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272738949-EntomologiaCampoUFGD2010-PNMCApa-PortoMurtinho2

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Entomologia de Campo 
Curso de Campo 2010 
Programa de Pós-graduação em 
Entomologia e Conservação da Biodiversidade 
 
 
 
 
Dourados, MS 
2011 
 2 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS 
 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICA E AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
ENTOMOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rodovia BR-162 / Dourados-Itahum, Km 12 
Cidade Universitária de Dourados – MS CEP 79804-970 
Fone/Fax: (67) 3410-2190, 3410-2197
 3 
 
 
 
 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
ENTOMOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTOMOLOGIA DE CAMPO 
 
2010 
 
 
 
 
Jairo Campos Gaona 
Josué Raizer 
 
Organizadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOURADOS, MS 
2011 
 
 
 
 4 
 
Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade - 
PPECB 
Curso Entomologia de Campo - 2010 
Apresentação 
O curso Entomologia de Campo é uma disciplina do PPGECB e objetiva exercitar a abordagem científica 
em ecologia, conservação e diversidade de insetos, usando ferramentas de delineamento experimental e 
análise estatística. As atividades são desenvolvidas em Projetos Orientados (PO), Projetos Livres (PL) e 
Projetos Individuais (PI), cada um com: (1) formulação de perguntas, hipóteses e objetivos, (2) 
planejamento e execução de trabalho de campo – coleta de dados, (3) tratamento, análise e interpretação 
de dados, (4) discussões e (5) comunicação científica, oral e escrita. 
A fase de campo do curso em 2010 aconteceu nos dias 04 a 18 de outubro. O local proposto foi o 
Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa - PNMCA e áreas de entorno no município de Porto Murtinho, 
MS. Contou com a colaboração e apoio da Secretária de Educação e a Secretária de Meio Ambiente do 
município de Porto Murtinho. 
O curso de 2010 esteve integrado ao projeto de pesquisa “Invertebrados na Bodoquena: superando 
limites Linneanos e Wallaceanos em estratégias de biomonitoramento e conservação” financiado pelo 
CNPq. O projeto visa conhecimento sobre diversidade de grupos de invertebrados e sua distribuição. 
 
Programação de atividades 
-Visita previa de reconhecimento aos locais propostos em Porto Murtinho – 31/08 e 01/09 (Professores 
Josué e Jairo) 
-Reunião inicial com os participantes - 03/09 
-Viagem para o PNMCA - 04/10 
-Atividades de campo - 05/10 -17/10 
-Retorno para Dourados - 18/10 
-Análise de resultados e confecção de relatórios finais - outubro-novembro 
-Seminários com a apresentação dos trabalhos finais – dezembro 
 
Grupos 
Foram formados dois grupos, cada um com cinco acadêmicos. Os grupos desenvolveram as atividades 
propostas e discutidas com um ou dois professores orientadores nos dias estabelecidos para execução dos 
Projetos Orientados. 
 
Projetos Orientados – POs 
São projetos de execução rápida (um dia) propostos por docentes, cujo delineamento experimental é 
discutido e aprimorado com os respectivos grupos. Os POs ocorreram na primeira semana do curso. 
 
 
 5 
Projetos Livres – PLs 
São projetos de execução rápida, idealizados, planejados e executados pelos estudantes. Os PLs foram 
realizados após o período dos POs. 
Projetos Individuais – PIs 
São projetos concebidos individualmente pelos acadêmicos e realizados na segunda semana do curso. São 
projetos mais detalhados e aprimorados que os POs e PLs, com mais tempo para coleta e análise de 
dados. Estes projetos estão concebidos para aproveitar as experiências adquiridas na execução, discussão 
e apresentação dos POs e PLs. 
Padronização das coletas e protocolos de campo 
Com o intuito de facilitar comparações em larga escala, é importante que se planeje e se faça a 
padronização das coletas segundo protocolos usados em grandes projetos envolvendo 
invertebrados no Brasil (ex. Projeto Biota FAPESP e Probio). 
Locais de Trabalho 
Ambientes do Parque Natural Municipal Cachoeira do APA e áreas de amortecimento ambiental - Município 
de Porto Murtinho, MS (Fig 1). Deslocamentos diários previstos: 6-8 km com caminhadas, 10-60 km com 
veículos. 
 
 
Figura 1. Imagem da área de trabalho – Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa e áreas de entorno. 
Observe o encontro do rio Perdido (à direita) com o rio Apa, as Matas ciliares, vias de acesso (acima) e 
sinalização da base de trabalho (escola). 
 6 
Corpo Docente: 
Profa. MSc. Camila Aoki – Doutoranda UFMS 
Prof. Dr. Carlos Fernando S. Andrade – UNICAMP 
Prof. Dr. Fábio Oliveira Roque – UFGD 
Prof. Dr. Fabrício Fagundes - UFGD 
Prof. Dr. Jairo Campos Gaona – UFGD 
Prof. Dr. Josué Raizer – UFGD 
 
Horário de atividades diárias: 
06:00 – 06:50: Café da manhã 
07:00: Saída a campo 
08:00 a 11:00: Coleta de dados 
11:00: Retorno à base / triagem de material 
12:00 -13:00: Almoço 
14:00 – 18:00: Tratamento de dados, Análise, Elaboração do relatório e Preparação da apresentação. 
18:00 – 19:00: Jantar 
19:00/20:00: Apresentações, Palestra(s), seminários. 
21:00: Discussão dos projetos a serem executados. 
23:00: Entrega de relatórios. 
 
Cronograma de atividades executadas: 
Períod
o 
04/10 
Segunda 
05/10 
terça 
06/10 
quarta 
PO1 
07/10 
quinta 
PO2 
08/10 
sexta 
09/10 
sábado 
PO3 
10/10 
dom 
PLs 
11/10 
Seg. 
12/10 
terça 
“livre” 
13 a 
16/10 
PIS 
17/10 
dom. 
PIs 
18/10 
Seg. 
 
Manhã 
8:30 
Dourado
s - 
Porto 
Murtinho 
7:00 
Reconhe
cimento 
da área 
 
Estrada 
Morro 
Várzea 
7:00 
Coleta 
dados 
PO1 
CFea 
PNMCApa; 
Camila 
Estrada 
8:00 
 
Tratame
nto, 
Análise, 
Elaboraç
ão 
Relatório 
Apresent
ação 
7:00 
Coleta 
dados PO3 
Camila 
Josué 
CFeA 
Jairo 
7:00 
Coleta 
dados 
PLs 
Triage
ns PLs 
 
Seleçã
o de 
áreas 
dos 
PIs 
 
Saída 
Profs 
 
Coleta 
dados 
Elabor
ação 
dos 
Relatór
ios 
PIs 
Porto 
Murtin
ho - 
Doura
dos 
Tarde 
 
 
 
Porto 
Murtinho 
Prefeitur
a 
 
 
15:00 
PNMCAp 
Rios 
Apa e 
Perdido 
 
 
Tratamento, 
Análise, 
Elaboração 
Relatório e 
Apresentaç
ão 
 
17:00 
Apresent. 
Discussã
o, 
Preparaç
ão do 
PO2 
16:00 
Apresent
ações 
PO2 
Tratamento, 
Análise, 
Elaboração 
Relatório e 
apresentaç
ão 
Trata
mento, 
Anális. 
Elabor
ação 
Relató
rio, 
Apres
entaç. 
Discus
são 
dos 
PIs 
 Coleta 
dados 
 
 
 
 
 
Entreg
relatóri
os PLs 
Elabor
ação 
dos 
Relatór
ios 
PIs 
 
 
 
Desca
rregar 
Materi
al 
FCBA 
Noite 20:00 
 
Montage
m da 
base 
 
 
21:00 
Apres. 
Atividade 
Mostra e 
fala 
 
Discussã
o e 
Preparaç
ão do 
PO1 
 
 
 
20:00 
Palestra 
CFeA 
 
00:00 
Entrega 
relatórios 
PO1 
Coleta 
dados 
PO2 
Josué 
 
Jairo 
 
20:00 
Discussã
o, 
Preparaç
ão do 
PO3 
 
24:00 
Entrega 
relatórios 
PO2 
19:00 
Apresentaç
ões 
 
21:00 
Discussão, 
Preparação 
dos PLs 
24:00 
Entrega 
relatórios 
PO3 
 20:00 
Palestr
as (3) 
Camila 
CFeA, 
Robert
o 
PLs 
Apres 
24:00 
 
Visita
Cachoi
era 
13/10 
14:30: 
Palest
ra na 
Escola 
e 
Ed. 
Ambie
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no 
PNMC
A 
Sábad
o 
16/10 
Entreg
a PLs 
 
17/10 
Entreg
a 
Relatór
ios 
PIs 
 
Profes Fabríc 
 
Fabríc 
 
Fabríc Fabríc Fabríc 
 CFeA CFeA CFeA CFeA CFeA CFeA CFeA CFeA 
 Josué Josué Josué Josué Josué Josué 
 Camila Camila Camila Camila Camila Camila Camila Camila 
 Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo Jairo 
 7 
 
Agradecimentos 
 
O curso de campo do Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da 
Biodiversidade foi realizado com apoio e financiamento da UFGD, CAPES, CNPq e 
FUNDECT. A autorização para atividades com finalidade didática no âmbito do ensino 
superior ficou registrada no Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade – 
SISBIO sob No. 25770-1. 
Agradecemos à Prefeitura de Porto Murtinho, pelo apoio logístico através da Secretaria de 
Meio Ambiente e da Secretaria de Educação; à comunidade da Cachoeira Grande pela 
colaboração e hospitalidade, destacando a abertura de espaços na escola e no posto de 
saúde,e o apoio logístico de espaços e transporte de João Carlos “Pescador de Jaú”, 
Elza Silva e Fernando Marques. 
Agradecemos a todas as pessoas que contribuíram para a realização e sucesso do curso. 
Em especial aos professores e revisores convidados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
 
 
 
 
Participantes 
 
Entomologia de Campo – 2010 
Carolina Santos Pereira Cardoso Trindade 
Elaine Cristina Correa 
Jaqueline Ferreira Campos 
Jean Carlos de Quadros 
Leticia Laura de Oliveira Bavutti 
Luiz Carlos dos Santos Junior 
Marciel Elio Rodrigues 
Mirian Silveria de Souza 
Rosalia Azambuja 
José Luiz Massao Moreira Sugai - UFMS 
 
Professores Orientadores 
Profa. Me. Camila Aoki – Doutoranda UFMS 
Prof. Dr. Carlos Fernando S. Andrade – UNICAMP 
Prof. Dr. Fábio Oliveira Roque – UFGD 
Prof. Dr. Fabrício Fagundes - UFGD 
Prof. Dr. Jairo Campos Gaona – UFGD 
Prof. Dr. Josué Raizer – UFGD 
 9 
Sumário 
 
