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Pneumonia: Causas, Sintomas e Tipos

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PNEUMONIA
1 – A DOENÇA
A pneumonia, uma inflamação aguda nos pulmões, muitas vezes, causada por vírus ou bactéria. A doença pode levar à morte se não tratada a tempo, principalmente em crianças ou idosos. A pneumonia é a principal causa de mortalidade de crianças menores de cinco anos, nos países em desenvolvimento. No Brasil, são registrados cerca de 900 mil casos anualmente, dos quais, cerca de 100 mil culminam com o óbito.
É um tipo de infecção que se manifestou ao longo de toda a trajetória da humanidade, sendo citada em relatos desde a civilizações gregas. Seu estudo, de forma científica só foi possível a partir de 1881, ano em que foram as bactérias foram descobertas e analisadas por Pasteur e Sternberg. 
A Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. 
A infecção ataca um ou ambos os pulmões, sobretudo quando o sistema de defesa foi debilitado por outra doença. Basta um espirro de alguém infectado para que o agente da doença – vírus, bactéria ou fungo – solto no ar chegue aos pulmões. Mas esses microrganismos também podem se alojar ali depois de pegar carona na corrente sanguínea. Uma vez nos pulmões, encontram abrigo nos alvéolos, pequenas estruturas em forma de saco onde acontecem as trocas gasosas. Eles se reproduzem rapidamente, causando uma infecção. Em resposta, o corpo produz pus e plasma, que se acumulam dentro dos alvéolos, prejudicando a troca de gases. Daí a dificuldade para respirar, que, nos casos graves, pode levar à internação.
De modo geral, a pneumonia não é considerada uma doença contagiosa, mesmo quando é causada por vírus ou bactérias. Se torna uma preocupação maior quando se trata de pessoas que apresentam imunidade baixa. Assim, ficar ao lado de alguém diagnosticado com pneumonia não é um risco tão grande quanto estar ao lado de alguém gripado, por exemplo
A gravidade da pneumonia depende, principalmente, da patogenicidade do agente causador e das condições clínicas do doente. Quando a contaminação ocorre fora do ambiente hospitalar, ela é chamada “pneumonia comunitária”. Quando a pneumonia acomete pessoas hospitalizadas ou que estiveram hospitalizadas por dois ou mais dias nos três meses precedentes, ela é chamada “pneumonia hospitalar”, que costuma ser mais grave, já que o agente etiológico provavelmente é resistente aos antibióticos usuais.
Os principais agentes causadores da enfermidade são as bactérias Streptococcus pneumoniae (também conhecida como pneumococo) e Mycoplasma pneumoniae, e o vírus Haemophilus influenzae. A doença também pode ser desencadeada por alguns tipos de fungos e de protozoários. A pneumonia pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou mudanças bruscas de temperatura, que comprometem o funcionamento dos cílios responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta em uma maior exposição aos micro-organismos causadores.
Algumas pessoas são mais propensas a esta doença que outras. O alcoolismo, o fumar cigarros, a diabetes, a insuficiência cardíaca e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) são causas que predispõem à pneumonia. As crianças e as pessoas de idade avançada correm maior risco de a contraírem, assim como os indivíduos com um sistema imune deficiente devido a certos fármacos (como os utilizados para curar o câncer e na prevenção da rejeição de um transplante de órgão). Também estão no grupo de risco as pessoas debilitadas, prostradas na cama, paralisadas ou inconscientes ou as que sofrem de uma doença que afeta o sistema imunitário, como a SIDA.
