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Principais Infecções Microbianas do Sistema RespiratórioMDDIII - MARIA VITÓRIA MORAIS Superior VISÃO GERAL: · As vias aéreas podem ser definidas como uma estrutura tubular que faz a conexão entre o meio exterior e o interior do organismo → divido em superior (acima da traqueia) e inferior (brônquios, bronquíolos e alvéolos). · Quanto mais próximo do TRI pior é para resolver. · Alguns micro-organismos → os mais virulentos podem evoluir para pneumonia, ou seja para o TRI. · COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA DAS VIAS AÉREAS: deve-se tomar cuidado ao solicitar cultura → ao fazer o swab por mais cuidadoso que a pessoa for, acaba retirando material de toda mucosa → dependendo do que sai no teste, o laboratório considera como contaminação e deixa negativado. · Esses microrganismos que vivem na microbiota das vias aéreas podem sim causar infecções nas vias aéreas mas depende muito da clínica. · Residentes ocasionais: como o Streptococcus pyogenes → muita gente tem e não causa nada, mas em crianças existe a estreptolizina O que é uma proteína parecida com a do coração → como o sistema imune ainda está se formando, infecções repetidas não tratadas corretamente permanecem no corpo → a imunidade inata ao da conta e vem a adaptativa com anticorpo ASLO → conseguindo opsonizar, levando fagócitos para combater mas eles pode cair na corrente sanguínea, se ligando ao coração → que não entende como algo problemático → e assim está levando células inflamatórias para o coração → podendo levar a febre reumática (o exame para febre reumática dosa o ASLO → mas nem sempre o resultado positivo significa que a criança está com a febre reumática. · O benzetacil pode resolver quando for GP. · Pode levar a uma destruição das valvas. · Ainda dentro dos residentes ocasionais tempos o Streptococcus pneumoniae, que é o principal agente causador de pneumonia na comunidade. · A alteração no equilíbrio da microbiota pode ser causada por fatores como: ambiente, nutrição, medicamentos, ou infecções e tudo isso pode contribuir para infecções respiratórias. · TRANSMISSÃO: normalmente ocorre por tosse, espirro, saliva, ou por mãos e superfícies contaminadas. · Deve-se tomar cuidado com indivíduos que passam muito tempo em ambientes com pouca ventilação → e além disso tomar cuidado com idosos e crianças. · EPISÓDIOS POR FAIXA ETÁRIA DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS: Em crianças a tendência é ter uma diminuição da frequência de infecções respiratórias ao passar do tempo, mas se isso não acontecer, deve-se realizar uma investigação. IDADE: INFECÇÕES POR ANO: 6 meses a 3 anos 6 a 9 3 a 5 anos 3 a 4 >5 anos 1 a 2 · Classificação das infecções aéreas agudas segundo localização anatômica: · Vias aéreas superiores: rinofaringite, faringite e amigdalite, otite sinusite e laringite (regiões acima da epiglote). · Vias aéreas inferiores: bronquite, bronquiolite e as pneumonias. · As infecções podem ser divididas entre restritas ao TR ou disseminadas. · RESTRITAS: Candidíase oral, faringite estreptocócica, resfriado comum → existe uma propagação local, é utilizado a imunidade de mucosas e seu período de incubação é curto (questão de dias). · DISSEMINADAS: através de uma porta de entrada o microrganismo entra e vai para o resto do corpo, pois nem sempre a imunidade inata da conta de combater a infecção → Sarampo, caxumba, criptococose → pouca ou nenhuma lesão no local de entrada, tem uma propagação pelo corpo, retorna à superfície para multiplicação final e liberação, por exemplo, glândula salivar (caxumba, CMV, EBV), trato respiratório (sarampo) → a resposta imune adaptativa é importante na recuperação, ele possui um período maior de incubação (semanas). INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES: · · Resfriado comum é = Gripe? O agente causador é diferente entre os 2 → os sintomas da gripe