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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA DO 
CEARÁ
História do Ceará
Livro Eletrônico
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História do Ceará
HISTÓRIA DO CEARÁ
Luis César Prinzo
Sumário
História do Ceará ............................................................................................................................. 3
Dados Gerais .................................................................................................................................... 3
1. O Período Colonial ....................................................................................................................... 4
1.2. Disputas entre Nativos e Portugueses ................................................................................ 8
2. O Período Imperial ...................................................................................................................... 9
2.1. Ceará na Confederação do Equador ..................................................................................... 9
2.2. A Importância da Economia do Algodão ............................................................................ 11
2.3. A Escravidão Negra no Ceará ............................................................................................... 11
3. O Ceará e a “República Velha” – a Política Oligárquica – Coronelismo e Clientelismo 12
3.1. Coronelismo e o Pacto dos Coronéis no Ceará .................................................................16
3.2. Movimentos Sociais Religiosos ........................................................................................... 17
3.3. “Banditismo” ............................................................................................................................19
4. O Período 1930/1964 ................................................................................................................20
4.1. O Estado-Novo e o Ceará ......................................................................................................20
4.2. Repercussões da Redemocratização; “Indústria da Seca”: DNOCS e SUDENE ......... 25
5. Os Governos Militares ............................................................................................................. 27
5.1. “Novo” Coronelismo; a “Modernização Conservadora” .................................................. 30
6. A “Nova” República: os “Governos das Mudanças” ............................................................ 32
Questões de Concurso .................................................................................................................40
Gabarito ...........................................................................................................................................80
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História do Ceará
HISTÓRIA DO CEARÁ
Luis César Prinzo
HISTÓRIA DO CEARÁ
Olá, pessoal! Caríssimos(as) alunos(as), serei o seu professor de História e incentivador 
nos estudos e na sua trajetória de sucesso ao concurso público!
Primeiramente uma rápida apresentação: sou formado em História (licenciatura plena) e ba-
charel em Direito, aprovado em vários concursos (dois municipais e três federais). Atualmente, 
Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT-15) e pós-graduado em Gestão Pública pela UFSCar.
A área de humanas, mais propriamente História, sempre foi um norte, enriquecido pela 
experiência profissional de quase três décadas na Administração Pública, passando pelos três 
Poderes e na esfera municipal e federal, sempre por concursos públicos.
Essa atuação foi decisiva para uma visão mais realista da sociedade brasileira, sobretudo 
da evolução da Administração Pública como um todo, salientando ainda que atuei como esta-
giário de Direito antes da Constituição atual (1988-1989) e depois como advogado de 1990 a 
2005, vivenciando profissionalmente toda a evolução e a alteração das relações, inclusive po-
líticas, existentes após a redemocratização e seus reflexos na vida da população, os anseios, 
sucessos e decepções de mais de uma geração.
Bem... ainda não sou idoso (risos), é que comecei cedo...
Esta apostila aborda o conteúdo específico para o concurso da Polícia Militar do Ceará e 
de forma esquematizada, dando uma visão global, que, embora resumida, apresenta elemen-
tos-chave preordenados como “alavancas” ao aprendizado, explicando a evolução dos temas, 
que refletirá positivamente na prova.
Optamos por esta forma, vez que seria algo mais concreto, por visualização, a compreen-
são e a memorização dos acontecimentos mais relevantes por tratarem-se de temas variados 
e em períodos distintos.
Bons estudos, disciplina e dedicação!
Prof. Luis Prinzo
DaDos Gerais
O Estado do Ceará (CE), cuja capital é Fortaleza, está localizado no nordeste do Brasil.
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HISTÓRIA DO CEARÁ
Luis César Prinzo
(<https://www.baixarmapas.com.br/mapa-de-mesorregioes-do-ceara/>)
1. o PeríoDo Colonial
O período colonial vai do “descobrimento” do Brasil, em 1500, até o Império, com a “inde-
pendência” em 1822.
1.1. oCuPação Do TerriTório – sesmarias e eConomia PeCuária
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(<https://luizmuller.com/2017/05/14/a-nomeacao-da-baba-do-michelzinho-a-previdencia-social-as-capitanias-
-hereditarias-e-o-patrimonialismo/>)
A ocupação do Brasil deu-se inicialmente no litoral e, a esse respeito, os tratados de Tor-
desilhas e posteriormente o de Madri deram um contorno inicial da divisão entre Portugal e 
Espanha nos “novos” territórios na América.
A atividade principal no litoral foi a açucareira, que, para tanto, utilizou-se da escravidão e 
apoio inicial financeiro dos holandeses, tendo João Maurício de Nassau, conde, como adminis-
trador geral do Brasil Holandês. A expulsão total da colonização holandesa pelos portugueses 
foi em 1654, iniciando logo a decadência da produção ante a competição nas Antilhas pela 
atividade dos holandeses lá, sendo mais próximo da Europa, melhor e mais barato.
A ocupação desse vasto território foi em pontos no litoral, onde havia uma economia extra-
tivista (século XVI pau-brasil e depois cana-de-açúcar) e, posteriormente, no interior, via pecu-
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ária extensiva, à procura de pastagens – criação de gado -, dando início as fazendas de gado, 
sobretudo no Nordeste e também como prevenção a invasão de estrangeiros.1
No interior, a atividade foi a pecuária, que deu origem ao comércio de artigos de couro e de-
pois ao charque– beneficiamento e comércio da carne, consistente em salgá-la e desidratá-la 
para durar mais.
Contudo, dois fatores dificultaram o povoamento no interior do Ceará: o clima seco (tro-
pical semiárido, baixos índices pluviométricos e longos períodos de estiagem) e a resistência 
indígena, superada via aculturação e praticamente extermínio.
A ocupação no Ceará demorou, consolidando-se praticamente no século XVIII, transfor-
mando o território indígena em área de pecuária, ocasionando conflitos ante grande apropria-
ção de terras.
* Presença da Igreja em aldeias e de forma itinerante, em várias capelas, em especial nas 
fazendas, “catequizando” os índios, para o avanço das atividades desenvolvidas, sobretudo a 
pecuária e difundindo princípios da contrarreforma.
Igreja e Portugal uniram-se, dando base ideológica à conquista.
1 As invasões francesas foram no Rio de Janeiro (França Antártica – 1555-1560) e no Maranhão (França Equinocial – 1612-
1615); já as invasões holandesas na Bahia em 1624, em Pernambuco em 1630 e no Maranhão em 1641.
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* A Capitania hereditária do Siará englobava Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. De-
pois, a partir de 1656, desligou-se do Maranhão, passando a ser uma capitania subalterna de 
Pernambuco.
O litoral foi ocupado desde o século XVI em razão da exploração da cana-de-açúcar e, o 
interior do Ceará, somente no século XVII com a atividade da pecuária, com a ocupação total 
tardiamente no século XVIII.
Curiosidade!
Apoio à rev. Pernambucana – Cariri, Crato – 1817 -, com a Proclamação da República e a 
Independência de Crato. Esta revolução (Pernambucana) foi:
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... o último movimento separatista do período colonial. Está relacionada com a crise socioeconô-
mica que o Nordeste atravessava há quase um século em razão da desvalorização do comércio 
do açúcar e do algodão brasileiro no mercado externo. Além disso, a presença da família real por-
tuguesa no Brasil aumentou o custo de vida em virtude da cobrança de impostos, o que causou 
revolta entre os pernambucanos. Os ideais republicanos também colaboraram para que a revolta 
acontecesse. O governo local foi tomado pelos revoltosos, mas as tropas fiéis ao governo central 
conseguiram derrotá-los.
(<https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolucao-pernambucana.htm>)
1.2. DisPuTas enTre naTivos e PorTuGueses
A relação entre os colonizadores e os indígenas passou por fases:
Martim Soares Moreno, com 17 anos na época, apontado como o fundador do Ceará em 
1612, teve influência com os índios por conhecer a língua e os costumes, combatendo depois 
os franceses e holandeses (1637 – príncipe Maurício de Nassau -, e 1649 – Matias Beck, que 
construiu o forte Schoonenborch em Fortaleza).
