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APRENDER SEMPRE ORIENTAÇÕES PARA ARTICULAR O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS DOS ESTUDANTES ÀS SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES LÍNGUA PORTUGUESA VOLUME 3 PROFESSOR Governo do Estado de São Paulo Governador João Doria Vice-Governador Rodrigo Garcia Secretário da Educação Rossieli Soares da Silva Secretária Executiva Renilda Peres de Lima Coordenador da Coordenadoria Pedagógica Caetano Pansani Siqueira Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação Nourival Pantano Junior APRESENTAÇÃO Caro(a) professor(a), O momento no qual se encontra a educação brasileira, devido à pandemia de COVID-19, reforça a premissa de que é necessário o exercício constante para aprimorar o fazer escolar e assim ampliar o repertório da educação integral das juventudes. Considerando os esforços e avaliando o que foi vivenciado até aqui, que seguimos para a próxima etapa da proposta de integração entre competências socioemocionais e as habilidades específicas dos componentes de língua portuguesa e matemática. Cada vez mais, se fortalece o debate na comunidade escolar e na sociedade, sobre o desenvolvimento intencional de competências socioemocionais para que crianças e jovens possam aprimorar suas capacidades de aprender para a escola e para a vida. O trabalho desta edição continua e aprofunda o objetivo da proposta do Aprender Sempre, que é contribuir para a integração dos processos de aprendizagem das habilidades curriculares, apoiando o docente na reflexão para o planejamento do aspecto socioemocional em suas aulas. O conjunto das sequências de atividades aqui descritas oferece um suporte adicional aos estudantes para promover as aprendizagens essenciais ao percurso educacional. Ao longo dos bimestres, essas aprendizagens serão desenvolvidas - com apoio do Centro de Mídias - em suas aulas e pelas demais atividades escolares. Você irá perceber que, para as sequências de atividades apresentadas serão ofertadas orientações pedagógicas para que você possa incluir em seu planejamento de aulas a articulação das competências socioemocionais no contexto de recuperação das aprendizagens de Língua Portuguesa e Matemática. Nas próximas páginas traremos algumas questões sobre o processo de Acompanhamento dentro do ciclo de mediação docente, além de ressaltar a importância das metodologias ativas embasarem essa ação. Em seguida, apresentaremos alguns exemplos de como experienciar na prática essa integração nas sequências de atividades. Esperamos, desse modo, ampliar as oportunidades de recuperação das aprendizagens, mantendo o compromisso com o desenvolvimento pleno dos estudantes. Desejamos a todo(a)s um excelente trabalho! Coordenadoria Pedagógica – COPED sumário ACOMPANHAMENTO: ORIENTAÇÕES PARA A ARTICULAÇÃO DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS ÀS HABILIDADES COGNITIVAS ................................. p. 6 METODOLOGIAS ATIVAS COMO OPORTUNIDADE PARA O ACOMPANHAMENTO DE APRENDIZAGENS E COMPETÊNCIAS ............................................... p. 8 Raio-X – Exemplos sobre como articular as competências socioemocionais às Sequências de Atividades: Ensino Fundamental Anos Finais 6º ano ............................................................................................................................................. p. 18 7º ano ............................................................................................................................................. p. 23 8º ano ............................................................................................................................................. p. 28 9º ano ............................................................................................................................................. p. 34 Ensino Médio 1ª série ............................................................................................................................................ p. 38 2ª série ............................................................................................................................................ p. 43 3ª série ............................................................................................................................................ p. 49 REFERÊNCIAS .............................................................................. p. 54 acompanhamento: orientações para a articulação de competências socioemocionais às habilidades cognitivas No volume anterior (volume II), evidenciamos na introdução para a reflexão didático-pedagógica, a importância da Sensibilização dentro do ciclo de ação para o desenvolvimento das competências socioemocionais. Vimos que o momento de Sensibilização é o despertar para a competência socioemocional, o momento de nomear, definir e dar significado para ela nos mais diversos contextos em que é mobilizada e, em especial, nos contextos em que ela se integra ao desenvolvimento das habilidades cognitivas essenciais e objetos de aprendizagem. É no momento de Sensibilização que os estudantes dão início ao processo de tomada de consciência sobre seu desenvolvimento socioemocional, e sua articulação com o cognitivo. Também vimos que essa sensibilização é uma ação que ocorre ao longo de toda a aula por meio do acompanhamento e mediação docente e da avaliação em processo. O Acompanhamento é um processo que permeia todo ciclo de desenvolvimento das aprendizagens, que de forma alguma se apresenta de maneira estanque em relação aos processos de Sensibilização e Avaliação em processo. Pelo contrário, o acompanhamento ganha mais sentido na relação com a sensibilização das competências socioemocionais e com a sua avaliação em processo. O processo de acompanhamento no desenvolvimento de competências se torna significativo, de fato, quando a competência é explicitada, definida e articulada com os conhecimentos e experiências prévias de estudantes e professores, construindo um “campo de entendimento comum” que nos referimos no processo de Sensibilização. O ciclo da mediação docente parte da sensibilização como guia, que orienta o processo de acompanhamento dos estudantes na mobilização e exercício da competência socioemocional priorizada e que possibilita que o docente autorregule suas ações e estratégias em sala de aula. É por isso também que Sensibilização, Acompanhamento e Avaliação são processos e não etapas. A partir do acompanhamento é possível constantemente sensibilizar os estudantes para o desenvolvimento das competências socioemocionais - vamos ver mais à frente que essa possibilidade se torna real com o uso das metodologias, em especial, das metodologias ativas. O acompanhamento pode, em alguma medida, acontecer de maneira “improvisada” uma vez que a sala de aula é um espaço dinâmico de relações entre estudantes, do estudante com professores e dos estudantes na sua relação com o aprendizado - mas não dissociada do processo de sensibilização. Em outras palavras, o acompanhamento acontece no terreno da competência que foi sensibilizada nos primeiros momentos de aula, como já falamos, da competência que foi nomeada, definida e dialogada com os conhecimentos prévios dos estudantes, tornando material a existência da SENSIBILIZAÇÃO ACOMPANHAMENTOAVALIAÇÃO EM PROCESSO Neste volume, trazemos à centralidade da reflexão o Acompanhamento enquanto processo do ciclo de desenvolvimento integrado de competências socioemocionais e cognitivas. 6 caderno do professor https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2021/01/Aprender%20Sempre_Orienta%C3%A7%C3%B5es%20Socioemocionais_LP_volume2.pdf competência socioemocional. Consciente disso, uma boa mediação docente precisa manter um olhar intencional para o desenvolvimento da competência priorizada. Para isso, é fundamental, no processo de acompanhamento, lançar mão de recursos que apoiem o educador nos registros das dinâmicas em sala de aula. Pois de maneira análoga, o acompanhamentoe a avaliação também são processos indissociáveis. A ação de acompanhar os estudantes é também uma ação de avaliação do quanto qualitativamente os estudantes estão se desenvolvendo e aprendendo. Quando professores circulam nos grupos de estudantes, tiram dúvidas, provocam os estudantes a refletirem, quando fazem boas perguntas, quando torna a sensibilizá- los para a competência, são exemplos do processo de acompanhamento docente. Por exemplo, suponhamos que a competência priorizada seja persistência e que, ao acompanharmos os estudantes, percebemos que alguns estão com dificuldade de persistir nas tarefas (logo desistem, ficam de conversa paralelas ou no celular etc.), aqui é o momento em que já estamos avaliando os estudantes por meio de valores qualitativos: dificuldade ou facilidade em persistir nas tarefas. Em outro exemplo: quando solicitados, durante a aula, que registrem e socializem diferentes estratégias de resolução de algum problema na lousa, é oportunizado aos estudantes perceber que não há um único caminho para resolver os problemas propostos nas atividades e/ou perceber que alguns caminhos não atendem a resolução de tais problemas, fomentando a busca de um pensamento convergente com as concepções que fundamentam o objeto de conhecimento. Isto significa que os estudantes constroem ideias imagéticas para a criação das soluções de acordo com o seu repertório de conhecimento e de sua ousadia criativa, ou seja, do exercício, mesmo que principiante, da competência imaginação criativa. Quando acompanhamos os estudantes nesses momentos, vamos formulando algumas conjecturas que valoram qualitativamente o desenvolvimento e aprendizado dos estudantes. Essas situações são ações de avaliação que ocorrem no processo de acompanhamento e é por isso que chamamos no ciclo de Avaliação em processo, pois não acontece só no final, mas em todos os momentos. Acontece inclusive no momento de Sensibilização, quando são diagnosticados os conhecimentos prévios dos estudantes – no próximo volume teremos a oportunidade de ver a Avaliação em processo mais de perto e os instrumentos avaliativos que são potentes nesse propósito. Para essa observação sistemática em sala de aula é importante no Acompanhamento, manter um registro contínuo individual e coletivo dos estudantes acerca do desenvolvimento de competências. O uso do diário de bordo possibilita - além de registrar questões pontuais de observação que podem se perder na memória com o tempo - em momentos posteriores, retomar reflexões sobre sua própria prática pedagógica, se autoavaliando em relação ao uso de estratégias pedagógicas que melhor colaborem no processo de ensino-aprendizagem. 