Metodologia propositiva para levantamento de indícios de predação e parasitismo de 
insetos em mata ripícola .......................................................................................................................... 12 
• Estrutura da comunidade de artrópodes associados a ramos reprodutivos e 
vegetativos de Lippia sp. .......................................................................................................................... 20 
• Disponibilidade de presas explica a diversidade de espécies de aranhas ........................ 27 
• Comportamento alimentar e composição de dípteros hematófagos .................................. 31 
• Atividade de forrageamento e composição de formigas em ambientes da Cachoeira 
Grande, Porto Murtinho, MS. ................................................................................................................... 39 
• Interações comportamentais entre espécies de formigas na mata ripícola do rio Apa. 47 
• Relação da profundidade com a composição de macroinvertebrados associados a 
Salvinia sp., Cachoeira Grande, Porto Murtinho, MS. ...................................................................... 53 
• Influencia da complexidade estrutural de ramos reprodutivos de Vitex cymosa 
(Verbenaceae) na diversidade de artrópodes, Cachoeira Grande, Porto Murtinho, MS. ........ 61 
• Fauna de artrópodes associados a arbustos em dois ambientes: interior de mata e 
borda natural, Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa – Porto Murtinho, MS. ................ 69 
• Macroinvertebrados associados à serapilheira em um trecho de mata rípicola do rio 
Apa, Porto Murtinho, MS. ......................................................................................................................... 75 
A presença de formigas interfere na frequência de visitas florais? ............................................. 84 
• Composição da fauna (Diptera: Brachycera) da região Cachoeira Grande, Porto 
Murtinho, MS. ............................................................................................................................................... 89 
• A presença do predador sobre a flor de Vitex cymosa interfere na visita dos 
polinizadores? ............................................................................................................................................. 95 
• Macroinvertebrados associados a Salvinia sp. no período noturno. .................................. 99 
• Macroinvertebrados associados a poças temporárias do rio Apa, Colônia Cachoeira 
Grande, Porto Murtinho – MS. ............................................................................................................... 106 
• Preferência de iscas por gêneros de formigas (Hymenoptera: Formicidae) em 
fragmento urbano. .................................................................................................................................... 119 
• Relação do tamanho das poças temporárias com os imaturos de Odonata as margens 
do rio Apa. .................................................................................................................................................. 125 
• O substrato onde são depositadas as fezes de gado influencia a comunidade de 
artrópodes associada? ........................................................................................................................... 131 
 10 
• Himenópteros parasitóides da região da Colônia Cachoeira Grande, Porto 
Murtinho/MS. .............................................................................................................................................. 142 
• Avaliação Ambiental Rápida: ameaças e potencialidades no Parque Natural Municipal 
Cachoeira do APA – Porto Murtinho/MS. ........................................................................................... 150 
 
 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETOS ORIENTADOS 
 12 
Metodologia propositiva para levantamento de indícios de predação e 
parasitismo de insetos em mata ripícola 
Carolina Trindade1, Rosalia Azambuja1, Jean Carlo De Quadros1, Elaine Corrêa1 Massao Sugai2 
1Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
 2Pós-graduação em Ecologia e Conservação – UFMS, Campo Grande, MS. 
PO1- 06/10/2010 
Orientador: Carlos Fernando S. Andrade 
RESUMO - Populações de insetos são controladas, além de outros fatores, por inimigos naturais como 
parasitóides e predadores. Várias metodologias já foram definidas para o levantamento desses organismos 
em eco e agroecossistemas. No entanto, são escassas as propostas para a observação e registro de 
predação e parasitismo de insetos em ambientes naturais, o que justificou a realização deste trabalho. 
Quatro pessoas realizaram busca ativa de sinais de predação e parasitismo em insetos em 14 parcelas de 
10 X 15m e por 3 horas, em área ripícola no interior do Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa, em 
Porto Murtinho, MS. Em cada parcela foram procuradas plantas injuriadas no sub-bosque, insetos fitófagos, 
ovos, imaturos e adultos de insetos predados e parasitados. Foram registradas a presença de insetos 
predadores e dípteros e himenópteros parasitóides. Foi possível a quantificação de aranhas e insetos 
predadores das ordens Hemiptera, Neuroptera, Mantodea, Coleoptera, bem como de ovos, larvas e pupas 
de herbívoros atacados por parasitóides. Discute-se o valor da relação entre as informações obtidas e o 
esforço amostral, bem como a possibilidade desta proposta servir para levantamentos rápidos comparativos 
em outras áreas ripícolas ou épocas do ano. 
PALAVRAS-CHAVE: matas ciliares, parasitismo, predação. 
 
No ambiente natural as populações de insetos são mantidas em equilíbrio por 
fatores abióticos e bióticos. Entre esses últimos estão os inimigos naturais, divididos em: 
entomopatógenos (vírus, bactérias, fungos, protozoários e nematóides); predadores, os 
quais necessitam de várias presas para completar seu desenvolvimento e os parasitóides, 
que utilizam apenas um hospedeiro para completar seu ciclo de vida (Parra et al., 2002; 
Amaral et al., 2005; Freitas et al., 2007). 
Levantamentos da composição e coleta de parasitóides e predadores em 
ambientes naturais são importantes para o conhecimento de novas espécies e de seus 
potenciais para uso como agentes de controle biológico (Freitas et al., 2007; Melo et al., 
2008). Assim, trabalhos para estimar predação e parasitismo em ambientes naturais 
precisam ser realizados. 
Várias metodologias já foram definidas para o levantamento desses organismos em 
eco e agroecossistemas, porém na maioria dos trabalhos realizados em ambientes com 
vegetação nativa as coleta de parasitóides e de predadores são feitas por meio de 
armadilhas e coleta ativa (Cividanes et al., 2003; Amaral et al., 2005; Restello & 
 13 
Penteado-Dias, 2006), sendo escassas as propostas para a observação e registro de 
predação e parasitismo de insetos em ambientesnaturais. 
Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo propor uma metodologia de 
avaliação rápida para a observação e registro de predação e parasitismo de insetos em 
ambientes naturais. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
A avaliação foi projetada para uma área de mata ripícola do rio Apa, localizada no 
interior do Parque Municipal Cachoeira do Apa, em Porto Murtinho, MS, no dia 06 de 
outubro de 2010. Os inimigos naturais foram encontrados por meio de busca ativa, a qual 
foi feita por quatro pessoas em 14 parcelas de 10 metros de comprimento por 15 de 
largura, por um período amostral de 3 horas. As observações foram anotadas por uma 
quinta pessoa. As parcelas foram percorridas dedicando-se um esforço amostral de cerca 
de 15 minutos para cada parcela. O levantamento foi feito alterando-se a direção das 
parcelas de forma a percorrer ao final um traçado circular, retornando-se para local 
próximo ao ponto de partida. 
O levantamento concentrou-se na vegetação do sub-bosque. Inicialmente, em cada 
parcela, foram procuradas plantas injuriadas, evidenciado pela presença de folhas 
injuriadas, galhas e minas. O levantamento dos inimigos naturais foi feito pelos quatro 
pesquisadores, sobre ovos, imaturos e adultos, e foi registrada a presença de insetos 
predadores, que era informada ao pesquisador anotador. Insetos, seus ovos, larvas ou 
pupas suspeitos de terem servido como hospedeiros ou presas foram preservados em 
frascos plásticos. Em laboratório, durante um período de três horas, as amostras foram 
avaliadas com o auxílio de estereomicroscópio quanto à presença ou forte evidência de 
inimigos naturais pela dissecção, quando necessário. 
 
RESULTADOS 
Com o esforço amostral empregado de 3 horas, foi possível amostrar uma área de 
2.100 m², representando aproximadamente 2% da mancha de mata ripícola em 
regeneração, que tinha cerca de 10 hectares (Fig. 1). Na área houve evidência e 
 14 
ocorrência de inimigos naturais divididos em cinco grupos funcionais (Tab. 1). Também 
foram divididos de acordo com as categorias de parasitismo, segundo Parra et al. (2002), 
e quantificados quanto ao número de ocorrência (Tab. 2). 
Foram encontradas evidências de parasitismo em várias ordens de insetos (Fig. 2). 
Na ordem Lepidoptera, por exemplo, encontrou-se uma postura com 14 ovos com o sinal 
de emergência de microhymenópteros, possivelmente tricogramatídeos. E o mesmo 
ocorreu quanto a Blattodea, sendo encontrada uma postura com 18 ovos, sendo todos 
também parasitados por microvespas. 
Registraram-se três ocorrências de pupas de parasitóides Ichneumonoidea, típicos 
representantes de parasitismo gregário. Também verificou-se pupas de Lepidoptera 
parasitadas por Diptera (parasitismo solitário), dentro de galhas formadas em galhos de 
arbustos. Quanto aos predadores foram encontrados insetos da ordem Hemiptera, 
Neuroptera, Mantodea, Coleoptera e uma larva de Diptera. Com os dados obtidos, foi 
elaborada uma prancha ilustrativa, mostrando como reconhecer os indícios de parasitismo 
(Fig. 3) a fim de facilitar o reconhecimento dessas relações em futuros levantamentos. 
 
DISCUSSÃO 
Foi possível a quantificação de aranhas e de outros predadores, bem como de 
ovos, larvas e pupas de herbívoros atacados por parasitóides. Com o esforço amostral de 
três horas, feito por quatro pessoas em busca ativa e uma registrando as ocorrências, foi 
possível percorrer 14 parcelas de 10X15m, o que representou uma boa proporção da 
área, equivalente a 2%. Como as relações de ataque pelos inimigos naturais nem sempre 
são evidentes no trabalho de campo, foram ainda necessárias mais três horas 
aproximadamente de triagem e identificação em laboratório. Foi possível dessa forma 
registrar cinco grupos funcionais de inimigos naturais distribuídos em três categorias de 
parasitismo, bem como preparar uma coleção entomológica de referência e arquivo 
fotográfico. Os resultados demonstram que a metodologia se mostrou eficiente para 
levantamentos rápidos de predadores e parasitóides, de forma a permitir eventuais 
comparações. Assim, acredita-se que dados obtidos usando-se a mesma metodologia, 
em outras áreas ripícolas ou épocas do ano, poderão ser comparados com os aqui 
apresentados. O presente estudo tem assim o sentido de gerar parâmetros metodológicos 
 15 
de amostragem para trabalhos voltados para a preservação das matas ciliares, como 
importante ambiente de origem de agentes bióticos de controle natural e ainda fonte de 
estudo sobre agentes para o controle biológico aplicado. 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos ao Professor Dr. Carlos Fernando S. Andrade pela orientação e ao 
Gestor Ambiental Roberto Araújo Bezerra, pelos trabalhos nas imagens de satélite. 
 
