Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3 1 A EDUCAÇÃO ESPECIAL EM INTERLOCUÇÃO COM A PERSPECTIVA EDUCACIONAL INCLUSIVA ....................................................................................... 4 1.1 Atendimento educacional especializado: uma estratégia para o ensino inclusivo 11 2 SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS – CONCEITO, FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS .............................................................................. 14 3 PRINCIPAIS DOCUMENTOS QUE ORIENTAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA .................................................... 29 4 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 42 3 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 1 A EDUCAÇÃO ESPECIAL EM INTERLOCUÇÃO COM A PERSPECTIVA EDUCACIONAL INCLUSIVA Fonte: policamoes.com De acordo com AGAPITO J; et al., (2017), a realidade nas escolas que atuam na perspectiva da educação inclusiva está no centro de relevantes discussões de pesquisadores da área, visto que essa perspectiva é bastante coerente e sedutora em sua teoria, porém, a sua aplicabilidade não condiz totalmente com tais adjetivos. Porque os obstáculos e os resultados apresentados apontam para lacunas teórico- metodológicas que, pelo menos na forma como foram criadas, suscitam reflexões sobre a sua sustentabilidade ao menos do modo como vem ocorrendo. As investigações críticas das políticas de inclusão vão desde análises de viés econômicas que debatem os conceitos de inclusão e exclusão social até aquelas que enfocam práticas escolares específicas, como as novas configurações que a educação especial assume nas redes regulares de ensino. Neste viés, Garcia (2010; 2013 apud AGAPITO J; et al., 2017) sugere a análise de questões como a adaptação e assimilação de propostas globais para a inclusão escolar por meio das realidades locais e o treinamento de educadores e a formação de professores de educação especial para atuar na perspectiva inclusiva. Uma síntese da posição da pesquisadora pode ser sugerida por uma pergunta que ela mesma faz em um de seus textos: 5 É possível propor uma educação especial democrática que fuja das armadilhas de uma perspectiva inclusiva que abre mão da aprendizagem dos alunos, que os generaliza e massifica na forma de propor os serviços e que assume a superficialidade como marca da formação docente? (GARCIA, 2013, p. 116 apud AGAPITO J; et al., 2017). De acordo com AGAPITO J; et al., (2017), com esse questionamento, a autora revela sua visão a respeito da percepção do atendimento educacional especial, tal como foi moldado pela abordagem inclusiva, ou seja, superficial, promovendo generalizações incompatíveis com as peculiaridades inerentes ao papel da educação especial e seu grupo-alvo. Não descarta a necessidade de um modelo democrático de atendimento educacional especializado, mas também não vê na forma como esse serviço tem sido oferecido o suporte necessário para os alunos dessa modalidade de ensino. Em seu texto “Políticas Inclusivas na Educação: do global ao local”, García (2010 apud AGAPITO J; et al., 2017) analisa as propostas internacionais para a criação de sistemas de educação inclusivos e sua integração/assimilação nos contextos locais, ou seja, nas mais variadas redes de educação estaduais e municipais de ensino. A discussão proposta relaciona-se ao fato de que as atuais políticas educacionais brasileiras estimulam as comunidades a adotar a educação infantil e fundamental ao mesmo tempo em que criam ou mantêm estruturas relacionadas à educação especial ou outros serviços que promovam a escolarização inclusiva. “A chamada perspectiva ‘inclusiva’ vem confrontando as redes municipais de ensino a uma reorganização, propondo novas demandas e redefinindo competências e responsabilidades” (GARCIA, 2010, p. 15 apud AGAPITO J; et al., 2017). De acordo com AGAPITO J; et al., (2017) ao considerar esse movimento, a autora traça as seguintes reflexões ao completar sua análise: A política educacional se fortalece na direção de uma tomada de decisão centralizada, realizada localmente, o que leva a uma hipótese de que isso está em proporção inversa às práticas mais democráticas de tomada de decisão coletiva nas escolas. As decisões centralizadas, acompanhadas por um processo de precarização do trabalho docente, vêm conduzindo os professores e as professoras das redes de ensino para um caminho de proletarização, de cumprimento de horários e tarefas, perdendo cada vez mais suas condições de trabalho coletivo. O resultado é um enfraquecimento das discussões sobre o projeto político-pedagógico das escolas (GARCIA, 2010, p. 21 apud AGAPITO J; et al., 2017). 6 De acordo com AGAPITO J; et al., (2017), especificamente sobre a educação especial em diálogo com a educação regular, ela acrescenta: A atual política educacional brasileira se sobrepõe a programas e serviços para atender a diversidade de alunos e mostra que as estratégias escolhidas para lidar com a “ inclusão educacional” e “ educação inclusiva” estão vinculadas ao gerenciamento das redes de ensino e não ao debate educacional-pedagógico (GARCIA, 2010, p. 21 apud AGAPITO J; et al., 2017). Para complementar a visão crítica e esclarecedora do objeto de estudo, optou- se por incluir as contribuições de Bueno (2008 apud AGAPITO J; et al., 2017) que discute o conceito de inclusão escolar, o público-alvo das políticas de inclusão e as perspectivas dessas políticas. O autor ressalta que seu objetivo não é apenas revisar os problemas da atual política educacional e a fragilidade da produção acadêmica brasileira sobre o tema, mas mostrar que a política vem sendo adotada pelos atores do processo educacional, que contribui acriticamente nas suas diversas áreas para a divulgação de perspectivas políticas singulares que nem sempre correspondem da melhor forma à realidade da escola. Em suas argumentações, Bueno (2008, p. 60 apud AGAPITO J; et al., 2017) vê nas políticas educacionais desencadeadas a partir dos anos 90, “o sentido explícito de mudar para continuar exatamente como se estava antes dela”, mas prevê que a crítica radical pode ser de grande valia no auxílio daqueles que não comungam com um pensamento único, e que assim possam instrumentalizar resistências e mudança de rumo. Os movimentos de resistência propostos pelo autor podem ser percebidos em suas palavras ao recorrer os profissionais em educação especial. Neste sentido, cabe a nós, estudiosos da educação especial, envidarmos todos os esforços para que a “inclusão escolar” nãose restrinja somente à população tradicionalmente atendida por ela, pois, se assim for, ela estará fadada ao insucesso, já que as diferentes expressões do fracasso escolar têm se abatido sobre os deserdados sociais, criados por políticas econômicas e sociais altamente injustas, sejam eles deficientes, com distúrbios ou “normais” (BUENO, 2008, p. 60 apud AGAPITO J; et al., 2017). Em suas conclusões sobre o assunto, o autor destaca que, embora pareça impossível desenvolver alternativas à política avassaladora, o papel da crítica e da resistência é fundamental para definir novos rumos para a configuração atual do sistema educacional brasileiro (BUENO, 2008 apud AGAPITO J; et al., 2017). 7 A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação Inclusiva (BRASIL, 2008 apud JUNIOR S; et al., 2015) fala sobre a seguinte definição de educação inclusiva: “[...] é um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis. E que avança em relação à ideia de equidade formal”. Partindo disso, pode-se dizer que por meio de políticas públicas voltadas ao atendimento de pessoas com deficiência, o Estado vem implementando ações de caráter emergencial, para garantia do direito de todos à educação. Em nota técnica emitida pela secretaria de educação especial (SEESP/GAB/Nº 11/2010 apud JUNIOR S; et al., 2015), o ministério da educação afirma que a educação inclusiva compreende a: [...] mudança de concepção pedagógica, de formação docente e de gestão educacional para a efetivação do direito de todos à educação, transformando as estruturas educacionais que reforçam a oposição entre ensino comum e especial e a organização de espaços segregados para alunos público alvo da educação especial. (BRASIL, 2010, p. 1 apud JUNIOR S; et al., 2015). Para JUNIOR S; et al., (2015) de acordo com o entendimento da definição de educação inclusiva, são implementadas medidas públicas que garantam o acesso a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, distúrbios generalizados do desenvolvimento e elevadas competências / aptidão nas mesmas, ou seja transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, em igualdade de condições com os demais alunos em escolas regulares. Na perspectiva da educação inclusiva, “a educação especial passa a fazer parte da proposta pedagógica do ensino regular para a promoção da educação especial, buscando o atendimento adequado e às necessidades educacionais especiais [...]” (BRASIL, 2008, p. 9 apud JUNIOR S; et al., 2015). Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008 apud JUNIOR S; et al., 2015), os alunos público-alvo da Educação Especial são detalhados para que os docentes e gestores tenham conhecimento das novas diretrizes do Atendimento Educacional Especializado. Esse detalhamento é apontado abaixo: Conforme JUNIOR S; et al., (2015) pessoa com deficiência: uma pessoa com deficiência física, mental ou sensorial de longa duração que, 8 em interação com várias barreiras, pode ter restringido sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade; Para JUNIOR S; et al., (2015) alunos com transtornos globais do desenvolvimento: são alunos com características em que apresentam alterações e mudanças qualitativas em relação as interações sociais e na comunicação mútua, um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil; No dizer de JUNIOR S; et al., (2015) altas habilidades/superdotação: mostram alto potencial em uma das seguintes áreas isoladamente ou em combinação. São elas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. Neste contexto, a partir de uma dimensão dialética, a Educação Integrada/ inclusiva, é concebida como um movimento histórico e na peculiaridade das diversas regiões geográficas do Brasil. Segundo Matos (2008 apud JUNIOR S; et al., 2015), não se pode falar em educação especial sem pensar na educação de todos. Nesse sentido, o paradigma da inclusão serve como parâmetro da gestão educacional para a realização de projetos educacionais que promovam o respeito às diferenças, a partir de uma transformação histórica dos processos de exclusão ainda presentes no cenário atual da educação brasileira. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008 apud JUNIOR S; et al., 2015) fornece dados relevantes sobre o aumente de matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Mostra que em relação aos estudos publicados sobre a inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares, este documento afirma que: Os estudos mais recentes no campo da educação especial enfatizam que as definições e uso de classificações devem ser contextualizados, não se esgotando na mera especificação ou categorização atribuída a um quadro de deficiência, transtorno, distúrbio, síndrome ou aptidão. Considera-se que as pessoas se modificam continuamente, transformando o contexto no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, reforçando a importância dos ambientes 9 heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os alunos. (BRASIL, 2008, p. 9 apud JUNIOR S; et al., 2015). No campo jurídico, uma das maiores preocupações é a aplicação efetiva do princípio da igualdade para o alcance da justiça. Para Matos (2008 apud JUNIOR S; et al., 2015), falar de inclusão significa falar de diversidade, de uma escola que não só está disposta a aceitar as diferenças, mas também é capaz de se transformar em escola de todos para todos. No entanto, olhando o processo de inclusão vigente no Brasil, parece que as leis oferecem garantias para a efetivação do direito à educação, mas carecem de uma estrutura que as tire do papel e as coloque na prática institucional e escolar dos alunos. O movimento pela inclusão de pessoas com deficiência é mundial. Diversos documentos internacionais defendem o princípio da inclusão escolar: a Convenção dos Direitos da Criança das Nações Unidas (1989 apud JUNIOR S; et al., 2015), a Conferência Mundial sobre a Educação para Todos, realizada em Jomtiem, Tailândia (1990 apud JUNIOR S; et al., 2015), para responder às necessidades educativas fundamentais; o Regulamento das Nações Unidas para a Igualdade de Oportunidades dos Deficientes (1993 apud JUNIOR S; et al., 2015) e no ápice dos documentos internacionais, a Declaração de Salamanca (1994 apud JUNIOR S; et al., 2015), resultante de uma conferência realizada na Espanha. Em relação à inclusão escolar, a Declaração de Salamanca (1994 apud JUNIOR S; et al., 2015) afirma que o princípio básico da escola inclusiva é que todas as crianças devem estudar juntas sempre que possível, independentemente de suas dificuldades ou diferenças, melhor dizendo é extremamente fundamental que a escola inclusiva faça com que todas as crianças aprendam juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Como caracteriza JUNIOR S; et al., (2015) as escolas inclusivas precisam reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos e acomodar estilos e ritmos de aprendizagem e garantir educação de qualidade para todos por meio de currículos apropriados, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceria com as comunidades. Em consonância com diversos instrumentos legais nacionais e internacionais, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008apud JUNIOR S; et al., 2015) traz elementos norteadores para o Atendimento Educacional Especializado, bem como sobre a formação inicial e continuada dos 10 educadores que atuam com alunos que apresentam as mais diversas necessidades educacionais especiais. Como aponta JUNIOR S; et al., (2015), o desafio da inclusão vai de encontro ao direito de todos à educação de qualidade. Essa proposta abarca diversos aspectos no cotidiano escolar, atribuindo uma importância particular e em especial à escola, sendo a mesma a formadora de sujeitos capazes de intervir na realidade e proclamar respeito pelas diferenças, valorizar a diversidade, desenvolvendo estudos atuais em diferentes regiões do país (MATOS, 2008; BAPTISTA, CAIADO, JESUS, 2010; MAGALHÃES, 2011; VINENTE, 2012 apud JUNIOR S; et al., 2015) eles nos mostram que não foi tão fácil transferir para a sala de aula aqueles vinculados a documentos normativos. Segundo Garcia (2010 apud JUNIOR S; et al., 2015), ainda que a implantação de serviços especializados nas redes de ensino signifique um ganho em termos de oferta educacional pública para alunos com deficiência, é necessário questionar qual o papel exercido por tais serviços e como estão relacionados ao trabalho pedagógico realizado na educação básica (2010, p. 21 apud JUNIOR S; et al., 2015). Nas palavras de JUNIOR S; et al., (2015), o movimento pela universalização do ensino na educação e pela redemocratização do discurso na prática escolar é sustentado e respaldado por discursos que padronizam e normatizam a inclusão como paradigma educacional emergente. A educação inclusiva difunde a ideia de que todas as crianças, jovens ou adultos com ou sem deficiência podem aprender, participar da vida escolar e comunitária, usufruir de seus direitos de cidadania e contribuir para a construção de um mundo mais diversificado e pluralizado. A diversidade é valorizada porque se concentra no fortalecimento das diferenças e oferece amplas oportunidades de aprendizagem para todos. Mudanças na forma de conceber o fenômeno da deficiência/diferença vêm abrindo novas perspectivas sobre o processo de aprendizagem e escolarização daqueles que antes eram excluídos, marginalizados e longe das salas de aula tidas como comuns. Segundo Aranha (2004 apud JUNIOR S; et al., 2015), a deficiência foi inicialmente considerada um fenômeno metafísico, que também era visto por muitos como uma forma de possessão demoníaca, ou pela escolha divina da pessoa que pagaria os pecados de seus pais, antepassados ou mesmo semelhantes. 11 Figueira (2011 apud JUNIOR S; et al., 2015) descreve o processo de exclusão que prevalecia no Brasil antes de ser “descoberto”, para contar a triste situação das crianças indígenas que nasciam com uma determinada deformidade, e acabavam sendo abandonadas ou até mortas na mata. Por muito anos na Idade Média, por exemplo, as pessoas com deficiências eram tratadas como personificações do mal, submetidas a punições humanas, olhares de desprezo, punições, tortura ou até a morte. Esses processos de exclusão estão atualmente desmistificados, mas a exclusão e a falta de acesso aos bens comuns produzidos social e historicamente ainda persistem neste contexto social em que todos estamos inseridos. Segundo Matos (2008, p. 28-29 apud JUNIOR S; et al., 2015), o sistema capitalista é excludente em sua raiz, dada a exploração do trabalho humano e a apropriação dos bens produzidos coletivamente por uma determinada classe social, detentora do controle dos meios de produção ou da circulação do capital. Para sustentar-se no poder e perpetuar a exploração, essa classe cria mecanismos políticos, jurídicos e ideológicos que lhe asseguram esse lugar e que instauram ou perpetuam desigualdades. Em face das desigualdades sociais que continuam a “criar” processos de exclusão dentro e fora da escola, Gramsci (1989 apud JUNIOR S; et al., 2015) dá-nos uma nova perspectiva sobre estar observando essas desigualdades por conceber a política como uma ação permanente que sugere movimento, dinamismo, contradição e, em alguns aspectos, o antagonismo (GARCIA, 2010 apud JUNIOR S; et al., 2015). Nesse sentido, estudos e pesquisas são realizados para identificar as necessidades dos professores docentes, gestores e alunos que compõem os sistemas de ensino e que são necessários para a avaliação das políticas de inclusão no cenário brasileiro. 