7caderno do professor METODOLOGIAS ATIVAS COMO OPORTUNIDADE PARA O ACOMPANHAMENTO DE APRENDIZAGENS E COMPETÊNCIAS Acompanhar envolve conviver e compartilhar situações de aprendizagens com os estudantes e isso implica acompanhar sua trajetória, seu progresso e seus desafios, enquanto sujeitos em permanente construção. Em uma situação de aprendizagem, o acompanhamento da competência socioemocional ganha sentido na sua relação com as atividades propostas e seus contextos de aprendizagem. Vamos supor que os estudantes estejam reunidos em times para resolução de problemas, o acompanhamento da competência autoconfiança, por exemplo, ganha significado e sentido quando os estudantes estão desenvolvendo as atividades propostas. Nesse contexto de acompanhamento, podem surgir perguntas que estimulem a refletir sobre o desenvolvimento da competência autoconfiança, como: os estudantes apresentam a capacidade de expor e propor suas ideias e concepções sem medo de errar ou de ser julgado? Se sentem à vontade para tomar iniciativa e decisões? As ações que os estudantes exercem dentro das experiências didáticas contribuem, de fato, para o desenvolvimento da competência socioemocional em outros contextos? Para conhecer mais de perto algumas das estratégias de metodologias ativas, como por exemplo, a Sala de Aula Invertida, consulte o Caderno Aprender Sempre Volume I desta coletânea formativa. • Ensino Fundamental Anos Finais: https://efape.educacao.sp.gov.br/ curriculopaulista/educacao-infantil- e-ensino-fundamental/aprender- sempre-ef/ • Ensino Médio: https://efape.educacao.sp.gov.br/ curriculopaulista/ensino-medio/ aprender-sempre-em/ O que esse exemplo quer nos dizer é que o acompanhamento das competências socioemocionais não acontecem em si mesmas, mas na sua relação com as situações de aprendizagem, ou seja: é indissociável falar de competências socioemocionais e metodologias utilizadas nos processos de ensino e aprendizagem. As metodologias no processo de ensino e aprendizagem orientam professores, no seu fazer pedagógico, e estudantes, no exercício de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. As metodologias são os caminhos adotados com o propósito de mediar a aprendizagem e o desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes. É por meio da metodologia que professores e estudantes estabelecem relações entre si e relações com saberes e aprendizados. Na perspectiva da educação integral, as metodologias ativas vem tornar obsoleta a forma mecanicista de ensino e aprendizagem que ocorre pela transferência de conhecimento do professor para o estudante. Por sua vez, as metodologias ativas integram princípios conceituais que orientam as práticas pedagógicas dos professores para uma abordagem coesa, estruturada, intencional, compromissada, colaborativa e problematizadora que alicerçam a promoção do protagonismo dos estudantes e do desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais - apoiando a integração do currículo e das aprendizagens previstas nessa proposta estruturada de recuperação de aprendizagem. Essas metodologias investem radicalmente na participação dos estudantes na construção de conhecimentos e na qualificação da mediação e da gestão da aula, do ensino e da aprendizagem pelo professor. Essa unidade metodológica significa uma experiência escolar integrada para estudantes e docentes. 8 caderno do professor https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/educacao-infantil-e-ensino-fundamental/aprender-sempre-ef/ https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/educacao-infantil-e-ensino-fundamental/aprender-sempre-ef/ https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/educacao-infantil-e-ensino-fundamental/aprender-sempre-ef/ https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/educacao-infantil-e-ensino-fundamental/aprender-sempre-ef/ https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/ensino-medio/aprender-sempre-em/ https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/ensino-medio/aprender-sempre-em/ https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/ensino-medio/aprender-sempre-em/ Importante: com a intenção de apoiar a mediação docente nesse atual cenário complexo de sala de aula, a Seeduc desenvolveu um guia sobre Ensino Híbrido: https://www.educacao.sp.gov. br/wp-content/uploads/2021/05/Guia- Ensino-H%c3%adbrido_SEDUC_SP.pdf Quando praticadas para desenvolver competências, as metodologias ativas requerem condições indissociáveis. • Exigem dos estudantes um papel ativo; • Exigem que os professores estabeleçam com os estudantes uma relação de confiança e de abertura para o erro; • São aplicadas em situações colaborativas envolvendo o trabalho em equipe; • São trabalhadas em situações de aprendizagem complexas – como os projetos, por exemplo –, envolvendo a necessidade de problematização; • Exigem como base sequências de atividades estruturadas, intencionais e com a duração adequada para o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais. Muitas são as metodologias ativas, como a sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem baseada em projetos, etc. Mas, aqui, destacamos especialmente as metodologias ativas que sãoprincípios para qualquer outra metodologia ativa e para o processo de acompanhamento de competências, como: a problematização e a aprendizagem colaborativa. Destacamos ainda, a pedagogia da presença como uma atitude do professor que potencializa o seu acompanhamento no desenvolvimento de competências socioemocionais. A problematização e aprendizagem colaborativa são metodologias ativas que partem da perspectiva de que os estudantes são envolvidos ativamente no seu processo de aprendizagem, desenvolvimento cognitivo e socioemocional, e suas competências, e na construção e compartilhamento de conhecimento. O professor, por sua vez, é mediador do conhecimento e das aprendizagens e não mais um transferidor absoluto de conhecimento. Ao contrário do que se possa pensar, para mediar é preciso ser curioso e pesquisador do conhecimento (da sua área e saber relacioná-la com saberes de outras áreas), rigoroso na sua busca e problematização, criador e autêntico (não apenas um memorizador), humilde e persistente (Freire, 1996). Problematização: metodologia que fomenta o “aprender a aprender” A problematização imprime às práticas pedagógicas a importância de considerar o aprendizado como um processo incessante, inquieto, curioso e, sobretudo, permanente por saber. Esse princípio metodológico apoia o levantamento de conhecimentos prévios e oportuniza tanto a mediação para a construção do conhecimento pela dialogicidade e abertura para novos pontos de vista, quanto o acompanhamento do desenvolvimento das competências socioemocionais. Durante a elaboração do planejamento docente é necessário se perguntar: o que se espera que os estudantes aprendam considerando o objeto de conhecimento envolvido na situação de aprendizagem? Que ações os(a) estudantes vão realizar para a aprender? Que competências cognitivas e socioemocionais devem ser mobilizadas para esse aprendizado? Em situações de aprendizagem que requerem maior exposição de conteúdos, devem estar no radar do professor(a) perguntas tais como: o que se espera que os estudantes realizem para aprender o que está sendo exposto? Quais as operações mentais que os estudantes devem ser estimulados a desenvolver para aprender? Que competências socioemocionais apoiam a motivação para aprender em situação de aprendizagem mais expositiva? Se fazer essas e outras perguntas na elaboração de seu planejamento docente em direção aos objetivos de aprendizagem dos estudantes (o que o estudante deve 9caderno do professor https://www.educacao.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/05/Guia-Ensino-H%c3%adbrido_SEDUC_SP.pdf https://www.educacao.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/05/Guia-Ensino-H%c3%adbrido_SEDUC_SP.pdf https://www.educacao.