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1 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 Osteosporose Definição: é uma doença esquelética silenciosa caracterizada por resistência óssea comprometida, predispondo a um risco aumentado de fraturas. Resistência óssea reflete a integração de dois fatores: densidade óssea (g/cm²) e qualidade óssea. - É um fator de risco para fratura - É uma doença subdiagnosticada porque às vezes o médico não pergunta *geralmente, na osteoporose não há dor, quando se têm normalmente é porque teve uma fratura ou uma compressão de um nervo. *a osteoporose faz parte de uma doença do metabolismo do cálcio - Desordem esquelética mais comum, caracterizada pelo comprometimento da resistência óssea, predispondo a fraturas - Regiões mais precocemente atingidas: ossos trabeculares – vertebras dorsais e lombares – região distal do rádio (Colles) - Mais tardiamente: regiões de osso cortical – colo femoral, transtrocantéricas - Mulheres mais propensas a ter essa doença (talvez porque ela começa a perder essa proteção logo após a menopausa com a perda do estrogênio) - Alta morbidade, redução da independência - Mortalidade de 20% após fratura de quadril (durante a recuperação da fratura) Tecido ósseo: - Tecido especializado em constante renovação/remodelação, responsável por nos dar sustentação. - Pisco massa óssea – nascimento até a 3ª década de vida. *o pico de massa óssea é a quantidade de osso que a gente consegue atingir. A partir dos 30 anos, apesar de existir toda remodelação há perda de massa óssea. Se a pessoa não fez uma boa reserva de massa óssea e não tenha atingido esse pico, ela terá um risco maior de osteoporose. ▪ Curiosidade: 20% do tecido ósseo é renovado anualmente. A cada 5 anos mais ou menos há uma renovação óssea. Atenção a como essa renovação é feita, se ela não for feita de forma adequada, é um fator negativo. - Fatores que influenciam na densidade óssea: raciais, genético, nutricionais (mais importante), hormonais, atividade física (tanto a não programada quanto a programada) *a raça branca possui um pouco mais de risco Fisiologia: ▪ Osso cortical – camada externa - Há o periósteo e, as vezes ele é mais estendido e fortalecido por causa da testosterona ▪ Osso esponjoso ou trabecular – camada interna – interior dos ossos longos e esqueleto axial - É onde ocorre a maior troca; onde o cálcio entra e sai. Osso: predomina colágeno tipo I onde se deposita o cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita 2 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 ▪ Osteoblastos: são células responsáveis pela formação da matriz ▪ Osteoclastos: responsável pela reabsorção do osso O equilíbrio entre os osteoblastos e osteoclastos é fundamental para que o remodelamento e a absorção ocorram de forma Ciclo: destruição → construção Força óssea: densidade + qualidade (microarquitetura + turnover (a velocidade com que ocorre a remodelação/absorção) + mineração + celularidade) Causas de osteoporose: - Primária: ▪ Tipo I – Pós menopausa – alta reabsorção óssea - Ocorre principalmente nos primeiros 5/10 anos pós menopausa, onde ocorre uma alta reabsorção óssea (osteoclastos trabalham muito mais, diminuindo a densidade óssea) 3 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 ▪ Tipo II – Sinil – diminuição da atividade osteoblástica - Ocorre em uma fase mais avançada (70-80 anos) tanto na mulher como no homem, os osteoblastos não dão mais conta de repor a reabsorção que os osteoclastos acabam fazendo - Secundária: ▪ Medicamentos: corticoides, heparina, lítio, antirretrovirais, antivirais, liuréticos, L tiroxina (em excesso) ▪ Endócrinas: hipertireoidismo, síndrome de Cushing, hiperparatireodismo (é o excesso de PTH – o hormônio paratireoideano), hipogonadismo - Professor relata que não vê muita osteoporose por hipotireoidismo - S. de Cushing → pelo uso de corticoide Paratireoide: são 4 (duas em cima e duas embaixo da tireoide), que produz o hormônio PTH que tem o papel de controlar os níveis de cálcio no sangue. Se não tem uma quantidade adequada de sangue no sangue, ele vai no osso e retira de lá. Se houver um estímulo grande de hipocalcemia levando a esse aumento do PTH, há um PTH tirando muito cálcio do osso e pode levar a osteoporose. O hiperparatireodismo pode acontecer por várias formas, existe a forma primária que é quando o PTH é produzido de forma independente pela paratireoide (quando há uma hiperplasia ou um tumor), umadas características é a elevação do cálcio sanguíneo, sendo o tratamento cirúrgico. Existe a forma secundária Cálcio normal e PTH elevado → hiperparatireodismo secundário (ou o paciente não absorve cálcio adequadamente ou as vezes está faltando vitamina D) ▪ Metástases ósseas de câncer pode acontecer → em azul: meninos; em rosa: meninas Fatores de risco: - Não modificaveis: ▪ Idade ▪ Sexo ▪ Genética ▪ Etnia 4 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 - Modificáveis: ▪ Sedentarismo ▪ Nutricionais ▪ Habitos de vida ▪ Hipogonadismo ▪ Imobilização Fatores de risco para fraturas: ▪ Gênero ▪ Etnia ▪ Aumento da idade ▪ IMC baixo (ver a massa corpórea, massa