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1
Segundo Reinado – 
segunda fase (1850-1870)
Aula 
13 4C
História
Café: o “ouro verde”
Como sabemos, a principal atividade econômica do período foi o café, produzido inicialmente na região conhecida 
como Vale do Paraíba e desenvolvido com uma estrutura muito semelhante à açucareira, ou seja, a plantation.
RUGENDAS, Johann Moritz. Secagem do Café. Século XIX.
Na segunda metade do século 
XIX, a lavoura cafeeira expande-se 
para a região conhecida como 
oeste paulista.
Os fazendeiros fluminenses 
vão se tornar o sustentáculo 
econômico e político do Im-
pério, que em contrapartida 
defenderá seus interesses polí-
ticos e econômicos, particular-
mente a escravidão.
A decadência da cafeicul-
tura do Vale do Paraíba, na se-
gunda metade do século XIX, 
indicará o declínio da própria 
estrutura monárquica.
Exportação de café em milhares 
de sacas de 60 kg, por decênio:
1821/30 3 178
1831/40 10 430
1841/50 18 367
1851/60 27 339
1861/70 29 103
1871/80 32 509
1881/90 51 631
Rota do café – segunda metade do século XIX
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2 Extensivo Terceirão
O clima e o solo da região oeste paulista – a chamada “terra roxa” – eram 
muito favoráveis ao plantio do café. Além disso, os proprietários paulistas 
encontravam-se mais intensamente inseridos na dinâmica econômica do 
capitalismo, por esse motivo diferenciavam-se dos fazendeiros fluminenses, 
por sua qualidade e espírito empreendedor. Além disso,
 • usavam técnicas mais modernas para a produção do café, estabelecendo 
assim maior produtividade e diminuindo os custos;
 • desenvolviam estrutura própria para a comercialização do café;
 • apesar de proprietários rurais, voltavam-se para a vida urbana, com seu 
luxo e novas invenções;
 • procuravam desenvolver novos tipos de relações de produção, iniciando 
a imigração em larga escala.
Surto industrial
Outra importante atividade que se destacou no Brasil da segunda 
metade do século XIX foi a indústria. O país viveu um surto de crescimento 
econômico, devido a, principalmente, duas razões:
 • Em 1844, o governo liberal do ministro Alves Branco, aproveitando-se do 
fim do acordo de tarifas reduzidas com a Inglaterra, elevou os impostos 
sobre os produtos ingleses de 30% a 60%. Essa medida, nas palavras do 
próprio ministro, visavam a não só preencher o deficit do Estado, como 
também proteger os capitais nacionais já empregados dentro do país, em 
alguma indústria fabril, e animar outros a procurarem tal destino.
 • Em 1850, ocorreu, após intensa pressão inglesa, a Lei Eusébio de Queirós, 
que pôs fim ao tráfico negreiro. Com isso, ficou impossibilitada a alocação 
de recursos para a compra de negros, o que gerou uma disponibilidade 
de capitais, muitos dos quais destinados à atividade fabril.
 Cenas como esta foram proibidas.
A maior parte dos capitais que impulsionaram o primeiro surto indus-
trial do país advieram do café do oeste paulista.
O grande destaque desse período de desenvolvimento industrial foi 
Irineu Evangelista de Sousa, Barão e depois Visconde de Mauá.
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 Visconde de Mauá
Coleção Roberto Paulo César de Andrade/Fotógrafo desconhecido
Entre outras coisas, Mauá foi o 
responsável pela:
 • criação da Companhia Estaleiro 
Ponta da Areia (construção de 
navios);
 • reorganização do Banco do Brasil;
 • criação da Companhia de Trans-
portes Urbanos;
 • criação do Banco Mauá, com filiais 
em vários países;
 • criação da Companhia de Nave-
gação a Vapor;
 • criação da Companhia de Ilumi-
nação a Gás;
 • construção da primeira estrada 
de ferro do país – Estrada de Ferro 
de Petrópolis.
O país cresceu movido por 
esse surto. Já na primeira década 
da segunda metade do século, 
estabeleceram-se mais de 60 novas 
empresas industriais, 14 bancos e 
mais de 60 companhias (de navega-
ção, seguros, mineração), além de 8 
novas estradas de ferro.
 Baronesa, a primeira locomotiva a va-
por do Brasil – Estrada de Ferro Mauá
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Aula 13
3História 4C
Um dos símbolos desse crescimento industrial, 
vinculado igualmente ao café, foi o desenvolvimen-
to ferroviário. No período de 1870 a 1885 – época 
da expansão cafeeira paulista –, a rede ferroviária 
passou de 1 000 km para quase 9 000 km.
No entanto, essa característica de “surto” da in- 
dústria nacional compreendia um problema intrín-
seco: seu curto fôlego! A falta de capitais contínuos, 
a limitação do mercado de consumo e as pressões 
inglesas contribuíram para que o boom verificado logo 
esmorecesse.
As empresas Mauá são o melhor exemplo para 
ilustrar o que foi explicado acima. Em pouco tempo, 
todo o seu grande parque de empresas acabou falindo.
Diversos fatores contribuíram para isso:
• A pressão inglesa que levou o governo a decretar 
a Tarifa Silva Ferraz (1860), diminuindo as tarifas 
alfandegárias sobre os produtos estrangeiros;
• A posição de Mauá contra a Guerra do Paraguai, 
que fez com que ele se indispusesse com o go-
verno; além da sua defesa intransigente da aboli-
ção da escravatura.
Quais os principais aspec-
tos sobre os trabalhado-
res no Segundo Reinado?
A escravidão negra continuou a ser a tônica da 
mão de obra até o fim do século XIX. Desde o Perío- 
do Joanino, havia forte resistência à exploração do 
trabalhador negro, principalmente por parte da 
Inglaterra.
Em 1845, o parlamento inglês aprovou a Bill 
Aberdeen, pela qual os comandantes das embarcações 
inglesas tinham poder para apreender navios negreiros 
em qualquer lugar, inclusive em águas brasileiras.
É verdade que essa lei foi também uma represália à 
Tarifa Alves Branco, mas inegavelmente teve o mérito de 
levar o governo brasileiro a tomar uma decisão defini-
tiva em relação ao tráfico e a estimular a fundação de 
núcleos de colonos, retomando assim a política iniciada 
por D. João.
Na década de 40 do século XIX, o senador Nicolau 
de Campos Vergueiro trouxe portugueses para a sua 
fazenda Ibicaba, em São Paulo. Pouco depois, traria 
suíços e alemães. Empolgado, criou a firma Verguei-
ro & Cia., cujo objetivo era centralizar o fornecimen-
to de imigrantes não só para suas fazendas, como 
também para outros proprietários interessados.
 Grupo de colonos alemães, CA 1875
Em 1850, o governo aprovou a Lei Eusébio de 
Queirós, pondo fim ao tráfico.
A imigração para a região oeste paulista tornou-se 
uma necessidade.
O fim do tráfico intensificou também a transferência 
de negros das regiões economicamente decadentes da 
região Nordeste para a região Centro-Sul. Esse fluxo, po-
rém, não diminuiu o interesse pela solução da imigração.
No mesmo ano em que acabou o tráfico negreiro 
(1850), o governo brasileiro aprovou a Lei de Terras, 
que visava à incorporação da terra e do trabalho à 
economia de mercado. A nova lei proibia a aquisi-
ção de terras públicas por qualquer meio que não 
fosse a compra. Ao dificultar a aquisição de terras, 
esperava-se que um maior número de pessoas “alu-
gassem” o seu trabalho aos fazendeiros.
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4 Extensivo Terceirão
No que se refere à relação de trabalho entre imi-
grante e proprietário rural, inicialmente os fazendeiros 
adotaram o sistema de parceria, que consistia na divisão 
do produto da colheita entre o proprietário da terra e o 
lavrador que nela trabalhava. O primeiro entrava com o 
capital (terras, ferramentas, sementes, etc.), enquanto 
o segundo entrava com o trabalho. O lucro líquido era 
dividido em partes iguais.
O sistema de parceria não funcionou. As condições 
em que os lavradores ficavam eram muito precárias e, na 
divisão, o fazendeiro normalmente lesava o imigrante, 
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AGOSTINI, Angelo. Solano Lopez – O Nero do século XIX. Charge, 1869.
aumentando de maneira enganosa as despesas, para 
fazê-lo permanecer sempre com débito no momento da 
divisão dos lucros.
A exploração doscolonos provocou, em 1857, uma 
revolta na fazenda Ibicaba, liderada por Thomas Davatz. 
A revolta atraiu a atenção dos governantes europeus, 
que impediram a vinda de novos imigrantes. O governo 
brasileiro passou então a subvencionar a vinda de 
estrangeiros e adotou o colonato, por meio do qual o 
imigrante recebia salário, além de parte da produção.
O que caracterizou a política externa dessa fase do 
Segundo Reinado?
A política externa brasileira, na segunda metade 
do século XIX, caracterizou-se pela dependência em 
relação aos centros capitalistas europeus, notadamente 
a Inglaterra, e pela necessidade de preservar o espaço 
territorial e garantir áreas de livre comércio.
Essa última posição levou o governo brasileiro a 
intervir nos países platinos, a saber:
 • no Uruguai, em 1851, derrubando seu governante, 
Manuel Oribe;
 • na Argentina, em 1852, destituindo Juan Manuel Rosas;
 • no Uruguai, em 1864, desta vez derrubando Atanásio 
Cruz Aguirre;
A Guerra do Paraguai
 • no Paraguai, de 1864 a 1870, envolvendo o Brasil no 
maior conflito de sua história, contra as tropas de 
Francisco Solano López.
Os governos nacionalistas da região do Prata alimen-
tavam aspirações de unificação e de fechamento das 
navegações da bacia hidrográfica do Prata aos estran-
geiros. Então, observe: tanto as pretensões de formação 
de um país forte fazendo fronteira com o Brasil quanto o 
prejuízo que o fechamento da bacia do Prata provocaria 
justificavam, para o governo brasileiro, a política de 
intervenção.