Entretanto, independentemente das alianças, os conflitos existiam, como a guerra contra a 
“Confederação dos Bárbaros” ou “Confederação dos Janduís” ou “Confederação dos Cariris”, 
entre colonos e várias tribos indígenas, em decorrência da criação de gado e a expansão das 
plantações daqueles nas áreas destes, em especial no final do século XVII até início do século 
XVIII (1713).
Essa guerra exterminou várias tribos e os poucos sobreviventes transformados em escra-
vos e agregados nas fazendas.
Na Serra da Ibiapaba ou Serra Grande, localizada entre Piauí e Ceará, com a ocupação para 
desenvolver atividade econômica, inicialmente a busca de riquezas, ocorreram conflitos com 
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https://brasilescola.uol.com.br/historiab/rebelioes-separatistas.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/corte-portuguesa.htm
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os habitantes, os índios, que gerou genocídio (extermínio do grupo) e etnocídios (extinção de 
uma cultura por outra).
Além disto na região de Jaguaribana ocorreu a destruição de povos indígenas, consolidan-
do a ocupação de terras no Ceará.
Outrossim, também convém ressaltar que a Igreja Católica deu suporte ideológico às guer-
ras contra os índios, sob o fundamento de que eram contra práticas selvagens, como a antro-
pofagia – degustação de pessoas (canibalismo) -, sem religião e princípios cristãos. Seria a 
“guerra Justa”, justificando a colonização, como a única cultura possível por ser “civilizatória” 
e “avançada” (eurocentrismo), ou seja, mais uma carga preconceituosa ao modo de vida de 
outrem, no caso indígena, assim como centenas de anos atrás com relação as Cruzadas contra 
o Islamismo.
Assim, a relação entre os portugueses e os nativos (índios) foi de massacre de etnias e 
aculturação, com, dentre outras, a conversão ao Cristianismo, com o papel importante neste 
campo a Igreja, em especial a Ordem dos Jesuítas (Companhia de Jesus), sendo que muitos 
pela adoção voluntária, tornando-se em vassalos do rei de Portugal e, assim, “protegidos” e 
com alguns direitos, inclusive mais tarde (alguns poucos) a terras (Sesmarias).
2. o PeríoDo imPerial
O período do Império vai da proclamação da Independência, em 07 de setembro de 1822, 
até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
Confederação do Equador 
– 1824 (Crato, Icó e 
Quixeramobim)
Fim da escravidão em 
25.03.1884 (4 anos antes 
da abolição pela Lei Áurea 
em 15.05.1888)
2.1. Ceará na ConfeDeração Do equaDor
A Confederação do Equador (Nordeste em 1824) foi um movimento revolucionário (repu-
blicano e separatista), de liberais (abolicionistas e pela descentralização do Poder – federa-
listas), visando um país independente e com a capital no Recife (Pernambuco) contra monar-
quistas (absolutistas e conservadores).
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(<https://suburbanodigital.blogspot.com/2021/06/mapa-confederacao-do-equador-1824.html>)
A revolta foi em Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
O início foi com a outorga (imposição) da primeira Constituição brasileira, a do Império, 
em 1824, logo após a “independência” (1822), que teve um viés centralizador, com a inclusão, 
por exemplo, do Poder Moderador nas mãos do Imperador (autoritarismo), que sobrepunha os 
demais (Executivo, Legislativo e Judiciário), o que desgostou a classe rural, que ficou despres-
tigiada politicamente, além de altos impostos, bem como pessoas com ideais liberais (Revolu-
ção Industrial na Inglaterra) e pobreza generalizada.
Os principais líderes foram Manuel CarvalhoPais de Andrade e Joaquim do Amor Divino 
Rabelo Caneca (Frei Caneca).
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Execução e prisão da maioria de seus líderes, posto que fora reprimido pelas forças imperiais co-
mandadas pelo almirante britânico Thomas Cochrane).
Por fim, o jornalista Cipriano Barata foi preso, Padre Mororó foi executado e Frei Caneca, mentor in-
telectual do movimento, foi fuzilado dia 13 de janeiro de 1825 no largo das Cinco Pontas, no Recife, 
enfraquecendo, dessa maneira, a Confederação do Equador.
(<https://www.todamateria.com.br/confederacao-do-equador/>)
2.2. a imPorTânCia Da eConomia Do alGoDão
No início do século XIX, após a autonomia administrativa do Ceará em 1799, a produção 
de algodão passou a ter um significado relevante, que antes era uma atividade de subsistên-
cia, relegada a escravos e servos, salientando que estavam distantes do litoral e com precá-
rias estradas.
O impulso deu-se em virtude do aumento da demanda nacional e europeia, sobretudo pela 
“Revolução Industrial”2 na Inglaterra (a partir de 1760), favorecido, como vimos, o Ceará após 
sua autonomia da capitania de Pernambuco e a abertura dos portos em 1808 pela família real, 
possibilitando o intercâmbio com outras nações europeias, inclusive financiamentos, em es-
pecial os ingleses.
A importância da produção de algodão no Ceará foi em várias vertentes:
a) Fixação da população, inclusive de índios residentes em aldeias controladas pelas mis-
sões jesuítas, além da vinda de trabalhadores e produtores de todos os tipos – pequenos, 
médios e grandes -, ante adaptação ao clima semiárido, com estrutura simples e ciclo curto;
b) Atuação em conjunto com a pecuária, via alimentação do gado por suas folhas, sedi-
mentando a ocupação do interior; e
c) Fragmentação do território por latifundiários (grandes proprietários de terras), o que le-
vou a expansão da dominação política e econômica, concentrada nessa atividade – não houve 
também a diversificação da economia -, com reflexos até a atualidade: desigualdade social, 
pobreza e concentração de renda.
2.3. a esCraviDão neGra3 no Ceará
Conforme os tópicos anteriores, os destaques na economia no Ceará foram: a cana-de-
-açúcar no litoral, no período colonial; a pecuária extensiva; e a produção de algodão também 
2 Do artesanato à maquinofatura. No artesanato, o artesão trabalhava em geral sozinho e era proprietário dos meios de 
produção (matéria-prima e ferramentas); na maquinofatura (início da indústria), eram vários trabalhadores em oficinas, 
utilizando máquinas que não as suas, ou seja, do capitalista, surgindo novos grupos sociais: a burguesia (empregador) e 
proletariado (trabalhadores urbanos em fábricas).
3 Os índios opuseram-se à escravidão e a colonização, o que acarretou o extermínio de várias etnias e de culturas ante o con-
fronto com os dominadores.
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no interior, de forma mais acentuada no período imperial, demandando, em todas essas fases, 
a mão-de-obra escrava.
O ciclo do ouro no Brasil foi na região sudeste, no século XVIII, em especial em Minas Ge-
rais; já o café, em São Paulo e no Rio de Janeiro, no século XIX.
CANA-DE-AÇÚCAR
- Vinda de várias pessoas, em especial portugueses ante o lucro;
- Desmatamento da costa do Brasil; e
- Aumento do tráfico negreiro (busca de escravizados na África), para 
atender a grande produção e ao mercado externo.
PECUÁRIA
- Poucos escravos, já que a atividade era para o mercado interno, não 
comportando a compra de seres humanos pelo alto preço e o lucro 
respectivo, sendo substituídos por empregados nas fazendas e alguns 
índios aculturados, que depois tornaram-se pequenos produtores via 
parcerias e posseiros, em atividades de subsistência.
ALGODÃO
- Inicialmente, quando da plantação em grande escala, foi utilizado o 
escravo negro.
- Depois passou a ser um trabalho livre e assalariado, vez que o ciclo de 
plantio curto levava o escravizado à ociosidade, além da necessidade 
de constante vigilância com o contrabando, encarecendo a sua posse. 
Também havia mão-de-obra barata na região: homens livres pobres, 
índios, mestiços, e, pela facilidade na colheita, mulheres e crianças.
Curiosidade!
