Buscar

Apositla-AEE-EDUCARE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 207 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 207 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 207 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

https://sun.eduzz.com/880351?utm_source=dentro-apostila
Sumário
Módulo I
1.1 - Educação Especial
1.2 - Política Nacional de Educação Especial
1.3 - O que é o AEE?
1.3.1 - Por que o AEE?
1.3.2 - O que faz o AEE?
1.3.3 - Para quem?
1.3.4 - Por quem?
1.4 - Etapas e modalidades da educação básica do ensino superior.
1.5 - AEE na Educação Infantil
1.6 AEE nas escolas comuns
1.7 - Salas de recursos multifuncionais
1.8 - CAP - Centro de apoio Pedagógico para atendimento ás pessoas com deficiência 
Visual.
1.9 - Produção de materiais
1.10 - Equipamentos
1.11 - Sustentação Legal na Constituição Federal de 1988
1.12 - Sustentação Legal na Convenção da Guatemala / 2001
1.13 - Sistemtação Legal na Conveção sobre os Direitos das pessoas com Deficiência - 
ONU 03/2007
https://www.educarepedagogia.com.br
Sumário
Módulo II 
2.1 - Contribuições da Formação Continuada
2.2 - AEE na área da Deficiência Intelectual.
2.2.1 - Questões sobre a prática docente.
2.3 - AEE: Análise da sua relação com o processo de inclusão escolar na área da 
Deficiência Intelectual
2.4 - Competência e Atribuição de professores para atuar no AEE com alunos com 
Deficiência intelectual.
2.5 - Atuação junto aos TGD's na escola regular.
2.5.1 - A atuação de professores junto a alunos com transtornos globais do 
desenvolvimento
2.6 - Comunicação e Linguagem nos TGD's
2.6.1 - O desenvolvimento de linguagem na criança e sua alterações
2.7 - Conhecimento de professores do ensino regular sobre os TGD's
2.7.1 - Método
2.7.2 - Participantes
2.7.3 - Prodecimento
2.7.4 - Instrumento
2.7.5 - Procedimento e coleta de dados
2.7.6 - Procedimento e análise de dados
2.7.7 - Resultados
2.7.8 - Discussão
https://www.educarepedagogia.com.br
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
Educação Especial
É uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis e 
etapas e todas as modalidades da educação básica e superior.
Disponibiliza o AEE e os recursos próprios desse atendimento.
Orienta alunos e professores quanto à utilização desses 
recursos nas turmas comuns do ensino regular
Na modalidade Educação de Jovens e 
Adultos - EJA e na Educação Profissional, 
a Educação Especial possibilita: 
- ampliação de oportunidades de
escolarização
- formação para inserção no
mundo do trabalho
- efetiva participação de alunos
com deficiência na sociedade
Educação Infantil Ensino Fundamental 
Ensino Médio
Ensino Superior
Ed. de Jovens e Adultos Educação Indígena 
Educação do Campo Educação Quilombola
https://www.educarepedagogia.com.br
A Educação Especial se destina a alunos com deficiência física, 
deficiência mental, alunos com surdez, cegueira, baixa visão, 
surdocegueira, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades.
A quem se destina a 
Educação Especial?
https://www.educarepedagogia.com.br
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
Identificação de necessidades e elaboração de plano de atendimento
Identifica as necessidades específicas do aluno com deficiência.
Identifica os resultados desejados.
Identifica as habilidades do aluno.
Realiza levantamento de materiais e equipamentos.
Elabora plano de atuação, visando serviços e recursos de acessibilidade ao conhecimento e ambiente escolares.
Atendimento ao aluno Organiza o tipo e o número de atendimentos ao aluno com deficiência
Produção de materiais Transcreve, adapta, confecciona, amplia, grava, entre outros materiais, de acordo com as 
necessidades dos alunos.
Aquisição de materiais Indica a aquisição de: softwares, recursos e equipamentos tecnológicos, mobiliário, 
recursos ópticos, dicionários e outros 
Acompanhamento do uso dos recursos em sala de aula
Verifica a funcionalidade e a aplicabilidade do recurso. 
Impacto, efeitos, distorções, pertinência, negligência, limites e possibilidades do uso na sala de aula, na escola e 
em casa.
Orientação as famílias e professores quanto ao recurso utilizado pelo aluno
Orienta, ensina o uso e aplicação de recursos, materiais e equipamentos aos alunos, pais e professores 
nas turmas do ensino regular.
Formação
�Promove formação continuada para os professores do atendimento especializado; para os professores do ensino 
comum, visando o entendimento das diferenças e para a comunidade escolar em geral.
Atuação da Educação Especial nas escolas
Profissionais que atuam na 
Educação Especial
�� Professor especializado da Sala de Professor especializado da Sala de 
Recurso MultifuncionalRecurso Multifuncional
�� Professor especializado do Centro de Professor especializado do Centro de 
Apoio PedagApoio Pedagóógico para Atendimento gico para Atendimento àà
Deficiência Visual Deficiência Visual –– CAPCAP
�� Professor de LIBRASProfessor de LIBRAS
�� Professor em LIBRASProfessor em LIBRAS
�� Professor de Português, como segunda Professor de Português, como segunda 
llííngua de alunos com surdezngua de alunos com surdez
�� Revisor BrailleRevisor Braille
Professora especializada
Professora de Língua de Sinais
Auxiliar de aluna com grave 
comprometimento motor
Revisora Braille
https://www.educarepedagogia.com.br
Que tipo de formaQue tipo de formaçção deve ter o ão deve ter o 
profissional que atua na Educaprofissional que atua na Educaçção ão 
EspecialEspecial
Para atuar na Educação 
Especial, o professor 
deve ter como base da 
sua formação, inicial e 
continuada, 
conhecimentos gerais 
para o exercício da 
docência e 
conhecimentos 
específicos da área
https://www.educarepedagogia.com.br
•LIBRAS
•Língua Portuguesa para alunos com surdez
•Sistema Braille
•Informática aplicada à produção braille
•Recursos tecnológicos e informática aplicada à deficiência visual(sintetizadores de
voz,lupas eletrônicas, magnificadores de tela para baixa visão)
•Produção braille e adaptação de material impresso em tinta
•Recursos ópticos e não ópticos para baixa visão.
•Técnica de uso do sorobã
•Adaptação de livros didáticos e de literatura para pessoas cegas
•Avaliação funcional da visão
•Orientação e mobilidade para pessoas cegas
•Escrita cursiva, grafia do nome e assinatura em tinta para pessoas cegas
•Tecnologia Assistiva: comunicação alternativa, informática acessível, materiais
pedagógicos adaptados, mobiliário acessível.
•Interpretação em LIBRAS
•Instrutor de LIBRAS
•Desenho universal
•Comunicação para o aluno surdo-cego
•Outras
Alguns conteúdos específicos da
formação dos professores de 
AEE
https://www.educarepedagogia.com.br
Objetivos da Política Nacional de 
Educação Especial,na Perspectiva 
Inclusiva
• Assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
orientando os sistemas de ensino para :
• garantir o acesso de todos os alunos ao ensino regular (com
participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais
elevados de ensino
• Oferecer o AEE
• Formar professores para o AEE e demais professores para a
inclusão
• Prover acessibilidade arquitetônica,nos transportes, nos mobiliários,
comunicações e informação
• Estimular a participação da família e da comunidade
• Promover a articulação intersetorial na implementação das políticas
públicas educacionais
https://www.educarepedagogia.com.br
O que é o AEE?
• Um serviço da Educação Especial que:
• Identifica,
• elabora e
• organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade
que eliminem as barreiras para a plena participação
dos alunos, considerando as suas necessidades
específicas
• O AEE complementa e/ou suplementa a formação do
aluno com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela
https://www.educarepedagogia.com.br
Por que o AEE?
Porque [...] “temos direito à
diferença, quando a igualdade nos 
descaracteriza”. 
(Boaventura de Souza Santos)
Alunos com deficiência e os demais, 
que são público alvo da Educação 
Especial,precisam ser atendidos nas 
suas especificidades, para que
possam participar, ativamente do 
ensino comum
https://www.educarepedagogia.com.br
O que faz o AEE?
• Apóia o desenvolvimento do aluno com deficiência,transtornos gerais de
desenvolvimento e altas habilidades
• Disponibiliza o ensino de linguagens e de códigos específicos de
comunicação e sinalização
• oferece tecnologia assistiva – TA
• adequa e produz materiais didáticos e pedagógicos,trndo em vista as
necessidades específicas dos alunos,
• oportuniza o enriquecimento curricular (para alunos com altas habilidades)
O AEE deve se articular com a proposta da escola comum, embora suas 
atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum 
https://www.educarepedagogia.com.br
Para quem?
• O AEE se destina a alunos com deficiência física,
mental, sensorial (visual e pessoas com surdez
parcial e total)
• Alunos com transtornos gerais de desenvolvimento e
com altas habilidades (que constituem o público alvo
da Educação Especial) também podem ser
atendidos por esse serviço.
https://www.educarepedagogia.com.br
Por quem?