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/05/Guia-Ensino-H%c3%adbrido_SEDUC_SP.pdf realizar para aprender), e não somente aos objetivos de ensino do(a) professor(a), é problematizar o processo de ensino e aprendizagem. Essa atitude investigadora e problematizadora, estimula a assumir na prática pedagógica ações que valorizem tempos e espaços para que os próprios estudantes exercitem a problematização - quando são oportunizados e convidados a trazerem suas ideias sobre determinados conceitos, suas formulações e conjecturas, suas maneiras de resolverem problemas. A contribuição da problematização para as ações educativas é justamente considerar o conhecimento como algo vivo, construído pela e na interação dos estudantes. Por isso a problematização para o levantamento de conhecimentos prévios é tão necessária para fazer despertar a curiosidade para o conhecimento com o qual entrarão em contato - incluindo o conhecimento sobre processo de desenvolvimento das competências socioemocionais. A partir de um bom problema inicial – ou de um conjunto de boas perguntas – é possível mobilizar os jovens a querer saber mais. Quando os estudantes assumem para si a tarefa a ser respondida ou a situação a ser compreendida, colocam em ação suas forças e saberes. É perguntando, que se aprende e se ensina. Boas perguntas fazem pensar, exigem articulação de saberes, pesquisa, investigação. É por meio de boas perguntas que o estudante pode perceber de modo crítico o distanciamento de seus conhecimentos prévios com relação a uma situação proposta, bem como reconhecer a necessidade de novos conhecimentos com os quais possa compreender uma situação mais adequadamente. As perguntas são a base da problematização. É por meio delas que a relação dialógica entre professores e estudantes ganha a cadência de aprendizagem. As perguntas, quando inseridas em contextos de atividades desafiantes, ampliam o alcance da problematização e desenvolvem a capacidade de resolução de problemas. Aprendizagem colaborativa: oportunidades de mobilização de competências socioemocionais A aprendizagem colaborativa se fundamenta na premissa de que o conhecimento e a autonomia se constroem por meio da interação. Essa interação pode acontecer - presencial ou de forma remota - de diversas maneiras, entre professor e estudantes, entre estudantes reunidos em pequenos e grandes grupos de trabalho, em situações de roda de conversa coletiva ou em outras oportunidades de encontro e troca que se dão no espaço escolar. A interação é uma oportunidade para a mobilização de competências socioemocionais, pois emoções e sentimentos surgem, também, da e na interação com os outros estudantes e professores. Diversas competências se mobilizam, como a capacidade de abertura a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais (competências de abertura ao novo), a capacidade de lidar com as emoções como raiva, insegurança e ansiedade (competências de resiliência emocional), a capacidade de orientar seus interesses com os interesses coletivos (competências de engajamento com os outros), a capacidade de agir baseada em princípios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento (competências de amabilidade) e a capacidade de organização de ideias, de ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética (competências de autogestão). Para que essas interações fortaleçam o compromisso com uma aprendizagem colaborativa é preciso romper com a ideia de que oportunizar momentos de trabalho em grupo é trabalhoso e pouco eficiente. Investir no trabalho coletivo é valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes e acreditar no potencial que eles têm para aprender. É preciso criar alternativas aos modelos de ensino centrados unicamente no professor ou que trabalham exclusivamente a aprendizagem individual. Não se trata de eliminar atividades em que os estudantes trabalhem sozinhos, mas de combinar esse tipo de prática com as que possibilitam a colaboração, dependendo do que se pretende atingir em relação ao aprendizado dos estudantes. Uma prática bastante comum que não combina com a aprendizagem colaborativa é formar grupos em torno da elaboração de um trabalho e esperar deles apenas as produções finais para avaliação, ignorando todas as outras condições e contextos que envolveram essas produções. O que se espera, na perspectiva da aprendizagem colaborativa, é que o professor ajude os estudantes a conectarem a atividade com o contexto maior do que estão vivendo, oriente a organização dos agrupamentos (duplas, trios, quartetos, times), acompanhe o desenvolvimento do trabalho (colaborando 10 caderno do professor com perguntas, dicas, sugestões, mas sem fazer as atividades que propôs aos estudantes) e avalie o processo, o resultado e as aprendizagens. A mensagem que transmite aos jovens, assim, é que a atividade é importante no percurso formativo e que, portanto, exige forte envolvimento e compromisso de todos. Ao propor atividades em que os estudantes atuam coletivamente, o que se deseja não é promover a simples divisão de tarefas. Ao realizarem atividades agrupadas em times de trabalho, os jovens se afetam mutuamente. Essa é uma dinâmica em que a ação ou o discurso do outro causammodificações na forma de pensar e agir de cada um, interferindo no modo como a elaboração e a apropriação do conhecimento se consolidam. Os estudantes exercitam a abertura para descobrir distintos pontos de vista, experimentam modos de se comunicar com clareza, praticando a argumentação para defender ideias, partilham repertórios, escolhem caminhos a seguir, aprendem a respeito das características, interesses e dificuldades de cada um. Além disso, tendo em vista o conhecimento específico que envolve a atividade, quem sabe menos aprende com quem sabe mais e estes últimos aprendem mais ainda, pela necessidade que têm de estruturar modos de “ensinar” o colega. Não se trata, portanto, de uma “ajuda”, mas de um processo em que todos aprendem conhecimentos e desenvolvem competências cognitivas e socioemocionais. Pedagogia da Presença: um modo de mediar o processo de aprendizagem e de acompanhar o desenvolvimento de competências Uma das contribuições das teorias da aprendizagem e do desenvolvimento humano que mais influenciaram as práticas pedagógicas foi a compreensão de que aprendemos necessariamente na interação com o outro. Desde então, ganhou força a discussão da qualidade dessa interação entre os principais atores nos processos de ensino- aprendizagem: professores e estudantes. A interação professor-estudante é construída cotidianamente nas mais variadas situações escolares, sobretudo durante os momentos de aula. É importante refletir sobre como os docentes podem se fazer presentes na vida dos jovens, instituindo um clima que favoreça a aprendizagem. A pedagogia da presença trata justamente da qualidade das interações e da mediação do(a) professor(a). Ela envolve: • O exercício do acolhimento e da abertura para construir uma relação de confiança com os estudantes. A PEDAGOGIA DA PRESENÇA NÃO É UM DOM A capacidade do professor de se fazer presente, de forma construtiva, no cotidiano escolar do jovem não é um dom ou um talento “nato” e uma característica pessoal e intransferível. Segundo o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, autor do termo, a pedagogia da presença é uma metodologia que pode ser aprendida “desde que haja, da parte de quem se propõe a aprender, disposição interior, abertura, sensibilidade e compromisso para tanto”. É importante lembrar que, além de se abrir para se envolver no processo interativo com os estudantes, o professor deve procurar exercer sua presença de maneira reflexiva, articulando os aspectos verticais, próprios de seu papel de autoridade, com os aspectos horizontais, necessários para atuar como mediador na perspectiva colaborativa de construção de saberes. Ou seja, a pedagogia da presença não significa igualar papéis entre professores e estudantes, ou assumir atitudes paternais/maternais – o que só reforçaria o mito da horizontalidade nessas relações –, mas revalidar cotidianamente o lugar de influência construtiva que o professor possui na trajetória escolar e na vida dos jovens. • A mediação do professor nas situações de conflitos relacionais, buscando envolver os jovens na reflexão sobre os diferentes aspectos e na resolução do problema, ao invés de agir como o único resolvedor. 11caderno do professor A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E O DESENVOL- VIMENTO DO AUTOCONHECIMENTO DOS ESTUDANTES Expectativas por uma sala de aula em harmonia plena, ou de obediência absoluta, são idealizações que precisam ser revistas, bem como as sanções unilaterais, as regras tácitas ou as “lições de moral” que versam sobre competências socioemocionais que se presume que os estudantes deveriam ter. A travessia a ser realizada pelo(a) professor(a) é balizar as distintas atitudes e comportamentos que são atribuídos compulsoriamente como indisciplina e construir uma visão de indisciplina que revela, em muitas situações, um campo profícuo para sua atuação como educador(a) e, em outras, buscar apoio da gestão e de uma rede de apoio. Por isso, antes de nomear as situações de conflito como “indisciplina”, o(a) professor(a) pode se questionar: o quanto as emoções e atitudes traduzidas como rebeldia, confrontamento ou “explosão” podem ser objeto de reflexão dos envolvidos e oportunidade para o desenvolvimento pessoal e coletivo? Como o conhecimento e o exercício das competências socioemocionais pode contribuir com o desenvolvimento? A mediação propositiva do(a) professor(a) em situações de conflito é uma ocasião para investir no autoconhecimento dos jovens. Promover situações de reflexão e de ação, em que estudantes possam se investigar, identificar e falar sobre suas emoções, percepções e pontos de vista, favorece o desenvolvimento da autonomia de modo mais consciente e consistente. Aprender a gerenciar emoções, a exercitar a empatia – tendo abertura para buscar compreender o ponto de vista do outro e discutir diferentes opiniões – e a resolver problemas de convívio são aprendizagens a serem construídas gradualmente, a partir de situações reais. • O compromisso do professor com relação à aprendizagem dos estudantes, traduzido na confiança pelo potencial de cada um, nas expectativas elevadas sobre suas capacidades de aprender e na persistência e investimento em ensinar. A pedagogia da presença, por se tratar de um processo que envolve a mediação e interação docente com os estudantes é, enquanto prática, uma ação imanente do acompanhamento das aprendizagens e competências cognitivas e socioemocionais dos estudantes. É possível instaurar práticas regulares de acompanhamento por meio da pedagogia da presença nas quais leva em consideração diálogos problematizadores e a aprendizagem colaborativa que estimule os