O Ceará foi o primeiro Estado que aboliu a escravidão, em 25 de março de 1884, quatro 
anos antes da Lei Áurea em 1888.
O jangadeiro Francisco José do Nascimento em 1881 recusou transportar escravos, en-
trando para história como “Dragão do Mar”.
3. o Ceará e a “rePúbliCa velha” – a PolíTiCa oliGárquiCa – Coronelis-
mo e ClienTelismo
A “República Velha” foi o período a partir da instituição da República em 15 de novembro de 
1889, que derrubou o Império, até 1930, quando houve a tomada do Poder por Getúlio Vargas.
Ela apresentou-se em duas fases:
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a) “República da Espada” (1889 – 1894), porque governada por militares – Marechal Deo-
doro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto; e
b) “República Oligárquica” (1894 – 1930), que significa república de “poucos” (elite), ma-
terializada com a “política café com leite”, que consistiu na alternância no Poder dos maiores 
produtores da economia brasileira na época: São Paulo (café) e Minas Gerais (leite). Apesar 
de outros Estados importantes como Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. 
Teve como base o fenômeno os “coronéis”, resquícios do “feudalismo” – pessoas ligadas aos 
Municípios (elite local – antigos membros da Guarda Nacional -, mas não integravam o Exér-
cito, sendo civis armados). Utilizavam o “voto de cabresto”, obrigando os eleitores (homens, 
maiores de 21 anos e alfabetizados) a votarem em determinadas pessoas em busca de be-
nesses dos governadores (“política de governadores”): fraudes eleitorais, corrupção e troca 
de favores.
(<https://brainly.com.br/tarefa/4442689>)
Esse sistema é conhecido como “Patrimonialista”, que é a confusão entre o público e o 
privado, consistindo em nepotismo (favorecimento por vínculos de parentesco), clientelismo 
(compra de apoio político via confiança e lealdade) e o fisiologismo (troca de favores), que 
teve vigência institucional até Getúlio Vargas, quando reformou o Estado, instituindo o modelo 
burocrático. Mas tais infelizes práticas ainda persistem...
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A “República Velha” foi marcada por instabilidade política e social. Podemos destacar no 
Brasil os seguintes movimentos:
Guerrade Canudos, na Bahia, em 1896-1897
Acusados de serem contra a República (monarquistas) ante a sua 
autonomia perante os coronéis (latifundiários – fazendeiros) e a Igreja. 
Foram massacrados pelo Exército, acabando com a comunidade de 
excluídos socialmente (na maioria sertanejos fugindo da seca, fome e da 
miséria) de cunho messiânico – Antônio Conselheiro, pregando uma vida 
regrada, com princípios religiosos e a salvação eterna após a morte -, com 
uma agricultura de subsistência.
Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro em 1904
Rebelião da população contra a truculência da vacinação à força 
e a restrição de direitos, como a proibição de emissão de certidão 
de casamento e registro de emprego, aumentada pela recente 
reurbanização no centro do Rio de Janeiro com o desalojamento de 
milhares de pessoas, culminando em uma “revolta” com destruição e 
“quebradeira” generalizada. Os líderes foram presos e mandados para o 
Acre, para ocupação do recente Estado incorporado ao Brasil em 1903.
Revolta da Chibata em 1910
Revolta de marinheiros (Marinha) contra os castigos corporais por 
faltas disciplinares. Houve tomada de navios, morte de seis oficiais e 
bombardearam o Rio de Janeiro, culminando com a abolição de tais atos 
com a repressão de seus líderes (alguns fuzilados e outros torturados, 
presos e degredados).
Revolta do Contestado (1912-1916)
Disputa de terras entre o Estado do Paraná e Santa Catarina, com 
base similar a que ocorreu em Canudos, sendo agricultores que 
perderam suas terras no espaço onde foi construída uma ferrovia por 
desapropriação à força (15 km de cada lado), juntando-se a um beato, 
chamado José Maria, fundando algumas vilas em Santa Catarina, não 
pagando impostos e acusados também de serem novos monarquistas, 
igualmente dizimados pelo Exército.
Aumento da imigração no Brasil
Brasil “novo” sem a figura do índio e do negro – política discriminatória 
de embranquecimento da população (eurocentrismo) -, com a vinda 
de trabalhadores estrangeiros (operários), que trouxeram ideias 
“revolucionárias”, como o anarquismo (ausência do Estado) e o socialismo 
(Estado detentor dos meios de produção – controle social).
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HISTÓRIA DO CEARÁ
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Guerra de Canudos, na Bahia, em 1896-1897
Greve geral em 1917 em São Paulo
Ausência de direitos trabalhistas – criação de sindicatos.
Fundação do Partido Comunista em 1922
Movimento tenentista em 1922
Tenentes e capitães que se revoltaram contra a exclusão social, o voto de 
cabresto, o voto aberto – eleições fraudulentas – e a corrupção.
Semana de Arte Moderna em 1922
Novas formas de expressão artística em geral, como a pintura, literatura, 
música e escultura: Modernismo, almejando modernizar-se como na 
Europa, mas com uma identidade própria, quebrando os paradigmas 
arcaicos da nossa sociedade, apesar de nossa tradição de monocultura 
(exportação praticamente do café na época).
Coluna Prestes (Luis Carlos Prestes), 1924 a 1927
Advinda do tenentismo, agora de cunho comunista (passeata de 25.000 
km por 12 Estados, pregando o não pagamento de tributos etc.).
Queda da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929
Desvalorização do café (75% da nossa exportação) e uma crise financeira 
no Brasil (90% do nosso café).
Revolução de 1930 – Getúlio Vargas
O presidente era Washington Luís, carioca radicado em São Paulo. O 
próximo deveria ser, pela política “café com leite”, um mineiro. Mas foi 
lançado outro paulista, Júlio Prestes (não confundam com Luis Carlos 
Prestes), que ganhou a eleição e foi acusado de fraude (coisa comum 
ante o voto aberto e de cabresto – coronelismo).
Os mineiros associaram-se com o paraibano João Pessoa (assassinado 
logo depois por outros motivos), que era o vice de Getúlio Vargas, do Rio 
Grande do Sul e, este com apoio do Exército, deu um golpe, instituindo 
um governo provisório em 03 de novembro de 1930, pondo fim à 
“República Velha”, inclusive porque em 1937 deu novo golpe, instituindo o 
“Estado Novo”.
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(<https://studymaps.com.br/republica-velha/>)
3.1. Coronelismo e o PaCTo Dos Coronéis no Ceará
No Ceará, o coronelismo, materializado pelos latifundiários (os grandes proprietários de 
terras) tem como ícone a família Accioly, que teve como governador autoritário Antônio Pinto 
Nogueira Accioly (1896 a 1912).
No início do século XX houve o “pacto dos coronéis” (1911), que almejava o retorno da 
família Accioly ao Poder e opunha-se à “política das salvações”4, no governo do Marechal Her-
mes da Fonseca (presidente da República – 1910-1914), que foi um programa de intervenção 
nos Estados, enfraquecendo as oligarquias locais, ou seja, um retorno, como no Império, de um 
governo centralizador.
4 Nome dado à participação de militares nas intervenções federais nos estados concentradas nas sucessões governamen-
tais ocorridas entre 1911 e 1912, com o objetivo de renovar a política brasileira dominada por setores oligárquicos.... As 
ações salvacionistas foram implementadas em sua maioria por oficiais do Exército, seja por meio do confronto político 
direto, ao se apresentarem como candidatos oficiais, seja por meio indireto, ao apoiarem um candidato de oposição ao 
setor oligárquico dominante (<https://atlas.fgv.br/verbetes/politica-das-salvacoes>).
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Em 1911, a oligarquia Accioly dava sinais de declínio e as constantes disputas internas enfraque-
ciam ainda mais o bloco coronelista. Então, em 4 de outubro de 1911, líderes políticos de 17 locali-
dades do Interior cearense se reuniram em Juazeiro para firmar pacto de harmonia entre si e apoio 
incondicional a Nogueira Accioly. O chamado “Pacto dos Coronéis” tinha também como objetivo 
acabar com a onda de crimes praticados impunemente na região.
