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De Sardan, J. 2015

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Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Departamento de Arqueologia e Antropologia
Licenciatura em Antropologia
Antropologia do Desenvolvimento 
Docente: Elísio Jossias 
Discente: Ermelinda Nhantumbo 
3ºAno/ 2º semestre 2021
Referência bibliográfica 
De Sardan, J. 2015. Da Nova Antropologia do Desenvolvimento para a Sócio-Antropologia dos espaços públicos africanos. Raizes. 35 (2): 9-16.
O artigo de De Sardan (2015) faz um balanço sobre a socioantropologia do desenvolvimento situando na história da antropologia moderna. Para tal autor argumenta que o Desenvolvimento nasceu no contexto iluminista do Século XVIII com teorias evolucionistas, cujos princípios fundamentados na ideia de progresso das sociedades e da economia tornou-se uma crença dos países hegemónicos. 
O autor explica que a partir dos anos 1950 e 1990 surgem duas correntes nas quais uma procura engajar-se nas instituições para melhor entender como elas operam em torno das lógicas locais de modo a minimizar as influências radicais da modernidade nas sociedades alvos desses projectos. A segunda lança crítica radical sobre os pressupostos de desenvolvimento, através da abordagem relativista, e desta distinguem-se três abordagens: a primeira critica os antropólogos engajados no desenvolvimento, assim como os antropólogos teóricos ou seja críticos ao campo de desenvolvimento; a segunda abordagem procura mostrar a possibilidade de articulação entre a antropologia teórica e antropologia prática; e a terceira sugere uma possibilidade de estudar o desenvolvimento, não para criticar mas, para compreender como operam os projectos em torno das lógicas sociais, isto é, procura mostrar a capacidade interventiva da antropologia na sociedade moderna, através do método etnográfico.
Segundo o autor, alguns antropólogos fascinados pelas abordagens conceptuais da globalização, afastaram-se da etnologia e aliaram-se ao estudo dos modelos de desenvolvimento, e com esse novo enfoque, apostaram a parte produtiva do método etnográfico, através da pesquisa empírica, afastando-se da parte improdutiva relativista. Neste âmbito, distinguem-se duas fases tais como: uma com foco em fenómenos sociais relacionados com o desenvolvimento e outra com ampliação da perspectiva para o conjunto de modos de alocação de bens e serviços públicos dos espaços públicos.
O autor diz que a antropologia do desenvolvimento procura desconstruir o conceito de desenvolvimento a partir de um estudo teórico e crítico aos princípios que fundamentam a esse campo político baseado na ideia de progresso. Ela busca compreender enquanto realidade social cuja sua intervenção vem contra questões normativas e qualitativas de carácter universal. 
As tendências actuais da antropologia do desenvolvimento dizem respeito a necessidade de restaurar as técnicas e métodos clássicos da antropologia para melhor perceber as dinâmicas que envolvem as instituições públicas em torno do Desenvolvimento. Trata-se de um estudo sobre as políticas de desenvolvimento articulado em torno das lógicas sociais, ou seja, procura compreender como operam os projectos em volta dessas lógicas sociais.

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