são mais internos → podem evoluir para pneumonia → deve-se tomar mais cuidado com a criança e o idoso. CARACTERÍSTICAS: GRIPE: RESFRIADO COMUM: Agente etiológico: Influenza(Myxovirus influenzae) Rinovírus e Coronavírus (principais) Início dos sintomas: Súbito Gradual Gravidade dos sintomas: Alta Baixa Principais sintomas: Febre alta, cefaleia intensa, dor de garganta, mialgia, congestão nasal, fraqueza, cansaço, perda de apetite Cefaleia, espirro, dor de garganta, calafrios e coriza · PNEUMONIA SECUNDÁRIA: é adquirida por mucosa, a imunidade inata não dá conta, ele entra no pulmão → o vírus no ciclo lítico leva a destruição celular, quebrando a barreira inata → quanto mais exposto, pode ser que respire bactéria externa → ela vai para o pulmão e ela se instala → levando a pneumonia bacteriana → secundária. · Vírus de resfriado comum dificilmente evoluem para pneumonia. RINOFARINGITE AGUDA OU RESFRIADO COMUM: · A gripe vai evoluir dessa maneira → temos a infecção, adsorção e replicação do vírus. · Tudo isso leva a secreção de um fluido claro que é extravasado da lamina própria → levando ao dano celular, assim propagando a infecção com a liberação do vírus. · O hospedeiro ativa suas defesas → fagócitos vão agir, levando a detritos celulares → por meio deles também aparecem os comensais bacterianos → terminando a infecção viral e temos a produção de um fluido purulento. · Ao final da infecção temos a regeneração do epitélio e produção de INF e anticorpos contra o vírus. CORONAVÍRUS: · Coronaviridae é uma família de vírus envelopados de material genético o RNA de fita simples. · Já se conhecia diversas espécies de coronavírus que causam infecções em animais, no entanto, as que afetam a espécie humana eram apenas seis até o ano de 2019. · As espécies 229E, NL63, OC43 e o HKU1 estão associadas a quadros de resfriados e infecções leves do trato respiratório superior nos pacientes que não são imunocomprometidos. · Outras duas espécies estão associadas a casos de infecções mais graves: coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (do inglês, severe acute respiratory syndrome coronavirus, SARS-CoV) e coronavírus da síndrome respiratória do oriente médio (do inglês, Middle East respiratory syndrome coronavírus, MERS-CoV). · SARS-CoV (é quem de fato causa a doença) foi uma espécie responsável por um surto na China em 2003, no qual mais de 8 mil pessoas foram a óbito, enquanto a espécie MERS-CoV, em 2012, causou o surto que teve origem na Arábia Saudita, resultando em 858 óbitos. · Final do ano de 2019 foi descrita uma nova espécie de coronavírus, capaz de acometer seres humanos, na China. · Inicialmente designado como nCoV 2019, foi finalmente denominado como coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) e é responsável por causar a doença do Coronavírus-2019 (do inglês, coronavirus disease, COVID-19). · Comparada à SARS-CoV e MERS-CoV, a nova espécie provoca doença com menor taxa de mortalidade, embora se dissemine com maior facilidade. · FISIOPATOLOGIA: sua transmissão ocorre principalmente por meio de mucosas → nariz, boca e olhos. · O vírus pode ser inspirado e ir direto aos pulmões, devido ao tropismo do vírus pelas células epiteliais/endoteliais dos pulmões → ele se liga à Enzima Conversora da Angiotensina 2 (ECA-2), que está presente nos pneumócitos tipo 2, epitélio renal e epitélio · Gastrointestinal → posteriormente a ligação do vírus com a ECA-2 ocorre com o auxílio da proteína spike S → após isso ocorre a fusão do envelope viral com a membrana celular → levando a endocitose do material genético do vírus. · COMPLICAÇÕES: em sua etapa mais avançada, no episódio de infecção, é onde a replicação viral está mais disseminada, a barreira epitelial-endotelial fica comprometida e dessa forma o vírus se instaura no organismo de maneira sistêmica e causando as manifestações clínicas extrapulmonares onde o receptor ECA-2 está expresso. · No