(<https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/pacto-dos-coroneis-em-debate-1.445877>)
3.2. movimenTos soCiais reliGiosos
A política de coronéis do governo estadual de Accioly manteve a exclusão social, com o 
poder concentrado na elite. Os fazendeiros, tidos pela alcunha de coronéis, com seu poder 
econômico e, por via oblíqua, político, mantinham a situação social, utilizando-se, para tanto, 
de práticas nefastas, como voto de cabresto – coação de eleitores -, perpetuando-se no Poder 
em troca de favores do governo estadual, perfazendo o ciclo da “política de governadores”.
Essa situação, obstando a mobilidade social vertical, de ascensão dos menos favorecidos 
a uma condição melhor de vida, além da miséria generalizada, gerou insatisfações variadas, 
dentre as quais alguns movimentos religiosos e também ao banditismo.
Vejam que, em virtude da seca, no final do século XIX, houve um movimento migratório 
de cearenses à Amazônia, visando os seringais como trabalho ante a precariedade da vida 
no sertão.Política “Aciolina”
Movimentos messiânicos:
Padre Cícero e o beato Zé Lourenço Cangaço – Lampião
A propósito, já no século XIX houve movimentos religiosos, como o do padre Ibiapina – 
José Antônio de Maria Ibiapina (1806-1883), com ações de evangelização e obras de caridade 
para a melhoria de vida das pessoas nos sertões nordestinos -; e a Guerra de Canudos, na 
Bahia, em 1896-1897 (Antônio Conselheiro – líder religioso).
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Revolta ou Sedição do Juazeiro
Foi um conflito popular em 1914, no sertão do Cariri, em Juazeiro do Norte (Ceará). Teve 
como pressuposto uma resposta contra a “política das salvações”, que, como vimos, foi desa-
provada pelos coronéis (fazendeiros com poder político local), no intuito de derrubar o governo 
estadual de Marcos Franco Rabelo, indicado pelo presidente Hermes da Fonseca, que, unidos 
com o movimento religioso de Padre Cícero e com apoio popular, deu um “contorno” messiâ-
nico a revolta.
5
Importante salientar que a população já se encontrava muito incomodada com as péssi-
mas condições de vida, agravada pela miséria e a fome.
Assim, a revolta do juazeiro adquiriu um caráter messiânico, posto que a população, imbuída de 
crenças religiosas, acreditava participar de uma “guerra santa”, com a liderança religiosa e política 
de Padre Cícero. Nesse sentido, importante salientar a fusão que se estabeleceu entre o clero (igre-
ja) e os fazendeiros do Ceará.
Sem espanto, a revolta foi violenta entre os coronéis (comandados pelo senador gaúcho José Go-
mes Pinheiro Machado) e as forças do estado, resultando na retirada da intervenção política pelo 
poder do estado, que por sua vez foi entregue novamente para as oligarquias cearenses. Por fim, 
Franco Rabelo foi deposto.
Padre Cícero Romão Batista (1844-1934), popularmente chamado de “Padim Ciço”, nasceu no Ceará 
e foi um dos mais importantes líderes da Revolta do Juazeiro.
Figura mística, muito respeitado e querido, ao lado da família tradicional Acyoli, liderada pelo coro-
nel Antônio Pinto Nogueira Accioly, então presidente do Ceará, que possuía grande poder na época, 
Cícero convocou a população para lutar contra o Estado e reivindicar o poder, que estava anterior-
mente dominado pelas oligarquias do Ceará.
5 <https://istoe.com.br/532356-2/>
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Em 1911, com o apoio dos fazendeiros, foi eleito Prefeito de Juazeiro, e tornou-se símbolo da revolta 
sendo considerado um santo, profeta e protetor dos nordestinos.
(<https://www.todamateria.com.br/revolta-do-juazeiro/>)
Padre Cícero entrou para história como uma figura complexa: para alguns, mítica e popular, 
santo e outros como “coronel de batina”, por ter sido aliado aos coronéis e possuidor de gran-
des propriedades de terra.
Massacre do Sítio Caldeirão – Beato José Lourenço
Uma comunidade religiosa, liderada por um beato – José Lourenço Gomes da Silva -, em 
Crato, no Ceará, foi dizimada em 1937 por forças policiais, inclusive por metralhadoras e avi-
ões, com apoio de coronéis latifundiários e da Igreja, por ser uma comunidade independente e 
seu líder acusado de comunista e contra a ordem pública.
Todos esses movimentos, desde a Guerra de Canudos, tiveram em comum uma tentativa 
da população de fugir da miséria, da seca, da fome e do arbítrio dos coronéis; a reunião em 
comunidades com atividades de subsistência e autossuficientes; e massacradas pelo governo 
com o apoio dos coronéis e da Igreja Católica, que viam nesses movimentos uma afronta a 
seus princípios e domínios.
3.3. “banDiTismo”
O “Banditismo” é um termo genérico para o fenômeno de um grupo de bandidos existente 
desde sempre até 1940 no sertão nordestino. O mais conhecido foi o cangaço, cujo persona-
gem principal foi Virgulino Ferreira da Silva, o “lampião”.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49505229
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Os cangaceiros eram um grupo de bandidos (ladrões, assassinos e malfeitores), armados 
e que conheciam a região, saqueando fazendas, cidades e povoados, levando o terror a todos.
A par da violência por eles praticada, alguns historiadores veem como banditismo social: 
uma forma de resistência da população camponesa subjugada pela realidade social e o aban-
dono do governo com relação a política públicas em prol daquela sociedade, que ficou rele-
gada a sua miserável condição, destacando-se a prepotência e a dominação dos coronéis, o 
clima hostil (semiárido e seca), a ausência de perspectivas de atividades lucrativas, além da 
de subsistência e as relacionadas às fazendas dos latifundiários, ou seja, uma economia não 
diversificada, sem muitos investimentos, mantendo a estrutura de poder em torno das terras, 
de propriedade de poucos – oligarquia (“governo de poucos”).
Essa condição de raras oportunidades de ascensão social também foi o motor para a apa-
rição de comunidades pobres, de cunho religioso, como forma de sobrevivência um pouco 
melhor e com esperança, mesmo que após a morte, de uma existência mais digna.
(<https://infinittusexatas.com.br/historia-do-brasil-republica-velha-resumos-e-mapas-mentais/>)
4. o PeríoDo 1930/1964
No período de 1930 a 1964 houve a ditadura de Vargas (1930-1945) e a redemocratização, 
de 1946 a 1964, quando houve um novo golpe militar (1964-1985).
4.1. o esTaDo-novo e o Ceará
O Estado-Novo (ditadura), conforme acima, teve início após a “revolução de 1930”, com a 
chegada ao Poder de Getúlio Vargas, e após um outro novo golpe, em 1937.
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Getúlio Vargas estava preocupado com o retorno da oligarquia antiga, principalmente de 
São Paulo que lançou um candidato, criando um falso plano, intitulado Cohen, de que os comu-
nistas queriam tomar o Poder.
Assim, com o intuito de impedir isto, cercou o Congresso Nacional e, no mesmo dia 
(10.11.1937), outorgou (impôs) uma outra Constituição,6 sem término do mandato, demitindo 
todos os governadores e nomeando pessoas de sua confiança, enfraquecendo as elites locais 
– os coronéis. Criou o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda -, que controlava, além 
da propaganda governamental, os meios de comunicação: censura a rádios, jornais e revistas.
A política de Vargas foi focada no incentivo às indústrias e no trabalhismo, conforme qua-
dros a seguir:
6 A despeito dele próprio já ter feito uma há pouco mais de três anos: a Constituição de 1934.
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* Como exemplo, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o salário-mínimo, como um 
meio de controlar os gastos dos trabalhadores urbanos, jornada máxima de trabalho, horas ex-
tras, adicional noturno etc. Os trabalhadores deveriam ser produtivos e ordeiros para o progres-
so do Brasil, inspiração positivista que há inclusive na nossa bandeira – “Ordem e Progresso”.