estudantes, por exemplo, a conhecerem como preferem aprender e quais são as estratégias de estudo e de compreensão que utilizam, quais emoções os dominam quando se deparam com desafios de aprendizagem e como costumam lidar com elas, quais hábitos permitem gerir melhor o tempo e as múltiplas tarefas. Quando o estudante se percebe como alguém capaz de aprender, tende a mobilizar sua autoconfiança e dirigir seus esforços para avançar na aprendizagem. Outra ação importante é oferecer, regularmente, devolutivas sobre o desenvolvimento da turma, tanto com relação às competências e habilidades cognitivas, quanto no que se refere às competências socioemocionais. É ocupando seu lugar como referência que cada professor, à sua maneira, se torna capaz de exercer uma pedagogia da presença responsável, comprometida e significativa na vida dos jovens, engajando-os com o seu próprio desenvolvimento. Gestão da aula e do processo de acompanhamento das competências socioemocionais O modelo pedagógico de educação integral - que considera o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais - contribui para o estabelecimento de uma comunidade de sentido e de práticas na escola. Nesse sentido, as referidas metodologias e atitudes do professor detalhadas acima orientam as práticas 12 caderno do professor pedagógicas de educadores para uma abordagem coesa, estruturada, intencional, compromissada, colaborativa e problematizadora. Para inspirá-los, explicitamos abaixo, a relação da prática pedagógica centrada no estudante que permeia a mediação de acompanhamento das competências socioemocionais na gestão do antes, durante e depois da sala de aula: ANTES DO ACOMPANHAMENTO • Planeje as interações pedagógicas a partir do pressuposto de que todos os estudantes, sem exceção, possuem recursos cognitivos e emocionais para aprender, sendo que esses recursos resultam de um investimento no seu desenvolvimento e podem ser continuamente aprimorados. • Definir com precisão os objetivos da aula é essencial para formular questões que orientem o jovem a avançar de modo crítico para além de suas interpretações pessoais com relação ao tema ou à situação-problema que será proposta. Da mesma forma, enquanto planejam a aula, será importante prever comovão acompanhar o exercício articulado entre competências socioemocionais e habilidade específica ao longo da sequência de atividades. • Seja pontual e demonstre que se preocupa com a ausência ou o atraso dos estudantes, contribuindo para que seja criada uma rotina de iniciar a aula no horário acordado, com a presença de todos. Essa atitude inspira e mobiliza o desenvolvimento da competência socioemocional responsabilidade e sua prática permite continuar acompanhando e mobilizando ela ainda mais. • Organize previamente o espaço da sala de aula em roda de conversa ou em pequenos times, de modo a reduzir o tempo destinado a isso. É importante fazer combinados prévios com a turma – por exemplo, convidando-os a participar dessa organização. Essa atitude inspira e mobiliza o desenvolvimento da competência socioemocional organização e sua prática permite continuar acompanhando e mobilizando ela ainda mais. • Planeje formas de envolver aqueles estudantes que estão demonstrando pouca abertura para as atividades em duplas, trios, quartetos, times e nas rodas de conversa, mas sem expô-los. Uma terceira possibilidade é contar com a força mobilizadora dos jovens da própria turma, que podem apoiar os colegas que ainda não se engajaram. Essa ação de antevisão sobre a abertura dos estudantes para as atividades e o engajamento deles com os colegas pode se transformar em estratégia de mobilização e acompanhamento de competências socioemocionais que envolve a abertura ao novo (curiosidade para aprender, imaginação criativa, interesse artístico) e o engajamento com os outros (entusiasmo, assertividade e iniciativa social). DURANTE O ACOMPANHAMENTO • Estimule os estudantes a exporem seus conhecimentos e pontos de vista a respeito do que sabem ou sentem sobre a competência socioemocional que está sendo mobilizada na aula, ouvindo-os sempre com atenção e interesse, partindo das contribuições deles para a construção de novos entendimentos, em verdadeiro processo de diálogo. A partir desse estímulo inicial, acompanhe a trajetória dos estudantes e as possíveis mudanças nos significados e atitudes que inicialmente foram formuladas com relação a competência socioemocional em foco. Para ajudar na organização e memória, professor, você pode registrar no quadro os principais aspectos que foram formulados pelos estudantes, assim tanto você quanto eles, podem acompanhar o desenvolvimento da competência socioemocional. Você pode ainda, registrar em seu diário de bordo os principais aspectos acompanhados que apoiam no processo de avaliação formativa e processual dos estudantes. • Acompanhe o desenvolvimento da competência socioemocional na sua relação com as atividades e aprendizagens esperadas na aula. O desenvolvimento da competência não é estanque, ela vem sempre acompanhada de contexto e situações de aprendizagem. Por exemplo, ao acompanhar se os estudantes estão conseguindo realizar operações com números negativos, ou analisar efeitos de sentido em um texto, você pode acompanhar se a competência em foco que foi escolhida para essa aula, está sendo mobilizada de modo que apoie os estudantes nessa realização. 13caderno do professor • Em seu acompanhamento, contribua para que identifiquem as aprendizagens e a competência socioemocional em foco que estão desenvolvendo, comemorando com eles os avanços, mesmo que pareçam pequenos. • Fortaleça o sentimento de pertencimento dos jovens à escola, valorizando os símbolos e culturas juvenis que trazem, assumindo postura curiosa para compreendê-los e ouvi-los. • Medeie situações de suposta “indisciplina”, ajudando os estudantes a identificar, refletir e contribuir na resolução das situações de conflito, indiferença, descompromisso etc., tomando cuidado para não tornar esse momento algo moralizante. Aproveite estas situações para trazer à tona, a consciência sobre o desenvolvimento socioemocional da turma, propondo um diálogo sobre aspectos individuais e coletivos. • Oriente e acompanhe o trabalho das duplas, trios, quartetos ou times, garantindo que cada estudante participe ativamente, dando o melhor de si e sendo responsável pelo seu aprendizado e, também, pelo aprendizado dos companheiros. • É fundamental colaborar na avaliação e no processo de apropriação dos resultados pelos estudantes, fornecendo devolutivas para os estudantes em relação aos objetivos que foram alcançados e àqueles que precisarão ser retomados posteriormente. Ajude-os a identificar quais foram os conhecimentos aprendidos e as competências que estão em desenvolvimento, auxiliando-os a perceber sentido em suas vivências. DEPOIS DO ACOMPANHAMENTO • Observe como os estudantes saem da aula: dispersos, cansados, explosivos ou mais confiantes de que aprenderam algo significativo e serão capazes de se dedicar aos estudos. Faça uma autoavaliação sobre a qualidade de sua interação com a turma e como ela está contribuindo para a aprendizagem de cada estudante e para a mobilização de competências socioemocionais. • Identifique o que os estudantes já aprenderam e o que eles ainda não aprenderam em relação à recuperação de habilidades específicas nas últimas aulas dos componentes curriculares ou nos encontros de prática de projetos. Investigue, ainda, o que podem avançar com relação ao desenvolvimento das competências cognitivas e socioemocionais. Essa identificação necessita de um “duplo olhar” do professor, tanto com relação ao desenvolvimento da turma quanto sobre cada estudante, tomando como parâmetro avaliativo o próprio estudante com relação a si mesmo. • Avalie se as atividades desafiantes, que foram planejadas, alcançaram o objetivo de aprendizagem traçado durante o planejamento e se essas atividades mobilizaram, de fato, a competência socioemocional em foco, bem como se as perguntas formuladas foram eficazes para mobilizar os estudantes. Reflita sobre o que pode ser feito para continuar aprimorando essa prática e mobilizando ainda mais a competência em foco. • Aprimore o planejamento coletivo com seus colegas professores que são responsáveis pelos mesmos estudantes, e também estão sendo formados para o trabalho com as competências socioemocionais. Compartilhar seus registros e sua avaliação individual ou de grupos de cada classe potencializa o trabalho da avaliação em processo para a formação dos jovens. Professor(a), nas próximas páginas você terá a oportunidade de acompanhar mais de perto o processo de acompanhamento que está presente no ciclo de sensibilização/acompanhamento/avaliação em processo, nas atividades selecionadas do caderno do professor do Aprender Sempre para os componentes de Língua Portuguesa. 