miocárdio, SARS-CoV-2 pode causar miocardite viral e induzir resposta inflamatória, além disso, associado com a hipoxemia, danos isquêmicos podem ocorrer e, consequentemente, o aumento dos níveis de troponina e alterações no eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma (ECO). · É importante destacar quea hiperinflamação gera inflamação vascular com a exposição do fator tecidual, instabilidade das placas de ateroma e ativação patológica da trombina, gerando um estado de hipercoagulação → podendo resultar em coagulopatias como trombose venosa profunda (TVP), tromboembolismo pulmonar (TEP) ou até mesmo coagulação intravascular disseminada (CID) → o trombo oclui o fluxo sanguíneo → prejudicando a entrada de O2 e nutrientes. · O D-dímero é um considerável biomarcador, pois é um produto da degradação da fibrina e pode identificar se há presença dessas coagulopatias. FARINGITE: · É conhecida como dor de garganta → é a infecção mais comum da VAS → em 90% dos casos ela é causada por vírus (rinovírus, coronavírus e adenovírus) → e no caso de bactéria a Streptococcus pyogenes é a principal causadora da faringite → o ideal era realizar um swab e isolar, mas normalmente é prescrito um ATB → na bactéria é muito purulento, então pode-se observar placas de pus. · Se ela não for tratada e diagnosticada corretamente, podemos observar complicações cardíacas → no caso do Streptococcus pyogenes, pois ele produz uma proteína parecida com as proteínas cardíacas → deve-se tomar cuidado com crianças, pois elas não possuem o SI completamente desenvolvido → então se houver uma infecção esses anticorpos contra a proteína podem ser expressos → podendo ter uma reação cruzada com as proteínas cardíacas e assim evoluir com uma febre reumática. · FARINGOAMIGDALITE: pode ser causada por infecções bacterianas ou virais (aproximadamente 90%). · As infecções de garganta por vírus são processos benignos que se resolvem espontaneamente, ao contrário das bacterianas que podem levar a complicações, como → abscessos e febre reumática. · O principal sintoma desse quadro é a presença de uma dor de garganta, associada, ou não, à odinofagia (dificuldade para engolir → o que pode prejudicar a nutrição) → infecção de garganta com placa nem sempre é sinal de infecção bacteriana. · A maioria dessas infecções de origem bacteriana é caracterizada por presença de placas brancoamareladas purulentas, na região da amígdala, hiperemia do palato mole e da região periamigdaliana, odinofagia e ainda pode estar presente linfoadenomegalia cervical bilateral. MONONUCLEOSE: · É causada pelo vírus do Epstein-Barr (VEB) v ele pode ser assintomático. · Nos Estados Unidos, cerca de 50% de todas as crianças com 5 anos de idade e perto de 95% dos adultos tiveram uma infecção por VEB → ele não é eliminado do corpo. · Pode causar complicações, como: linfoma de Burkitt e alguns cânceres do nariz e da garganta (câncer nasofaríngeo) → por isso deve-se preocupar com os grupos de risco. · DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: o seu diagnóstico não é tão simples. · Na maioria das vezes se trata o sintoma e se não sair positivo deve-se eliminar outras causas → pensar na população local (epidemiologia). · Se tratar de cara com ATB pode-se ajudar na propagação do vírus. · Deve-se realizar uma dose de ataque depois que sair a cultura → se sumir os sintomas e diminuir a placa deve-se continuar o tratamento → e sempre lembrar que pode ter outra coisa associada. · Na infecção por mononucleose temos linfócitos atípicos ativados → indicando uma infecção e um processo inflamatório. · Para fechar diagnostico deve-se pedir PCR e anticorpo (que é uma consequência da infecção). PAROTIDITE: · · É uma infecção causada pelo Paramyxovirus (vírus da caxumba ou da parotidite infecciosa) → são vírus envelopados com genoma de RNA simples de sentido negativo. · TRANSMISSÃO: ocorre através do contato com gotículas contendo