1.1 Atendimento educacional especializado: uma estratégia para o ensino inclusivo A Educação Especial é uma modalidade de ensino que abrange todos os níveis, tanto as etapas quanto as modalidades, incluindo o Atendimento de Educação Especializada (AEE) (BRASIL, 2008 apud BIEDRZYCKI B; 2020). O objetivo desta atividade é fornecer os recursos e serviços necessários, bem como orientar a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem em sala, nas turmas comuns do ensino regular, (BRASIL, 2008 apud BIEDRZYCKI B; 2020). 12 A matrícula no sistema educacional de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/ superdotação nas escolas comuns do ensino regular é obrigatória. Deve-se ofertar o AEE, para que possa garantir o acesso e as condições para o treinamento regular de qualidade (BRASIL, 2008 apud BIEDRZYCKI B; 2020). O AEE tem como funções, segundo as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica (BRASIL, 2008, documento on-line apud BIEDRZYCKI B; 2020): Identificar, desenvolver e organizar recursos educacionais e pedagógicos acessíveis que removam barreias para a participação plena do aluno, levando em consideração suas necessidades específicas. Esta oferta de atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos no que diz respeito à autonomia e independência dentro e fora da escola. Como caracteriza BIEDRZYCKI B; (2020) é importante salientar que a oferta do AEE deve estar envolvida no projeto educacional da escola regular, também é importante notar que os serviços e recursos disponíveis em uma sala AEE são diversos, tendo em vista que eles tentam resolver as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Portanto, cada escola tem suas necessidades e pode ter diferentes materiais didáticos, espaços e equipamentos que funcionam em conjunto com as atividades escolares. Para BIEDRZYCKI B; (2020) é necessário possuir o espaço para as salas de recursos multifuncionais exclusivamente para AEE, com: espaço físico, mobiliário, material didático, recursos educacionais e pedagógicos que são acessíveis e equipamentos específicos, conforme necessário; Conforme BIEDRZYCKI B; (2020) garantir a matrícula do aluno no AEE, que está sujeito a matrícula no ensino regular na própria escola, podendo ser também em outra escola, desde que o aluno participe desse atendimento no contra turno escolar; De acordo BIEDRZYCKI B; (2020) elaborar um plano do AEE, com a identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, a definição dos recursos e atividades necessárias a serem realizadas e o cronograma de atendimento do aluno; 13 No dizer de BIEDRZYCKI B; (2020) é necessário ter um professor treinado e capacitado para ensinar o exercício da docência do AEE, articulando – se com outros educadores em conjunto do ensino comum. Como caracteriza BIEDRZYCKI B; (2020) viabilizar profissionais de educação quando necessário para apoiar as atividades de alimentação, higiene, locomoção e intérprete, quando necessário. Caracteriza BIEDRZYCKI B; (2020) que é importante construir uma rede de apoio, trabalhando multidisciplinarmente com profissionais e familiares que irão auxiliar e atender no cuidado do aluno. Além das regras e necessidades relacionadas ao espaço das salas de recursos para o AEE, o professor de AEE possui algumas atribuições que precisam ser consideradas e meramenteobservadas (BRASIL, 2010 apud BIEDRZYCKI B; 2020), além da formação de pós-graduação que lhe permite trabalhar nesta área, sendo elas: Conforme BIEDRZYCKI B; (2020) ter uma preparação para elaboração, implementação, execução e avaliação do plano de AEE do aluno; Segundo BIEDRZYCKI B; (2020) é necessário que defina o cronograma e as atividades que o aluno desenvolverá De acordo com BIEDRZYCKI B; (2020) organizar estratégias educacionais e pedagógicas, identificar e produzir recursos acessíveis de acordo com as necessidades dos alunos. Conforme BIEDRZYCKI B; (2020) estimular o desenvolvimento das próprias atividades do AEE e ensino, como por exemplo: Libras, Braille, orientação e mobilidade, língua portuguesa para alunos surdos, informática acessível, comunicação alternativa e aumentativa (CAA), atividades de desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento curricular; Como caracteriza BIEDRZYCKI B; (2020), ter monitoramento e acompanhamento da funcionalidade e a usabilidade dos recursos de tecnologia assistiva na sala de aula comum e ambientes escolares. Nas palavras de BIEDRZYCKI B; (2020), praticar uma articulação com os demais profissionais (professores) das turmas comuns, nas 14 diferentes etapas e modalidades de ensino, de forma que irá criar uma unidade entre o que será desenvolvido em sala de aula. Como descrito por BIEDRZYCKI B; (2020), é necessário que os professores do ensino regular tenham orientação, bem como as famílias sobre os tipos de recursos que serão utilizados pelo aluno. Segundo BIEDRZYCKI B; (2020), promover a realização e efetivação da interface com as áreas de saúde, assistência, trabalho e outras redes de apoio ao aluno. Conforme BIEDRZYCKI B; (2020) em relação aos materiais necessários para o espaço da sala de recursos multifuncionais, deve ficar claro que existem duas opções, que se diferenciam em função do tipo de deficiência dos alunos por ela atendidos. A sala de recursos multifuncionais tipo I atende a maioria das deficiências, exceto a deficiência visual. É importante esclarecer que a sala de recursos multifuncionais tipo II deve ter todo o material previsto na sala tipo I, mais os previstos para a sala tipo II, sendo, então, mais completa. 2 SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS – CONCEITO, FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS Fonte: saocarlosagora.com.br 15 De acordo com o Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução CNE/CEB nº 4/2009, Art. 5º, um dos serviços oferecidos pelo AEE é a sala de recursos multifuncionais, que se caracteriza como um atendimento especializado oferecido no turno inverso da escolarização. Sua meta é a de “[...] promover condições de acesso, participação e aprendizagem dos alunos público-alvo da educação especial no ensino regular” (BRASIL, MEC/SEESP, 2010, p. 4 apud AGAPITO J; 2020). Para PEREIRA M; (2020), a oferta do atendimento desta sala difere da escola comum, pois não se caracteriza por um atendimento eminentemente clínico, mas mantém um caráter educativo típico. Assim, o principal objetivo deste serviço é ajudar os alunos da escola comum, que é o público-alvo da educação especial, a reconhecerem as suas potencialidades e limitações, para que possam desenvolver estratégias para a resolução dos seus problemas e para que eles se vejam como um ser que conseguem entender os seus direitos, produzindo conhecimento e transformando sua realidade. De acordo com PEREIRA M; (2020), outro aspecto a se considerar é que o suporte especializado não deve ser confundido com o reforço escolar, pois o serviço acima possui características diferentes do suporte especializado. As medidas do serviço especializado baseiam-se no tipo de deficiência, no quadro TGD ou das altas habilidades/superdotação que se propõe a atender. Uma das tarefas do serviço especializado é manter um contato estreito com a escola comum, inclusive para se envolver na elaboração do plano de desenvolvimento individual (PDI). É importante que este serviço se volte a atenção ao que é exigido em relação às competências incluídas no currículo escolar. O serviço especializado deve estar atento às necessidades do ensino da escola comum e do ano letivo, também com o objetivo de um apoio pedagógico diferenciado. ” (PEREIRA, 2016, p. 105 apud PEREIRA M; 2020). Como descrito por PEREIRA M; (2020), a filtragem é considerada essencial para identificar e elaborar a intervenção especializada, para alunos com deficiência e suas particulares que chamamos de especiais (alunos especiais), e são elas: as necessidades educacionais, o estilo de aprendizagem, as relações com o tempo e o espaço, a maneira como ele se identifica e como se entende como sujeito, não há, portanto, uma ordem sequencial e predeterminada de ações, mas estas devem seguir o ritmo, as possibilidades, reações e movimentos do aluno. 