O AEE para pessoas com deficiência
• é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos
específicos no ensino de:
– LIBRAS,Língua Portuguesa na modalidade escrita, como segunda língua de pessoas com
surdez
– Sistema Braille, sorobã, orientação e mobilidade, utilização de recursos ópticos e não
ópticos
– Atividades de vida autônoma
– Tecnologia Assistiva
– Desenvolvimento de processos mentais,
– Adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos e outros
Para os alunos com altas habilidades o AEE oferece programas de enriquecimento 
curricular, desenvolvimento de processos mentais superiores e outros
https://www.educarepedagogia.com.br
AEE em todas as etapas e 
modalidades da educação básica 
e do ensino superior
O AEE é organizado para suprir as necessidades de acesso 
ao conhecimento e à participação dos alunos com deficiência 
e dos demais que são público alvo da Educação Especial, nas 
escolas comuns
Constitui oferta obrigatória dos sistemas de ensino, embora 
participar do AEE seja uma decisão do aluno e/ou de seus 
pais/responsáveis
https://www.educarepedagogia.com.br
AEE na Educação Infantil
O AEE expressa-se por meio de serviços de 
intervenção precoce, que objetivam otimizar o 
processo de desenvolvimento e aprendizagem, em 
interface com os serviços de saúde e assistência 
social
https://www.educarepedagogia.com.br
AEE em outras modalidades 
de ensino
O AEE está presente como serviço da Educação 
Especial na educação indígena , do campo e 
quilombola e nos projetos pedagógicos construídos 
com base nas diferenças socioculturais desses grupos.
https://www.educarepedagogia.com.br
�O AEE é PREFERENCIALMENTE realizado no período 
inverso ao da classe comum freqüentada pelo aluno e 
na própria escola desse aluno. 
�Há ainda a possibilidade de esse atendimento 
acontecer em uma outra escola próxima ou em um 
centro especializado
Quando e Onde?
Escola comum: salas de recursos multifuncionais 
Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento à
Deficiência Visual – CAP 
Centro Especializado
Espaços de AEE
https://www.educarepedagogia.com.br
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
Treinamento de recurso óptico
Informática acessível
Sistema Braille na máquina de escrever Língua Portuguesa na modalidade escrita 
para pessoas com surdez
Comunicação alternativa
AEE nas escolas comuns
ÉÉ um espaum espaçço organizado preferencialmente em o organizado preferencialmente em 
escolas comuns das redes de ensino. Pode atender escolas comuns das redes de ensino. Pode atender 
ààs escolas prs escolas próóximas ximas 
Salas de Recursos
Multifuncionais
Professoras de AEE oferecendo Professoras de AEE oferecendo 
acompanhamento em sala de aula acompanhamento em sala de aula 
para ensinar o uso de recursos a para ensinar o uso de recursos a 
professores e demais alunosprofessores e demais alunos
Máquina de escrever em Braille Comunicação alternativa
Centro de Apoio Pedagógico para 
Atendendimento às Pessoas com 
Deficiência Visual – CAP
O CAP é um centro com salas equipadas com computadores, 
impressora Braille e laser, fotocopiadora, gravador, circuito interno de 
TV, CCTV, máquina de escrever em Braille.
Tem como objetivo produzir materiais didáticos e pedagógicos 
adequados aos alunos com cegueira e aos alunos com baixa visão
Jogo cara a cara com texturas 
e contraste de cores
Revisão do texto transcrito para o Braille
Tesoura adaptada
Material pedagógico para o ensino da Libras
Livros didáticos e de literatura 
adaptados
Pasta de comunicação
AEE - produção de materiais
Impressora Braille
Jogos com textura e contraste
Cadeira de rodasTeclado adaptado
Softwares para comunicação 
alternativa
Acionadores
AEE - equipamentos
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
AMBIENTE DE APRENDIZAGEM 
AEE PSD
Ambiente de aprendizagem AEE PS
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
AEE EM LIBRAS
AEE em LIBRAS
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
AEE DE LIBRAS
AEE de LIBRAS
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
AEAAEEE PARA O ENSINO DA 
ALÍNGUA PORTUGUESA
AEE para ensino da Língua Portuguesa
AEE Atendimento Educacional Especializado (2008)
Metodologia de ensino AEE PS 
Argumentos em favor do 
“preferencialmente” nas escolas 
comuns
• Do ponto de vista do aluno
A escola é o lugar em que esse aluno está sendo formado
para a vida pública, construindo sua identidade a partir dos
confrontos com as diferenças e da convivência com o outro
• Do ponto de vista do AEE
Quanto mais o AEE for oferecido na escola comum que esse
aluno freqüenta, mais ele estará afirmando o seu papel de
oportunizar a inclusão, distanciando os alunos de centros
especializados públicos e privados, que os privam de um
ambiente de formação comum a todos, discriminando-os ,
segregando-os
Argumentos...
• Do ponto de vista da escola
Os problemas desse aluno devem ser tratados e 
discutidos no dia-a-dia da escola e com todos os que 
nela atuam – no ensino regular e especial
• Do ponto de vista dos pais
Conceberem o desenvolvimento e a escolarização de 
seus filhos, a partir de uma experiência inteiramente 
inclusiva, sem terem de recorrer a atendimentos 
segregados, exteriores à escola para que seus filhos 
sejam reconhecidos nas suas especificidades
Sustentação legal
na Constituição Federal de 1988
• O direito à diferença está também previsto na
Constituição Federal de 1988 , artigo 208,
quando nossa Lei prescreve que:
O dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de:
III-atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente,
na rede regular de ensino.
Constituição Federal (cont.)
• O direito à igualdade de todos à educação
está garantido expressamente previsto na
nossa Constituição/88 (art. 5º.) e trata nos
artigos 205 e seguintes, do direito de TODOS
à educação.
https://www.educarepedagogia.com.br
Sustentação legal na 
LDBEN/1996
• Na LDBEN( art. 58 e seguintes), “ o
atendimento educacional especializado será
feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas escolas
comuns do ensino regular” (art. 59,parág.
2º.)
A LDBEN interpreta equivocadamente o advérbio 
“preferencialmente”, do texto constitucional, quando refere 
essa preferência à condição de o aluno ter condições para ser 
incluído “nas classes comuns do ensino regular” e não ao 
local em que o AEE deve ser oferecido ( preferencialmente nas 
escolas comuns de ensino regular).
Esse entendimento errôneo do dispositivo tem levado à 
conclusão de que é possível a substituição do ensino regular 
pelo especial. 
A mesma interpretação se confronta com o que dispõe a 
própria LDBEN em seu artigo 4º., inciso I 22 e em seu artigo 
6º. 3 e com a Constituição, que não admite o oferecimento do 
Ensino Fundamental em local que não seja escola (art.206, 
inc.I).
Sustentação legal na 
Convenção da Guatemala/2001
• Prevê impossibilidade de tratamento desigual com base nadeficiência. Define como discriminação toda diferenciação, exclusão
ou restrição baseada na deficiência [...] que tenha o efeito ou
propósito de impedir ou anular o reconheci,mento, gozo ou exercício
por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos
humanos e suas liberdades fundamentais (art. 1º.,no.2, “a”)
• Pela Convenção da Guatemala não constitui discriminação a
diferenciação ou preferência adotada para promover a inclusão,
desde que estas não limitem em si mesmas o direito à igualdade
dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal
diferenciação .
• Se as diferenciações ou preferências podem ser admitidas em
algumas circunstâncias, a EXCLUSÃO ou RESTRIÇÃO jamais serão
permitidas se o motivo for deficiência.
Convenção da Guatemala 
(cont.)
• A Convenção da Guatemala complementa a LDBEN,
porque esta não contempla o direito de opção de as
pessoas com deficiência e de seus pais ou responsáveis
de aceitar ou não tratamento diferenciado , como é o
caso do AEE
• A LDBEN limita-se a prever as situações em que se dará
a Educação especial, que normalmente , na prática,
acontece por imposição da escola e/ou rede de ensino
https://www.educarepedagogia.com.br
Sustentação legal na 
Convenção sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência –
ONU 03/2007
Artigo 24 – Educação 2
d- As pessoas com deficiência recebam o apoio
necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com
vistas a facilitar sua efetiva educação; e
e- Efetivas medidas individualizadas de apoio sejam
adotadas em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a
meta de inclusão plena.
Convenção da ONU (cont).
3-Os Estados Partes deverão assegurar às pessoas com deficiência a
possibilidade de aprender as habilidades necessárias à vida e ao 
desenvolvimento social, a fim de facilitar-lhes a plena e igual 
participação na educação e como membros da comunidade. Para tanto, 
os Estados Partes deverão tomar medidas apropriadas, incluindo: 
Facilitação do aprendizado do braile, escrita alternativa, modos, meios e
formatos de comunicação aumentativa e alternativa, e habilidades de 
orientação e mobilidade, além de facilitação do apoio e aconselhamento 
de pares;
– Facilitação do aprendizado da língua de sinais e promoção da identidade
lingüística da comunidade surda; e
– Garantia de que a educação de pessoas, inclusive crianças cegas,
surdocegas e com surdez, seja ministrada nas línguas e nos modos e meios
de comunicação mais adequados às pessoas e em ambientes que favoreçam
ao máximo seu desenvolvimento acadêmico e social.
Convenção da ONU (cont.)