REFERÊNCIAS 
Alves, S.B. 1998. Controle microbiano de insetos. 2ª Edição. Piracicaba: FEALQ, 1163pp. 
Amaral, D. P. do; Fonseca, A. R.; Silva, C. G.; Silva, F. M.; Alvarenga Júnior, A. 2005. 
Diversidade de famílias de parasitóides (Hymenoptera: Insecta) coletados com 
armadilhas malaise em floresta Nativa em Luz, estado de Minas Gerais, Brasil. 
Arquivos do Instituto Biológico 72(4): 543 – 545. 
Cividanes, F. J.; Souza, V. de P.; Sakemi, L. K. 2003. Composição faunística de insetos 
predadores em fragmento florestal e em área de hortaliças na região de Jaboticabal, 
Estado de São Paulo. Acta Scientiarum Biological Sciences 25 ( 2) 315-321. 
Freitas, J. M. S.; Clery-Santos, M. P.; Pérez-Maluf, R. 2007. Abundância de himenópteros 
parasitóides em diferentes perfis de paisagens. Anais do VIII Congresso de Ecologia do 
Brasil, Caxambu – MG. p. 1- 2. 
Melo, I. F.; Penteado-Dias, A. M.; Souza, C. S.; Pereira, A. G.; Shimbori, E. M. 2008. 
Análise da eficiência de diferentes métodos de coleta para o gênero Pambolus haliday, 
1836 (Hymenoptera, Braconidae, Hormiinae) em remanescentes da mata atlântica 
ombrófila densa do Brasil. II Simpósio de Ecologia PPG-ERN. p. 82-86. 
Nardi, C.; Guerra, T. M.; Orth, A. I.; Tavares, M. T. 2006. Himenópteros parasitóides 
associados a pupas de Methona themisto (Lepidoptera, Nymphalidae) em Florianópolis, 
Santa Catarina, Brasil. Iheringia, Série Zoologia 96 (3):373-375. 
 16 
Parra, J.R.P.; Botelho, P.S.M.; Corrêa-Ferreira, B.S. & Bento, J.M.S. 2002. Controle 
biológico: terminologia. In: Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores 
(J.R.P., Parra; P.S.M., Botelho; B.S., Corrêa-Ferreira & J.M.S, Bento eds.). Manole, 
Barueri, SP. 1-16. 
Restello, R. M. & Penteado-Dias, A. M. 2006. Diversidade dos Braconidae (Hymenoptera) 
da Unidade de Conservação de Teixeira Soares, Marcelino Ramos, RS, com ênfase 
nos Microgastrinae. Revista Brasileira de Entomologia 50(1): 80- 84. 
 
 
Figura 1. Mata ripícola alterada do Rio Apa (forma oval), com o percurso feito para avaliação dos transectos 
(em hexágono). 
 17 
 
Tabela 1. Abundância de registros para cada grupo funcional de inimigos naturais na área 
amostrada. 
Grupo funcional Registros 
Aranhas 275 
Predador (exceto aranha) 25 
Parasitóide de ovo ou ooteca 18 
Parasitóide larval/pupal 39 
 
Tabela 2. Número de ocorrência dos inimigos naturais encontrados na área amostrada por categoria 
de parasitismo (categorias segundo Parra et al., 2002). 
Categoria de 
Parasitismo N° de ocorrência 
Parasitismo primário 10 
Hiperparasitismo - 
Endoparasitismo 10 
Ectoparasitismo - 
Parasitismo múltiplo - 
Superparasitismo - 
Adelfoparasitismo - 
Cleptoparasitismo - 
Heterônomos - 
Poliembrionia 2 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
Figura 2. Pupa de lepidóptero galhador com emergência normal do adulto com evidência de parasitismo 
por díptera (A), pupa de Lepidoptera com orifício de emergência de himenóptero parasitóide solitário (B), 
casulos de microhimenóptero parasitóide (sem a evidência da larva hospedeira, possivelmente removida 
por invertebrados necrófagos (C), ooteca (E) e ovos atacadas por parasitóides de ovos (D, F, G). 
 
A B 
C D 
E F G 
 19Figura 3. Prancha ilustrativa de algumas categorias de parasitismo indicando-se que evidências devem 
ser procuradas. 
 20 
• Estrutura da comunidade de artrópodes associados a ramos 
reprodutivos e vegetativos de Lippia sp. 
Marciel Elio Rodrigues, Jaqueline Ferreira Campos, Leticia Laura de Oliveira Bavutti, Luiz Carlos 
Santos Junior, Mirian Silveria de Souza 
Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
PO1- 06/10/2010 
Orientadora: Camila Aoki 
 
RESUMO - A estrutura floral das plantas é comumente utilizada como refúgio contra predadores, abrigo, 
camuflagem para captura de presas, sítios para reprodução e recursos alimentares. Este trabalho teve 
como objetivo verificar a diferença na abundância, riqueza e diversidade de artrópodes associados a ramos 
vegetativos e reprodutivos em Lippia sp. Foram registrados 81 indivíduos, distribuídos em 14 morfotipos e 
sete ordens. A abundância de artrópodes foi significativamente maior em ramos reprodutivos (p= 0,05), 
apesar disso, a riqueza e diversidade destes não foram significativamente diferentes entre as fases 
fenológicas, (p=0,19 e p= 0,73, respectivamente). Quando verificamos a estrutura da comunidade de 
invertebrados entre os ramos, observamos espécies com ocorrências exclusivas em ramos vegetativos o 
que não era esperado, pois afinal os ramos reprodutivos também apresentam as mesmas características do 
vegetativo, só que com flores. 
PALAVRAS-CHAVE: Riqueza; Diversidade; Abundância; Plantas. 
 
De acordo com a hipótese da diversidade de recursos, plantas com grande 
variedade de estruturas ou de tipos de recursos sustentam maior diversidade de 
artrópodes (Lawton 1983 apud Santana & Souza 2009). Diferentes fases fenológicas da 
planta geram mudanças no arranjo espacial da biomassa, resultando em ramos 
morfologicamente distintos. Por exemplo, ramos com inflorescência são estruturalmente 
diferentes de ramos vegetativos, proporcionando aos artrópodes diferentes microhabitats 
(Souza & Martins 2003), podendo suportar maiores populações, aumentar o encontro com 
parceiros sexuais, prover mais sítios de refúgio, permitindo a persistência de espécies 
mais suscetíveis à predação e a dessecação (Souza 2007). 
O presente estudo teve como objetivo verificar se a abundância, riqueza e 
diversidade de artrópodes varia entre ramos vegetativos e reprodutivos de Lippia sp. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
Área de coleta: 
As coletas foram realizadas no dia 06 de outubro de 2010, próximo à Fazenda 
Cachoeira do Apa (Fig. 1), município de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul. 
 
Método de coleta: 
 21 
Foram selecionados ao acaso 20 indivíduos de Lippia sp., espécie arbustiva com 
altura inferior a dois metros, com flores poucos vistosas e inflorescência racemosa (Souza 
e Lorenzi 2005). De cada indivíduo foi coletado um ramo vegetativo e um reprodutivo 
medindo aproximadamente 35 cm, estes foram envolvidos por saco plástico, cortados e 
levados à base de estudos para posterior triagem e identificação dos artrópodes 
associados. 
Três ramos reprodutivos da espécie foram coletados para montagem da exsicata, 
identificação e posterior depósito no herbário da Universidade Federal de Mato Grosso do 
Sul (HCGMS). 
Os artrópodes coletados foram identificados até o nível taxonômico de Ordem 
seguindo a chave de identificação de Borror & Delong (1969). A classificação em 
morfotipos foi realizada conforme conhecimento empírico dos pesquisadores envolvidos. 
 
Análise Estatística: 
Na tentativa de representar a comunidade real de Lippia sp. e evitar 
pseudoreplicação das amostras, as mesmas foram aleatorizadas por meio do programa 
R, resultando em cinco amostras com quatro plantas para cada fenofase. 
 Foi utilizado teste t para verificar se existe diferença significativa entre abundância, 
riqueza e diversidade (Shannon) da fauna de artrópodes entre os ramos vegetativos e 
reprodutivos. Para cada análise foi usado nível de significância de 0,05. 
 A representação gráfica da estrutura da comunidade foi gerada através da 
ordenação direta por fenofases. 
 
RESULTADOS 
Foram registrados 81 indivíduos, distribuídos em 14 morfotipos dentro de sete ordens 
sendo: Acarina, Araneae, Coleoptera, Diptera, Hemiptera, Mantodea e Thysanoptera. 
Destas a ordem Thysanoptera foi a mais abundante. 
Em relação à abundância dos artrópodes associados a diferentes fases fenotípicas 
de Lippia sp., obtivemos uma diferença significativa (t =2,72; gl= 4,23; p= 0,04), de modo 
que esta foi superior nos ramos reprodutivos (Fig. 2). Esperava-se encontrar o mesmo 
resultado para riqueza e diversidade, porém este não foi significativo, evidenciando que 
em estado reprodutivo e vegetativo dos ramos de Lippia sp. não apresentaram diferença 
quanto a riqueza (t= 1,41; gl= 8; p= 0,19) e diversidade (t= 0,34; gl= 8; p= 0,73) dos 
artrópodes associados. 
 22 
Através da ordenação direta por fenofases verificamos uma diferença marcante na 
composição da comunidade de artrópodes, sendo os morfotipos encontrados nas 
amostras dos ramos reprodutivos diferentes dos morfotipos presentes na fase vegetativa 
(Fig. 3). 
 
DISCUSSÃO 
Semelhante ao presente estudo, Santana & Souza (2009) coletaram oito ordens de 
artrópodes associados à Palicourea rigida (Rubiaceae). Dentre os artrópodes coletados, a 
ordem Thysanoptera apresentou o maior número de espécimes. Segundo Borror & 
DeLong (1969), a maioria dos indivíduos de Thysanoptera são diminutos de corpo estreito 
onde seu comprimento varia geralmente entre 0,5 e 5,0 mm, são fitófagos sendo 
associados a diversos tipos de plantas, particularmente abundante nas inflorescências. 
Estes indivíduos, conhecidos popularmente como trips, também foram encontrados em 
alta freqüência em flores de Trichogoniopsis adenantha (Romero e Vasconcelos, 2005). 
Verificamos que não houve diferença significativa na riqueza e diversidade de 
artropódes entre os ramos vegetativos e reprodutivos. Santana e Souza (2009) em 
estudos com Palicourea rigida mostraram que o número de ramos e de inflorescência 
não interferiram na diversidade, mais sim o número de folhas e a altura da planta. 
Ressaltamos também que o os mesmos autores descrevem que a abundância de 
artrópodes esteve associada ao aumento da riqueza, ou seja, quanto maior a riqueza, 
maior a abundância dos artrópodes, já neste trabalho não obtivemos essa relação, pois a 
abundância foi significativa entre as fenofases. No entanto a riqueza foi similar entre as 
mesmas. 
A estrutura da comunidade também foi uma questão importante, nas diferentes 
fenofases (reprodutiva e vegetativa), observamos espécies de artrópodes com 
ocorrências exclusivas. As diferenças encontradas na composição da fauna de artrópodes 
associados a ramos em diferentes fenofases podem estar relacionadas a vários fatores, 
como por exemplo, a presença de componentes nutritivos (pólen e néctar), diferenças na 
exposição luz e sombra, que formam um mosaico relativamente complexo de sítios 
favoráveis para insetos, fazendo com que algumas partes da planta se tornem mais 
atrativas que outras conforme sugerido por Bernays & Chapman (1994 apud Souza 1999). 
Entretanto, não era esperado que as espécies que ocorreram nos ramos vegetativos 
 23 
fossem exclusivas, uma vez que os ramos reprodutivos também apresentam as mesmas 
características do vegetativo, só que acrescido de flores (ou seja, mais complexo 
estruturalmente). Mais estudos são necessários para verificar se este é um padrão 
comum na composição de espécies de insetos associados às plantas. 
A hipótese de que a arquitetura dos ramos pode influenciar a estrutura da 
comunidade de artrópodes associados à Lippia sp. foi apoiada. Nossas observações 
sugerem que as inflorescências podem funcionar como um habitat de alta qualidade, 
suportando maior número de insetos associados. 
 
AGRADECIMENTOS 
Roberto Araujo Bezerra pelo georeferenciamento do localda área de coleta. Ao Prof. 
Dr.Josué Raizer pelo auxílio no delineamento do trabalho, análise dos dados e discussão. 
Aos Profs. Dr. Jairo Campos Gaona e Dr. Carlos Fernando Andrade por colaborarem com 
sugestões ao presente estudo. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Borror J.D. & DeLong M.D. 1969. Introdução ao Estudo dos Insetos. 1ª Edição. Editora 
Edgard Blücher. São Paulo. 652 pp. 
Romero G.Q. & Vasconcellos Neto J. 2005. Flowering phenology, seed set and arthropod 
guild in Trichogoniapsis adenantha (DC) (Asteraceae) in south-east Brasil. Revista 
Brasileira de Botânica. 28(1): 171-178. 
Santana R.C. & Souza A.C. 2009. Influência da Complexidade Estrutural de Palicourea 
rigida Kunth (Rubiaceae) na Diversidade de Artrópodes. Revista Brasileira de 
Zoociências.11(2): 161-165. 
Souza A.L.T. 1999. Influência da arquitetura de ramos vegetativos e inflorescências na 
distribuição de aranhas em plantas. Dissertação de mestrado, Unicamp. 98 pp. 
Souza A.L.T. & Martins R.P. 2003 Distribution of plant-dwelling spiders: Inflorescences 
versus vegetative branches. Austral Ecology. 29: 342-349. 
 24 
Souza V.C. & Lorenzi H. 2005. Botânica Sistemática: Guia ilustrativo para identificação 
das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Editora Instituto 
Plantarum. Nova Odessa. 639 pp. 
Souza A.L.T. 2007. Influência da estrutura do habitat na abundância e diversidade de 
aranhas. Pg 25-43. In: Gonzaga, M.O., Santos, A.J. & Japyassú, H.F. (Eds.). Ecologia 
e Comportamento de Aranhas. Interciência. Rio de Janeiro. 400p. 
 
 
Figura 1. Mapa da área de coleta, município de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
Figura 2. Relação de abundância de artrópodes em duas fases fenológicas de Lippia sp. 
Reprodutiva Vegetativa 
5 
0 
5 
0 
Fase Fenológica 
N
ú
m
e
ro
 d
e
 A
rt
ró
p
o
d
e
s
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
t = 2,72; gl = 4,23; p = 0,04 
 26 
Figura 3. Abundância relativa de espécies de artrópodes em duas fases fenológicas de Lippia sp. 
 Coleoptera sp. 3 
 Mantodea sp. 1 
 
 Diptera sp. 2 
 
 Hemiptera sp. 2 
 
 Hemiptera sp. 3 
 
 Acarina sp. 1 
 
 Thysanoptera sp. 1 
 
 Coleoptera sp. 1 
 
 
Coleoptera sp. 2 
 
 Diptera sp. 1 
 
 Hemiptera sp. 1 
 
 
Aranaea sp. 1 
1 
 0 
Aranaea sp. 2 
 
 Reprodutivo │ Vegetativo 
Fases Fenológicas 
 Fase fenológica 
A
b
u
n
d
â
n
c
ia
 R
e
la
ti
v
a
 
 27 
 
• Disponibilidade de presas explica a diversidade de espécies de 
aranhas 
José Luiz Massao M. Sugai¹, Carolina Santos Pereira Cardoso Trindade², Jaqueline Fereira 
Campos², Jean Carlo de Quadros², Leticia Laura de Oliveira Bavutti². 
1Pós Graduação Ecologia e Conservação – UFMS, Campo Grande, MS. 
2Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
 
PO2 - 08/10/2010 
Orientador: Josué Raizer 
 
RESUMO - Aranhas são predadoras que possuem alta plasticidade e se alimentam principalmente de 
insetos. Para estes artrópodes, a questão alimentar está fortemente ligada à seleção do habitat, que deve 
maximizar a eficiência na captura de presas em locais com quantidade suficiente de recursos, que não 
cause danos excessivos à sua teia. Assim, o objetivo deste estudo foi responder se a diversidade de 
aranhas em um gradiente de disponibilidade de recurso alimentar varia como o esperado por um modelo 
compensatório entre a quantidade de presas e de danos à teia. Encontramos 21 aranhas de 10 espécies 
(morfotipos), a maioria em amostras com quantidade intermediária de presas. Isso era esperado segundo a 
teoria do forrageamento ótimo, na qual as aranhas evitariam locais com muitos recursos, devido a maior 
frequência de injúrias na teia. 
PALAVRAS-CHAVE: forrageamento ótimo, riqueza de espécies, composição de espécies. 
 
Muitos são os fatores que levam animais a escolherem um determinado ambiente, 
ou mesmo um local específico para utilizarem como habitat. Esta seleção pode estar 
baseada em um conjunto de características que vão propiciar ao animal melhores 
condições para forrageamento e abrigo. Em comunidades dominadas pela competição e 
constituída de espécies que dividem os recursos, é esperado que o número de espécies 
aumente conforme seja maior a gama de recursos (Begon et al., 2008). 
Aranhas podem ser classificadas quanto às estratégias de caça, sendo as mais 
comuns as caçadoras ativas, que saem à busca de suas presas e não produzem teia, ou 
caçadoras de espreita, que produzem teias pegajosas e esperam que as presas fiquem 
aderidas a ela (Uetz, 1991). Para as aranhas que caçam com auxílio de teia, a questão 
alimentar está fortemente ligada à seleção do habitat. 
Indivíduos que constroem armadilhas para capturar presas não são capazes de 
alterar rapidamente seu comportamento em resposta a algum estresse alimentar, como a 
abundância de presas que danificam as teias de aranhas. Entretanto podem obter um 
sucesso nesta atividade, ao decidir onde sua armadilha será localizada, ajustando-a a um 
local eficiente com quantidade adequada de presas que não cause danos excessivos à 
sua teia (Mayntz et al. 2003). 
Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar se a disponibilidade de presas explica a 
densidade, riqueza e/ou composição de espécies de aranhas. 
 
 
 28 
MATERIAIS E MÉTODOS 
As coletas iniciaram às 20:30 e terminaram às 00:00. Marcamos 48 pontos em uma cerca 
de arame liso cujos mourões adjacentes distanciavam-se aproximadamente 1,5 m. Cada 
ponto era a área entre dois mourões adjacentes. Dentre estes 48 pontos, sorteamos 
dezenove para quantificar a disponibilidade de presas e a quantidade total e riqueza de 
espécies de aranhas. 
Distribuímos folhas plásticas com um dos lados untado com óleo de soja em cada 
ponto sorteado, a fim de avaliar a disponibilidade de presas. Após duas horas, 
recolhemos as armadilhas e contamos os insetos capturados. As aranhas foram coletadas 
e mantidas em potes plásticos com álcool 70GL. 
Para avaliar os resultados, consideramos como unidades amostrais conjuntos de 
três a quatro pontos sorteados, formando cinco amostras. Registramos o número total de 
morfotipos como estimativa da riqueza local de espécies e o número médio de presas 
como estimativa da disponibilidade local de recurso alimentar. 
Usamos gráficos de dispersão para avaliar a relação entre disponibilidade de 
presas e a abundância e riqueza de espécies de aranhas. Avaliamos a variação na 
composição de espécies por ordenação direta das amostras pela quantidade de presas. 
 
 
RESULTADOS 
Encontramos 21 aranhas em 10 morfotipos, sendo Metazygia gregalis (O.P. Cambridge, 
1889) (Araneae, Araneidae) a mais abundante (52% das aranhas registradas), seguida por 
uma espécie de Anyphaenidae (9,6%) e as demais com 4,8% cada uma (Tab.1). 
 Quando relacionamos à riqueza de espécies e a abundância total de aranhas com 
o número médio de presas, observamos um padrão no qual os extremos são evitados 
(Figs. 1 e 2). 
Metazygia gregalis foi a espécie que ocorreu com maior amplitude de distribuição 
no gradiente de disponibilidade de presas (Fig. 3). Alpaida sp.1 ocorreu nas amostras com 
maior abundância de presas, e observamos maior riqueza e abundância de aranhas em 
amostras com quantidades intermediárias de presas. 
 
 
DISCUSSÃO 
A distribuição da riqueza de espécies e a abundância de aranhas é maior quando a 
disponibilidade de presas possui valores intermediários. Isso era esperado segundo a 
teoria do forrageamento ótimo, na qual as aranhas evitariam locais com elevada 
abundância de alimento. Assim, adquirem um valor do retorno energético ótimo evitando 
reparos constantes devido às injúrias mais frequentes nas teias. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos ao professor Josué Raizer pela orientação, à professora Camila Aoki pela 
ajuda no delineamento amostral e na coleta dos dados e à UFGD pelo apoio logístico. 
 
 29 
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS 
Begon, M., Harper J.L. & Townsend C.R. 2007. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 
Artmed, Porto Alegre. 740pp. 
 
Mayntz D., Toft S., Vollrath F. 2003.Effects of prey quality and availability on the life history 
of a trap-building predator. OIKOS 101: 631–638. 
 
Uetz. G. W. 1991. Habitat structure and spider foraging. IN: Habitat structure : The 
Physical arrangement of objects in space (eds. S.S. Bell, E.D. McCoy & H.R. Mushinsky) 
pp. 325- 48 Springer London. 
 
 
Tabela 1. Abundância de cada morfotipo de aranha encontrado. 
Espécie Abudância 
Alpaida sp1 1 
Alpaida sp2 1 
Anyphaenidae sp. 2 
Araneidae sp1 1 
Araneidae sp2 1 
Araneidae sp3 1 
Aranae 1 
Araneus sp. 1 
Metazygia gregalis 11 
Salticidae sp. 1 
 
 
 
Figura 1. Relação entre o número de presas e a riqueza de espécies. 
 30 
 
 
 
Figura 2. Relação entre o número de presas e a abundância de aranhas. 
 
 
 
Figura 3. Abundância relativa de aranhas em um gradiente disponibilidade de presas. 
 31 
 
• Comportamento alimentar e composição de dípteros hematófagos 
Elaine Cristina Corrêa, Marciel Elio Rodrigues, Rosalia Azambuja, Luiz Carlos Santos Junior, 
Mirian Silveria de Souza 
Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
PO2- 07/10/2010 
Orientador: Jairo Campos 
RESUMO - A atração de insetos hematófagos provém de estímulos como: sinais visuais, rastros de odor e 
irradiação de calor. A ação antrópica provoca fortes alterações nos ambientes naturais mudando a 
composição de espécies da fauna e flora. O comportamento alimentar está associado à abundância e 
diversidade entre outros fatores como a preferência pelo hospedeiro, horários do dia, clima, proximidade de 
criadouros e de vegetação. Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento alimentar e a 
influência da ação antrópica sobre a composição de dípteros hematófagos. Foram avaliados dois 
ambientes, mata ciliar do rio Perdido no PNMCA e ambiente próximo da Escola Cachoeira do Apa, 
município de Porto Murtinho, MS; e dois períodos, crepuscular e noturno. Usaram-se armadilhas luminosas 
tipo CDC, redes de intercepção e intenção de picada. Verificou-se maior atividade alimentar no período 
crepuscular e diferença no perfil de atratividade nas intenções de picada. Constatou-se a presença de três 
famílias - Ceratopogonidae, Culicidae e Psychodidae - e dez espécies hematófagas. A composição e 
abundância dos dípteros hematófagos foi maior no ambiente de mata ripícola, isso pode ser explicado 
devido a sensibilidade dos mosquitos nas mudanças ambientais, que resultam na alteração na composição 
das espécies. 
PALAVRAS-CHAVE: Abundância; ação antrópica; preferência de hospedeiro. 
 
As famílias Ceratopogonidae, Culicidae e Psychodidae são insetos dípteros 
conhecidos popularmente como: mosquitos, mosquito pólvora e mosquito palha 
respectivamente. As fêmeas adultas são aladas e na grande maioria são hematófagas. 
 A atração de insetos hematófagos está a cargo de estímulos variados como 
correntes de convenção, umidade e visão (Forattini, 2002), irradiação de calor, cores, 
gases que são produzidos na epiderme por bactérias e emitidos por diferentes partes do 
corpo (KNOLS & MEIJERINK, 1997 apud Paula et. al 2002), gás carbônico da respiração 
e o ácido láctico da pele, especialmente por mosquitos, podendo utilizar este gás em 
armadilhas (Marcondes, 2001). O repasto sanguíneo das fêmeas está relacionado 
primordialmente ao desenvolvimento de ovos e pode também aumentar a longevidade 
das fêmeas (Consoli & Oliveira 1994). 
 32 
A exploração de recursos naturais como madeira, diminuição de áreas naturais para 
a agropecuária e urbanização provoca alterações nos ambientes naturais o que 
consequentemente altera a composição de espécies da fauna e flora. Os mosquitos 
hematófagos são sensíveis as alterações ambientais, nesse contexto torna-se importante 
conhecer o impacto das alterações antrópicas sobre a composição de espécies em 
diferentes ambientes (GOMES et al., 2007). A modificação dos ambientes pode influenciar 
na composição de espécies pelo fato de oferecer aos insetos novos recursos, como 
animais domésticos e o próprio homem pela abundância de oferta. Com a facilidade de 
oferta alimentar alguns mosquitos podem associar seu modo de vida de locais primitivos 
sem ação antrópica e passar a conviver em habitações ou próximos a elas podendo 
causar uma diferença na composição da fauna. Além disso, a abundância e a diversidade 
está ligada a outros fatores como a preferência pelo hospedeiro, época do ano e horários 
do dia. 
As perguntas que nortearam o trabalho foram as seguintes: Existe um padrão de 
distribuição espacial/ambiental de espécies nas habitações e na mata em relação ao 
hematofagismo? Há um padrão temporal de procura no comportamento hematofágico dos 
mosquitos? Existe diferença de atrativo entre as pessoas (hospedeiro)? Para tanto, temos 
as seguintes hipóteses: A distribuição e a atividade de espécies hematófagas está 
determinada pela proximidade de criadouros, vegetação, clima, luminosidade e oferta de 
recursos; a oferta de recursos deve estar condicionando a atividade dos organismos 
hematófagos, mas a atividade está influenciada por fatores (variáveis) ambientais, 
espaciais e temporal. O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento alimentar e a 
influência da ação antrópica sobre a composição de dípteros hematófagos. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 O trabalho foi realizado no dia 07/10/2010, no município de Porto Murtinho- MS, em 
dois ambientes distintos, no Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa na Mata ciliar a 
margem direita do Rio Perdido LS 22º10’21”l, LW 57º30’53.7”, e em uma área urbana 
próxima ao parque, a 100 m da escola, LS 22º09’48.7”, LW 57º32’12.1”. Foram realizados 
dois experimentos paralelos, um para avaliar a composição de dípteros hematófagos e 
outro para avaliar o comportamento alimentar. 
Composição de dípteros hematófagos em dois ambientes: 
A amostragem foi realizada em dois ambientes diferentes, sendo o ambiente 1 uma 
área antropizada localizada no Vilarejo Cachoeira do Apa e o ambiente 2 uma área de 
 33 
mata ciliar do Rio Perdido localizada no Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa - 
PNMCA, ambas no município de Porto Murtinho- MS. 
Para a captura dos dípteros hematófagos foram utilizadas oito armadilhas do tipo 
CDC (Centers for Disease Control and Prevention), sendo quatro em cada ambiente. As 
armadilhas ficaram suspensas a uma altura 1,60m do solo do período noturno ao 
amanhecer. Após 12 horas as armadilhas foram retiradas e os insetos mantidos 20 
minutos em câmera mortífera para a posterior triagem e identificação em nível de família e 
morfoespécie. 
Comportamento alimentar de dípteros hematófagos: 
O estudo foi realizado em uma mata ripícola as margens do Rio Perdido, localizada 
no Parque Natural Municipal Cachoeira do Apa. A captura dos insetos se deu em dois 
turnos de 50 min, utilizando-se dois métodos simultaneamente. 
O primeiro turno (crepuscular) aconteceu das 18: 15 – 19: 05h, e o segundo turno 
(noturno) das 22: 30 – 23: 20h. 
No primeiro método de coleta os cinco pesquisadores atuavam como “iscas” 
humanas protegidas que quantificavam os dípteros hematófagos que se aproximavam 
e/ou pousavam com o intuito de realizar a hematofagia. Houve um rodízio entre os 
indivíduos nas armadilhas. Esses dados foram registrados em uma tabela dividida em 
períodos de dez em dez minutos. 
O segundo método constava em uma rede interceptora de tela poliéster impregnada 
com inseticida piretróide Fendona® pendurada em formato triangular, com 3,00 X 1, 95 m 
(comprimento e altura) de marca Interceptor®, embaixo desta foi colocada uma superfície 
plástica com intuito de coletar os insetos que caíam da rede. Neste método os insetos que 
pousavam na rede foram quantificados e quando possível, coletados com aspirador 
manual. Aofinal de cada turno de coleta os indivíduos que estavam na superfície plástica 
foram coletados e identificados. 
Os dados obtidos nas coletas foram tabulados e inseridos em gráficos através dos 
programas Microsolft Office Excel 2007e Software R version 2.10.0. 
 
RESULTADOS 
Composição de hematófagos em dois ambientes. 
Com as armadilhas CDC foram capturadas 40 indivíduos de quatro subfamílias de 
dípteros hematófagos sendo elas Anophelinae com 19 indivíduos, sendo eles: Anopheles 
darlingi, Anopheles sp.1 e Anopheles sp.2., Culicinae com 19 indivíduos: Mansonia 
 34 
titillans, Aedes scapularis, Culex sp., Psorophora sp. e Coquillettidia sp., Phlebotominae 
(sp.1) e Ceratopogonidae (sp.1). Sendo Mansonia titillans e Culex sp. encontrados nos 
dois locais de coleta (Fig. 1). 
 
 
Figura 1. Diferença na composição de dípteros hematófagos em ambiente de Mata ripícola e ambiente 
antropizado. 
 
Comportamento alimentar de dípteros hematófagos. 
 Poucos indivíduos foram capturados neste experimento, no crepúsculo conseguimos 
capturar cinco, três Mansonia titillans, Psorophora sp. e um Aedes scapularis. À noite dois 
Mansonia titillans e quando retiramos as redes, sobre as lonas um Anopheles sp.e um 
Mansonia titillans. 
 Durante o período crepuscular (18:15- 19:05), foi verificado que a intenção de 
picadas diminui conforme o tempo de exposição dos indivíduos na área estuda (Fig 2). 
Durante o tempo de permanência de cada isca humana os primeiros 10 minutos 
apresentaram uma maior atividade dos insetos com intenção de picar, logo após este 
período de tempo em alguns indivíduos ocorreu uma diminuição significativa. 
 35 
 
Figura 2. Número de inteções de picada no período crepuscular. 
Observou-se também, diferenças de intenções de picadas entre os dois horários 
avaliados (crepúsculo e noturno) conforme fig. 3. 
 
 
Figura 3. Número de inteções de picada no período crepuscular e noturno. 
 36 
Dentro de um mesmo período (crepúsculo) as tentativas de picada variaram de 
indivíduo para indivíduo (Fig. 4), entretanto entre os dois turnos a preferência pela mesma 
pessoa não se manteve. 
 
Figura 4. Intenções de picada sobre os diferentes indivíduos no período de crepúsculo. 
Foi observado que nos primeiros dez minutos as redes apresentavam uma 
repelência, nos quais os insetos não pousavam, posteriormente houve um aumento no 
pouso dos dípteros hematófagos. 
 