16 A oferta do serviço especializado da sala de recursos multifuncionais, de acordo as orientações do MEC/SEESP (BRASIL, 2010 apud PEREIRA M; 2020), não pode reproduzir uma sala de aula comum e tradicional, ela precisa ser reservada e adequada para receber materiais e recursos específicos para este trabalho. Recomenda-se que o espaço possibilite um trabalho pedagógico diferenciado, oferecendo aos alunos atividades que englobem habilidades motoras e habilidades sociais, intervenções em funções cognitivas, comunicação alternativa e aumentativa, intervenções e uso de recursos computacionais, melhor dizendo a informática acessível. Contudo as condições das linhas programáticas deste trabalho incluem habilidades psicomotoras, cognição, liberdade de expressão e desenvolvimento afetivo-emocional, (BRASIL/MEC/SEESP, 1994 apud PEREIRA M; 2020). O tempo de atendimento para este serviço é determinado de acordo com as necessidades de cada aluno, mas deve ser feito após o horário escolar, e a organização do grupo deve se basear em critérios como ano letivo, idade cronológica e suas necessidades especiais e educacionais. Pereira (2016 apud PEREIRA M; 2020) considera que a avaliação: [...] É um processo contínuo e considera todo o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto as suas possibilidades e aprendizagem futura, configurando uma ação e intervenção pedagógica especializada processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo sempre um olhar que identifique as habilidades prévias e necessidades de apoio com a finalidade de derrubar as barreiras que dificultam o percurso escolar do aluno (PEREIRA, 2016, p. 107 apud PEREIRA M; 2020). O processo de avaliação deve levar em consideração três dimensões: a instituição escolar, a família e o aluno. (BRASIL/MEC/SEESP, 2006 apud PEREIRA M; 2020) tem como objetivo apoiar o desenvolvimento da elaboração e a revisão da reelaboração do Plano de Atendimento Educacional Especializado (PAEE). O PAEE é um instrumento na qual será a ferramenta que estará à disposição do professor especializado da disciplina, como um guia para o acompanhamento dos alunos especiais presentes e que precisa ser reformulada caso as estratégias sejam frustradas ou os resultados esperados não sejam alcançados. No entanto, contém as intervenções e estratégias que devem ser realizadas no ambiente escolar, a família e 17 o aluno e, se for o caso, outros setores sociais que o aluno frequenta em virtude das suas necessidades especiais e / ou educacionais. No dizer de PEREIRA M; (2020), quando se pensa na terminalidade, ou seja, na separação do aluno do serviço especializado, a base para tal não deve estar intrinsecamente ligada ao desempenho escolar do aluno na escola regular, visto que o trabalho especializado significa o reconhecimento do aluno de suas habilidades, o seu potencial, a compreensão de que é capaz de criar instrumentoseficazes de intervenção na realidade. [...] dispensar o aluno do serviço especializado não está atrelado a sua evolução no conhecimento escolar, mas na sua capacidade de resolver situações-problema no seu cotidiano, ou seja, quando o aluno possuir consciência de suas limitações e a partir de aí encontrar estratégias para se adaptar ao mundo que o cerca. Desta forma, pode-se pensar que a dispensa do serviço especializado não está ligada ao conhecimento acadêmico propriamente dito, mas no entendimento do aluno de suas capacidades e limitações e das formas que se organiza para adaptar-se ao mundo que o cerca (PEREIRA, 2016, p. 107 apud PEREIRA M; 2020). Segundo PEREIRA M; (2020), quando referimos a questão da terminalidade isso também está ligada ao desejo do aluno de não comparecer ou participar, e as vezes pode ser uma à decisão da própria família, sendo a escola responsável por registrar em atas para arquivamento. Outro ponto a se considerar é o retorno do aluno ao serviço especializado, pois podem surgir dificuldades, nos diferentes níveis escolares. Assim, no instante em que houver a necessidade de retorno ao serviço, o mesmo terá direito em recebê-lo. Os serviços oferecidos pelo AEE são direito do aluno e sua oferta é obrigatória por parte do sistema de ensino. A implementação desse serviço na escola comum não visa alterar a organização da escola, mas sim apoiar o público-alvo dos alunos da educação especial que ali estão matriculados, de tal forma que o objetivo é de superar e ultrapassar os modelos de exclusão e integração até então existentes. De acordo com MEC/SEESP (BRASIL, 2010 apud PEREIRA M; 2020), o objetivo é apoiar a escola no cumprimento da sua função social, desenvolvendo uma oferta educativa que valorize as diferenças e a diversidade. 18 A tecnologia assistiva e sua relação com a Sala de Recursos Multifuncionais: Para NUNES A; (2017) A tecnologia assistiva é na verdade uma área de conhecimento com propriedade interdisciplinar e também diversificada, a mesma irá incluir ideias, produtos, recursos, métodos, estratégias, práticas, serviços e técnicas que visam a valorização. Tendo em vista que facilitará a promoção da capacidade funcional em relação a atividade e integração de pessoas com deficiência, incapacidade ou mobilidade reduzida, buscando autonomia, independência, qualidade de vida, inclusão social e dignidade. Conforme NUNES A; (2017) A tecnologia assistiva é, portanto, um recurso ou técnica usada para expandir ou capacitar uma pessoa com deficiência a realizar uma atividade necessária, planejada e pretendida por ela. Na perspectiva da educação inclusiva, a tecnologia assistiva visa promover a participação dos alunos com deficiência nas diversas atividades do cotidiano escolar, vinculadas aos objetivos educacionais comuns, estando atravessada à criatividade e ao compromisso com o bem-estar do outro. Segundo NUNES A; (2017), para exemplificar a tecnologia assistiva na escola, iremos citar alguns tópicos que podem ser representados por ela, são eles: É preciso ter os materiais escolares pedagógicos de livre acesso; É necessário que promova acesso a recursos de tecnologias adaptativas; Vale ressaltar que a comunicação alternativa é um dos pontos principais sendo ela primordial; Ter compromisso com os recursos para acessibilidade sobre uso do computador; Promover recursos para mobilidade e a localização; Promover a sinalização; É muito importante que se tenha o mobiliário adequado que atendam às necessidades posturais; 19 As adaptações e reformas que passam por ajustes estruturais, entre outros. A tecnologia assistiva e a proposta da educação inclusiva: De acordo com NUNES A; (2017), é no espaço da sala de recursos multifuncionais, onde o aluno aprende a utilizar ferramentas de tecnologia assistiva, ou seja, é o lugar ideal para desenvolver autonomia e independência. Porém, não podemos manter os recursos auxiliares de tecnologia assistiva exclusivamente na sala multifuncional para que, somente ali, o aluno possa utilizá-lo. Conforme com NUNES A; (2017), A tecnologia assistiva é reforçada quando há uma continuidade em outras salas e espaços, seja com o apoio de familiares, amigos ou outras pessoas e profissionais que irão acompanhar a criança. Assim, há uma afirmação de aprendizagem, naturalização e aprimoramento que irá desenvolver a valorização do processo e, consequentemente, uma prática de aperfeiçoamento das habilidades funcionais. No atendimento educacional especializado, o professor identificará junto com o aluno as barreiras que ele enfrenta no contexto educacional comum, e que o impede ou limita de participar dos desafios de aprendizagem que existem na escola. PARA NUNES A; (2017), ao identificar essas situações e também identificar as habilidades, aptidões e potenciais do aluno, o professor ou professora investiga e implementa recursos ou estratégias que o ajudarão e estimularão ou ampliarão sua capacidade de participação e desempenho nas atividades, relacionamentos, comunicação e espaços da escola. E dessa forma oferecem as oportunidades para navegar entre diferentes métodos de aprendizagem. Enfim, a tecnologia assistiva só encontra sentido real quando acompanha a criança para além do contexto escolar das atividades e das ações regulares da escola. Como caracteriza NUNES A; (2017) os trabalhos e as atividades realizadas nas salas são pensados e se destinam em avaliar a melhor alternativa de tecnologia assistiva, de forma que crie materiais para os alunos e compartilhem esses recursos e materiais produzidos para servirem os alunos em escolas regulares/comuns em acordo com as famílias e também serem realizados em outros lugares. 