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Aula 13
5História 4C
A Guerra do Paraguai foi o mais longo conflito no qual o Brasil se envol-
veu (foram cinco anos de conflito). O exército brasileiro atuou em conjunto 
com tropas uruguaias e argentinas, formando a Tríplice Aliança. A guerra 
acabou em março de 1870, e os resultados – para os paraguaios – foram 
desastrosos.
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 Prisioneiros da Guerra do Paraguai
Mas o Império não ficou 
impune à destruição provo-
cada no Paraguai. Houve um 
aumento considerável da 
nossa dívida com a Inglaterra, 
além da formação de um 
inquietante espírito corpora-
tivista no exército.
Com a guerra, o “auge” do 
Império se arrefecia. Nuvens 
carregadas se aproximavam...
AMÉRICO, Pedro. A Batalha do Avaí. 1874 - 77. 1 óleo sobre tela: color.; 62 m2. 
Museu Nacional de Belas Artes, RJ. (Detalhe)
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Testes
Assimilação
13.01. (UPF – RS) – Ainda que não se possa falar na exis-
tência de um projeto de industrialização, em São Paulo, o 
setor industrial cresceu significativamente após a abolição 
da escravidão, embora estivesse anunciado desde 1870. 
Os especialistas falam em “surto industrial” e destacam que 
essa conjuntura contou com o desenvolvimento urbano, a 
criação de mercado para os manufaturados, o investimento 
em estradas de ferro, a disponibilidade de mão de obra e 
a importação de maquinário industrial. Esse crescimento 
industrial originou-se de pelo menos duas fontes inter-
-relacionadas, que foram 
a) o setor comercial e os escravos libertos. 
b) o setor açucareiro e os trabalhadores livres nacionais. 
c) o setor minerador e os imigrantes. 
d) o setor da pecuária e o gaúcho. 
e) o setor cafeeiro e os imigrantes. 
O caso do Paraguai é exemplar. Além das razões acima comentadas, 
o Paraguai apresentava-se como uma ameaça à elite brasileira e inglesa, 
por ser um país autossuficiente, sem escravos, sem dívida externa e que 
realizou uma reforma agrária entregando terras aos camponeses. Um 
país tão “diferente” poderia servir de “mau exemplo”, sendo, portanto, 
necessária a sua destruição.
Em 1861, o roubo da carga 
do navio Prince of Wales, que 
naufragou na costa do Rio 
Grande do Sul, e a prisão de ofi-
ciais ingleses que promoviam 
desordens no Rio de Janeiro 
envolveram a diplomacia bra-
sileira na chamada Questão 
Christie. O diplomata inglês 
William Christie reagiu, exigin-
do uma indenização pela carga 
do navio e o pedido oficial de 
desculpas do governo brasi-
leiro pelo acontecido aos seus 
oficiais. Não sendo atendido, 
Christie mandou prender cinco 
navios mercantes brasileiros 
como compensação, o que pro-
vocou reações antibritânicas no 
Rio de Janeiro.
Indignado, o governo im-
perial submeteu a questão ao 
arbitramento do Rei da Bélgica, 
Leopoldo I, que deu ganho de 
causa ao Brasil.
Em 1865, já em plena Guerra 
do Paraguai, Eduard Thorton, 
enviado pela rainha Vitória, 
apresentou suas credenciais 
ao imperador D. Pedro II, que 
se encontrava em Uruguaiana 
para assistir à rendição das tro-
pas do general paraguaio Esti-
garribia. Em nome dos interes-
ses comuns contra o Paraguai, 
ingleses e brasileiros supera-
ram a questão.
6 Extensivo Terceirão
13.02. (UNIFESP) – “Será exagero… dizer-se que os colo-
nos se acham sujeitos a uma nova espécie de escravidão, 
mais vantajosa para os patrões do que a verdadeira, pois 
recebem os europeus por preços bem mais moderados 
do que os dos africanos…
Sem falar no fato do trabalho dos brancos ser mais 
proveitoso do que o dos negros?”
(Thomas Davatz, “Memórias de um colono no Brasil”, 1854-1857.)
Do texto anterior, pode-se afirmar que:
a) denuncia por igual a escravidão de negros e brancos.
b) revela a tentativa do governo de estimular a escravidão 
branca.
c) indica a razão pela qual fracassou o sistema de parceria.
d) defende que o trabalho escravo é mais produtivo que 
o livre.
e) ignora o enorme prejuízo que os fazendeiros tiveram com 
a contratação dos colonos.
13.03. (UPF – RS) – A partir da década de 1840, o café se 
consolidou como o principal produto de exportação do 
Brasil. Em função da cafeicultura, criou-se toda uma rede de 
infraestrutura, com aparelhamento dos portos, melhoria dos 
transportes, instituição de novos mecanismos de crédito e 
estímulo à vinda de imigrantes europeus para diversificação 
da mão de obra. 
A cafeicultura definiu o deslocamento do polo econômico 
do país para as zonas: 
a) Recôncavo Baiano e Chapada Diamantina. 
b) Grão-Pará e Costa de Sauípe. 
c) Vale do Paraíba e oeste paulista. 
d) Sertão pernambucano e Triângulo mineiro. 
e) Vale do Itajaí e oeste catarinense. 
13.04. (UFRGS) – Observe o mapa abaixo.
Adaptado de: Rafael Sanzio Araújo dos Anjos. Geopolítica da diáspora África-
América-Brasil séculos XV-XVI-XVII-XVIII-XIX. Cartografia para a Educação. 
Disponível em: <http://rafaelsanziodosanjos.com.br>. Acesso em: 12 out. 2017.
Considere as seguintes afirmações sobre a origem dos grupos 
étnicos africanos escravizados, trazidos para o Brasil entre os 
séculos XV e XIX.
I. A maior parte dos grupos étnicos são oriundos do norte 
da África.
II. As principais áreas de saída de africanos foram os atuais 
territórios de Moçambique e Angola.
III. Os grupos étnicos africanos escravizados, levados ao 
nordeste, vêm do leste da África, e aqueles levados para 
o sudeste e o sul são oriundos da África ocidental.
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
Aperfeiçoamento
13.05. 
EXPASÃO DA REDE FERROVIÁRIA 
BRASILEIRA – 1854 A 1945
Período Extensão da rede ferroviária
1854-1872 932,2
1873-1888 9 320,9
1889-1907 17 605,2
1908-1914 26 062,3
1915-1928 31 851,2
1929-1934 33 106,4
1935-1938 34 206,6
1939-1945 35 280,0
Ladislau Dowbor. “A formação do capitalismo dependente 
no Brasil”. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 114.
A expansão da rede ferroviária no Brasil estava relacionada:
a) ao desenvolvimento das atividades pecuárias na região 
Centro-Oeste.
b) ao surto de industrialização verificado durante a Primeira 
Guerra Mundial.
c) ao movimento migratório interno ocorrido do Nordeste 
para o Sudeste.
d) ao deslocamento dos trabalhadores para as fazendas 
de café.
e) ao desenvolvimento da produção cafeeira do Oeste 
Paulista.
Aula 13
7História 4C
13.06. (UNESP – SP) – É particularmente no Oeste da 
província de São Paulo – o Oestede 1840, não o de 
1940 – que os cafezais adquirem seu caráter próprio, 
emancipando-se das formas de exploração agrária 
estereotipadas desde os tempos coloniais no modelo 
clássico da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar. 
A silhueta antiga do senhor de engenho perde aqui 
alguns dos seus traços característicos, desprendendo-se 
mais da terra e da tradição – da rotina rural. A terra 
de lavoura deixa então de ser o seu pequeno mundo 
para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte 
de renda […].
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1987.)
O “caráter próprio” das fazendas de café do Oeste paulista de 
1840 pode ser explicado, em parte, pelo 
a) menor isolamento dessas fazendas em relação aos meios 
urbanos. 
b) emprego exclusivo de mão de obra imigrante e assala-
riada. 
c) desaparecimento das práticas de mandonismo local. 
d) maior volume de produção de mantimentos nessas 
fazendas. 
e) esforço de produzir prioritariamente para o mercado 
interno. 
13.07. (UDESC) – Leia o excerto para responder à questão.
“‘O Brasil é o café e o café é o negro’. Essa frase, co-
mum nos círculos dominantes da primeira metade do 
século XIX, só em parte é verdadeira. O Brasil não era 
só café, como não fora só açúcar.
Além disto, a produção cafeeira iria prosseguir no fu-
turo, sem o concurso do trabalho escravo. Mas não há 
dúvida de que nesse período boa parte da expansão 
do tráfico de escravos se deveu às necessidades da la-
voura de café.”
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 6 ed. São Paulo: EDUSP, 1998. p. 192.
Analise as assertivas em relação ao excerto.
I. O café brasileiro se desenvolveu com uso exclusivo da 
mão de obra do imigrante europeu, nas fazendas em 
Minas Gerais e São Paulo.
II. O tráfico de escravos sofreu um incremento dada a 
necessidade de mão de obra para as lavouras de café.
III. A produção de café continuou no Brasil, mesmo com o 
fim do trabalho escravo. Contudo, faltaram políticas que 
inserissem o liberto no mercado de trabalho assalariado.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
13.08. (UNESP – SP) – Art. 3o. O governo paraguaio se 
reconhece obrigado à celebração do Tratado da Tríplice 
Aliança de 1o. de maio de 1865, entendendo-se estabe-
lecido desde já que a navegação do Alto Paraná e do 
Rio Paraguai nas águas territoriais da república deste 
nome fica franqueada aos navios de guerra e mercantes 
das nações aliadas, livres de todo e qualquer ônus, e 
sem que se possa impedir ou estorvar-se de nenhum 
modo a liberdade dessa navegação comum.
(“Acordo Preliminar de Paz Celebrado entre Brasil, Argentina e Uruguai 
com o Paraguai (20 junho 1870)”. In: Paulo Bonavides e Roberto Amaral 
(orgs.). Textos políticos da história do Brasil, 2002. Adaptado.)
O tratado de paz imposto pelos países vencedores da guerra 
contra o Paraguai deixa transparente um dos motivos da 
participação do Estado brasileiro no conflito: 
a) o domínio de jazidas de ouro e prata descobertas nas 
províncias centrais. 
b) o esforço em manter os acordos comerciais celebrados 
pelas metrópoles ibéricas. 
c) a garantia de livre trânsito nas vias de acesso a províncias 
do interior do país. 
d) o projeto governamental de proteger a nação com fron-
teiras naturais. 
e) o monopólio governamental do transporte de mercado-
rias a longa distância. 