DISCUSSÃO 
A composição e abundância dos dípteros hematófagos foi maior no ambiente de 
mata ripícola, isso pode ser explicado devido a sensibilidade dos mosquitos nas 
mudanças ambientais, que resultariam na alteração na composição e abundância das 
espécies (Gomes et al., 2007). 
Ocorreu um maior pico de atividade no período crepuscular que no noturno durante 
as coletas, isso pode ser explicado pelo período de atividade desses organismos. Paula et 
 
Indivíduo 1 
Indivíduo 2 
Indivíduo 3 
Indivíduo 4 
Indivíduo 5 
 0-10 10-20 20-30 30-40 40-50 
 Tempo (minutos) 
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 37 
al, 2002 em um trabalho similar na região do Pantanal de Miranda também verificaram 
esse padrão de comportamento. O mesmo ocorreu com as intenções de picadas que 
diminuíram gradativamente com o passar das horas. Segundo Forattini (2002), KNOLS & 
MEIJERINK, 1997 apud Paula et al. (2002), Marcondes (2001), a atração de insetos 
hematófagos está associada a estímulos variados como: correntes de convenção, 
umidade, visão, irradiação de calor, cores, gases que são produzidos na epiderme por 
bactérias e emitidos por diferentes partes do corpo, gás carbônico da respiração e o ácido 
láctico da pele. 
O Inseticida impregnado nas redes apresenta uma lenta liberação e de longa 
duração o que pode explicar a ausência dos dípteros hematófagos com o passar do 
tempo após período de instalação das armadilhas. 
Obtivemos certa dificuldade para captura e contagem dos insetos no experimento 
de preferência alimentar. No entanto recomendamos que avaliações semelhantes a essa 
utilizem uma pessoa como isca protegida e duas ou três pessoas para capturar os 
mosquitos. 
Sabemos da importância de levantamentos sobre a composição da fauna de 
insetos entomófagos em diferentes ambientes, para ampliar o conhecimento das áreas de 
ocorrência e compreensão da dinâmica alimentar desses insetos, visando implantação de 
projetos conservacionistas e criação de políticas de controle epidemiológico e de manejo 
florestal (MARINHO et al., 2008). 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Gomes, A. C., Natal, D.; Paula, M. B. de; Urbinatti, P. R.; Mucci, L. F.; Bitencourt, M. D. 
2007. Riqueza e abundância de Culicidae (Diptera) em área impactada, Mato Grosso do 
Sul, Brasil. Rev Saúde Publica, 41: 661-664. 
Forattini, O. P. 2002. Culicidologia Médica. volume 2, editora da Universidade de São 
Paulo, 860 pp. 
Marcondes, C. B. 2001. Entomologia médica e veterinária. Editora Atheneu, São Paulo, 
432 pp. 
Marinho, R.M.; Fonteles; R.S.; Vasconcelos, G.C.; Azevedo, P.C.B.; Moraes, J.L.P.; 
Rabêlo,J.M.M. 2008 Flebotomínieos (Diptera, Psychodidae) em reservas florestais da 
área metropolitana de São Luís, Maranhão, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, 
n(52), v(1):112-116. 
 38 
Paula, C.H.R.; Ghedini, R.C., Paiva, L.V.; Martins,E.G.; Russo, M.R.; Arenas, M. del C. 
2003. Comportamento de insetos hematófagos durante a seca do Pantanal, MS. In: 
Ecologia do Pantanal – Curso de Campo 2002 (L.V. Paiva, P.P. Amaral, M.C. Santos, C.C 
Santos, P.A.A. Bueno, A.C. Araújo, F.L. Souza & E. Fischer Eds.). Editora UFMS. 51-53. 
 39 
 
 
• Atividade de forrageamento e composição de formigas em 
ambientes da Cachoeira Grande, Porto Murtinho, MS. 
Luiz Carlos Santos Junior, Massao Sugai, Mirian Silveria de Souza, Rosalia Azambuja e Jean 
Carlo de Quadros 
1Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
PO3- 09/10/2010 
Orientador: Carlos Fernando S. Andrade 
RESUMO - As formigas formam um grupo de insetos de ampla abundância e de grande importância 
ecológica. Estudos sobre comportamento e composição de formigas em diferentes áreas são importantes 
para estratégias de manejo e conservação de áreas. Sendo assim, objetivou-se avaliar a atividade de 
forrageamento e composição de formigas em dois ambientes. A amostragem foi realizada em um fragmento 
de mata e em uma área de campo aberto, usou-se isca de atum e formicida granulada. Atum teve a 
remoção mais rápida chegando a 75% de no ambiente de campo aos 30 min, na mata os 75% de remoção 
ocorreu somente a partir dos 90 min. As espécies ocorrentes foram: Azteca sp., Ecitoninae, Pheidole sp., 
Camponotus sp., Crematogaster sp., Cephalotes e Pachychodila sp. em atividade de forrageamento. 
Conclui-se que a composição de espécies variou entre as duas áreas amostradas. Quanto ao 
comportamento alimentar a composição de espécies também variou conforme o tipo de isca sendo a isca 
de atum a mais atrativa. 
PALAVRA-CHAVE: atratividade de iscas. 
 
As formigas constituem um grupo de grande abundância e distribuição geográfica, 
sendo provavelmente o grupo de insetos mais bem sucedidos ocorrendo praticamente em 
todos os ambientes (BORROR & DELONG, 1998). A riqueza de espécies de formigas 
conhecidas corresponde a 1,5% de total de espécies de insetos descritas, assim 
processos que influenciam na estruturação da comunidade de formigas devem ser 
considerados relevantes. 
Muitos estudos são realizados a respeito do comportamento de formigas 
(BORROR & DELONG, 1998), pelo fato de as mesmas possuírem importantes papéis na 
dinâmica de florestas tropicais e em processos ecológicos como polinização, dispersão e 
predação de sementes (NEVES et al., 2005); consumindo também determinadas fontes 
 40 
alimentares, fracionando-as e facilitando a decomposição por outros microorganismose 
atuando na ciclagem de nutrientes e transformação de energia. 
Estudos recentes demonstram que a diversidade das comunidades de artrópodes 
está relacionada á complexidade estrutural do habitat. Partindo-se do princípio que a 
degradação de ambientes está em ritmo virtualmente mais acelerado, o que leva a 
simplificação dos ecossistemas e consequentemente à redução da diversidade de 
artrópodes, trabalhos sobre comportamento e composição de formigas em diferentes 
áreas tornam-se importantes para o desenvolvimento de estratégias de manejo e 
conservação de áreas (BATTIROLA et al., 2007). 
O controle de formigas cortadeiras é constante nos agroecossistemas tendo 
empregado métodos de controle mecânico, cultural, biológico e químico. O controle 
químico é feito através de iscas granuladas, termonebulização, nebulização, pó seco, 
sendo o aspecto econômico de grande importância, em virtude dos altos custos 
envolvidos. Os aspectos econômicos e ambientais têm levado as empresas a melhorar o 
rendimento operacional das técnicas de controle químico empregado (iscas e 
termonebulização), bem como experimentar novas tecnologias e novos princípios ativos 
tóxicos (Boaretto,1997). Sendo assim, o objetivo do trabalho foi avaliar um formicida à 
base de Fipronil (Citromax), uma isca granulada que dispensa o uso de aplicadores, pois 
as próprias formigas carregam para o formigueiro. A avaliação consistiu em verificar se 
haveria remoção da isca Citromax mais rápida do que da isca de atum oferecida, já que a 
isca de atum contém proteínas diferenciadas do Citromax, e abrange um certo grupo de 
gêneros de formigas cortadeiras segundo o fabricante (Atta e Acromyrmex). Outro 
objetivo foi inventariar a mirmecofauna presente em cada uma das iscas oferecidas. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
A amostragem foi realizada na região da Colônia Cachoeira Grande, localizada no 
município de Porto Murtinho, MS. Foram amostradas duas áreas próximas com diferentes 
fitofisionomias, sendo a primeira em uma área de pastagem (S 22° 10’ 13.1” e O 57° 32’ 
09”) e outra em um fragmento de mata secundária (S 22° 10’ 10.6” e O 57° 32” 02.8”), 
cerca de 700 m ao sul da Escola. 
Em cada área foram estabelecidos quatro transectos paralelos de 40 metros de 
comprimento cada, distantes cinco metros um do outro, dois para cada tipo de isca. 
 41 
Foram dispostas iscas a cada dez metros. Dois tipos de atrativos foram usados: atum 
enlatado ralado para a atração de formigas carnívoras e isca formicida granulada 
Citromax® para as espécies herbívoras cortadeiras. Os atrativos eram disponibilizados 
em folhas de papel sulfite A4 sobre o chão, usando-se para cada atrativo 5 ml do material 
atrativo. 
O tempo estabelecido para percorrer cada transecto foi de 15 minutos, avaliando-
se três minutos por isca, os parâmetros registrados foram: presença ou não de formigas, 
número de formigas e porcentagem estimada de remoção da isca (categorizada em a- 
nenhuma, b-25%, c-50%, d-75% e e-100%). Cada conjunto de quatro transectos foi 
percorrido por duas pessoas, cada uma em um tipo de isca, em cinco rodadas: na 
primeira passada foram dispostas as iscas e nas demais foram registradas a ocorrência e 
atividade das formigas, coletando-se alguns exemplares para posterior identificação. O 
tempo total de amostragem foi duas horas e meia. 
As formigas foram triadas e identificadas quando possível a nível de gênero, as 
análises utilizadas foram descritivas, abundância relativa e porcentagem de remoção. 
 
RESULTADOS 
Durante os primeiros 30 minutos após a disponibilização das iscas de atum no 
campo, cinco pontos houve uma remoção de 50% da isca, que foi aumentando com o 
passar do tempo, tendo ao final uma representatividade de 10 iscas com remoção de 
75% após 90 minutos, e metade das iscas totalmente removidas ao final das observações 
(Fig. 1). 
Na área de mata, nos primeiros 30 minutos de exposição da isca de atum, não 
houve qualquer remoção. Uma hora após a instalação do atum, oito pontos continuavam 
sem qualquer remoção significativa, enquanto que dois pontos apresentaram um 
percentual de 25% de remoção. Após 90 minutos, apenas dois pontos tiveram 75% de 
remoção, e em 120 minutos ocorreu a remoção total com 100% de isca removida (Fig. 2). 
As espécies ocorrentes nesta isca foram: Camponotus sp1; Ecitoninae sp1; Pachycondila 
sp1 e Pheidole sp1 (Tab. 1). 
Não houve remoção de 100% em nenhuma das iscas de Citromax® em qualquer 
dos ambientes. Foi registrado o maior índice de remoção em apenas uma isca no campo 
 42 
com 25%, e não registrou-se a presença de nenhum gênero de formigas cortadeiras, 
embora esse tipo de isca seja desenvolvida especificamente para o controle dessas 
formigas. As espécies ocorrentes nesta isca foram: Azteca sp1, Cephalotes sp1 e 
Crematogaster sp1 (Tab. 1). 
A abundância relativa de acordo com as áreas variou junto com a composição de 
espécies, Pachycondila sp. e Cephalotes sp. ocorreram na mata não tendo 
representantes na área de campo, bem como Azteca sp. e Ecitoninae que ocorreram 
somente no campo. Já os gêneros Pheidole sp., Crematogaster sp. e Camponotus sp. 
teviram representantes nas duas áreas, mas com uma maior abundancia para o último na 
área de campo (Fig. 3). 
 
