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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Intoxicação por drogas de abuso INTOXICAÇÕES QUE CAUSAM ALTERAÇÕES PUPILARES Miose: • Opioides; • Colinérgicos; • Carbamatos; • Clonidina; • Fenotiazidas; • Midríase: • Simpaticomiméticos; • Anticolinérgicos; • Síndromes de abstinência. DROGAS ASSOCIADAS A ALTERAÇÕES DOS SINAIS VITAIS Bradicardia: • Betabloqueadores; • Opioides; • Propoxifeno; • Fisostigmina; • Anticolinesterásicos; • Antiarrítmicos; • Clonidina; • Bloqueadores dos canais de cálcio; • Etanol ou outros álcoois; • Digitálicos; Taquicardia: • Cocaína; • Feniciclidina (PCP); • Anfetaminas e outros agentes psicomiméticos; • Anticolinérgicos; • Anti-histamínicos; • Antipsicóticos; • Cafeína; • Teofilina; • Antidepressivos tricíclicos; • Levotiroxina; Hipotermia: • Monóxido de carbono; • Opioides; • Hipoglicemiantes orais; • Insulina licor; • Agentes sedativos-hipnóticos; Hipertermia: • Neurolépticos (síndrome neuroléptica maligna); • Síndrome de abstinência alcoólica ou por sedativos; • Salicilatos; • Simpatomiméticos; • Serotoninérgicos; • Anticolinérgicos; • Antidepressivos; • Antipsicóticos; Hipotensão: • Clonidina; • Bloqueadores dos canais de cálcio; • Rodenticidas (contendo arsênico, cianeto); • Antidepressivos; • Aminofilina; • Anti-hipertensivos; • Sedativo-hipnóticos; • Heroína ou outros opioides; Hipertensão: • Cocaína; • Levotiroxina; • Simpaticomiméticos; • Cafeína; • Anticolinérgicos; • Anfetaminas; • Nicotina; Taquipneia: • Paraquat; • Feniciclidina (PCP); • Pneumonite, fosgênio; • Salicilatos; • Edema pulmonar não cardiogênico; • Agentes nervosos; • Acidose metabólica induzida por medicamentos; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Bradipneia: • Hipnóticos sedativos (barbitúricos, benzodiazepínicos); • Álcool; • Opioides; • Maconha; INTOXICAÇÃO E OVERDOSE DEPRESSORES DO SNC • O efeito mais proeminente dessas drogas é a diminuição reversível da atividade excitatória do SNC, que pode variar desde letargia leve ou sonolência, passando por níveis de anestesia, até a morte por depressão cardíaca e respiratória; Álcool: • Homem de 70 kg metaboliza 15 mg/dL de álcool por hora; • Dependente de álcool: pode metabolizar até 30 mg/dL por hora; • Pacientes que apresentam alcoolemias acima de 150 mg/dL sem sinais de intoxicação devem ser considerados como prováveis dependentes. • Tratamento e conduta: o Monitorar sinais vitais e manter hidratação; o Realizar exame neurológico cuidadoso (pacientes alcoolizados têm maior risco de queda, e hematomas subdurais devem ser investigados); o Pacientes comatosos: descartar hipoglicemia e intoxicação por outras substâncias - evita- se o uso de medicações pela possível ação sinérgica; o Agitação psicomotora e/ou comportamento agressivo: lorazepam, de 1 a 2 mg, via oral, ou haloperidol, 5 mg, via oral ou intramuscular; Benzodiazepínicos: • Causam sonolência, apatia, nistagmo, diminuição da PA e depressão respiratória, raramente coma; • Tratamento e conduta: o Monitorar sinais vitais e manter medidas de suporte gerais; o Ingesta recente da medicação: indica- se esvaziamento gástrico seguido pelo uso de carvão ativado; o Antagonista específico de benzodiazepínicos – Flumazenil: 0,2 a 0,3 mg endovenoso, em 15 segundos, com doses subsequentes de 0,3 mg a cada minuto até o máximo de 2 mg; Barbitúricos: • Devido ao seu potencial de abuso e letalidade, seu uso vem sendo restrito; • Causam vários graus de depressão do nível de consciência, desde sonolência, passando por coma profundo com arreflexia, até morte por depressão respiratória; • Tratamento: o Paciente em estado de coma: realiza- se lavagem gástrica até 12 a 24 horas após a ingestão, mediante prévia intubação endotraqueal; o Carvão ativado: 1 g por kg até 30 g por dose de quatro em quatro horas por sonda nasogástrica; o Alcalinização da urina apressa a excreção da droga; o Hemodiálise pode ser utilizada em casos graves em que ocorra depressão respiratória.; Opioides: • Tríade: miose, depressão respiratória e coma; • Outros sintomas: edema pulmonar, hipoxia, bradicardia, hipotermia, hipotonia e hipomotilidade gastrintestinal com íleo paralítico; • Tratamento: o Suporte cardiorrespiratório com intubação e ventilação mecânica, em CTI – em quadros de overdose.; o Antagonista opioide – Naloxona: 0,8 mg para 70 kg de peso corporal, via intravenosa, lentamente; ▪ Sinais de melhora: aumento da frequência respiratória e dilatação das pupilas - devem ocorrer prontamente; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo ▪ Se não houver resposta à dose inicial: administrar naloxona novamente após alguns minutos; ▪ Em caso de boa resposta: administrar dose de 0,4 mg por hora durante 12 horas; ESTIMULANTES DO SNC • A cocaína e os anfetamínicos possuem ação simpaticomimética (↑ da atividade das catecolaminas, bloqueio da receptação e ↑ da liberação pré-sináptica destes); • Infarto agudo do miocárdio em indivíduos menores de 40 anos é frequentemente secundário ao abuso de cocaína; • Pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca, boca seca, hipertermia, sudorese, hiporreflexia e alterações comportamentais → suspeitar de abuso de estimulantes; • Estimulação intensa → depressão do SNC →paralisia, arreflexia, estupor e coma; • Ansiedade, crises de pânico e quadros psicóticos podem ser desencadeadas por estimulantes; • Tratamento: o Tentar o manejo não farmacológico - mesmo para as reações de pânico e para as reações psicóticas; o Reações de ansiedade muito intensa: Diazepam - 10 a 30 mg por via oral ou de 10 a 12 mg por via intramuscular; o Reações psicóticas graves: benzodiazepínicos - reservar os antipsicóticos para situações resistentes aos benzodiazepínicos (antipsicóticos podem piorar os efeitos simpaticomiméticos e cardiovasculares da cocaína); ▪ Haloperidol (antipsicótico): 5 a 2 mg por via oral ou intramuscular, durante 4 dias; o Convulsões: diademam - 5 a 10 mg, por via intravenosa; o Convulsão resistente: optar por hidantoína; o PA diastólica maior que 120 mmHg: nitroprussiato de sódio - 0,5 a 10 mg por minuto; ▪ Propranolol: 1 mg, de 2 em 2 minutos, até 8mg, no auxílio do controle de taquicardia, hipertensão e complicações respiratórias - deve ser utilizado concomitantemente com o nitroprussiato de sódio (isoladamente, pode aumentar a toxicidade cardiovascular dos estimulantes); o Medidas de desintoxicação: lavagem gástrica (quando as drogas foram ingeridas por via oral); acidificação da urina; PERTURBADORES DO SNC Alucinógenos: LSD: • Dilatação pupilar, hiperreflexia, hipertensão, tremor, piloereção, taquicardia e hipertermia; convulsões e hipertermia podem ocorrer; • Tratamento: o O paciente deve ser colocado em um ambiente sem muito estímulo, acompanhado por um familiar; o A contenção mecânica deve ser evitada - pode precipitar a ansiedade e a rabdomiólise associada com a rigidez e os espasmos musculares causados pelo LSD; o Benzodiazepínicos – lorazepam: 1 a 2 mg; o Pacientes com quadro de agitação psicomotora que não respondam aos benzodiazepínicos: haloperidol - 2 a 5 mg por via oral ou intramuscular; Maconha: • Reações de ansiedade são as mais comuns, acompanhadas por hiperemia conjuntival, hiperfagia, boca seca e taquicardia; • Tratamento: o Os sintomas são limitados; o Quando necessário, usar benzodiazepínicos; Fenciclidina: Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Inalantes: • Pode causar danos irreversíveis - anosmia, síndromes neurológicas e alterações hepáticas e renais; • Tratamento: o Normalmente se resolve espontaneamente; o Terapêutica farmacológica para pacientecomatoso, com arritmias, broncoespasmo, laringoespasmo ou traumas; o Confusão, pânico e psicose: haloperidol (5 mg/70 kg de peso corporal); o Evitar uso de sedativos - pode agravar os quadros psicóticos; Ecstasy (MDMA): • Efeitos leves: triismo, taquicardia e bruxismo, e efeitos tardios, como sintomas depressivos e sensação de ressaca; podem durar 5 dias; • Efeitos graves: morte súbita, hiperpirexia, rabdomiólise, falência de múltiplos órgãos, síndrome serotoninérgica, falência hepática, crises de pânico e hiponatremia com edema cerebral; • Tratamento: o Carvão ativado: se a ingestão da substância ocorreu na hora anterior ao atendimento; o Monitorar os sinais vitais por no mínimo 4 horas; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASTER, K. A. Robbins Patologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Brasileiro Filho, Geraldo. Bogliolo, Patologia. 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Hall, John E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Patologia: processos gerais. 6. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Artmed, 2017. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós- graduação. Editores Schlioma Zaterka, Jaime Natan Eisig. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2016. Medicina de emergência: abordagem prática. 14. ed. Barueri [SP]: Manole, 2020. Tratado de medicina de urgência e emergência: pronto-socorro e UTI. São Paulo: Editora Atheneu, 2010.
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