2. ALGUNS TIPOS DE PNEUMONIA
Pneumonia pneumocócica
O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é a causa bacteriana mais frequente de pneumonia;
Pneumonia estafilocócica
O Staphylococcus aureus causa somente 2 por cento dos casos de pneumonia adquirida fora do hospital, mas, em contrapartida, provoca entre 10 e 15 por cento das pneumonias que se adquirem nos hospitais. Este tipo de pneumonia tende a desenvolver-se em pessoas muito jovens ou de idade avançada e em indivíduos debilitados por outras doenças;
Pneumonia bacteriana causada por bactérias gram-negativas
As bactérias classificam-se em gram-positivas e gram-negativas. Os causadores da maior parte dos casos de pneumonia são pneumococos e estafilococos, bactérias gram-positivas. Por outro lado, as bactérias gram-negativas, com a Klebsiella e a Pseudomonas, provocam uma pneumonia que tende a ser extremamente grave;
Pneumonia causada por Hemophilus influenzae
Haemophilus influenzae é uma bactéria e apesar do seu nome, nada tem a ver com o vírus da influenza que causa a gripe. As estirpes de Haemophilus influenzae tipo b são o grupo mais virulento e provocam graves doenças, como a meningite, a epiglotite e a pneumonia, mas geralmente em crianças com menos de 6 anos. No entanto, devido ao uso amplamente difundido da vacina com o Haemophilus influenzae tipo b, a doença grave causada por este microrganismo está a tornar-se menos frequente. A pneumonia é mais comum entre as pessoas que sofrem de depranocitose e nas que apresentam imunodeficiências;
Pneumonias atípicas
As pneumonias atípicas são pneumonias causadas por microrganismos diferentes dos denominados tipicamente bactérias, vírus ou fungos. Os mais frequentes são Mycoplasma e Chlamydia, dois microrganismos semelhantes às bactérias;
Psitacose
A psitacose (febre do papagaio) é uma pneumonia rara causada pela Chlamydia psittaci, uma bactéria que se encontra principalmente em aves como papagaios, periquitos e rolas.
Pneumonia viral
Muitos vírus podem afectar os pulmões, provocando pneumonia. Os mais frequentes em lactentes e crianças são o vírus sincicial respiratório, o adenovírus, o vírus parainfluenza e o vírus da gripe. O vírus do sarampo também pode causar pneumonia, especialmente em crianças desnutridas;
Pneumonia por fungos
A pneumonia deve-se, frequentemente, a três tipos de fungos: Histoplasma capsulatum, que causa a histoplasmose, Coccidioides immits, que causa a coccidioidomicose, e Blastomyces dermatitidis, que causa a blastomicose. Os indivíduos que contraem a infecção, em geral, só têm sintomas menores e não se dão conta de que estão infectados. Alguns adoecem gravemente;
Pneumonia por Pneumocystis carinii
O Pneumocystis carinii é um microrganismo comum que pode residir inofensivamente nos pulmões normais, causando a doença só quando o sistema imunitário está debilitado devido a um cancro ou ao tratamento do mesmo ou devido à SIDA. Mais de 80 por cento dos doentes com SIDA, que não recebem uma profilaxia estandardizada, desenvolvem em algum momento pneumonia por Pneumocystis;
Pneumonia por aspiração
Partículas minúsculas provenientes da boca migram frequentemente para as vias aéreas, mas, de um modo geral, são eliminadas pelos mecanismos normais de defesa antes que possam chegar aos pulmões ou causar inflamação ou infecções. Se essas partículas não forem eliminadas, podem causar pneumonia.
Pneumonia química
Pouco conhecido, esse tipo costuma ser causado pela inalação de agentes tóxicos. Quando entram em contato com o organismo, essas substâncias nocivas (fumaça, produtos químicos e agrotóxicos) podem causar a irritação dos alvéolos pulmonares e inclusive dos pulmões, causando uma inflamação brônquica e desencadeando sintomas respiratórios.
É essencial que o problema receba o tratamento adequado o quanto antes, pois a infecção a longo prazo pode prejudicar funções essenciais do organismo, como a respiração.
Pneumonia nosocomial (hospitalar)
Conhecida popularmente como um tipo de infecção hospitalar, a pneumonia nosocomial costuma acontecer quando o paciente se encontra hospitalizado durante muito tempo.
Devido a isso,acaba se tornando mais propenso ao contato com bactérias que podem infectar o organismo, causando um problema de saúde. Os pacientes que se encontram em UTIs são os mais afetados pela infecção.
