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GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
 SIMULACICLOS – GABARITO COMENTADO – RODADA 01 
 
GRUPO A1 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE2 
 
QUESTÃO 01 
Tendo em vista as modificações sofridas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa 
correta: 
 
a) A Lei nº 13.812/2019 alterou o ECA e passou a prever que nenhuma criança ou adolescente menor de 
18 (dezoito) poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou 
responsável, sem expressa autorização judicial. 
b) A Lei nº 13.845/2019 alterou o art. 53, inciso V, do ECA e passou a assegurar à criança e ao adolescente 
o acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo 
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. 
c) Lei nº 13.812/2019 alterou o ECA e passou a prever que o adolescente pode fazer viagens nacionais 
mesmo que estiver desacompanhado dos pais ou responsável, não sendo necessária autorização 
judicial. As restrições que passaram a existir são apenas para viagens de crianças, ou seja, menores de 
12 anos. 
d) A Lei nº 13.824/2019 dispõe que em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito 
Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública 
local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) 
anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha. 
e) A Lei nº 13.840\2019 passou a prever que é dever do Poder Público, exclusivamente, assegurar 
medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. 
 
GABARITO: LETRA B. 
 
a) A Lei nº 13.812\2019 alterou o ECA e passou a prever que nenhuma criança ou adolescente menor de 18 
(dezoito) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, 
sem expressa autorização judicial. 
 
ERRADO. 
 
 Quem aí está com o vade mecum remendado por conta das várias modificações sofridas pelo ECA 
esse ano? Quem não está, prepara a caneta e o papel. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente impõe, em seus arts. 83 a 85, algumas restrições para que as 
crianças e adolescentes façam viagens desacompanhados dos pais. 
A Lei nº 13.812/2019 promoveu importante alteração nessas regras. Vejamos: 
 
REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO APÓS A LEI Nº 13.812/2019 
Adolescente podia fazer viagens nacionais mesmo 
que estivesse desacompanhado dos pais ou 
responsável, não sendo necessária autorização 
judicial. 
Determinou que as mesmas restrições impostas 
para viagens nacionais de crianças também devem 
ser estendidas para adolescentes menores de 16 
anos 
 
1 Por Bárbara Abreu. 
2 Por Bárbara Abreu. 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
As restrições que existiam eram apenas para 
viagens de crianças (ou seja, menores de 12 anos). 
 
b) A Lei nº 13.845/2019 alterou o art. 53, inciso V, do ECA e passou a assegurar à criança e ao adolescente o 
acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo 
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. 
 
CERTO. 
 
Foi publicada no dia 18/06/2019, a Lei nº 13.845/2019, que alterou o ECA (Lei nº 8.069/90) e passou 
a prever que as crianças e os adolescentes possuem o direito de estudar na mesma escola que seu irmão, 
desde que eles estejam na mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. Veja a redação da novidade: 
 
REDAÇÃO ORIGINAL REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.845/2019 
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de 
sua residência. 
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua 
residência, garantindo-se vagas no mesmo 
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma 
etapa ou ciclo de ensino da educação básica. 
 
 
c) Lei nº 13.812\2019 alterou o ECA e passou a prever que o adolescente pode fazer viagens nacionais mesmo 
que estiver desacompanhado dos pais ou responsável, não sendo necessária autorização judicial. As 
restrições que passaram a existir são apenas para viagens de crianças, ou seja, menores de 12 anos. 
 
ERRADO. 
 Essa é a redação anterior à Lei nº 13.812\2019. Atualmente, as mesmas restrições impostas às crianças, 
passaram a ser exigidas para adolescentes menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
VIAGEM NACIONAL 
 
SITUAÇÃO É NECESSÁRIA A AUTORIZAÇÃO? 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar com 
o pai e a mãe. 
NÃO 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar só 
com o pai ou só com a mãe. 
NÃO 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar com 
algum ascendente (avô, bisavô). 
NÃO 
(nem dos pais e nem do juiz) 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar com 
algum colateral, maior de idade, até 3º grau (irmão, 
tio e sobrinho). 
NÃO 
(nem dos pais e nem do juiz) 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar 
acompanhada de uma pessoa maior de idade, mas 
que não seja nenhum dos parentes acima listados 
(ex: amigo da família, chefe de excursão, treinador 
de time). 
SIM 
Será necessária uma autorização expressa do pai, 
mãe ou responsável (ex: tutor) pela criança. 
 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar sem 
estar acompanhada por uma pessoa maior de 
idade. 
SIM 
Será necessária uma autorização do juiz da infância 
e juventude. 
 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
Criança e adolescente menor de 16 anos viajar 
desacompanhada de parentes para comarca 
vizinha, localizada dentro do mesmo Estado, ou 
para comarca que pertença à mesma região 
metropolitana. 
NÃO 
(nem dos pais e nem do juiz) 
Adolescente maior de 16 anos viajar 
desacompanhado de pais, responsável, parente ou 
qualquer outra pessoa. 
NÃO 
Adolescentes maiores de 16 anos podem viajar 
pelo Brasil sem autorização. 
 
d) A Lei nº 13.824/2019 dispõe que em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal 
haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, 
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, 
permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha. 
 
ERRADO. 
 
A Lei nº 13.824/2019 que alterou o art. 132 do Estatuto da Criança e do Adolescente para permitir a 
possibilidade ilimitada de recondução dos conselheiros tutelares. Assim, a redação do artigo 132 passou a ser: 
Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho 
Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos 
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha. 
 
e) A Lei nº 13.840\2019 passou a prever que é dever do Poder Público, exclusivamente, assegurar medidas de 
conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. 
ERRADO. 
 
A Lei nº 13.840, de 2019 incluiu o Art. 53-A que dispõe que é dever da instituição de ensino, clubes e 
agremiações recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção 
e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. 
 
QUESTÃO 02 
Imagine agora a seguinte situação hipotética: Joaquim, com 17 anos e 11 meses de idade, praticou ato 
infracional equiparado a roubo. O Promotor de Justiça ofereceu representação ao Juiz, propondo a 
instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa (art. 182 do ECA).O Juiz entendeu 
que não era o caso de rejeição da representação e, assim, designou audiência de apresentação do 
adolescente. Na audiência de apresentação, o Juiz ouvir o adolescente e seus pais. Em seguida, o magistrado, 
por entender que não era o caso de conceder remissão judicial, determinou o prosseguimento do processo 
com a realização de instrução. Depois da instrução foi realizado o debate entre Ministério Público e defesa. 
Chegouo momento de o Juiz proferir a sentença. Ocorre que o magistrado verificou que, em virtude da 
demora na tramitação do processo, João já está atualmente com 19 anos. Assinale a correta. 
 
a) A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na 
aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não 
atingida a idade de 21 anos. 
b) O fato de o adolescente ter completado 18 anos durante o curso do processo onde se apura o ato 
infracional interfere na sentença, por isso, não é possível que o magistrado aplique medida 
socioeducativa à Joaquim, já adulto. 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
c) O fato de o adolescente ter completado 18 anos durante o curso do processo onde se apura o ato 
infracional interfere na sentença, por isso, não é possível que Joaquim continue sendo julgado pelo 
juízo da Vara de Infância e Adolescência por já ter atingido a maioridade penal. 
d) No caso de apuração de ato infracional, aplica-se subsidiariamente o CPP ou o CPC. Aplica-se o CPC 
para o processo de conhecimento (representação, produção de provas, memoriais, sentença e o CPP 
para as regras do sistema recursal (art. 198 do ECA). 
e) A superveniência da maioridade penal interfere somente na aplicabilidade de medida socioeducativa. 
Assim, o fato de o adolescente ter completado 18 anos durante a cumprimento da medida 
socioeducativa faz com que essa execução tenha que ser encerrada. 
 
GABARITO: LETRA A. 
 
 Pessoal, cobrei o entendimento da Súmula 605-STJ: A superveniência da maioridade penal não 
interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive 
na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/03/2018, DJe 
19/03/2018. 
 Vamos analisar os comentários feitos pelo nosso bff #marcinho sobre essa súmula nova e importante. 
 
 No caso de apuração de ato infracional, aplica-se subsidiariamente o CPP ou o CPC? 
Depende. Aplica-se: 
• o CPP para o processo de conhecimento (representação, produção de provas, memoriais, sentença); 
• o CPC para as regras do sistema recursal (art. 198 do ECA). 
 