• A fim de contribuir para a realização deste direito, os
Estados Partes deverão tomar medidas apropriadas para:
empregar professores, inclusive professores com
deficiência, habilitados para o ensino da língua de sinais
e/ou do braile, e para capacitar profissionais e equipes
atuantes em todos os níveis de ensino.
Esta capacitação deverá incorporar a conscientização da 
deficiência e a utilização de apropriados modos, meios e 
formatos de comunicação aumentativa e alternativa, e 
técnicas e materiais pedagógicos, como apoios para 
pessoas com deficiência.
https://sun.eduzz.com/880351?utm_source=dentro-apostila
O Serviço de Atendimento Educacional Especializado/AEE 
e Práticas Pedagógicas na Perspectiva da Educação 
Inclusiva 
https://www.educarepedagogia.com.br
Introdução 
O presente estudo discorre a respeito do serviço do Atendimento Educacional 
Especializado/AEE na área da Educação Especial para os alunos com deficiência (surdez, 
intelectual, auditiva, física, múltipla e surdocegueira), Transtorno do Espectro do 
Autismo/TEA e altas habilidades/superdotação - AH/SD. 
Este serviço está previsto em leis de âmbito federal, como na Política de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada em 2008 e na Resolução nº 04 de 
2009 do Conselho Nacional de Educação, sendo obrigatória sua oferta pelos sistemas de 
ensino. 
Para os alunos público alvo da Educação Especial que está previsto tal serviço e, nesta 
reflexão sobre a experiência no Colégio de Aplicação da Universidade Federa de Santa 
Catarina (UFSC), aborda-se as práticas pedagógicas que são realizadas neste serviço e que são 
complementares a formação deste aluno para seu sucesso no ensino regular, o qual frequenta. 
O Colégio de Aplicação/CA/UFSC oferece este serviço por meio das 14 docentes de 
Educação Especial que foram nomeadas, a partir de concurso público

. Este atendimento é
ofertado aos alunos com deficiência, TEA e AH/SD, no contra turno escolar e que frequentam 
este estabelecimento de ensino. 
O CA/UFSC, também conta com trabalho de co-docência e ensino colaborativo de co-
docência em sala de aula. O professor do ensino regular e professor especializado 
compartilham este espaço, buscando de forma efetiva, as práticas pedagógicas condizentes 
para que todos os alunos sejam beneficiados em seu processo de ensino e aprendizagem, com 
estratégias e atividades organizadas, a partir das necessidades dos alunos público alvo da 
educação especial. 
Atualmente o CA/UFSC conta com a matrícula e frequência de em torno 61 alunos 
com deficiência, TEA e AH/SD, distribuídos desde os anos iniciais até o ensino médio no 
ensino regular, respeitando a cota de 5% das vagas em séries e/ou anos, destinadas ao sorteio 
destes alunos para ingressarem no ensino regular do colégio. 
 Conforme Edital nº123/DDP/2014 (site: http://segesp.ufsc.br/files/2014/09/Candidatos-Nomeados-Edital-
123DDP2014.pdf)
Esta reflexão é fruto de experiências e análises realizadas a partir de outubro de 2014 
até julho de 2015, no sentido de contribuir para a organização e reorganização do serviço 
periodicamente. 
1. Atendimento de educação especial: uma prática recente
O AEE é um serviço da educação especial, realizado no período contrário ao 
frequentado pelo aluno no ensino regular, e sua oferta é obrigatória a todos os alunos público-
alvo da educação especial (BRASIL, 2008). 
O profissional que atua neste atendimento é o professor de educação especial, que 
deve ter formação específica na área de atuação. No atendimento realizado no contra turno, as 
necessidades e potencialidades são trabalhadas, com a finalidade de oferecer novos caminhos 
para aprender, ao aluno público-alvo da educação especial, e de fato ter suas diferenças 
atendidas e respeitadas. A partir do atendimento, o professor de educação especial pode 
contribuir com observações e sugestões quanto ao trabalho realizado em sala de aula, para 
juntamente com o professor do ensino comum pensem em possibilidades de intervenção. 
Este atendimento é definido pela Política de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, tendo como 
(...) função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade 
que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas 
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional 
especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo 
substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a 
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. 
(BRASIL, 2008, p. 10) 
Pode-se observar na citação acima, que o AEE é um atendimento com caráter 
complementar e/ou suplementar ao ensino regular, sendo importante para a formação do aluno 
que o frequenta, pois é, neste espaço, que será abordado os campos conceituais, os quais 
possibilitarão maior compreensão dos temas trabalhados em sala de aula, com a perspectiva 
de focar nas necessidades dos alunos. 
Os sistemas de ensino tem o compromisso de oferecer este atendimento aos alunos 
público alvo da Educação Especial, como indicado na Resolução nº 04 de 2009 do Conselho 
Nacional de Educação, em seu parágrafo único mostra que: 
(...) os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência,transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do 
ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em 
salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional 
Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas sem fins lucrativos. (BRASIL, 2009, p. 1) 
Cabe esclarecer que todos os sistemas de ensino, municipal, estadual e federal devem 
organizar este tipo de atendimento, conforme indicado na citação acima, sendo de caráter 
obrigatório a oferta aos alunos público-alvo da Educação Especial. 
As atividades do AEE também são indicadas no documento da Política de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: 
(...) são disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de 
linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia 
assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar 
articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional 
especializado é acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem 
monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos 
centros de atendimento educacional especializado públicos ou conveniados. 
(BRASIL, 2008, p. 10) 
Tais atividades são organizadas pelos professores de educação especial formados na 
área e, em outros casos, tendo especialização na área para atuar juntos a estes alunos. O 
CA/UFSC conta com 16 docentes nesta área, sendo 2 especificamente para LIBRAS. Os 
docentes de educação especial atuam diretamente em sala de aula com alunos com 
deficiência, TEA e AH/SD e em sala de recursos multifuncional realizando o AEE. 
A partir da perspectiva da educação inclusiva, faz-se necessário refletir sobre o 
atendimento aos alunos público alvo da Educação Especial que frequentam a escola regular e 
o currículo comum, observando o atendimento de suas necessidades, visto que seu processo
de ensino e aprendizagem, assim como os demais alunos, é único e constituído de 
peculiaridades. 
Ao refletir-se sobre a importância da escola no processo de inclusão, nenhum outro 
espaço seria capaz de substituir seu caráter social e de ensino. O ambiente escolar constitui-se 
um espaço privilegiado para a construção do saber historicamente constituído, ou seja, este 
lugar é fundamental para o desenvolvimento, como um todo, dos alunos, os quais participam 
deste contexto e para a pessoa com deficiência não poderia ser diferente. Portanto, a educação 
inclusiva fomenta o repensar das práticas na escola comum, por meio de ações que atendam 
as diferenças considerando também os distintos contextos, que este sujeito faz parte. Assim, 
para Mittler (2003): 
A Inclusão implica uma reforma radical nas reformas em termos de currículo, 
avaliação, pedagogia e formas de agrupamentos dos alunos em sala de aula. Ela é 
baseada em um sistema de valores que todos se sintam bem vindos e celebra a 
diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de 
origem, o background social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência. 
(MITTLER,2003, p34) 
Neste sentido, a proposta inclusiva demanda uma reforma na estrutura educacional. A 
organização dos alunos nos espaços educativos, o currículo deve ser repensado, assim como 
as formas de avaliação. A diversidade deve ser percebida, valorizada e atendida neste espaço 
que é composto pela diferença. Assim, faz-se necessário pensar: Como incluir o diferente em 
uma escola com o currículo engessado e com uma avaliação tradicional e que não respeita o 
ritmo e a singularidade de cada aluno? Como avançar em relação às propostas metodológicas 
que atenda e respeite a todos? 
Levando em consideração estes desafios vividos na escola, destaca-se a dificuldade 
que esta enfrenta ao se flexibilizar, ao diversificar o seu currículo, ao trabalhar com alunos 
que não compõe o padrão determinado de normalidade

. Índices e metas são colocados à
escola, deslocando assim o foco para uma corrida incessante por resultados numéricos, e não 
para o desenvolvimento voltado as especificidades dos alunos. A escola, ainda, se caracteriza 
como uma instituição estruturada para atender alunos que correspondem a um ideal padrão, e 
não para o sujeito singular que é seu aluno, ou seja, o aluno real heterogêneo; realiza sua 
atividade pedagógica a partir de um sistema organizado por um currículo inflexível; e 
seleciona os conteúdos de acordo com uma sequência rígida, com vistas a uma complexidade 
crescente, partindo de critérios padronizados de desenvolvimento psicológico baseado em 
etapas. (FERREIRA, 2005, p148) 
Desta forma, independentemente das condições e características apresentadas, por seus 
diferentes alunos, àqueles que não conseguem acompanhar o ritmo imposto, são 
marginalizados e excluídos. Agora permanecem na escola, porém este espaço educativo ainda 
apresenta grandes dificuldades em avançar, pela falta de atenção à diversidade, ao manter um 
 Por padrão de normalidade se entende o sujeito ideal, aquele que não apresentaria qualquer dificuldade ou
necessidade de adequação.
ensino veementemente pautado em currículo inflexível, onde seu conteúdo é desenvolvido da 
mesma maneira para todos os alunos, de forma única. 