13.09. (PUC – RJ) – “Em 1828 o Brasil despontava como 
o maior produtor mundial de café, e, ao longo da dé-
cada seguinte, os valores obtidos com sua exportação 
ultrapassariam o que o país amealhava com o envio de 
açúcar ao mercado mundial. Quase toda essa produção, 
ademais, vinha de uma só região. O vale do rio Paraíba 
do Sul, ou simplesmente Vale do Paraíba, compreenden-
do terras das províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais. (...) No início da década de 1830, o Brasil 
reinava como o maior produtor mundial, bem à frente 
dos demais competidores (Cuba, Java, Jamaica, Haiti)”.
MARQUESE, Rafael; TOMICH, Dale. O Vale do Paraíba escravista e a 
formação do mercado mundial de café no século XIX. In: SALLES, 
Ricardo; GRINBERG, Keila (org.). O Brasil Imperial, volume 2: 1831-1870. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 339-383.
Sobre as condições que permitiram o desenvolvimento 
da economia cafeeira no Império do Brasil e o domínio do 
mercado mundial pelo café produzido no Brasil, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) O desenvolvimento da cafeicultura no Vale do Paraíba se 
beneficiou da grande disponibilidade de terras com sua 
distribuição ainda não implementada. 
b) A Revolução do Haiti (entre 1791 e 1804) desestabilizou 
a produção cafeeira da ilha, retirando-a do mercado 
mundial de café. 
c) A existência prévia de vias que cruzavam a região e de um 
sistema de transportes baseado em tropas de mulas, que 
serviram ao escoamento da produção aurífera no século 
XVIII, facilitou o escoamento da produção cafeeira do Vale 
do Paraíba em direção aos portos de exportação. 
8 Extensivo Terceirão
d) As leis que proibiam o tráfico de escravos para o território 
do Império do Brasil, frutos da pressão inglesa, acabaram 
por beneficiar a produção cafeeira do Vale do Paraíba, 
uma vez que a utilização da mão de obra de imigrantes 
se mostrou muito mais produtiva. 
e) Um conflito fiscal entre Espanha e Estados Unidos na 
década de 1830 retirou a produção cafeeira cubana do 
principal mercado consumidor mundial de café à época, 
o mercado norte-americano. 
13.10. (UNIOESTE – PR) – Leia o fragmento da carta elabo-
rada por um trabalhador e enviada ao redator do jornal do 
Ceará, no séc. XVIII:
[...] Ignorante do modo de viver, e a negociar-se n’estas 
águas, comecei a informar-me dos diversos cearenses 
que nas barracas ia encontrando, sobre o estado de 
riquezas em que se achavam? Então todos em uma só 
voz diziam-me: ah! meu pobre velho, em que desgra-
ça veio você cair no seu último quartel de vida! Aqui o 
nome de riqueza e liberdade já está riscado das nossas 
imaginações; aqui nem sequer vive-se; morre-se em 
tormentos! Esses pérfidos patrões, que você por aí vê, 
são o refugo da sociedade humana, são os usurários 
mais desalmados do mundo; eles próprios vendidos 
não pagariam a centésima parte que devem no Pará, 
e, entretanto, vendem-nos aqui os objetos de primeira 
necessidade por 100 vezes mais do custo d’eles no 
Ceará; exemplo: lá na sua Meruoca custa uma terça 
da melhor farinha 50 réis, aqui, igual porção e podre, 
custa 5000 réis! E o mais tudo é n’este gosto. Ago-
ra enquanto você vai de viagem não nos acreditará, 
porém breve achará ser ainda mais do que dizemos; 
aqui, por mais que se trabalhe, e se economize, nunca 
se salda contas com o patrão, pelo contrário, a dívida 
cresce espantosamente e sempre!
2a. carta do “Caboclo Velho” ao redactor do Jornal Cearense, Hyutananhan, 28 
de junho de 1873 apud CARDOSO, Antônio A. I. Ecos de blasphemias e ranger 
de dentes: trajetórias de migrantes Ceará-Amazônia e o ofício dos paroaras. 
(1852-1877). Embornal, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 19-20, 2010. [Adaptado]
A partir das indicações sugeridas na fonte, é CORRETO afirmar 
sobre as relações de trabalho no Brasil. 
a) A contratação de trabalhadores por endividamento 
antecipado faz com que, muitas vezes, suas dívidas não 
sejam quitadas e, ainda, sejam ampliadas. Historicamente, 
essa prática favorece o abuso de relações de trabalho e 
a manutenção de péssimas condições de vida aos traba-
lhadores nas regiões em que são alojados. 
b) A ocupação da Amazônia pelos cearenses, a partir de 
meados do séc. XIX, permitiu a exploração extrativista 
da região, além de garantir o retorno financeiro esperado 
pelos trabalhadores, que muitas vezes enviavam parte 
desses recursos para as famílias que ficaram nas cidades 
do Ceará. 
c) A facilidade de acesso a postos de trabalho no País permi-tia que intermediadores (gatos) se dirigissem para cidades 
com grande número de trabalhadores empregados 
promovendo frentes de trabalho, propondo postos de 
trabalho concorrentes, sem prejuízos à saúde e afastando-
-os de endividamentos irregulares. 
d) A conservação ambiental como temos hoje na Amazônia 
foi promovida graças as ações desenvolvidas desde o 
séc. XVIII, pois em primeiro lugar estavam os cuidados com 
a natureza e a qualidade de vida do trabalhador. 
e) A condição descrita na carta foi vivenciada apenas nessa 
circunstância, uma vez que essas relações de trabalho não 
foram experimentadas no País em outros momentos his-
tóricos, pois se tornou um crime contra os trabalhadores. 
Aprofundamento
13.11. (UFRGS) – Leia as seguintes afirmações a respeito da 
Guerra do Paraguai.
I. A presença de mulheres brasileiras no conflito, atuando 
no abastecimento, no tratamento aos feridos e, inclusive, 
nas frentes de batalha, foi significativa.
II. Um decreto imperial foi promulgado, garantindo liber-
dade aos escravizados que se alistassem e indenização 
aos seus proprietários.
III. O governo monárquico cumpriu integralmente o acordo 
de concessão de terras, empregos e pensões a todos os 
“Voluntários da Pátria” que retornaram do conflito.
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
13.12. Observe o documento que indica o preço médio do 
escravo, no período de 1843 a 1887, no Brasil.
Warren, Dean. Rio Claro – A Brazilian Plantation System, 1820-1920.
Período Preço em mil-réis
1843-1847 ...................................................... 550$000
1848-1852 ...................................................... 649$500
1853-1857 ...................................................... 1:177$500
1858-1862 ...................................................... 1:840$000
1863-1867 ...................................................... 1:817$000
1868-1872 ...................................................... 1:792$500
1873-1877 ...................................................... 2:076$862
1878-1882 ...................................................... 1:882$912
1883-1887 ...................................................... 926$795
Aula 13
9História 4C
A variação do preço dos escravos, na tabela, está diretamente 
relacionada:
a) ao “Bill Aberdeen” e à Lei Eusébio de Queirós, os quais 
provocaram a elevação nos valores desse tipo de mão de 
obra, na primeira metade do Segundo Reinado.
b) à Lei do Ventre Livre e à Lei dos Sexagenários, as quais, 
juntamente com as lutas dos escravos, promoveram a 
elevação permanente desse valores, no período de 1843 
a 1867.
c) ao tráfico interprovincial, à imigração europeia, à am-
pliação da escravização indígena e ao início do trabalho 
assalariado, fatores que promoveram a elevação do preço 
do escravo, no período de 1843 a 1877.
d) à imigração italiana, que promoveu a redução do preço 
dos escravos no Brasil, no período de 1868 a 1877.
e) às imigrações alemã e japonesa – iniciadas durante o Período 
Regencial – que ampliaram a oferta de escravos, reduzindo 
o preço da mão de obra escrava, no período de 1878 a 1887.
13.13. (FATEC – SP) – Promulgada em 1850, a chamada Lei 
de Terras determinou as normas sobre a posse, manutenção, 
uso e comercialização das terras no período do Segundo 
Reinado, modificando as relações fundiárias no Brasil.
A partir desta data, ficou estabelecido que as terras 
a) seriam tomadas pelo Estado e transformadas em coope-
rativas, visando aumentar a produtividade e combater o 
problema da fome nas cidades. 
b) seriam demarcadas e entregues a membros da aristocra-
cia imperial, em um regime de administração que ficou 
conhecido como Capitanias Hereditárias. 
c) passariam a ser adquiridas por meio de compra e venda ou 
por doação do Estado, com registro em cartório, ficando 
proibida a obtenção de terras por meio de ocupação. 
d) seriam divididas em pequenos lotes e distribuídas a es-
cravos alforriados e imigrantes europeus, em um sistema 
que ficou conhecido como colonato. 
e) pertenceriam ao Estado e seriam geridas por funcionários 
públicos concursados, por meio do Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária (Incra). 
13.14. (UCPEL – RS) –Analisando o conjunto de Leis abolicio-
nistas no Brasil Império (Lei Eusébio de Queiros, Lei do Ventre 
Livre, Lei do Sexagenário), é correto afirmar que 
a) as normas estabelecidas pelas leis abolicionistas enfren-
taram resistência junto a elite política e econômica do 
país, pois não visavam indenizar os proprietários que eram 
obrigados a libertar seus escravos. 
b) as referidas leis resultaram de pressões externas e internas 
que contribuíram para acelerar o processo abolicionista, 
tornando o país pioneiro no combate ao escravismo e 
contribuindo para a redução das diferenças sociais. 
c) as medidas tomadas pelo Império visavam adaptar 
gradativamente o trabalhador egresso do escravismo, 
não apenas ao sistema capitalista de produção, como, 
também, à sociedade de homens e mulheres livres. 
d) as leis representam a mentalidade da elite do II Reinado, 
que acreditavam no fim natural da escravidão na medida 
que se proibiu a importação de escravos e os nascidos no 
país após a lei de 1871 seriam livres. 
e) as discussões acerca da adaptação do país à mão de obra 
livre levou a intensos debates e enfrentamentos entre os 
dois partidos que sustentavam a monarquia, aprofundan-
do ainda mais suas diferenças ideológicas. 
13.15. (UNESP – SP) – As estradas de ferro paulistas dos sécu-
los XIX e XX dirigiam-se para as regiões do interior do estado.
Sua importância para o complexo econômico cafeeiro e para 
o desenvolvimento de São Paulo pode ser vista sob múlti-
plos aspectos. O cultivo do café e as ferrovias provocaram 
mudanças ambientais em várias regiões paulistas, porque:
a) as estradas de ferro formavam redes no interior das matas e 
permitiam o acesso do capital norte-americano à explora-
ção e à exportação de madeiras para o mercado europeu.
b) a economia cafeeira foi responsável pelo predomínio da 
agricultura de subsistência sobre as áreas florestais e as 
locomotivas levaram à exploração do carvão mineral no 
planalto paulista.
c) o emprego nos cafezais de defensivos agrícolas conta-
minava as nascentes de água e as ferrovias favoreciam 
a fixação de pequenas propriedades nas áreas agrestes.
d) as locomotivas eram movidas a vapor, cujo combustível 
era a madeira, e os cafezais, por esgotarem o solo, exigiam 
a incorporação de novas terras para o plantio.
e) a expansão da frente pioneira devastava as matas e abria 
grandes reservas de territórios e de terras agricultáveis 
para os indígenas.
13.16. (UFJF – MG) – Leia atentamente o texto abaixo sobre a 
implantação do transporte ferroviário no Brasil do século XIX.
No século XIX, os caminhos de ferro simbolizavam 
o progresso material das nações. O Mundo Ociden-
tal conheceu um fenômeno denominado coqueluche 
ferroviária para expressar a grande expansão das vias 
férreas, na época. (...) O Brasil manifestou interesse pe-
las ferrovias ainda na primeira metade do século XIX, 
quando esse sistema de transporte engatinhava nos pa-
íses desenvolvidos. A expansão da economia primário-
-exportadora demandava uma infraestrutura de trans-
porte eficiente que reduzisse os custos de ocupação 
das fronteiras. (...) A precariedade dos transportes por 
tropas representava um ponto de estrangulamento no 
processo de crescimento da produção agrária no país.
BORGES, B.G. Ferrovia e modernidade. Revista UFG, 
Dez. 2011, Ano XIII n. 11, p. 28-29.
Acerca desse contexto histórico, é CORRETO afirmar que: 
a) grande parte do financiamento para construção das es-
tradas de ferro no Brasil vinha de investimentos ingleses. 
Isto porque a Inglaterra era a principal potência capitalista 
da época e lucrava com a exportação de bens de capital, 
isto é, de equipamentos necessários para a produção de 
outros produtos ou serviços. 
10 ExtensivoTerceirão
b) a construção das estradas de ferro exigia um conheci-
mento técnico especializado e, por isso, eram realizadas, 
exclusivamente, por operários imigrantes europeus, 
contratados pelo Estado Imperial Brasileiro. 
c) as estradas de ferro contribuíram para a integração direta 
das áreas produtoras de café, no interior, com os portos 
de exportação do produto, no litoral. Com isso, houve 
menor necessidade de investimentos nas áreas urbanas, 
em cidades situadas no percurso das ferrovias. 
d) os investimentos financeiros feitos pelos fazendeiros do 
café na construção de estradas de ferro acabaram contri-
buindo para o seu endividamento e, consequentemente, 
para o aumento do preço do produto e para a crise da 
cafeicultura no Brasil. 
e) houve uma ampla integração entre as províncias produ-
toras de café e as províncias do Norte do Brasil, grandes 
consumidoras deste produto, contribuindo para o au-
mento do lucro dos cafeicultores. 
13.17. (UEPG – PR) – No século XIX, o Brasil recebeu um 
grande contingente de imigrantes europeus que alterou 
sensivelmente a realidade social, cultural e econômica do 
país. Os imigrantes chegaram ao Brasil principalmente com 
a função de substituir os escravos nas lavouras cafeeiras 
e ocupar espaços vazios no território nacional. Porém, ao 
longo do tempo, esses imigrantes passaram a exercer outras 
atividades produtivas, a participar da vida política nacional e 
a modificar o perfil étnico nacional.
A respeito da imigração europeia no Brasil do século XIX, 
assinale o que for correto. 
01) Apesar de que muitos imigrantes tinham origens urba-
nas e trabalhavam como operários nas indústrias eu-
ropeias, no Brasil, eles não se envolveram em grande 
quantidade com o processo de formação de nossa clas-
se operária. A maior parte dos imigrantes ficaram fixa-
dos nas áreas rurais brasileiras até o final do século XX. 
02) A ideia de “branqueamento” da população brasileira 
(com base nos princípios da eugenia formulados pelo 
cientista inglês Francis Galton), também pode ser con-
siderada uma das motivadoras da vinda dos imigrantes 
europeus para o Brasil. 
04) É possível afirmar que entre os fatores que impulsionaram 
a vinda de imigrantes para o Brasil no século XIX estão os 
efeitos sociais provocados pela Revolução Industrial na 
Europa. Desempregados, vivendo na marginalidade e 
passando fome, muitos europeus despossuídos preferi-
ram se aventurar no Brasil (e em outros países periféricos). 
08) Um dos precursores no caso da vinda de imigrantes eu-
ropeus para o Brasil foi o senador e fazendeiro Nicolau 
Campos Vergueiro. Em meados do século XIX, ele trou-
xe famílias de diversas origens para trabalhar em suas 
terras. No entanto, esses imigrantes não eram remune-
rados, trabalhavam pelo chamado sistema de parceria. 
13.18. (UFSC) – Sobre o processo de imigração e colonização 
europeia no sul do Brasil e seu contexto, é correto afirmar que: 
01) durante o século XIX, o crescente processo de indus-
trialização na Europa provocou significativas mudanças 
socioeconômicas que ocasionaram o aumento do de-
semprego e a busca por outras alternativas de sobrevi-
vência, como a emigração para a América. 
02) a Lei de Terras (1850) foi responsável pela primeira re-
forma agrária brasileira e contribuiu de forma decisiva 
para a ampliação do acesso à terra aos mais pobres, fa-
zendo com que os imigrantes recém-chegados logo se 
tornassem proprietários rurais. 
04) no século XIX, grande parte da elite política e econô-
mica brasileira, impregnada de valores eugenistas, 
acreditava na superioridade da “raça branca” e defendia 
que era necessário “embranquecer” sua população, de 
maioria afrodescendente, para que o Brasil alcançasse 
o progresso. 
08) a partir da segunda metade do século XIX, no sul do 
Brasil, o processo de colonização foi baseado no siste-
ma de colonato, pelo qual somente o Estado financiava 
a vinda de imigrantes para trabalhar em sistema de par-
ceria nas fazendas da região. 
Desafio
13.19. (UEPG – PR) – Período de quase meio século 
(1840–1889), o segundo reinado é considerado um dos mo-
mentos mais importantes da história brasileira. As questões 
escravistas, o início do processo de urbanização e moderni-
zação, as discussões sobre o sentido de nação, a chegada 
de imigrantes europeus, as guerras continentais e, por fim, 
o advento da República marcam esse período histórico em 
que o Brasil foi governado por D. Pedro II. A respeito desse 
tema, assinale o que for correto. 
01) As denominações de “saqueremas” e “luzias” foram uti-
lizadas durante o segundo reinado para identificar os 
políticos que combatiam o Império e defendiam a im-
plantação da República no Brasil. 
02) O Barão de Mauá exerceu papel importante no proces-
so de modernização da economia brasileira durante 
o segundo reinado. Mauá tem seu nome associado à 
construção da primeira ferrovia brasileira e também em 
outras áreas como a fundição, a iluminação pública e a 
navegação de cabotagem no Amazonas. 
04) O Manifesto ao Mundo foi produzido pelos envolvidos 
na revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco no ano 
de 1848. Esse documento propunha, entre outras coi-
sas, voto livre e universal aos brasileiros, a liberdade de 
imprensa e o fim do Poder Moderador. 
08) A partir da década de 1870, é possível observar o avan-
ço de ideias que foram fundamentais para o enfraque-
cimento do Império e a substituição do regime. Nesse 
sentido, o republicanismo e o abolicionismo tiveram 
papel relevante. 
Aula 13
11História 4C
13.01. e
13.02. c
13.03. c
13.04. b
13.05. e
13.06. a
13.07. d
13.08. c
13.09. d
13.10. a
13.11. c
13.12. a
13.13. c
13.14. d
13.15. d
13.16. a
13.17. 14 (02 + 04 + 08)
13.18. 05 (01 + 04)
13.19. 14 (02 + 04 + 08)
13.20. 09 (01 + 08)
Gabarito
13.20. (UFSC) – 
A Guerra do Paraguai e os livros didáticos
Até hoje essa guerra é ensinada de modo diferente aos jovens dos países envolvidos no conflito. Se nos livros 
paraguaios ela tem mais importância que a independência, é estudada sumariamente na maior parte dos manuais 
brasileiros e argentinos, enquanto nos livros uruguaios a tratam como um episódio quase estranho à história do 
país.
FRAGA, R. Uma guerra e muitas versões. Nossa História, São Paulo, ano 2, n. 13, p. 42, nov. 2004.
Sobre o Paraguai no contexto latino-americano e suas relações com o Brasil ao longo da história, é correto afirmar que: 
01) antes da Guerra do Paraguai (1865-1870), o governo paraguaio, exercido desde 1844 pela família López, procurava de-
senvolver o país por meio da implantação de indústrias e da construção de ferrovias. 
02) para os paraguaios, a Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai) é motivo de grande exaltação, pois garantiu ao país 
a manutenção do seu crescimento industrial, ao menos nas décadas seguintes ao conflito. 
04) a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu por iniciativa exclusiva do governo militar brasileiro causou grande conflito 
diplomático, ocasião em que o Paraguai acusou o Brasil de invadir o seu território sem autorização. 
08) nas últimas décadas, ocorreu um acelerado e tenso processo de ocupação das terras paraguaias por latifundiários brasi-
leiros dedicados, principalmente, à produção de soja no país vizinho. 