partículas virais. · A doença pode ser prevenida pela vacina tríplice viral (Rubéola, sarampo e caxumba). · Esse vírus possui um tropismo por glândula → então ele pode sair da parótida e ir para corrente sanguínea, dessa maneira ele segue seu caminho até outras glândulas → como o testículo no caso dos homens → podendo levar a infertilidade. · Uma de suas complicações pode ser a meningite. SINUSITE: · Consiste em uma inflamação dos seios paranasais, muitas pessoas possuem e ela pode ter diferentes causas, · Múltiplas causas: alérgica, traumática ou infecciosa. · Traumática: Se sofre uma fratura na região da face, isso pode se tornar uma porta de entrada para o microrganismo → levando a infecção, inflamação e pôr fim a sinusite. · Infecciosa: tem características de dor na região dos seios da face, seguida de obstrução nasal, secreção purulenta e febre. · Bacterianas: geralmente agudas e, comumente, causadas pelas bactérias: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, and Moraxella sp. · Quadros crônicos e que não resolvem com o tratamento padrão antibacteriano → paciente imunossuprimido → provavelmente quadro de sinusite fúngica. · COMPLICAÇÕES: cuidado com pacientes diabéticos e imunocomprometidos que apresentam o olfato comprometido → cheiro de mofo em tudo, tudo tem cheiro de “estragado” → deve-se tornar um alerta em casos de sinusite que não melhora com uso de ATB. · MUCORMICOSE RINO-ORBITAL-CEREBRAL: é uma infecção fúngica grave, com evolução frequentemente fatal, causada por fungos da ordem Mucorales, sendo que a espécie Rhizopus é responsável por 70 % dos casos de mucormicose rino-órbito-cerebral. · Esta evolução desfavorável se justifica, em parte, por uma característica específica deste fungo: a angioinvasão (ele invade vasos sanguíneos, ele começa a infecção na região da face → o que invade vaso sanguíneo, se espalha pelo corpo), com consequente trombose e infarto isquêmico do tecido envolvido. · O tratamento deve ser agressivo: anfotericina B endovenosa, debridamento cirúrgico de tecidos necróticos para que ocorra uma cicatrização adequada e oxigenioterapia hiperbárica → tratamento hospitalar. · Se essa doença for identificada logo no começo, o que deve fazer é entrar com antifúngico pesado, e nesse caso normalmente não se faz necessário o tratamento cirúrgico (debridamento). · O rosto desses pacientes fica deformado pois ele consegue invadir tecidos → se não for tratado adequadamente ele evolui para o cérebro. OTITE MÉDIA E EXTERNA: · OTITE MÉDIA: Ocorre normalmente no ouvido médio → sendo chamado de otite média. · Muito comum em crianças devido a anatomia e a imunidade → deve-se tomar cuidado com crianças na hora do banho, piscina, etc → e também existem crianças que são mais favoráveis a ter por conta da anatomia, como por exemplo o canal auditivo pequeno. · Cuidado com fones de ouvido que são muito profundos, pois os mesmos podem levar microrganismos para região. · Causas: microrganismos presentes na cavidade oral podem migrar até o ouvido médio ou pode-se ter contato com um microrganismo externo. · Otite média aguda com abaulamento de tímpano → uma grande consequência da otite é o perfuramento do tímpano. · OTITE EXTERNA: é caracterizado como uma infecção no canal auditivo externo, que pode acometer desde a porção mais externa da membrana do tímpano até o pavilhão auricular (orelha). · As infecções do ouvido externo podem causar irritação e dor e precisam ser distinguidas da otite média. · Ao contrário do ouvido médio, o canal externo tem uma microbiota similar à da pele (estafilococos, corinebactérias e, em menor extensão, propionibactérias). · Patógenos responsáveis pela otite média são raramente encontrados na otite externa. · Pode ocorrer quando se tem um problema quando a microbiota da pele → ela está alterada. · Pode evoluir para otite interna se não tratado corretamente.
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