Resumindo: 
1ª opção: normas do ECA. 
Na falta de normas específicas: 
• CPP: para regular o processo de conhecimento. 
• CPC: para regular o sistema recursal. 
 
É possível que Joaquim (nosso caso) continue sendo julgado pelo juízo da Vara de Infância e Adolescência 
mesmo já tendo atingido a maioridade penal (18 anos)? É possível que o magistrado aplique alguma medida 
socioeducativa em relação a João mesmo ele já sendo adulto (maior de 18 anos)? 
SIM. A medida socioeducativa pode ser aplicada ao indivíduo maior de 18 anos, desde que o ato infracional 
tenha sido praticado antes, ou seja, quando ele ainda era adolescente. A superveniência da maioridade penal 
não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa. Em palavras 
mais simples: o fato de o adolescente ter completado 18 anos durante o curso do processo onde se apura o 
ato infracional não interfere na sentença. O juiz poderá aplicar normalmente a medida socioeducativa. 
 
Outra situação: Pedro, com 17 anos de idade, recebeu medida socioeducativa de internação pela prática de 
ato infracional. Ele está cumprindo medida em uma unidade de internação de adolescentes infratores. 
Ocorre que Pedro completou 18 anos. Ele pode continuar cumprindo a internação? 
SIM. A superveniência da maioridade penal não interfere na aplicabilidade de medida socioeducativa. Em 
palavras mais simples: o fato de o adolescente ter completado 18 anos durante a cumprimento da medida 
socioeducativa não faz com que essa execução tenha que ser encerrada. Ela continuará normalmente até o 
Juiz entenda que a medida já cumpriu a sua finalidade ou até que o indivíduo complete 21 anos. 
 
Se o interno completar 21 anos, deverá ser obrigatoriamente liberado, encerrando o regime de internação. 
Mas o ECA pode ser aplicado para maiores de 18 anos? Existe possibilidade legal para isso? 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
SIM. Essa autorização encontra-se prevista no art. 2º, parágrafo único e no art. 121, § 5º do ECA: Art. 2º 
Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente 
aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. 
Desse modo, um exemplo desse parágrafo único do art. 2º do ECA é justamente a possibilidade de aplicação e 
cumprimento de medida socioeducativa para pessoas entre 18 e 21 anos, desde que o fato tenha sido 
praticado antes de atingida da maioridade penal, ou seja, antes dos 18 anos. 
 
Idade na data do fato 
O que interessa para saber se a pessoa deve responder por ato infracional é considerar a sua idade na data do 
fato, e não na data do julgamento ou do cumprimento da medida (respeitada a idade máxima de 
21 anos). Veja o que diz o ECA: 
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. 
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato. 
Assim, se data do fato, o adolescente tinha menos de 18 anos, nada impede que permaneça no cumprimento 
de medida socioeducativa imposta, ainda que implementada a sua maioridade penal. 
 
Internação até 21 anos 
Vale ressaltar o art. 121 do ECA, que trata sobre a internação, prevê expressamente a possibilidade de o 
indivíduo permanecer cumprindo a medida até 21 anos. Confira: 
Art. 121 (...) 
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
O art. 121, § 5º dispõe sobre a internação. Essa possibilidade de o indivíduo cumprir medida mesmo até 
os 21 anos vale para a medida de semiliberdade? 
SIM. Existe previsão expressa afirmando que as regras da internação, incluindo o art. 121, § 5º, podem ser 
aplicadas, no que couber, à medida de semiliberdade: 
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para 
o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. 
(...) § 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à 
internação. 
O ECA, ao tratar sobre a liberdade assistida, não traz um dispositivo como esse do art. 120, § 2º acima 
transcrito. Em razão disso, vários doutrinadores sustentaram que, para a liberdade assistida, o cumprimento 
deveria ficar restrito até os 18 anos por ausência de previsão legal. Essa tese prevaleceu? 
NÃO. A jurisprudência entendeu que, mesmo sem regra expressa, deve ser permitido o cumprimento da 
liberdade assistida até os 21 anos, assim como ocorre com a internação e a semiliberdade. Não há qualquer 
fundamento jurídico ou lógico que autorize uma diferença de tratamento. Isso porque a internação e a 
semiliberdade são medidas mais gravosas que a liberdade assistida. Desse modo, seria ilógico considerar que 
é possível a incidência das medidas mais gravosas e, ao mesmo tempo, proibida a aplicação das mais brandas. 
Assim, o STJ possui o entendimento pacífico de que o art. 121, § 5º do ECA admite a possibilidade da extensão 
do cumprimento da medida socioeducativa até os 21 anos de idade, abarcando qualquer que seja a medida 
imposta ao adolescente. 
 
QUESTÃO 03 
João, adolescente, praticou ato infracional equiparado a roubo majorado (art. 157, § 2º, I e II, do CP). 
Durante todo o processo, João permaneceu em liberdade. O magistrado proferiu sentença aplicando-lhe 
medida socioeducativa de internação. A defesa interpôs recurso de apelação. A apelação foi recebida apenas 
no seu efeito devolutivo (ou seja, não foi recebida no efeito suspensivo). Como o recurso não suspendeu a 
sentença, isso significa que, na prática, o adolescente deverá aguardar nocentro de internação o julgamento 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
da apelação. Em outros termos, foi negado ao adolescente o direito de recorrer em liberdade e ele iniciará 
o cumprimento da medida de internação. A decisão foi acertada? 
 
a) Não, uma vez que deve ser aplicado subsidiariamente o CPC à fase recursal e o art. 1.012 do CPC/2015 
afirma que, em regra, o recurso de apelação deverá ser recebido no seu duplo efeito. 
b) Não, uma vez que o recurso de apelação, nesses casos, deve ser recebido, necessariamente, em ambos 
os efeitos (suspensivo e devolutivo), conforme dispõe o ECA. 
c) Sim, é possível que o adolescente infrator inicie o imediato cumprimento da medida socioeducativa 
de internação que lhe foi imposta na sentença, mesmo que ele tenha interposto recurso de apelação 
e esteja aguardando seu julgamento. 
d) Sim, o STJ, inclusive, possui súmula dispondo que o adolescente infrator, em regra, não tem direito de 
aguardar em liberdade o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a medida 
de internação. 
e) Não, às medidas socioeducativas deve ser aplicado o entendimento exposto nas ADC’s 43, 44 e 54 de 
que o cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. 
 
GABARITO: LETRA C. 
 
#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO 
 É possível que o adolescente infrator inicie o imediato cumprimento da medida socioeducativa de internação 
que lhe foi imposta na sentença, mesmo que ele tenha interposto recurso de apelação e esteja aguardando 
seu julgamento. 
Esse imediato cumprimento da medida é cabível ainda que durante todo o processo não tenha sido imposta 
internação provisória ao adolescente, ou seja, mesmo que ele tenha permanecido em liberdade durante a 
tramitação da ação socioeducativa. 
Em uma linguagem mais simples, o adolescente infrator, em regra, não tem direito de aguardar em liberdade 
o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a medida de internação. 
STJ. 3ª Seção. HC 346.380-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti 
Cruz, julgado em 13/4/2016 (Info 583). 
 
Em suma: 
Condicionar, de forma peremptória, o cumprimento da medida socioeducativa ao trânsito em julgado da 
sentença que acolhe a representação – apenas porque não se encontrava o adolescente já segregado 
anteriormente à sentença – constitui verdadeiro obstáculo ao escopo ressocializador da intervenção estatal, 
além de permitir que o adolescente permaneça em situação de risco, exposto aos mesmos fatores que o 
levaram à prática infracional. 
Em uma linguagem mais simples, o adolescente infrator, em regra, não tem direito de aguardar em liberdade 
o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a medida de internação. 
 