14 caderno do professor Raio-x EXEMPLOS SOBRE COMO ARTICULAR AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS ÀS SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES LÍNGUA PORTUGUESA Prezado(a)s professore(a)s, A seguir, conheça a proposta para articular o desenvolvimento intencional da competência socioemocional em foco em até duas aulas de uma das Sequência de Atividades propostas para cada ano/série. Você observará, em sua leitura, orientações para colocar em ação o ciclo sensibilização/acompanhamento/avaliação em processo. O propósito é que essas orientações possam inspirá-lo(a) a seguir articulando a competência socioemocional selecionada nas demais seis aulas da Sequências de Atividades, pois o desenvolvimento de uma competência socioemocional demanda tempo de duração adequado para que o estudante tenha oportunidades concretas para mobilizá-la, refletir sobre o próprio desempenho e se autorregular no processo. As competências socioemocionais selecionadas neste exercício de “raio-x” são: ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS Ano Competências socioemocionais em foco 6º ano Organização 7º ano Imaginação criativa 8º ano Curiosidade para aprender 9º ano Assertividade ENSINO MÉDIO Série Competência socioemocionais 1ª série Tolerância à frustração 2ª série Respeito 3ª série PersistênciaA definição desse arranjo de competências socioemocionais apresentado no quadro acima se configura como uma possibilidade, dentre as diversas formas de pensar o desenvolvimento integrado de competências cognitivas e socioemocionais no âmbito das linguagens. Como você vai perceber ao longo desse material, o texto das proposições didático-pedagógicas sinalizadas nas laterais das páginas sugerem formas de se trabalhar com essas competências nas atividades, durante a interação entre docente e estudantes. Para as demais sequências de atividades propostas, eleja qual competência socioemocional mais se adequa ao que será trabalhado e articule ao seu planejamento o ciclo sensibilização/acompanhamento/avaliação em processo. A intenção é que, a partir desse olhar raio-X inicial, você, professor(a), possa se guiar e ter autonomia para seguir na articulação das competências socioemocionais com os conteúdos de recuperação das aprendizagens. Boa leitura e bom trabalho! 17caderno do professor 17caderno do professor 6º ano Ensino Fundamental Anos Finais SEQUÊNCIA DIDÁTICA 1 AULA 1 - CONHECENDO O TEXTO SENSIBILIZAÇÃO Caro(a) professor(a), do mesmo modo que é importante apresentar aos estudantes o objeto de conhecimento e as habilidades específicas que serão foco da aula, é fundamental apresentar também, de modo articulado, a competência socioemocional que será o eixo do desenvolvimento intencional. Para essa Sequência de Atividades, a competência socioemocional em foco será a organização que, por meio da mediação docente, se integrará com o objeto de conhecimento proposto: relação entre textos, e às suas habilidades requeridas. A escolha pela competência socioemocional organização se integra à essa sequência de atividades pela sua relação de apoio do desenvolvimento das habilidades previstas, que visam promover a leitura, interpretação, análise e identificação de recursos linguísticos. Professor(a), para estabelecer um campo de entendimento inicial, no momento de resgatar conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero textual carta, aproveite para identificar o que sabem sobre a competência socioemocional organização, estabelecendo assim um diálogo entre o levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes para as habilidades que serão trabalhadas na Sequência de Atividades com a competência socioemocional priorizada. Durante essa interação, registre no quadro o significado dessa competência socioemocional que diz respeito a: organizar o tempo e as atividades, bem como planejar etapas necessárias para se atingir uma meta e gerenciar compromissos futuros - assim como 3caderno do professor LÍNGUA PORTUGUESA | 1 6 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL - SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES 1 AULA 1 - CONHECENDO O TEXTO Objetivos da aula: • Identifi car a ideia central do gênero textual relato pessoal (assunto/tema), demonstrando compreensão global; • Reconhecer, no gênero textual apresentado, construções de sentido explícitas e implícitas. Estudante, leia os textos com atenção e responda às atividades. Caso tenha dúvidas, solicite o auxílio do professor no momento oportuno. Vamos lá? 1. Leia este texto com atenção. INFÂNCIA Nas manhãs de domingo, acordava e fi cava na cama “enrolando” pra levantar, mas, quando sentia aquele cheirinho de cookies vindo da cozinha, não tinha dúvida, pulava da cama com a boca salivando de vontade de comer aquela delícia que minha mãe preparava. Quando chegava à cozinha, minha mãe olhava-me com um largo sorriso no rosto e dizia: - Acordou cedo por quê? Esse cheirinho tá tão bom assim? Volte a dormir, fi lho! Respondia meio sonolento, mas com uma vontade de comer aquela delícia: - Só mesmo essa gostosura pra me fazer pular da cama tão cedo no domingo. Quero comer só um. Ela sorria, pois sabia que eu comeria uns dez cookies e voltaria para cama, porque era domingo e eu podia fi car até mais tarde deitado, dormindo, sonhando. Então, antes que deitasse na cama novamente, escutava a minha mãe falando: - Pedro, antes de pegar no sono das oito, escova os dentes! Dizia rindo. - Mãe, esse gostinho na boca ajuda a sonhar! Respondia. Adorava as manhãs de domingo com aquele cheirinho irresistível, que me fazia pular da cama tão cedo. Ah, esse cookie! Cheiroso no ar, crocante por fora, macio por dentro e, às vezes, beeem recheado de gostosuras, tipo brigadeiro ou creme de avelã. Continuo gostando de cookies, pois deixam-me sempre com saudade da minha infância querida, recheada de delícias maternas. Ontem foi domingo... (Texto produzido pela Equipe Pedagógica, especifi camente para este material.) Após a leitura e análise do texto, responda às questões a seguir: a. Qual é o tema do texto “Infância”? PLANEJAMENTO PARA DESENVOLVER A SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES (EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visu- ais e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos. AULA DURAÇÃO PROPOSIÇÃO 1 45 min Conhecendo o texto 2 45 min Conversando entre textos 3 45 min “Quem recita poemas seus males espanta!” 4 45 min Para além da imagem! 5 45 min Para além da imagem! 6 45 min Imagem em movimento I 7 45 min Imagem em movimento II 8 45 min Da imagem ao texto AULA 1 - Conhecendo o texto ORGANIZAÇÃO DA TURMA Sugerimos a organização da sala em círculo, para contribuir com as estratégias de mediação do conhecimento, de modo a facilitar o diálogo e a interação de todos. Essa forma de organizar a sala promove a participação ativa dos estudantes face às discussões promovidas, o que também facilita a identificação, por parte do professor, dos conhecimentos prévios da turma em relação à temática em questão. Recomendamos uma total atenção quanto aos protocolos de segurança conforme orientam as autoridades de Saúde. MATERIAIS NECESSÁRIOS Caderno do Estudante, lousa, canetas coloridas e cartolinas. INICIANDO Professor, os objetivos desta aula consistem em identificar a temática trazida pelo texto, assim como reconhecer as construções semânticas explícitas e implícitas, presentes no plano discursivo, de maneira que estas possam ser, também, percebidas em outros textos literários, os quais serão trabalhados no decorrer das aulas desta Sequência de Atividades. Para isso, sugerimos um momento de leitura e sensibilização para as características do gênero tex- tual aqui tratado, de forma que os estudantes tenham condições de percebê-las. DESENVOLVENDO Professor, para que a aula atenda aos propósitos desejados, é preciso adotar procedimentos metodológicos que, certamente, facilitarão os processos de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, para esta Sequência de Atividades, sugerimos três momentos: o primeiro momento consiste na apresentação e leitura dos textos de forma coletiva e colaborativa, de modo que, após essa leitura, os estudantes possam ampliar o nível de compreensão dos textos, relacionando-os a outros fatos e/ou situações vivenciadas. No segundo momento, os estudantes responderão às questões propostas, no co- letivo e em voz alta e, em seguida, farão os registros no Caderno do Estudan- te. No terceiro momento, professor, sugerimos a reflexão e a análise, a fim de que os estudantes pos- sam, com vistas a socia- lizar informações acerca de outros textos, men- cionar/citar outros textos ou outras manifestações artísticas (filmes, canções, peças teatrais, pinturas ou outras formas de arte etc.) que eles conheçam e que retratam a infância ou o universo infanto-juvenil. Professor, sugerimos que, ao trabalhar estas atividades com os estudantes, apresente a eles os aspectos que identificam o assunto, que é mais genérico, e o tema, que é uma especifi- cação dentro do assunto, assim como a relação que é estabele- cida entre esses elementos. O tema do texto é saudade da infância. É possível verificar o tema a partir da forma como o narradorrelata elementos da infância que são significativos para ele até hoje, o que pode ser exemplificado por meio da fala dele na penúltima linha do texto. CONVERSANDO COM O PROFESSOR 18 caderno do professor ACOMPANHAMENTO Professor(a), incentive a organização do tempo, do espaço e dos materiais para melhorar a convivência e desempenho dos estudantes na aprendizagem. Um modo de auxiliar os estudantes em sua organização é explicitar para eles as expectativas de desenvolvimento e aprendizagem de cada atividade/tarefa/projeto, apoiando-os a estabelecerem metas objetivas relacionadas a cada fase, ou seja, estabelecendo marcos ao longo da atividade/tarefa/projeto e indicando quando e como podem ser alcançados. Aproveite para explicitar a importante relação entre o momento 2 da atividade, de fazer os registros - e a forma de organizá-los - e o momento seguinte de reflexão e análise. Acompanhar de perto, mesmo que à distância, as fases e momentos do processo de aprendizagem de cada estudante, incentivando o autoconhecimento para que eles entendam como aprendem melhor e como podem se organizar a cada passo do processo, é mobilizador para que ele desenvolva autonomia e confiança e não desista de sua própria aprendizagem. é também a capacidade de conseguirmos dar ordem e sentido (organização) aos nossos pensamentos e ideias. Vale a pena explorar nesse momento de diálogo com a turma, perguntas que incentivem o estudante a refletir e falar sobre a competência socioemocional organização em sua vida escolar e fora dela. Como por exemplo: • Você se considera um estudante organizado? traga algum