DISCUSSÃO 
Em formigas a capacidade de forragear numa determinada categoria de recurso 
está associada ao aprendizado, tipo de orientação empregado, morfologia do animal, 
distância da jornada até a fonte de alimento, estresse térmico, qualidade e densidade do 
recurso e status nutricional da colônia (Traniello, 1989). A forma pela qual uma espécie 
procura e captura o alimento depende principalmente do tamanho do alimento, sua 
distribuição temporal, espacial, sua resistência a ser capturado e também da capacidade 
de carregamento de cada forrageira (Levings & Traniello, 1981 apud Brandão, 2000). 
Algumas espécies que adotam comportamento de recrutar têm teoricamente maiores 
possibilidades de dominar a fonte de alimento (Traniello, 1989 apud Brandão, 2000). 
Tudo isso leva a um sincronismo da fenologia da espécie com a do recurso 
alimentar, moldado principalmente por semioquímicos associados ao acasalamento, 
oviposição, defesa e outras ralações intra e interespecíficas com influência no 
comportamento da espécie (Hagen et al., 1984 apud Brandão, 2000). 
O gênero Camponotus sp. registrado em um estudo feito por Brandão (2000) com 
comportamento de formigas em iscas atrativas, encontrado dominando a isca por sua 
agressividade, chegando a matar vários indivíduos de outras espécies com as quais 
interagiu; apresentou um fluxo médio na isca, sendo as formigas bastante rápidas, ágeis e 
agressivas. Este fato pode explicar a alta ocorrência deste gênero nas nossas amostras. 
Já o gênero Pachycondila registrado neste mesmo estudo de Brandão (2000), 
nunca dominou a isca, principalmente por apresentar um fluxo esparso de visitantes; 
 43 
geralmente chegavam sozinhas à isca e praticamente “roubavam” um pedaço da isca; 
poucas vezes foi impedida de atingir o alimento, este gênero foi o qual apresentou a 
menor freqüência em nossas iscas juntamente com Azteca sp. 
O gênero Pheidole, foi um dos que ocorreram com freqüência neste estudo, 
ocorrendo também no trabalho de Brandão (2000) com uma média de 5,2% de 
ocorrência, Moutinho (1991) relacionou a atividade de duas espécies de Pheidole com a 
temperatura do solo, concluindo que diferenças nos horários preferidos de forrageamento 
e na composição relativa dos itens que compõem as dietas das espécies possibilitam a 
sua coexistência. 
A não ocorrência de qualquer formiga cortadeira nas iscas era de certa forma 
esperada, considerando-se que em vários dias de trabalhos de campo, raras vezes foram 
vistas, tanto nos ambientes de mata como nos campos abertos nessa região. Mas de 
qualquer forma, é interessante notar que as iscas comerciais foram pelo menos em parte 
removidas, por formigasnão cortadeiras e, portanto espécies que não são alvo de 
controle do produto. 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos ao professor Dr. Carlos Fernando a e ao Gestor Ambiental Roberto Araújo 
Bezerra pela ajuda na geração da carta imagem dos locais de coleta. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Brandão, C.R.F., Silvestre, R. & Reis-Menezes, A. 2000. Influência das interações 
comportamentais entre espécie de formigas em levantamentos faunísticos em 
comunidades de cerrado. Pp. 371-404. In: Ecologia e comportamento de Insetos 
(Martins, R.P., Lewinsohn, T.M. & Barbeitos, M.S. eds).. Série Oecologia 
Brasiliensis, vol. VIII. PPGE-UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. 
Battirola, L.D.; Adis, J.; Marques, M.I. & Silva, F.H.O. 2007. Composição da comunidade 
de artrópodes associados a copa de Attalea phalerata Mart. (Aracaceae), durante o 
período da chuva no Pantanal de Paconé, Mato Grosso do Sul, Brasil. Neotropical 
Entomology, v. 36p. 640-651. 
Borror, D.J. & Delong, D.M. 1988. Introdução ao estudo dos insetos. 2ª Ed. Edgard 
Blucher, São Paulo. 653p. 
 44 
Boaretto, M.A.C., Forti, L.C. 1997. Perspectivas no controle de formigas cortadeiras. 
Departamento de Defesa Fitossanitária da FCA/UNESP. Série técnica IPEF, v.11, 
n.30, p 31-46. 
Moutinho, P. R. S. 1991. Note on foraging activity and diet of two Pheidole Westwood 
species (Hymenopotera: Formicidae) in an area of “shrub canga” vegetation in 
Amazonian Brazil. Revista Brasileira de Biologia 51(2): 403-406. 
Neves, A.C.O; Milano, M.Z.; Ribeiro, D. B.; Teribele, R. & Barbosa, V. 2005. 
Caracterização das comunidades de formigas de uma cordilheira e uma área de 
campo adjacentes, na fazenda Rio Negro, Pantanal da Nhecolândia. In: Ecologia 
do Pantanal – Curso de campo 2005 (Lima, T.N.; Dutra, P.F. Frison, S.; Graciolli, 
G. & Raizer, J.). Editora UFMS. 115-119. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Figura 1. Categorias de porcentagem de remoção de isca de atum na área de campo, em relação a 
4 diferentes períodos de observação após a iscagem. 
 
 
 
 
Figura 2. Categorias de porcentagem de remoção de isca de atum na área da mata, em relação a 4 
diferentes períodos de observação após a iscagem. 
 
 46 
 
Figura3. Relação de abundância relativa de area de mata e campo ao longo do experimento (120). 
 
 
Formigas Iscas 
 Atum Citromax ® 
Azteca sp1 X 
Camponotus sp1 X 
Cephalotes sp1 X 
Crematogaster sp1 X 
Ecitoninae sp1 X 
Pachycondila sp1 X 
Pheidole sp1 X 
 
Tabela 1: Ocorrência das formigas nas diferentes iscas oferecidas durante os 120 minutos de 
observação. 
 47 
 
• Interações comportamentais entre espécies de formigas na mata 
ripícola do rio Apa. 
Carolina Santos Pereira Cardoso Trindade, Marciel Elio Rodrigues, Jaqueline Ferreira Campos, 
Leticia Laura de Oliveira Bavutti, Elaine Cristina Corrêa – 
1Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
PO3- 09/10/2010 
Orientador: Camila Aoki 
RESUMO - Vários estudos vêm sendo desenvolvidos para verificar a diferença comportamental de espécies 
de formigas frente a fontes alimentares, investigando a influência dos comportamentos entre espécies de 
formigas interagindo nessa fonte e a dominância de alguns grupos que poderiam resultar na exclusão de 
espécies comportamentalmente subordinadas. No presente trabalho avaliamos os diferentes padrões de 
comportamento apresentados por espécies de formigas que interagem em iscas de atum, em um total de 15 
horas de observação. Verificamos poucas interações entre as espécies de formigas, totalizando oito 
espécies sendo, Camponotus sp.1 e Pheidole sp.2 as mais freqüentes e com maior número de interações. 
Também observamos que Pheidole sp. 2 teve o menor tempo de chegada a isca quando comparada às 
demais espécies.Observamos que dentro do comportamento de ação o mais freqüente foi avançar e de 
reação foi fugir. A dominância das iscas foi devida, principalmente à ocorrência de uma única espécie. 
PALAVRAS-CHAVES: Interação, Formicidae, Comportamento. 
 
 
O Brasil é um dos países onde se encontra a maior biodiversidade do planeta, no 
entanto a maior parte da fauna de invertebrados ainda é totalmente desconhecida da 
ciência, seja do ponto de vista de sistemático , zoológico, genético ou do comportamento 
(Del-Claro, 2004). A ecologia comportamental é um tipo de abordagem que revela as 
bases ecológicas e evolutivas dos comportamentos, demonstrando experimentalmente a 
ação de um determinado ato sobre o valor adaptativo de um indivíduo (Del-Claro, 2004). 
Formicidae é um grupo comum e cosmopolita e é provavelmente o mais bem 
sucedidos de todos os grupos de insetos, ocorrem praticamente em todos os lugares do 
meio terrestre. Os hábitos das formigas são geralmente bastante elaborados, e muitos 
estudos têm sido realizados a respeito de seu comportamento. Algumas são carnívoras, 
alimentando-se de animais (vivos ou mortos), plantas, fungos, seivas, néctar e 
substâncias similares (Borror & DeLong, 1969). 
 48 
A intenção do presente trabalho foi avaliar os diferentes padrões de 
comportamento apresentados por diferentes espécies de formigas, enfocando as 
seguintes questões: 
Quanto tempo (médio) cada espécie demora para chegar ao recurso? 
Entre quais espécies ocorre interação? 
Qual é a principal ação/reação e resultado das interações entre as espécies de 
formigas? 
Quais espécies geralmente dominam o recurso e por que (quantidade ou 
agressividade)? 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
As observações foram realizadas no dia 09 de outubro de 2010, no Parque Natural 
Municipal Cachoeira do Apa (W 57°31’14’’;S 22°10’05.3”) município de Porto Murtinho, 
Mato Grosso do Sul. 
 Selecionamos 10 pontos, eqüidistantes aproximadamente 50 metros, onde dois ml 
de atum foram dispostas em folha de papel sulfite. Para observação do comportamento 
utilizamos o método de amostragem de todas as ocorrências, all occurrence sampling 
(Del-Claro, 2004). Em cada ponto as iscas ficaram expostas pelo período de 90 minutos, 
totalizando 15 horas de observação. 
 Registramos o horário inicial em que a isca foi exposta e retirada, e os horários de 
chegada dos indivíduos de diferentes espécies de formigas na isca. 
 Os atos comportamentais das espécies de formigas que visitaram as iscas foram 
divididos em duas categorias: “ação” e “reação”. Para o comportamento de “ação” 
observamos: 1- Avançar – ir em direção ao indivíduo de outra espécie em movimento 
abrupto, interpretado como uma forma de ameaça; 2- Morder – agarrar com a mandíbula 
alguma parte do corpo de outra espécie por alguns minutos; 3- Roubar a isca – retirar a 
isca que o individuo de outra espécie carregava; 4 -Matar – realizar agressão que cause a 
morte do individuo de outra espécie; 5- Levantar o gaster – movimentar o gaster para 
expelir elementos químicos ou repelentes. Os comportamentos de “reação” foram 
definidos como: 1- Permanecer na isca – o indivíduo atacado permanece na isca; 2- Fugir 
– o indivíduo atacado deixa a isca; 3- Levantar o gaster; 4- Lutar – o indivíduo atacado 
luta com o agressor; 5- Matar- o indivíduo agredido mata o agressor. 
 Também foi observado o comportamento dos indivíduos nas iscas em relação à 
dominância. Esta foi classificada como categoria de “resultados” onde, observamos se: a 
 49 
espécie não dominou a isca, dominou por ser única, dominou por ser abundante, dominou 
por ser agressiva, dominou por ser agressiva e abundante, foi excluída da isca e saiu da 
isca. 
 Nossos resultados foram expressos em um etograma, que é uma representação 
tabular da qualificação e quantificação dos comportamentos exibidos por uma espécie 
(Del-Claro, 2004). 
 