 Obs1: Caso esse questionamento seja feito na segunda fase, é sempre de bom tom colocar as posições 
divergentes e, no caso dos nossos assistidos #sangueverde, é possível defender que ao adolescente deve ser 
resguardado o direito a aguardar o julgamento da apelação em liberdade. Pode ser utilizado, entre outros, os 
seguintes argumentos: ofensa ao princípio da não-culpabilidade (presunção de inocência); revogação do inciso 
VI do artigo 198 do ECA que previa que os recursos seriam recebidos apenas no efeito devolutivo, o que 
significa que agora os recursos no ECA deverão obedecer a legislação subsidiária, ou seja, o CPC e o art. art. 
1.012 do CPC/2015 afirma que, em regra, o recurso de apelação deverá ser recebido no seu duplo efeito; 
proibição de tratamento mais gravoso ao adolescente, se ao adulto, em regra, deve ser concedido o direito de 
recorrer em liberdade, ao adolescente não pode ser dado tratamento mais grave; violação do princípio da 
legalidade previsto no artigo 35, I da Lei nº 12.594/12. 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
 Obs2: No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. Marco Aurélio), afirmou que 
o cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. Assim, restou 
proibida a execução provisória da pena. Porém, esse entendimento não pode ser aplicado em relação às 
medidas socioeducativas por não ser pena. Novamente, ressalto que é sempre importante mostrar, nas fases 
subjetivas e oral, o conhecimento acerca de temas atuais mesmo que não seja o entendimento consolidado. 
 
QUESTÃO 04 
Segundo a Lei nº 12.594\2012, responsável por instituir o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(Sinase): 
 
a) É vedada a edificação de unidades socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de qualquer 
outra forma integrados a estabelecimentos penais. 
b) Compete aos Municípios criar, desenvolver e manter programas para a execução das medidas 
socioeducativas de semiliberdade e internação; 
c) Compete aos Estados criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas 
socioeducativas em meio aberto; 
d) A direção da unidade adotará, em caráter excepcional, medidas para proteção do interno em casos de 
risco à sua integridade física, à sua vida, ou à de outrem, comunicando, de imediato, ao Juiz da Infância 
e Juventude. 
e) Para o exercício da função de dirigente de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou 
de internação, além dos requisitos específicos previstos no respectivo programa de atendimento, é 
necessário a formação de nível superior compatível com a natureza da função; comprovar experiência 
no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 1 (um) ano e reputação ilibada. 
 
GABARITO: LETRA A. 
 
a) É vedada a edificação de unidades socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de qualquer outra 
forma integrados a estabelecimentos penais. 
 
CORRETO. 
 
#leiseca 
 
Artigo 16, § 1º do SINASE. 
 
b) Compete aos Municípios criar, desenvolver e manter programas para a execução das medidas 
socioeducativas de semiliberdade e internação; 
 
ERRADO. 
 
Segundo o art. 4º, inciso III do SINASE, compete aos Estados criar, desenvolver e manter programas 
para a execução das medidas socioeducativas de semiliberdade e internação. 
 
c) Compete aos Estados criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas 
socioeducativas em meio aberto; 
 
ERRADO. 
 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
 Segundo o art. 5º, inciso III do SINASE, compete aos Municípios criar e manter programas de 
atendimento para a execução das medidas socioeducativas em meio aberto. 
 
d) A direção da unidade adotará, em caráter excepcional, medidas para proteção do interno em casos de 
risco à sua integridade física, à sua vida, ou à de outrem, comunicando, de imediato, ao Juiz da Infância e 
Juventude. 
 
ERRADO. 
 
Art. 16, §2º dispõe que a direção da unidade adotará, em caráter excepcional, medidas para proteção 
do interno em casos de risco à sua integridade física, à sua vida, ou à de outrem, comunicando, de imediato, 
seu defensor e o Ministério Público. 
 
e) Para o exercício da função de dirigente de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou de 
internação, além dos requisitos específicos previstos no respectivo programa de atendimento, é 
necessário a formação de nível superior compatível com a natureza da função; comprovar experiência no 
trabalho com adolescentes de, no mínimo, 1 (um) ano e reputação ilibada. 
 
ERRADO. 
 
 O Art. 17 do SINASE dispõe que para o exercício da função de dirigente de programa de atendimento 
em regime de semiliberdade ou de internação, além dos requisitos específicos previstos no respectivo 
programa de atendimento, é necessário: formação de nível superior compatível com a natureza da função; 
comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos; e reputação ilibada. 
 
QUESTÃO 05 
Ainda sobre a Lei nº 12.594\2012, estão previstos expressamente os seguintes princípios, salvo: 
 
a) Legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferidoao 
adulto. 
b) Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo. 
c) Proporcionalidade em relação à ofensa cometida. 
d) Prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, atendam às 
necessidades das vítimas. 
e) Intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a 
situação de perigo seja conhecida. 
 
GABARITO: LETRA E. 
 
 #SELIGA #FIQUEDEOLHO #NÃOCONFUNDA 
 
Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelos seguintes princípios: 
 
I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferido ao adulto; 
 
II - excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se meios de 
autocomposição de conflitos; 
 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
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III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, atendam às necessidades 
das vítimas; 
 
IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida; 
 
V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei 
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) ; 
 
VI - individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais do adolescente; 
 
VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da medida; 
 
VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social, 
orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a qualquer minoria ou status ; e 
 
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo. 
 
Observação importante: Princípio da intervenção precoce - Ainda que o adolescente infrator tenha 
respondido ao processo de apuração de prática de ato infracional em liberdade, a prolação de sentença 
impondo medida socioeducativa de internação autoriza o cumprimento imediato da medida imposta, tendo 
em vista os princípios que regem a legislação menorista, um dos quais é o princípio da intervenção precoce na 
vida do adolescente, positivado no parágrafo único, VI, do art. 100 do ECA. 
Art. 100 (...) 
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas: 
(...) 
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação 
de perigo seja conhecida; 
Assim, em que pese estar previsto no ECA como princípio da aplicação das medidas socioeducativas, esse 
princípio não está previsto para a execução das medidas socioeducativas. 
 
QUESTÃO 06 
Imagine a seguinte situação hipotética: Ricardo, adolescente de 17 anos, agrediu outro adolescente com 
socos e pontapés. O Ministério Público ofereceu remissão pré-processual cumulada com medida 
socioeducativa de semiliberdade, como forma de exclusão do processo. Sobre a remissão, assinale a opção 
correta: 
 
a) A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da 
competência concorrente do juiz e do Ministério Público. 
b) Se o representante do Ministério Público ofereceu a adolescente remissão pré-processual (art. 126, 
caput, do ECA) cumulada com medida socioeducativa e o juiz discordou dessa cumulação, ele não pode 
excluir do acordo a aplicação da medida socioeducativa e homologar apenas a remissão. 
c) Na proposta, o MP poderá exigir que o adolescente cumpra uma medida socioeducativa, desde que 
não seja internação. Dessa forma, é plenamente possível a remissão ministerial imprópria da forma 
imposta no caso. 
d) O juiz, no momento da homologação, deve discordar da cumulação pretendida e decotá-la, ou seja, 
deve excluir a obrigação do adolescente de cumprir a medida socioeducativa, uma vez que esta viola 
a parte final do art. 127 do ECA que veda a exigência, pelo Ministério Público, que o adolescente 
cumpra medida socioeducativa em regime de semiliberdade ou internação (art. 127 do ECA) e deve 
homologar a remissão pura e simples. 
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e) Se o juiz discordar da proposta, deve remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante 
despacho fundamentado, e este deve oferecer a representação a fim de dar continuidade ao processo. 
 
GABARITO: LETRA B. 
 
 A remissão é muito cobrada em provas e precisa estar fresquinha na cabeça de vocês. 
 
 Vamos revisar. 
 
#AJUDAMARCINHO 
 
O que é remissão? 
Remissão, no ECA, é o ato de perdoar o ato infracional praticado pelo adolescente e que irá gerar: 
1) a exclusão; 
2) a extinção; ou 
3) a suspensão do processo, a depender da fase em que esteja. 
 
A remissão não significa necessariamente que esteja se reconhecendo que o adolescente praticou aquela 
conduta nem serve para efeito de antecedentes. 
 
Fundamento convencional 
A remissão é um instituto recomendado pelas Nações Unidas em um documento internacional chamado de 
"Regras mínimas das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e da Juventude" (Regras de 
Beijing). Essa recomendação existe porque se entende que, sempre que possível, deve-se evitar que o 
adolescente seja submetido a uma ação socioeducativa na qual ele passaria pelo estigma de ter sido submetido 
a um processo judicial infracional. 
Na versão original das Regras de Beijing, escrita em inglês, a expressão utilizada para o instituto foi "diversion" 
que acabou sendo traduzido como "remissão". A doutrina especializada, no entanto, critica esta tradução e 
afirma que remissão é chamada no inglês de "remission" (perdão). Logo, a tradução mais correta de "diversion" 
seria algo como "encaminhamento diferente do original". (ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo; 
CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adolescente. Comentado artigo por artigo. 6. ed. São Paulo: 
RT, 2014, p. 385). 
 
