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Práticas Pedagógicas e Processos Cognitivos W B A 0 2 5 2 _ v1 .2 2/241 Práticas Pedagógicas e Processos Cognitivos Autoria: Luiza Cristina de Azevedo Ricotta Como citar este documento: RICOTTA, Luiza Cristina de Azevedo. Práticas Pedagógicas e Processos Cognitivos. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Modalidades e Estilos de Aprendizagem 06 Unidade 2: Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utiliza- ção da Informação 40 Unidade 3: Estratégias Cognitivas no Processo de Ensino-Aprendizagem 73 Unidade 4: Metacognição — Aprender a Ensinar em uma Perspectiva Metacognitiva 102 2/241 Unidade 5: Estratégias Metacognitivas no Processo de Ensino-aprendizagem 128 Unidade 6: Instrumentos Metacognitivos para Avaliação do Processo de Ensino-aprendizagem 153 Unidade 7: Estilos de Aprendizagem de Kolb. O Inventário de Estilos de Aprendizagem de Kolb (ILS) 178 Unidade 8: Teoria da Mobilidade Cognitiva Estrutural de Reuven Feuerstein. Fatores de Desenvolvi- mento Cognitivo e Experiência de Aprendizagem Mediada 208 3/241 Apresentação da Disciplina Esta disciplina visa apresentar aos profis- sionais as Teorias de Aprendizagem que demonstram formas e estilos variados na maneira de aprender. Será determinante o modo como o indivíduo é capaz de processar suas informações e torná-las conhecimen- to, desde a sua assimilação, observação, produção, compreensão até a formulação de novos saberes. A disciplina também ex- põe como ocorrem os processos metacog- nitivos, nos quais a consciência do conheci- mento e a reflexão sobre o modo de pensar são capazes de possibilitar novas compre- ensões e, consequentemente, a expansão do conhecimento. Com a formulação de Te- orias de Aprendizagem, os estudos da psi- cologia e o surgimento da psicologia cogni- tiva nos trouxeram uma concepção amplia- da do que é inteligência, seu processamen- to e como pode ser estimulada, bem como as várias formas de aprender do indivíduo, a fim de atender aos interesses de aprendiza- gem de cada um e ao conhecimento que se aplica a todos nós. O funcionamento cerebral, utilizando os hemisférios direito e esquerdo, produzem conexões pelas células nervosas que, ao se conectarem com outras, formam uma gran- de rede por meio das sinapses, nas quais o indivíduo processa as informações que co- lhe do ambiente. Com essas conexões, é possível comparar, pensar, se emocionar, fazer escolhas, memorizar, além de outras funções possíveis no universo vasto que é a mente humana. 4/241 Essa grande rede de circuitos cerebrais são os registros das experiências que servem de estímulo para a ocorrência da aprendiza- gem: o desenvolvimento linguístico, a fala, bem como a escrita e tudo o que envolve a produção do pensar (analisar, observar, comparar, refletir). O processamento da informação conta também com a memó- ria, importante função que lhe permite ar- mazenar vivências, experiências, emoções, conteúdos e articulá-los entre si a ponto de poder utilizá-la novamente quando for ne- cessário, auxiliando na tomada de decisão e na capacidade de fazer escolhas. Veremos como a Teoria Experiencial de Aprendizagem de David Kolb, que em 1984 publicou o livro “Aprendizagem Experiencial: Experiência Como A Fonte de Aprendizagem e Desenvolvimento”, aborda o comportamento da aprendizagem pelo modo como diferen- tes pessoas podem aprender, reverencian- do os autores que iniciaram os estudos da Teoria Experiencial de Aprendizagem, como Piaget, Rogers e Jung no período de 1900. Os processos internos (mentais) cogniti- vos e metacognitivos serão apresentados, já que passam a ter uma importância vital na compreensão de como o ser humano aprende. E, se este aprende, como elege o que quer aprender? Tudo que está diante de si é uma oportunidade para aprender? Es- 5/241 tes são questionamentos, como outros que este estudo suscitará: como associar aos estilos de aprendizagem presentes nos es- tágios do sentir ou pensar, do observar ou fazer – tidos como a combinação de dois ei- xos, conceituadas no Contínuo de Kolb: a) Contínuo de Processamento (o modo como abordamos uma tarefa). b) Contínuo de Percepção (o modo como nós nos sentimos a respeito do que nos interessa). Temos a contribuição da Teoria das Inteli- gências Múltiplas de Howard Gardner, o Mo- delo de Estilo de Aprendizagem de VAK (am- bas são influências da Teoria Experiencial) e a Teoria Cognitivista de Piaget, Vygotsky e Wallon. Veremos também o grande facilita- dor da aprendizagem, a Teoria da Aprendi- zagem Mediada de Feuerstein (no Tema 8), ao ressaltar que a mediação é consciente e direcionada para trocas e num fazer peda- gógico que conta com a participação dire- ta entre mediador (educador) que, com sua visão de mundo, contribui com leituras e auxilia o mediado (o educando) na tarefa de decifrar, pensar e aprender. Aproveite! A prova maior é o fato de estar- mos aqui sendo estimulados a entender todo esse processo que ocorre conosco e, certamente, por isso nos propomos ao es- tudo: para que possamos aprender mais e sermos facilitadores da aprendizagem de outros. 6/241 Unidade 1 Modalidades e Estilos de Aprendizagem Objetivo 1. As Metodologias Ativas. 2. Novas Compreensões da Inteligência. 3. Estilos de Aprendizagem Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem7/241 1. Introdução Os desafios contemporâneos no tocante às mais variadas formas de aprender passam pelas chamadas “metodologias ativas”, que envolvem o educando num ritmo e dina- mismo maior. Envolvendo-os na mudança do padrão do pensamento e no aumento da capacidade de refletir e concluir posiciona- mentos. A grande transformação coletiva, social e comportamental vem modificando as formas de desenvolver novas ações pe- rante arealidade. O surgimento dessa abor- dagem tem sido uma resposta necessária para acompanhar a modificação de interes- ses e necessidades atuais. Alguns educado- res são resistentes à adoção do uso de me- todologias ativas nas práticas pedagógicas, receosos do rompimento com a tradição já que não tiveram acesso a tais conhecimen- tos, e, no contexto atual, são surpreendidos com a inovação no ensino e aprendizagem. Certamente, irão buscar um meio de inte- grar os conhecimentos, sem que seja neces- sário abandonar ou substituir inteiramente práticas pedagógicas que funcionem, e que se relaciona com o estilo do próprio profis- sional. É relevante que tenha acesso e possa compreender as repercussões práticas des- sas metodologias para que possa integrar com o seu conhecimento já consolidado. Os estilos de aprendizagem apontam para variadas formas de aprender, portanto, não existe uma ideal. Podem, inclusive, atender ao estilo considerado o mais adequado ao educando. Isso representou uma grande inovação no âmbito da compreensão da in- teligência, como veremos mais à frente. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem8/241 A contextualização do saber, o desenvolvi- mento das competências e das habilidades e a transposição de conhecimentos para outros tornaram o desafio de educar muito mais amplo. Um maior interesse por parte dos educadores em manter a motivação dos educandos, o próprio interesse e a agilida- de do pensar atual, bem como as demandas que surgem em tempo real exigem do edu- cador uma atuação não apenas dinâmica, mas “experienciada” (vivida), marcada no tempo presente, pois o tempo do aprender é também aquele que surge no momento do compartilhamento, com as contribuições dos educandos, num fazer pedagógico con- junto, cocriado. 2. As Metodologias Ativas A Prática Pedagógica e os Processos Cogniti- vos podem ser úteis na vida do profissional que faz uso do conhecimento na sua gestão e na da informação, bem como na condução do seu processo de aprendizagem, aplican- do de forma criativa a cognição, com recur- sos inovadores, permitindo que o aprender resulte na melhor destinação para os con- ceitos a serem aplicados navida. As Meto- dologias Ativas são um exemplo do geren- ciamento dessas funções. Reunir os melhores recursos cognitivos, inicia-se ao estimular a capacidade inova- dora do conhecimento, que não é estáti- ca e sim mobilizada a todo tempo, o qual deixa, necessariamente, de ser empregado Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem9/241 na sua forma habitual e tradicional, como aquisição específica, para ser incorporado a ações mais efetivas, eficazes e multifun- cionais. Ampliando a posição tradicional de alteridade entre educador e educando, cuja interação se associava à posição de se colocar como promotor do saber e tendo o aprendiz na função passiva, que “aguarda- va” o conteúdo, sem qualquer indagação ou reflexão, dos conhecimentos apresentados. Sendo unicamente assimilados. A mudança de uma postura passiva para uma ativa está associada a uma alteração central no papel dos dois agentes: educador e educando, as- sumindo uma postura de interlocução, de facilitação e de construção conjunta. O que necessariamente assegura uma aprendiza- gem. Diferente daquela postura passiva, de simples assimilação sem uma reflexão. De acordo com Moura (2014), as Metodologias Ativas são aquelas que apresentam as se- guintes características: • Demandam e estimulam a participa- ção do aluno, envolvendo-o em todas as suas dimensões humanas: sensó- rio-motor, afetivo-emocional e men- tal-cognitiva. • Respeitam e estimulam a liberdade de escolha do aluno diante dos estudos e atividades a serem desenvolvidas, possibilitando a consideração de múl- tiplos interesses e objetivos. • Valorizam e se apoiam na contextua- lização do conhecimento, imprimindo um sentido de realidade e utilidade Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem10/241 nos estudos e atividades desenvolvi- das. • Estimulam as atividades em grupos, possibilitando as contribuições for- mativas do trabalho em equipe. • Promovem a utilização de múltiplos recursos culturais, científicos e tecno- lógicos que podem ser providencia- dos pelos próprios alunos no mundo em que vivemos. • Promovem a competência de sociali- zação do conhecimento e dos resulta- dos obtidos nas atividades desenvol- vidas. Tais metodologias têm o seu foco no de- senvolvimento das competências técnicas necessárias para a sua formação profissio- nal, mas consideram o desenvolvimento de valores pessoais essenciais no mundo con- temporâneo, como: conduta ética, capaci- dade de iniciativa, criatividade, atitude em- preendedora, flexibilidade, autocontrole, comunicação, expressão oral e escrita etc. a) Há duas Metodologias Ativas de apren- dizagem propícias para jovens em período pré-universitário e univer- sitário, como aponta Moura (2014): Aprendizagem baseada em proble- mas (ABprob): os temas tratados são geralmente escolhidos pelo professor, que pode levar em conta os objetivos e os conteúdos de sua disciplina ou cur- so. E estão mais próximas das aborda- gens tradicionais. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem11/241 b) Aprendizagem baseada em projetos (ABproj): o aluno tem grande liber- dade de escolha do tema que estará contido em seu projeto, o qual, muitas vezes, não se enquadra exatamente nos conteúdos propostos para a disci- plina. Os efeitos positivos da liberda- de de escolha, como a motivação do aluno, são maiores. Tanto uma quanto a outra propiciam e es- timulam o desenvolvimento de habilidades importantes. A destinação do conhecimento neste for- mato metodológico tem como objetivo pre- parar o educando para as suas atividades e realizações, tomar decisões e fazer esco- lhas na vida. Sendo um acréscimo em sua história, aprendendo a pensar sobre o que se conhece, aprendendo a dar soluções e a criar conjuntamente com as situações às quais está exposto. As Metodologias Ativas também se conciliam com a abordagem ex- periencial como veremos mais adiante ao estudar a Teoria Experiencial de Aprendiza- gem de Kolb e seus estilos Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem12/241 3. Novas Compreensões da Inte- ligência Entre nossos objetivos, destaca-se a com- preensão da inteligência, que passou por transformações importantes. Tal estudo contribui para a inovação e adoção de práti- cas pedagógicas que venham a atender me- lhor às necessidades dos educandos. A evo- lução do conceito de inteligência nos trouxe modificações qualitativas na compreensão dos processos de cognição e de aprendiza- do humano de modo a considerar os distin- tos estilos de aprendizagem, atendendo aos mais variados interesses e formas de apren- der. Isso representa um grande avanço, não havendo uma única maneira de ensinar e, consequentemente, apenas uma forma de aprender. São múltiplas as formas do uso da inteligência, consideradas as capacidades que cada indivíduo possui, empregando o conhecimento de formas distintas. A neurociência aplicada à educação tem sido um tema atraente para fundamentar o estudo do cérebro, especialmente sobre como obter melhores níveis de aprendiza- gem e desenvolver capacidades intelectivas, como a memorização e o acesso ao próprio banco de memórias, dados e informações que são reunidos no decorrer da vida. Este aspecto contribui para que o indivíduo pos- sa solidificar a sua base de experiências, ou seja, um repertório vivencial de aprendiza- dos, e que, certamente, resultará em novos interesses. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem13/241 A perspectiva da multi, trans e pluri disci- plinas tem nos oferecido muitas possibili- dades, pois admitimos, finalmente, que as ciências conversam entre si, que podemos obter e produzir mais conhecimento quan- do nos propomos a considerar as contribui- ções de uma e de outra, e, assim, compor uma estrutura, cuja visão é sistêmica, apro- ximada da construção do saber. E que, desta forma, a inteligência se expande e amplia. A compreensão do conceito de inteligência, a qual era vista pela abordagem tradicio- nalista como score, sujeita a ser pontuada e classificada, visando determinar, portanto, se o indivíduo aprendia, foi muito modifi- cada desde que o psicólogo francês, Alfred Binet, em 1905, junto com Thomas Simon formularam o primeiro teste de inteligên- cia, o Coeficiente de Inteligência, QI. Este procurava quantificar o nível de inteligên- cia do indivíduo e separava as pessoas em categorias: os que aprendiam e os que não aprendiam muito bem. Outros estudiosos também contribuíram com o estudo da in- teligência, mas faltavam elementos para se pensar a inteligência como um processo mental que não fosse mensurável, mas qua- litativo. Sendo possível avaliar que pessoas podem aprender determinados assuntos com mais facilidade e outras apresentarem mais dificuldade. Considerando a natureza dos processos cognitivos ser de ordem subjetiva e, por ve- zes, abstrata, foi necessário acompanhar a evolução dos estudos de inteligência, que passou a incluir todo tipo de pessoa e toda Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem14/241 forma de aprendizado, inclusive, aque- la que não estava teoricamente prevista e que poderia surgir como resultado extra do educando, como quem também produz co- nhecimento conjuntamente com seu inter- locutor: - o educador, pois foi vivenciada e observada. De um conceito singular, cujo coeficiente opera na instância concreta e objetiva, pas- samos por uma evolução, para uma con- cepção plural da inteligência pelas contri- buições de Gardner (1995), apresentando- -nos “A Teoria das Múltiplas Inteligências” no livro “Estruturas da Mente”, que revolu- cionou a compreensão tradicional. Os constructos de Gardner (1995) nos fi- zeram compreender que há um universo de habilidades, sendo estas distintas en- tre uma pessoa e outra, o que, por sua vez, permitem meios de aprender diferenciados, bem como a possibilidade de cada indivíduo de forjar seus talentos próprios. Esses talentos são enaltecidos quando se percebe um tipo de inteligênciaque favore- ce determinadas habilidades, já que as pes- soas são diferentes e podem aprender mais e melhor algumas atribuições que sejam de sua necessidade. Compreendemos com isso que a cognição está associada aos inte- resses da pessoa, ou seja, o conhecimento, o objetivo, a finalidade, o sentido e o sig- nificado com que se relacionam com suas Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem15/241 demandas de aprendizado, de acordo com suas indagações que são curiosidades que partem de algo que se observou, sentiu, e, com isso, o moveu a buscar respostas e for- mular conclusões. Tornando-se assim expe- riências cognitivas importantes, e registros de aprendizados significativos. A dimensão que o conhecimento tomou as- sumiu proporções grandiosas, partindo de uma consciência individual do que é apren- dido, como as Teorias de Aprendizagem nos mostram, e seguindo para a contribuição em seu ambiente social e familiar. Assim, sua função maior é cumprida quando com- partilhada na convivência em sociedade. O conhecimento e a aprendizagem tornaram- -se pilares da sociedade da informação as- sociados a um melhor uso da inteligência. A atualização é constante principalmente devido à velocidade da comunicação digi- tal, expandindo o saber em escalas cada vez maiores. É nesta sociedade da informação atual, digital e contemporânea do século XXI, que muitos aprendizados ocorrem. O que fazer com aqueles que pensam de forma diferente de outras pessoas que cap- tam e analisam outros aspectos? E os que não se interessam pelo conteúdo que está sendo apresentado? Estão associados à fal- ta de motivação e interesse? São menos in- teligentes por isso? Ao observarem um número crescente de in- divíduos que aprendiam coisas diferentes ou aplicavam o aprendido em outros usos, pode-se constatar a existência de outros interesses que não aqueles previstos. Ao Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem16/241 conceber que as pessoas são diferentes, foi possível avaliar que talvez a sua inteligên- cia pudesse ser diversa das demais, dentro de uma diversidade de formas possíveis de apreensão, de registro de conteúdos e in- formações com capacidade para serem uti- lizadas de infinitas formas. A noção do indivíduo inteligente se modi- ficou a partir do momento em que Gardner (2000) redefine inteligência, à luz das ori- gens biológicas da habilidade para a solu- ção de problemas. Dando lugar a múltiplas constatações, muito diferentes do modelo tradicional: se o indivíduo não aprende do modo esperado, acaba aprendendo o que? De que forma? E para qual finalidade? E aqueles que não aprendem neste modelo, estão tendo dificuldade em que área? Ou em qual habilidade? Para Gardner (2000), o conteúdo e avalia- ção “massificado” subestimam as variadas inteligências e estilos de aprendizagem dos alunos, afastando-os de suas experiências e realidade diária, tornando-se um fator alta- mente desmotivador para a aprendizagem. Gardner (2000) afirma que se mostrará mui- to mais proveitoso ofertar uma variedade de abordagens e estratégias pedagógicas ao aluno, com múltiplas formas de apre- sentar informações (texto, imagens, vídeo, multimídia interativa, entre outras) e ferra- mentas para apoiá-las, respeitando as vá- rias inteligências e estilos de aprendizagem dos alunos. A inteligência foi pluralizada e ganhou no- Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem17/241 vos contornos que levaram em considera- ção a sua marca pessoal. As pessoas apren- dem