20 Contribuição da tecnologia assistiva para sala de aula: A Educação Inclusiva apresenta uma mudança de valores na educação tradicional, o que requer uma reestruturação da educação (MANTOA,2015 apud VIANA M; 2019). A sala de atendimento educacional especializado passa a ser um espaço de sala de aula da escola comum, na qual são disponibilizados materiais didáticos auxiliares pedagógicos e de tecnologia assistiva, e onde profissionais com formação específica são determinados em atuar, para auxiliar nos atendimentos dos alunos com dificuldades educacionais especiais, em razão de algum tipo de deficiência (auditiva, visual, motora, cognitiva, verbal), de transtornos globais de desenvolvimento ou de altas habilidades/superdotação. Quando referimos ao espaço, estamos falando da sala de aula que é através dela que se desenvolve a construção de uma variedade de ações, que vão desde o atendimento direto ao aluno ou a grupos de alunos, até uma ação em rede, onde profissionais de diferentes áreas trabalham para melhorar o ensino-aprendizagem dos alunos. (MEC/SEESP, 2010 apud VIANA M; 2019). A figura abaixo apresenta um exemplo de sala de AEE com os recursos de materiais disponibilizados. Fonte: guiadoeducadorinclusivo.org.br 21 Como caracteriza VIANA M; (2019), conforme o Ministério de Educação, as salas de recursos podem ser classificadas em Tipo I e Tipo II. As Salas do Tipo I são para atendimento de alunos que apresentam deficiências e condutas típicas. As salas são compostas de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos pedagógicos, como, por exemplo, microcomputadores, laptops, estabilizadores, teclado colmeia, acionador de pressão, Lupa eletrônica, mesas, cadeiras, armário, quadro branco, material dourado, jogos de memória, dominó com textura software para comunicação alternativa, dentre outros. As salas do Tipo II são para atendimento de alunos com deficiência visual, pois possuem os mesmos materiais da sala Tipo I, e mais alguns recursos de materiais didáticos e pedagógicos específicos para cegueira e baixa visão,como, por exemplo, impressora Braille, máquina Braille, reglete de mesa, soroban, calculadora sonora, guia de assinatura e outros. Para VIANA M; (2019) o atendimento educacional especializado é geralmente realizado em salas de aula de AEE, na própria escola ou em outra escolar de ensino regular, no turno inverso da escolarização. Para atender às necessidades desses alunos, pressupõe-se uma mudança na visão da escola sobre esses alunos, priorizando a adaptação do contexto escolar a eles e não a adaptação dos alunos à escola. Para que ocorram essas mudanças escolares, os professores precisam conhecer seus alunos, o que exige um planejamento individual de cada aluno, levando em consideração seus diversos objetivos e estratégias a serem utilizados. Conforme as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, o professor do AEE, tem como função e objetivo de prestar apoio suplementar ou complementar durante as aulas escolares, tendo em conta as competências e necessidades das habilidades e as necessidades especificas de cada aluno da educação especial, (MEC/SEESP, 2010 apud VIANA M; 2019). É também atribuição do professor do AEE: Elaboração, realização, execução e avaliação do plano de AEE do aluno; O professor precisa organizar seu cronograma com relação a horários das atividades de atendimento ao aluno; É necessário que o professor organize as estratégias educacionais pedagógicas e identificando e produzindo recursos acessíveis; 22 Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: Libras, Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; informática acessível; Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades de desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento curricular; Acompanhar e monitorar a funcionalidade e usabilidade de recursos de tecnologia assistiva em ambiente escolares e em sala de aula comuns Articulação com os professores de turmas comuns, nos níveis e modalidades de ensino diferentes; Orientação a professores que fazem parte do ensino regular e familiares sobre os recursos utilizados pelos alunos, Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras. (MEC/SEESP, 2010 apud VIANA M; 2019). Como aponta VIANA M; (2019) neste sentido, a sala de AEE foi pensada como um serviço de apoio e interlocução com a sala de aula regular, com o objetivo de atender as especificidades dos alunos e as suas necessidades. Dessa forma, é necessária uma organização da escola a fim de atender as demandas pedagógicas e educacionais de cada aluno. Como já abordado anteriormente, o atendimento educacional especializado é um serviço em que o professor deve identificar, desenvolver, elaborar e organizar recursos educacionais pedagógicos e acessar recursos para que possam atender ás necessidades específicas de cada aluno, avaliando as habilidades e capacidades para que possam escolher através dos recursos do serviço de tecnologia assistiva, disponíveis nas salas de recursos multifuncionais, (SONZA, 2015 apud VIANA M; 2019). Hoje contamos com muitos recursos para auxiliar na realização e desempenho das atividades educacionais pedagógicas, recursos industrializados ou confeccionados por educadores e terapeutas educacionais para atender as necessidades de cada aluno, Berch (2006 apud VIANA M; 2019). Ressalta-se que os recursos adaptados não devem ser confeccionados de uma forma aleatória, mas sim levar em consideração o quadro clínico do aluno. 23 Pelosi (2008 apud VIANA M; 2019) afirma que a prescrição de um recurso ou equipamento de tecnologia Assistiva deve ser feita, preferencialmente, por uma equipe multidisciplinar: cada aluno possui uma necessidade diferente, dentro das deficiências, como, por exemplo, nem todos os alunos com paralisia cerebral vão ter as mesmas dificuldades e necessidades. Assim, a indicação de alguns recursos de Tecnologia Assistiva, muitas vezes, se torna específica para um determinado aluno. Materiais utilizados em salas de recursos multifuncionais: De acordo com FURLAN A; (2014) o trabalho desenvolvido com as crianças é baseado na brincadeira consciente e na utilização de aspectos e jogos que estão disponíveis na escola, bem como na utilização de música, jogos dramáticos que ajudam a criança a dominar a comunicação e assim possibilitam uma relação lúdica com a realidade e uma autêntica experiência social. Dessa forma, ao sugerir caminhos que estimulem a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, irá propiciar a aprendizagem, o desenvolvimento da linguagem e da concentração de forma natural e prazerosa, já que toda a criança possui uma evolução para alcançar a idade cognitiva em que se encontra. Conforme FURLAN A; (2014) as técnicas que são aplicadas e utilizadas sobre os jogos e brincadeiras, brinquedos e pequenas peças teatrais, auxiliam neste processo de desenvolvimento sendo evidente que esses métodos ajudam nessa evolução e no desenvolvimento da criança fazendo com que desperte a curiosidade, imaginação, sugerindo a invenção de um mundo do tamanho da sua compreensão, portador de uma atividade natural e necessária na qual constrói o próprio mundo da criança. O jogo não pode ser visto apenas como uma forma de brincadeira e diversão ou distração, mais como uma vantagem para o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social, moral e cívico. Salgado (2009 apud FURLAN A; 2014) afirma que para que o processo de aprendizagem se efetive em sala de aula é importante que os professores respeitem o estilo de aprendizado dos alunos e a autora também apresenta três tipos de estilo de aprendizagem, visual, auditiva e sinestésica e as caracteriza: “ESTILO DE APRENDIZAGEM VISUAL - São consideradas visuais as pessoas que usam a memória visual, geralmente precisam ver para aprender, 24 observam detalhes, são observadores, organizados, são exigentes no escrever e desenham com detalhes. Essas pessoas gostam de assistir filmes, pintar e de imagens. ESTILO APRENDIZAGEM AUDITIVA - São pessoas que precisam ouvir para aprender, pensam alto e repetem o que ouvem. Contam histórias e fatos. Falam alto e fazem barulho e mesmo em sala de aula, estão conversando. Não gostam de atividades escritas e leituras, preferem aulas expositivas. ESTILO APRENDIZAGEM CINESTÉSICO - São pessoas que precisam envolver-se fisicamente, seja por meio de toque ou movimentos, como a dança gostam de se relacionar com outras pessoas, ficar perto, abraçar, segurar e sempre tem alguma coisa, mas mãos. ” (SALGADO 2009 p.448 apud FURLAN A; 2014). Como FURLAN A; (2014) alega nesse contexto, o professor deve identificar cada estilo de aprendizagem dos alunos presentes de forma a melhorar a potencialização da tarefa que será aplicada e a reconhecer que a eficácia do ensino. Percebendo isso a eficácia do ensino será bem melhor até mesmo para futuras avaliações com o aluno. No dizer de FURLAN A; (2014) além das músicas, contos, brincadeiras etc., a sala de aula precisa ser muito bem adaptada para receber os alunos, precisam de materiais como calculadoras sonoras, pinceis, lupas, cadernos de pauta ampliada, canetas de ponta porosa, suporte para livros, lápis, computadores com softwares adaptados para cada necessidade. Além dos materiais precisa de mobílias adaptadas, como mesa com recortes, ajuste de altura, cadeiras com ajustes para controle do tronco e cabeça, apoio dos pés, regulagem da inclinação do assento com rodas, tapetes antiderrapantes. De acordo com Alves (2006, p. 18 apud FURLAN A; 2014): “...a lei n° 10.098/00, que trata das normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, dispôs que o poder público promoverá a supressão de barreiras urbanísticas, arquitetônicas,de transporte e de comunicação, mediante ajudas técnicas. Na regulamentação da lei, o art. 61 do Decreto n°. 