A remissão está prevista na legislação brasileira? SIM. A remissão está prevista nos arts. 126 a 128 e também 
no art. 188 do ECA. Características da remissão: 
 a) A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade. Em 
outras palavras, caso o adolescente aceite, isso não significa que ele estará reconhecendo que praticou ou que 
é "culpado" pelo ato infracional que lhe é imputado. A remissão é para evitar que o processo inicie ou continue; 
b) A remissão não prevalece para efeito de antecedentes, ou seja, se o adolescente tiver sido beneficiado com 
uma, duas ou várias remissões, isso não significa "maus antecedentes" não podendo prejudicá-lo se vier a ser 
julgado em uma ação socioeducativa ou uma ação penal no futuro; 
c) O adolescente que receber a remissão pode ser obrigado a cumprir qualquer medida socioeducativa, com 
exceção de duas: colocação em regime de semiliberdade e internação. 
 
Vale ressaltar que não é possível a aplicação de remissão imprópria pelo MP (aquela em que o é concedido o 
perdão ao adolescente, mas com a imposição de que ele cumpra alguma medida socioeducativa, desde que 
esta não seja restritiva de liberdade) sem que haja homologação judicial. 
 
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 Isso restou consignado em uma súmula editada pelo STJ: Súmula 108-STJ: A aplicação de medidas 
socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz. 
 
Ao oferecer proposta de remissão, o MP pode incluir a obrigação de que o adolescente cumpra alguma 
medida socioeducativa? SIM. Na proposta, o MP poderá exigir que o adolescente cumpra uma medida 
socioeducativa, desde que não seja semiliberdade ou internação. Dessa forma, é plenamente possível a 
remissão ministerial imprópria. Essa possibilidade encontra-se disciplinada no art. 127 do ECA: Art. 127. A 
remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem 
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas 
previstasem lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação. 
 
Voltando ao caso concreto: A proposta, oferecida pelo Ministério Público, foi aceita pelo adolescente, por sua 
genitora e pelo advogado que os acompanhava, os quais assinaram o termo do acordo e solicitaram, 
juntamente com o Parquet, a homologação judicial. O juiz, no momento da homologação, discordou da 
cumulação pretendida e a decotou. Em outras palavras, o magistrado excluiu a obrigação do adolescente de 
cumprir a medida socioeducativa alegando que esta violava a parte final do art. 127 do ECA e homologou a 
remissão pura e simples. 
 
Em nosso exemplo hipotético, a remissão concedida pelo MP foi correta? NÃO. Isso porque, conforme vimos 
acima, na remissão, o Promotor de Justiça não poderá exigir que o adolescente cumpra medida socioeducativa 
em regime de semiliberdade ou internação (art. 127 do ECA). 
 
Então o magistrado agiu corretamente? Também NÃO. 
 
Se o representante do Ministério Público ofereceu a adolescente remissão pré-processual (art. 126, caput, 
do ECA) cumulada com medida socioeducativa e o juiz discordou dessa cumulação, ele não pode excluir do 
acordo a aplicação da medida socioeducativa e homologar apenas a remissão. STJ. 6ª Turma. REsp 
1.392.888-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti, julgado em 30/6/2016 (Info 587). 
 
Remissão pré-processual é atribuição do MP 
 
A remissão pré-processual é atribuição legítima do Ministério Público, como titular da representação por ato 
infracional e diverge daquela prevista no art. 126, parágrafo único, do ECA, dispositivo legal que prevê a 
concessão da remissão pelo juiz, depois de iniciado o procedimento, como forma de suspensão ou de extinção 
do processo. O juiz não era parte do acordo e não poderia oferecer ou alterar a remissão, como forma de 
exclusão do processo, pois a titularidade da representação por ato infracional pertence, com exclusividade, ao 
Ministério Público, a quem é facultado formular o perdão administrativo, por razões de conveniência e política 
de proteção às crianças e aos adolescentes. 
O que o juiz deveria ter feito por discordar da proposta? Se o juiz discordou da proposta, deveria ter remetido 
os autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este teria as seguintes opções: 
a) poderia oferecer a representação; b) designar outro membro do Ministério Público para apresentá-la; ou c) 
ratificar o arquivamento ou a remissão, hipótese na qual o juiz estaria obrigado a homologar. 
 
Esse é o texto do § 2º do art. 181 do ECA: § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao 
Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará 
outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só 
então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. 
 
QUESTÃO 07 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
Imagine a seguinte situação: Existia um programa de TV local chamado “Quem é o pai”. Nele, havia um 
quadro denominado “Investigação de Paternidade”, no qual o apresentador abria ao vivo testes de DNA e 
acabava expondo as crianças e adolescentes ao ridículo, especialmente quando o resultado do exame era 
negativo. Vale ressaltar, ainda, que o apresentador do programa utilizava expressões jocosas e depreciativas 
em relação à concepção das crianças e adolescentes. Diante disso, o Ministério Público ajuizou ação civil 
pública pedindo a condenação da emissora de TV ao pagamento de indenização por dano moral coletivo. 
 
a) A ação civil pública deve ser julgada improcedente, tendo em vista que o dano moral é um dano 
personalíssimo, ou seja, individual, e que deveria ter sido reclamado pelos participantes do quadro e 
não pelo Ministério Público. 
b) A ação civil pública deve ser julgada improcedente, uma vez que os nomes das crianças e dos 
adolescentes não eram falados no ar. 
c) A ação civil pública deve ser julgada procedente, uma vez que a conduta de emissora de televisão que 
exibe quadro que, potencialmente, poderia criar situações discriminatórias, vexatórias, humilhantes 
às crianças e aos adolescentes configura lesão ao direito transindividual da coletividade e dá ensejo à 
indenização por dano moral coletivo. 
d) Deve haver condenação da emissora, porém, por danos sociais, que representam uma nova espécie 
de dano reparável, que não se confunde com os danos materiais, morais e estéticos, e que decorre de 
comportamentos socialmente reprováveis, que diminuem o nível social de tranquilidade. 
e) As condutas imputadas à emissora dão ensejo à indenização por dano moral coletivo e o juiz deverá 
condenar a pessoa jurídica a pagar uma indenização de caráter punitivo, dissuasório ou didático, a 
título de dano social. 
 
GABARITO: LETRA C. 
 
#TREINODIFÍCIL #JOGOFÁCIL #DEOLHONAJURIS 
 
A conduta de emissora de televisão que exibe quadro que, potencialmente, poderia criar situações 
discriminatórias, vexatórias, humilhantes às crianças e aos adolescentes configura lesão ao direito 
transindividual da coletividade e dá ensejo à indenização por dano moral coletivo. Caso concreto: existia um 
programa de TV local no qual o apresentador abria ao vivo testes de DNA e acabava expondo as crianças e 
adolescentes ao ridículo, especialmente quando o resultado do exame era negativo. As crianças e adolescentes 
não participavam do programa, apenas seus pais. No entanto, o apresentador utilizava expressões jocosas e 
depreciativas em relação à concepção dos menores. STJ. 4ª Turma. REsp 1.517.973-PE, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 16/11/2017 (Info 618). 
 
Desnecessidade de comprovação de dor 
O dano moral coletivo é uma categoria autônoma de dano. 
Para que o dano moral coletivo seja reconhecido, não é necessário que se investigue se houve dor psíquica, 
sofrimento ou outros atributos próprios do dano individual. 
Assim, o dano extrapatrimonial coletivo prescinde da comprovação de dor, de sofrimento e de abalo 
psicológico. Esses elementos (dor, sofrimento etc.) são suscetíveis de apreciação na esfera do indivíduo, mas 
não se aplicam para interesses difusos e coletivos (STJ REsp 1.057.274/RS). 
O dano moral coletivo é a lesão na esfera moral de uma comunidade, isto é, a violação de direito 
transindividual de ordem coletiva, valores de uma sociedade atingidos do ponto de vista jurídico, de forma 
a envolver não apenas a dor psíquica, mas qualquer abalo negativo à moral da coletividade (REsp 
1.397.870/MG). 
 
In re ipsa 
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CiclosR3 
 
 
Assim, conclui-se que o dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja, sua configuração decorre da mera 
constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira injusta e intolerável, viole direitos de conteúdo 
extrapatrimonial da coletividade, revelando-se despicienda a demonstração de prejuízos concretos ou de 
efetivo abalo moral. 
 
Função sancionatória e pedagógica do dano moral coletivo 
A reparação adequada do dano moral coletivo deve refletir sua função sancionatória e pedagógica, 
desestimulando o ofensor a repetir a falta, sem constituir, de outro lado, um ônus financeiro capaz de 
inviabilizar a continuidade da atividade empresarial exercida pelo fornecedor. 
 
Quantum do valor 
A quantificação do dano moral coletivo depende do exame das peculiaridades de cada caso concreto, devendo 
ser observados alguns critérios: 
• a relevância do interesse transindividual lesado; 
• a gravidade e a repercussão da lesão; 
• a situação econômica do ofensor; 
• o proveito obtido com a conduta ilícita; 
• o grau da culpa ou do dolo (se presentes); 
• a verificação da reincidência; 
• o grau de reprovabilidade social. 
 
Para quem é destinado o dinheiro da condenação? Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo 
dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que 
participarão necessariamente o Ministério Públicoe representantes da comunidade, sendo seus recursos 
destinados à reconstituição dos bens lesados (art. 13 da Lei nº 7.347/85) 
 
Danos morais coletivos X danos sociais 
Dano social não é sinônimo de dano moral coletivo. 
 
Danos sociais, segundo Antônio Junqueira de Azevedo, “são lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto por 
rebaixamento de seu patrimônio moral – principalmente a respeito da segurança – quanto por diminuição na 
qualidade de vida. Os danos sociais são causa, pois, de indenização punitiva por dolo ou culpa grave, 
especialmente, repetimos, se atos que reduzem as condições coletivas de segurança, e de indenização 
dissuasória, se atos em geral da pessoa jurídica, que trazem uma diminuição do índice de qualidade de vida da 
população.” (p. 376). 
 
O dano social é, portanto, uma nova espécie de dano reparável, que não se confunde com os danos materiais, 
morais e estéticos, e que decorre de comportamentos socialmente reprováveis, que diminuem o nível social 
de tranquilidade. 
 
Alguns exemplos dados por Junqueira de Azevedo: o pedestre que joga papel no chão, o passageiro que atende 
ao celular no avião, o pai que solta balão com seu filho. Tais condutas socialmente reprováveis podem gerar 
danos como o entupimento de bueiros em dias de chuva, problemas de comunicação do avião causando um 
acidente aéreo, o incêndio de casas ou de florestas por conta da queda do balão etc. Diante da prática dessas 
condutas socialmente reprováveis, o juiz deverá condenar o agente a pagar uma indenização de caráter 
punitivo, dissuasório ou didático, a título de dano social. Conforme explica Flávio Tartuce, os danos sociais 
são difusos e a sua indenização deve ser destinada não para a vítima, mas sim para um fundo de proteção ao 
consumidor, ao meio ambiente etc., ou mesmo para uma instituição de caridade, a critério do juiz (Manual de 
Direito do Consumidor. São Paulo: Método, 2013, p. 58). 
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Voltando ao caso concreto: 
No caso concreto, o quadro “Investigação de Paternidade” do programa televisivo, ao expor a identidade 
(imagens e nomes) dos “genitores” das crianças e adolescentes, tornou-os vulneráveis a toda sorte de 
discriminações, ferindo o comando constitucional que impõe a todos (família, sociedade e Estado) o dever 
de lhes assegurar, com absoluta prioridade, o direito à dignidade e ao respeito e de lhes colocar a salvo de 
toda forma de discriminação, violência, crueldade ou opressão (art. 227 da CF/88). 
Assim, a conduta da emissora de televisão - ao exibir quadro que, potencialmente, poderia criar situações 
discriminatórias, vexatórias, humilhantes às crianças e aos adolescentes - traduz flagrante dissonância com a 
proteção universalmente conferida às pessoas em franco desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e 
social, donde se extrai a evidente intolerabilidade da lesão ao direito transindividual da coletividade, 
configurando-se, portanto, hipótese de dano moral coletivo indenizável. 
 
QUESTÃO 08 
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente: 
 
a) Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada 
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações 
sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na 
adolescência. As ações ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade 
civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público infantil. 
b) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se 
prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
c) O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos 
externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu 
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. 
d) A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o 
nascimento, será encaminhada ao Conselho Tutelar. 
e) Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, 
por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento 
institucional, pela entidade responsável, desde que respaldado por autorização judicial. 
 
GABARITO: LETRA C. 
 
 
a) Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente 
na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas 
preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. As 
ações ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas 
prioritariamente ao público infantil. 
 
ERRADO. 
 
 #LEISECA #LEINOVA 
 
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada 
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. 
(Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 
 
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder 
público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público 
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 
 
b) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará 
por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, 
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
 
ERRADO. 
 
 Cuidado, essa era a redação anterior do artigo 19, §2º do ECA. 
 Hoje em dia, após Lei nº 13.509\2017, a permanência da criança e do adolescente em programa de 
acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade 
que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
 
c) O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos 
à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento 
nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. 
 
CERTO. 
 
PROGRAMA DE APADRINHAMENTO 
 
Em que consiste 
O ECA prevê que se a criança ou o adolescente estiver em situação de risco (art. 98), o juiz da infância e 
juventude poderá determinar medidas protetivas que estão elencadas no art. 101. 
 
Destacam-se duas importantes e frequentes medidas de proteção: 
• o acolhimento institucional (art. 101, VII); e 
• o acolhimento familiar (inciso VIII). 
 
O apadrinhamento consiste, portanto, em proporcionar (estimular) que a criança e o adolescente que estejam 
em “abrigos” (acolhimento institucional) ou em acolhimento familiar possam formar vínculos afetivos com 
pessoas de fora da instituição ou da família acolhedora onde vivem e que se dispõem a ser “padrinhos”. Veja 
a redação do art. 19-B, caput e § 1º, inseridos pela Lei nº 13.509/2017 ao ECA: 
 
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar 
de programa de apadrinhamento. 
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à 
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos 
aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. 
(...) 
 
As crianças ou adolescentes têm encontros com seus “padrinhos”, fazem passeios, frequentam a casa, 
participam de aniversários,datas especiais, como Dia das Crianças, Natal, Ano Novo etc. 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
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A intenção do programa de apadrinhamento é fazer com que a criança ou adolescente receba afeto e possa 
conhecer como funciona uma saudável vida em família, com carinho e amor. 
 
Perfil da criança ou adolescente a ser apadrinhado 
O “ideal” seria que a criança ou adolescente voltasse para o seu lar ou fosse adotado (família substituta). No 
entanto, nem sempre isso é possível e a criança ou adolescente vão ficando anos no “abrigo” ou na família 
acolhedora. 
 
É para essas crianças e adolescentes que o programa de apadrinhamento é especialmente voltado. Justamente 
por isso, o legislador previu no novo § 4º do art. 19-B do ECA: 
Art. 19-B (...) 
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de 
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção 
familiar ou colocação em família adotiva. 
 
Segundo estudo do CNJ, “o apadrinhamento afetivo é um programa voltado para crianças e adolescentes que 
vivem em situação de acolhimento ou em famílias acolhedoras, com o objetivo de promover vínculos afetivos 
seguros e duradouros entre eles e pessoas da comunidade que se dispõem a ser padrinhos e madrinhas. As 
crianças aptas a serem apadrinhadas têm, quase sempre, mais de dez anos de idade, possuem irmãos e, por 
vezes, são deficientes ou portadores de doenças crônicas – condições que resultam, quase sempre, em chances 
remotas de adoção.” (http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/79680-apadrinhamento-afetivo-proporciona-
convivencia-familiar-para-criancas-do-df) 
 
O padrinho ou madrinha detém a guarda da criança/adolescente? 
NÃO. O apadrinhamento é diferente de adoção. Assim, o padrinho ou a madrinha será uma referência afetiva 
na vida da criança, mas não possui a sua guarda. A guarda continua sendo da instituição de acolhimento ou da 
família acolhedora. 
 
Somente pessoas físicas podem apadrinhar crianças ou adolescentes? 
NÃO. Pessoas jurídicas também podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu 
desenvolvimento (art. 19-B, § 3º). 
 
Violação das regras 
Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de 
acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. 
 
d) A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o 
nascimento, será encaminhada ao Conselho Tutelar. 
 
ERRADO. 
 