As causas da pneumonia hospitalar podem variar, podendo ser causada por vírus, fungos, bactérias ou protozoários. O que diferencia esse tipo de pneumonia dos outros é a forma como é contraída, sendo a infecção mais comum adquirida em hospitais. Dessa forma, também possui
Dois exemplos da doença que costumam ser graves são a pneumonia por aspiração e a pneumonia química. A primeira é comum em pacientes com nível de consciência reduzido, o que compromete o reflexo da tosse ou a capacidade de engolir a própria saliva, o que acarreta na aspiração de secreções da cavidade oral, expondo os pulmões a uma quantidade de micro-organismos maior que a habitual, o que pode levar ao desenvolvimento da doença. Também é comum em pessoas em coma ou pré-coma alcoólico. A pneumonia química é decorrente da inalação de fumaça em altas temperaturas, o que geralmente ocorre durante incêndios. Os gases tóxicos e outras partículas na fumaça aspirada agem diretamente sobre as células que constituem o revestimento pulmonar, ocasionando um processo inflamatório.
3. SINTOMAS, TRATAMENTO, DIAGNÓSTICO
A pneumonia não dá sintomas particulares, específicos, que permitam desde logo fazer o diagnóstico. Ou seja, os sintomas que normalmente se observam são comuns a outras doenças. Os sintomas mais comuns são tosse com secreções (pode haver sangue misturado), febre alta (que pode chegar a 40°C), calafrios e falta de ar ou dor torácica durante a respiração. Outros Sintomas: alterações da pressão arterial, confusão mental, mal-estar generalizado, falta de ar, secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada, prostração.
O diagnóstico é feito basicamente a partir do histórico do paciente, de exames clínicos e de raios-x do tórax. Outros exames complementares podem ser necessários para identificar o agente causador da doença – como o teste de escarro, que identificará o tipo de bactéria causadora da pneumonia. Os exames clínicos para diagnóstico podem incluir: hemograma completo, Proteína C reativa (PCR), Hemocultura, Líquido pleural, Métodos imunológicos – não são utilizados de rotina, porém: a sorologia para vírus e bactérias, detecção de antígenos e reação em cadeia de polimerase em secreção de naso ou orofaringe ou material pulmonar podem ajudar na identificação de alguns patógenos.
O tratamento depende do micro-organismo causador da enfermidade. Quando não é tratada, a pneumonia pode evoluir para um quadro mais grave, podendo levar a morte do paciente. Nos casos de pneumonias causadas por bactérias, os antibióticos são os medicamentos mais indicados. A penicilina já foi a droga mais difundida no tratamento das chamadas pneumonias comunitárias, mas a resistência das bactérias ao medicamento tem demandado a adição de novos antibióticos para complementar as terapias já utilizadas. Atualmente, para o combate no tratamento dessas pneumonias, que comprometem pessoas previamente saudáveis, recomenda-se o uso de macrolídeos (amoxacilina, azitromicina ou claritromicina). A resistência dos pneumococos a antimicrobianos é um grave e crescente problema em todo o mundo por comprometer a eficácia terapêutica, o que aumenta a importância da prevenção da doença via vacinação.
ALGUNS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA PNEUMONIA:
	Acetilcisteina
	Bepeben
	Clavulin
	Fluimucil (xarope)
	Acetilcisteína
	Bisolvon
	Clindamicina
	Fluitoss
	Aires
	Bromexina
	Cilodex
	Hincomox
	Amoxicilina + Clavulanato de Potássio
	Brondilat
	Claritromicina
	Leucogen
	Ampicilina Sódica
	Ceclor
	Clindamin-C
	Levofloxacino
	Astro
	Cefaclor
	Clocef
	Mucosolvan
	Avalox
	Cefalotina
	Clordox
	Novamox 2x
	Azitromicina
	Ceftriaxona Dissódica
	Doxiciclina
	Fluimucil (xarope)
	Bactrim
	Ceftriaxona Sódica
	Eritromicina
	Fluitoss
	Bacteracin e Bacteracin-F
	Citrofloxacino
	Fluimucil
	Hincomox
A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, tais como: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases.
A pneumonia possui cura e quando o tratamento é feito da forma correta algumas complicações podem ser evitadas. O tempo de recuperação para pneumonia varia conforme o estado de saúde da pessoa antes de ser diagnosticada. Uma pessoa jovem e saudável geralmente responde melhor ao tratamento, voltando às atividades normais em uma semana. Pessoas na meia idade ou mais velhas e que tem doenças concomitantes podem levar muitas semanas para se recuperar, podendo ser necessária inclusive a hospitalização.
4. COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS
Mesmo com o tratamento, algumas pessoas com pneumonia, especialmente aquelas em grupos de alto risco, podem sofrer complicações, incluindo:
Bactérias na corrente sanguínea (bacteremia): as bactérias que entram na corrente sanguínea dos pulmões podem espalhar a infecção para outros órgãos, potencialmente causando insuficiência orgânica.
Dificuldade ao respirar: se a pneumonia é grave ou o indivíduo têm doenças pulmonares subjacentes crônicas, ele pode ter problemas para respirar com oxigênio suficiente. Talvez seja necessário hospitalizar e usar uma máquina respiratória (ventilador) enquanto o pulmão se cura.
Acúmulo de líquidos em torno dos pulmões (derrame pleural): A pneumonia pode fazer com que o líquido se acumule no espaço fino entre as camadas de tecido que alinham os pulmões e a cavidade torácica (pleura). Se o fluído se infectar, será necessário drená-lo através de um tubo de tórax ou removido com cirurgia.
Abscesso pulmonar: Um abscesso ocorre se pus se forma em uma cavidade no pulmão. Um abscesso geralmente é tratado com antibióticos. Às vezes, a cirurgia ou drenagem com uma agulha longa ou tubo colocado no abscesso é necessária para remover o pus.
5. PREVENÇÃO
As principais formas de prevenção da doença consistem em recomendações simples, que evitam a infecção:
· Fazer uso moderado do ar-condicionado e observar as instruções do fabricante para que ele permaneça em condições adequadas;
· Tomar cuidado com mudanças extremas de temperatura;
· Lavar as mãos sempre que possível, principalmente após frequentar ambientes públicos (com grande circulação de pessoas);
· Evitar o contato direto com os olhos, nariz ou boca quando as mãos não estiverem higienizadas;
· Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro;
· Evitar ambientes fechados e com pouca circulação de ar;
· Manter a carteira de vacinação em dia;
· Alimentar-se corretamente, com os nutrientes e vitaminas necessários para manter o organismo saudável;
· Dormir o tempo necessário para que o corpo consiga descansar e combater possíveis agentes infecciosos;
· Praticar exercícios físicos regularmente.
 Atualmente, existem vacinas disponíveis para a pneumonia pneumocócica, que, mesmo não sendo capazes de prevenir todos os casos de pneumonia, podem evitar as formas mais graves. Segundo o Ministério da Saúde (MS), vacinação contra a gripe (vírus influenza A ou H1N1) pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global pela doença. 
Com base em estudos epidemiológicos e na observação do comportamento das infecções respiratórias que têm como principal agente o vírus da gripe, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que alguns grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias sejam vacinados, como as gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, crianças de seis meses a um ano, profissionais da saúde, doentes crônicos, pessoas privadas de liberdade e com 60 anos ou mais. No que se trata dos idosos, a vacinação contra a gripe pode reduzir o risco de pneumonia em aproximadamente 60%, e o risco global de hospitalização e morte em cerca de 50% a 68%, respectivamente.A vacina contra a gripe pode reduzir em até 45% as internações hospitalares por pneumonia viral e em até 75% o risco de morte pela doença, segundo o Ministério da Saúde. Também existe a vacina contra o pneumococo, administradas principalmente em crianças menores de 5 anos e grupos de risco como idosos e pacientes portadores de doenças crônicas. Na rede pública, a vacina distribuída – a VPC10 – oferece proteção contra 70% dos sorotipos causadores de pneumonia bacteriana. Já na rede privada, podem ser encontradas vacinas com maiores índices de proteção, a partir de R$ 200 e toma-se dose única – a VPC 13 que oferece proteção contra 90% das infecções graves.
Recentemente, o Ministério da Saúde passou também a ofertar a VPC23 gratuitamente a pacientes de risco – essa vacina abrange 90% dos sorotipos causadores de pneumonia por até cinco anos.
6. MITOS E VERDADES SOBRE PNEUMONIA
1) Frio causa pneumonia?
MITO. É necessário um agente externo, como uma bactéria ou um vírus, para que exista a doença. O que ocorre é que, no frio, as pessoas ficam mais tempo em lugares fechados com aglomerações, o que facilita a transmissão do micro-organismo irritante de uma pessoa para outra.