exemplo. • Você se considera uma pessoa organizada fora da escola? Cite exemplos. • De que forma você considera que ser organizado pode facilitar suas ações diárias na escola e fora dela? Traga algum exemplo. Após esse início de diálogo, já no desenvolvimento da atividade, será importante continuar a construir a ponte entre as perguntas sobre os indicadores por habilidade (ler textos de diferentes gêneros, comparar obras, analisar, identificar a ideia principal etc) e o tema dessa aula (gênero textual relato pessoal) na intenção de tornar mais consciente o desenvolvimento da competência socioemocional organização. Utilizando, como por exemplo, as demais perguntas abaixo: • Como vocês costumam se organizar antes de começar a leitura de um texto? descreva a cena. • Já pensou sobre qual a melhor forma de fazer as anotações durante a leitura? Se sim, cite exemplos. Importante:Importante: a trajetória de desenvolvimento a trajetória de desenvolvimento da organização - e das demais competências da organização - e das demais competências socioemocionais - não é linear, variando de acordo socioemocionais - não é linear, variando de acordo com a idade dos estudantes e com o contexto em com a idade dos estudantes e com o contexto em que cada um está inserido. É importante respeitar a que cada um está inserido. É importante respeitar a individualidade dos estudantes e a diversidade da individualidade dos estudantes e a diversidade da turma para o trabalho intencional com as competências turma para o trabalho intencional com as competências socioemocionais.socioemocionais. Após essa sensibilização inicial, explicite que ao longo das próximas aulas o desenvolvimento da competência socioemocional organização será um dos objetivos a ser alcançado! 19caderno do professor AULA 2 - CONVERSANDO ENTRE TEXTOS ACOMPANHAMENTO Professor, aproveite este começo da segunda aula para retomar o conceito da competência socioemocional organização, e estimule que reflitam sobre como o pensar e agir a partir da tomada de consciência do desenvolvimento das competências, já pode ter colaborado no percurso da atividade anterior. Permita que se expressem oralmente sobre esse processo. Aproveite para tomar nota de questões individuais e coletivas que possam ser exploradas no processo avaliativo da sua aula e do desenvolvimento das aprendizagens dos estudantes. 5caderno do professor4 caderno do professor LÍNGUA PORTUGUESA | 3 AULA 2 – CONVERSANDO ENTRE TEXTOS Objetivos da aula: • Identifi car os aspectos estruturais relativos aos gêneros textuais: relato pessoal e poema; • Estabelecer relações entre os dois gêneros textuais apresentados. 1. Releia o Texto 1, Infância, trabalhado na Aula 1, em seguida, faça uma leitura do fragmento do poema a seguir: TEXTO 2 MEUS OITO ANOS Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que fl ores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! [...] Que auroras, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d’estrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã. Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã! [...] Fonte: ABREU,C. Meus oito anos. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000472.pdf. Acesso em 27 jan. 2021. 2. É hora de entender o texto. Vamos às perguntas! a. Após a leitura dos textos Meus Oito Anos e Infância, estudado na Aula 1, é possível perceber semelhanças entre eles? Justifi que sua resposta. 2 | LÍNGUA PORTUGUESA b. Qual é a informação implícita neste trecho do texto: "até esquecia que, no domingo, a gente podia fi car até mais tarde na cama" ? c. No diálogo com a mãe, é possível identifi car que havia entre as personagens um relacionamento fami- liar de afeto. Retire do texto, um fragmento que justifi que essa afi rmação. d. Observando a frase: “(...) quando sentia aquele cheirinho de cookies (...)”, qual o sentido que podemos atribuir aos termos grifados? e. O texto “Infância” é narrado em primeira pessoa ou em terceira pessoa? Justifi que sua resposta com um trecho do texto. 3. A palavra destacada no trecho a seguir nos permite fazer inferências. Quais? “ [...] Ah, aqueles cookies! Cheiroso no ar, crocante por fora, macio por dentro e, às vezes, beeem recheado de gostosuras, tipo brigadeiro ou creme de avelã.[...] A informação implícita nessa passagem do texto é de que, durante a semana, o narrador costumava acordar muito cedo. “Quando chegava à cozinha, minha mãe olhava-me com um largo sorriso no rosto...” Podemos inferir que a expressão remete ao olfato, despertando a vontade ou desejo de comer cookies. O texto é narrado em primeira pessoa, conforme pode-se observar nessa parte do texto: “Adorava as manhãs de domingo com aquele cheirinho irresistível, que me fazia pular da cama tão cedo...” Podemos inferir que a repetição da vogal “e”, remete à ideia de que os cookies eram bastante recheados. Professor, no momento da correção, sugerimos a socialização das respostas, a fim de que se obser- vem os pontos apreendidos conforme os objetivos da aula. Sugerimos que a correção das ativida- des seja coletiva, solicitando que estudantes se voluntariem para ler em voz alta suas respostas. Essa socialização contribuirá para a avaliação da aprendizagem e você poderá fazer intervenções, caso sejam necessárias. FINALIZANDO Para finalizar esta aula, sugerimos que retome alguns questionamentos acerca do texto, de modo a verificar se os estudan- tes, de fato, reconheceram a temática apresentada no gênero textual relato pessoal e as construções de sentido. Após esse momento, proponha aos estudantes que, em casa, pensem/busquem na me- mória brincadeiras diver- tidas, histórias engraçadas que foram contadas por fa- miliares ou amigos, filmes ou desenhos animados de que gostavam muito e fa- çam um desenho ou colem gravuras, figuras, imagens que representem essas lembranças. Na próxima aula, aproveite o momento para a socialização. INICIANDO A proposta é dar continui- dade à aprendizagemdos estudantes, trabalhando as habilidades sob outra abordagem, a da relação entre textos. Sugerimos que, antes de iniciar esta aula, converse com os estu- dantes no sentido de acio- nar/retomar os conheci- mentos prévios, acerca dos gêneros textuais poema e relato pessoal, a fim de que as informações já apre- endidas possam servir de ponto de ancoragem para promover a interação com as ideias, informações que serão trabalhadas nesta e, Professor, antes da leitura do Tex- to 2, converse com os estudantes acerca do autor, época de produ- ção do texto, das características da estética literária a qual perten- ce e, principalmente, retome com eles os conhecimentos acerca dos elementos constitutivos do gêne- ro textual poema, sua estrutura, sua finalidade e outros que con- siderar oportuno. Professor, após a leitura dos dois textos, elabore uma lista ou ta- bela, com a participação dos es- tudantes, de forma a evidenciar as peculiaridades/características principais que diferenciam esses dois gêneros textuais quanto à estrutura: prosa e verso, respec- tivamente. Deixe registrado na lousa para consulta dos estudan- tes. Solicite que os estudantes façam seus registros no caderno de anotação. Sim. Os dois textos abordam o mesmo tema, a saudade da infância. AULA 2 – Conversando entre textos ORGANIZAÇÃO DA TURMA Para a realização da atividade, a turma poderá ser organizada conforme as condi- ções viáveis de segurança. Recomendamos uma total atenção quanto aos protoco- los de segurança, segundo orientam as autoridades de Saúde. MATERIAIS NECESSÁRIOS Caderno do Estudante e aparelho de som ou outro recurso que tenha áudio e seja viável. CONVERSANDO COM O PROFESSOR CONVERSANDO COM O PROFESSOR CONVERSANDO COM O PROFESSOR 20 caderno do professor ACOMPANHAMENTO Professor, depois da leitura dos textos, quando for propor a elaboração de uma lista ou tabela, com a participação dos estudantes, para evidenciar as peculiaridades/ características principais que diferenciam os dois gêneros textuais, traga para o diálogo a questão da organização dessas ideias e quais as melhores formas de registro cada um considera ideal. DICA:DICA: Em situações de encontros online, estimule os estudantes a utilizarem ferramentas que mobilizem a competência organização. Aplicativos, agendas virtuais e planners possibilitam gerir melhor o tempo e as múltiplas tarefas. O Trello, por exemplo, abre espaço para a organização colaborativa dos estudantes e distribuição de tarefas por meio de checklists que determinam prazos e registram orientações. Lembre-se, mais do que apresentar ferramentas, ajude-os a assimilarem o quão útil e necessária é a competência organização. AVALIAÇÃO EM PROCESSO No momento de avaliar o avanço dos estudantes sobre a compreensão das habilidades e objetos de conhecimento propostos, realize com a turma uma autoavaliação sobre o desenvolvimento da competência socioemocional organização, utilizando perguntas como: • A competência socioemocional auxiliou na aprendizagem da atividade proposta para as aulas? Por quê? Deem exemplos. • Vocês têm mobilizado essa competência em outros momentos da vida? Quais? • O que podem fazer para desenvolver essa competência ainda mais? Registrem, cada um, uma ação que pode ser desempenhada ao longo das próximas aulas. 7caderno do professor6 caderno do professor 4 | LÍNGUA PORTUGUESA b. Os textos lidos nas duas aulas apresentam a mesma estrutura textual? Por quê? c. Elabore uma lista apontando as características e diferenças entre os dois textos lidos. d. Vimos que um tema ou assunto pode ser abordado em forma de poema ou até mesmo em forma de relato pessoal. Que tal expressarmos o tema Infância em uma linguagem não-verbal? Faça um desenho ou pintura ou até mesmo um painel com recortes de jornal e revistas, sobre a temática em questão, em seguida exponha para turma sua produção. e. Você conhece outro poema com essa temática? Que tal fazer uma pesquisa de outros poemas com esse tema na internet, depois montar uma lista e em seguida escolher um para recitar para a turma? Vamos fazer!!? LÍNGUA PORTUGUESA | 5 AULA 3 - QUEM RECITA POEMAS, SEUS MALES ESPANTA! Objetivos da aula: • Identifi car a ideia principal/central (assunto/tema) nos textos lidos; • Reconhecer recursos de efeito de sentido no gênero textual poema; • Recitar poemas, observando as particularidades quanto à apropriação da expressão oral – gestos, entonação, dicção. 