O desenvolvimento de algumas metas diferencia-se dentro dos mesmos objetivos 
escolares, com vistas à superação da rigidez da escola e oportunizar aos alunos a 
aprendizagem com qualidade social, assim é imprescindível viabilizar estratégias e 
metodologias de ensino e avaliação demonstrando que “(...) não é necessário que se tenha as 
mesmas metas educacionais quando aprendem juntos” (FERREIRA, 2005, p144). Nesta 
perspectiva, faz-se necessário superar a condição de alcance de metas padronizadas, 
estipuladas de forma excludente. Ao reconhecer a diversidade, o caminho a ser percorrido em 
busca da educação inclusiva, deve ser aquele que tem como eixo norteador, a percepção dos 
alunos como parâmetro dele mesmo, respeitando assim a diferenças por eles apresentados. Ao 
definir educação Inclusiva, destacam-se os estudos de Beyer (2006): 
A educação inclusiva caracteriza-se como um novo princípio educacional, cujo 
conceito fundamental defende a heterogeneidade na classe escolar, não apenas como 
situação provocadora de interação entre as crianças com situações pessoais as mais 
adversas. Além dessa interação, muito importante para o fomento das aprendizagens 
recíprocas, é fundamental uma pedagogia que se dilate ante as diferenças do 
alunado. (BEYER, 2006, p.85) 
O autor nos atenta para o grande objetivo de estar na escola para aprender, e não 
apenas interagir. Esta é a educação que se quer, e se busca incessantemente todos os dias e 
que ainda tem-se muito a superar até alcançá-la. Desta forma, se observa muitos aspectos 
relacionados à organização escolar perante a diferença. A escola deve se adequar à proposta 
de ensino a fim de que diferentes alunos apropriem-se do conhecimento. De outra forma, 
ainda continuar-se-á nos tempos da integração escolar. O aumento significativo do número de 
matrículas de pessoas com deficiência nas escolas, exige do Sistema escolar, a eliminação dos 
entraves por parte das instituições em atender as diferenças, valorizando e potencializando 
suas habilidades. 
1.1. Atendimento educacional especializado: reflexões sobre o público que abrange 
O uso de recursos e materiais variados no AEE é de extrema importância para 
contribuir com o desenvolvimento de vários aspectos nos alunos. Se pode exemplificar, no 
caso de alunos com TEA, a necessidade de ampliar a atenção; o desenvolvimento das relações 
com o outro; percepção daquilo que o aluno procura transmitir, por meio de expressões faciais 
ou o que sente; como também, ampliar sua linguagem oral; ou ainda com outras formas de 
comunicação como no uso de comunicaçãoaumentativa alternativa/CAA, quando necessário, 
como importante instrumento de apoio ao aluno sem comunicação oral, ou ainda aqueles que 
apresentam maiores dificuldades na linguagem. 
Segundo Camargos Jr. (2005), deve-se buscar a otimização das capacidades, sem 
direcionar o trabalho em busca de cura. É necessário pesquisar as dificuldades na escola, no 
social e na comunicação a fim de construir um plano de trabalho que lhe possibilite as 
aprendizagens e a diminuição de estereotipias. É fundamental que o aluno melhore a sua 
comunicação social, passe a compartilhar o olhar, interaja com outras pessoas e envolva-se 
com tarefas diferenciadas, porém tendo o cuidado na preparação do ambiente e da rotina. 
Salienta-se a necessidade de trabalhar de forma conjunta com o professor de sala de 
aula do aluno que é atendido no AEE, afim que trocar informações e orientá-lo com relação às 
particularidades dos alunos público-alvo da Educação Especial e da organização do 
planejamento com estratégias e atividades acessíveis a estes alunos, buscando incluir a todos, 
independente de sua condição. 
Dentre os alunos público alvo que apresentam como característica a deficiência visual, 
deficiência auditiva ou surdez, deficiência intelectual, deficiência física, Transtornos do 
Espectro Autista e Altas habilidades/superdotação, necessitamos reunir diferentes áreas do 
conhecimento para favorecer sua plena participação no ensino comum. Cada área de atuação 
conta com uma série de conhecimentos específicos, os quais dão suporte às necessidades dos 
alunos, como por exemplo, o soroban para alunos cegos, este recurso auxilia na aprendizagem 
de matemática. 
1.2 Inclusão: o Atendimento Educacional Especializado em Questão 
Os elementos fundamentais para a compreensão e orientação do AEE para alunos com 
deficiência, TEA e AH/SD, na perspectiva da educação inclusiva, parte da legislação 
brasileira para a educação nacional. As políticas públicas oferecem subsídios de orientação e 
apoio na área educacional, alicerçado na concepção pedagógica da diversidade e da diferença 
como inerente ao humano, superando a lógica da homogeneidade e normalização. 
Inicialmente analisa-se a função da escola comum, a qual contribui na inserção do 
aluno no mundo social, cultural e científico. Ressalta-se também o direito de todo o ser 
humano ao acesso a esses bens coletivos, que pretendem colocar os sujeitos em interação com 
os conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo da história. 
A escola brasileira, historicamente, teve sua expansão ao abranger as pessoas advindas 
das classes populares, com fins de progresso nacional. Ao longo dos anos houveram algumas 
mudanças, mas a essência da busca dos resultados, sob a ótica de um currículo oficial comum, 
alicerçado em bases legais, homogêneas, disciplinares e conteudistas permaneceram. 
Diante deste entendimento a escola comum vem se reestruturando no atendimento dos 
alunos com deficiência, TEA, AH/SD, percebendo os diferentes funcionamentos no contexto 
educacional. O modelo integracionista da escola comum instituía a adaptação do sujeito ao 
sistema, enquanto a inclusão orienta a adaptação do sistema educacional às necessidades e 
potencialidades dos alunos, tendo esta o compromisso de organizar-se para educar e ensinar, 
prevendo e provendo as flexibilizações curriculares necessárias. 
As Diretrizes Nacionais da Educação Especial apontam para a inclusão de alunos nas 
escolas regulares de ensino, na perspectiva de uma educação inclusiva, onde todas as pessoas 
tenham a oportunidade de aprender com a diversidade, convivendo com as diferenças. Para 
tanto é imprescindível que as ações educativas sejam ressignificadas, rompendo com as 
barreiras que impedem a interação e as aprendizagens. 
Prioriza-se a formação continuada por parte dos profissionais da educação, tanto ao 
que se refere ao surgimento da Educação Especial, como a sua evolução histórica, 
demarcando as influências Internacionais e Nacionais nesse percurso, chegando às políticas 
Nacionais e índices atuais de pessoas com deficiência no Brasil. Os profissionais e as escolas 
carecem de discussões e análise das novas possibilidades de ensinar, considerando as novas 
perspectivas da educação, centradas no aluno, com um cunho interacionista. Não basta os 
professores compreenderem que as diferenças devem ser consideradas como outra maneira de 
expressar-se, mas também necessitam atualizar-se em conhecimento, avanços didáticos e 
pedagógicos. 
Os documentos propõem alternativas de intervenções que possibilitem a abertura de 
espaço de interação de todas as pessoas no espaço escolar. Esta política visa garantir: 
Transversalidade da Educação Especial desde a educação infantil até a educação superior; 
AEE; Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; Formação de 
professores para o AEE e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; 
Participação da família e da comunidade; Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos 
mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e Articulação 
intersetorial na implementação das políticas públicas. 
Dentre estes objetivos do documento citado, se quer destacar a sua prioridade para o 
AEE o qual regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei n
o
 9.394, de 20 de dezembro de
1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto n
o
 6.253, de 13 de novembro de 2007. Traz o AEE,
realizado em salas de recursos multifuncionais como uma das possibilidades de inclusão, bem 
como a formação dos profissionais para atuarem neste serviço. Posteriormente este é 
complementado pelo Decreto nº 6.571/08, o qual descreve a função, os objetivos do AEE e 
explica onde e a formação necessária para exercer esta atividade pedagógica. Afirma o 
compromisso do MEC quanto ao subsídio financeiro e técnico para a sua implantação. Este 
serviço foi criado para complementação ou suplementação curricular aos alunos do ensino 
regular, por meio de um conjunto de ações pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento e a 
aprendizagem a partir das habilidades e potencialidades dos alunos. Tem como 
objetivos: prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos 
alunos com deficiência, TEA, AH/SD; garantir a transversalidade das ações da educação 
especial no ensino regular; fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos 
que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; assegurar condições para a 
continuidade de estudos nos demais níveis de ensino. 
O AEE é uma proposta viável e necessária nas escolas, apoiando os serviços já 
existentes na escola e ainda, promovendo a discussão sobre Escola Inclusiva. 
O movimento de inclusão tem como fim a ressignificação das ações educacionais, 
voltadas para a construção do conhecimento, considerando a cultura, atendo-se a 
historicidade, reconhecendo as práticas sociais, as questões intelectuais e psicológicas do 
sujeito. 
Neste contexto vê-se a crise da Educação Especial e instituições segregadas 
provocando muitas dúvidas sobre o papel da escola especial e até mesmo sobre a sua 
continuidade. Na mesma proporção encontramos também dúvidas e necessidades de uma 
nova postura na escola regular para que possa ser inclusiva. 