5.296/04 definiu: “consideram-se ajudas técnicas os produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistiva”. Como descrito por FURLAN A; (2014) a adequação de recursos geralmente ocorre naturalmente, conforme a necessidade e principalmente porque alguém que foi desafiado a encontrar soluções que possibilitem a inclusão, como por exemplo, uma carteira que teve suas pernas serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma criança usuária de cadeiras de rodas ou até mesmo desenhos feitos com cola 25 colorida para que um aluno deficiente visual possa sentir e imaginar o que se trata, ou até mesmo áudio para que possam escutar. Estes recursos artesanais foram pesquisados e desenvolvidos por educadores, e a consulta com os pais podem fazer a diferença entre poder ou não estudar junto com seus colegas. Na Sala de Recursos Multifuncionais destaca-se: os jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento; os jogos adaptados, como aqueles confeccionados com simbologia gráfica, e matemática. Professor do atendimento educacional especializado x professor da sala de aula regular Conforme SOUZA N; (2015), tendo em vista que a inclusão escolar é uma prática crescente, é importante destacar o papel de dois profissionais diretamente ligados ao processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. São eles: o professor da sala de recursos multifuncionais e o professor da classe regular. Destacaremos aqui o papel de cada indivíduo neste processo e a necessidade de colaboração entre eles. Como sabemos, o ensino do docente está focado na aprendizagem do aluno, e sabemos que ensinar, além de aprender, exige o compromisso do profissional em realizar sua prática de forma que o aluno aprenda dentro de seus limites. É preciso que o professor se atualize e repense constantemente as suas práticas, e para isso é necessário que tenha compromisso em planejar o que se quer alcançar. O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social (LIBÂNEO, 1994, p. 222 apud SOUZA N; 2015). Nesse caso, os planejamentos das atividades servem de guia, pois contém os meios pelos quais os professores realizarão seu trabalho. É na prática pedagógica e na troca de informações entre professor e aluno, onde se aprende e se ensina. O professor deve repensar constantemente a sua prática e a busca pelo conhecimento, a fim de atender às diversas necessidades de seus alunos por meio de sua forma de ensinar. Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008 apud SOUZA N; 2015), o profissional que irá atuar na Educação Especial tem que ter formação específica. 26 O professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial (BRASIL, 2008, p. 17 apud SOUZA N; 2015). É importante ressaltar que o bom funcionamento do atendimento aos alunos com deficiência, requer o envolvimento de toda a equipe escolar no processo de integração da inclusão. A educação inclusiva implica na implementação de políticas públicas, na compreensão da inclusão como processo que não se restringe à relação professor-aluno, mas que seja concebido como um princípio de educação para todos e valorização das diferenças, que envolve toda a comunidade escolar (PAULON, 2005, p. 27 apud SOUZA N; 2015). Para Libâneo (1994 apud SOUZA N; 2015) O trabalho em sala de aula do docente é uma atividade consciente e sistemática, cujo centro é a aprendizagem do aluno ou o estudo sob a orientação do professor. Vale ressaltar também que todas as atividades a serem realizadas em sala de aula, devem ser planejadas para um bom desempenho. A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo; é, antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político - pedagógicas, e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino). (LIBÂNEO, 1994, p. 222 apud SOUZA N; 2015). Como caracteriza SOUZA N; (2015), as necessidades a serem atendidas devem ser registradas, partindo da realidade social e estabelecendo metas para o que se deseja alcançar. Para tanto, os especialistas das aulas regulares e da sala de recursos multifuncionais devem planejar em conjunto as necessidades de cada aluno. E o que pretendem alcançar com as atividades desenvolvidas para depois analisar se o planejado foi bem-sucedido. 27 Precisamos entender que o profissional que vai atuar na educação especial precisa ter habilidade pedagógica e conhecimentos específicos da área decorrentes de sua formação básica e avançada. Esse conhecimento aprofundará seu desempenho na prestação de serviços e recursos de educação especial. Este profissional é considerado especialista em educação especial quando desenvolve competências para identificar as necessidades educacionais especiais do aluno apoiando na implementação de estratégias de flexibilização e adaptação curricular “bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com deficiência” (BRASIL, 2001, p. 5 apud SOUZA N; 2015). Portanto, o professor do AEE fornecerá assistência com base nas necessidades ou capacidades de cada aluno. Suas atribuições incluem as seguintes atividades: Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do aluno; Definição do cronograma e das atividades do atendimento do aluno; Organização de estratégias pedagógicas e identificação e produção de recursos acessíveis; Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: Libras, Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; informática acessível; Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades de desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento curricular; Acompanhamento da funcionalidade e usabilidade dos recursos de tecnologia assistiva na sala de aula comum e ambientes escolares; Articulação com os professores das classes comuns, nas diferentes etapas e modalidades de ensino; Orientação aos professores do ensino regular e às famílias sobre os recursos utilizados pelo aluno; Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras (BRASIL, 2010, p. 8,9 apud SOUZA N; 2015). Como caracteriza SOUZA N; (2015) já o professor da turma regular, o atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais, ou seja, NEE - necessidade educacional especial, apresenta desafios, pois a maioria deles não possuem formação continuada na área inclusiva e não sabe lidar com a realidade da escola. 28 Como aponta SOUZA N; (2015) de acordo com a Resolução nº2 de 11 de setembro de 2001, os professores capacitados a atuarem na sala de aula regular com alunos com NEEs, são os que comprovem em sua formação conteúdos adequados para: I – Perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e valorizar a educação inclusiva; II - Flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem; III - Avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o atendimento de necessidades educacionais especiais; IV - Atuar em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial (BRASIL, 2001, p. 5 apud SOUZA N; 2015). SOUZA N; (2015) conceitua que sabemos que muitos profissionais da classe/ turma regular possuem o conteúdo básico para trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais em sua formação, NEE - necessidade educacional especial, mas não sabem como utilizar essas medidas na prática. Por isso existe a necessidade de parceria entre professor de AEE e professor da sala regular, pois o profissional especialista na área inclusiva irá apresentar os subsídios necessários para o trabalho pedagógico a ser desempenhado dentro da sala de aula regular com o processo de inclusão. 29 3 PRINCIPAIS DOCUMENTOS QUE ORIENTAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Fonte: cursosonlinesp.com.br Segundo COSTA A; (2017) a orientação da educação especial, que se orienta para a perspectiva da educação integrada e inclusiva, implica, assim, em um processo de desconstrução de preconceitos e construção de saberes. Um processo de reforma e reestruturação global com objetivos de garantir o acesso dos alunos aos serviços educacionais e sociais que são disponibilizados pela escola. A década de 1990 trouxe uma série de reformas estruturais e educacionais inspiradas em movimentos internacionais. Em dezembro de 1996 é publicado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei de nº 9.394/96, o texto confirma que a Educação Especial deve ser oferecida preferencialmente na Rede Regular de Ensino e deve haver serviços de apoio especializado. As escolas têm vivido tempos de desafios e de lutas, sinais de mudança desse cenário têm sido observados, com o aumento do percentual de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades, incluídos em classe comum, passando de 71,7% em 2013 para 86,8% em 2017, de acordo com o Censo Escolar MEC/INEP (2017 apud BRAGA G; et al., 2018). Embora o número de 30 alunos tenha crescido, os desafios vão além da matrícula com enfrentamentos de um cotidiano escolar que ainda não efetivou as modificações básicas relativas às questões físicas, arquitetônicas, metodológicas, tecnológicas e atitudinais. Como alega COSTA A; (2017), a partir da década de 1990, portanto, tivemos um desenvolvimento em relação à educação especial no Brasil, que visa a um movimento de ampliação da oferta e da busca pelo direito dos alunos com deficiência a frequentarem uma escola regular. Essa movimentação fica evidenciada na Resolução CNE/CNB nº 02/2001, que