1. Releia, com atenção, o poema “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu, apresentado na Aula 2, e, em seguida, leia o poema “A Boneca”, de Olavo Bilac. TEXTO 3 A BONECA Deixando a bola e a peteca, Com que inda há pouco brincavam, Por causa de uma boneca, Duas meninas brigavam. Dizia a primeira: “É minha!” — “É minha!” a outra gritava; E nenhuma se continha, Nem a boneca largava. Quem mais sofria (coitada!) Era a boneca. Já tinha Toda a roupa estraçalhada, E amarrotada a carinha. Tanto puxaram por ela, Que a pobre rasgou-se ao meio, Perdendo a estopa amarela Que lhe formava o recheio. E, ao fi m de tanta fadiga, Voltando à bola e à peteca, Ambas, por causa da briga, Ficaram sem a boneca... Fonte: BILAC, O. Poesias infantis. 18ª ed. Rio de Janeiro: F. Alves, 1995. Estudante, após a leitura, escolha um dos textos analisados e o apresente em voz alta, assim que o professor permitir. Lembre-se de que “Quem recita poemas, seus males espanta!”. 2. Agora, responda às questões a seguir: a. O que levou as meninas a se desentenderem? por conseguinte, nas aulas subsequentes, com vista à aprendizagem significati- va. É preciso retomar a lei- tura do primeiro texto, com o objetivo que os estudan- tes possam relembrar a te- mática e, assim, explorar a segunda proposta de texto com mais atenção, obten- do melhor resultado na aprendizagem. DESENVOLVENDO Professor, para esta aula, pensamos em uma ativi- dade que explore os as- pectos textuais e linguís- ticos, de modo a atender aos objetivos propostos. No entanto, sugerimos organizar o tempo em três momentos distintos: um primeiro momento, em que possa ser feita uma releitura do texto A Infân- cia, da Aula 1, para a reto- mada do tema “saudade da infância” e das caracte- rísticas do gênero textual narrativo (relato pessoal), de modo a antecipar as questões propostas nas atividades desta aula. O segundo momento con- siste na resolução indi- vidual das questões por parte dos estudantes. E, no terceiro momento, a finali- zação da aula. Sugerimos que você possibilite aos es- tudantes ouvir uma canção que fale sobre a infância. A pesquisa pode ser feita em vários sites de busca. Os textos não apresentam a mesma estrutura textual. O primeiro está escrito em prosa, utilizando parágrafos e conta uma história; o segundo está escrito em versos, apresenta estrofes e musicalidade, características do poema. O primeiro texto é uma narrativa em primeira pessoa do singular, um relato pessoal, cujo tema é saudade da infância, apresentando tempo, espaço, personagens, enredo e escrito em prosa. O poema Meus oito anos é estruturado em versos, com estrofes e rima, tem como tema a saudade da infância, tem eu-lírico. Professor, sugerimos a correção coletiva das atividades propostas nesta aula, permitindo que cada estudante, voluntariamente, participe da correção. Esta dinâmica permite uma avaliação da apren- dizagem por parte do professor e uma autoavaliação por parte dos estudantes. FINALIZANDO Ao final desta aula, espera-se que os estudantes tenham compreendido as diferenças básicas na estrutura dos gêneros textuais estudados e que tenham percebido que textos com linguagem de estruturas diferentes podem apresentar aspectos em co- mum. Neste sentido, sugerimos que você retome as principais informações acerca do que foi estudado nesta aula e, na sequência, solicite aos estudantes que façam uma memória da aula, destacando o que eles já sabiam e o que eles aprenderam agora. INICIANDO Professor,esta aula tem por objetivos retomar aspectos já trabalhados, assim como ampliar esses conhecimentos, uma vez que os estudantes esta- rão em contato com outro texto poético, com função social diferente. Sugeri- mos, também, que amplie a compreensão dos estu- dantes acerca do gênero textual poema, assim como dos elementos que permitem identificar a po- esia nos textos poéticos, uma vez que essa se re- laciona à emoção e ao as- pecto imaterial do texto. É importante salientar que a poesia pode ser percebida tanto em poemas quanto em textos em prosa, se- jam eles narrativa ou de outros gêneros textuais, ou, até mesmo, em outras manifestações artísticas, como peças publicitárias, pinturas e filmes. Professor, antes da leitura do Texto 3, converse com os estu- dantes acerca do autor, época de produção do texto, das carac- terísticas da estética literatura a qual pertence e, principalmen- te, retome com eles os conhe- cimentos acerca dos elementos constitutivos do gênero textual poema, sua estrutura, sua fina- lidade e outros que considerar oportunos. O motivo do desentendimento foi em virtude das meninas não quererem dividir o brinquedo, a boneca. As duas meninas queriam, ao mesmo tempo, brincar com ela. 4 | LÍNGUA PORTUGUESA b. Os textos lidos nas duas aulas apresentam a mesma estrutura textual? Por quê? c. Elabore uma lista apontando as características e diferenças entre os dois textos lidos. d. Vimos que um tema ou assunto pode ser abordado em forma de poema ou até mesmo em forma de relato pessoal. Que tal expressarmos o tema Infância em uma linguagem não-verbal? Faça um desenho ou pintura ou até mesmo um painel com recortes de jornal e revistas, sobre a temática em questão, em seguida exponha para turma sua produção. e. Você conhece outro poema com essa temática? Que tal fazer uma pesquisa de outros poemas com esse tema na internet, depois montar uma lista e em seguida escolher um para recitar para a turma? Vamos fazer!!? Aula 3 - Quem recita poemas, seus males espanta! ORGANIZAÇÃO DA TURMA Orientamos máxima atenção quanto ao cumprimento dos protocolos de segurança, conforme determinado pelas autoridades de Saúde. Se possível, sugerimos que a turma seja organizada em círculo ou em dois grupos. MATERIAIS NECESSÁRIOS Caderno do Estudante. CONVERSANDO COM O PROFESSOR CONVERSANDO COM O PROFESSOR Estabeleça um tempo para que cada estudante possa refletir individualmente e depois, promova o compartilhamento das respostas em uma roda de conversa. É importante que os estudantes realizem a autoavaliação e consigam, mesmo que inicialmente, relacionar a oportunidade de trabalhar a competência organização em sala de aula e o desenvolvimento desta e outras competências socioemocionais para além da escola. É fundamental que você também, professor(a), se questione sobre suas práticas até aqui: • Como você se avalia nas etapas dessa aula, do planejamento à avaliação? O percurso feito pela turma ao longo das atividades foi coerente com a proposta? A partir daqui, convidamos você, professor(a), a ser o(a) protagonista da integração da competência socioemocional organização nas demais aulas desta Sequência de Atividades. Lembre-se sempre de planejar como mobilizar os estudantes para perceberem como estão exercitando essa competência integrando em suas aulas o ciclo sensibilização, acompanhamento e avaliação em processo. Uma dica importante é manter no quadro o registro da competência e seu significado a cada aula, para que cada estudante possa recorrer a ela quando necessário. Para integrar as competências socioemocionais nas demais Sequências de Atividades propostas, siga as orientações que estão na seção introdutória dos volumes 1 e 2 desse caderno. Faça uma autoanálise considerando suas práticas de acompanhamento em relação a sua postura de mediador. Sua presença pedagógica no passo a passo das tarefas é importantíssima, busque sempre reconhecer e valorizar o esforço e persistência dos estudantes. Práticas de devolutiva formativa e reforço positivo estimulam os estudantes a continuarem e persistirem rumo ao cumprimento de tarefas e alcance de objetivos. 22 caderno do professor https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2021/01/Orienta%C3%A7%C3%B5es%20para%20Professores%20de%20L%C3%ADngua%20Portuguesa.pdf?_t=1613753407 https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2021/01/Aprender%20Sempre_Orienta%C3%A7%C3%B5es%20Socioemocionais_LP_volume2.pdf 7º ano Ensino Fundamental Anos Finais SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES 1 AULA 1 - INTERNET NA VELOCIDADE DA LUZ SENSIBILIZAÇÃO Professor(a), do mesmo modo que é importante apresentar aos estudantes o objeto de conhecimento e as habilidades específicas que serão foco da aula, é fundamental apresentar também a competência socioemocional (CSE) que estará no centro do desenvolvimento intencional nesta Sequência de Atividades: a imaginação criativa, que, por meio da mediação docente, se integrará com o objeto de conhecimento proposto: revisão/edição de texto informativo e opinativo. A escolha da competência socioemocional imaginação criativa se integra à essa sequência de atividades por sua relação com o desenvolvimento das habilidades de analisar e criar diferentes formas de produção de textos multimodais. A sensibilização para o desenvolvimento dessa competência socioemocional pelos estudantes será importante e significativa para a ampliação da perspectiva dos multiletramentos na criação e reprodução de informações de forma criativa e crítica. Professor(a), para estabelecer um campo de entendimento inicial, no momento de resgatar conhecimentos prévios dos estudantes sobre textos informativos, aproveite para identificar o que sabem sobre a competência socioemocional imaginação criativa, estabelecendo assim um diálogo entre o levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes para as habilidades que serão trabalhadas na Sequência de Atividades com a competência socioemocional priorizada. 