16) enquanto países como Brasil, Argentina e Uruguai eram governados por ditaduras comandadas por militares nos anos 
1970 e 1980, o Paraguai manteve a democracia pela atuação de lideranças populistas como Alfredo Stroessner.
12 Extensivo Terceirão
Aula 14
A crise do Império – (1870-1889)
4C
História
“Enfraquecimento” da monarquia brasileira
cesso lento e pacífico para chegar 
ao poder, de preferência pela via 
eleitoral. Os revolucionários – que 
tinham em Silva Jardim seu princi-
pal adepto – pregavam a tomada 
do poder pela força. Cafeicultores 
obviamente tendiam a apoiar o pri-
meiro grupo. Camadas populares e 
setores da classe média, o segundo.
É bem verdade que outras diver- 
gências separavam a oligarquia 
cafeeira paulista dos demais seto-res republicanos, indicando que 
a República, como a monarquia 
naquele momento, era objeto de 
fortes divergências.
Assim, por exemplo:
 • enquanto os paulistas deseja-
vam a Federação – pois pode-
riam controlar a administração 
da Província –, os militares, 
influenciados pelas ideias posi-
tivistas – corrente filosófica de 
origem francesa, cujo criador foi 
Auguste Comte e seu principal 
representante no Brasil foi Ben-
jamin Constant –, desejavam 
um governo forte, centralizado, 
autoritário;
 F
un
da
çã
o 
Ca
sa
 d
e 
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i B
ar
bo
sa
 AGOSTINI, Angelo. Dissidência no Partido Liberal. 1867.
Essa aliança plural, envolvendo setores tão díspares da sociedade, acabou 
por permitir o surgimento de duas correntes, que advogavam caminhos 
distintos para se chegar à República. Os evolucionistas defendiam um pro-
 Benjamin Constant
M
us
eu
 R
ep
ub
lic
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Fo
tó
gr
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de
sc
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he
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do
As transformações econômicas e sociais que marcaram a segunda me-
tade do século XIX promoveram o fortalecimento de novos grupos sociais, 
abalando o poder da oligarquia cafeeira do Vale do Paraíba.
Entre os principais grupos que “emergiram” nesse período, é importante 
citar:
 • a população urbana, “engrossada” por contigentes significativos da 
massa de imigrantes que, vinda da Europa para trabalhar nas lavouras, 
deslocou-se para as cidades;
 • a classe média – igualmente urbana –, formada por funcionários públicos, 
comerciantes, profissionais liberais e militares;
 • cafeicultores do oeste paulista.
Esses grupos, com maior ou menor grau de influência, determinaram a 
formação do Partido Republicano.
Como você se lembra, no Segundo Reinado havia dois partidos políti-
cos: o Liberal e o Conservador. O Partido Liberal, que se caracterizava por 
posturas descentralizadoras, em 1868, dividiu-se em dois grupos: mode-
rado e radical. A ala radical acabou evoluindo para assumir claramente 
posições republicanas. Em 1870, é publicado o Manifesto Republicano. 
Em 1873, reúne-se, em Itu, a Primeira Convenção Republicana.
A
Aula 14
13História 4C
 • enquanto os paulistas defendiam uma economia 
agroexportadora, a classe média ansiava por 
mudanças que permitissem o desenvolvimento 
industrial.
Alguns temas, além da própria República, os uniam, 
como era o caso da abolição.
Porém, não foi o fortalecimento dos republicanos 
o fator decisivo para se entender o fim do governo 
monárquico, mas o enfraquecimento da monarquia. À 
medida que D. Pedro insistia em manter o conservado-
rismo político e a escravidão, seu governo ia se isolando, 
perdendo apoios tradicionais, como o dos ingleses, no 
campo externo, o da Igreja e dos cafeicultores, no campo 
interno.
Essa perda das bases de apoio da monarquia 
facilitou enormemente o trabalho dos republicanos, 
mesmo considerando que tal movimento nunca atingiu 
as massas, apesar das propagandas nos jornais.
Quais foram as “questões 
da República”?
A Questão Militar foi o primeiro grande desgaste a 
contribuir decisivamente para a queda do Império.
Durante todo o Império, o exército exerceu funções 
de polícia, reprimindo rebeliões e perseguindo negros 
foragidos. Desconsiderados socialmente e tendo de 
dividir importância com a Guarda Nacional, os militares 
estavam longe de representar uma força influente, 
embora fossem muito importantes para o esquema 
repressor e excludente da monarquia.
A Guerra do Paraguai mudou essa relação de forças. 
O conflito intenso e duradouro forjou, nos militares, 
além da experiência adquirida, um espírito de corpo, or-
gulho e, principalmente, consciência de sua importância 
como peça-chave para a manutenção dos privilégios da 
aristocracia encastelada no poder.
Após a guerra, questões até então “engolidas” sem 
discussão começaram a gerar fortes atritos, como, por 
exemplo, o atraso nos pagamentos de pensões a órfãs e 
viúvas. Além disso, os contatos com uruguaios e argen-
tinos – aliados do Brasil durante a guerra – permitiram 
a difusão, entre os militares, de ideias republicanas e 
abolicionistas que os colocavam frontalmente contra o 
governo.
O estopim da crise dos militares contra o governo 
foi a punição de dois militares. Em 1884, o tenente- 
-coronel Sena Madureira atacou pela imprensa um 
projeto do governo que visava a reformar um progra-
ma de auxílio aos militares. Em consequência disso, 
Sena Madureira foi punido, com base em uma lei que 
impedia os militares de se manifestarem pelos jornais. 
Em 1886, no Piauí, o mesmo ocorreu ao coronel Cunha 
Matos, que pelos jornais rebateu uma acusação contra 
a sua honra.
Os militares não aceitaram mais essas discrimi-
nações e manifestaram insatisfação de forma clara e 
contundente. Um ar de conspiração começou a rondar 
os quartéis, e as ideias republicanas ganharam mais 
adeptos.
Nesse mesmo período, o governo também andava 
às rusgas com a Igreja Católica. As razões da chamada 
Questão Religiosa foram as seguintes:
Na década de 70 do século XIX, o papa Pio IX, por 
conta de sua oposição ao processo da unificação italia-
na, comprou uma briga com a maçonaria – que apoiava 
a unificação – e determinou a exclusão dos maçons da 
Igreja. Ora, no Brasil os maçons sempre tiveram enorme 
prestígio e influência política. Basta dizer que, naquele 
momento, o primeiro-ministro do Brasil, Visconde do Rio 
Branco, era maçom.
D. Pedro resolveu então impedir a aplicação da 
determinação papal no Brasil.
Como já estudamos, a Constituição de 1824 
estabelecia a vinculação entre o Estado e a Igreja 
Católica, que se tornava a única religião oficial, es-
tabelecendo o Estado uma série de restrições aos 
outros credos religiosos. Por outro lado, o governo 
passava a ter uma maior interferência nos assuntos 
da Igreja, inclusive na sua organização. Os dois ins-
trumentos de controle eram o padroado, que dava 
ao Imperador o poder de nomear padres e bispos, e 
o beneplácito, que permitia o veto de decisões do 
Papa no Brasil.
A decisão de D. Pedro não foi aceita por todos os 
prelados. Dois bispos – D. Vital de Oliveira, de Olinda, 
e D. Macedo Costa, do Pará – resolveram desobedecer 
ao Imperador e ordenaram que as irmandades de suas 
dioceses expulsassem os maçons.
D. Pedro reagiu à insubordinação e mandou prender 
os bispos.
A Igreja protestou veementemente contra esta 
interferência, e a população, fortemente religiosa, viu 
com péssimos olhos a atitude do governo. Mesmo o fato 
de D. Pedro ter anistiado os bispos, pouco tempo depois, 
não adiantou grande coisa. A confiança entre o Estado e 
a Igreja estava quebrada...
14 Extensivo Terceirão
Enfim, o governo ainda teve de enfrentar a Questão 
Servil:
DEBRET, Jean Baptiste. O Regresso de um Proprietário. Século XIX.
Fica claro por que, para a elite, a escravidão não 
deveria acabar nunca... 
Após a saga pelo fim do tráfico, consubstanciada pela 
Lei Eusébio de Queirós, que contou com sólido apoio 
inglês, as pressões passaram a ser pela abolição, e agora 
o empenho não vinha apenas de fora, mas também da 
classe média – intelectuais, jornalistas, militares –, dos 
cafeicultores paulistas e, é lógico, dos negros.
O governo e a elite escravocrata, porém, resistiam à 
ideia da abolição, embora não pudessem simplesmente 
ignorá-la. Tentando ganhar tempo, a elite aprovou leis 
protelatórias, como foi o caso da Lei Visconde do Rio 
Branco, que ficou conhecida como Lei do Ventre Livre, 
tornando livres todos os filhos de negros escravos nasci-
dos a partir da data de sua promulgação (1871).
Era a certeza do fim da escravidão... a longo prazo!
Entretanto, a lei continha algumas “armadilhas” que 
visavam a garantir o direito de explorar a mão de obra 
negra até o limite:
Parágrafo 1.o – Os ditos filhos menores ficarão 
em poder e sob autoridade dos senhores e de suas 
mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá- 
-los até a idade de oito anos completos. Chegando 
o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá 
opção, ou de receber do Estado a indenização de 
600 mil réis, ou de utilizar-sedos serviços do menor 
até a idade de 21 anos completos. Essa lei criava, 
também, um Fundo de Emancipação para libertar, 
anualmente, determinado número de escravos.
No final da década de 70 do século XIX, a campanha 
abolicionista intensificou-se.
Os defensores do fim da escravidão dividiram-se 
em moderados – defensores da abolição via solução 
parlamentar – e radicais – pregavam a participação dos 
escravos na luta pela abolição.
Exemplos da participação dos negros na luta pela 
abolição não faltaram, como é o caso dos caifases, 
que estimulavam invasões a fazendas e promoviam 
fugas em massa. Particularmente para os fazendei-
ros paulistas, a defesa da abolição estava ligada não 
só aos aspectos econômicos, mas também objetiva-
va evitar o caos provocado por essas ações.