institui as Diretrizes Nacionais para Educação Básica, sinalizando a inclusão na Política Nacional Brasileira. Contudo, a consolidação da democracia só será possível se houver garantia da equidade de condições para todos os cidadãos e se o espaço escolar for pensado como um local pertencente de todos. Nessa perspectiva, pensamos que o território não é apenas o conjunto dos sistemas naturais e de sistemas de coisas superpostas. O território tem que ser entendido como o território usado, não o território em si. O território usado o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida (SANTOS, 2014, P.17 apud BRAGA G; et al., 2018). Com a aprovação da nova LDB, a Educação Especial no Brasil vive um momento passageiro à medida que novas funções são redirecionadas para os serviços da área, com a ampliação do espaço disponível de oferta de vagas e com o aumento da presença de alunos com deficiência nas diversas salas de aula (FERREIRA, 2006 apud COSTA A; 2017). A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, implementada pela Secretaria de Educação Especial /MEC, em 2008, atualmente conhecida por Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), objetiva assegurar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação o acesso, a permanência e a aprendizagem no ensino regular. Sendo assim, é necessário pensar em como a escola vem se estruturando para receber os alunos em situação de deficiência e como os alunos têm tido oportunidade de usar e se sentirem parte desse espaço. Atualmente, considerando a universalização do acesso à educação, a escola passou a receber alunos que não se enquadravam no processo de ensino vigente e as 31 situações tanto de inclusão como exclusão se tornaram evidentes, segundo Piovesan (2008 apud BRAGA G; et al., 2018). Visto com o que foi exposto acima, sabemos também que existe o combate à discriminação que é uma medida emergencial para fazer valer o direito à igualdade, mas não é suficiente por si só, contudo é necessário combinar a proibição da discriminação com medidas compensatórias que acelerem a igualdade como processo. Ou seja, para garantir a igualdade não basta proibir a discriminação por meio de leis repressivas, são de fundamental importância estratégias de financiamento promocionais que promovam a integração e inclusão de grupos socialmente desfavorecidos ou vulneráveis nos espaços sociais. Com efeito, a igualdade e a discriminação pairam sob o binômio inclusão/exclusão (PIOVESAN, 2008, p. 4 apud BRAGA G; et al., 2018). O conceito de educação integrada e inclusiva está surgindo e requer práticas de ensino que atendam às necessidades específicas dos alunos em todos os níveis de ensino. (MANTOAN, 2003). A educação especial como modalidade deve ser oferecida a todos os alunos com necessidades educacionais, Especiais/NEE. Em 2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (CNE/CEB nº2001 apud BRAGA G; et al., 2018) enfatizaram: Art. 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica. Portanto, direciona – se os sistemas de educação de ensino para garantir, [...] transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior, e para que garanta esse ensino é necessário a oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação Inter 32 setorial na implementação das políticas públicas (BRASIL, 2008, p. 14 apud COSTA A; 2017). Avançando nas considerações a respeito da legislação que apoia e legitima a educaçãona perspectiva inclusiva, em 2007, após o Brasil ter sido signatário da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em Nova York, foi assinado o Decreto n.º 6.253 (BRASIL, 2007 apud BRAGA G; et al., 2018), que instituiu e definiu o Atendimento Educacional Especializado/AEE, como sendo “(...) um conjunto de atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade, prestados de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no Ensino Regular”. A política apresenta os principais aspectos da educação inclusiva a serem discutidos e implementados, incluindo o fornecimento da oferta ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), garantidos pela Constituição de 1988 e assegurados pelo Decreto de nº 6.571/2008. Este decreto, em seu art. 1º, dispõe que o atendimento educacional especializado é um conjunto de atividades institucionalmente organizadas, para a acessibilidades e recursos educacionais pedagógicos que são disponibilizados para complementar ou auxiliar a formação dos alunos nas escolas regulares (BRASIL, 2008 apud COSTA A; 2017). Mais adiante, o Decreto nº 6.57l (BRASIL, 2008 apud BRAGA G; et al., 2018) acrescentou um dispositivo. O AEE agora pode ser oferecido em instituições de ensino públicas ou por organizações comunitárias sem fins lucrativos, confessionais ou filantrópicas, com atendimento exclusivo em educação especial em colaboração com o governo. Esse decreto dispõe sobre o AEE e regulamenta o parágrafo único do artigo 60 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394 (BRASIL, 1996) que pode ser visto como uma nova visão da educação especial e como um dos pré- requisitos para o sucesso da inclusão escolar de alunos com deficiência. Segundo Miranda (2011, p.96 apud BRAGA G; et al., 2018), “Esta forma de atendimento é projetada para ajudar os alunos a aprender como o difere do currículo geral no caso de um ensino comum, sendo necessário para que os alunos superem as barreiras impostas pela deficiência”. 33 Outros documentos legais padronizaram e regulamentaram os direitos das pessoas com deficiência para os serviços de atendimentos educacionais especializados, como a Convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, conhecida como Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada pela Câmara de Deputados em 13 de maio de 2008, como emenda constitucional. E, seguindo os princípios dessa Declaração, foi editada a Política Nacional e Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008a apud BRAGA G; et al., 2018). Como aponta COSTA A; (2017) a educação inclusiva nasceu efetivamente a partir da Declaração de Salamanca como uma diretriz educacional voltada para a promoção dos direitos de grupos sociais historicamente excluídos dos sistemas educacionais, para proclamar entre outras coisas, o direito de todos à educação, independentemente das diferenças individuais. Para contrariar as atitudes discriminatórias, as escolas regulares devem ser orientadas na perspectiva da educação inclusiva, só assim será possível criar comunidades de acolhimento, construir uma sociedade inclusiva e assim alcançar uma educação para todos. Esses princípios permitirão facilitar o acesso à escola para grupos desfavorecidos e, assim, promover o direito à cidadania para todos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB nº 9394/96, no título III, artigo 4º, inciso III, pronuncia que deve ser garantido o atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. Também contém um capítulo dedicado à educação especial como modalidade de ensino que deve perpassar todos os níveis de ensino e a define como uma modalidade de ensino escolar oferecida preferencialmente na rede regular para alunos com necessidades especiais. (BRASIL, 1996 apud COSTA A; 2017). No dizer de COSTA A; (2017) após a LDB, outros documentos também foram elaborados, objetivando normatizar as diretrizes estabelecidas pela Lei. Em 1999 o Decreto nº 3.298 regulamenta a Lei 7.853\89, que atendem e apoiam pessoas com deficiência e sua integração social que define a educação especial como modalidade abrangente em todos os níveis de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular. 34 Sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da pessoa com deficiência (CORDE), estabelece a tutela judicial dos interesses coletivos ou difusos dessas pessoas e disciplina a atuação do ministério público. O objetivo das leis no ambiente escolar é "garantir o acesso e a participação de todos os alunos em todas as possibilidades da instituição de ensino e prevenir a segregação e o isolamento". (BORDIGNON, 2014, p.5 apud COSTA A; 2017). Para que não deixe ninguém ficar fora do conhecimento cultural e social que a escola oferece. De acordo com COSTA A; (2017) para promover e defender os direitos das pessoas com deficiência, a Lei de Acessibilidade foi aprovada em nº 10.098\2000, que estabelece regras gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Entre estes documentos, destacamos: o Decreto Federal nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, dispondo sobre a Política Nacional para Integração das Pessoas Portadoras de Deficiência; o Plano Nacional de Educação (PNE), instituído em janeiro de 2001, que determina, em seu art. 2º, que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios elaborem, em consonância com o nacional, planos estaduais e municipais correspondentes; além da edição das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial, realizada pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB), através da Resolução nº 02/2001. Para