** Um dia por ano de remuneração dos trabalhadores, descontado na folha e repassado 
aos respectivos sindicatos, fortalecendo-os, coaptando os trabalhadores aos sindicatos, que 
estavam sob pressão e domínio do governo ao invés de algum partido político, como o comu-
nista, que estava, assim como os demais, na ilegalidade pela sua extinção com a Constituição 
de 1937, mantendo a nova elite mais tranquila, a industrial.
Essa política entrou para história como o nome de trabalhismo: uma série de benefícios 
protecionistas aos trabalhadores.
Criou a Justiça do Trabalho, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a CTPS (carteira de 
trabalho e previdência social), tido como o documento mais importante do trabalhador, geran-
do gratidão e retribuição, passando a ser o “pai dos pobres”.
(<https://www.colegioweb.com.br/curiosidades/curiosidades-sobre-clt.html>)
Toda essa normatividade (criação de normas, direitos e benefícios) foi também no intuito 
de manter o controle dos trabalhadores, pacificando as relações com os empregadores, no 
caso as indústrias, evitando conflitos como a greve geral de 1917 e a politização por partidos 
políticos.
A ditadura de Vargas foi até 1945 com a sua deposição, por um golpe simples e pacífico, 
retornando depois em 1951, via eleições diretas (democraticamente), até sua morte por suicí-
dio em 1954.
Ante a política varguista ter sido na industrialização do Brasil, os Estados maiores benefi-
ciados foram a capital na época, o Rio de Janeiro, e São Paulo, inclusive em decorrência do de-
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senvolvimento urbano, a anterior imigração estrangeira, a criação de sindicatos, tudo voltado 
para o trabalhador urbano e o Nordeste ficou mais uma vez “esquecido”, vez que o interior era 
eminentemente rural. Neste sentido:
... O primeiro interventor no Ceará foi Fernandes Távora, mas ele governou por pouco tempo, pois 
continuou com as práticas clientelistas e corruptas da República Velha. Os interventores não tarda-
ram a se acomodar com as elites locais. O quadro político cearense esteve, nesse período, influen-
ciado por duas associações: a Liga Eleitoral Católica (LEC), que, por seus vínculos religiosos e apoio 
dos latifundiários interioranos, obteve grande penetração no eleitorado cearense e apoiou segmen-
tos fascistas que organizaram a Ação Integralista Brasileira (AIB) no Ceará; e a Legião Cearense do 
Trabalho (LCT), organização operária conservadora, corporativista, anticomunista e antiliberal (na 
prática, fascista) que existiu no Ceará entre 1931 e 1937.
(<https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/ceara/historia/conheca/estado-novo>)
O governo de Vargas em 1932 criou “campos de concentração” para impedir que sertane-
jos invadissem as cidades, fugindo da seca:
Assim, um amplo programa de criação de campos de concentração, em que os retirantes fossem 
induzidos a entrar e proibidos de sair, foi implementado com total apoio da Interventoria Federal no 
Ceará. A fim de prevenir a “afluência tumultuária” de retirantes famintos a Fortaleza, cinco campos 
localizavam-se nas proximidades das principais vias de acesso à capital, atraindo os agricultores 
que perdiam suas colheitas e se viam à mercê da caridade pública ou privada.... Uma vez dentro do 
campo, o retirante era obrigado não só a permanecer nele durante todo o período considerado de 
seca, mas deveria submeter-se a condições de moradia, relacionamento, trabalho e comportamento 
regulados pelas normas irredutíveis ditadas pelos dirigentes indicados pelo interventor, prefeitos 
nomeados e engenheiros do IFOCS. Os campos, portanto, pretendiam impedir a mobilidade física e 
política dos retirantes através da concessão de rações diárias e de assistência médica. O controle 
dessa imensa população... representou um gigantesco esforço de organização, que tinha seu con-
traponto nas ações violentas das multidões de retirantes que ameaçavam tomar em suas mãos a 
resolução de suas aflições.
(NEVES, Frederico de Castro. Getúlio e a seca: políticas emergenciais na era Vargas. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/j/rbh/a/5GNSQTXnMM7kTM3rr8B4TrM/?lang=pt#>.
Na década de 40, Vargas incentivou a migração de vários nordestinos, em especial cea-
renses, para a Amazônia em um novo ciclo da borracha,7 visando o comércio externo ante a 
segunda guerra mundial, com acordo com os Estados Unidos da América,8 criando o SEMTA 
– Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia:
7 O primeiro foi entre 1879 e 1912.
8 Repasse de mais de 100 milhões de dólares para artigos necessários à defesa, incluindo a borracha. O ciclo da borracha 
encerrou-se em 1945, sendo que o seu declínio deu-se também pela substituição da natural para sintética, além da concor-
rência asiática.
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O início dos anos 1940, no Ceará, foi influenciado pela Segunda Guerra Mundial e as implantações 
decorridas pelos Acordos de Washington. Em Fortaleza, foi montada uma base norte-americana, 
mudando os hábitos locais e empolgando a população, que passou a realizar diversos atos, mani-
festos e passeatas contra o nazismo. O Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a 
Amazônia – SEMTA, foi criado e teve sua sede em Fortaleza. Este realizou uma forte propaganda go-
vernamental a qual estimulava os sertanejos a migrar para a Amazônia, onde estes tornariam-se os 
Soldados da Borracha do Exército da Borracha, isto é, explorariam o látex das seringueiras. Milhares 
de cearenses emigraram para o Norte, muitos dos quais morreram. Porém, estas mortes não foram 
em vão, já que, graças aos soldados da borracha e sua mais-valia, os Estados Unidos e Aliados pu-
deram combater os exércitos do Eixo sem os seringais da Ásia para abastecê-los.
(<https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/ceara/historia/conheca/estado-novo>)
A política de Vargas foi direcionada na industrialização e no trabalhismo, beneficiando os tra-
balhadores urbanos, relegando os camponeses a condição que tinham e, como tal, deixando-
-os sujeitos aos coronéis.
Dentro desta perspectiva, o Nordeste como um todo, em especial o interior, não teve o mesmo 
desenvolvimento que as regiões Sul e Sudeste.
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4.2. rePerCussões Da reDemoCraTização; “inDúsTria Da seCa”: DnoCs 
e suDene
O novo ciclo da borracha (1942-1945), acima mencionado, além das altas taxas de mor-
talidade, causou uma redução drástica da população no Nordeste, sobretudo no sertão, que, 
no entanto, foi “recuperada” nos anos 50 (senso do IBGE – 1950/1960), em especial na área 
urbana ante o processo de urbanização das cidades, contribuindo, para tanto, a energia elétrica 
da hidroelétrica Paulo Afonso na Bahia e a industrialização, com base no plano de metas no de-
senvolvimentismo no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), com a criação do Banco 
do Nordeste do Brasil (BNB) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
O Departamento Nacional de Obras contra as secas (DNOCS), criado em 1909, tinha uma 
imagem ruim, ineficaz e de desvio de verbas, passando a ser depois controlado pela SUDENE:
O DNOCS continuou a atuar, embora com uma imagem já totalmente desfavorável. A seca de 1958, 
uma das mais severas e com um dos mais elevados números de refugiados, apresentou-se como 
uma prova indiscutível de que toda a política até então executada havia sido inócua. ...
Entretanto, a imagem do órgão junto à opinião pública era cada vez mais negativa. O DNOCS era 
visto como uma instituição que se aproveitava das secas para manipular verbas de forma corrupta, 
favorecendo o enriquecimento ilícito de políticos e fazendeiros da região, realizando obras “fantas-
mas” e forjando pagamentos a trabalhadores inexistentes. As acusações chegaram a provocar a 
abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI).
Por fim, o descrédito do DNOCS levou o governo a buscar uma solução mais radical para o Nordeste, 
criando em 1959 a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O DNOCS passou 
a ser controlado por essa nova agência.