 Segundo o Art. 19-A do ECA, a gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para 
adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. 
 
e) Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por 
meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, 
pela entidade responsável, desde que respaldado por autorização judicial. 
 
ERRADO. 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
CiclosR3 
 
 
 
 Segundo o Art. 19, § 4º do ECA será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe 
ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses 
de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL3 
 
QUESTÃO 09 
O STF decidiu que no sistema prisional brasileiro, ocorre violação massiva e persistente de direitos 
fundamentais decorrente de falhas estruturais e falência de políticas públicas. A superação dessas 
transgressões exige a atuação não apenas de um órgão, e sim de uma pluralidade de autoridades, bem como 
a adoção de medidas normativas, administrativas e orçamentárias abrangentes. Sobre esse importante 
precedente, conhecido como “Estado de Coisas Inconstitucional”, assinale a incorreta: 
 
a) O STF determinou, em medida cautelar, que os juízes e tribunais devem realizar, em até 90 dias, 
audiências de custódia, bem como viabilizar o comparecimento do preso perante a autoridade 
judiciária no prazo máximo de 24 horas, contados do momento da prisão. 
b) O STF determinou, em medida cautelar, que a União deve liberar as verbas do Fundo Penitenciário 
Nacional (Funpen), abstendo-se de realizar novos contingenciamentos. 
c) O STF determinou, em medida cautelar, que, quando forem decretar ou manter prisões provisórias, 
os juízes fundamentem essa decisão dizendo expressamente o motivo pelo qual estão aplicando a 
prisão e não uma das medidas cautelares alternativas previstas no art. 319 do CPP; 
d) A ideia de que pode existir um Estado de Coisas Inconstitucional e que a Suprema Corte do país pode 
atuar para corrigir essa situação surgiu na Corte Constitucional da Colômbia, em 1997, com a chamada 
"Sentencia de Unificación (SU)". 
 
GABARITO: LETRA C. 
 
Meus amores, um dos nossos examinadores do Grupo A, que também foi examinador da prova 
passada #SELIGA, Henrique de Almeida Freire Gonçalves, Defensor Público do Estado do Paraná, está com 
mestrado em andamento e sua tese é sobre: Ativismo Judicial e Autocontenção. 
 
Esse tema, inclusive, foi cobrado na 2ª fase da DPE/PR! 
 
Vamos abordar um pouco sobre esses temas em nossas questões, começando pelo Estado de Coisas 
Inconstitucional que é um clássico exemplo de Ativismo Judicial, tendo em vista que o Poder Judiciário se viu 
obrigado, como em tantas outras ocasiões, a agir e tirar os demais poderes da inércia, em nome dos direitos 
fundamentais. Além disso, a autocontenção também se encontra no presente precedente, uma vez que o STF 
indeferiu alguns pedidos na ADPF para que não substituísse a atuação dos outros poderes. Vamos revisar. 
 
#COLANARETINA #TEMAQUENÃOESFRIA #REVISARÉMARA #REVISARÉVIDA 
 
#AJUDAMARCINHO 
 
Em que consiste o chamado "Estado de Coisas Inconstitucional"? 
O Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando.... 
- verifica-se a existência de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, 
 
3 Por Bárbara Abreu. 
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- causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a 
conjuntura, 
- de modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público e a atuação de uma pluralidade 
de autoridades podem alterar a situação inconstitucional. 
 
Obs: conceito baseado nas lições de Carlos Alexandre de Azevedo Campos (O Estado de Coisas Inconstitucional 
e o litígio estrutural. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-set-01/carlos-campos-estado-coisas-
inconstitucional-litigio-estrutural), artigo cuja leitura se recomenda. 
 
Exemplo: no sistema prisional brasileiro existe um verdadeiro "Estado de Coisas Inconstitucional". 
 
Origem 
A ideia de que pode existir um Estado de Coisas Inconstitucional e que a Suprema Corte do país pode atuar 
para corrigir essa situação surgiu na Corte Constitucional da Colômbia, em 1997, com a chamada "Sentencia 
de Unificación (SU)". Foi aí que primeiro se utilizou essa expressão. 
Depois disso, a técnica já teria sido empregada em mais nove oportunidades naquela Corte. 
Existe também notícia de utilização da expressão pela Corte Constitucional do Peru. 
 
Pressupostos: 
Segundo aponta Carlos Alexandre de Azevedo Campos, citado na petição da ADPF 347, para reconhecer o 
estado de coisas inconstitucional, exige-se que estejam presentes as seguintes condições: 
a) vulneração massiva e generalizada de direitos fundamentais de um número significativo de pessoas; 
b) prolongada omissão das autoridades no cumprimento de suas obrigações para garantia e promoção dos 
direitos; 
b) a superação das violações de direitos pressupõe a adoção de medidas complexas por uma pluralidade de 
órgãos, envolvendo mudanças estruturais, que podem depender da alocação de recursos públicos, correção 
das políticas públicasexistentes ou formulação de novas políticas, dentre outras medidas; e 
d) potencialidade de congestionamento da justiça, se todos os que tiverem os seus direitos violados acorrerem 
individualmente ao Poder Judiciário. 
 
O que a Corte Constitucional do país faz após constatar a existência de um ECI? 
O ECI gera um “litígio estrutural”, ou seja, existe um número amplo de pessoas que são atingidas pelas 
violações de direitos. Diante disso, para enfrentar litígio dessa espécie, a Corte terá que fixar “remédios 
estruturais” voltados à formulação e execução de políticas públicas, o que não seria possível por meio de 
decisões mais tradicionais. 
A Corte adota, portanto, uma postura de ativismo judicial estrutural diante da omissão dos Poderes Executivo 
e Legislativo, que não tomam medidas concretas para resolver o problema, normalmente por falta de vontade 
política. 
 
Situações excepcionais 
O reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucional é uma técnica que não está expressamente prevista 
na Constituição ou em qualquer outro instrumento normativo e, considerando que "confere ao Tribunal uma 
ampla latitude de poderes, tem-se entendido que a técnica só deve ser manejada em hipóteses excepcionais, 
em que, além da séria e generalizada afronta aos direitos humanos, haja também a constatação de que a 
intervenção da Corte é essencial para a solução do gravíssimo quadro enfrentado. São casos em que se 
identifica um “bloqueio institucional” para a garantia dos direitos, o que leva a Corte a assumir um papel 
atípico, sob a perspectiva do princípio da separação de poderes, que envolve uma intervenção mais ampla 
sobre o campo das políticas públicas." (trecho da petição inicial da ADPF 347). 
 
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ADPF e sistema penitenciário brasileiro 
Em maio de 2015, o Partido Socialista e Liberdade (PSOL) ajuizou ADPF pedindo que o STF declare que a 
situação atual do sistema penitenciário brasileiro viola preceitos fundamentais da Constituição Federal e, em 
especial, direitos fundamentais dos presos. Em razão disso, requer que a Corte determine à União e aos 
Estados que tomem uma série de providências com o objetivo de sanar as lesões aos direitos dos presos. 
Na petição inicial, que foi subscrita pelo grande constitucionalista Daniel Sarmento, defende-se que o sistema 
penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional". 
São apontados os pressupostos que caracterizam esse ECI: 
a) violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais; 
b) inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a conjuntura; 
c) situação que exige a atuação não apenas de um órgão, mas sim de uma pluralidade de autoridades para 
resolver o problema. 
A ação foi proposta contra a União e todos os Estados-membros. 
 
Medidas requeridas na ação 
Na ação, pede-se que o STF reconheça a existência do "Estado de Coisas Inconstitucional" e que ele expeça as 
seguintes ordens para tentar resolver a situação: 
 
O STF deveria obrigar que os juízes e tribunais do país: 
a) quando forem decretar ou manter prisões provisórias, fundamentem essa decisão dizendo 
expressamente o motivo pelo qual estão aplicando a prisão e não uma das medidas cautelares alternativas 
previstas no art. 319 do CPP; (pedindo indeferido, por isso, a letra C está incorreta, justificativa abaixo) 
b) implementem, no prazo máximo de 90 dias, as audiências de custódia (sobre as audiências de custódia, leia 
o Info 795 STF); 
c) quando forem impor cautelares penais, aplicar pena ou decidir algo na execução penal, levem em 
consideração, de forma expressa e fundamentada, o quadro dramático do sistema penitenciário brasileiro; 
d) estabeleçam, quando possível, penas alternativas à prisão; 
e) abrandar os requisitos temporais necessários para que o preso goze de benefícios e direitos, como a 
progressão de regime, o livramento condicional e a suspensão condicional da pena, quando ficar demonstrado 
que as condições de cumprimento da pena estão, na prática, mais severas do que as previstas na lei em virtude 
do quadro do sistema carcerário; e 
f) abatam o tempo de prisão, se constatado que as condições de efetivo cumprimento são, na prática, mais 
severas do que as previstas na lei. Isso seria uma forma de "compensar" o fato de o Poder Público estar 
cometendo um ilícito estatal. 
 