de formas distintas em razão de de- terminadas habilidades existirem em grau mais acentuado para uma e menos para ou- tra, sem que isso represente que uma seja melhor ou pior, mas apenas diferentes. Com isso, a Teoria das Múltiplas Inteligências de Gardner (2001) ganhou expressiva adesão por parte dos educadores, uma vez que suas premissas consideraram o estudo da men- te humana e suas correlações multidiscipli- nares, oferecendo a ampliação do conceito de inteligência como sendo: “Um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produ- tos que sejam valorizados por uma cultura”. (GARDNER, 2001, p. 46) A essas capacidades diversas de processa- mento da informação Gardner chamou de inteligências, no plural. E o seu desenvolvi- mento será definido por fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. E cada uma poderá se expressar em maior ou menor grau. A cultura também é base para a expli- cação de sua teoria, pois o desenvolvimento ou a evolução dessas modalidades de inteli- gências tem uma repercussão direta na for- ma do indivíduo responder em seu ambiente. Os Tipos de Múltiplas Inteligências estrutu- radas por Gardner (2000) são: • Inteligência linguística: sensibilida- de para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem18/241 percepção das diferentes funções da linguagem usando-as para conven- cer, agradar, estimular ou transmitir ideias. • Inteligência musical: se manifesta por meio de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça mu- sical. • Inteligência lógico-matemática: os componentes centrais desta inteli- gência são descritos como uma sensi- bilidade para padrões, ordem e siste- matização, característica de matemá- ticos e cientistas. • Inteligência espacial: é a capacidade para perceber o mundo visual e es- pacial de forma precisa. É a habilida- de para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percep- ções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação vi- sual ou espacial. • Inteligência cinestésica: se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos por meio do uso de parte ou de todo o corpo. É a habili- dade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. • Inteligência interpessoal: habilidade para entender e responder adequa- damente a humores, temperamentos Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem19/241 motivações e desejos de outras pes- soas. • Inteligência intrapessoal: Esta inteli- gência é o correlativo interno da in- teligência interpessoal, isto é, a ha- bilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. Pode-se observar também a relevância dos estudos genéticos relacionados à capaci- dade do aprender, tornando a Biologia im- prescindível para a compreensão das mui- tas indagações decorrentes da evolução das formas e estilos de aprendizagem. O estudo do cérebro tem tido destaque nas moder- nas metodologias em como extrair um de- sempenho maior e melhor. Este é o local no qual ocorrem os processamentos internos de aprendizagem, cognitivos e metacogni- tivos. A capacidade de desenvolver correla- ções e estabelecer associações que venham a contribuir com novas sinapses neuronais o que resulta na chamada expansão de cons- ciência-visão ampliada acerca de um as- sunto ou tema. As contribuições da neurociência associada à educação são inúmeras. Pode-se enten- der que os circuitos cerebrais favorecem à movimentação de frequência mental, pelos neurônios, que são as células que compõem o sistema nervoso central, estabelecendo associações entre as informações, o que au- menta a sua capacidade de compreensão. O estudo da neurociência aplicada à edu- cação, e especificamente à qualidade da Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem20/241 4. Estilos de Aprendizagem A teoria de aprendizagem de Kolb na visão de Chapman (2008) no artigo intitulado: Kolb Learning Styles (tradução: “Os Estilos de Aprendizagem de Kolb”), apresenta quatro aprendizagem, tem seu propósito na com- preensão das várias formas possíveis de aprender, na observação do comportamen- to do educando em situação de aprendiza-gem, em conhecer a Biologia cerebral nas suas dimensões cognitivas, afetivas e mo- toras. Estuda o Sistema Nervoso Central e suas complexidades, anatomia e fisiologia num cérebro capaz de aprender. De que forma o cérebro aprende, de que for- ma estimular o aluno a aprender e conhecer o que dificulta a aprendizagem são algumas das reflexões pertinentes. Atente logo mais para o sujeito cerebral abordado no vídeo sugerido “Neurociência na aprendizagem escolar”. Para saber mais Faça as suas reflexões sobre o tema. Procure ano- tar outras indagações que surjam no decorrer do vídeo e as ideias centrais que lhe serão úteis. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem21/241 distintos estilos de aprendizagem, que são vivenciados em quatros estágios nos quais as experiências imediatas e concretas vão possibilitar suas observações e reflexões. Estas são assimiladas e tornam-se concei- tos abstratos, entendidos numa concepção particular e até simbólica, influenciando a qualidade da ação que é concreta. Essa po- derá ser ativamente testada, e, por sua vez, oferecerá meios para serem criadas novas experiências. Trata-se de uma sequência que o autor chama de círculo de aprendi- zagem e até podemos entender como um ciclo, partindo de um e seguindo, necessa- riamente, ao outro e assim por diante. Este círculo que inclui a experiência, a reflexão, o pensamento e a atividade, veremos em detalhe a seguir: Conforme o artigo de Chapman (2008), Kolb trabalha em dois níveis: Pelo círculo de quatro estágios: Estágio 1: Experiência Concreta. Estágio 2: Observação Reflexiva. Estágio 3: Conceituação Abstrata. Estágio 4: Experimentação Ativa. E pelo outro nível que, em razão da passa- gem por estes estilos de aprendizagem vi- vidos sequencialmente, terá em cada um destes a combinação de dois estilos prefe- ridos, ou melhor, uma matriz dois por dois dos estilos de círculo de quatro estágios, como veremos a seguir: a) Divergência. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem22/241 b) Assimilação. c) Convergência. d) Acomodação. Chapman (2008) esclarece que conhecen- do um estilo de aprendizagem de uma pes- soa (e o seu próprio) é possível aprender e se orientar por esse método preferido. Isso representa também que cada um respon- de e necessita de estímulos de outro estilo de aprendizagem, apesar de ter um ou outro como preferencial. Identificamos em segui- da como se dá a junção de dois estilos em um. • Divergência (sentir e observar): es- tas pessoas são hábeis para observar as coisas de diferentes perspectivas. Elas são sensitivas, preferem obser- var a fazer, tendendo a obter infor- mação e usar a imaginação para re- solver problemas. Elas são melhores para enxergar situações concretas sob diferentes pontos de vista. Kolb denominou esse estilo como ”Diver- gência” porque essas pessoas apre- sentam um desempenho melhor em situações que requerem geração de ideias, por exemplo, tempestade ce- rebral. Pessoas com o estilo de apren- dizagem ”Divergência” têm amplos interesses culturais e gostam de obter informação. Elas são interessadas em pessoas, tendem a ser imaginativas e emocionais e serem fortes nas artes. Pessoas como o estilo ”Divergência” Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem23/241 preferem trabalhar em grupos, escu- tar com uma mente aberta e receber retorno pessoal. • Assimilação (observar e pensar): A preferência de aprendizagem “Assi- milação” é para uma abordagem con- cisa e lógica. Ideias e conceitos são mais importantes do que pessoas. Es- tas pessoas requerem explanação boa e clara ao invés de oportunidade prá- tica. Elas se sobressaem ao entender informação de amplo alcance e em organizá-la de forma clara e lógica. Pessoas com um estilo de aprendiza- gem por “Assimilação” são menos fo- cadas em pessoas e mais interessadas em ideias e conceitos abstratos. Pes- soas com esse estilo são mais atraídas por teorias que soam logicamente do que abordagens baseadas em valores práticos. Essas pessoas desse tipo de aprendizagem são importantes para a eficiência na informação e nas carrei- ras científicas. Em situações de apren- dizagem formal, pessoas com esse es- tilo preferem leituras, palestras e ex- plorar modelos analíticos. • Convergência (fazer e pensar): pes- soas com um estilo de aprendizagem por “Convergência” podem resolver problemas e usarão sua aprendizagem para encontrar soluções para ques- tões práticas. Elas preferem tarefas técnicas e se relacionam menos com pessoas e com aspectos interpessoais. São as melhores para encontrar ques- Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem24/241 tões práticas para ideias e teorias. Elas podem resolver problemas e to- mar decisões. São mais atraídas para tarefas técnicas e problemas ao invés de questões interpessoais ou sociais. Esse estilo capacita habilidades espe- cialistas e de tecnologia. Gostam de experimentar novas ideias, simular e trabalhar com aplicações práticas. • Acomodação (fazer e sentir): O estilo de aprendizagem por “Acomodação” confia na intuição mais do que na ló- gica. Essas pessoas usam análise de outras pessoas e preferem utilizar uma abordagem prática e experimental. São atraídas para novos desafios, ex- periências e para executar planos. Elas comumente agem por instinto interno ao invés de análise lógica. Tenderão a confiar em outros para informação ao invés de desenvolver suas próprias análises. Este estilo de aprendizagem é predominante útil em papéis que re- querem ação e iniciativa. Preferem tra- balhar em equipe para completar tare- fas. Elas fixam alvos e ativamente tra- balham no campo tentando diferentes caminhos para atingir um objetivo. A teoria de Walter Barbe aponta um modelo de aprendizagem no qual identifica pesso- as que são mais visuais, outras que são mais cinestésicas e as que são mais auditivas. Reconhecida pela sigla VAC, cada indivíduo aprende ou se desenvolve melhor conside- rando tal peculiaridade: • Visual: pelo que enxerga e visualiza. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem25/241 • Auditivos: pelo que escutam. • Cinestésicos: pelo que sente por meio dos órgãos dos sentidos e as sensa- ções. Os pesquisadores Peter Honey e Alan Mum- ford (1970) criaram outro modelo em rela- ção aos estilos de aprendizagem propostos por Kolb. Desenvolveram enquanto traba- lhavam em um projeto para a corporação Chloride nos anos de 1970. Eles dividiram os aprendizes em quatro ti- pos: reflexivos, teóricos, pragmáticos e ati- vos. • Os reflexivos são aqueles que estão sempre perguntando o porquê das coisas. Eles precisam ter essa infor- mação, caso contrário, se sentem per- didos na aprendizagem. • Os teóricos são aqueles que gostam de se aprofundar na teoria e conhecer todos os conceitos presentes nela, por isso, eles estão sempre perguntan- do o quê. • Os pragmáticos são aqueles que que- rem saber a “receita do bolo”. Eles perguntam o como e gostam de rece- ber o passo a passo para fazerem algo ou resolverem um problema prático. • Os ativos estão sempre se perguntan- do E se… “E se eu fizesse tal coisa?”, “E se acontecesse isso ou aquilo…?”. Esse é o tipo de aprendiz que precisa co- locar a mão na massa para realmen- Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem26/241 te sentir que entendeu aquela nova informação e que pensa sempre em uma nova alternativa. É possível observar, nos modelos e estilos apresentados pelos autores, como cada um deles faz sentido e corroboram com a pre- missa de que existem maneiras diferentes em que as pessoas aprendem. E cada mo- delo aponta a natureza da aprendizagem de pontos de vista diferentes. Entretanto, al- guns neurocientistas dizem que esses mo- delos não são válidos como teoria científica porque não podem ser testados de maneira rigorosa. No entanto, o que fortalece tais modelos é a experiência da aprendizagem, que é possível observar, seja por parte dos educadores, como dosaprendizes, cada qual em sua função a veracidade destes es- tilos. No círculo de aprendizagem proposto por Link No artigo abaixo é possível ter acesso ao texto do Blog “Mais Aprendizagem” de Ana Lopes em que aborda alguns dos estilos de aprendizagem de forma bem clara, vale conferir e assistir ao exce- lente vídeo referenciado a seguir sobre os Mode- los de Estilos de Aprendizagem. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem27/241 Kolb considera-se que haja a combinação de dois estilos num mesmo modelo. O edu- cando aprende não somente por um atri- buto, mas por dois ou mais. O processo de memorização acontece por vários canais de assimilação, por isso, quanto mais in- dagamos sobre algo de nosso interesse, é melhor para que possamos dispor de várias formas e compreender a informação. Isso representa que podemos ser auditivos e vi- suais, podemos ser reflexivos e pragmáti- cos, como podemos passar pelo círculo de aprendizagem e agruparmos os modelos de “convergência” (fazer e pensar) e “acomo- dação” (fazer e sentir). Sendo possível as- sim efetivarmos uma série de conexões que vão consolidar o processo de memorização e retenção de conteúdos. Concluindo, a educação é um processo com repercussões amplas, oferecendo subsídios para que se permaneça criando novas con- clusões. O ponto aprendido e assimilado torna-se recurso de viabilização na prática cotidiana, em suas ações, formas de pen- sar e conviver em sociedade. Essa talvez tenha sido a maior contribuição que o con- hecimento e a pedagogia tem tido até o momento: promovendo que mais pessoas aprendam, observem, analisem, reflitam, concluam e interfiram na realidade com no- vas respostas para as situações conhecidas. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem28/241 Glossário Neurociência voltada para a educação: área da ciência que estuda os neurônios, as células nervosas, que pelos estímulos provocam as sinapses que são geradoras de apreensão e registro dos fatos envolvidos em uma emoção, sentimentos e fenômenos bioquímicos do corpo huma- no. Estuda o funcionamento do cérebro e da mente, extraindo daí níveis de compreensão do processo de aprendizagem. O que favorece e o que contribui para um melhor aprender (reter) e poder fazer uso destes conteúdos quando necessários. Inteligências Múltiplas: conceito de Gardner (1995) que contribui para uma visão plural da inteligência, diferindo do modelo concreto para o termo como algo obtido por um coeficiente numérico que apontava que as pessoas eram mais ou menos inteligentes. A pluralidade da in- teligência revoluciona o termo, pois constata a diversidade de formas de aprender e registrar o conhecimento que está exposto na vida. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem29/241 Glossário Metodologias Ativas: traduzindo-se do inglês para o português o conceito refere-se a “estu- dantes passivos, nunca mais”. Sua metodologia apresenta as seguintes características: a par- ticipação mais frequente do aluno; a liberdade de escolha do aluno com múltiplos objetivos e interesses; a contextualização do conhecimento; atividades em grupos, o trabalho em equipe; a utilização de múltiplos recursos culturais, científicos e tecnológicos; a socialização ou o com- partilhamento do conhecimento e dos resultados obtidos nas atividades desenvolvidas. Questão reflexão ? para 30/241 Pesquise mais a respeito da Teoria das Inteligências Múl- tiplas e seus tipos, abrindo uma discussão com o grupo sobre a percepção que cada um tem de si no modo no qual é mais fácil de aprender, e a quais estímulos respon- de melhor na situação de aprendizagem. Troque com os colegas essas impressões a fim de verificar as diferenças existentes. 31/241 Considerações Finais • Uma mesma situação de aprendizagem pode levar a caminhos diferentes, podendo então conceber que cada aprendiz/educando possa cumprir a sua jornada de acordo com seu interesse, surpreendendo-se com as novas con- tribuições que forem sendo geradas na situação de aprendizagem. • O avanço dos estudos da inteligência possibilitou muitos ganhos ao aceita- rem que as pessoas são diferentes e que não é só um índice que quantifica a capacidade do aprendiz aprender, mas também deve ser considerado o aspecto qualitativo que contribui com o acervo de registros memorizados. • Na adoção dos estilos de aprendizagem é possível associar ou mesclar dois ou mais estilos, pois a assimilação ocorre de várias formas simultâneas, o que facilita a memorização dos conteúdos. • Existem preferências quanto ao seu próprio estilo de aprendizagem que é o produto de dois pares de variáveis ou duas ”escolhas” separadas. Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem32/241 Referências BEHRENS, Marilda A.; SANTOS, Gerson R. A Aprendizagem Colaborativa e As Inteligências Múl- tiplas. Paraná: PUC PR. EDUCERE, 2006. BATISTA, Gustavo Araújo: SILVA, Márcia R. Luis da. Estilos de Aprendizagem em kolb. Tradução do original CHAPMAN, Alan. Kolb Learning Styles, 2008 Disponível em: <http://www.fucamp.edu. br/editora/index.php/cadernos/article/view/105> Acesso em: 5 ago. 2017. COUTINHO, Clara; LISBOA, Eliana. Sociedade da Informação, do Conhecimento e da Aprendiza- gem: Desafios para Educação no Século XXI. Revista de Educação. Vol. XVIII, nº 1, p. 5-22. 2011. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a Teoria na Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. GARDNER, Howard. Inteligência: um Conceito Reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. GARDNER, Howard. Estruturas da mente: Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: ArtMed. 1995. MOURA, Dácio Guimarães de. Metodologias Ativas de Aprendizagem e os desafios Educacio- nais da Atualidade. Palestra apresentada no XI Encontro Nacional de Dirigentes de Graduação das IES Particulares, Curitiba: Universidade Positivo, 2014. http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/105 http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/105 Unidade 1 • Modalidades e Estilos de Aprendizagem33/241 WERTHEIN, Jorge. A Sociedade da Informação e Seus Desafios. Ci. Inf., Brasília, v.29, n.2, p. 71-77, mai/ago. 2000.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S010019652000000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em 19 de agosto de 2017. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652000000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652000000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt 34/241 1. As Metodologias Ativas podem ser definidas de forma breve como: a) Tudo o que representa o universo digital e tecnologias em educação. b) Recusa à passividade do aluno, considerando-o ativo, coparticipante de todo o processo de aprendizagem. c) São resultados da neurociência aplicada à educação. d) São recursos que empoderam o educador deixando-o livre para atuar. e) É um método de aprendizagem propício ao estilo de aprendizagem de “acomodação”. Questão 1 35/241 2. A Teoria Experiencial de Kolb tem como eixo central: a) Baseia-se na experiência que está disponível no cotidiano, tudo é aprendizagem, a própria vida. b) Os estilos: Divergência, Assimilação, Convergência e Acomodação. c) O círculo de aprendizagem sequencial: Experiência Concreta, Observação Reflexiva, Concei- tuação Abstrata e Experimentação Ativa. d) Composto de uma mistura de dois ou mais estilos de aprendizagem. e) Seus quatro estilos levam a outra sequência e todos eles são o foco central da teoria. Questão 2 36/241 3. A característica central da aprendizagem baseada em projetos é: a) O educador compartilha as suas ideias com os educandos a fim de que estes apontem como desejam que a apresentação da disciplina ocorra. b) O educador é detentor de todo o plano de aula, se propõe e é cobrado a cumpri-lo. c) O aluno aceita o que o professor propõe, contudo, é motivado pelos constantes estímulos de dinamismo dos temas envolvidos com a aprendizagem. d) A liberdade de escolhados temas de interesse, sem necessariamente estar ligado ao curso e a uma maior motivação por parte do aluno. e) Nenhuma delas. Questão 3 37/241 4. A característica central da aprendizagem baseada em problemas é: a) Mais próxima do método tradicional de ensino, no qual os temas são escolhidos pelo pro- fessor de acordo com os objetivos e conteúdos da disciplina. b) Tem o seu foco no compartilhamento das ideias que surgem entre os aprendizes diante do tema exposto. c) Propõe-se a resolver o problema que todos formulam relativo ao assunto em situação de aprendizagem. d) Tanto o aluno quanto o professor buscam compreender qual a questão central a ser tratada. e) Nenhuma delas está associada com a pergunta. Questão 4 38/241 5. O modelo de aprendizagem baseado nos estilos Visual, Auditivo e Ci- nestésico (VAC) foram estudados por qual pesquisador: a) Hooward Gardner. b) Walter Barbe. c) David Kolb. d) Munford & Honey. e) Reuven Fuerstein. Questão 5 39/241 Gabarito 1. Resposta: B. Recusa à passividade do aluno, consideran- do-o ativo, coparticipante de todo o pro- cesso de aprendizagem. 2. Resposta: C. O círculo de aprendizagem sequencial: Ex- periência Concreta, Observação Reflexiva, Conceituação Abstrata e Experimentação Ativa. 3. Resposta: D. A liberdade de escolha dos temas de inte- resse, sem necessariamente estar ligado ao curso e a uma maior motivação por parte do aluno. 4. Resposta: A. Mais próxima do método tradicional de en- sino, no qual os temas são escolhidos pelo professor de acordo com os objetivos e con- teúdos da disciplina. 5. Resposta: B. Walter Barbe. 40/241 Unidade 2 Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação Objetivo 1. Discutir o incentivo da metacognição nas práticas pedagógicas. O uso do conheci- mento e da informação. 2. Entender as funções do professor/educa- dor e aluno/ educando em uma propos- ta de autonomia nas práticas de ensino– aprendizagem. 3. Mostrar que as pessoas aprendem de for- ma diferente ainda que o conteúdo seja o mesmo. 4. Apresentar a Andragogia, da Heutagogia. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação41/241 1. Introdução A relevância deste tema a respeito das es- tratégias de aprendizagem aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem envolve a aquisição (assimilação), o armazenamen- to (retenção de conteúdos) e o uso da infor- mação (finalidade e objetivo). Veremos que as pessoas aprendem de forma diferente ainda que o conteúdo seja o mesmo, e que existem estilos de aprendizagem distintos. As diferenças entre as pessoas são marcan- tes, principalmente, ao tratarmos do públi- co adulto, que, como pessoas já constituí- das, apresentam referenciais de identidade tais como psicológicos, sociais, culturais que as distinguem uma das outras. A apren- dizagem voltada para os adultos é chama- da de Andragogia, que envolve o estudo e os efeitos da aprendizagem em adultos. A metacognição na aprendizagem de adultos geram autonomia e autoconfiança, tornan- do-se os próprios agentes da promoção do conhecimento e das suas formas de apli- cação. Como detentor da eficiência de seu processo de aprendizagem, cabe a si mes- mo escolher a melhor forma para tal, pois sabe que aprende melhor de determinada forma, e não de outra. A metacognição na aprendizagem de adul- tos é geradora de autonomia e autocon- fiança, tornando-os agentes da promoção do seu conhecimento bem como de sua aplicação. Desenvolvendo a habilidade de que forma utilizá-lo. Detendo a eficiência de seu próprio processo de aprendizagem, escolhem a melhor forma de aplicar a infor- mação, e, sabendo reconhecer de que forma Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação42/241 aprende melhor. A metacognicão os auxi- lia a aprender como se aprende, investindo maciçamente na independência de ação. Este é um conceito muito importante para a psicologia cognitiva, fazendo com que os alunos planejem as suas ações futuras com base nos conhecimentos adquiridos, e que sejam capazes de identificar as suas próprias dificuldades e buscar meios efica- zes de superá-las: compreender o que não deu acerto. Antes, tido como marcador de uma aprendizagem não bem-sucedida, é, em tempos atuais, transformada para uma visão de desafio: pensar em uma nova solu- ção e como alcançá-la. Dar-se conta de es- colher o que lhe interessa aprender e qual a melhor forma para que isso ocorra. 2. Aquisição, Armazenamento e Utilização do Conhecimento A metacognição é um recurso importante que deve ser incentivado pelo educador nas práticas pedagógicas, pois ela apontará ao educando de que forma fará uso da infor- mação e do conhecimento. Possui três prin- cípios básicos: Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação43/241 • O desenvolvimento de um plano de ação: eleger o que fazer primeiro, es- tabelecendo a prioridade. Calcular quanto tempo para realizar a tarefa e verificar o conhecimento que já possui a respeito do tema. • O monitoramento do plano de ação: perceber o caminho ou a estratégia: se está seguindo bem e se deve conti- nuar por este caminho ou modificá-lo no meio do percurso. Dar-se conta do que especificamente precisa modifi- car para executar a tarefa. • A avaliação do plano de ação: perce- ber se está saindo-se bem e se con- cluiu bem a tarefa e se é possível fa- zer algo diferente. Observar o que não foi possível cumprir, e, em situações futuras, o que poderá fazer diferen- te e elaborar finalmente em que esse aprendizado irá lhe ajudar. Pelo modelo metacognitivo, o educador al- meja promover a autonomia e estimular a tomada de decisões dos educandos, incen- tivando-os a fazer seu próprio plano de es- tudo e a desenvolver a capacidade de avaliar a si mesmo. Devem verificar se são capazes de perceber obstáculos, desafios e proble- mas, superando-os e tornando possíveis as seguintes ações: • Refletir sobre o melhor modo para aprender, ou seja, desenvolver a me- tacognição. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação44/241 • Organizar e apresentar os conteú- dos escolares de modo a favorecer a aprendizagem dos alunos • Avaliar seus alunos e seus próprios métodos de ensino, verificando se os métodos estão adequados para a sua finalidade, que é promover a aprendi- zagem. • Modificar os métodos para determi- nados alunos/educandos. Isso será necessário, pois também deve-se aplicar ametacognição aos seus mé- todos de ensino. Pensar a forma como eles são desenvolvidos e de que modo os atingem. Os agentes dessa transformação, educador e educando, têm funções ou papéis distin- tos. São os atores principais da construção do conhecimento, seja no modelo presen- cial ou no ensino à distância (EaD), virtual, que atualmente cresce vertiginosamente, no cenário de uma pedagogia que aposta na autoaprendizagem, que falaremos mais adiante. É relevante ressaltar a interlocu- ção existente entre estes dois agentes na atuação de um tutor/facilitador, por vezes, mediador junto a alguém que indaga, e o outro que é curioso quando motivado para o aprendizado e que participa construin- do um saber e estabelecendo trocas entre o grupo. A participação do educando se modificou, sendo, portanto, mais atuante no seu próprio processo de aprendizagem. Como vimos no início, as pessoas aprendem de forma diferente e, por isso, suas contri- buições são valiosas para o grupo exposto Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação45/241 ao conhecimento, pois as diferenças exis- tentes marcam a importância dos variados pontos de vista e de compreensão e uso do conhecimento. Vamos conhecer a Teoria de Independênciae Dependência de Campo criada por Whi- tkin (1977). De acordo com Piconez (2002) apud Whitkin (1977) e seus colaboradores, realizaram vários experimentos para de- monstrar como algumas pessoas são menos influenciadas pelo campo e outras, menos. Associado aos estudos relativos às estrutu- ras da cognição, estabeleceram duas for- mas de perceber a informação: a) Dependente (global). b) Independente (analítica). Sendo que as duas formas se referem à ex- tensão que uma pessoa é capaz de perceber a parte de um campo (ambiente), distinta do campo mais amplo, o Todo. O termo “cam- po” é utilizado para demonstrar o contexto (diferindo o Todo de suas partes que o com- põem), de como as pessoas são mais ou me- nos influenciadas pelo campo e pela forma como priorizam essa percepção variável. Recebendo a influência de fatores biológi- cos, de seu histórico de vida individual e cul- turais. Determinando-se assim dois estilos de aprendizagem: Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação46/241 • As práticas pedagógicas que apos- tam na autonomia dos alunos: caracterizada pelo desenvolvimento do estilo de independência de campo. • As práticas pedagógicas mais pater- nalistas, mais conduzidas e guiadas: Caracterizada pelo estilo de depen- dência de campo. No estilo de aprendizagem “independente de campo” as seguintes características são percebidas: • Percebem os elementos separados do seu contexto. • São menos influenciados pelo feedba- ck e meio social. • Mais autoconfiantes. • Resolvem problemas analíticos, ainda que não percebam o contexto organi- zado e têm facilidade de estruturar o campo. • Adaptam-se à abstração, que em nos- sas ponderações podemos entender como “metacognição”. • Buscam objetivos autodefinidos. • Atuam bem com suas próprias estra- tégias. • Preferem interagir com o conteúdo a se relacionar com professores e cole- gas. • Aceitam ser corrigidos e possuem fa- cilidade de corrigir os outros (base de troca). Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação47/241 No estilo de aprendizagem “dependente de campo” as seguintes características são no- tadas: • Têm dificuldade em tratar dos pro- blemas em que haja necessidade de separar algum ponto ou elemento do contexto mais amplo. • Têm dificuldade em reorganizar as in- formações para que seja utilizada num contexto diferente. • Falta autoconfiança e segurança para modificar e criar no contexto. • Preferem se apoiar em esquemas do- minantes de referência para definir suas crenças, atitudes e sentimentos. • Demonstram sensibilidade aos senti- mentos. • Habilidades interpessoais desenvolvi- das. • Preferem o direcionamento, ser guia- das e obter feedbacks. • Dão importância às referencias sociais. • Se sentem bem resolvendo problemas em grupo. • Aprendem de forma colaborativa. • Têm dificuldade em lidar com mate- riais desorganizados. • Precisam de instruções mais explícitas. • Na interação entre educador e edu- cando apreciam a informalidade e a proximidade. • Não apreciam dar e receber críticas. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação48/241 Como o desenvolvimento da metacogni- ção em aprendizagem ocorre tardiamente, a partir do 7-11 anos de idade, podemos explorar os recursos de aprendizagem apli- cados ao Ensino Médio e Nível Superior, que pela vivência, histórico de vida, preferências e capacidade de escolha e decisão, já se en- contram em pleno exercício com condições para a autoaprendizagem, automonitora- ção e autoavaliação do seu aprendizado. Portanto, educador e educando são envol- vidos conjuntamente no processo de ensi- no-aprendizagem, cabendo ao educador formular os meios e métodos pelos quais irá criar contextos de aprendizagem e ao edu- cando dar-se conta do que aprende, de que forma e quais são os desafios que enfrenta. O educador, como reiteramos, é um interlo- cutor do desenvolvimento cognitivo, cons- truindo maneiras para que pessoas apren- dam, se conscientizem e possam pensar, refletir e agir. Sai a posição de um professor hierarquizado como ponto de partida da relação para assu- mir uma postura de ora facilitador, ora par- ticipante da produção de desdobramentos do saber, ora colaborador, ora estimulador e motivador de forças para cumprir deter- minados pontos da evolução daqueles que navegam sob a condução de uma lideran- ça. Sim, a função do professor é de lideran- ça, de gestor, das várias situações que irão compor o conjunto, seja do seu aprendizado como do educando. Inúmeros aprendizados são incorporados, pois são experimentados Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação49/241 por meio de recursos que atendam aos an- seios e às necessidades dos educandos, que os ajudam a buscar exemplos no dia a dia, fazendo-os refletir para que possam decidir e operar sobre suas escolhas de um modo mais aproximado dos seus valores pessoais. Na interação entre educador-educando, visando a coconstrução do conhecimento, o saber é aprendido, refletido e comparti- lhado e não, necessariamente, encerrado em si como conhecimento estático e imu- tável. Compondo uma grande teia que não cessa em aprender, fazer, pensar, elaborar, construir, edificar, formatar, tornar a pensar, aplicar, trocar, escutar, ser ouvido, decidir, empregar e utilizar. O processo cognitivo não cessa em se reinventar na forma de ler e compreender o mundo, pois ele é aprendido para ser aplicado na vida. É inserido na sua porção humana e não fora dela. Vamos abordar agora o ensino e aprendiza- gem de adultos, a chamada Andragogia que etimologicamente provém do grego andros = adulto + agogus = guiar, conduzir e edu- car. Foi conceituada em 1833 pelo profes- sor alemão Alexander Kapp para descrever o método de ensino utilizado por Platão com pequenos grupos de adultos. Desen- volveram técnicas para envolver os alunos adultos diante do interesse em um determi- nado conhecimento. Já investiam no pensar, numa formulação que se dedicava à con- dução do próprio educando e na sua com- preensão. Não admitiam o saber como uma Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação50/241 mera transmissão de conteúdos, em que os educandos recebem de forma passiva, e sim de forma interativa.Já realizavam o estudo de caso, por meio de parábolas, em que os participantes do grupo (educandos) traziam uma situação prática e todos se agrupavam em torno desse caso para propor soluções. O diálogo socrático, em que o líder ou membro do grupo propõe uma pergunta ou dilema e os membros do grupo reúnem suas ideias e experiências em busca de uma resposta ou solução (KNOWLES; HOLTON; SWANSON, 2009 apud FILATRO, 2014). A Andragogia retoma o seu interesse de es- tudo em 1921 pelo pesquisador Rosenstock (apud FILATRO, 2014) em um artigo no qual defende que a educação de adultos exige bases filosóficas e metodológicas próprias e peculiares ao seu grupo. Há também outra pesquisa intitulada “O significado da edu- cação de adultos”, de 1926, por Eduard C. Linderman, que evidencia o valor da experi- ência, que é pessoal e intransferível. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação51/241 Linderman (apud ALMEIDA, 2009, p. 106) escreve que: “a fonte de maior valor na edu- cação do adulto é a experiência do aprendiz (...) A experiência é o livro vivo do aprendiz adulto” (...) A educação do adulto terá ex- periências muito distintas das experiências das crianças e a autonomia do adulto em seu processo de aprendizagem, pois adqui- re contornos muito diferentes, embora seja necessário criar situações de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento da auto- nomia nas crianças.Na década de 1970, nos Estados Unidos as ideias da Andragogia ganharam maior re- percussão, inclusive com a publicação da obra “O aprendiz adulto: uma espécie ne- gligenciada”, de 1973 e escrita por Malcolm Knowles, com o título original “The adult learner: a neglected species”, apontando como esse público estava sempre associa- do aos temas da educação envolvidos com a pedagogia infantil. Delimitando assim a necessidade de separar a aprendizagem de crianças e jovens dos adultos. Para Knowles (1998 apud FRATILO, 2014), o aprendiz adulto se caracteriza pelo au- todirecionamento decorrente de uma ma- turidade orgânica e psicológica. Já atingiu um estágio de maturação física (prontidão), psicológica e emocional, que lhe permite assumir responsabilidades em sua própria vida, no âmbito social, profissional e fami- liar, e conta também com seu histórico de vida, suas vivências. Podendo comparar ex- periências e se aperfeiçoar mediante suas ponderações. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação52/241 O ensino e aprendizagem de adultos requer métodos que estejam de acordo com o seu público, valorizando a experiência de vida, o autoconhecimento e sua autonomia para tomar decisões. Contudo, surge o conceito de Heutago- gia, no ano de 2000, cuja nomenclatura faz menção ao grego, na qual Heuta significa “próprio” e agogus “guiar; conduzir; edu- car”, representando a autoaprendizagem e a valorização do conhecimento comparti- lhado, conforme definiram Hase e Kenyon (2000 apud FILATRO, 2014). Os pesquisa- dores já apontam pelo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação em Educa- ção (TICs), tornando possível e disponível o conhecimento na medida do seu interesse: no local, horário e dedicação definidos pelo educando ou usuário (termo como já men- cionado faz menção àquele que se utiliza do computador para o seu ensino-aprendiza- gem, sendo necessário domínio do uso digi- tal para poder acessar o conhecimento). Na Heutagogia, a gestão e o controle da apren- dizagem estão sob as coordenadas do aluno adulto, o que remete ao “autodidatismo”. Porém, com o compartilhamento desses sa- beres e a produção de novos conhecimen- tos que crescem a medida em que ocorre a interação com o conteúdo e com as pessoas envolvidas – servindo inclusive de aprendi- zagem para outras pessoas. A Heutagogia é conhecida como “geração digital”, que surge a partir da década de 1980, fazendo parte desta cultura, que vi- gora até o presente momento, práticas pe- Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação53/241 dagógicas abertas e totalmente livres, sem especificamente destinar-se a uma faixa etária especifica. Há conhecimento e pro- dução de novos conteúdos para todos os in- teresses, preferências e idades. Assistimos a uma total emancipação do conhecimento, como sendo aquele necessário, na medida do próprio interesse e para usos variados. Com isso, o crescimento do ensino à distân- cia (EaD) se deu, bem como a uma gama de linha de cursos voltados para a formação profissional. Por fim, para ter a abrangência da perspec- tiva andragógica, precisamos considerar as várias correntes teóricas que a fundamen- tam de acordo com Filatro (2014): • A aprendizagem autodirecionada. • A aprendizagem centrada no aluno. • A pedagogia crítica. • A aprendizagem experiencial. Quando se fala em inovação, estamos nos referindo ao que didaticamente existe e que passa a obter uma nova aplicação ou enten- dimento pela ampliação ou expansão do seu sentido e pelas variadas formas adotadas diante de realidades diferentes, públicos e, objetivos específicos. Inovamos em contex- tos já existentes e a