No início da década de 80 do século XIX, multipli-
caram-se os jornais antiescravistas. Os jangadeiros no 
Nordeste se recusaram a embarcar ou desembarcar 
cativos. As províncias do Ceará e do Amazonas, em 1884, 
libertaram seus escravos. Além de toda a pressão social, 
a convicção de que a escravidão não era mais econômica 
motivou a maior parte dessas atitudes.
Os cafeicultores do Vale do Paraíba, porém, conti-
nuavam resistindo. Em 1885, apesar de seus protestos, 
foi aprovada a tímida Lei Saraiva Cotegipe, conhecida 
como Lei dos Sexagenários, que determinava a liberta-
ção dos negros com mais de 60 anos de idade. Era quase 
uma piada, até porque, na avidez de explorar o negro o 
máximo possível, a lei o obrigava a trabalhar por mais 
três anos após libertado.
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AGOSTINI, Ângelo. Caricatura. Povo quer libertação. 
Revista Ilustrada, n. 409, 11 abr. 1885.
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Aula 14
15História 4C
Em 1887, o exército anunciava publicamente que 
não perseguiria mais negros fugidos e, consequente-
mente, o Estado ficava sem a máquina repressiva para 
garantir a escravidão.
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 Multidão acorre ao Paço Imperial para testemunhar a assinatura 
da Lei Áurea.
Finalmente, em maio de 1888, a Câmara aprovou lei 
que aboliu a escravidão. Era a Lei João Alfredo, conheci-
da como a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel.
 Conde D’Eu, Dom Pedro II, Imperatriz Cristina e Princesa Isabel
A lei acabava com a escravidão quando não mais 
que 5% da população era escrava. Beneficiava os setores 
mais progressistas, que poderiam agora expandir as 
formas assalariadas de mão de obra. Os fazendeiros es-
cravocratas reclamaram mais da falta de indenização do 
que da abolição propriamente dita, de resto inevitável. 
Sentindo-se lesados pelo governo, os fazendeiros do 
Vale do Paraíba abandonaram o Imperador. Era o último 
pilar de sustentação da monarquia.
A todos os fatores que contribuíram para o iso-
lamento de D. Pedro II, somam-se ainda o fato de 
ser o Brasil a única monarquia da América e também 
a difícil questão da sucessão: a herdeira do trono, a 
Princesa Isabel, era casada com um francês, o Conde 
d’Eu, muito malvisto pelos brasileiros.
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Como foi a proclamação 
da República?
A proclamação começou pelas mãos dos militares, que 
receberam o apoio da classe média e dos cafeicultores. O 
processo foi tão rápido e sem resistência que o povo nem 
ficou sabendo. Nas palavras de um proclamador, Aristides 
Lobo: A participação popular foi nula. O povo assistiu a tudo 
bestializado, pensando tratar-se de uma parada militar.
O próprio Império parecia não acreditar que algo 
pudesse ocorrer, apesar das evidências. No dia 9 de novem-
bro, uma semana antes da proclamação, D. Pedro deu uma 
grande festa, o baile da Ilha Fiscal, para 4 500 convidados, 
a um custo de mais de 250 contos de réis. Uma fortuna!
As ações antimilitaristas do primeiro-ministro Visconde 
de Ouro Preto foram o estopim do movimento que pôs 
fim ao Império. Essas ações revoltaram os militares, que, 
apoiados pelos civis republicanos, começaram a organizar 
efetivamente a queda do governo.
No dia 9 de novembro, Benjamin Constant assumiu a 
organização do movimento contra o Primeiro-Ministro. No 
dia 10, o marechal Deodoro da Fonseca, embora acamado, 
aceitou chefiar a conspiração golpista, então marcada para 
o dia 20.
Um boato de que o governo havia determinado a 
prisão dos militares envolvidos na conspiração, espalhado 
pelo major Sólon Sampaio, antecipou os acontecimen-
tos para a madrugada do dia 15. Constant e Deodoro 
dirigiram-se para o Campo de Santana, onde se encontrava 
o Primeiro-Ministro. As tropas que o protegiam aderiram 
aos revoltosos. 
Ouro Preto teve uma áspera discussão com Deodoro, 
mas, sem alternativa, aceitou a situação. Na praça, muitos 
militares saudaram a República. Na tarde do dia 15, após 
breve hesitação de Deodoro, foi proclamada a República. 
D. Pedro estava em Petrópolis e foi comunicado apenas 
no dia 16, quando retornou da viagem. No dia 17, com sua 
família e amigos, partiu para o exílio, na Europa. O país ini-
ciou a nova fase sem planos muito claros. “Foi a Monarquia 
que caiu, não as ideias republicanas que prevaleceram”.
 A família imperial, 1887
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16 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
14.01. (UEMG) – “As consequências da escravidão não 
atingiram apenas os negros. Do ponto de vista da for-
mação do cidadão, a escravidão afetou tanto o escravo 
quanto o senhor. Se um estava abaixo da lei, o outro se 
considerava acima. A libertação dos escravos não trouxe 
consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada 
nas leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das 
leis, aos privilégios e à arrogância de poucos correspon-
dem o desfavorecimento e a humilhação de muitos.”
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 
14ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 53.
No século XIX, o combate à escravidão no Brasil relacionou-se à 
a) adesão dos proprietários rurais à plena concretização dos 
direitos humanos. 
b) elaboração da Constituição por pessoas comprometidas 
com a justiça social. 
c) criação de leis emancipacionistas para a manutenção da 
Guerra do Paraguai. 
d) mobilização de diferentes grupos sociais em torno da 
campanha abolicionista. 
14.02. (MACK – SP) – Sobre o contexto histórico responsável 
pela proclamação da República não se inclui:
a) a insatisfação dos setores escravocratas com o governo 
monárquico após a Lei Áurea.
b) a ascensão do exército após a Guerra do Paraguai, passan-
do a exigir um papel na vida política do país.
c) a perda de prestígio do governo imperial junto ao clero, 
após a questão religiosa.
d) a oposição de grupos médios urbanos e fazendeiros do 
oeste paulista, defensores de maior autonomia admi-
nistrativa.
e) o alto grau de consciência e participação das massas ur-
banas em todo o processo da proclamação da República.
14.03. (ACAFE – SC) – D. Pedro II foi o governante brasileiro 
que mais tempo permaneceu no poder, sendo forçado a 
exilar-se em 1889, por ocasião da proclamação da república. 
Acerca do seu governo é correto afirmar, exceto: 
a) Em seu governo, D. Pedro II chegou a romper relações 
diplomáticas com a Inglaterra; foi a Questão Christie. 
b) Assinou a Lei de Terras de 1850, sendo esta uma das 
primeiras tentativas de se regulamentar a propriedade 
privada no Brasil. 
c) Visando proteger o mercado interno foi declarada a 
Tarifa Alves Branco, que elevava o tributo sobre produtos 
importados. 
d) Em seu governo, a Guerra da Cisplatina contribuiu para o 
desgaste de sua imagem e teve como desfecho a inde-
pendência política do Uruguai. 
14.04. (UDESC) – Na segunda metade do século XIX, muitos 
negros, escravos e homens livres foram presos e acusados 
de crimes como roubo, agressões e assassinatos de brancos. 
Nos processos-crime instaurados, é possível perceber nume-
rosos depoimentos sobre o cotidiano desses trabalhadores,tornados visíveis pela nova historiografia brasileira.
Assinale a alternativa que explica tais rebeldias:
a) As ações do Estado brasileiro, o qual sempre se preocupou 
em apoiar movimentos abolicionistas.
b) A incompreensão dos escravos negros quanto às neces-
sidades econômicas de seus senhores.
c) A geração de políticas de inclusão do negro na sociedade 
brasileira da época.
d) A política de clareamento da população, que previa a 
convivência pacífica entre brancos e negros.
e) A história dos trabalhadores negros, resistentes à per-
seguição e discriminação realizada pela polícia e pela 
sociedade em geral.
Aperfeiçoamento
14.05. (UDESC) – Em um recenseamento realizado em 1872 
como parte das políticas do Segundo Reinado, 58% dos 
residentes no país (que responderam ao recenseamento) 
declaravam-se pardos ou pretos e 38% se diziam brancos. 
Apesar da superioridade numérica, existe muito desco-
nhecimento no que diz respeito às condições de vida das 
populações africanas e afrodescendentes que residiam no 
Brasil, durante o Período Imperial. 
A respeito destas condições e a partir de seus conhecimentos, 
analise as proposições. 
I. Antes da abolição da escravatura, não havia nenhuma 
possibilidade de conquista da liberdade por parte dos 
escravizados e das escravizadas. 
II. Africanos e afrodescendentes escravizados e escravizadas 
formavam uma unidade política extraoficial e lutavam 
todos pelas mesmas causas, na medida em que possuíam 
os mesmo costumes, religiões e idiomas. 
III. A “Revolta dos Malês”, ocorrida no século XIX, é um exem-
plo contundente da diversidade existente entre africanos 
e afrodescendentes escravizados e escravizadas. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa I é verdadeira. 
b) Somente a afirmativa II é verdadeira. 
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. 
e) Somente a afirmativa III é verdadeira. 
Aula 14
17História 4C
14.06. (CESGRANRIO – RJ) – O conceito de crise utilizado 
para definir as duas últimas décadas da história do Império 
está associado a uma multiplicidade de processos, entre os 
quais se destaca a:
a) insatisfação do Partido Conservador com as medidas 
liberalizantes da monarquia sintetizadas nas leis aboli-
cionistas;
b) retração geral da economia do país provocada pela crise 
da escravidão; 
c) organização dos partidos e grupos republicanos represen-
tativos de setores sociais insatisfeitos com a monarquia;
d) crescente militarização do regime graças ao enfraqueci-
mento do exército após a Guerra do Paraguai;
e) grande incidência de movimentos sociais, incluindo 
desde a rebelião de escravos a greves de operários, todos 
adeptos da República.
14.07. (PUC – RJ) – Sobre a crise que afetou o Estado Impe-
rial brasileiro, a partir de 1870, é correto afirmar:
I. A insatisfação de segmentos militares, desde o fim da 
Guerra do Paraguai, resultava, em larga medida, da per-
cepção que possuíam a respeito do lugar secundário e 
subordinado que o Exército vinha ocupando no Estado 
Imperial.