2) Gripe pode causar pneumonia?
VERDADE. Alguns vírus causadores da gripe podem invadir o pulmão e comprometer seus mecanismos de defesa, deixando a pessoa vulnerável aos agentes causadores da pneumonia, sejam eles vírus, bactérias ou fungos. Por isso, é comum algumas pessoas desenvolverem pneumonia após uma gripe.
3) Pneumonia afeta apenas crianças, idosos e pessoas doentes?
MITO - Apesar de os agentes causadores da pneumonia invadirem com mais facilidade os pulmões das pessoas que têm o sistema imunológico em formação, como as crianças, ou com alguma debilidade, como os idosos, pessoas com aids, diabetes, cardiopatias ou em tratamento contra o câncer, a pneumonia pode afetar pessoas saudáveis de todas as idades.
4) Pneumonia pode ser causada por substâncias tóxicas?
VERDADE - Fumaça, agrotóxicos ou outros produtos químicos inalados podem ir parar no pulmão e inflamar os alvéolos, provocando uma "pneumonia química". Diferentemente da pneumonia viral ou da bacteriana, que geralmente afetam apenas uma parte do pulmão, a pneumonia química pode comprometer todo o órgão, tornando-se assim mais grave. Alguns sintomas comuns desse tipo de pneumonia são: irritação na mucosa nasal, nos olhos, nos lábios, na boca e na garganta; dor no peito; e desorientação. Nos casos mais graves de pneumonia química, o tratamento é baseado na administração de oxigênio, por meio da respiração artificial.
5) Algumas pessoas podem ter apenas o princípio de pneumonia?
MITO! Ou a pessoa tem a doença ou não tem. No início os sintomas podem ser mais discretos, mas com o passar das horas ou dos dias, vai se estabelecer o quadro de uma forma bem precisa para que o diagnóstico seja dado.
7. EPIDEMIOLOGIA
	A pneumonia é 2ª doença respiratória mais comum no Brasil e a 3ª maior causa de mortes globais, além de ser a doença infecciosa que mais mata crianças abaixo de cinco anos, segundo a OMS.
De acordo com levantamentos da Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 1,6 milhões de pessoas perdem a vida em função da pneumonia anualmente. Ela é a principal causa de óbitos por doenças infecciosas em menores de cinco anos (920.000 ou 15% do total, em 2015), o que supera a soma dos relacionados à malária, ebola, tuberculose, zika e HIV no grupo no mesmo período. 
No Brasil, dados fornecidos pelo DATASUS indicam que o problema foi responsável por 144.661 internações e 908 mortes de crianças menores de cinco anos entre janeiro e setembro de 2016. Em 2018, foram 886 mortes de crianças dessa faixa etária.
De 2015 a 2017 foram registrados cerca de 200 mil óbitos por causa da doença, uma média de 66,5 mil casos por ano, ou sete por hora, no Brasil, sendo a quarta doença que mais mata. Apesar disto, a taxa de mortalidade da pneumonia está em queda (redução de 25,5% entre 1990 e 2015). Dados do governo brasileiro indicam que a pneumonia é a responsável por mais de 200 mil internações todos os anos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Estudos internacionais apontam que 90% de todos os óbitos por pneumonia ocorrem em maiores de 60 anos. No Brasil, de janeiro a setembro de 2016, também de acordo com o DATASUS, a pneumonia nesta parcela da população resultou em 181.902 internações e 34.726 mortes. 
8. PNEUMONIA SOB A PERSPECTIVA DAS ESFs
As causas da demanda por atendimento nas ESF são diversas. Entretanto, é importante diagnosticar as principais necessidades da população para que o sistema de Assistência Básica possa se reorganizar, no sentido de solucionar os problemas mais prevalentes na população delimitada pela ESF. Assim, torna-se estratégico para a organização das ESF, conhecer o perfil da demanda que procura a rede instalada e as patologias com maior incidência nos atendimentos realizados e na área de cobertura, a fim de otimizar os atendimentos e diagnósticos.