RESULTADOS 
Foi observado o tempo médio em que as espécies de formigas levaram para chegar até 
as armadilhas iscadas com atum (Tab. 1). A espécie que chegou menor tempo foi 
Pheidole sp. 2 (11+ 9,3 minutos). Pheidole sp. 1, com maior tempo de chegada, levou 86 
minutos,mas este valor representa somente um indivíduo e não uma média como foi feito 
para as outras espécies , portanto não é possível fazer extrapolações sobre esta espécie, 
assim como para Dorymyrmex sp.1, Crematogaster sp.1 e Pheidole sp. 3. 
 Do total de espécies verificadas, Camponotus sp. 1 (50%) e Pheidole sp. 2 (50%) 
foram as que ocorreram com maior freqüência nas amostras (Tab. 1). 
Dentre os comportamentos propostos para observação em campo, foram 
registrados apenas a “ação” de avançar e as “reações” de permanecer ou fugir. A espécie 
Pheidole sp. 2, foi a única que apresentou esses três comportamentos (Tab. 1). 
Na categoria resultados a maioria das espécies chegou à isca e saiu da armadilha 
sem interagir com nenhum indivíduo de outra espécie. Pheidole sp. 2 exerceu 
dominância sobre o recurso alimentar, principalmente por ser a única espécie e em menor 
proporção por ser abundante. Já Pheidole sp. 4, dominou a isca por mostrar 
agressividade em uma proporção semelhante à que foi excluída da isca (Tab. 2). 
 
DISCUSSÃO 
O gênero com maior riqueza de espécies neste estudo foi Pheidole, segundo Wilson 
(1976), este gênero, juntamente com Camponotus, Solenopsis e Crematogaster possuem 
maior diversidade de espécies e de adaptações, maior extensão de distribuição 
geográfica e maior abundância, e por essas características geralmente eles são os mais 
predominantes nas iscas. 
O gênero Pheidole apresentou o menor tempo de chegada à isca, o que pode estar 
relacionado com o fato de esta espécie ser abundante e bem distribuída na área de 
estudo. De acordo com Brandão et al. (2000), a ordem de chegada das espécies à isca 
 50 
não está necessariamente associada ao seu domínio. Segundo ele, a “dominância” de 
uma fonte alimentar por uma espécie de formiga parece estar associada à distância da 
fonte ao ninho, ao tamanho da colônia, à estratégia de forrageamento, ao local, época e 
período de atividade preferenciais e principalmente à atratividade do alimento e status 
nutricional em que as colônias das espécies que se interagem se encontram no momento. 
Houveram poucas interações entre os indivíduos das diferentes espécies de 
formigas, e a dominância na isca deveu-se, principalmente a ocorrência de uma espécie. 
Segundo Brandão et al. (2000), em pesquisa realizada com interações comportamentais 
entre espécies de formigas, foi verificado que o domínio de uma fonte alimentar não é 
exclusivamente determinada por espécies que possuem comportamento agressivo, mas 
que podem empregar também outras estratégias importantes nesse contexto, como por 
exemplo o recrutamento em massa, o que está de acordo com nossos resultados. 
 
AGRADECIMENTOS 
Aos Profs. Dr. Jairo Campos Gaona, Dr. Carlos Fernando S. Andrade e Dr. Josué Raizer 
por colaborarem com sugestões ao presente estudo. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Brandão, C.R.F., Silvestre, R. & Reis-Menezes, A. 2000. Influência das interações 
comportamentais entre espécie de formigas em levantamentos faunísticos em 
comunidades de cerrado. Pp. 371-404. In Martins, R. P., Lewinsohn, T. M. & 
Barbeitos, M. S. (eds). Ecologia e comportamento de Insetos. Série Oecologia 
Brasiliensis, vol. VIII. PPGE-UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. 
Borror.J.D. & DeLong. M.D. 1969. Introdução ao Estudo dos Insetos. 1ª Edição. Editora 
Edgard Blücher. São Paulo. 652 pg. 
Del-Claro, K. 2004. Comportamento animal: uma introdução à ecologia comportamental. 
Distribuidora/ Editora-Livraria Conceito-Jundiai-SP.132pg. 
 51 
Tabela 1: Espécies de formigas observadas em armadilhas de atum no Parque Natural Municipal da 
Cachoeira do Apa, município de Porto Murtinho, MS, com suas respectivas freqüências de ocorrência 
(F.O.), Tempo médio de chegada à isca (Desvio-Padrão), espécies com as quais interagiu, ações e 
reações. 
Taxa F.O. 
Tempo médio de 
chegada (DP) 
Ação Reação 
Avança Permanece Foge 
SUBFAMÍLIA FORMICINAE 
Camponotus sp.1 50 29,6 (+ 14,4) 100 0 0 
SUBFAMÍLIA MYRMICINAE 
Crematogaster sp. 1 10 49 0 0 0 
Pheidole sp. 1 10 86 0 0 0 
Pheidole sp. 2 50 11 (+ 9,3) 42,86 14,29 42,86 
Pheidole sp. 3 10 55 0 0 0 
Pheidole sp. 4 30 53,33 (+ 8,5) 50 0 50 
SUBFAMÍLIA 
ECTATOMMINAE 
 
Ectatomma sp. 2 10 22,5 0 0 100 
Ectatomma sp. 1 10 - 0 0 0 
SUBFAMÍLIA DOLICHODERINAE 
Dorymyrmex sp. 1 10 14 0 0 0 
 
 
Tabela 2: Freqüência dos comportamentos da categoria resultados para as espécies de formigas 
observadas no Parque Natural Municipal do Apa, Porto Murtinho, MS.
Espécie 
Não 
dominou 
Dominou por 
ser a única 
Dominou por ser 
abundante 
Dominou por 
ser agressiva 
Excluída 
da 
armadilha 
Saiu da 
armadilha 
Camponotus sp1 12,5 0 0 0 0 87,5 
cf. Solenopsis sp1 0 0 0 33,33 33,33 33,33 
Crematogaster sp1 0 0 0 0 0 100 
Dorymyrmex sp1 0 0 0 0 0 100 
Ectatomma sp1 0 0 0 0 0 100 
Ectatomma sp2 0 0 0 0 100 0 
Pheidole sp1 0 100 0 0 0 0 
Pheidole sp2 9,09 13,64 4,55 0,00 0,00 72,73 
Pheidole sp3 0 0 0 0 0 100 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETOS LIVRES 
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• Relação da profundidade com a composição de 
macroinvertebrados associados a Salvinia sp., Cachoeira Grande, 
Porto Murtinho, MS. 
Rosalia Azambuja, Marciel Elio Rodrigues, Luiz Carlos Santos Junior 
Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade – UFGD, Dourados, MS. 
PL- 11/10/2010 
RESUMO - Macrófitas aquáticas atuam como uma importante ferramenta para descontaminação de locais 
antropizados, pois apresentam alta capacidade de absorção de nutrientes e constituem-se em microhábitat 
para comunidades de macroinvertebrados aquáticos indicadores das condições ambientais dos corpos 
d’água. Objetivou-se verificar se a distribuição e abundância de macroinvertebrados aquáticos associados à 
Salvinia sp. é afetada também pela profundidade da coluna d’água. As coletas foram realizadas em 30 
pontos nos estandes de Salvinia sp. (Salvinaceae), utilizando-se um coletor de Surber. Foram coletados 
359 indivíduos, distribuídos em 22 famílias, sendo estas das ordens Cladocera, Coleoptera, Diptera, 
Hemiptera, Mollusca, Neuroptera e Odonata. Coleoptera foi o grupo com maior número de famílias e 
Cladocera o grupo mais abundante. A família mais abundante encontrada associada a Salvinia sp. foi 
Cyprididae, sendo esta também a mais freqüente nas amostras. As médias de profundidade obtidas não 
explicam a abundância de artrópodes associados a Salvinia sp. 
PALAVRAS-CHAVE: estratégias, fitofauna, macrófitas aquáticas. 
 
 Macrófitas aquáticas flutuantes constituem uma importante comunidade em 
ecossistemas naturais de água doce, podendo atuar como uma importante ferramenta 
para descontaminação de locais antropizados, devido a sua capacidade de absorção de 
nutrientes e pelo fato de formarem um mosaico estrutural (Albertoni & Palma-Silva, 2006). 
Este mosaico cria microhábitats e fornece grande superfície para o estabelecimento de 
uma alta densidade de macroinvertebrados aquáticos (Abílio et al., 2006; Albertoni & 
Palma-Silva, 2006). 
 A comunidade de macroinvertebrados aquáticos associados a macrófitas pode 
apresentar organismos indicadores das condições ambientais dos corpos d’água. Sendo 
assim, a diversidade, abundância e distribuição desses atua como subsidio de alerta 
quanto ao estado de conservação desses ambientes e podem auxiliar na elaboração de 
planos de manejo para ecossistemas aquáticos (Albertoni et al., 2006). 
 Nesses sistemas as mudanças na composição, abundância, diversidade e 
distribuição da fauna de invertebrados aquáticos geralmente vêm sendo relacionada com 
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a composição, biomassa, riqueza e distribuição das espécies de macrófitas (Abílio et al., 
2006). 
Nesse contexto, objetivou-se com este trabalho verificar se a distribuição e 
abundância de macroinvertebrados aquáticos associados a Salvinia sp. é afetada também 
pela profundidade da coluna d’água. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 A amostragem foi realizada em uma área de várzea

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