II. A crescente crise econômica e financeira decorria, entre 
outros fatores, da acentuada queda do preço do café no 
mercado europeu e norte-americano, em um quadro 
marcado pela superprodução.
III. O descontentamento da elite cafeeira do Oeste Novo 
Paulista, em especial a partir da promulgação da “Lei 
dos Sexagenários”, resultava, em larga medida, do que 
considerava como uma excessiva centralização política 
e administrativa do governo imperial.
IV. O desagrado da nascente burguesia industrial originava-
-se da política monetária ortodoxa e do livre-cambismo 
que vinham sendo implementados pelos diversos gabi-
netes imperiais, desde os anos de 1840.
V. O agravamento dos conflitos sociais, sobretudo nas 
cidades, decorria tanto da discussão e votação da Lei 
do Ventre Livre (1871) quanto da implementação de 
medidas protetoras dos libertos.
Assinale:
a) Se somente as afirmativas I e III estão corretas.
b) Se somente as afirmativas I e V estão corretas.
c) Se somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) Se somente as afirmativas II e IV estão corretas.
e) Se somente as afirmativas IV e V estão corretas.
14.08. (PUCCAMP – SP) – É interessante notar como, em Ma-
chado de Assis, se aliavam e se irmanavam a superioridade de 
espírito, a maior liberdade interior e um marcado convencio-
nalismo. Dois termos que se repelem, pensador e burocrata, 
são os que melhor o exprimem. Entre Memórias póstumas 
de Brás Cubas e Quincas Borba, a vida nacional passara pelas 
profundas modificações da Abolição e da República.
− Que pensa de tudo isso Machado de Assis? indagava 
Eça de Queirós.
À queda da Monarquia, disse Machado no seu gabi-
nete de burocrata, diante da conveniência de tirar da 
parede o retrato do imperador:
− Entrou aqui por uma portaria, só sairá por outra 
portaria.
Era o que tinha a dizer aos republicanos, atônitos com 
esse acatamento ao ato de um regime findo.
Adaptado de: PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis. 6. ed. rev., 
Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988, p. 208
De acordo com o texto, na segunda metade do século XIX, 
ocorreram profundas transformações econômicas e sociais 
no Brasil. 
Sobre este tema é correto afirmar que 
a) o abolicionismo, a imigração e o processo de transfor-
mações proporcionadas pela cafeicultura, num contexto 
mundial de expansão capitalista, selaram a sorte da 
escravidão. 
b) a abolição alterou profundamente as formas de produção 
agrícola, uma vez que possibilitou o estabelecimento das 
bases do trabalho livre e assalariado em todo o país. 
c) os movimentos abolicionistas receberam apoio da Igreja 
Católica, em especial dos padres templários, e foram 
idealizados por homens livres, desvinculados de tradições 
locais. 
d) a incipiente industrialização, a exigência de indenização 
pelos proprietários e a ineficiente política brasileira de 
substituição da mão de obra retardaram o fim da escra-
vidão. 
e) a abolição progressiva da escravidão e o movimento re-
publicano contribuíram para a instalação da indústria de 
bens de consumo e para a urbanização da região Sudeste. 
14.09. (PUCCAMP – SP) – O republicanismo no Brasil, sobre-
tudo a linha defendida pelos militares, sofreu forte influência 
do positivismo – forma de pensamento característico do 
século XIX −, filosofia de Auguste Comte. Os republicanos 
positivistas 
a) pretendiam chegar ao regime republicano por meio de 
mudanças decorrentes de movimentos de luta entre os 
monarquistas e os positivistas. 
b) concebiam o Estado como uma entidade voltada ao apri-
moramento positivo da sociedade, independentemente 
do regime de governo. 
c) consideravam que só seria possível a criação de uma 
sociedade igualitária através do republicanismo e de 
“reformas positivas do trabalho”. 
d) defendiam que a monarquia seria superada pelo “estágio 
positivo da história da humanidade”, representado de 
modo especial pela república. 
e) acreditavam que a queda da monarquia ocorreria por 
meio de uma “revolução baseada nos princípios do posi-
tivismo e do republicanismo”. 
18 Extensivo Terceirão
14.10. (FATEC – SP) – Observe a 
imagem.
<http://tinyurl.com/z96ytss> Acesso em: 14.02.2017.
A charge faz referência ao cenário 
político brasileiro do fim do Segundo 
Reinado. O movimento republicano 
ganhara fôlego a partir da década de 
1870 e a pressão sobre D. Pedro II se 
intensificou na década seguinte.
Sobre o contexto político que culmi-
nou na Proclamação da República no 
Brasil, é correto afirmar que 
a) a República foi proclamada por re-
presentantes das classes populares, 
insatisfeitas com as condições de 
vida oferecidas pelo Império. 
b) a abolição da escravidão aumentou 
a popularidade a monarquia, que 
tornou-se mais forte, adiando por 
meio século o projeto republicano. 
c) a Princesa Isabel, opositora do Im-
perador e defensora da igualdade 
jurídica entre brancos e negros, foi 
uma das principais partidárias da 
República. 
d) oscomandantes das Forças Arma-
das, prestigiados após a vitória na 
Guerra do Paraguai, defenderam a 
monarquia em troca de melhores 
postos e salários. 
e) o movimento republicano se trans-
formou em uma força política de-
cisiva quando a monarquia perdeu 
o apoio dos cafeicultores, da Igreja 
Católica e dos militares. 
Aprofundamento
14.11. (UDESC) – “A unidade básica de resistência no sistema escravista, seu 
aspecto típico, foram as fugas. (...) Fugas individuais ocorrem em reação a 
maus tratos físicos ou morais, concretizados ou prometidos, por senhores ou 
prepostos mais violentos. Mas outras arbitrariedades, além da chibata, preci-
sam ser computadas. Muitas fugas tinham por objetivo refazer laços afetivos 
rompidos pela venda de pais, esposas e filhos. (...) No Brasil, a condenação 
[da escravidão] só ganharia força na segunda metade do século, quando o país 
independente, fortemente penetrado por ideias e práticas liberais, se integra 
ao mercado internacional capitalista. (...) “Tirar cipó” – isto é, fugir para o 
mato – continuou durante muito tempo como sinônimo de evadir-se, como 
aparece no romance A carne, de Júlio Ribeiro. Mas as fugas, como tendência, 
não se dirigem mais simplesmente para fora, como antes; se voltam para 
dentro, isto é, para o interior da própria sociedade escravista, onde encon-
tram, finalmente, a dimensão política de luta pela transformação do sistema. 
“O não quero dos cativos”, nesse momento, desempenha papel decisivo na 
liquidação do sistema, conforme analisou o abolicionista Rui Barbosa”. 
REIS, João José. SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no 
Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 62-66-71.
Analise as proposições em relação à escravidão e à abolição no Brasil. 
I. O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir a 
escravidão, mantendo-a por praticamente todo o período imperial. 
II. Milhões de pessoas foram trazidas de diferentes regiões africanas para o Brasil e 
escravizadas ao longo de mais de três séculos. Contudo, a mão de obra escrava, 
no Brasil, não foi exclusivamente africana. 
III. A lei Eusébio de Queiróz, em 1850, cessou a compra e a venda de escravos no 
Brasil, e a pressão inglesa foi significativa para a promulgação desta lei. 
IV. O fim da escravidão, no Brasil, se deu com a promulgação da Lei Áurea em 13 
de maio de 1888, não tendo os escravos participado do processo de abolição. 
V. Após a abolição, o estado brasileiro não ofereceu condições adequadas para 
que os ex-escravos se integrassem no mercado de trabalho assalariado, tendo 
a imigração europeia sido justificada, inclusive por teorias raciais. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. 
e) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. 
14.12. (FAMERP – SP) – Ao mesmo tempo em que se exaltava a libertação 
dos escravos, temia-se por uma revolução fatal ao país, afirmando-se a 
necessidade de uma abolição lenta e gradual. Não havia um maior entro-
samento entre os rebeldes negros e os abolicionistas, sendo que a própria 
propaganda abolicionista não se dirigia aos escravos, que tendiam a ser 
considerados bárbaros, incapazes de exercer ações políticas.
Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987. Adaptado.
O texto, que se refere ao Brasil da segunda metade do século XIX, trata 
a) do apoio inglês à abolição da escravidão, para ampliar o mercado consumidor 
brasileiro de produtos industrializados. 
b) da divergência entre os setores cafeicultores do Vale do Paraíba e os do Rio de 
Janeiro quanto ao emprego da mão de obra escrava. 
c) do esforço dos setores liberais na defesa do fim da escravidão e de todos os 
preconceitos raciais. 
Aula 14
19História 4C
d) da popularidade do movimento abolicionista, que contava com franco apoio 
das classes médias urbanas. 
e) da moderação de parte do movimento abolicionista, que também manifestava 
preconceitos raciais. 
14.13. (UNESP – SP) – Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí para 
cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, 
e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas todas 
que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
Machado de Assis. “Bons dias!”, in Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
O fragmento é de uma crônica de 19 de maio de 1888, que conta o caso, fictício, 
de um escravista que se converteu à causa abolicionista poucos dias antes da Lei 
Áurea e agora se gabava de ter alforriado Pancrácio, seu escravo. O ex-proprietário 
explica que Pancrácio, além de continuar a apanhar, recebe um salário pequeno. 
Podemos interpretar tal crônica machadiana como uma representação da:
a) ampla difusão dos ideais abolicionistas no Segundo Império, que apenas for-
malizou, com a Lei Áurea, o fim do trabalho escravo no Brasil.
b) aceitação rápida e fácil pelos proprietários de escravos das novas relações de 
trabalho e da necessidade de erradicar qualquer preconceito racial e social.
c) mudança abrupta provocada pela abolição da escravidão, que trouxe sérios 
prejuízos para os antigos proprietários e para a produção agrícola.
d) falta de consciência dos escravos para a necessidade de lutar por direitos sociais 
e pela recuperação de sua identidade africana.
e) persistência da mentalidade escravista, que reproduzia as relações entre senhor 
e escravo, mesmo após a proclamação da Lei Áurea.