O STF deveria obrigar que o CNJ: 
g) coordene um mutirão carcerário a fim de revisar todos os processos de execução penal em curso no País 
que envolvam a aplicação de pena privativa de liberdade, visando a adequá-los às medidas pleiteadas nas 
alíneas “e” e “f” acima expostas. 
 
O STF deveria obrigar que a União: 
h) libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) para 
utilização na finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos contingenciamentos. 
 
O STF ainda não julgou definitivamente o mérito da ADPF, mas já apreciou o pedido de liminar. O que a 
Corte decidiu? 
 
O STF decidiu conceder, parcialmente, a medida liminar e deferiu apenas os pedidos "b" (audiência de 
custódia) e "h" (liberação das verbas do FUNPEN). 
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O Plenário reconheceu que no sistema prisional brasileiro realmente há uma violação generalizada de direitos 
fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis 
e desumanas. 
 
Diante disso, o STF declarou que diversos dispositivos constitucionais, documentos internacionais (o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos e Penas Cruéis, 
Desumanos e Degradantes e a Convenção Americana de Direitos Humanos) e normas infraconstitucionais 
estão sendo desrespeitadas. 
 
Os cárceres brasileiros, além de não servirem à ressocialização dos presos, fomentam o aumento da 
criminalidade, pois transformam pequenos delinquentes em “monstros do crime”. A prova da ineficiência do 
sistema como política de segurança pública está nas altas taxas de reincidência. E o reincidente passa a 
cometer crimes ainda mais graves. 
 
Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes (Legislativo, 
Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito Federal. 
 
A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira "falha 
estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação. 
 
Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a resolver o 
problema e monitorar os resultados alcançados. 
 
A intervenção judicial é necessária diante da incapacidade demonstrada pelas instituições legislativas e 
administrativas. 
 
No entanto, o Plenário entendeu que o STF não pode substituir o papel do Legislativo e do Executivo na 
consecução de suas tarefas próprias. Em outras palavras, o Judiciário deverá superar bloqueios políticos e 
institucionais sem afastar, porém, esses poderes dos processos de formulação e implementação das soluções 
necessárias. Nesse sentido, não lhe incumbe definir o conteúdo próprio dessas políticas, os detalhes dos meios 
a serem empregados. Com base nessas considerações, foram indeferidos os pedidos "e" e "f". 
 
 
Quanto aos pedidos “a”, “c” e “d”, o STF entendeu que seria desnecessário ordenar aos juízes e Tribunais 
que fizessem isso porque já são deveres impostos a todos os magistrados pela CF/88 e pelas leis. Logo, não 
havia sentido em o STF declará-los obrigatórios, o que seria apenas um reforço. 
 
STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798). 
 
QUESTÃO 10 
O ex-Deputado Federal Eduardo Cunha impetrou mandado de segurança no STF pedindo a suspensão 
do processo de cassação que tramitava contra ele na Câmara dos Deputados por quebra de decoroparlamentar. Em sede do referido Mandado de Segurança, o STF só pode interferir em procedimentos 
legislativos (ex: processo de cassação) em uma das seguintes hipóteses, salvo: 
 
a) Para assegurar o cumprimento da Constituição Federal. 
b) Para proteger direitos fundamentais. 
c) Para resguardar os pressupostos de funcionamento da democracia e das instituições republicanas. 
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d) Para impedir a participação do relator do processo por quebra de decoro parlamentar. 
e) Para assegurar a separação dos poderes. 
 
GABARITO: LETRA D. 
 
 Mais um julgado em que o STF discutiu a Autocontenção Judicial. 
 
#SELIGA 
 
O ex-Deputado Federal Eduardo Cunha impetrou mandado de segurança no STF pedindo a suspensão 
do processo de cassação que tramitava contra ele na Câmara dos Deputados por quebra de decoro 
parlamentar. O pedido do impetrante foi negado. O STF só pode interferir em procedimentos legislativos (ex: 
processo de cassação) em uma das seguintes hipóteses: 
a) para assegurar o cumprimento da Constituição Federal; 
b) para proteger direitos fundamentais; ou 
c) para resguardar os pressupostos de funcionamento da democracia e das instituições republicanas. 
 
Exemplo típico na jurisprudência é a preservação dos direitos das minorias, onde o Supremo poderá 
intervir. 
 
No caso concreto, o STF entendeu que nenhuma dessas situações estava presente. Em se tratando de 
processos de cunho acentuadamente político, como é o caso da cassação de mandato parlamentar, o STF 
deve se pautar pela deferência (respeito) às decisões do Legislativo e pela autocontenção, somente 
intervindo em casos excepcionalíssimos. 
 
Dessa forma, neste caso, o STF optou pela técnica da autocontenção(judicial self-restraint), que é o 
oposto do chamado ativismo judicial. Na autocontenção, o Poder Judiciário deixa de atuar (interferir) 
em questões consideradas estritamente políticas. 
 
STF. Plenário.MS 34.327/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/9/2016(Info 838). 
 
Na impetração, sustentava-se, em síntese, a existência de direito líquido e certo, consubstanciado nos 
seguintes argumentos: a) suspensão do processo político-parlamentar, inclusive para fins de defesa e 
obstrução; b) processamento pela autoridade competente, garantia que teria sido violada em razão do 
impedimento do relator, por identidade com o bloco parlamentar do impetrante; c) devido processo 
legal, contraditório e ampla defesa como estabilidade da acusação (em referência ao aditamento da 
representação e da respectiva instrução); d) votação pelo sistema eletrônico, e não nominal, no Conselho de 
Ética, o que teria gerado “efeito manada”; e) observância do quórum de instalação da sessão na CCJC (maioria 
absoluta), o que teria sido afrontado pelo cômputo de suplentes em duplicata com os respectivos 
titulares. 
 
Porém, sobre a alternativa D da nossa questão, o STF também afirmou que a alegação de que o relator do 
processo no Conselho de Ética estaria impedido por integrar o mesmo bloco parlamentar do impetrante, por 
pressupor debate sobre o momento relevante para aferição da composição dos blocos, não configura situação 
justificadora de intervenção judicial, conforme decisão proferida no MS 33.729 MC/DF (DJe de 4-2-2016). 
 
QUESTÃO 11 
Determinado blog publicou matéria jornalística criticando vazamentos de informações na “Operação Lava-
Jato” e os atribuindo a uma Delegada e a membros do Ministério Público Federal que atuam na força tarefa. 
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A referida Delegada ajuizou ação de indenização por danos morais acusando o jornalista responsável pelo 
blog de ter veiculado matérias jornalísticas supostamente atentatórias a sua honra. A autora, além de 
requerer reparação pecuniária pelas alegadas ofensas, postulou, em sede de tutela de urgência, a retirada 
das matérias publicadas do blog do jornalista, bem como a proibição de que ele divulgasse novas 
matérias acerca de sua atuação na “Operação Lava-Jato”. O juízo do 8ª Juizado Especial Cível de Curitiba 
(PR) concedeu liminar determinando a retirada da matéria jornalística veiculada no blog, sob pena de multa 
diária. Diante disso, o jornalista ingressou com reclamação no STF alegando que o magistrado, ao assim agir, 
teria violado a autoridade do que decidiu o Tribunal na ADPF 130, que entendeu que a Lei de 
Imprensa (Lei 5.250/1967) não foi recepcionada pela Constituição de 1988. A reclamação foi acolhida pelo 
STF (foi julgada procedente)? 
 
a) Não, o STF tem exigido, para apreciar reclamações, que o objeto da demanda seja correlato com o 
julgado no caso paradigma da ADPF 130. 
b) Sim, o STF julgou procedente a reclamação, pois, em matéria de liberdade de expressão, o tribunal 
tem aceitado julgar reclamações mesmo que não tenham correlação direta com o julgado no 
caso paradigma. 
c) Sim, porém, o STF relativizou, neste caso, em especial, a exigência de esgotamento das instâncias 
ordinárias. 
d) Não, o STF tem adotado uma “jurisprudência defensiva”, ou seja, uma postura interpretativa dos 
Tribunais Superiores de restringir o cabimento de recursos e de ações autônomas (como é o caso da 
reclamação), com o objetivo de reduzir a quantidade de processos que chegam aos Tribunais. 
e) Não, a ADPF 130/DF não pode ser utilizada como parâmetro para ajuizamento de reclamação que 
verse sobre conflito entre a liberdade de expressão e de informação e a tutela das garantias individuais 
relativas aos direitos de personalidade. 
 