(<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/>departamento-nacional-de-o-
bras-contra-as-secas-dnocs>)
SUDENE, autarquia federal, subordinada ao Ministério do Interior, sediada em Recife (Per-
nambuco), criada em 1959 pela lei n. 3.692, de 15 de dezembro de 1959:
Art. 2º A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste tem por finalidades:
a) estudar e propor diretrizes para o desenvolvimento do Nordeste;
b) supervisionar, coordenar e controlar a elaboração e execução de projetos a cargo de órgãos fede-
rais na região e que se relacionem especificamente com o seu desenvolvimento;
c) executar, diretamente ou mediante convênio, acordo ou contrato, os projetos relativos ao desen-
volvimento do Nordeste que lhe forem atribuídos, nos termos da legislação em vigor;
d) coordenar programas de assistência técnica, nacional ou estrangeira, ao Nordeste.
Em resumo:
A historiografia oficial da própria Sudene põe ênfase nas causas imediatas — a seca de 1958 e suas 
consequências: desemprego rural e êxodo — e toma como “causas históricas” a própria ideologia do 
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órgão: o fato de que o aguçamento das diferenças regionais indicava o planejamento como o único 
caminho para promover o desenvolvimento. O planejamento aparece com uma racionalidade a-his-
tórica e uma marcha linear: primeiro, ocorreu a criação do Banco do Nordeste do Brasil em 1952, e 
depois veio a criação do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) em 1956, 
este no âmbito do Conselho de Desenvolvimento. Até mesmo, remotamente, a criação do Departa-
mento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), no princípio do século, como Inspetoria Federal, 
anunciava uma ação “planejada”.
Põe-se ênfase também no muito famoso e pouco conhecido Relatório Ramagem, preparado pelo co-
ronel Orlando Ramagem para o Conselho de Segurança Nacional sobre a seca de 1958 e os escân-
dalos da “indústria das secas”: aproveitando-se da miséria dos retirantes, a corrupção se revelava 
nas listas de trabalhadores “fantasmas” das frentes de trabalho do DNOCS, nas estradas que iam 
de nenhum lugar para lugar nenhum, nos “barracões” dos empreiteiros, nas obras (açudes, estradas, 
poços) nas fazendas dos amigos, dos chefes políticos, dos “coronéis” e seus vassalos. Enfim, era a 
estrutura do latifúndio, do coronelato, da oligarquia agrária nordestina que capturou o DNOCS, e que, 
politicamente, em sua maior parte, constituía no Nordeste o Partido Social Democrático (PSD), ao 
qual pertencia o próprio presidente Kubitschek. O relatório parece ter-se constituído em elemento de 
pressão das forças armadas, principalmente do Exército.
(<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/superintendencia-do-desenvolvi-
mento-do-nordeste-sudene>)
(<https://descomplica.com.br/artigo/mapa-mental-jk/43d/>)
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5. os Governos miliTares
Os governos militares foram de 1964 a 1985 (quase 21 anos), com a ditadura que se ins-
talou, com o golpe (para alguns, contragolpe), em 31 de março de 1964, derrubando o governo 
de João Goulart.
(<https://www.politize.com.br/ditadura-militar-no-brasil/>)
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Essa nova ditadura9 representou a centralização do Poder no governo federal10 e a res-
trição de direitos e garantias individuais, via a Constituição Federal de 1967, os atos ins-
titucionais, sobretudo o n. 05 em 1968 e a emenda n. 01 de 1969 (para alguns uma nova 
Carta Magna).
O AI 5 foi o mais autoritário dos atos institucionais, vez que possibilitava, sem prazo, 
ao Presidente,11 o fechamento do Poder Legislativo em todo o Brasil (federal, estadual e 
municipal), com cassação de mandatos e de cargos públicos, nomeação de interventores, 
suspensão de direitos e garantias individuais e decretar estado de sítio sem a aprovação 
do Legislativo.
Nesse período, surgiu o “milagre econômico” (1968-1973), no qual houve um aumen-
to exponencial do PIB (Produto Interno Bruto)12, chegando a cerca de 12,5% de 1971 e 
1973,13 com investimentos públicos e privados, tendo sido criadas centenas de estatais 
(empresas públicas), como Telebrás, Embratel e Infraero, além do Banco Central, o SFH 
(Sistema Financeiro Habitacional) e o BNH (Banco Nacional de Habitação), aumentando 
demasiadamente a população urbana (migração do campo para as cidades), com ápice na 
década de 1980.
A partir de 1973 a 1985, no declínio desse regime de exceção, houve crise econômica, 
com contribuição da crise mundial do Petróleo em 1973, aumento da inflação, tabelamento 
de preços e dívida externa em virtude do endividamento anterior, que, diante da recessão, 
concentração de rendas nas mãos de poucose a desigualdade social, ocorreram insatis-
fações populares e políticas clamando pela redemocratização, via eleições diretas, inician-
do-se a transição, lenta e gradual, revogando o AI 5 (1978), concedendo a anistia geral e 
irrestrita, possibilitando a liberdade de presos políticos e retorno das pessoas que estavam 
exiladas no estrangeiro, o pluripartidarismo, eleições para governadores e a campanha em 
1983 e 1984 das “Diretas-já”, que, embora derrotada na Câmara dos Deputados (Emenda 
Constitucional Dante de Oliveira), possibilitou que em 1985, em 15 de janeiro, concorres-
sem, por eleições indiretas pelo Colégio Eleitoral,14 à presidência da República, civis, ven-
cendo Tancredo de Almeida Neves, sendo substituído na sua posse, em 15 de março de 
1985, por seu vice, José Sarney, ante sua internação por doença grave e morte, pondo fim 
ao regime militar.
9 A anterior, na era Vargas (1930-1945).
10 Brasília, a nova capital, inaugurada por Juscelino Kubitschek em 1960.
11 Na época, presidente Artur da Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968.
12 “(...) soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os 
países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.” (<https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php>).
13 <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/milagre-economico-brasileiro>.
14 Formado por deputados federais, senadores, e delegados das assembleias estaduais.
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5.1. “novo” Coronelismo; a “moDernização ConservaDora”
O novo coronelismo, como contrapeso conservador e reacionário a quaisquer mudanças 
políticas sempre esteve presente, acentuando-se ainda mais no interior do Brasil, mais propria-
mente no Nordeste, ante, como já asseverado, a concentração de grandes áreas em reduzidos 
proprietários, mantendo estagnada por exemplo a economia e as relações sociais vigentes.
Neste contexto, destaca-se a ausência de reformas de base, como a reforma agrária, man-
tendo a estrutura de poder, calcada nos grandes latifúndios (porções de terras) de propriedade 
dos coronéis, que, em virtude de seu poder econômico, pressionavam (e pressionam desde 
sempre) politicamente, não tendo sido diferente no período dos governos militares, tanto assim 
que o Nordeste era o reduto da Arena (Aliança Renovadora Nacional, criada em 1985), partido 
conservador e de sustentação do governo militar, e depois PDS (Partido Democrático Social).
(<https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Democr%C3%A1tico_Social>)
O jurista Rogerio Tadeu Romano explicita o novo coronelismo na manutenção de clãs fami-
liares, mantendo-as no Poder:
O coronelismo moderno se identifica, como sempre em seu germe, com a formação de clãs fami-
liares. Essas grandes famílias se apropriaram do poder no Brasil, principalmente nas regiões mais 
pobres, rateando a máquina pública entre seus representantes. Elas rateiam o poder, colocando 
seus representantes nas posições decisórias.
O Nordeste é um exemplo patético. Tanto proporcionalmente quanto em números absolutos. De 
cada dez parlamentares que assumiram o mandato por um dos nove estados nordestinos, seis têm 
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algum parentesco com outras figuras do mundo político. A prática da política em família é comum 
a 97 dos 161 deputados da região.
Esse novo coronelismo ajuda a formar as maiores bancadas hoje existentes, quais sejam: a do boi, 
a da bala, que se aliam a chamada bancada da bíblia. Conservadoras e apoiadoras do status quo, 
adotam a tese de que é preciso mudar sem que nada mude. As questões ambientais, dos direitos 
humanos e do uso e parcelamento racional da terra, seja no espaço urbano ou rural, são para essas 
elites temas inconvenientes e até proibidos.
Esse coronelismo está entre os integrantes da base de formação do chamado “centrão”, que tem, 
em sua maioria, um perfil conservador. Com 42% do total de cadeiras da Câmara, controla 53% da 
bancada evangélica, 49% da bancada da bala e 46% da bancada ruralista.
https://jus.com.br/artigos/58766/o-novo-coronelismo
(<https://www.professorfiorin.com/2019/08/mapa-mental-ditadura-militar.html>)
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6. a “nova” rePúbliCa: os “Governos Das muDanças”
A volta da democracia, tendo como marco a Constituição “cidadã” de 05 de outubro de 
1988, pôs fim a uma série de normas vigentes, aumentando muito os direitos e garantias indi-
viduais, agora como fundamentais e como cláusulas pétreas, juntamente com outros valores, 
que não podem ser objetos sequer de deliberações de propostas de emendas constitucionais 
visando suas extinções.
A separação e a harmonia dos Poderes e o aumento das competências legislativas dos 
Estados e Municípios igualmente são matérias tratadas na nova Constituição.
Mas não só, há outros pontos sensíveis e distintos, como os reflexos das ações coletivas, 
e, de forma correlata, o fortalecimento de outros agentes, como o Ministério Público (fiscal da 
lei e autor de demandas), dando proeminência a algumas leis e institutos, como a Ação Civil 
Pública (Lei 7.347/85 e alterações), Juizados Especiais, Defensorias Públicas, o Estatuto da 
Criança e do Adolescente (Lei 8.069/92), o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.0878/90) e 
o estatuto do idoso (Lei 10.741/03).
15Nesta época, a crise maior era a economia com a inflação em nível estratosférico:
A solução foram planos econômicos, a partir de José Sarney até Itamar Franco,16 que criou 
o Plano Real e estabilizou a economia, tendo logo depois seu ministro da fazenda, Fernando 
Henrique Cardoso, sido o vitorioso nas eleições seguintes para Presidência da República:
15 <https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/inflac3a7c3a3º.png>
16 <https://descomplica.com.br/artigo/mapa-mental-nova-republica/4y5/>
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Nessa segunda redemocratização,17 houve a terceira reforma administrativa,de natureza 
neoliberal18: gerencial, iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso em 1995 com pro-
gramas de privatizações, visando a eficiência (princípio constitucional – art. 37, caput) na Ad-
ministração Pública.
A preocupação com a excelência nos serviços públicos veio em 1991 com a Fundação 
para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPQN)19, alterada em 2005 para Fundação Nacional da 
Qualidade (FNQ), que visava estimular e apoiar as organizações públicas e privadas no de-
senvolvimento e na evolução de suas gestões para tornarem-se sustentáveis, cooperativas e 
com valor para a sociedade, disseminando fundamentos e critérios de excelência (modelo de 
excelência em gestão).
A partir de 2005, o Governo Federal passou a adotar o Programa Nacional de Gestão Públi-
ca e Desburocratização – Gespública -, visando uma melhor administração com foco em resul-
tados, reafirmando a preocupação de uma administração gerencial com uma efetiva alteração 
positiva da realidade social, norte a ser atingido.
17 A primeira de 1946 a 1964.
18 Estado mínimo e a transferência de setores à iniciativa privada.
19 Atualmente é título de reconhecimento.
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No âmbito da transparência, nasceu a Lei n. 12.527/2011, de acesso à informação, englo-
bando o controle social da Administração Pública, além da anterior Lei de Improbidade Admi-
nistrativa, n. 8429/92 e a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar n. 135/2010) e, como incentivo 
às investigações criminais, a Lei da Deleção Premiada, n. 12850/13.
Além disto, algumas ações ocorreram que mudaram, a médio prazo (cerca de duas déca-
das), a qualidade dos serviços públicos, como: o fortalecimento de órgãos de controle interno 
e externo; a liberdade de imprensa em acompanhar processos e divulgar informações; a TV 
Justiça, pioneira mundial na transparência; programas motivacionais; e o Processo Judicial 
Eletrônico (Justiça pela internet, abolindo o processo físico).
Evolução da Administração Pública e as reformas do Estado:
A atual fase republicana possibilitou a emancipação, por desmembramento, de municípios, 
relacionado a urbanização e crescimento populacional, além de novo pacto federativo, dando 
maior autonomia aos Estados e Municípios, com repartição de competências.
A industrialização, iniciada de forma mais genérica no primeiro governo de Vargas, teve 
influência, como tendência, no Ceará a partir da década de 1990.
A Constituição atual, de 1988, é tida como cidadã ante o grande número de direitos, princí-
pios e garantias fundamentais, sendo na realidade, como de costume as leis brasileiras, mais 
uma intenção, gerando expectativas, do que a concretização, que necessita de tempo, pessoal, 
recursos e de políticas públicas efetivas, eficientes e eficazes.
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A reforma agrária ficou como desapropriação de área improdutiva, de acordo com a atual 
Constituição Federal.
Contudo, a questão da terra atualmente deixou de ser sinónimo de poder político, de de-
tentores de votos como os antigos coronéis, acabados pela modernidade em decorrência do 
ingresso de outros atores (associações de classes, trabalhadores, empresários, administração 
pública) no cenário, que se cinge a questão financeira: o capitalismo.
Há autores que entendem que não há mais o coronelismo, entendido este como o poder 
político, via votos de cabresto, em nome dos ruralistas e nem mesmo neocoronelismo, porque 
não há mais a ligação/interesse com o Poder pela alteração da natureza da relação com a terra 
e o ingresso de novos atores; enquanto que outros apontam que tais práticas nefastas do patri-
monialismo, em especial a corrupção e o clientelismo, passaram para (ou ficaram) dentro da Ad-
ministração Pública, sendo o neocoronelismo, vigente através da herança política, mantendo no 
Poder as antigas famílias dos coronéis e, de certa forma, as velhas estruturas políticas e sociais 
(conservadorismo), com a ascensão a cargos de direção de integrantes das elites locais, incluin-
do a materialização de políticas assistencialistas, como paternalismo aos menos favorecidos 
(modernização conservadora – clientelismo político), constituindo currais eleitorais.
De qualquer forma, a República atual alterou o cenário, dificultando tais práticas em virtude 
de novas perspectivas, o interesse ser o econômico, financeiro, e as relações respectivas trans-
mudaram-se substancialmente.
7. RESUMO
O PERÍODO COLONIAL (1500 – descobrimento do Brasil – a 1822 – Independência)
Ocupação do território por Capitanias Hereditárias, sendo a do Ceará subalterna de 
Pernambuco, cuja autonomia foi em 1799, quando houve a produção em maior escala do 
algodão.
Sesmarias, divisão de terras, que possibilitou a ocupação do território.
Atividade econômica no litoral foi a açucareira; enquanto que no interior foi a pecuária 
extensiva: gado, couro e carne (charqueadas).
Dois fatores dificultaram o povoamento no interior do Ceará: o clima seco (clima Tropical 
semiárido, baixos índices pluviométricos e longos períodos de estiagem) e a resistência 
indígena.
As fazendas de gado foram as sedes dos povoados, do poder local, da miscigenação e 
aculturação dos índios, com o apoio da Igreja Católica, em especial as missões jesuítas.
O Ceará, assim como o sertão Nordestino, ficou sem investimentos ante não ter uma atividade 
lucrativa de interesse da coroa portuguesa.
Apoio à Revolução Pernambucana – Cariri, Crato – 1817 -, com a Proclamação da República 
e a Independência de Crato, que durou pouco tempo.
A disputa entre portugueses e nativos acarretou o extermínio de várias etnias indígenas e a 
aculturação.