14.14. (UNICAMP – SP) – Compare as duas ilustrações de Angelo Agostini (1843-
1910) sobre o reconhecimento da República brasileira pela Argentina (fig. 1) e 
pela França (fig. 2).
(Figura 1: Ângelo Agostini, Reconhecimento 
da República brasileira pela Argentina, 
em Revista Ilustrada, dez. 1889.)
(Figura 2: Ângelo Agostini, Reconhecimento 
da República brasileira pela França, 
em Revista Ilustrada, dez. 1889.)
Assinale a alternativa correta. 
a) As alegorias expressam visões diferentes sobre o imaginário da República 
brasileira: na primeira ela é representada com um olhar de proximidade, e, na 
segunda o olhar expressa admiração, remetendo à visão corrente do gravurista 
sobre as relações entre Brasil, França e Argentina. 
b) O reconhecimento da França traz a confraternização entre dois países com 
tradições políticas muito diferentes, porém unidos pelo constitucionalismo 
monárquico e posteriormente pelo ideário republicano. 
c) No reconhecimento da Argentina 
ao regime republicano brasileiro, 
as duas repúblicas ocupam a mes-
ma posição, indicando ter a mes-
ma idade de fundação do regime 
e a similaridade de suas histórias 
de passado colonial ibérico. 
d) As duas imagens usam a figura 
feminina para representar as três 
repúblicas, característica não usual 
para a representação artística do 
ideário republicano, protagoni-
zado por lideranças masculinas. 
14.15. (UEL – PR) – Sobre a escravi-
dão, a imigração e o trabalho livre no 
Brasil Imperial, assinale a alternativa 
correta.
a) Entre 1860 e 1890, o governo 
imperial repatriou mais de um 
milhão de negros para a Libéria, 
país da África. Essa medida visou 
ao branqueamento e à purifi-
cação racial dos trabalhadores 
brasileiros.
b) Com A Lei de Terras de 1850, o 
Governo Imperial manteve as 
regras tradicionais de cessão das 
terras devolutas, estipulando que 
essas terras não poderiam ser 
vendidas, mas apenas cedidas 
pelo Estado por meio das Cartas 
de Sesmarias.
c) No século XIX, a parceria e o colo-
nato foram sistemas de trabalho 
praticamente desconhecidos dos 
fazendeiros brasileiros, os quais 
optaram pelo sistema do trabalho 
assalariado puro como forma de 
atrair os imigrantes europeus.
d) A proibição do tráfico de escravos 
africanos posta em prática em 
1850 pelo governo brasileiro, e a 
disponibilidade de trabalhadores 
livres excedentes na Europaforam 
fatores estimuladores da formação 
do mercado de trabalho assalaria-
do no Brasil.
e) A legislação trabalhista decretada 
por D. Pedro II, em 1870, que ga-
rantiu ao trabalhador imigrante 
o décimo terceiro salário, férias 
remuneradas e outras vantagens, 
foi o mais importante estímulo ao 
trabalho livre no Brasil.
20 Extensivo Terceirão
14.16. (MACK – SP) – Em uma perspectiva de longo 
prazo, tem-se a alternativa republicana conectada ao 
processo de transformação estrutural da sociedade 
brasileira. Mais precisamente, o sentido histórico de seu 
surgimento, implantação e consolidação afirmou-se no 
período que se pode balizar pelos anos 1850 e 1900.
Renato Lemos. “A alternativa republicana e o fim da monarquia”. In: 
Keila Grinberg e Ricardo Salles (orgs.). O Brasil Império: volume III 
(1870-1889). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 405.
Considere o período mencionado e assinale a alternativa que 
contenha, respectivamente, elementos sociais, culturais e eco-
nômicos que contribuíram para a crise da monarquia e para 
o golpe que resultou na implantação da República no Brasil. 
a) Surgimento do operariado organizado e que passou a 
exigir melhorias trabalhistas; difusão dos ideais socialis-
tas entre trabalhadores urbanos; início do processo de 
industrialização do país, consolidado apenas na Era Vargas. 
b) Promulgação da Lei de Terras, consolidando uma política 
de acesso à terra por imigrantes recém-chegados; difusão 
da filosofia positivista em setores do Exército; crescimento 
da produção cafeeira do oeste paulista. 
c) Promulgação da Lei Áurea, consolidando o trabalho livre e 
assalariado no país; difusão dos ideais liberais e positivis-
tas, entre setores do alto escalão do Exército; início de uma 
série de modernizações, conhecidas como “Era Mauá”. 
d) Migrações internas e imigração europeia, em virtude da 
extinção do tráfico de escravos; difusão, entre diversos 
segmentos sociais, do liberalismo e do cientificismo; 
crescimento da produção cafeeira do oeste paulista. 
e) Crescimento do Abolicionismo, em função da grande 
participação de negros na Guerra do Paraguai; difusão 
dos ideais positivistas e cientificistas no conjunto da 
sociedade; início da implantação de indústrias e moder-
nizações no país. 
14.17. (UFPR) – “A introdução de novos africanos no 
Brasil não aumenta a nossa população e só serve de 
obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil 
perto de quarenta mil escravos anualmente, o aumento 
desta classe é nulo, ou de muito pouca monta: quase 
tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e to-
davia custaram imensos cabedais. [...] Os senhores 
que possuem escravos vivem, em grandíssima parte, 
na inércia, pois não se veem, precisados pela fome ou 
pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua 
lavoura. [...] Ainda quando os estrangeiros pobres ve-
nham estabelecer-se no país, em pouco tempo deixam 
de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo 
que podem ter dois ou três escravos, entregam-se à 
vadiação e desleixo.”
ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à Assembleia Geral 
Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura, de 
1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. “José Bonifácio de Andrada e Silva: Projetos 
para o Brasil”. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 56-57.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicio-
nismo no Brasil, é correto afirmar que nas duas primeiras 
décadas do século XIX, 
a) o movimento abolicionista consolidava uma articulação 
de partidos políticos em prol da libertação dos africanos 
e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalha-
dores livres para a agricultura e para a indústria.
b) as elites dirigentes estavam plenamente convencidas da 
necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender 
o sistema escravista das pressões empreendidas pelo 
movimento humanitário internacional.
c) alguns setores sociais pretendiam promover o progresso 
econômico do Brasil com base na indústria e viam os 
negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na 
medida em que eles não tinham qualquer aptidão para 
o trabalho naquele setor.
d) alguns integrantes da elite dominante passaram a com-
preender a escravidão como um problema que dificultava 
o progresso nacional, já que a sua manutenção desesti-
mulava novos empreendimentos econômicos.
e) as elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que 
a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais 
tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo 
trabalhador livre.
14.18. (UFMS) – “Eu quisera dar a esta data a denomi-
nação seguinte: – 15 de novembro do primeiro ano da 
República; mas não posso infelizmente fazê-lo. O que 
se fez foi um degrau, talvez nem tanto, para o advento 
da grande era. Em todo caso, o que está feito pode ser 
muito, se os homens que vão tomar a responsabilidade 
do poder tiverem juízo, patriotismo e sincero amor à 
liberdade. Como trabalho de saneamento a obra é edi-
ficante. Por ora, a cor do governo é puramente militar, 
e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a 
colaboração do elemento civil foi quase nula.
O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, 
sem conhecer o que significava. Muitos acreditavam 
sinceramente estar vendo uma parada. Era um fenô-
meno digno de ver-se. [...]. Pude ver a sangue frio 
tudo aquilo. [...]. Mas, voltemos ao fato da ação ou do 
papel governamental. Estamos em presença de um es-
boço rude, incompleto, completamente amorfo. Não 
é tudo, mas é muito...”
(Aristides Lobo, apud CASTRO, Therezinha de – História 
Documental do Brasil. RJ: Record, s/d, p. 250) 
O texto acima, publicado pelo jornal Diário Popular de São 
Paulo em 18 de novembro de 1889, corresponde ao trecho 
de uma carta em que o jornalista Aristides Lobo narra sucin-
tamente a Proclamação da República. Com base no texto e a 
respeito do regime republicano instituído no Brasil em 15 de 
novembro de 1889, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
Aula 14
21História 4C
14.01. d
14.02. e
14.03. d
14.04. e
14.05. e
14.06. c
14.07. a
14.08. a
14.09. d
14.10. e
14.11. b
14.12. e
14.13. e
14.14. a
14.15. d
14.16. d
14.17. d
14.18. 28 (04 +08 + 16)
14.19. e
Gabarito
01) A Proclamação da República foi um acontecimento 
que contou com forte participação popular, tendo à 
frente o exército sob a liderança do Marechal Deodoro 
da Fonseca.
02) Tão logo foi instaurado, o regime republicano elabo-
rou uma complexa estrutura estatal, responsável pela 
criação de uma ampla rede de proteção à classe traba-
lhadora, materializada no direito à organização sindical, 
na concessão do salário mínimo e de leis trabalhistas 
expressas na Consolidação das Leis do Trabalho.
04) O movimento republicano brasileiro sofreu forte in-
fluência do pensamento positivista elaborado por 
Auguste Comte, cuja doutrina defendia, entre outras 
premissas, que as reformas políticas e sociais deveriam 
ser feitas sem ataques violentos à ordem social estabe-
lecida.
08) A passagem do regime monárquico para o regime 
republicano correspondeu a um golpe de Estado pro-
movido pelos militares brasileiros, sendo praticamente 
nula a participação popular.
16) O advento da República no Brasil pode ser interpre-
tado como um processo de reacomodação, em torno 
das instituições públicas, de parcelas das oligarquias 
agrárias, em especial os cafeicultores do Sudeste, e de 
segmentos das camadas médias urbanas, a exemplo 
dos letrados e dos militares, que viam no novo sistema 
político a possibilidade de exercerem o controle sobre 
o Estado Nacional.
Desafio
14.19. (PUCCAMP – SP) – O setor fabril já se fazia notar, 
não só em São Paulo, como também em Campinas e 
Piracicaba, produzindo tecidos, chapéus e calçados. 
As casas de fundição colocavam à disposição serras, 
bombas, sinos, prensas e ventiladores (...). As narrati-
vas de viagem, gênero de escrita muito apreciado por 
autores e leitores, registravam dessa nova sociedade as 
impressões colhidas em trânsito

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