Na rotina das Equipes de Saúde da Família, no atendimento da demanda espontânea é comum que sejam recebidos pacientes que apresentem sintomas comuns a vários típicos de infecções, como febre, prostração e mal-estar, motivo pelo qual é necessário uma investigação mais profunda de cada caso para que sejam identificados possíveis casos de pneumonia adquirida na comunidade (PAC), especialmente entre idosos e crianças menores de cinco anos, que são grupos mais propensos à doença e suas complicações. Com isso, é importante para o diagnóstico e intervenção clínica precoce que sejam realizados de forma minuciosa a anamnese e o exame físico quando se tem a suspeita de PAC. O exame de Raio X de tórax é complementar e pode ser realizado quando disponível. 
De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 28, possíveis pacientes portadores da PAC procuram a ESF com queixas correlacionadas, que podem levar à suspeita e diagnóstico, tais como:
- Dor torácica;
- Otite Média Aguda;
- Rinossinusites;
- Dispneia;
Em todos estes casos, deve-se realizar uma investigação mais detalhada com anamnese, exame físico e exames diagnósticos para que seja descartada ou considerada a possibilidade da PAC e seja iniciado o tratamento adequado.
	A PAC pode ainda ocorrer como uma complicação decorrente de doenças exantemáticas não tratadas de forma adequada – como é o caso do sarampo, o que também demanda atenção por parte dos profissionais da ESF, para que estas doenças sejam tratadas de forma adequada, a fim de que não se desenvolva um quadro de PAC.
	Sendo diagnosticada a PAC em um paciente, é importante que seja realizada a classificação de risco do mesmo, analisando a presença de sinais de gravidade, a fim de determinar os casos graves ou muito graves para que haja encaminhamento ao hospital e seja iniciado o tratamento da doença logo após o diagnóstico, especialmente nas crianças. 
CLASSIFICAÇÃO DA PNEUMONIA EM CRIANÇAS
São consideradas graves quaisquer pneumonias em lactentes com menos de dois meses devido ao risco de infecção por agentes Gram-negativos, Streptococos β hemolíticos e Staphylococcusaureus e, por isso, está indicado internação hospitalar. Outras condições como paciente menor de 2 meses de idade, convulsões, sinais de hipoxemia e desnutrição grave, justificam o encaminhamento do paciente para a internação. 
Já nos pacientes adultos, a classificação de risco mais simples que permite ter um prognóstico seguro de PAC considera sinais de gravidade agudos e idade do doente. Tal classificação denominada de CRB-65 trata-se de um escore baseado em quatro variáveis que seguem abaixo. Para cada um dos critérios, atribui-se 1 ponto, tendo-se, portanto, um escore que varia de 0 a 4 pontos. Dessa forma, recomenda-se que pacientes com escore de 0 ou 1 ponto podem ser tratados no domicílio. Já os com escore 2 devem receber tratamento hospitalar e os com escore 3 e 4 devem ser encaminhados para internação. Pela simplicidade e não necessidade de aparatos técnicos de exames complementares, essa classificação pode ser utilizada pela Atenção Primáriasem dificuldades, como mostra abaixo: 
C Presença de confusão mental. 
R Frequência respiratória (respiratory rate) maior ou igual a 30 irpm. 
B Pressão arterial (blood pressure) sistólica menor que 90mmHg ou diastólica menor ou igual a 60mmHg. 
65 Idade maior que 65 anos.
	O tratamento inicial indicado para a PAC, tanto em crianças quanto em adultos é a antibioticoterapia. a escolha estará relacionada com o agente microbiano mais incidente por faixa etária e presença de comorbidades. A decisão do tratamento precoce é importante para que haja diminuição do risco de agravamento do quadro e consequente desfecho fatal.
Diante do diagnóstico de pneumonia, sobretudo em crianças, a equipe de saúde deve administrar a primeira dose de antibiótico na própria UBS, independentemente do horário em que o paciente estiver sendo assistido.
Recomenda-se que os pacientes que fizerem o seguimento ambulatorial do quadro de pneumonia sejam reavaliados a cada dois dias do início do tratamento antibiótico. Deve-se orientar o paciente ou seu responsável que, caso haja piora do quadro antes do retorno marcado, o paciente deve ir ao pronto-socorro mais próximo de sua casa.

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