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BIOSSEGURANCA EM TEMPOS DE COVID-19

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BIOSSEGURANÇA EM TEMPOS DE COVID-19
 No final do ano de 2019, o mundo inteiro foi alertado para um surto de um novo vírus que começou em Wuhan, China, mas apenas em março de 2020, a OMS declarou para todos que o mundo estava entrando em uma pandemia pelo vírus SARS-CoV-2. Nesse sentido, as principais vias de transmissão desse vírus podem ocorrer de forma direta e indireta, sendo a primeira através do contato com fluidos (emitidos por tosse, espirro e fala) de pacientes infectados que atingem diretamente olhos e/ou vias aéreas, enquanto a indireta ocorria por contato em superfícies ou aerossóis contaminados por saliva ou fluidos provenientes da mucosa oral ou nasal. Sendo assim, o período de incubação do coronavírus varia entre 5 a 14 dias, podendo gerar falsos negativos e acarretar a contaminação por falta de precaução e cuidados. 
 Com base nas informações sobre os meios de contaminação, conclui-se que pacientes e profissionais da odontologia são expostos com mais intensidade e frequência aos vírus que infectam a cavidade oral e vias respiratórias, por exposição frequente à saliva, sangue e outros fluidos corporais, bem como manuseio de instrumentos perfuro cortantes.
Para efetuar corretamente a sua proteção, o dentista deve tomar medidas rigorosas. Sendo assim, primeiramente, deve-se efetuar a anamnese de maneira detalhada, fazendo os seguintes questionamentos: 
1. Se o paciente teve febre ou experiência de febre nos últimos 14 dias. 
2. Se experimentou início recente de problemas respiratórios, tais como tosse ou dificuldade respiratória nos últimos 14 dias. 
3. Se viajou nos últimos 14 dias para alguma localidade com notificação de transmissão do novo coronavírus. 
4. Se teve algum contato com algum paciente com infecção confirmada por Coronavírus nos últimos 14 dias. 
5. Se teve contato com pessoas que vieram de alguma localidade com notificação de transmissão do novo coronavírus ou com pessoas com problemas de febre ou problemas respiratórios documentados nos últimos 14 dias. 
6. Se teve contato próximo com no mínimo 2 pessoas com experiência documentada de febre ou problemas respiratórios nos últimos 14 dias. 
7. Se participou recentemente de algum encontro, reuniões ou teve contato próximo com muitas pessoas desconhecidas. 
 Caso o paciente responda “sim” para grande parte dessas perguntas e ao medir sua temperatura, apresentou menos que 37,3 graus C, o cirurgião-dentista pode adiar o tratamento por 14 dias após o evento de exposição. O paciente deve ser instruído a ficar em quarentena em casa e relatar se houver qualquer experiência de febre ou síndrome gripal. Se o paciente responder “sim” para muitas dessas questões e sua temperatura corporal está acima de 37,3 graus C, o paciente deve imediatamente ser colocado em quarentena e o cirurgião-dentista deve encaminhá-lo para o serviço de saúde para cuidados médicos adicionais e não será atendido. Se o paciente responder “não” para todas as questões e sua temperatura corporal está abaixo de 37,3 graus C, o cirurgião-dentista pode realizar o tratamento com medidas extras de proteção e de forma a evitar borrifos ou procedimentos que gerem aerossóis. Se o paciente responder “não”, porém apresentou temperatura acima de 37,3 graus C, o paciente será instruído a procurar o serviço de saúde para cuidados médicos adicionais e não será atendido. A temperatura deverá ser aferida com termômetro de testa e deve ser rotina nos atendimentos ao paciente e acompanhante. Pacientes que apresentarem sintomas de infecção respiratória só deverão ser tratados se houver alguma emergência, todo tratamento eletivo deverá ser postergado por pelo menos 14 dias e segundo alguns estudos por um mês. 