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7. RESUMO
O PERÍODO IMPERIAL (1822 até a Proclamação da República em 1889)
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
Confederação do Equador – 1824 (Crato, 
Icó e Quixeramobim)
Fim da escravidão em 25.03.1884 (4 
anos antes da abolição pela Lei Áurea em 
15.05.1888)
A produção do algodão deu-se com o aumento da demanda nacional e europeia, sobretudo 
pela “Revolução Industrial” na Inglaterra, cuja sua importância no Ceará foi: fixação da 
população, atuação em conjunto com a pecuária e fragmentação do território por latifundiários 
(grandes proprietários de terras), o que levou a expansão da dominação política e econômica, 
com reflexos até a atualidade: desigualdade social, pobreza e concentração de renda.
A escravidão negra no Ceará:
CANA-DE-AÇÚCAR
- Vinda de várias pessoas, em especial portugueses ante o lucro;
- Desmatamento da costa do Brasil; e
- Aumento do tráfico negreiro (busca de escravizados na África), para atender a grande 
produção e ao mercado externo.
PECUÁRIA
- Poucos escravos, já que a atividade era para o mercado interno, sendo substituídos por 
empregados nas fazendas e alguns índios aculturados.
ALGODÃO
- Inicialmente,quando da plantação em grande escala, foi utilizado o escravo negro. 
Depois passou a ser um trabalho livre e assalariado.
O Ceará foi o primeiro Estado que aboliu a escravidão, em 25 de março de 1884, quatro 
anos antes da Lei Áurea em 1888.
O CEARÁ E A “REPÚBLICA VELHA” (1889 até a revolução de 1930, de Getúlio Vargas) – a 
política oligárquica – coronelismo e clientelismo
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7. RESUMO
Ela apresentou-se em duas fases: a) “República da Espada” (1889 – 1894), porque governadas 
por militares; e b) “República Oligárquica” (1894 – 1930), que significa república de “poucos” 
(elite), materializada com a “política café com leite”, que consistiu na alternância no Poder dos 
maiores produtores da economia brasileira na época: São Paulo (café) e Minas Gerais (leite).
Teve como base o fenômeno “coronéis”, resquícios do “feudalismo” – pessoas ligadas aos 
Municípios (elite local – antigos membros da Guarda Nacional -, mas não integravam o 
Exército, sendo civis armados). Utilizavam o “voto de cabresto”, obrigando os eleitores a 
votarem em determinadas pessoas em busca de benesses dos governadores (“política de 
governadores”): fraudes eleitorais, corrupção e troca de favores.
Esse sistema é conhecido como “Patrimonialista”, que é a confusão entre o público e o 
privado, consistindo em nepotismo (favorecimento por vínculos de parentesco), clientelismo 
(compra de apoio político via confiança e lealdade) e o fisiologismo (troca de favores), que teve 
vigência institucional até Getúlio Vargas, quando reformou o Estado, instituindo o modelo 
burocrático. Mas tais infelizes práticas ainda persistem...
O coronelismo no Ceará (os grandes proprietários de terras) tem como ícone a família Accioly.
No início do século XX houve o “pacto dos coronéis” (1911), que almejava o retorno da família 
Accioly ao Poder e opunha-se à “política das salvações”, que foi um programa do governo 
federal de intervenção nos estados, enfraquecendo as oligarquias locais.
Essa situação, obstando a mobilidade social vertical, de ascensão dos menos favorecidos a 
uma condição melhor de vida, além da miséria generalizada, gerou insatisfações variadas, 
dentre as quais alguns movimentos religiosos e também ao banditismo.
A Revolta do Juazeiro foi um conflito popular em 1914, no sertão do Cariri, em Juazeiro do 
Norte (Ceará). Teve como pressuposto uma resposta contra a “política das salvações”, que 
foi desaprovada pelos coronéis (fazendeiros com poder político local), no intuito de derrubar 
o governo estadual, que, unidos com o movimento religioso de Padre Cícero e com apoio 
popular, deu um “contorno” messiânico a revolta.
O Massacre do sítio Caldeirão: uma comunidade religiosa, liderada por um beato – José 
Lourenço Gomes da Silva -, em Crato, no Ceará, foi dizimada em 1937 por forças policiais, 
inclusive por metralhadoras e aviões, com apoio de coronéis latifundiários e da Igreja, por ser 
uma comunidade independente e seu líder acusado de comunista e contra a ordem pública.
Todos esses movimentos, desde a Guerra de Canudos, tiveram em comum uma tentativa 
da população de fugir da miséria, da seca, da fome e do arbítrio dos coronéis; a reunião 
em comunidades com atividades de subsistência e autossuficientes; e massacradas pelo 
governo com o apoio dos coronéis e da Igreja Católica, que viam nesses movimentos uma 
afronta a seus princípios e domínios.
O “Banditismo” é um termo genérico para o fenômeno de um grupo de bandidos existente 
desde sempre até 1940 no sertão nordestino. O mais conhecido foi o cangaço, cujo 
personagem principal foi Virgulino Ferreira da Silva, o “lampião”.
O PERÍODO 1930/1964: ditadura de Vargas (1930-1945) e a redemocratização, de 1946 a 
1964, quando houve um novo golpe militar (1964-1985).
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7. RESUMO
O Estado-Novo (ditadura) teve início após a “revolução de 1930”, com a chegada ao Poder de 
Getúlio Vargas, e após um outro novo golpe, em 1937.
A política de Vargas foi focada no incentivo às indústrias e no trabalhismo (concessão de 
benefícios e protecionismo aos trabalhadores urbanos).
Ante a política varguista ter sido direcionada na industrialização do Brasil, os Estados maiores 
beneficiados foram a capital na época, o Rio de Janeiro, e São Paulo, inclusive em decorrência 
do desenvolvimento urbano, a anterior imigração estrangeira, a criação de sindicatos, tudo 
voltado para o trabalhador urbano e o nordeste ficou mais uma vez “esquecido”, vez que o 
interior era eminentemente rural.
Houve aumento populacional nos anos 50, em especial na área urbana ante o processo de 
urbanização das cidades, contribuindo, para tanto, a energia elétrica da hidroelétrica Paulo 
Afonso na Bahia e a industrialização, com base no plano de metas no desenvolvimentismo no 
governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), com a criação do Banco do Nordeste do Brasil 
(BNB) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
O Departamento Nacional de Obras contra as secas (DNOCS), criado em 1909, tinha uma 
imagem ruim perante a população, ineficaz e de desvio de verbas, passando a ser depois 
controlado pela SUDENE.
OS GOVERNOS MILITARES (1964 a 1985)
Essa nova ditadura representou a centralização do Poder no governo federal e a restrição de 
direitos e garantias individuais, via a Constituição Federal de 1967, os atos institucionais, 
sobretudo o n. 05 em 1968 e a emenda n. 01 de 1969 (para alguns uma nova Carta 
Magna).
Nesse período, surgiu o “milagre econômico” (1968-1973), no qual houve um aumento 
exponencial do PIB, investimentos públicos e privados, tendo sido criadas centenas de 
estatais, o Banco Central, o SFH (Sistema Financeiro Habitacional) e o BNH (Banco Nacional 
de Habitação), aumentando demasiadamente a população urbana (migração do campo para 
as cidades), com ápice na década de 1980.
A partir de 1973 a 1985, no declínio desse regime de exceção, houve crise econômica, com 
contribuição da crise mundial do Petróleo em 1973, aumento da inflação, tabelamento de 
preços e dívida externa ante o endividamento anterior, que, diante da recessão, concentração 
de rendas nas mãos de poucos e a desigualdade social, ocorreram insatisfações populares 
e políticas clamando pela redemocratização.
A eleição indireta, via Colégio Eleitoral, em 1985 pôs fim ao regime militar.
O novo coronelismo, como contrapeso conservador e reacionário a quaisquer mudanças 
políticas sempre esteve presente, acentuando-se ainda mais no interior do Brasil, mais 
propriamente no Nordeste, ante a concentração de grandes áreas com reduzidos 
proprietários, mantendo estagnada por exemplo a economia e as relações sociais vigentes.
Assim, a política brasileira sempre oscilou entre a centralização, com projetos de modernização 
econômica, em períodos ditatoriais, e a oligárquica, com a descentralização em períodos 
democráticos.
A “nova” República: os “governos das mudanças”.
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