoras e funcionais, negligenciando, com raras exceções, suas capacidades cognitivas e, consequentemente, seus processos de elaboração conceitual” (HOSTINS; JORDÃO, 2014, p. 4). Desta forma, o currículo que lhes é oferecido teria bases fundamentadas na falta de condições que esses sujeitos teriam para aprender, contribuindo para seu alijamento e reforçando o controle social, que segundo Young (2007) “se exprime através das diversas formas pelas quais se processa a deliberação curricular, ou seja, a tomada de decisões relativas à concepção, a organização e realização do currículo” (p. 12). Na expectativa e tentativa de uma escola para todos é necessário à compreensão de que: Não há uma única forma de atender às necessidades educacionais de todos os alunos com deficiência, isto é, não há um programa padrão, uma única oferta de serviço, um único local onde a educação seja oferecida e um currículo único (GLAT; PLETSCH, 2009, s/p). Em outras palavras, o currículo na perspectiva da escola inclusiva, deve fazer sentido para todos os educandos, por meio de práticas curriculares que promovam sua permanência com garantia de qualidade e desenvolvimento, pois como nos aponta Vygotsky (1989), a instituição escolar não só deve adaptar-se às deficiências desta criança, mas também lutar contra elas, superando-as. E é justamente neste ponto que se encontra a relevância do PEI, colaborar de maneira concreta para o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com deficiência, de forma contextualizada com os objetivos e com a proposta curricular que será desenvolvida para toda a turma, funcionada como mediação entre o professor e o estudante. Diante das colocações a respeito do PEI Avila (2015) e Campos (2016) alertam para o fato de que elaborá-lo não é tarefa simples, pois requer conhecimento sobre o estudante, devendo ser estruturado e reavaliado a partir de um trabalho em equipe 24 periodicamente, fazendo-se necessária a participação da família e, quando possível, do próprioestudante. Em outras palavras, atentos às suas necessidades reais “o que quer ensinar, como se vai avaliar, quem é o responsável por acompanhar cada ação” (MARIN; BRAUN, 2013). São sugeridos três níveis de planejamento para a elaboração do PEI, como apresentado no quadro 01. Quadro I. Níveis de planejamento do PEI, do Centro de Atendimento Educacional Especializado “Fé e Esperança” (APAE) NÍVEIS DESCRIÇÃO Nível I – Identificação – Identificação das necessidades educativas dos estudantes. Nível II – Avaliação -Avaliação das áreas “fortes” e “fracas” do estudante. Nesse nível ocorre a elaboração do PEI entrelaçado com as adaptações curriculares e ambientais (manejo de sala de aula) necessárias para atender o estudante. Nível III – Intervenção Ocorre a intervenção a partir dos objetivos propostos no PEI e a reavaliação do estudante. FONTE: Pletsch; Glat, 2013. Neste caso, a avaliação do aluno com deficiência deverá estar voltada para reconhecermos os apoios4 e suportes que deverão ser oferecidos para este educando, com o objetivo pedagógico e não o clínico, a fim de atendermos as suas especificidades, por meio de um planejamento que promova sua aprendizagem e desenvolvimento. Ainda neste sentido, não basta “identificar que o aluno tem a deficiência, mas sim reconhecer suas habilidades e limitações e ver como o ambiente no qual se encontra pode ser restruturado para atender suas demandas específicas” (VELTRONE, 2011, p. 68). A individualização como foco nas especificidades do estudante com deficiência, não está em particularizaras atividades pedagógicas, isolando o mesmo na sala de aula e sim, em promover ações pedagógicas objetivando a aprendizagem de todo grupo, como confirmam Marin e Braun (2013 p.56): Individualizar o ensino não significa particularizar a ação pedagógica a ponto de segregar o aluno do grupo. O objetivo da individualização é incluí-lo na situação de aprendizagem que os outros estão vivenciando, com as devidas adequações para que sua participação seja efetiva. É atender às diferenças individuais que o aluno possa apresentar em decorrência das especificidades de seu desenvolvimento, sejam neurológicas, cognitivas e/ou sensoriais. Analisando os componentes básicos que compõem a estrutura para construção de um PEI, poderemos atender as necessidades e prover o desenvolvimento destes educandos. Especialmente em se tratando da avaliação do 4 Vide AAMR (2006); AAIDD (2011). aluno com deficiência intelectual, esta deve ser pensada priorizando seu caráter de continuidade e não o de terminalidade. No quadro 02 segue um resumo sobre cada componente que deve ser analisado durante a avaliação do aluno: Quadro 02 - Componentes de Análises Durante Avaliação Componentes Descrição Nível atual de desenvolvimento Obtido por meio de avaliação formal e/ou informalque indique o nível atual de desempenho do aluno, bem como informações sobre sua trajetória escolar. Modalidade de atendimento Contexto de escolarização do aluno: sala regular, com ou sem suporte especializado; classe especial ou escola especial. Aqui também são analisadas possíveis parcerias com a área da saúde, se for o caso. Planejamento do suporte Tempo, duração e periodicidade do suporte especializado. Objetivos gerais Conjunto de metas educacionais anuais a serem atingidas nas diferentes áreas curriculares. Objetivos gerais Conjunto de metas educacionais anuais a serem atingidas nas diferentes áreas curriculares. Objetivos específicos Conjunto de objetivos que estabelecem etapas intermediárias entre o nível atual de desenvolvimento do aluno e os objetivos anuais. Avaliação e procedimentos pedagógicos Critérios e procedimentos a serem empregados para atingir os objetivos propostos, de acordo com as diretrizes curriculares da instituição para o ano letivo. Reavaliação Revisão periódica dos objetivos e propostas elaboradas para o aluno, a partir do seu desenvolvimento. Composição da equipe A proposta do PEI é elaborada coletivamente pelos profissionais envolvidos no processo educativo do aluno. O ideal é que, pelo menos, o professor da classe comum e do suporte especializado (AEE) atue conjuntamente. Anuência parental Aprovação do PEI por parte dos pais. O ideal é que eles pudessem participar, em alguma medida da elaboração do PEI; bem como, no caso de jovens, os próprios alunos. FONTE: Pletsch; Glat, 2013. De acordo com pesquisas de Avila (2015) e Avila et al. (2016), a formação continuada colaborativa, tem sido uma estratégia positiva, utilizada por algumas escolas e instituições especializadas, para a construção do documento norteador do PEI, dando voz e garantindoa identidade dos profissionais que atuam com o público alvo da Educação Especial, na estrutura oficial do documento. Considerando então a relevância do PEI e a necessidade de buscar uma prática pedagógica adequada às necessidades educacionais dos alunos com deficiência, a APAE de se debruça na oferta do PEI5 para estudantes com deficiência intelectual/múltipla. 5 Modelo da ficha em anexo nesse Projeto Político Pedagógico 1 APRESENTAÇÃO 2 A APAE DE SÃO MATEUS – MA 2.1 Histórico 2.2 Visão de Futuro 2.3 Missão 2.4 Objetivos 2.4.2 Específicos: 2.6 Estrutura Funcional 3.1 Identificação 3.2 Preceitos Filosóficos e Pedagógicos 3.3 Objetivos 3.4 Alvo das ações ou caracterização da demanda atendida pelo CAEE e da comunidade em que ele está inserido 3.5 Caracterização do Quadro de Pessoal que atuará no CAEE (tabela com a relação e qualificação profissional) 3.6 FUNCIONAMENTO DO CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado) das APAEs DO ESTADO DO MARANHÃO. 3.6.1 FUNCIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CAEE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA 3.7 AREAS DESENVOLVIDAS NO AEE 3.7.1 O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PEI E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
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