 Diante disso, também devem ser tomadas as precauções-padrão. A primeira delas é a higienização das mãos, que deve ser feita frequentemente, preferencialmente com a lavagem das mãos ou com gel de álcool a 70%. Essa higienização deve ser feita antes e depois da retirada das luvas, secando as mãos com papel toalha. 
 Além disso, é necessário efetuar a paramentação com os equipamentos de proteção individual (EPI’s), com o intuito de proteger membranas mucosas dos olhos, do nariz e da boca. Esses equipamentos (luvas, óculos e proteção facial com máscaras e também viseiras) devem ser selecionados de acordo com o tipo de atendimento. Em procedimentos onde serão gerados aerossóis, a máscara que oferece melhor proteção é a N95 ou a PFF2. Também são utilizados respiradores reutilizáveis que deverão ser limpos e desinfetados a cada paciente de acordo com recomendações do fabricante. As máscaras deverão ser trocadas a cada paciente ou mais de uma vez no mesmo paciente quando visivelmente molhadas e a máscara N95 só poderá ser usada por 4 horas. Os protetores de face (viseiras) poderão ser usados para conferir proteção mais ampla, porém a máscara sempre deverá ser utilizada. Realizar desinfecção dos protetores de face após cada paciente. Profissional e equipe deverão usar além das máscaras, protetores oculares e gorros descartáveis, jalecos que poderão ser descartáveis ou não. Óculos de grau não são considerados equipamentos de proteção individual, pois não possuem as proteções laterais. 
 A Desparamentação é uma das fases mais importantes em que o profissional deve tomar todo cuidado possível para que não ocorra uma contaminação com o patógeno. Como deve ser feita: 
1. Remoção das luvas de forma correta 
2. Remoção da proteção facial, sempre começando de trás pra frente 
3. Remoção do avental/jaleco (puxando sempre pela região dos ombros) 
4. Remoção de gorro e máscara, em um único movimento (de trás para frente) 
5. Deve ser feita a desinfecção da viseira, para isso é necessário a utilização de uma nova luva
 Durante todo esse processo é preciso que o profissional higienize as mãos a cada etapa e no final novamente, descartando quaisquer focos de contaminação que possa existir nessa área. 
 Além disso, a sala clínica deve ser fechada após cada atendimento por uma ou duas horas, para que seja feita a higienização completa da mesma, já que partículas de aerossóis podem ter sido espalhadas pelas superfícies e desse modo, estas se tornam focos também, prejudicando não só o próximo paciente como também o profissional que estará realizando o atendimento no ambiente em questão.
 Juntamente com esta desinfecção, o descarte dos materiais infectados deve ser realizado, sendo necessário ser feito após cada atendimento. O profissional deve colocar a máscara, as luvas, o jaleco descartável, entre outras coisas, dentro de sacos plásticos fechados e identificar os mesmos como contendo materiais infectantes. 
 E os instrumentais tem de passar pela esterilização o mais rápido possível, para que assim, seja possível evitar novas contaminações e a promoção da infecção cruzada. 
 Na sala de espera, as revistas devem ser retiradas, o álcool em gel tem de ser disponibilizado e estar de fácil acesso para todos os pacientes, além da constante limpeza e higienização das bancadas e maçanetas do estabelecimento. 
 Essas medidas devem ser sempre tomadas, pois por mais que estas demandem tempo, elas visam promover um ambiente seguro para todos, e como consequência, estarão protegendo não apenas os que tiverem de algum modo estado na clínica, mas também suas famílias e as outras pessoas que forem ter algum tipo de contato posteriormente.
 À luz do exposto, durante o ano de 2020 foi notório o quanto a rotina da população foi alterada. Os sorrisos desapareceram, e a comunicação em sua grande parte, está sendo feita através de olhares. Entretanto, as medidas de biossegurança implementadas nos consultórios e na maioria dos estabelecimentos públicos, vieram para proteger a todos, e quando realizadas da forma correta, estas de fato são efetivas. Com isso, apesar de trabalhoso, a limpeza e a higienização que outrora eram negligenciados por alguns, está fazendo parte de seu dia a dia, trazendo segurança e anteparo para todos.

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