muscular, taxa de gorduras) ▪ Fratura ▪ Osteoporose ▪ Diminuição de DEXA ▪ A reumatoide ▪ Coiticoide ▪ Tabagismo ▪ Álcool Avaliação clínica: - Paciente assintomático - Cifose e perda estatural - Dor ou deformidade – associada às fraturas - Anamnese – história reprodutiva (menarca, gestações, ciclos menstruais e idade à menopausa) - Padrão nutricional – ingestão de cálcio – exposição ao sol - Tabagismo, uso de álcool - Antecedentes mórbidos – hipertireoidismo, diarreia crônica, uso de corticoide e outras medicações Avaliação laboratorial: - Identificar causas secundárias de osteoporose - Cálcio, hemograma, 25 hidroxi vitamina D, PTH - Marcadores bioquimicos de remodelação óssea (osteocalcina, fofatase alcalina – total ou osseo específica, pró peptídeos do colágeno tipo 1, C-telopeptídeo) → AJUDA NO MONITORAMENTO Densitometria óssea: - Objetivo: determinar a densidade mineral óssea, faz o diagnostico de osteoporose! Como pedir: DMO de coluna lombar e de fêmur total → vai ver os dois sitios de ossos - Vai se medir: coluna lombar (L1 – L4), fêmur total e colo do fêmur - Antebraço (radio distal ou 33%) Dois scores: ▪ Z score – indivíduos da mesma idade 5 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 ▪ T score – adultos jovens (20 a 30 anos) → mais importante e relacionado a fratura. Vai comparar a sua densidade ossea com o adulto jovem de 20/30 anos Doenças osteodegenerativas e fraturas podem elevar falsamente a DMO Coluna lombar: Fêmu/Colo: Fêmur total: Avaliar pelo T score: 6 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 DMO: Interpretação: - Para homens com mais de 50 anos e mulheres na pós menopausa ou cimatério - T score: ▪ Até -1: normal ▪ De -1 até -2,49: osteopenia ou baixa massa óssea ▪ < ou = -2,5: osteoporose - Se possivel, fazer o exame sempre na mesma máquina 7 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 → auxilia quando não há a DMO Triagem (DEXA): Tratamento: ▪ Prevenção – assegurar pico de massa óssea adequeado e evitar perda óssea ▪ Parar de fumar ▪ Reduzir consumo de cafeína e álcool ▪ Prevenção de quedas (como é a casa dela, cuidados com moveis e escorregões) ▪ Atividade fisica resistida Suplementação de cálcio: 8 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 Quantidade de cálcio nos alimentos: Tratamento farmacológico: - Indicação: presença de fratura por fragilidade, independente do T score ▪ T score < ou = a -2,5 ▪ T score entre < ou = a -1,5 com fatores de risco - Estimuladores da formação óssea – Teriparatida (PHT recombinante):é usado de forma subcutânea - Inibidores da reabsorção óssea – bisfosfonatos (escolha), estrogênios, calcitonina, moduladores seletivos dos receptores de estrôgeno (SERM), denosumab (anticorpo monoclonal humano que irá inibir a proteína RANKL, bloqueiando os acoplamentos dos osteoclastos e osteoblastos O que o professor faz: começa usando o bisfosfonatos por 1/2 anos, pede uma nova DMO e vê o resultado. Se tiver um bom resultado, o tratamento é mantido. Se não tiver, troca-se pelo denosumab (uso subcutâneo e semestral) Osteoporose no homem: ▪ 30% das fraturas osteoporóticas ocorrem nos homens ▪ 15 a 25% das fraturas – deficiência androgênica ▪ Mesma causas secundárias – hipogonadismo, uso prévio de corticoide, abuso de álcool, passado de ressecção gástrica ▪ Paciente trans – mantém a massa óssea com reposição hormonal 9 ENDOCRINOLOGIA Rafaela Matos – 6º semestre – 2021.1 Osteoporose por uso de corticoide: ▪ Causa mais comum de osteoporose secundária ▪ Endogenos (sindrome de cushing) ou exógenos ▪ Uso de glicocorticoide (5mg/dia de predinisona por >3 meses) ▪ Fraturas – 30 a 50% dos usuários cronicos de corticoide DÚVIDA: professor, então uma mulher de 53 anos, que já entrou na menopausa, está com a vitamina D muito baixa e não realizou a DMO, inicialmente, eu suplemento ela apenas com a vit. D ou prescrevo também um inibidor da reabsorção óssea e indico a DMO? Resposta: primeiro de tudo eu faria uma reposição da vitamina D; não faria no momento um inibidor da reabsorção óssea porque ela não tem osteoporose, ela apenas entrou na menopausa (que é um fatores de risco). E se ela não tiver outro fator de risco, eu também não vou indicar a DMO para ela nesse momento. Eu vou cuidar da ingesta dela de vitamina D e de cálcio. Corticosteoides: ▪ Supressão de atividade dos osteoblastos → redução na massa óssea e fragilidade para reagir a microlesões ▪ Inibição da absorção intetsinal de cálcio ▪ Aumentam a produção de RANK promovendo atividade osteoclástica Recomendações em usuários de corticoide: ▪ Dosagem anual de 25 hidroxi vitamina D, acompanhar estatura ▪ Cessar tabagismo, reduzir ingestão de álcool e realizar atividade física ▪ Reposição de cálcio e vitamina D ▪ Mulheres pós menopausa e homens > 50 anos – avaliar introdução de bisfosfonados – tratar precocemente + DMO Conclusão: ▪ Alta prevalência ▪ Subdiagnosticada e subtratada ▪ Fraturas osteoporóticas estão associadas com significativa morbidade e mortalidade ▪ O diagnóstico correto e o manejo terapêutico adequado são fundamentais para reduzir as consequencias desta doença
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