De acordo com Stainback & Stainback (1999) ao educar todos os alunos juntos “as 
pessoas com deficiências tem oportunidades de se preparar para a vida na comunidade, os 
professores melhoram suas habilidades profissionais e a sociedade toma a decisão 
consciente de funcionar de acordo com o valor social da igualdade para todas as pessoas, 
com os conseqüentes resultados de melhoria da paz social” (STAINBACK, 1999, p.21) 
O AEE aparece como uma possibilidade de mediar essa transição, priorizando a 
complementação curricular para os alunos com deficiência, com princípios pedagógicos, sem 
pretender substituir os conteúdos acadêmicos. Para alcançar esseobjetivo deverá superar o 
modelo clínico e realizar o atendimento com o propósito de criar zonas de desenvolvimento 
proximal (Vigotski), tendo experiências com outros alunos e com o professor mediador, para 
tratar com o que há de subjetivo nessa construção com alunos com deficiência. 
No AEE, deve se considerar que a deficiência não se esgota na sua condição orgânica 
e/ou intelectual. Lida ainda com os efeitos das relações sociais e as crenças produzidas no 
interior da cultura. Percebe-se o medo da diferença e do desconhecido que desencadeia o 
distanciamento e muitas vezes o isolamento, resultando sentimentos de inadequação e 
discriminação que produz consequências e limites sociais, os quais não estão ligados as 
causas orgânicas. Estas representações sociais sobre a deficiência criam expectativas limitadas 
naqueles que os acompanham, bem como na identidade dos sujeitos. 
Outro equívoco é quando a escola, bem intencionada, promove atividades 
diferenciadas somente ao aluno com deficiência, quando o papel da escola é o de respeitar e 
oportunizar a expressão das diferenças humanas, demonstrando assim que a diversidade é 
comum a todos. Esta ação inclusiva deve ser um movimento de toda a escola, para todos os 
alunos, variando a extensão e a profundidade das adequações necessárias. Torna-se primordial 
a ação cooperativa, apoiada na rede de sustentação, onde todos os atores educacionais 
envolvam-se com o processo e o acesso de todos aos bens educativos, comuns e singulares. 
Para que se cumpra o papel social da escola e do ensino, é fundamental o 
Planejamento e a Avaliação voltados para a continuidade do processo de aprendizagem, 
garantindo os projetos coletivos e individuais. O AEE para as pessoas com deficiência, TEA, 
AH/SD tem o compromisso de alertar para o equívoco de uma educação que se baseia na 
lógica do concreto e da repetição alienante, negando o acesso da pessoa com deficiência ao 
plano abstrato e simbólico da compreensão (MEC, 2005). O exercício de favorecer ao aluno 
em variadas relações com os objetos presentes, ausentes e contribui para a abstração. 
O AEE para o aluno com deficiência, TEA, AH/SD destina-se a construir com o aluno 
uma posição de saber, superando a posição do não saber ou do sentimento de inadequação 
algumas vezes experimentado por este. O objetivo maior é propiciar condições e liberdade 
para que o aluno possa construir a sua inteligência, dentro daquilo que lhe é possível, naquele 
momento e lugar, tornando-se agente capaz de produzir significado e conhecimento. Este 
trabalho deve ser conjunto, escola e AEE. Não funciona separadamente, pois é uma 
ressignificação metodológica e didática, que envolve toda a escola e a família. O AEE 
realizado em salas de recursos multifuncionais é mais uma possibilidade de inclusão, bem 
como a formação dos profissionais para atuarem neste serviço. 
1.2.1 Conceitos e Objetivos do AEE: uma reflexão constante 
Primeiramente, tem-se que ter clareza dos motivos que orienta o trabalho no AEE, 
sendo estes, inserido em um contexto que construa uma sociedade inclusiva. Esta é a grande 
meta da educação inclusiva. Para tanto, faz-se primordial que se compreenda o que isso 
significa no cotidiano escolar. Aponta-se que: 
 (...) uma sociedade inclusiva é aquela capaz de contemplar, sempre, todas as 
condições humanas, encontrando meios para que cada cidadão, do mais 
privilegiado ao mais comprometido, exerça o direito de contribuir com seu melhor 
talento para o bem comum (WERNECK, 1999, P. 23). 
Busca-se a escola inclusiva que se fundamenta na concepção orientada pelo 
reconhecimento das diferenças humanas e na aprendizagem centrada nas potencialidades dos 
alunos, ao invés da imposição de rituais pedagógicos pré-estabelecidos. Estes acabam por 
legitimar as desigualdades sociais e negar a diversidade. O papel das escolas deve atender às 
necessidades educacionais específicas de seus alunos tendo em vista a complexidade e a 
diversidade do contexto escolar, tanto nas aprendizagens como na ensinagem. 
Faz-se necessário que a escola se reorganize, ressignifique suas ações, flexibilizando o 
currículo, promovendo a formação de professores em serviço, parcerias com a comunidade e 
ainda a complementação ou suplementação curricular ao/a aluno/a com deficiência ou 
superdotação respectivamente. 
As salas de recursos multifuncionais são espaços da escola onde se realizam o AEE 
para alunos/as com necessidade específica, por decorrência de deficiência, TEA, AH/SD, por 
meio do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer 
pedagógico que favoreça a construção de conhecimento pelos alunos, subsidiando o 
desenvolvimento do currículo e participação da vida escolar. É um espaço organizado com 
materiais didáticos, pedagógicos e dispõe de profissionais com formação para o AEE, que 
considere as diferentes áreas e os aspectos relacionados: ao estágio de desenvolvimento 
cognitivo do aluno; ao nível de escolaridade; aos recursos específicos para sua aprendizagem 
e as atividades de complementação e suplementação curricular. 
O AEE tem o objetivo geral promover a inclusão de alunos com deficiência, TEA e 
AH/SD em classes comuns da educação infantil e ensino regular, com a meta das políticas da 
educação inclusiva, mantendo a interação constante entre o professor da classe comum e dos 
serviços de apoio pedagógico especializado, no sentido de complementação ou suplementação 
curricular, para a educação básica, a partir da avaliação do aluno em suas habilidades, 
promovendo o desenvolvimento de suas potencialidades e buscando romper as barreiras que 
limitam suas aprendizagens. 
Mediante o objetivo geral, sugerido para todo o território Nacional, cabe aos serviços 
organizarem-se conforme as peculiaridades regionais e específicas do contexto em que se 
insere. Diante das reflexões, planejamentos e replanejamentos neste período de atuação no 
CA/UFSC, se sugere como objetivos específicos: 
-Promover o AEE com vistas ao conhecimento que permita ao aluno incluído nas
séries iniciais do Ensino Fundamental o letramento, a leitura, a escrita e a quantificação, sem 
o compromisso de sistematizar essas noções como conteúdos escolares, enfatizando-se as
aprendizagens no campo conceitual, estando desvinculado da necessidade típica da produção 
acadêmica. O aluno constrói conhecimento para si mesmo, complementando ou 
suplementando o currículo escolar; 
-Assessorar as discussões de flexibilizações curriculares durante o percurso do ano
letivo, que considerem o significado prático e instrumental dos objetivos básicos, 
metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados 
aos desenvolvimentos dos alunos que apresentam deficiência, TEA e AH/SD, em consonância 
com o projeto pedagógico da escola; 
-Promover situações de aprendizagens significativas, que favoreça o desenvolvimento
individual e social, de maneira ativa. 
-Definir o tempo de atendimento individual, duplas ou trios, conforme a necessidade
de cada aluno e esse acontecerá sempre no horário oposto ao das aulas do ensino regular. 
-Favorecer que esse aluno saia de uma posição de não – saber ou de recusa de saber
para se apropriar de um saber que lhe é próprio, ou melhor, que ele tem consciência de que o 
construiu. 
-Reconhecer, a partir da avaliação e acompanhamento, o ponto de partida e o de
chegada do aluno, no processo de conhecimento subsidiando as posteriores intervenções 
pedagógicas e didáticas, tanto na sala de recursos multifuncionais como para a sala de aula 
comum, estendendo a discussão e orientações ao grupo familiar. 
1.2.2 Procedimentos iniciais com alunos em sala de recursos multifuncional 
Sugere-se, após a análise do período trabalhado, uma linha de atuação que oriente as 
ações iniciais nas atividades do professor de educação especial, a qual se apresenta como 
indicadores flexíveis no cotidianoescolar: 
-Reconhecimento das necessidades específicas da criança, adolescente ou adulto;
-Flexibilização curricular: Reunir a equipe administrativa pedagógica e professores
envolvidos na inclusão com intencionalidade de promover: 
-Revisão do Plano Político Pedagógico anual, com a finalidade de atualizar os recursos
físicos, materiais e humanos às peculiaridades dos alunos da Instituição; 
-Interseção no currículo e o plano político pedagógico propostas resultantes de
discussões e reformulações didáticas, pedagógicas e avaliativas no âmbito da educação 
escolar; 
-Discussões do currículo comum e as peculiaridades do aluno.