busca pela excelência, que pressupõe qualidade com frequência, é uma pauta que persiste na formação do Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação54/241 profissional de educação atualmente, pois se o destino das práticas pedagógicas está direcionado para a sua funcionalidade, para um público específico e para um objeti- vo proposto; a aproximação da psicologia nos temas da educação acabou se tornan- do uma inovação na compreensão dos as- pectos psicológicos e emocionais que são presentes na aprendizagem, e que serão responsáveis em qualificar o conhecimento aprendido em capacidade para melhor apli- cá-lo. Também em aumento da capacidade em reter conteúdos para que estes sirvam de base para se atingir, além dos objetivos pedagógicos esperados, as novas respostas decorrentes deste processo. O que se compreendeu e tem sido inovador é o ponto de vista pelo qual se olha a edu- cação. Necessariamente as funções ensino e aprendizagem vêm sendo ampliadas, ga- nhando novos ares pela junção de demais ciências, que não podem ficar desarticula- das da sua compreensão, como a sociolo- gia, antropologia, a biologia. É inovadora também pela sua aproximação com o Construtivismo, método em que as pessoas envolvidas compartilham suas re- flexões e saídas para os desafios que criam com base no seu próprio conhecimento, interagindo com o ambiente e os colegas. Esse método traz a riqueza de compreender que o estudo pode ser construído por todos os atores do processo em funções especifi- cas entre educador x educando, como entre os próprios colegas, entre os alunos quando dialogam, trocam experiências, comentam Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação55/241 e se expressam a partir de suas compre- ensões distintas, podendo perceber o grau transformador e a riqueza advinda de que todas as compreensões são certas, pois não existe uma única posição correta. A experiência de aprender tem sido incenti- vada pelo o que podemos desenvolver con- juntamente. Desarticulado da posição na qual o professor possui o saber inquestioná- vel. Diz-se assim para enfatizar a posição de alteridade existente do educador, como res- ponsável em transmitir os conteúdos, sendo essa a sua primeira missão. Mas quando os pensadores da educação passaram a ques- tionar o que deve ser feito com aqueles que não aprendem como a maioria, que questio- nam, indagam e sugerem em sala de aula? Admitir que as contribuições dos educado- res possam enriquecer é estabelecer uma nova ordem na qual tudo é compartilhado e não compreendido simplesmente como dar voz ao aluno e retirar o valor da função do professor. Essa e outras questões vêm sen- do refletidas e modificadas de forma inova- dora para atender à evolução do processo de aprender no qual o pensar é estimulado e incremento para as reflexões de um e de outro, alternando entre si o papel daquele que alcança o entendimento do tema o qual se deseja transmitir. O respeito às diferenças também é uma postura inovadora no contexto educacio- nal, pois entende-se que todas as pessoas podem aprender e, com isso desenvolver nossos saberes para serem aplicados na vida. Essa condição se tornou maior na vida Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação56/241 daqueles que se beneficiam do aprendiza- do. Cujos aprendizes, desenvolvem a ideia de que todo conhecimento sendo útil ofe- rece algo de positivo, sabendo qualificá-lo, ampliá-lo. O novo aprender é diferente do propósito da educação formal, que aponta que o indivíduo possui informações como um banco de dados que pode ser medi- do por uma nota e pela simples aprovação, mas que não dialoga com os resultados prá- ticos da vida e na sua utilização, ressaltan- do, com isso, o quanto pode gerar eficiência em tudo, desde que esteja articulada com a prática. O conhecimento também vem ad- quirindo novas funções devido a sua aplica- bilidade e a sua transposição em outras ci- ências, criando a multidisciplinaridade. Este diálogo crescente entre as ciências quetem se direcionado para outro fator preponde- rante: a visão sistêmica, que integra todos os elementos citados. São contribuições de várias ciências que, até então, permane- ciam enraizadas em sua própria delimitação e campo de atuação. Entendemos que essa transformação é inovadora, pois abrange as ciências como um tecido único, integrado e sistematizado, no qual o indivíduo e a socie- dade estão inseridos e o papel da educação remete ao que todos apreendem sobre a re- alidade que os cercam. Com isso, o segmen- to digital cresceu para cumprir o propósito da democratização do conhecimento. As Práticas Pedagógicas inovadoras são ins- piradas pelo construtivismo, pela visão sis- têmica da linguagem dialógica ao invés de monólogos, pela comunicação digital, pe- Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação57/241 las novas formas de evoluir o pensamen- to quando este é contextualizado e pelas variadas formas de compreender quando se alia ao seu sentido prático. Que quando aplicado na prática Transforma os saberes em novas compreensões. O homem atual tem a sua disposição um le- que de opções maior, seja para escolher, seja para resolver algo. O mesmo ocorre com a utilização das modalidades de mídia e in- ternet na educação, que pode criar novos espaços de aprender que extrapolam a sala de aula presencial. As mídias destinadas à educação são criadas e utilizadas para um grupo específico. Há as plataformas fun- cionam como base de dados de conteúdos com o propósito de aprendizagem, disponí- veis para um número maior de beneficiários. Existem os repositórios de artigos científicos que oferecem maior facilidade de acesso em tempo real e no momento em que faze feito um questionamento, por exemplo. É possível fazer uma breve pesquisa em pou- co tempo e depois selecionar o que lhe inte- ressa, para poder se dedicar a movimentar o seu pensamento. As mídias são veículos e devem ser bem utilizadas, pois pelo fato de existirem, aumentam nossas possibilidades de aprender. Para que se possa fazer o seu uso, exige-se a atualização de informações. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação58/241 “Com a Internet estamos começando a ter que modificar a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos de educação continuada, à distância. Só vale a pena estarmos juntos fisicamente - num curso empre- sarial ou escolar - quando acontece algo significativo, quando aprendemos mais estando juntos do que pesquisando isoladamente nas nossas casas. Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo de- mais, aprendemos muito pouco, nos desmotivamos continuamente. Tanto professores como alunos, temos a clara sensação de que em muitas aulas convencionais perdemos muito tempo” (MORAN, 2000, p. 1-2). Surge também a utilização das plataformas de armazenamento de cursos a distância e semi- presenciais cujos conteúdos são precisamente elaborados para produzir novos conhecimentos, apresentando objetivos bem delimitados. Existe o direcionamento quanto ao conteúdo e às ta- refas a serem realizadas, porém, a forma de executar contará com a participação mais ativa do seu usuário (termo utilizado para associar o educando/aluno que por meio da tecnologia faz uso da plataforma de aprendizagem via internet e computador) podendo guiar-se e estudar em seu tempo, e inclusive escolher qual curso realizar. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação59/241 Os recursos do processo de aprendizagem são bem interessantes, principalmente quando compreendemos que a sua fun- ção é ampliar a nossa capacidade de forma dinâmica e variada. As pessoas possuem tempos de reflexão diferentes para respos- tas diversas sobre um mesmo interesse ab- sorvido por um grupo, por exemplo, e isso os diferencia das respostas de outras pes- soas. O que torna o processo cognitivo pes- soal e intransferível, pois aprende-se a to- mar decisões conforme as escolhas feitas, que apontam caminhos, e fazem alcançar novas descobertas. Vale refletir sobre isso, pois estamos nos desprendendo da ideia de que o aprendizado é estático, com respostas prontas, como responder a um questionário objetivo no qual apenas uma única alterna- tiva é a correta. Quando refletimos, abrimos o campo de percepção e podemos identifi- car diversas formas de pensar para o mes- mo conceito que, quando aplicado à prática pedagógica, apresenta variações, como po- demos concluir dos argumentos expostos neste tema e no texto indicado para leitura complementar. • Desligando o automatismo, o “pensa- mento e o fazer viciado”. • Tendo uma “descoberta” (insight). • Sabendo perguntar para ampliar a vi- são. • Compreendendo e podendo resolver alguma situação. • Obtendo um aprendizado efetivo. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação60/241 Assimilado esse aspecto entre a prática pedagógica e as peculiaridades das necessidades do aluno, podemos compreender a recusa por uma aprendizagem que se torna paralisada devido à falta de conexão entre as práticas pedagógicas pouco articuladas com o seu principal público, os alunos,que são pessoas diferentes entre si, ainda que o conteúdo seja o mesmo. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação61/241 Glossário Práticas Pedagógicas Inovadoras: são estratégias pedagógicas criativas, contextualizadas, ativas ou dinâmicas que favoreçam à aquisição do conhecimento. São também consideradas como desafios de aprendizagem que favorecem à compreensão do aluno em níveis mais avan- çados, seja da sua compreensão redimensionada pela mudança de contexto, até a sua compre- ensão global. Associam-se a práticas que investem na autonomia do educando, na sua auto- aprendizagem, automonitoração e autoavaliação. Educador: a transformação da função do educador vem sendo atualizada para a de facilita- dor, que, favorece o aprendizado de forma diferenciada, rica e de múltiplas formas para que o conhecimento se efetive. Tem postura ética, clara e de facilitador na interação e interlocução das reflexões necessárias para que se desenvolva o saber dos alunos/educandos. Estimula tam- bém os elementos dos aspectos pessoais envolvidos na aprendizagem, os valores pessoais e sociais, implícitos na interação com o aluno/educando. Tem visão ampla para oferecer práticas pedagógicas inovadoras, pois sabe o valor de se enriquecer com essa variedade. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação62/241 Glossário Educando: aquele que na interação com o educador (seu interlocutor), vivencia os desafios que são apresentados pelo educador. Mantém o dinamismo intelectual e enriquece a apresentação do tema pelas perguntas, reflexões que irão satisfazer a sua pretensão de saber mais e poder fazer conexões com outros saberes. Questão reflexão ? para 63/241 Você está com um tema para desenvolver com seus alu- nos de curso de pós-graduação. Todos são profissionais críticos e bem formados, e você pretende surpreendê- -los propondo uma atividade prévia para “aquecer”. Qual texto você indicaria como leitura prévia para iniciá-los no assunto “práticas pedagógicas inovadoras”. Pes- quise, leia e verifique o que vem a complementar o conteúdo a respeito do Tema 2. 64/241 Considerações Finais • A efetividade da aprendizagem está na qualidade das respostas que os educandos, mediante a estratégia pedagógica, vivenciam e na riqueza de conclusões intelectuais que obtêm, enxergando a realidade e a aplicação do conhecimento de forma ampla. A inovação é um critério relevante na adoção das práticas pedagógicas, pois considera importante “criar” situa- ções novas para as maisvariadas situações. O aprendizado é representati- vo para a vida. Pode-se extrair um conhecimento que garanta ação prática no cotidiano • O ensino-aprendizagem de adultos tem uma dinâmica diferente do ensi- no de crianças e jovens em período escolar, a autonomia é preponderante, contando cada vez mais com o processo metacognitivo ocorrido, de acordo com a sua independência e direcionamento por suas preferências e senti- do para o seu histórico de vida. Buscando a maneira de aprender e o que lhe interessa aprender. A auto-aprendizagem é o motor dessa modalidade, chamando-se a isso de Andragogia. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação65/241 Referências ALMEIDA, Maria E. B. As teorias principais da andragogia e heutagogia. In: LITTO, Fredric M.; FORMIGA, Marcos (Org). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 105-111. ALEXANDROFF, Marlene Coelho. O Papel das emoções na constituição do sujeito. Constr. psico- pedag., São Paulo , v. 20, n. 20, p. 35-56, 2012. . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542012000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10 ago. 2017. AQUINO, Carlos Tasso Eira de. Como aprender: Andragogia e as Habilidades de aprendizagem. São Paulo: Pearson, 2007. AMARAL, Ana Luiza Neiva; MITJANS MARTINEZ, Albertina. Aprendizagem e criatividade no con- texto universitário. Psicol. Am. Lat., México , n. 8, nov. 2006. . Disponível em: <http://pepsic. bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2006000400003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10 ago. 2017. CARVALHO, Mariana. O; FRANÇA Sonia M. M. Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Superior: A Visualidade como Recurso em Sala de Aula. UNOPAR. Londrina, PR. Re- vista de Ensino, Educação e Ciência Humanas, v. 10, n. 1,p. 35-41, 2009. Unidade 2 • Estratégias de Aprendizagem que Facilitam a Aquisição, o Armazenamento e a Utilização da Informação66/241 FILATRO, Andrea. Estilos de Aprendizagem. Brasília: ENAP, 2014. MORAN, José. Mudar a Forma de Ensinar e de Aprender: Transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/ tecnologias_eduacacao/uber.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2017. PICONEZ, Stela. Educação escolar de jovens e adultos. São Paulo: Papirus, 2002. RODRIGUES, Ana Maria. Psicologia da Aprendizagem e da Avaliação. São Paulo: Cengage, 2016. http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/uber.pdf http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/uber.pdf 67/241 1. Conhecida como “geração digital”, que surgiu a partir da década de 1980, possui práticas pedagógicas abertas e totalmente livres. Assinale a alternativa que corresponde a definição de: a) Heutagogia. b) Andragogia. c) Pedagogia crítica. d) Aprendizagem autocentrada. e) Aprendizagem. Questão 1 68/241 2. O processo de ensino-aprendizagem da Andragogia refere-se ao: Questão 2 a) Aprendizado de jovens a partir de 11 anos. b) Aprendizado de crianças. c) Aprendizado de adultos. d) Aprendizado tanto de crianças, jovens, como de adultos. e) Aprendizado de profissionais. 69/241 3. O estilo de aprendizagem “independente de campo” tem diversas carac- terísticas, aponte qual delas “é contrária totalmente” ao conceito: Questão 3 a) São pouco influenciados por feedbacks e meio social. b) São menos autoconfiantes. c) Preferem interagir com o conteúdo. d) Atuam bem com suas próprias estratégias. e) Vão em busca de objetivos autodefinidos. 70/241 4. O estilo de dependência de campo está associado a diversas características, entre as listadas abaixo, existe uma correta,aponte qual é: Questão 4 a) Demonstram pouco sua sensibilidade aos sentimentos. b) Aprendem de forma colaborativa. c) Precisam de instruções breves sem muitos detalhes. d) Apreciam a formalidade e a distância. e) Não dão importância a influências sociais. 71/241 5. A autoaprendizagem, autoavaliação e automonitoração são resultados de uma aprendizagem: Questão 5 a) Metacognitiva. b) Centrada no aluno. c) Construtivista. d) Cognitivista. e) Todas estão corretas. 72/241 Gabarito 1. Resposta: A. A definição apresentada refere-se à Heuta- gogia. 2. Resposta: C. A Andragogia refere-se unicamente ao aprendizado de adultos, portanto, a letra “c” está correta. 3. Resposta: B. O item “b” que menciona ser “menos auto- confiantes”, não procede, portanto, é incor- reta, sendo esta a resposta para a questão 4. Resposta: B. A alternativa correta é a letra “b” e todas as outras estão incorretas. 5. Resposta: A. Todas se referem a uma prática de meta- cognição. 73/241 Unidade 3 Estratégias Cognitivas no Processo de Ensino-Aprendizagem Objetivos 1. Apontar ao educador/professor que o uso de estraté- gias surge como necessidade para estabelecer o su- cesso da aprendizagem, na junção das melhores con- dições possíveis em viabilizar o processo de ensino- -aprendizagem de forma eficaz, efetiva e concreta. 2. Apontar que cada aluno mobiliza em si uma conduta cognitiva distinta, cujas estruturas do pensamento ati- vam a inteligência e o nível de resposta será especifico. 3. Observar que as práticas de ensino variam de acordo com os modelos usados e o professor poderá auxiliar o aluno no processo de aprender e compreender. Unidade 3 • Estratégias Cognitivas no Processo de Ensino-Aprendizagem74/241 1. Introdução Saber que o conhecimento é relevante na vida do indivíduo é como constatar que céu e terra estão inteiramente ligados ainda que com funções distintas. O conhecimento é uma grande ferramenta estratégica a ser- viço da evolução humana. É o que nos per- mite mudar e acelerar o processo de apren- dizagem, e, como consequência, gerar alte- rações na conduta siginificativas que pro- movem maior eficiência. O modo como os seres humanos se adap- tam às transformações contemporâneas resultam em aprendizado. Isso exige das pessoas uma estrutura cognitiva ainda mais complexa. As estruturas do pensamento mobilizam a inteligência (função cognitiva). Conforme avançamos no desenvolvimento da nossa capacidade cognitiva, tivemos a necessidade de incluir novas compreensões por meio de estratégias que elevem a capa- cidade de aprender, inovar e transformar. A aquisição de saberes é capaz de modificar as pessoas e, com isso, permite-as se expres- sarem com um nível de respostas potencial- mente melhor em todas as áreas da sua vida. A experiência tem um papel muito importan- te, pois denota o quanto é relevante a todos os estímulos pelos quais o aprendiz se permi- te explorar, sejam influências internas, como suas reflexões e pensamentos, como fatos e eventos externos que lhe permitem com- preender uma nova concepção da realidade. Portanto, experiência e aprendizagem estão intimamente ligadas, assim como a compre- ensão e aprendizagem. Vamos compreender a função das estratégias. Unidade 3 • Estratégias Cognitivas no Processo de Ensino-Aprendizagem75/241 A maneira pela qual o educador pode au- xiliar na aprendizagem do educandoocorre por meio da adoção de estratégias, de modo a reunir condições favoráveis para uma ação bem-sucedida e eficiente diante de uma fi- nalidade desejada. As estratégias cogniti- vas no processo de ensino-aprendizagem apresentam dois pontos de vistas que po- dem ocorrer: a) Quando o aluno aplica a estratégia para que ele mesmo possa aprender. b) Quando o professor mobiliza o aluno para ensinar. Devemos compreender que a utilização de estratégias no ensino-aprendizagem são ações de alta performance que se pautam no que há de melhor na atuação e na quali- dade de resposta diante do desafio existen- te, produzindo resultados efetivos. A estra- tégia possibilita: eficiência com efetividade. Também tem como propósito a clareza de ideias, a lucidez do sujeito sobre a tarefa a ser realizada, seja por
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