GABARITO: LETRA B. 
 
 Prestem atenção porque o examinador também tem uma #quedinha por direitos fundamentais! 
 
#SELIGA #AJUDAMARCINHO 
 
A 1ª Turma do STF julgou procedente a reclamação. Em matéria de liberdade de expressão, o STF tem 
aceitado julgar reclamações mesmo que não tenham correlação direta com o julgado no caso paradigma. 
A decisão representa afronta ao julgado na ADPF 130, pois não ficou claro que o intuito do jornalista tenha 
sido o de ofender a honra da delegada mediante a divulgação de notícia sabidamente falsa contra sua 
honra, mas sim apontar a existência de vazamentos de informações na Operação Lava-Jato e, para tanto, 
identificou supostas fontes. 
 
A jurisprudência do STF é no sentido de que deve haver uma maior tolerância quanto às matérias de cunho 
potencialmente lesivo à honra de agentes públicos, especialmente quando existente interesse público, 
como considera ser o caso do conteúdo das matérias jornalísticas excluídas do blog. A retirada de matéria 
divulgada em blog jornalístico exige uma caracterização inequívoca de comportamento doloso contra 
alguém. No caso concreto, houve apenas a divulgação de matéria com críticas à Lava-Jato. 
 
Em suma: 
 
Essa decisão realmente afronta o que o STF decidiu na ADPF 130/DF, que julgou não recepcionada a Lei de 
Imprensa. A ADPF 130/DF pode ser utilizada como parâmetro para ajuizamento de reclamação que verse 
sobre conflito entre a liberdade de expressão e de informação e a tutela das garantias individuais relativas aos 
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direitos de personalidade. A determinação de retirada de matéria jornalística afronta a liberdade de expressão 
e de informação, além de constituir censura prévia. Essas liberdades ostentam preferência em relação ao 
direito à intimidade, ainda que a matéria tenha sido redigida em tom crítico. O Supremo assumiu, mediante 
reclamação, papel relevante em favor da liberdade de expressão, para derrotar uma cultura censória e 
autoritária que começava a se projetar no Judiciário. STF. 1ª Turma. Rcl 28747/PR, Rel. Min. Alexandre de 
Moraes, red. p/ ac. Min. Luiz Fux, julgado em 5/6/2018(Info 905). 
 
Observação 1: Em regra, o STF é muito restritivo em aceitar reclamações propostas contra decisões que 
teriam desrespeitado acórdãos da Corte. Essa posição do STF está dentro daquilo que se chama de 
“jurisprudência defensiva”, ou seja, uma postura interpretativa dos Tribunais Superiores de restringir o 
cabimento de recursos e de ações autônomas (como é o caso da reclamação), com o objetivo de reduzir a 
quantidade de processos que chegam aos Tribunais. Assim, os Ministros do STF e do STJ adotam um “rigor” 
maior na análise dos aspectos formais a fim de limitar os casos que chegam para análise dos Tribunais. 
 
Essa linha restritiva, no entanto, tem sido excepcionada em processos relacionados com a liberdade de 
expressão ou liberdade de imprensa. Nesses casos, o STF tem proferido inúmeras decisões admitido 
reclamações mesmo que a decisão reclamada não esteja baseada no mesmo ato declarado 
inconstitucional em sede concentrada. A justificativa para essa postura mais ampla está no fato de que “a 
liberdade de expressão ainda não se tornou uma ideia suficientemente enraizada na cultura do Poder 
Judiciário de uma maneira geral. Não sem sobressalto, assiste-se à rotineira providência de juízes e 
tribunais no sentido de proibirem ou suspenderem a divulgação de notícias e opiniões, num “ativismo 
antiliberal” que precisa ser contido.” (Min. Roberto Barroso).Em suma, o STF possui uma posição menos 
rigorosa ao analisar reclamações envolvendo decisões que violem a liberdade de expressão. Por essa 
razão, é cabível reclamação contra decisão judicial que determina a retirada de matéria jornalística da 
página eletrônica do meio de comunicação mesmo que esta decisão esteja supostamente baseada no art. 
20 do Código Civil, e não na Lei de Imprensa – Comentários retirados do Info 893. 
 
Por isso, a letra D está incorreta. 
 
Observação 2: A Letra C está incorreta, tendo em vista que o Art. 988 do CPC não exige o esgotamento das 
instâncias para que seja admitida reclamação em face de desobediência de precedente firmado em controle 
concentrado de constitucionalidade, como é a ADPF. 
 
QUESTÃO 12 
Uma entidade de classe de âmbito nacional contrata um escritório de advocacia para ajuizar uma ADI em 
face dos artigos X, Y e Z da Lei nº XXX/XXXX. Ao receber a ADI, no entanto, o Ministro Relator verifica que 
na procuração outorgada pelo presidente da entidade, não constava a lei ou ato normativo que seria 
impugnado na ação. Diante disso, assinale a opção correta. 
 
a) Não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, 
o ato contra o qual se insurge. Porém, essa exigência constitui vício sanável e é possível a sua 
regularização antes que seja reconhecida a carência da ação. 
b) Não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, 
o ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito não seja cumprido, a ADI não será conhecida, sendo 
considerado, portanto, vício insanável. 
c) O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de 
procuração com poderes específicos, bastando que a procuração autorize o ajuizamento de ADI. 
d) Admite-se, nesse caso, a regularização processual do feito, devendo o Relator intimar o Requerente 
para fazê-lo. 
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e) A jurisprudência do STF é firme no sentido da necessidade de subscrição da exordial por procurador 
devidamente amparado por procuração com poderes gerais, dispensada a procuração com poderes 
especiais para o questionamento do ato normativo. 
 
GABARITO: LETRA A. 
 
O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de procuração 
com poderes específicos. A procuração deve mencionara lei ou ato normativo que será impugnado na ação. 
Assim: não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, 
o ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito não seja cumprido, a ADI não será conhecida. Vale ressaltar, 
contudo, que essa exigência constitui vício sanável e que é possível a sua regularização antes que seja 
reconhecida a carência da ação. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
6/6/2018 (Info 905). 
 
Sobre a Letra D: 
(...) A jurisprudência desta Corte é firme no sentido da necessidade de subscrição da exordial por 
procurador devidamente amparado por poderes especiais para o questionamento do ato normativo. 
Nesse sentido, o ato de mandato deve conter descrição mínima do objeto digno de hostilização. 2. Admite-se 
a regularização processual do feito, contudo é próprio da economia processual deixar de intimar o 
Requerente para fazê-lo, quando se nota a carência da ação, que torna desnecessária a providência. 
(...)STF. Plenário. ADPF 480 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/04/2018 
 
QUESTÃO 13 
Conforme previsto no artigo 71 da Constituição Federal de 1988, “o controle externo, a cargo do Congresso 
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União”. Desse modo, é correto afirmar que 
compete a esse Tribunal: 
 
a) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que 
deverá ser elaborado em 90 (noventa) dias a contar de seu recebimento. 
b) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por 
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial, excetuando-se os resultados de auditorias e inspeções realizadas, por 
serem informações de caráter sigiloso. 
c) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de 
que resulte prejuízo ao erário público. 
d) Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na 
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, 
incluindo as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões. 
e) Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais, ainda que não haja participação da União. 
 
GABARITO: LETRA C. 
 
a) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que 
deverá ser elaborado em 90 (noventa) dias a contar de seu recebimento. 
 
ERRADO. 
GABARITO COMENTADO | SIMULACICLOS – EDIÇÃO DPE/PR 
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#LEISECA 
 
Art. 71, inciso I, CF - O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio 
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente 
da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu 
recebimento. 
 
b) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer 
das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, excetuando-se os resultados de auditorias e inspeções realizadas, por serem informações de 
caráter sigiloso. 
 
ERRADO. 
 
Art. 71, inciso VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas 
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
 
c) Julgar as contas

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