-Redimensionamento a cada ano as informações no ato da matricula, a partir da
experiência e reflexão do ano anterior; 
-Abordagem com a família em termos de obtenção de informações e orientações no
manejo com a criança; 
1.2.3 Organização em sala de aula: 
-Preparação do espaço educacional onde a criança reconheça-se no ambiente, de
acordo com seu perfil inicial; 
-Acompanhamento das ações e reações do aluno no período de inclusão, para auxiliá-
lo na manutenção da atenção e concentração, bem como interação no grupo e do grupo com 
este; 
-Atenção aos estranhamentos e interações iniciais, para eventuais modificações da
rotina escolar, seja nos ambientes quanto nas atividades; 
-Construção de uma rotina de tarefas cotidianas, de acordo com sua condição para
organização e responsabilidades; 
-Conquista de uma relação de confiança e autoridade entre aluno e seus professores;
-Agrupamentos e individualização do ensino. Alguns alunos necessitam de mediação
do professor o dos colegas para aprender o que outros alunos conseguem aprender por meio 
da experiência espontânea; 
-Flexibilização dos objetivos conceituais, se necessário, quanto à profundidade e
extensão, a partir das habilidades e potencialidades do aluno. 
1.2.4 Procedimentos para a orientação quanto à organização individual: 
-A partir de observações constantes e registros de dados significativos de seus
movimentos em atividades de sala de aula e demais espaços escolares; 
-Organização com o aluno de suas rotinas particulares, tornando-as funcionais;
-Constituição de situações de aprendizagem de caráter: funcional, a partir de suas
potencialidades e habilidades; 
-Previsão quanto as modificação da temporalidade para determinados objetivos e
conteúdos previstos, se necessário; 
-Seleção de técnicas e instrumentos apropriado para avaliação do aluno, se necessário;
Considerações finais 
Por todos os aspectos mencionados, destaca-se a importância do AEE nas escolas em 
rede federal, estadual e municipal para os alunos com deficiência, TEA e AH/SD e de 
profissionais habilitados e especializados para atuação neste serviço. 
Observou-se que os alunos obtiveram muitas habilidades até então não eram focadas e 
trabalhadas no contra turno do ensino regular. No AEE são respeitados o tempo do aluno, 
ritmos e habilidades, porém, focando em questões que irão complementar sua formação para o 
trabalho em sala de aula. 
O atendimento educacional especializado foi criado para dar um suporte para os 
alunos deficientes para facilitar o acesso ao currículo. 
De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008:
Art. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas 
públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de 
ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos 
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede 
pública de ensino regular.
§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o
conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma
complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino
regular.
§ 2o O atendimento educacional especializado deve integrar a
proposta pedagógica da escola, envolver a participação da
família e ser realizado em articulação com as demais políticas
públicas.
O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena 
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser 
articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das 
realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009)
1
1
 E. M. Barão do Rio Branco, São João de Meriti.
2
2
 E. M. Especial Professora Maria Azevedo Catarino, São João de Meriti.
3
3
 Escola Municipal Padre Paul Jean Guerry, São João de Meriti.
https://www.educarepedagogia.com.br
Deve ser realizado no período inverso ao da classe freqüentada pelo aluno e 
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento 
acontecer em uma escola próxima.
Nas escolas de ensino regular o AEE deve acontecer em salas de recursos 
multifuncionais que é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, 
equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades 
educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário à estes alunos, 
favorecendo seu acesso ao conhecimento. (MEC, 2007). O atendimento educacional 
especializado é muito importante para os avanços na aprendizagem do aluno com 
deficiências na sala de ensino regular. Os professores destas salas devem atuar de 
forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias 
pedagógicas que favoreçam o acesso ao aluno ao currículo e a sua interação no grupo, 
entre outras ações que promovam a educação inclusiva.
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com 
deficiências estejam matriculados mais trará benefícios para esses, o que contribuirá 
para a inclusão, evitando atos discriminatórios.
Relatos de professoras sobre AEE em três escolas de São João de Meriti.
Sala de Recursos da E. M. Barão do Rio Branco.
A Sala de Recursos da escola na qual trabalho atende alunos com deficiência 
auditiva, deficiência intelectual, deficiência física e baixa visão. O atendimento é feito 
em pequenos grupos, com a finalidade de desenvolver ao máximo as potencialidades 
dos alunos com vistas a uma melhor integração pessoal, social, valorizando seu 
conhecimento prévio, utilizando material pedagógico conforme as necessidades, o 
interesse e a idade do aluno, de modo a facilitar o acesso deste aluno ao currículo 
desenvolvido nos diferentes anos.
O atendimento tem como objetivos:
Trabalhar as reais necessidades dos alunos, respeitando os ritmos e estilos 
diversos de aprendizagem, facilitando o processo de inclusão.
Desenvolver a autonomia dos alunos facilitando a aquisição de seus sistemas de 
valores;
Favorecer a compreensão de conhecimentos relacionados a aplicação de 
situações de vida;
Contribuir para o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno;
Desenvolver o auto conhecimento na expressão das emoções;
Favorecer o desenvolvimento de habilidades inter e intrapessoais, 
disponibilidade permanente para aprender, desejo de vir a ser livre e feliz, facilitando a 
caminhada ao saber.
Contribuir para que o aluno construa gradualmente os seus conhecimentos, pelos 
processos de avanços e recuos inerentes ao seu próprio ritmo, evoluindo a cada passo.
As atividades nesta sala têm uma dinâmica de trabalho condizente com as 
potencialidades e necessidades dos alunos e dos recursos a serem adaptados, utilizando 
materiais diversificados tais como jogos pedagógicos, pranchas de comunicação, 
computador, massinha, cola colorida, recorte, colagem, tinta guache, gibis, livros de 
histórias, argila, bola, corda, lápis mais grosso, papelA3, revistas, jornais, DVD, cd, 
entre outros. Todas as atividades são realizadas de acordo com os temas do projeto da 
escola.
Nos grupos de estudos e conselhos de classe realizados na escola a cada bimestre 
temos um espaço onde oriento aos professores sobre como realizar um trabalho que 
favoreça a aprendizagem desse aluno e sua inclusão em sala de aula. 
As famílias têm reuniões bimestrais onde participam de palestras, recebem 
orientações e incentivo, com o intuito de que estas apóiem o desenvolvimento de seus 
filhos.
Recebemos apoio do CIME (Centro Inclusivo Multi Educacional) que é 
composto por pedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas que avaliam os 
alunos e dão orientações para o trabalho com o mesmo. Também a cada bimestre o 
CIME organiza reuniões onde são ministradas palestras com temas relacionados à 
Educação Especial para os professores que trabalham em Sala de Recursos. 
Observo que tenho conseguido que eles desenvolvam bastante, apesar da 
ausência de materiais mais específicos para cada deficiência, pouco apoio da familia e 
falta de intérprete de Libras, o que seria muito útil para o trabalho com os alunos com 
deficiência auditiva.
Sala de Recursos da E. M. Especial Professora Maria Azevedo Catarino.
O Atendimento Educacional Especializado é de suma importância, pois favorece 
a peculiaridade de cada aluno principalmente dos alunos com necessidades educacionais 
especiais. 
Acredito nessa proposta, pois ao trabalhar com alunos autistas pude perceber a 
importância do AEE na evolução desses alunos enquanto desenvolvemos objetivos 
voltados para sanar a tríade do autismo composta de aspectos específicos como: 
dificuldade de comunicação, dificuldade de integração e interesse restrito. 
O Atendimento Educacional Especializado é uma forma de propiciar 
oportunidades para inclusão sendo um espaço de transição para aquisição de hábitos e 
atitudes facilitando a convivência social numa classe especial ou regular de ensino.
Ao iniciar o trabalho com alunos autistas tive a oportunidade de receber crianças 
na faixa etária de quatro anos apresentando quadro de choro intenso e dificuldades de 
adaptação, movimentação de um lado para outro, dificuldades para se sentarem, 
dificuldades para estabelecerem contato visual e no estabelecimento de formas de 
comunicação.
Hoje, depois das intervenções pedagógicas realizadas e respaldadas em 
conhecimentos adquiridos através de palestras, cursos, capacitações, trocas de 
experiências com outros profissionais e, experiências próprias anteriores, os alunos já 
conseguem realizar a rotina diária da escola de entrar na sala de aula, sentar, estabelecer 
contato visual, fazer tentativas de comunicação verbal e realizar as atividades propostas 
pela professora tais como: jogos pedagógicos, desenhar, pintar, manipular massinha e 
participar de projetos realizados na escola visando à socialização. Todo trabalho 
desenvolvido partiu de atividades de vida diária, uso de pranchas de comunicação 
alternativa de acordo com o interesse de cada aluno. 
 Ao realizar este trabalho encontro dificuldades, de um espaço físico para 
trabalhar dignamente, mobiliário adequado, principalmente com alunos da educação 
infantil, computadores disponíveis para uso dos alunos junto ao professor e recursos 
pedagógicos que propiciem atividades diferenciadas e de utilidade para a vida do aluno. 
No que se refere ao processo de inclusão destes alunos, acredito no AEE para 
alcançar este objetivo, mas percebo a necessidade de que os alunos jovens possam se 
beneficiar também com o trabalho de oficinas pedagógicas funcionais, salas de 
convivência e oficinas profissionalizantes para favorecer a entrada no mercado de 
trabalho.
Sala de Recursos da Escola Municipal Padre Paul Jean Guerry.
A prática no AEE é diversificada, de acordo com a clientela. Atuo com alunos 
que apresentam as deficiências mentais e auditivas e alunos com Déficit de Atenção.
São realizadas atividades em grupos, determinados pelas suas necessidades 
individuais. De que forma? Escolhido dentro do planejamento um tema gerador, 
desenvolvo atividades iguais ou semelhantes, visando a coordenação motora, percepção 
visual, o assunto do planejamento, a autonomia, a socialização, a interação no grupo.
Inicialmente é feito um diagnóstico de cada aluno junto à equipe do CIME 
(Centro Inclusivo Multi Educacional), que é a equipe responsável pelos alunos com 
necessidades educacionais especiais, e a partir desse momento traçamos atividades para 
alcançar as potencialidades dos alunos e desenvolvê-las da melhor maneira possível.
Com os alunos com deficiência auditiva é trabalhada a linguagem de Sinais, 
LIBRAS com atividades direcionadas para alfabetização, sinalização da sala em Língua 
Portuguesa e Libras; atividades de situações problemas, cálculos matemáticos e 
números.
A autonomia é muito valorizada durante os atendimentos, dentro e fora da sala. 
São realizadas atividades com outras turmas, as quais visitamos anteriormente e 
explicamos o porque da sala de APEE (atendimento paralelo educacional 
especializado), o que fazemos lá, qual é a clientela, etc. retirando assim apelidos e 
rótulos dos alunos. Feito isso os alunos da turma de APEE, se sentem a vontade para 
transitar e participar das atividades na Unidade Escolar; e os alunos das classes 
regulares também frequentam a nossa sala.
 Já foi realizado também atendimento domiciliar: uma vez na semana o aluno 
me recebia, para realizar atividades propostas através de planejamento da turma onde 
ele estava matriculado. Foram realizadas atividades que a professora da turma regular 
enviava e outras elaboradas por mim. Esse aluno tinha Síndrome de Legg- Calvé- 
perthes, onde geralmente é afetada a parte do quadril e pernas.
Há alunos também adolescentes que além de estarem na fase da “crise de 
identidade”, algumas vezes deixam que esse emocional abalado e a baixa auto-estima 
dificultem o trabalho. Sendo assim, existe sempre um trabalho direcionado ao diálogo e 
compreensão dessas fases emocionais do aluno. 
A participação da família é frequente e graças a isso também, os alunos vêm 
progredindo, e acredito que contribuo muito para o desenvolvimento de cada 
potencialidade, apostando sempre nas habilidades dos alunos.
Considerações finais
O atendimento educacional especializado tem grande importância para ajudar o 
aluno com deficiência se desenvolver na vida escolar, pessoal, social e favorecer a sua 
inclusão na escola.
Observamos que apesar das dificuldades encontradas, tais como, falta de 
material específico para melhor trabalhar com cada deficiência, falta de intérprete de 
Libras, problemas familiares, entre outros, o trabalho está acontecendo e estamos 
avançando gradativamente na inclusão dos alunos deficientes na rede pública de São 
João de Meriti.
Algumas das escolas da rede estão recebendo o material da sala de recursos 
multifuncionais, que também contribuirá bastante para desenvolvimento do trabalho e 
favorecerá o aprendizado destes alunos, pois contém material diversificado e próprio 
para cada deficiência. Porém, é importante destacar que a formação continuada para os 
educadores é de suma importância devendo acontecer cada vez mais, para que o 
trabalho seja melhor e mais eficiente.
Atendimento educAcionAl 
especiAlizAdo pArA Alunos com 
deficiênciA intelectuAl e trAnstornos 
GlobAis do desenvolvimento
https://www.educarepedagogia.com.br
VI
Considerações sobre a atuação junto aos Transtornos Globais do Desenvolvimento na 
escola regular
Maria Cláudia Brito; Andréa Regina Nunes Misquiatti 
VII
Comunicação e linguagem nos TranstornosGlobais do Desenvolvimento
Andréa Regina Nunes Misquiatti; Maria Cláudia Brito; Aline Citino Armonia 
VIII
Conhecimento de professores do ensino regular sobre os Transtornos Globais do 
Desenvolvimento
Andréa Regina Nunes Misquiatti; Maria Cláudia Brito; Jéssica dos Santos Ceron; 
Ana Gabriela Olivati; Priscila Piassi Carboni 
Sobre os autores.
https://www.educarepedagogia.com.br
Os discursos circulantes sobre Inclusão Escolar, na sua maioria, 
não têm dado conta do processo formativo como processo histórico de 
construção da cultura humana. O esvaziamento do saber elaborado, fruto 
do pensamento pós-moderno, tem colocado em risco o aprofundamento 
das discussões sobre o cotidiano da escola. Faz-se necessário suscitar reflexões 
que ultrapas sem a noção simplificada de cotidianidade para que se possa 
pensar a educação na vida e na escola sob o olhar do conceito de práxis, 
que exige de nós explicitação de nossas ações, desnaturalização dos fatos 
e sentimentos cotidianos, superação dos pré-juízos ou juízos provisórios 
(preconceitos) e apropriação da realidade, impondo-se a ela, como ensina 
Agnes Heller. Tais premissas colocam-nos diante da necessidade de converter 
a formação de professores em reais exercícios de análise do cotidiano, 
para que aconteça, efetivamente, a superação dele, sem desconsiderá-lo. 
Tratemos, pois, da inclusão do professor que, participando e se apropriando 
do conhecimento que vem sendo acumulado pela humanidade, constrói 
respostas concretas às suas necessidades como parte do gênero humano. 
https://www.educarepedagogia.com.br
O caminho da autonomia desse profissional frente ao cotidiano faz 
emergirem novas exigências teórico-metodológicas. A luta pelo direito 
de todos à educação é também a luta pela apropriação de conhecimentos 
por parte dos professores, uma vez que o acesso dos deficientes à escola e 
ao trabalho é condição necessária, porém insuficiente, para a sua inserção 
sociocultural, como o é para qualquer criança, adolescente ou adulto. 
A educação não pode e não deve ser encerrada no terreno estrito da 
Psicologia ou da Pedagogia, da Sociologia ou da Política, da Antropologia 
ou das Ciências da Saúde – exige que os estudos e as práticas levem em 
conta várias áreas do conhecimento.
Fundamentalmente, duas questões devem ser abordadas para a 
compreensão do que estou chamando de inserção sociocultural. A primeira trata 
do conceito mesmo de pertencimento social e cultural das pessoas. A segunda, 
das contradições, dos limites sociais impostos e das possibilidades de vencer 
barreiras como tarefa, também, da educação e, nela, das práticas pedagógicas. 
Assumindo que o homem passa do estado de natureza para 
o estado de cultura pela atividade simbólica, as funções humanas,
denominadas por Vygotsky de funções superiores, são constituídas nas
relações entre pessoas, ou seja, nas relações interpessoais. Nessas relações é
que acontecem as possibilidades de cada pessoa beneficiar-se da experiência
cultural da espécie humana. A própria incapacidade de viver por conta
própria ao nascer é condição natural da passagem do estado de natureza
ao estado de cultura. Inserido no meio humano, adquire-se a condição
humana, portanto, cultural. O processo não é de humanização apenas,
mas de hominização – transformação do biológico do homem em cultural,
de acordo com a perspectiva histórico-cultural, cuja matriz marxista leva-
me a citar o próprio Marx: “[...] Atuando assim sobre a natureza externa
e modificando-a, ao mesmo tempo [o homem] modifica a sua própria
natureza”. Hominizar-se é fazer-se homem nas relações concretas de vida
social, mediadas pela linguagem, o que só é possível com outros homens,
ou seja, a essência do processo de desenvolvimento cultural consiste
exatamente na apropriação e no domínio do social.
Inserção cultural pode ser compreendida, dessa perspectiva, 
como imersão, pertencimento, participação, apropriação dos significados 
humanos construídos no tempo e no espaço. 
Nascemos candidatos à hominização, o que só acontecerá com 
a mediação dos outros seres humanos, em concretas condições de 
relações sociais. A presença e atuação do outro não se dá em uma só 
direção: boa ou ruim; falsa ou verdadeira; harmônica ou não, mas de 
forma contraditória e conflituosa. 
O processo educacional, em suas mais variadas formas 
de organização, encarrega-se de mediar o processo individual de 
apropriação do que é cultural. Em outras palavras, as práticas 
educativas exercem o papel fundamental de inserir cada ser humano 
no mundo simbólico ou cultural. Vale aqui lembrar que para o filósofo 
e historiador da educação, Dermeval Saviani, a educação é processo 
cultural e histórico, cujo destino e função são produzir direta e 
intencionalmente, em cada uma das pessoas, aquilo que é produzido 
coletivamente pela humanidade, na história, o que supõe identificar os 
elementos da cultura que precisam ser assimilados, apropriados, 
encarnados pelos indivíduos da espécie humana para que esses 
indivíduos se hominizem. É função da educação escolher os meios 
adequados para que a apropriação da cultura aconteça em cada tempo, em 
cada espaço, em cada ser humano. 
Um dos limites impostos que se configura como barreira para a 
inserção sociocultural dos deficientes – limite e barreira que também se 
impõem a todos os que, de alguma forma, ainda não fazem parte do grupo 
daqueles que se beneficiam dos bens materiais e culturais da sociedade 
onde vivem – é assumido, aqui, pela expansão da lógica do capital que 
legitima os valores e interesses dos que dominam. Tais valores e interesses 
são internalizados, apropriados, encarnados como naturais, como condição 
já definida e como p onto de chegada, a trasando o u fazendo c aminhar 
muito lentamente o processo de inserção sociocultural de uma parcela 
significativa de nossa população. 
Parafraseando Marx, Vygotsky afirma, em F undamentos de 
Defectologia, que nossa existência social determina nossa consciência. E 
mais, é propositivo quando afirma que a educação de qualquer pessoa, 
deficiente ou não, precisa ter metas e objetivos iguais – o que chamamos 
de visão prospectiva da perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento 
humano e vale para todos os que estão apartados pela violência da chamada 
exclusão social.
Nossa tarefa, como profissionais e ngajados n a e ducação e s uas 
especificidades e n a e ducação c omo a tividade h umana e mancipatória, 
envolve mudanças qualitativas e quantitativas das condições e estratégias de 
superação dessas barreiras. Em um de seus poemas, Bertold Brecht convoca-
nos nessa direção: “O mundo olha para vocês com um resto de esperança. É 
tempo de não mais se contentarem com essas gotas no oceano”.
O conceito de inserção sociocultural dos deficientes não pode 
ser banalizado nem simplificado porque se corre o risco de banalizarmos e 
simplificarmos necessidades fundamentais do ser humano, em cada época 
e em determinados espaços, sob determinadas condições.
É urgente um olhar radicalmente voltado para ver o deficiente 
como alguém que vai se apropriando da cultura, em tempos e espaços 
próprios, e não apenas somando hábitos. Que é preciso e é possível valorizar 
e priorizar atividades e práticas educativas que mobilizem o simbólico; que 
os limites de cada um são desconhecidos e um dos maiores limites é o 
nosso – o que desconhecemos do outro, nosso aluno, nosso educando. 
Há possibilidades ilimitadas que ainda se constituem mistério para nós. 
Participar das atividades socioculturais reorienta muitas das funções 
neurológicas por caminhos diversos. É preciso conhecer e atentar para eles. 
Olhar e ver, ver e reparar – como nos ensina poeticamente Saramago.
Esse livro traz contribuições importantes para pensarmos o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), que passou a ser oferecido 
nas Salas de Recursos Multifuncionais aos alunos com deficiência intelectual 
e transtornos globais do desenvolvimento, porque os autores abordam 
tanto as políticas quanto concepçõesteóricas, desafiando os leitores a um 
mergulho crítico em relação ao atendimento que temos e o que queremos, 
bem como em relação à escola que temos e à que desejamos.
ApresentAção
Com a publicação da atual Política da Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva em 2008, delineou-se uma nova proposta 
de atendimento pedagógico para alunos com necessidades educacionais 
especiais. Nessa proposta, o Atendimento Educacional Especializado 
(AEE) passou a ser oferecido, nas Salas de Recursos Multifuncionais, aos 
alunos com deficiência intelectual, auditiva, física e visual, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
No que se refere aos alunos com Deficiência Intelectual (DI) 
e Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), um grande desafio 
se apresenta aos professores especialistas que atendem essa população no 
AEE, visto que muitas dúvidas e questionamentos estão constantemente 
presentes no cotidiano desses professores, desde questões relacionadas ao 
diagnóstico e prognóstico dessas condições até àquelas referentes à avaliação 
e às propostas de intervenção pedagógica para os alunos com DI e TGD.
https://www.educarepedagogia.com.br
Nessa obra, os autores enfocaram o AEE para os alunos com 
deficiência intelectual do ponto de vista da atual política, as concepções 
teóricas e práticas dessa modalidade de atendimento, as competências e 
atribuições do professor especializado no atendimento aos alunos com 
deficiência intelectual, a análise do processo de inclusão para esse alunado 
e sua relação com o AEE e as contribuições da formação continuada de 
professores para o AEE de alunos com deficiência intelectual.
Em relação ao AEE para os alunos com transtornos globais do 
desenvolvimento, a obra focou a atuação do professor especialista com 
alunos com transtornos globais do desenvolvimento na escola regular, os 
aspectos relacionados à comunicação e linguagem de alunos com essas 
condições, bem como o conhecimento dos professores sobre os transtornos 
globais do desenvolvimento.
Neste livro, os autores buscaram ir além das questões teóricas que 
vêm sendo incansavelmente debatidas para demonstrar e discutir resultados 
práticos daquilo que tem sido realizado para a melhoria do AEE para alunos 
com deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento, 
revelando que esse atendimento pode ser realmente eficaz à medida que 
se compreende melhor a essência dos alunos com deficiência intelectual e 
transtornos globais do desenvolvimento e seu potencial de aprendizagem 
e desenvolvimento.
https://www.educarepedagogia.com.br
o Atendimento educAcionAl especiAlizAdo pArA Alunos com
deficiênciA intelectuAl: A políticA, As concepções e A AvAliAção
Simone Ghedini Costa Milanez
Anna Augusta Sampaio de Oliveira
introdução
Desde 2008, com a publicação da nova Política da Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva pela Secretaria de Educação 
Especial – Ministério da Educação (SEESP/MEC) – (BRASIL, 2008), 
é notória a mudança que as escolas vêm empreendendo para adequação 
de seus espaços físicos, mobiliários, materiais, recursos, currículos e, 
principalmente, formação de sua equipe escolar. 
A Política tem como objetivo o acesso, a participação e a 
aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, 
orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades 
https://www.educarepedagogia.com.br
educacionais especiais, garantindo a transversalidade da educação 
especial desde a educação infantil até a educação superior; o 
Atendimento Educacional Especializado; a continuidade da 
escolarização nos níveis mais elevados do ensino; a formação de 
professores para o Atendimento Educacional Especializado e demais 
profissionais da educação para a inclusão escolar; a participação 
da família e da comunidade; a acessibilidade urbanística, 
arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na 
comunicação e informação; e a articulação intersetorial na implementação 
das políticas públicas (BRASIL, 2008). 
De acordo com a Política, os alunos com deficiência intelectual, 
deficiência auditiva, deficiência física, deficiência visual, altas habilidades/
superdotação e transtornos globais do desenvolvimento devem frequentar 
as salas comuns de ensino com os demais alunos e receber o Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), no turno oposto ao seu horário escolar, 
nas Salas de Recursos Multifuncionais: 
As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado 
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo 
substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/
ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e 
independência na escola e fora dela (BRASIL, 2008, p.10).
Para tanto, o próprio Ministério da Educação (MEC) tem 
fornecido às escolas de todo o território brasileiro os materiais específicos, a 
fim de que essas salas sejam equipadas e montadas para o funcionamento do 
atendimento especializado a todos os alunos com necessidades educacionais 
especiais, bem como tem investido na formação dos professores que atuarão 
nessas salas.
É necessário que se diga, no entanto, que este contexto de mudanças 
potenciais mostra a importância do professor especializado em Educação 
Especial para que se garanta a existência de percursos escolares satisfatórios 
e desafiadores para os alunos com deficiência. Essa importância respalda-
se na centralidade da sala de recursos como o dispositivo pedagógico 
prioritário na política de Educação Especial contemporânea, considerada 
sua característica de não substituição do espaço da sala de aula comum 
para a escolarização. Além disso, as atribuições que implicam conexões/
articulações entre o docente especializado e o professor do ensino 
comum abrem espaço para a discussão curricular necessária nos processos 
inclusivos (BAPTISTA, 2011, p.66).
A formação especializada também é referida no documento 
como sendo necessária para o professor atuar na educação especial, 
devendo ter como base da sua formação, inicial e continuada, 
conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos 
específicos da área:
Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional 
especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da 
atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, 
nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos 
de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes 
hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e 
recursos de educação especial (BRASIL, 2008, p.11).
Em termos práticos, o que podemos observar é que efetivamente o 
MEC distribuiu os materiais e recursos para a abertura das Salas de Recursos 
Multifuncionais, na grande maioria dos municípios que fizeram tal solicitação, 
entretanto, muitas dessas salas ainda não se encontram em funcionamento, 
principalmente porque não há professores especializados no atendimento de 
alunos com deficiência intelectual e outras deficiências.
Para solucionar tal problemática, o Ministério da Educação tem 
investido ainda na formação em serviço dos professores das redes públicas 
de ensino, por meio da oferta de Cursos de Especialização em Atendimento 
Educacional Especializado, tanto na modalidade presencial, como a distância, 
em parceria com universidades públicas brasileiras. 
Um exemplo dessa forma de investimento foi a oferta do Curso de 
Especialização em Atendimento Educacional Especializado, na modalidade 
a distância, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
(UNESP), câmpus de Marília, São Paulo, em parceria com o Ministério da 
Educação, a 1031 professores/cursistas de 185 municípios das regiões Norte, 
Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, durante 18 meses, no período 
de 2010 a 2012.
Em pesquisa recente, realizada durante o

Outros materiais