COSTA A; (2017) A Resolução CNE\CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001 institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, que fornece os fundamentos, a política educacional, os princípios, a operacionalização das diretrizes através de sistemas educacionais, a organização do apoio em uma escola especial, os níveis de escolaridade em cada sala de aula e escola, o currículo, a qualificação específica e a formação profissional. A qual determina no artigo 2º, que os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC\SEESP, 2001, p.1 apud COSTA A; 2017). Conforme COSTA A; (2017) os sistemas educacionais devem se adaptar à nova realidade que a inclusão exige. Além da organização para melhor acessibilidade, deve investir na formação de professores da rede regular de ensino e da sala de atendimento, pois esta nova realidade exige da escola uma nova mentalidade com 35 práticas pedagógicas criativas em sala de aula, adaptando projetos, revendo atitudes e construindo uma nova filosofia de vida. Nessa mesma vertente de promoção e defesa dos direitos da pessoa com deficiência, foi realizada em Guatemala no ano de 1999, a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, promulga no Brasil em 2001, sob o Decreto 3.956/2001. Reafirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de ser submetidas à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes ao ser humano. (CONVENÇÃO DE GUATEMALA, 1999, p.2 apud COSTA A; 2017). Esse documento foi muito importante para o sistema educacional brasileiro, pois houve uma grande reflexão sobrea educação especial, no contexto da discriminação, foi necessária uma nova interpretação, ou seja, atitudes compatíveis com a remoção de barreiras que dificultam o acesso à educação ou que impedissem o acesso à escolarização, promovendo desta a forma a inclusão. Nesse mesmo caminho, foi instituído o Plano Nacional de Educação- PNE, Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de 2001, instituindo como objetivo principal uma política educacional que criasse um plano educacional mais justo e igualitário, no que tange aos “grupos excluídos”. (BRASIL, 2001 apud COSTA A; 2017). Segundo COSTA A; (2017) a resolução CNE\CP nº 01, de 18 de fevereiro de 2002, A resolução CNE\CP nº 01, de 18 de fevereiro de 2002, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. No que diz respeito à educação inclusiva, a resolução estipula que a formação de professores na organização curricular deve ser preparada para incluir e lidar com a diversidade no conhecimento das especificidades dos alunos com deficiência. De acordo com COSTA A; (2017) a política educacional com vistas à rede de ensino para o desenvolvimento de escolas inclusivas, teve grande avanço a partir do ano 2000. Os deficientes auditivos foram contemplados com Decreto de nº 5.626 de 02 de dezembro de 2004 que a regulamenta a Lei de nº 10.436, de 24 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. 36 Como alega LIMA J et al., (2016) o Brasil reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (Libras), por meio da Lei nº 10.436/2002, como a Língua das comunidades surdas brasileiras, cujo artigo 4º, dispõe que os sistemas educacionais federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal, deve garantir a inclusão da formação de Libra nos cursos de educação especial de nível médio e superior, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A lei e o decreto podem ser tratados como um dos maiores sucessos brasileiros, em termos de políticas linguísticas, pois gerou, a partir da mobilização da comunidade surda, o reconhecimento de que Libras é uma língua, e não uma ‘linguagem’, gerou o reconhecimento de direitos linguísticos da comunidade e, indiretamente, o reconhecimento de que há uma cultura surda e, portanto, há um potencial instalado para que os surdos deixem de ser vistos, por parte do Estado e outros setores da sociedade, pela ótica da deficiência, passando a ocupar o lugar que lhes é devido no contexto do pluriculturalismo e do plurilinguismo brasileiro. (OLIVEIRA; ALTENHOFEN, 2011, p. 205-206 apud SILVA L; et al., 2016). A Lei 10436/2002, que instituiu oficialmente a Língua Brasileira de Sinais, [...] reconhece a Língua brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinados que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de LIBRAS como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia (BRASIL, 2008, p.9 apud SILVA L; et al., 2016). O indivíduo com deficiência auditiva vem aprendendo ao longo de sua vida, sua língua própria, que lhe permite interagir com os demais. Essa interação passou a ser validada com o amparo legal dessa lei, que contempla a comunidade surda. Acrescenta Perlin (2004 apud SILVA L; et al., 2016) que as identidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura surda, elas moldam-se de acordo com maior ou menos receptividade cultural assumida pelo sujeito. E dentro dessa receptividade cultural, também surge aquela luta política ou consciência oposicional pela qual o indivíduo representa a si mesmo, se defende da homogeneização, dos aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social. (PERLIN, 2004, p. 77-78 apud SILVA L; et al., 2016). A língua Brasileira de Sinais hoje é um direito de todo o surdo, como também o direito ao acompanhamento em sala de aula por um intérprete, de modo que a escola seja também para o aluno surdo um lugar onde seja 37 possível transformar os seus saberes e legitimar – se culturalmente. Ao se cumprir esse direito, ocorre a inclusão dessa pessoa no âmbito escola e social. Segundo PACCINI J; (2012), O Programa de Educação Inclusiva: direito a diversidade foi implementada em dezembro de 2003 na primeira gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo MEC/SEESP, com o objetivo de promover e apoiar o processo de Implementação da Política de Educação Inclusiva em todos os estados, municipais e no distrito federal. Nesse período, o programa fez parte do projeto plurianual Implementando Educação Inclusiva: Acesso e qualidade para todos nas comunidades e municípios brasileiros. Contava com o apoio financeiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que visava promover o desenvolvimento e eliminar a pobreza no mundo, e vinha assessorando o Brasil na implementação de políticas para a educação. De acordo com documento orientador do MEC (BRASIL, 2005 apud PACCINI J; 2012), o Programa foi lançado no ano de 2003, em Brasília, no I Seminário Nacional de Formação de Gestores e Educadores para os dirigentes de educação especial dos 26 Estados, Distrito Federal e 106 municípios-polo, que atuariam como multiplicadores para os municípios da sua área de abrangência. O processo de multiplicação foi escolhido por oferecer vantagens quanto ao alcance geral de maior abrangência de municípios. Esta estratégia de multiplicação está presente no documento, “A inclusão social da pessoa com deficiência no Brasil: como multiplicar esse direito” elaborado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) junto com a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa com deficiência (CORDE). O documento assinala que o efeito multiplicador é efetivo ao garantir a reprodução de conteúdo e é mais econômico, na medida em que forma uma pessoa que deverá multiplicar a informação para muitos. (BRASIL, 2008 apud PACCINI J; 2012). O princípio que norteia o Programa, é o da “garantia do direito dos alunos com deficiência, de acesso e permanência com qualidade nas escolas da rede regular de ensino” (BRASIL, 2006 apud COSTA A; 2017). No que se refere à formação de professores neste contexto de educação especial, foi lançado em 2007, o Plano de Desenvolvimento da Educação- PDE, determinando também a implantação de espaços de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica de edifícios escolares a durabilidade e a permanência de 38 pessoas com deficiência no ensino superior. De acordo com Mantoan (2006, p. 60 apud COSTA A; 2017), todo plano de treinamento e formação deve servir para capacitar os professores a ensinar todos os requisitos da escola. Dessa forma, seu conhecimento deve ir além do pressuposto o de que a classe comum é, para os alunos com necessidades educacionais especiais, um mero espaço de socialização. Para COSTA A; (2017), no mesmo ano é publicado o Decreto nº 6.094/2007 que estabelece nas diretrizes do comprometimento e engajamento de todos pela educação a garantia do acesso e da duração e permanência do ensino regular e a consideração das necessidades especiais dos alunos para potenciar o seu ingresso na escola. Nesse mesmo caminho, o Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova York, em 30 de março de 2007. De acordo com COSTA A; (2017) em 06 de julho de 2015, O Brasil deu um salto gigante naquele dia para desenvolver essa relação de igualdade e convivência, nessa data foi homologada a Lei nº 13.146 de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência. Conforme a Lei nº 13.146
Compartilhar