3caderno do professor (EF15LP07B) – Inserir à edição final do texto, quando for o caso, fotos, ilustrações e outros recursos gráficos visuais. – Revisar e editar o texto produzido, observando sua adequação ao contexto de produção, à norma culta da língua, à mídia escolhida para veiculação (rádio, TV, jornal, revista, blog). Ver Ler e Escrever – 5º ano, Volume 2 (EF15LP08) – Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzidos, explorando os recursos multissemióticos disponíveis. – Utilizar ferramentas de edição de texto e imagem para produzir e publicar textos. – Fazer circular os textos produzidos (na sala, na escola, ou na comunidade. Ver Ler e Escrever – 5º ano, Volume 2 PLANEJAMENTO PARA DESENVOLVER A SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES AULA DURAÇÃO PROPOSIÇÃO 1 45 min Internet na velocidade da luz! 2 45 min Fazendo planos 3 45 min Vamos mudar o mundo? 4 e 5 90 min Qual é o seu estilo musical favorito? 6 45 min Revisão e edição 7 45 min Casa na árvore 8 45 min Dê sua dica! AULA 1 – Internet na velocidade da luz! ORGANIZAÇÃO DA TURMA Em grupos colaborativos, se for possível respeitar os protocolos de saúde. MATERIAIS NECESSÁRIOS Caderno do Estudante; computador ou celular com ferramentas de edição de ima- gem e texto (se não for possível ter acesso a esse recurso, utilizar folha sulfite ou cartolina e materiais para desenhar). INICIANDO Professor, a Sequência de Atividades que se inicia agora tem como objetivo apresentar algumas pro- postas que vão ajudar os estudantes a desenvolver habilidades de revisão e edição de texto. A partir da leitura de gêneros tex- tuais que podem perten- cer ao jornal, como notí- cia, reportagem e carta ao leitor, os estudantes serão convidados a realizar bre- ves produções de texto por meio de propostas pontuais que abordarão temas como recursos grá- ficos visuais, ilustração, edição de imagem,con- texto de produção, textua- lidade, entre outros. DESENVOLVENDO Para iniciar a primeira aula dessa Sequência de Ati- vidades, sugerimos uma conversa sobre o uso de internet no celular pelos estudantes. Será que eles têm celular com internet móvel ou utilizam o wi- -fi? A internet que eles utilizam é rápida ou tem problemas de conexão e instabilidade? Passa- mos quase um ano todo de 2020 dependendo da internet para estudar, conversar com os amigos, jogar etc. Será que eles tiveram problemas com isso? de seu repertório e da abertura e flexibilidade para o novo. Durante a execução das atividades, problematize com a turma que acreditar que ser criativo é um dom apenas de alguns é um grande mito. Professor(a), como sugestão para a mobilização da imaginação criativa a partir dessa atividade, aproveite o diálogo com a turma sobre o contexto de uso da internet, entendendo suas demandas e necessidades, e converse sobre o uso da imaginação criativa como recurso para desenvolver a criticidade, também. Se, possível, associe nessa conversa o desenvolvimento da competência geral da área das linguagens, a de curadoria de informações e o quanto a imaginação criativa pode colaborar no desenvolvimento da criticidade, pois é preciso além de selecionar, refletir e planejar formas de comunicar adequadas a diferentes contextos. Na finalização dessa aula, instigue que a turma socialize de forma criativa suas respostas com a turma. Coloque-se à disposição para apoiá-los na sistematização das ideias debatidas. Em uma roda de conversa, lance perguntas para identificar o que sua turma pensa sobre essa competência e refletir sobre, tais como: • O que significa ter uma imaginação criativa? Dê exemplos. • Você considera que costuma exercitar a criatividade no seu dia a dia? Traga exemplos. • Como você acha que a competência socioemocional imaginação criativa pode ajudar nas aprendizagens dessa aula? A partir desse diálogo pode ser interessante registrar no quadro as considerações dos alunos e então resgatar a concepção básica para a competência imaginação criativa que se refere à: pensar e fazer coisas de modo diferente, original. Realizar a ponte entre a imaginação e a concretização de novos pensamentos, ideias ou produtos. Uma atitude de investigação, de exploração, de aprender por meio de tentativa e erro fazem parte de agir mobilizando essa competência. Após essa sensibilização inicial, explicite que ao longo das próximas aulas o desenvolvimento da competência socioemocional imaginação criativa será um dos objetivos a ser alcançado! Importante: Importante: a imaginação criativa está bastante presente nas competências gerais 2 e 5 da BNCC. A competência geral 2, que diz respeito ao pensamento científico, crítico e criativo, mobiliza a imaginação criativa ao auxiliar no processo de investigar causas e hipóteses e a gerar novas soluções para problemas importantes. Ao longo da SA, aproveite para explorar essa perspectiva para o uso das multimodalidades na construção de enunciados comunicativos. ACOMPANHAMENTO Todo ser humano é criativo, ou seja, todos temos a capacidade de pensar e agir no mundo de modo criativo e essa capacidade se expressa em variadas esferas da vida, não somente na expressão artística. Crianças, adolescentes, jovens e adultos são dotados da capacidade de buscar soluções originais a partir 24 caderno do professor Aula 2 - FAZENDO PLANOS ACOMPANHAMENTO Professor(a), aproveite o início dessa atividade para retomar a reflexão sobre a competência socioemocional imaginação criativa. Nesse momento pode ser interessante também dar espaço, mesmo que brevemente, para que os alunos comentem sobre como foi fazer a atividade anterior. Professor(a), durante a atividade de construção de lista de planos para o próximo ano, como sugestão, você poderia explorar a imaginação criativa dos estudantes dialogando sobre seus desejos e objetivos alinhados aos seus projetos de vida. Outra sugestão seria a partir da lista de objetivos/ desejos indicar a produção de outra forma de texto multimodal que represente, de forma genuína, como cada um melhor se expressa em relação aos seus anseios (ilustração, colagem, vídeo etc). 5caderno do professor4 caderno do professor CONVERSANDO COM O PROFESSOR Professor, há muitos apli- cativos ou sites online gratuitos que possibilitam a edição de imagem e con- fecção de cartazes utilizan- do recursos gráficos visu- ais, como símbolos, fontes chamativas, ilustrações etc. Incentive o estudante a pesquisar e conhecer es- sas ferramentas, pois elas serão muito úteis ao lon- go de sua formação. FINALIZANDO Para encerrar a atividade, que tal organizar um mo- mento para que cada estu- dante possa compartilhar o que fez? Que tal propor aos estudantes que façam um varal na sala de aula para expor as ilustrações? Essa pode ser uma opor- tunidade proveitosa para comentar pontos que podem ser aprimorados, seja na escolha dos re- cursos gráficos visuais ou na construção do texto. É importante que os estu- dantes percebam que, ao transferir um texto para uma imagem, é necessá- rio fazer edições e altera- ções, como escolher um título que chame a aten- ção, selecionar as infor- mações mais relevantes, comunicar-se com poucas palavras, além de utilizar recursos de imagens ou ilustrações que combi- nem com o texto. AULA 2 – Fazendo planos ORGANIZAÇÃO DA TURMA Individualmente. MATERIAL NECESSÁRIO Caderno do Estudante. INICIANDO Para essa segunda aula, sugerimos que os estudantes tenham contato com um texto do gênero carta ao leitor. Antes de iniciarem a leitura individualmente, que tal fazer uma conversa com o grupo sobre o que eles sabem sobre esse gê- nero? Em qual veículo de comunicação costumamos encontrar esse tipo de tex- to? Os estudantes já leram uma carta ao leitor? Qual será a função desse gêne- ro textual? Veja algumas das principais característi- cas da carta ao leitor: • Textos breves e escri- tos em 1ª pessoa; • Temas atuais; • Linguagem simples, clara e objetiva; • Presença de um públi- co-alvo; • Texto expositivo e ar- gumentativo. DESENVOLVENDO Sugerimos que a leitura seja realizada individual- mente. No entanto, antes de os estudantes respon- derem aos exercícios, que tal retomar a notícia da aula anterior e compará-la à carta ao leitor? Ambos são textos informativos? É importante conduzir a conversa no sentido de mediar as reflexões dos estudantes para que eles possam perceber que o primeiro texto tem o objetivo de informar, en- quanto o segundo de dar orientações aos leitores. Se for preciso, faça uma tabela na lousa separan- do o texto informativo e o de orientação, lembrando que as características dos gêneros textuais não são fechadas, podendo tam- bém transitar entre um e outro. A notícia aborda o uso da internet móvel 5G na Coreia do Sul, além de também comentar sobre a evolução da rede de internet móvel até a 5G e da perspectiva da chegada dessa tecnologia ao Brasil. Espera-se que o estudante perceba que a imagem serve como facilitadora da compreensão da passagem do tempo a partir da linha cronológica. É importante que os estudantes compreendam que, por ser visual, ela é mais acessível do que se as informações estivessem inseridas apenas no texto corrido. Resposta pessoal do estudante. AVALIAÇÃO EM PROCESSO Professor(a), problematize com os estudantes sobre como foi o desenvolvimento da competência socioemocional imaginação criativa no decorrer da aula. • A competência socioemocional imaginação criativa auxiliou na aprendizagem da atividade proposta para as aulas? Por quê? Deem exemplos. • Qual(is) hábito(s) a turma mudaria ou reforçaria para desenvolver mais a imaginação criativa? Registrem, cada um, uma ação que pode ser desempenhada ao longo das próximas aulas. É fundamental que você também, professor(a), se questione sobre suas práticas até aqui: